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E.

E PEI JARDIM IGUATEMI

Maria Clara Tirolo

REFORMA E CONTRARREFORMA RELIGIOSA

São Paulo
2023
BIBLIOGRAFIA

https://www.todamateria.com.br/reforma-e-contrarreforma/

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/contra-reforma.htm
INTRODUÇÃO

A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), teólogo que
criticava certas práticas da Igreja como a venda de indulgências.

Revoltado, Lutero escreveu em documento que passaria à história com o nome de “95
teses” para que seus alunos debaterem em aula. Ali, questionava o poder do Papa e a
eficácia das indulgências.

Inicialmente, a Igreja Católica tratou da questão como se fosse mais uma discussão
teológica entre universitários. No entanto, graças à difusão da imprensa, as ideias de
Lutero circularam rapidamente.

Por isso, em 1520, o papa Leão X exigiu a retratação de Lutero, que se negou a fazê-lo.
No ano seguinte, o imperador Carlos V convocou a "Dieta de Worms", uma reunião de
príncipes germânicos que considerou o monge como herege.

Embora perseguido por suas ideias, parte da nobreza alemã começou a simpatizar com
Lutero. Tratava-se de pessoas que também queriam a renovação da Igreja Católica.

No entanto, o imperador Carlos V não admitia a dissidência em seus domínios e


começou a empreender guerras contra aqueles que apoiassem os luteranos. Os
conflitos só terminaram em 1555, pela "Paz de Augsburgo". Este acordo determinava
que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus
súditos.
A IGREJA CATÓLICA ANTES DA REFORMA

I. A CENTRALIZAÇÃO DO PODER PAPAL E A


CORRUPÇÃO ECLESIÁTICA
Durante a Idade Média, a Igreja Católica se tornou cada vez mais centralizada
em torno do papado, que se tornou uma das instituições mais poderosas da
Europa. No entanto, essa centralização também levou a uma maior corrupção e
abuso de poder dentro da hierarquia eclesiástica, com muitos clérigos
envolvidos em práticas como a venda de cargos e indulgências. Esses
problemas ajudaram a alimentar a Reforma Protestante do século XVI, que
buscou reformar a Igreja Católica e estabelecer novas tradições religiosas
independentes.

II. A VENDA DE INDULGÊNCIAS E O ABUSO DAS


PRÁTICAS SACRAMENTAIS.

Durante a Idade Média e início da Idade Moderna, a Igreja Católica praticava a venda
de indulgências como uma forma de perdão dos pecados. Isso muitas vezes levou a
abusos, onde a venda de indulgências era usada para arrecadar dinheiro, e os fiéis
eram encorajados a comprar indulgências para garantir sua salvação. Além disso,
outras práticas sacramentais, como a confissão e a penitência, também foram
abusadas, com a hierarquia eclesiástica muitas vezes usando esses rituais para exercer
controle sobre os fiéis e arrecadar dinheiro. Esses abusos foram um dos motivos que
levaram à Reforma Protestante do século XVI.

III. A INSATISFAÇÃO COM O CLERO E A DEMANDA POR MUDANÇAS RELIGIOSAS

Durante o final da Idade Média e início da Idade Moderna, muitos fiéis estavam
insatisfeitos com o clero e a hierarquia eclesiástica. Havia crescente descontentamento
em relação à corrupção, à venda de cargos e indulgências, e ao uso abusivo das
práticas sacramentais. Além disso, muitos fiéis começaram a questionar a autoridade
do papado e a necessidade de intermediários entre Deus e os indivíduos. Essa
insatisfação levou à demanda por mudanças religiosas, que foram articuladas pelos
reformadores protestantes do século XVI, como Martinho Lutero e João Calvino. A
Reforma Protestante foi um movimento que buscava reformar a Igreja Católica e
estabelecer novas tradições religiosas independentes.
O RENASCIMENTO E O HUMANISMO

I. O RESSURGIMENTO DO PENSAMENTO CLÁSSICO E A ÊNFASE NA RAZÃO E NA


HUMANIDADE
Durante o Renascimento, que ocorreu no final da Idade Média e início da Idade
Moderna, houve um ressurgimento do pensamento clássico, que enfatizava a razão e a
humildade. Os humanistas do Renascimento acreditavam que os seres humanos eram
capazes de alcançar a excelência através do estudo e da contemplação, e que isso
poderia levar a uma maior compreensão do mundo natural e divino. Essas ideias
influenciaram o pensamento religioso da época, com muitos teólogos começando a
enfatizar a importância da razão e da humildade na compreensão da natureza divina.
Alguns desses teólogos, como Erasmo de Rotterdam, defenderam a necessidade de
uma reforma religiosa baseada na razão e na humildade, em vez de na autoridade da
Igreja. Essas ideias ajudaram a criar um contexto propício para a Reforma Protestante,
que enfatizava a importância da fé individual e da interpretação pessoal da Bíblia.

II. A DISSEMINAÇÃO DA EDUCAÇÃO E DA IMPRENSA, FACILITANDO O ACESSO ÁS


IDÉIAS
Durante a Idade Moderna, a disseminação da educação e da imprensa facilitaram o
acesso às ideias e foram fundamentais para a Reforma Protestante e a difusão de
outras ideias. Com o advento da imprensa, livros e panfletos podiam ser produzidos
em larga escala e facilmente distribuídos, permitindo que as ideias se espalhassem
rapidamente. Além disso, a Reforma Protestante enfatizava a importância da educação
para todos, e muitas denominações protestantes estabeleceram escolas e
universidades para educar seus membros. A ênfase na educação e na leitura da Bíblia
também levou a uma maior alfabetização e a um aumento da demanda por livros e
materiais educacionais. Esses avanços na educação e na imprensa foram cruciais para a
disseminação de novas ideias e para o surgimento de movimentos como a Reforma
Protestante, a Ilustração e o Iluminismo.

A REFORMA RELIGIOSA

I. MARTINHO LUTERO E A REFORMA PROTESTANTE

Martinho Lutero foi um líder religioso alemão que desempenhou um papel


fundamental na Reforma Protestante do século XVI. Nascido em 1483, Lutero estudou
teologia e tornou-se monge agostiniano em 1505. Ele ficou desiludido com as práticas
corruptas da Igreja Católica, especialmente a venda de indulgências, que prometia a
remissão dos pecados em troca de dinheiro. Em 1517, Lutero escreveu suas famosas
95 Teses, criticando a venda de indulgências e outras práticas da Igreja. Ele pregava
que a salvação era alcançada através da fé em Cristo e não por meio de boas obras ou
da compra de indulgências.

Lutero foi excomungado pela Igreja Católica em 1521, mas suas ideias já haviam se
espalhado e ganhado seguidores na Alemanha e em outros países europeus. Em 1529,
seus seguidores foram chamados de "protestantes" por terem protestado contra a
decisão da Dieta de Speyer de proibir a propagação do luteranismo. A partir daí, a
Reforma Protestante cresceu em várias denominações, incluindo os calvinistas, os
anglicanos e os anabatistas.

A Reforma Protestante teve um impacto significativo na Europa, levando a conflitos


religiosos e políticos que duraram séculos. No entanto, as ideias de Lutero e outros
reformadores protestantes também tiveram um impacto duradouro na religião, na
cultura e na política ocidental, incluindo a ênfase na fé individual, na autoridade da
Bíblia e na separação entre Igreja e Estado.

II. OUTROS LÍDERES E MOVIMENTOS REFORMISTAS

Além de Martinho Lutero, outros líderes e movimentos reformistas importantes


surgiram durante a Reforma Protestante do século XVI. Aqui estão alguns exemplos:
1. João Calvino - Calvino era um teólogo francês que desenvolveu a doutrina da
predestinação, que afirmava que Deus havia escolhido algumas pessoas para serem
salvas e outras para serem condenadas antes mesmo de nascerem. Ele fundou a Igreja
Reformada e teve um impacto significativo na Reforma em toda a Europa.
2. Henrique VIII - O rei da Inglaterra rompeu com a Igreja Católica em 1534 e fundou a
Igreja Anglicana, que se tornou a religião oficial do país. A Reforma na Inglaterra foi
motivada em grande parte pelas ambições políticas de Henrique VIII e por suas
divergências com a Igreja Católica em relação à anulação de seu casamento.
3. Ulrico Zwinglio - Zwinglio foi um líder religioso suíço que pregava a importância da
Bíblia e da fé pessoal. Ele liderou a Reforma na Suíça e fundou a Igreja Reformada
Suíça.
4. Anabatistas - O movimento anabatista era composto por diversos grupos que
rejeitavam a ideia de que a igreja e o Estado deveriam estar unidos. Eles pregavam a
separação entre igreja e Estado, o batismo somente de adultos e a não-violência.
5. Socinianos - Os socinianos eram um grupo reformista que rejeitava a doutrina da
Trindade e enfatizava a importância da razão e da liberdade religiosa.

Esses são apenas alguns exemplos de líderes e movimentos reformistas que surgiram
durante a Reforma Protestante. Cada um deles teve um impacto significativo na
religião e na política em suas respectivas regiões.

A CONTRARREFORMA

O Concílio de Trento:

O Concílio de Trento foi uma importante reunião de líderes da Igreja Católica,


realizada entre 1545 e 1563, em Trento, na Itália. Este concílio foi convocado em
resposta à Reforma Protestante e teve como objetivo reformar a Igreja Católica,
reafirmando suas doutrinas e práticas.
Durante o Concílio de Trento, os líderes da Igreja Católica discutiram questões como a
salvação, a autoridade da Bíblia e a liturgia. Eles também abordaram as críticas feitas
pelos protestantes à doutrina católica, como a venda de indulgências.
O Concílio de Trento resultou em várias reformas na Igreja Católica, incluindo a criação
de seminários para formação de padres, o estabelecimento de um catecismo oficial e a
revisão das práticas litúrgicas. Além disso, o concílio reafirmou a autoridade do Papa e
da tradição católica como fontes de ensinamento.
O Concílio de Trento foi um importante momento na história da Igreja Católica e
ajudou a consolidar as doutrinas e práticas que ainda são seguidas pela Igreja hoje
CONCLUSÃO

A Reforma Religiosa foi um movimento iniciado no século XVI que propôs uma reforma
na Igreja Católica Romana, liderado por figuras como Martinho Lutero e João Calvino.
A Contra Reforma, por outro lado, foi a resposta da Igreja Católica à Reforma
Protestante, com o objetivo de reafirmar sua autoridade e corrigir alguns dos
problemas que levaram à Reforma. Ambos os movimentos tiveram um impacto
significativo na história da Igreja e na Europa como um todo.

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