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Palestra proferida em 20 de março de 2023

Palestrante Sergio Emilião, 33


Mestre Instalado
Frater Rosacruz – AMORC
Membro da ARLS Scripta et Veritas, n1.641, Grande Benfeitora da Ordem
Fundada em 10.09.1965 no Rito Adonhiramita
Federada ao GOB e jurisdicionada ao GOB-RJ
Venerável Mestre no biênio 2013-2015
Provedor Geral de Ritualística do Supremo Conselho Adonhiramita do Brasil
Autor dos livros
Simbolismo Adonhiramita – Aprendiz, Editora PROTEXTO
Simbolismo Adonhiramita no Grau de Aprendiz, Fonte Editorial
Breve História do Rito Adonhiramita, E-Book
Editor da revista digital Um Quarto de Hora, 2015-2018
Palestrante virtual e presencial
Administrador do Grupo Adonhiramita de Estudos
O GRUPO ADONHIRAMITA DE ESTUDOS
apresenta

RETÁBULO E DOSSEL
NO RITO ADONHIRAMITA
Sergio Emilião
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES
• Esta apresentação foi baseada no conteúdo da Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, e das diversas edições do
Ritual do Grau de Aprendiz Maçom do Rito Adonhiramita, publicadas pelo Grande Oriente do Brasil, GOB, desde 1836, com
maior ênfase para a edição atual datada de 2009.
• Entendimentos de autores maçônicos, da literatura do Ordem em geral, e de publicações leigas também foram utilizadas.
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador, e não a posição oficial do Grande Oriente do Brasil ou de
qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado.
• Todas as dúvidas podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à Secretaria Geral de Orientação Ritualística do Grande
Oriente do Brasil, e nos departamentos correspondentes nas demais Potências.
• O conteúdo desta apresentação é de circulação livre, porém restrita a maçons.

AVISO LEGAL
O ingresso voluntário na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que
dispõe a Lei Geral de Proteção de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO

• O Retábulo e o Dossel são dois elementos da decoração dos espaços de


reunião da maioria dos Ritos, e parecem existir desde o momento em que
estes locais passaram a se denominar Templos
• Ambos estão diretamente ligados à figura do Venerável Mestre e ao Altar
da Sabedoria, ou seja, ocupam um lugar de destaque no espaço dos
Templos, além de possuírem simbolismo associado entre eles
• Os Ritos que adotaram estes itens de decoração acrescentaram ao seu
simbolismo conceitos próprios
• Segundo o ritual em vigor são elementos obrigatórios na construção dos
Templos, e possuem alguns parâmetros para sua instalação
• Como todos os elementos da doutrina maçônica, sofreram modificações
tanto de formato quanto de entendimento ao longo dos tempos
• Há poucas instruções ou referências a respeito deles, o que evidentemente
acarreta o surgimento de dúvidas
• Minha intenção nesta apresentação é examinar as presumíveis razões de
sua inserção nos rituais da Maçonaria moderna, em particular no Rito
Adonhiramita, seu objetivo, seu simbolismo e sua configuração atual,
evidentemente acrescentando à análise minha interpretação pessoal
ESCOPO

• Etimologia
• Origem Histórica
• A Prática nas Primeiras Lojas Especulativas
• A Compilação Preciosa
• Os Rituais Brasileiros
• Retábulo e Dossel Atuais
• O Simbolismo Contido nos seus Elementos
• Padrões e Materiais de Fabricação
• Considerações Adicionais
• Conclusão
ETIMOLOGIA - RETÁBULO

• O verbete retábulo em português derivou do latim retrotabulum, que por sua


vez é a aglutinação dos vocábulos retro, atrás, e tabulum, superfície plana de
madeira, uma tábua
• Ou seja, em suas raízes a expressão se referia a um painel de madeira que era
colocado atrás de alguma coisa
• Como veremos, essa definição não se refere a um elemento qualquer, mas a um
painel especificamente criado com a finalidade não só de decorar, mas de
simbolizar alguma coisa, já que não faz o menor sentido apenas colocar uma
tábua por trás de algum outro elemento
• Veremos também que este elemento foi instituído com fins tanto religiosos
quanto leigos
ETIMOLOGIA - DOSSEL

• A palavra dossel em português deriva do latim dorsu, costas, quando


empregado no diminutivo dorsellu
• Ou seja, em suas raízes, trata-se de outro vocábulo que se refere à parte de
trás de alguma coisa, do mesmo modo que retábulo
• No entanto, diferentemente da análise da expressão anterior, o termo dossel
não indica o material de sua fabricação
• Ampliando a análise, como veremos mais à frente, poderemos deduzir que
talvez a escolha do termo em português pelos ritualistas não tenha sido a
mais acertada
• De toda forma, esta confusão como igualmente veremos, não foi exclusiva dos
ritualistas maçônicos, em nosso idioma o termo dossel adquiriu um sentido
completamente diferente do original latino
• Creio que isto tenha se dado pela semelhança fonética do substantivo com a
expressão “do céu”
• Seria, portanto, um falso cognato, sedimentado pelos usos e costumes com o
sentido de cobertura de alguma coisa, como um céu simbólico
ORIGEM HISTÓRICA - RETÁBULO
• O retábulo é um elemento de decoração das igrejas católicas medievais surgido por volta do
século XII
• Nessa época as igrejas costumavam colocar sobre o altar relíquias de santos com o objetivo
de chamar a atenção dos fieis durante as celebrações
• Ocorre que nem todas as igrejas possuíam essas relíquias para exibir
• A ausência dessas relíquias foi inicialmente suprida pela decoração da parte frontal dos
altares com pinturas e relevos de cenas sacras e santos
• Porém, apesar dessa tradição persistir, e nos próprios Templos da Maçonaria moderna poder
ser vista, o objetivo pretendido não foi alcançado, pois em vários momentos da celebração a
posição do sacerdote na frente do altar impedia a visualização destes ornamentos pelos fieis
• A solução foi criar um elemento vertical, colocado atrás do altar, que pudesse ser visto
durante todo o tempo das celebrações pelos fieis, surge então o retábulo
• Apesar de originalmente essas peças serem feitas de madeira, com o passar do tempo e as
posses das igrejas outros materiais passaram a ser empregados, como alabastro, pedra,
marfim, etc., deixando de serem simples painéis ou pinturas planas, e adquirindo
tridimensionalidade, ou relevo
• Há ainda mais uma coincidência entre os retábulos das igrejas medievais e os Templos da
Maçonaria moderna
• No Renascimento, elementos de proporção e harmonia foram acrescentados aos retábulos,
que recorrentemente utilizavam em sua composição colunas das ordens dórica, jônica,
compósita, coríntia e toscana, ou seja, estavam presentes ali nas igrejas renascentistas as
Cinco Ordens de Arquitetura nossas conhecidas
• Grosso modo, os retábulos foram criados como recursos cênicos associados à liturgia
ORIGEM HISTÓRICA - DOSSEL

• Como mencionei anteriormente, a palavra dossel possuía outro significado


originalmente. Se referia à parte traseira das camas, o que hoje chamamos
de cabeceira
• Era empregado também para se referir ao espaldar e aos encostos de bancos
e cadeiras
• Mas não foram esses usos que se consagraram como definição do termo na
língua portuguesa
• O termo passou a se referir inicialmente à cobertura das camas medievais
que eram adornadas com tapetes, véus, etc., com o objetivo de preservação
de privacidade. Ainda pode ser entendido com este significado
• Atribui-se a origem desse uso aos persas
• Não parece ser este o simbolismo do dossel de nossos Templos atuais
• Uma utilização posterior foi utilizar a palavra para se referir à estrutura
ricamente decorada que era colocada sobre o trono dos reis, apenas como
uma cobertura ou uma espécie de toldo
• Esta segunda interpretação sem dúvida é mais próxima do uso atual dos
dosséis nos nossos Templos, notadamente se levarmos em consideração
que muitos chamam a cadeira do Venerável Mestre de Trono de Salomão
• Mas no meu entendimento ainda não foi esta, ou somente esta, a inspiração
dos ritualistas maçônicos, pelo menos no que diz respeito ao Rito
Adonhiramita
OS SINÔNIMOS DE DOSSEL

• Certamente pelas razões que mencionei antes os dicionários da língua portuguesa


propõem como sinônimos de dossel, sobrecéu, pálio e baldaquino
• A associação parece ficar mais interessante a partir destes sinônimos
• Todas estas expressões se referem a uma estrutura espacial situada em posição elevada
e paralela em relação a outro objeto ou elemento, seja o chão ou o teto, por exemplo
• É isto que vemos nas camas e tronos medievais, e sobre o Altar da Sabedoria de nossos
Templos atuais
• Uma hipótese bastante plausível para a adoção do termo dossel em detrimento aos
outros sinônimos apresentados é o fato das demais palavras se referirem a princípios
religiosos e litúrgicos, o que é evitado pela maioria dos Ritos
• A escolha desses outros termos ou sinônimos pode fazer todo sentido no meio profano
ou religioso, mas não creio que seja o melhor caminho para os maçons, incluindo os
praticantes do Rito Adonhiramita
• Por essa razão julgo conveniente aprofundarmos um pouco a análise dos fins litúrgicos
dessa estrutura que chamamos de dossel, e que recebe outra denominação na religião
O BALDAQUINO
• Baldaquino, como vimos, é um dos termos utilizados pela igreja para
esta estrutura semelhante ao dossel de nossos Templos
• Segundo alguns etimologistas o verbete em português deriva do
italiano baldacchino, que por sua vez aludia aos tecidos utilizados na
sua confecção que eram trazidos de Bagdá, chamada em tempos
remotos de Baldac ou Baldacco pelos italianos
• De início era apenas um tecido, e não uma estrutura mais complexa,
que era estendido sobre um trono ou cadeira como uma espécie de
toldo. Também era chamado de Pano de Honra, e significava a
distinção da pessoa que ficava abaixo dele. Foi amplamente utilizado
por reis e nobres medievais
• Este elemento passou a ser utilizado também pela Igreja Católica
como cobertura para membros do alto clero, mas não se tratava mais
de uma estrutura espacial, pois era assentada no chão por colunas
que a sustentavam
• A inserção dessa peça na decoração das igrejas trouxe também sua
associação com o sagrado
• A Basílica de São Pedro, em Roma, possui um baldaquino sobre o
túmulo de São Pedro
• Vemos aí nesse ancestral dos atuais dosséis de nossos Templos
duas hipóteses bastante razoáveis para sua adoção pelos ritualistas
maçônicos, a nobreza e distinção do Venerável Mestre, e a indicação
de religiosidade ou espiritualidade associada ao Altar da Sabedoria e Baldaquino de São Pedro, Basílica de São Pedro
à liturgia, como no caso do Rito Adonhiramita, por exemplo Vaticano, 1633
A PRÁTICA NAS PRIMEIRAS LOJAS

• As primeiras Lojas do período formal da Maçonaria moderna se


reuniam em tavernas e pátios de igrejas
• Eram locais improvisados que não possuíam decoração fixa
alusiva à doutrina maçônica
• A prática de inserir elementos decorativos fixos nos espaços de
reunião dos maçons só teve início após a construção de locais
específicos para isso, os Templos
• Ainda assim, o uso dos retábulos e dosséis provavelmente teve
maior impulso na Maçonaria Continental, notadamente na
França, que nas ilhas britânicas
• Neste sentido devemos observar que o requinte destes espaços
que são nossos atuais Templos, foi implementado a partir do
século XIX, e mais tardiamente ainda no Brasil
• Ao que parece, estes elementos passaram pela mesma evolução
registrada nas igrejas, ou seja, inicialmente objetos colocados
sobre a mesa do Venerável Mestre, evoluindo para símbolos na
parte frontal dessas mesas, e finalmente abrangendo a parede de
trás e o espaço aéreo sobre ela

Freemason´s Hall, Londres, 1933


A COMPILAÇÃO PRECIOSA

• Na obra de referência do Rito Adonhiramita, a Compilação Preciosa, impressa em 1781


na Filadélfia, EUA, e disponibilizada em 1782 na França, não havia descrição do Templo
• Alguns trechos do catecismo e das notas de rodapé sugerem algo da disposição da
Loja e elementos simbólicos, porém, não há qualquer referência ao retábulo ou ao
dossel
• Portanto, não é possível conceber a forma destes dois elementos ou mesmo se eram
usados pelo Rito Adonhiramita na época
OS RITUAIS BRASILEIROS

• O dossel é mencionado no primeiro ritual Adonhiramita publicado


em solo brasileiro pelo GOB em 1836, com a grafia de docel
• Não há desenho ou detalhes de seu formato ou localização, apenas
a menção de ser obrigatoriamente da cor azul
• Podemos deduzir daí que o Rito Adonhiramita possuía esta prática
desde a Europa, uma vez que este ritual é na verdade uma versão
ampliada da Compilação Preciosa
• Porém, não há menção ao retábulo
• Apesar disso, não podemos afirmar categoricamente que este
elemento não existia, sendo bem possível que fosse uma peça
única conjugada com o dossel
• A imagem ao lado é do Templo Nobre do Palácio Maçônico do
Lavradio, no Rio de Janeiro
• Sediou o GOB de 1842 a 1978, é um bem tombado, e foi restaurado
conforme configuração da época
• Dessa forma, podemos afirmar que nessa ocasião dossel e
retábulo formavam uma estrutura única assim como os
baldaquinos

Templo Nobre do Palácio Maçônico do Lavradio


Rio de Janeiro, 1842
O RITUAL DE 1963

• No que diz respeito ao Rito Adonhiramita, o ritual do Grau de Aprendiz publicado pelo GOB
em 1963 inaugura as descrições mais detalhadas tanto da decoração dos Templos, quanto
da ritualística. Este pode ser considerado o divisor de águas no Rito, por assim dizer
• Neste ritual existe menção à decoração que deve existir atrás da cadeira do Venerável
Mestre, nos seguintes termos:

“No Oriente, atrás da cadeira do Venerável e dominando-a, está na parede um triângulo


luminoso com um olho no meio”.

• É uma redação estranha, pouco clara e ambígua. Ao que parece não se tratava
exatamente de um retábulo, mas sim de uma pintura ou aplicação em relevo nas
costas ou espaldar da cadeira do Venerável Mestre, ou ainda parede de fundo do
Templo. Mas creio que possa ser entendido como retábulo pelo menos em finalidade
• Não há menção ao dossel, e pela imagem que vemos à direita, do mesmo ritual,
podemos perceber que não há espaço entre a cadeira do Venerável Mestre e a parede
de fundo do Templo, o que denota que nesta época a circulação na forma do Analema
ainda não era praticada
O RITUAL DE 1969
• Na edição seguinte do ritual do Grau de Aprendiz, publicada pelo GOB em
1969 é mencionado o dossel com a seguinte formatação:

“(...) Sobre o Altar do Venerável Mestre que acaba de ser descrito, deverá haver
um dossel revestido com pano de seda azul celeste com franjas de ouro, ao
centro do qual deverá pender um triângulo equilátero, em cujo centro brilhará um
olho”.

• Curiosamente não há menção ao retábulo, nem à decoração da parede de


fundo mencionada no ritual anterior, o que leva a supor pela descrição do
ornamento do dossel, que o Delta com o Olho que Tudo Vê antes exibido na
parede de fundo do Templo tenha se deslocado para o seu frontispício como
uma peça tridimensional
• A imagem referente à planta do Templo constante deste ritual é semelhante a
do ritual de 1963, e nela também não existe espaço entre a cadeira do
Venerável Mestre e a parede de fundo do Templo para a circulação como
praticamos atualmente
O RITUAL DE 2003
• A descrição completa do retábulo e do dossel dos nossos Templos atuais só surgiu
no ritual do Grau de Aprendiz publicado pelo GOB em 2003, ou seja, é bastante
recente
• A descrição do ritual é a seguinte:

“Sobre o Altar do Venerável Mestre é instalado um dossel, revestido de tecido azul-


celeste com franjas de ouro, deve ser notado que, por trás do Trono de Salomão existe
o retábulo, contendo o Delta Rutilante na sua parte central superior, em cujo centro
brilha um olho, e ostentando ainda, o Sol à direita e a Lua à esquerda, apresentando
entre estes astros sete estrelas da constelação das Plêiades”.

• Esta descrição não foi alterada nas edições seguintes do ritual de Aprendiz, e é
exatamente a mesma do ritual em vigor, publicado pelo GOB em 2009
• Temos ainda essa imagem colorida à direita, que reproduzida deste ritual, para
ilustrar a formatação do retábulo
• Neste ritual fica claro que retábulo e dossel são elementos diferentes, cada um com
símbolos e cores distintas
• Esta edição também determina a existência de um espaço entre a cadeira do
Venerável Mestre e a parede de fundo do Templo, permitindo a circulação como
hoje em dia
• Como vimos, a padronização destes elementos no Rito Adonhiramita só ocorreu
neste século
RETÁBULO E DOSSEL ATUAIS

• A imagem à direita é uma releitura minha daquela exibida no ritual em vigor


• Como podemos observar, os elementos são os mesmos descritos no ritual de
2003
• Julgo que o dossel não necessita de maior detalhamento de imagem, já que
não houve alteração em sua configuração, apenas se transformou numa peça
apartada do retábulo
• Constitui-se numa espécie de toldo instalado sobre o Altar da Sabedoria,
forrado de tecido azul celeste e dotado de franjas douradas
• É de se observar, no entanto, que na descrição do ritual em vigor não mais
existe um triângulo pendente do dossel, este passou a ser representado
exclusivamente no retábulo
• Vamos examinar um pouco mais detalhadamente o simbolismo destes dois
elementos da decoração atual dos Templos Adonhiramitas
O FUNDO AZUL CELESTE
• Se considerarmos que estão representados astros, o Sol, a Lua e estrelas no
retábulo, torna-se óbvio deduzir que a intenção dos ritualistas era representar
o céu ao adotar o azul-celeste como pano de fundo
• Mas é necessário ter em mente que trata-se de um céu imaginário,
correspondente ao seu arquétipo, límpido e isento de nuvens. Um “céu de
brigadeiro” como se costuma dizer no meio profano, ou para nós o céu do
meio-dia
• Se a intenção fosse retratar um firmamento mais próximo do real, certamente
os ritualistas dividiriam este pano de fundo em seu eixo vertical, colorindo
num tom mais escuro o lado da Lua e das estrelas para simbolizar a noite
• Este céu aí representado é um “céu de luz”, o céu do dia. Afinal, trabalhamos
“desde o meio-dia até a meia-noite”
• Essa associação se tornará mais clara quando examinarmos os demais
elementos
• Em algumas Lojas este fundo é exibido num tom mais escuro de azul, mas
creio que apenas para obter maior contraste entre o fundo e os demais
elementos simbólicos que o compõem
• Mas há outra razão para a escolha do céu diurno, pois há momentos especiais
em que todos os astros representados no retábulo são visíveis
simultaneamente no céu. Veremos isso adiante
O TRIÂNGULO E O OLHO QUE TUDO VÊ
• Na parte superior do retábulo, em seu eixo central, há um triângulo equilátero
dourado com um olho aberto em seu interior, do qual emanam raios
• Este símbolo é uma das representações utilizadas pela Maçonaria para
representar o Delta Sagrado. Em outras ocasiões o olho em seu interior é
substituído pala letra hebraica YOD, primeira letra do impronunciável Nome de
Deus para os hebreus, YOD-HE-VAU-HE, com o mesmo objetivo
• Os três lados iguais do triângulo representam a manifestação física do Universo
de acordo com as teorias criacionistas, Origem ou Fonte, Emanação ou
Desdobramento, e Manifestação ou Efeito. É um conceito bem semelhante ao
contido na Lei da Causalidade do Hermetismo
• Essa trindade é traduzida de maneira diferente em diversas correntes religiosas,
todas elas se referindo ao Princípio Criador, o Grande Arquiteto do Universo
para nós maçons
• Para nós este é o símbolo da Divindade
• O olho aberto em seu interior também pode ser visto em diversas culturas, é o
Olho de Hórus dos egípcios, o terceiro olho na testa de Shiva no hinduísmo, e
mais próximo de nós, o Olho da Providência dos cristãos
• Ele simboliza a onisciência do Criador, que tudo observa
• Os raios expandindo-se a partir do seu centro e por trás do triângulo aludem a
um símbolo da iconografia católica chamado de esplendor, que pode ser visto
na decoração de diversas igrejas e elementos litúrgicos. É uma releitura da
Shekinah dos hebreus, a manifestação brilhante e luminosa da Divindade
• Para nós maçons é o símbolo da Glória do Grande Arquiteto do Universo, e no
retábulo representa o Princípio Criador, do qual todos os demais elementos são
emanados, por isso é o primeiro dos símbolos do retábulo
• Em relação à planta do Templo, está localizado em associação ao Oriente, onde
doutrinariamente nasce a Luz
O SOL
• O Sol é o astro-rei, representa os princípios ativo e masculino, e a
polaridade positiva, que por sua vez são associados ao lado direito
• No retábulo ele está localizado exatamente do lado direito, o que
corresponde em relação à planta do Templo à Coluna do Sul,
doutrinariamente a parte mais iluminada da Loja
• Evidentemente o Sol faz alusão ao dia
• Sua representação no retábulo é iconográfica e não uma reprodução real do
astro, justamente para que seja entendida como um símbolo
• Deste simbolismo constam as associações com os princípios e polaridade,
e também com relação ao trânsito do Sol no firmamento no hemisfério
Norte que é reproduzido em nossa circulação
• É na Coluna do Sul, chamada por alguns de Coluna do Meio-Dia, que o Sol
atinge doutrinariamente o seu zênite, o que simbolicamente marca o início
dos trabalhos da Loja
• Aliás, sua interpretação no retábulo está diretamente associada a outro
elemento, a Lua, e ambos doutrinariamente só fazem sentido quando
analisados juntos
A LUA
• A Lua está associada aos princípios feminino e passivo, à polaridade
negativa e ao lado esquerdo
• Evidentemente a Lua nos remete à noite
• No retábulo está localizada no lado esquerdo, que em relação à planta do
Templo se refere à Coluna do Norte, doutrinariamente a parte mais escura
da Loja, onde têm assento os Aprendizes “que receberam mui fraca luz”
• Isso faz todo sentido se levarmos em conta que a Lua é um corpo celeste
iluminado, não por acaso pelo Sol, que doutrinariamente representa o
conhecimento oriundo do Oriente refletido para a Coluna dos Aprendizes
• Juntamente com o Sol estes dois elementos evidenciam a dualidade do
Universo por serem entendidos como símbolos opostos
• Da mesma forma que o Sol, a Lua é representada iconograficamente, e
não como uma reprodução fiel de nosso satélite, para que possa ser
observada como um símbolo. Geralmente é representada com fisionomia
de mulher para evidenciar os princípios passivo e feminino e a polaridade
negativa
• Mas há outro detalhe importante, ela é representada na fase de quarto
crescente
• Isso remete aos astrônomos persas e ao Zoroastrismo, que observaram
na antiguidade que a Lua Crescente nascia ao meio-dia e tinha seu ocaso
à meia-noite
• Temos, portanto, marcada simbolicamente no retábulo a duração de
nossos trabalhos, “desde o meio-dia, até a meia-noite”
• É por essa razão que ambos elementos aparecem juntos no mesmo céu
azul claro no retábulo de nossos Templos
AS ESTRELAS
• O último elemento dos nossos retábulos atuais são um conjunto de estrelas
• Elas estão localizadas do lado esquerdo do retábulo e próximas à Lua,
certamente para associa-las ao período da noite em que se tornam mais
visíveis
• Mas não são estrelas aleatórias e quaisquer, são sete estrelas da
constelação das Plêiades. Na verdade são um aglomerado de estrelas da
constelação de Touro
• Não é raro vermos a expressão plêiades de estrelas se referindo a um
número grande desses astros
• A primeira razão dessa escolha parece residir no fato de serem estrelas
facilmente visíveis nos dois hemisférios terrestres
• A outra se refere à mitologia grega e ao simbolismo daí proveniente
• Na mitologia grega as Plêiades eram sete irmãs, Electra, Maia, Taigete,
Alcione, Celeno, Asterope e Mérope, filhas de Atlas e Pleione, e muitos
templos gregos eram orientados segundo o nascer e o poente dessas
estrelas no céu
• Várias outras culturas como os egípcios, maias, e astecas as reverenciavam
como deuses. Os japoneses as chamam de Subaru, e em sânscrito são as
Krittikas
• Segundo a Astronomia as Plêiades têm um papel importante na precessão
dos solstícios e dos equinócios
• No equinócio da primavera do hemisfério Norte as Plêiades nascem ao
meio-dia, e no equinócio do outono à meia-noite
• Me parece claramente uma associação complementar ao nosso período de
trabalho, e são visíveis durante o dia no equinócio da primavera
A COMPOSIÇÃO GRÁFICA
• A partir do Renascimento os pintores estabeleceram regras de composição
para os seus quadros e pinturas baseadas nos princípios da Geometria e
no ponto de vista do observador
• Os elementos das paisagens, cenas ou retratos de suas obras eram
diligentemente distribuídos na tela, painel ou parede, de modo a produzir
um efeito harmônico e proporcional no conjunto
• Este mesmo princípio parece ter sido observado pelos ritualistas ou
artistas maçônicos que conceberam nossos retábulos
• Porém, e ao que parece, acrescentaram um simbolismo Iniciático na
composição, ou pelo menos assim podemos imaginar
• Temos como resultado final um retângulo ou quadrado, configurado pelo
limite do retábulo, no qual estão inseridos três elementos, evidentemente
considerando a posição da Lua e das estrelas como um elemento único,
dispostos no formato triangular
• Estão assim representados simbolicamente, e talvez de um modo bastante
sutil, o Quaternário e o Ternário, a matéria e o espírito, o humano e o
divino, o material e o espiritual, enfim, a dualidade do Universo
manifestado
A COMPOSIÇÃO SIMBÓLICA DO DOSSEL

• Como vimos o dossel não deixa de ser uma representação do céu, um sobrecéu como também é chamado, e isso por si só explicaria a
adoção da cor azul celeste
• Ocorre que a representação do céu em nossos Templos se dá através da Abóboda Celeste, e assim sendo não há necessidade de
representa-lo num outro elemento
• Vimos também que sua inspiração provavelmente teve origem na cobertura dos tronos medievais e nos baldequinos da Igreja Católica,
portanto, deve haver outro simbolismo que não seja o do céu atrelado a ele
• O Venerável Mestre realmente ocupa um trono, chamado por muitos de Trono de Salomão, e sob este ponto de vista faz todo o sentido a
adoção da cor azul como revestimento, já que iconograficamente representa a realeza ou a nobreza
• Esta associação na Europa medieval ocorreu em virtude da dificuldade de fabricação de pigmentos da cor azul que era obtida através
do lápis lazúli dos egípcios, pedra extremamente cara, que restringia o uso do azul às pessoas ricas, principalmente reis e nobres. Vem
daí também a afirmação da nobreza possuir sangue azul
• Outra hipótese é a do Rito Adonhiramita juntamente com o Rito Moderno serem conhecidos como Ritos Azuis, pois apesar de sua
origem francesa adotaram posturas da Maçonaria britânica. Também nesse caso não está afastada a associação com a realeza, já que
as Lojas inglesas dos Modernos possivelmente adotaram essa cor em homenagem à Casa Real
• Quanto às franjas douradas, não há dificuldade em associa-las ao ouro e à riqueza, tanto a dos monarcas como o Salomão bíblico e
presente em nossa Doutrina, que decorou o Templo de Jerusalém com peças de ouro, quanto a riqueza do conhecimento, que todo
maçom pretende alcançar
O MATERIAL DO RETÁBULO

• O ritual não estabelece o material de fabricação do retábulo. Na verdade isso é menos


importante que o seu simbolismo
• Originalmente era um painel de madeira, e algumas Lojas ainda o fazem dessa maneira
• Mas no caso do Rito Adonhiramita há outro fator relevante, que é o fato dele estar
afastado da parede de fundo do Templo, e não fixado nela, para que possa haver
trânsito por trás
• Assim, além do seu simbolismo, o retábulo Adonhiramita funciona como um tapa-vista,
um biombo ou divisória, e nada impede que ele seja fabricado em paredes de gesso
acartonado, divisórias de MDF ou coisa parecida
• Quanto aos símbolos, podem ser pintados diretamente sobre a superfície, adesivados
com tecidos vinílicos, ou ainda exibirem os elementos tridimensionalmente em relevo,
podendo estes serem fabricados em metal, gesso, acrílico, madeira, ou outro material
• Da mesma forma, a representação dos elementos contidos no retábulo é livre, mas deve
ser objetiva, não ocasionando nenhuma dúvida em relação ao que estão simbolizando
• Ficam, portanto, as Lojas livres para escolherem o material de acordo com suas
possibilidades econômicas e configuração do espaço do Templo, o importante é que a
composição do ritual esteja perfeitamente representada nele
AS DIMENSÕES DO RETÁBULO

• O ritual também não determina as dimensões do retábulo. Assim, como ocorre


com tantos outros elementos da decoração de nossos Templos, o que deve
prevalecer é o bom senso
• O retábulo é uma peça cênica, portanto, deve ser assim tratado e igualmente
visto
• O ideal é que possua como largura o mesmo comprimento do Altar da
Sabedoria, para que possa servir como um pano de fundo ou cenário
• Com relação à sua altura, creio que o mínimo adequado seja cerca de 2,10m, a

2,10
altura de uma porta convencional, pois assim não haverá interferência do pé
direito do Templo caso este seja baixo, e sobrará espaço suficiente para
instalação do dossel sobre ele sem prejudicar a visão dos seus símbolos
• Quanto aos símbolos, primeiramente devem ter tamanho proporcional para
manter a harmonia do conjunto, e considerando que haverá pessoas sentadas

1,50
à sua frente, o ideal é que a altura do eixo horizontal dos elementos na base
do conjunto se estabeleça no mínimo a 1,50m do chão para possibilitar sua
visibilidade sem obstáculos
• Por fim, para que a passagem por trás seja confortável, o ideal é que o espaço
entre a parede de fundo do Templo e o retábulo seja no mínimo de 60cm

LARGURA DA MESA
O MATERIAL DO DOSSEL

• Também não há norma no ritual com relação ao material a ser utilizado na fabricação do dossel
• O dossel é um elemento prismático, não necessariamente piramidal, que pode ser construído em estrutura metálica, tubular ou de
madeira, e forrada de tecido
• Pode ser atirantado por cabos no teto do Templo, ou fixado em balanço na sua parede de fundo através de mãos francesas ou
estrutura espacial
• A forração pode ser feita em tecido ou lona vinílica, ressaltando que quanto mais pesado for o material mais robusta deverá ser sua
estrutura de sustentação. O ideal é que sejam usados panos leves como cetim e seda
• As franjas podem ser adaptadas de borlas de cortinas, fabricadas em cordas, ou ainda apenas simbolizadas por tiras de tecido
espaçadas horizontalmente e costuradas ao pano de cobertura do dossel, contanto que sejam douradas ou pelo menos
confeccionadas em tecido amarelo ouro
• Novamente o bom senso deverá prevalecer, e as Oficinas ficam livres para escolher o modelo mais adequado às suas posses e à
configuração espacial do Templo
AS DIMENSÕES DO DOSSEL

30cm

60cm
30cm

• Também não há normatização no ritual em relação às dimensões do dossel


• Como sabemos, ele deve cobrir em projeção o Altar da Sabedoria e o retábulo, portanto, suas dimensões estarão diretamente
relacionadas a estes elementos, variando de Loja para Loja
• O único parâmetro que julgo passível de parametrização é sua testada, já que em síntese será sua parte de maior visibilidade
• Creio que a altura desejável para compor uma fachada harmônica gire em torno de 30cm para a testada do dossel, e outros
30cm para o comprimento das franjas, totalizando esse conjunto em altura 60cm
• Com relação ao solo, ele deve ser instalado logo acima do retábulo, que como vimos anteriormente deve ter no mínimo 2,10m
de altura desde o chão para não conflitar com a altura do pé direito do Templo
• Se for construído dessa maneira, o conjunto retábulo e dossel totalizará 2,70m de altura, que me parece uma dimensão
compatível com a maioria dos pés direitos dos Templos atuais
• De toda forma, essas dimensões são apenas sugestões, medidas genéricas, que evidentemente irão variar de acordo com a
configuração de cada Templo. O objetivo a ser perseguido deve ser sempre o da harmonia e proporção
O RETÁBULO E O DOSSEL SÃO OBRIGATÓRIOS?
• SIM
• Ambos são elementos obrigatórios nos Templos Adonhiramitas
• Constam da descrição do Templo integrante de nosso ritual, que
estabelece os padrões que examinamos durante esta apresentação. Por
esta razão devem ser confeccionados da maneira ali preconizada
• Porém, o bom senso deve sempre prevalecer. Se porventura a Loja se
reunir em um Templo adaptado, configurado para outro Rito por exemplo,
evidentemente a composição do conjunto retábulo e dossel não será
empecilho para realização das sessões
• No entanto, para o bem da tradição, da doutrina do Rito Adonhiramita e da
correta instrução dos maçons, é recomendável que as Lojas enquadradas
nesta hipótese se fortaleçam e se empenhem para trabalhar num espaço
adequado à ritualística assim que for possível
PRECISAM SER CONSAGRADOS?

• Como elementos isolados NÃO


• O retábulo e o dossel são elementos da decoração do Templo, fazem parte de um conjunto,
e dessa maneira, são sagrados na mesma ocasião em que o Templo o for, em Sessão
Magna de Sagração de Templo
• Porém, ambos são elementos que estão sujeitos à deterioração e ao desgaste causados
pelo tempo, portanto, é natural que em algum momento tenham que ser restaurados ou
mesmo integralmente substituídos
• Isso pode ser feito sem a necessidade de uma nova cerimônia de sagração
POSSUEM ALGUMA PROPRIEDADE MÍSTICA?
• NÃO
• São elementos contemplativos, integrantes de um conjunto cênico cujo objetivo é
proporcionar aos maçons presentes no espaço do Templo a visualização de símbolos,
e estimular a reflexão e interpretação de seu significado
• Neste sentido, podem induzir em alguns de nós associações com determinados
princípios metafísicos, mas será uma experiência individual
• O retábulo não é uma mandala ou um amuleto, e não emite nenhum tipo de energia
sutil ou metafísica
• O dossel, por sua vez, não é uma proteção metafísica para os ocupantes do Altar da
Sabedoria
• Ambos possuem um significativo simbolismo como vimos, mas nenhum possui
propriedades mágicas ou sobrenaturais
• Mas podem ser considerados elementos sagrados, pelo menos no Rito Adonhiramita,
uma vez que consideramos todo o espaço a seu redor desta forma, e por isso o
chamamos de Templo, erguido tanto à virtude, quanto à Glória do Grande Arquiteto do
Universo
CONCLUSÃO
• O retábulo e o dossel são elementos que fazem parte da decoração dos Templos
maçônicos modernos na maioria dos Ritos
• Inspirados em práticas medievais, tanto da nobreza quanto da igreja, foram inseridos
nos rituais maçônicos acrescidos de princípios doutrinários de nossa Ordem
• Paulatinamente foram aperfeiçoando suas formas e simbolismo, respeitadas as
individualidades de cada Rito
• A presença destes elementos no Templo Nobre do Palácio Maçônico do Lavradio, no
Rio de Janeiro, datado da primeira metade do século XIX (1842), e restaurado aos
padrões originais por força de tombamento histórico e cultural, nos dá a certeza de que
existiam desde os primórdios da Maçonaria brasileira
• São elementos contemplativos, simbólicos e alegóricos, cujo aprofundamento de sua
análise amplia nossa compreensão da doutrina do Rito praticado pela Loja
• A simplicidade de sua composição, que a princípio pode sugerir um simples recurso
cênico ou decorativo, contrasta com a quantidade de informações que seus símbolos
tentam nos transmitir
• Mas para isso é necessário que sejam interpretados, e cabe a nós maçons essa tarefa,
ainda que permeada da subjetividade característica de nossos egos, pois no final das
contas, somos todos decifradores de símbolos
• Nossas Lojas são simbólicas, toda tradição e ensinamentos propostos pela Maçonaria
moderna estão contidos em símbolos
• Não há nenhum elemento inserido nos rituais ou na decoração de nossos Templos que
tenha se dado de maneira aleatória, ao acaso, tudo tem uma razão de ser, e o objetivo é
disponibilizar através de seu simbolismo os instrumentos para o aperfeiçoamento do
ser humano
O Grupo Adonhiramita de Estudos foi idealizado por maçons
praticantes do Rito. Agrega Irmãos de todos os Ritos, em todos
seus Graus e Qualidades, membros de Potências Simbólicas
Regulares, unidos pelo propósito de fomentar a pesquisa, a troca
de conhecimento, e o debate sobre nossa doutrina, história,
ritualística e liturgia nas plataformas WhatsApp e Telegram.
Os temas tratados se referem exclusivamente ao Grau de
Aprendiz Maçom.

Todos são bem-vindos! Caso haja interesse em participar, basta


solicitar a inclusão no chat.

Agradecemos a todos pela participação, e contamos com sua presença


em nossas próximas palestras.

Que o Grande Arquiteto do Universo nos guie e ilumine!

GRUPO ADONHIRAMITA DE ESTUDOS


DIFUNDINDO A DOUTRINA ADONHIRAMITA BOA NOITE!

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