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Física3 U3
Física3 U3
Movimento Plano de
um Corpo Rígido
3
1. OBJETIVOS
• Classificar e analisar os tipos de movimentos planos.
• Analisar o movimento plano utilizando o movimento re-
lativo.
• Utilizar um sistema de referência em rotação para anali-
sar o movimento relativo.
2. CONTEÚDOS
• Movimento plano de um corpo rígido: translação e rota-
ção.
• Análise do movimento absoluto.
• Análise do movimento relativo.
• Análise do movimento relativo utilizando um sistema de
eixos em rotação.
• Aceleração de Coriolis.
• Força de Coriolis.
• Centro instantâneo de rotação.
4. INTRODUÇÃO
Estamos iniciando nosso estudo da Cinemática do Movimen-
to Plano de um Corpo Rígido.
É de fundamental importância, para o máximo entendimen-
to do assunto, que você recorde nos Cadernos de Referência de
Conteúdo de Física e Laboratório de Física I e Física e Laboratório
de Física II as equações do Movimento Uniforme (MU) e do Movi-
mento Uniformemente Variado (MUV). As grandezas vetoriais es-
tarão representadas em negrito ao longo do texto – isso evitará o
equívoco entre grandezas escalares e vetoriais.
Nesta unidade, iremos definir os conceitos de translação e
rotação de um corpo rígido. Enunciaremos o Teorema de Chasles
para facilitar o estudo de como se comporta um corpo rígido ao so-
frer uma translação ou uma rotação, ou ambas, simultaneamente;
desenvolveremos as suas equações em diferentes referenciais que
nos permitirão calcular a sua velocidade e aceleração, no caso da
translação, e sua velocidade angular e aceleração angular. Um es-
tudo sobre as derivadas temporais de vetores em diferentes refer-
enciais é realizado ao longo do texto, pois são extremamente úteis
nesta unidade. Com o avançar do conteúdo, iremos unir os dois
movimentos ao corpo, estudando assim o seu movimento absolu-
to, e iremos determinar as suas equações vetoriais. E, finalizando,
veremos o vetor Aceleração de Coriolis e definiremos a Força de
Coriolis, extremamente importante nos problemas que envolvem
nosso planeta como sistema de referência.
© U3 - Cinemática do Movimento Plano de um Corpo Rígido 91
Introdução
Você já imaginou que quando todas as partículas de um cor-
po rígido se deslocam ao longo de sua trajetória, equidistantes de
um plano fixo, ele sofre um movimento plano?
Mas agora você deve estar pensando quais as possibilidades
que um corpo rígido tem para se movimentar. Existe três tipos de
movimentos planos, a saber:
a) Translação: imagine uma linha sobre o centro do corpo
e que esta permaneça paralela à sua orientação origi-
nal durante o movimento. Se isto ocorrer, o movimento
será dito de translação. Temos duas possibilidades para
a translação: se a trajetória para quaisquer dois pontos
sobre o corpo seguir linhas paralelas (Figura 1), a trans-
lação será classificada como retilínea; por outro lado, se
ao longo da trajetória surgirem "curvas" equidistantes, o
movimento será chamado de translação curvilínea.
dA
=0 (3.1)
dt xyz
Agora, imagine que você está em XYZ. Você verá que o ve-
tor A se desloca ao longo do tempo, pois o referencial xyz está em
movimento em relação a você em XYZ! Consequentemente, a sua
derivada (3.1) não será nula.
Vamos considerar novamente o Teorema de Chasles, de
modo que:
© U3 - Cinemática do Movimento Plano de um Corpo Rígido 97
⋅
a) o movimento de translação R não irá alterar a direção
do vetor A em relação ao referencial XYZ;
b) analisaremos uma rotação em torno de um eixo passan-
do por O.
d ∈_
dA d ∈θ
=
A_ r + Aθ (3.3)
dt X ' Y ' Z ' r dt dt X ' Y ' Z '
X 'Y ' Z '
© U3 - Cinemática do Movimento Plano de um Corpo Rígido 99
d ∈_
Se considerarmos r = ω ∈θ e
dt
X 'Y ' Z '
d ∈θ _
dA
A_ ω ∈ θ – Aθ ω ∈_
= (3.4)
dt X ' Y ' Z ' r r
dA
=ω ⋅ A (3.6)
dt X'Y'Z'
Note que a equação (3.6) fornece a derivada de um vetor em
relação ao tempo para um vetor fixo A em um referencial xyz, que
se move em relação ao referencial XYZ.
Podemos concluir que (3.6) não sofre alteração quando:
a) o vetor estiver fixo em outra posição em relação a xyz;
b) o eixo de rotação de xyz é deslocado para uma nova po-
sição.
Se derivarmos mais uma vez (3.6), obteremos
d2A dω dA
2= ⋅ A + ω ⋅ ⋅ (3.7)
dt X'Y'Z' dt X'Y'Z' dt X'Y'Z'
Exercício resolvido
1) A partir de (3.7), deduza a seguinte equação:
d2A
2 = ω ⋅ A + ω ⋅ (ω ⋅ A )
dt X'Y'Z'
Na Figura 8, considere o seguinte conjunto: um disco de nylon
N montado em um eixo. O conjunto está apoiado em dois mancais
A e B. Suponha que o conjunto seja rotacionado com velocidade
angular constante ω2 = 5 rad / s em relação a uma plataforma
circular de madeira, sobre a qual os mancais A e B se encontram
apoiado. A plataforma será submetida a um giro com velocidade
angular constante de ω1 = 2,5 rad / s em relação ao solo no eixo
Z, do sistema de referência XYZ.
ω=
T ω1 + ω2 (1)
⋅
ω T –12,5 i ⋅ rad / s 2
=
⋅⋅ ⋅ ⋅
ω T = ω1 ⋅ ω2 + ω1 ⋅ ω 2
⋅⋅
ω T =0 + ω1 ⋅ (ω1 ⋅ ω2 )
(5)
⋅⋅
ωT =
5k ⋅ (2,5k ⋅ 5 j )
⋅⋅
ω T –62,5 j ⋅ rad / s 2
=
dA
=0
dt XYZ
dA
= ω⋅A
dt X 'Y ' Z '
r = x i + yj + z k (3.8)
dr ⋅ ⋅ ⋅
= x i + yj + z k (3.9)
dt xyz
dr
Agora, devemos efetuar . Devemos lembrar que i , j , k
dt XYZ
são funções do tempo, pois estes geralmente apresentam movimento de
rotação em relação ao referencial XYZ. Portanto, temos:
dr ⋅ ⋅ ⋅ ⋅
= ( x i + yj + z k ) + ( xi + yj + z k ) (3.10)
dt XYZ
Como i , j , k são vetores fixos em xyz, logo:
di
= ω ⋅i
dt
dj
= ω⋅ j (3.11)
dt
dk
= ω ⋅k
dt
Considerando (3.11) podemos reescrever xi + yj + zk
como:
xi + yj + zk = ω ⋅ ( xi + yj + zk ) = ω ⋅ r (3.12)
dr dr
= +ω ⋅r (3.13)
dt XYZ dt xyz
dA dA
= +ω ⋅ A (3.15)
dt XYZ dt xyz
Exercício resolvido
Um caça, com velocidade de 100 m/s, realiza em torno de
seu eixo um tuno com velocidade de 15 rad/s. Uma pequena ante-
na de comunicação, localizada a 1,5 m da linha de centro do caça,
move-se para fora, na vertical, com velocidade de 1,2 m/s em re-
lação ao caça. Determine a velocidade da extremidade da antena
em relação ao solo quando o caça se encontra na horizontal.
Resolução:
Consideramos como referencial estático XYZ o solo e o refe-
rencial móvel xyz no caça (Figura 10).
© U3 - Cinemática do Movimento Plano de um Corpo Rígido 105
5.5. TRANSLAÇÃO
Figura 11 Este aríete medieval sofre translação curvilínea quando submetido a um ataque.
rB / A = rB – rA (3.15)
drB / A
υ=
B υA + (3.16)
dt
Como a intensidade de rB / A é constante, a sua derivada tem-
poral drB / A é nula, o que nos permite concluir que:
dt
υ A = υB (3.17)
α A = αB (3.18)
Figura 13 Para que a engrenagem central possa girar, a velocidade e aceleração angular
são vetores orientados ao longo do eixo vertical de rotação.
ω
= ω0 + α t
1
θ =θ 0 + ω0 t + α t 2 (3.19)
2
ω 2 = ω02 + 2α∆θ
2π r – 2π
s –θ
O que nos fornece s – rθ , como o raio r é constante e, para
o giro dθ , obtemos o deslocamento de P dado por ds = rdθ .
Podemos definir a velocidade do ponto P como
ds / dt = rdθ / dt , a qual fornece υ = rω (Figura 15), cuja direção
é tangente à trajetória circular.
at = ar
(3.20)
an = ω 2 r
Particularmente, a= α ⋅ r – ω 2 r .
Lembre-se de que, para a maioria dos problemas ou situa-
ções do cotidiano, o conjunto de equações a seguir serve para se
determinar a velocidade do ponto P e as suas componentes de
aceleração.
υ = ωr
at = α r (3.21)
an = ω 2 r
v = ω ⋅ rP = ω ⋅ r
at = α ⋅ rP = α ⋅ r (3.22)
an =ω ⋅ (ω ⋅ rP ) =–ω 2 r
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Resolução:
Começaremos analisando o problema: o barbante está enro-
lado sobre uma polia que gira em torno de um ponto fixo, então o
ponto P irá apresentar uma trajetória circular e a aceleração des-
te ponto apresenta as componentes tangencial e normal. Como o
barbante está enrolado na polia, temos que a componente normal
é nula e a componente tangencial será igual à aceleração submeti-
da à polia at = (2t ) m / s 2 .
at = α r
2t= α ⋅ (0, 4)
dω
α=
dt
Ou seja, d ω / dt = 5t .
Integrando,
ω t
∫ d ω = ∫ 5tdt
0 0
Resulta:
ω = 2,5t 2 rad / s .
Para se encontrar a posição angular, basta lembrar que
ω = dθ / dt .
θ t
2,5 3
Sua integral ∫ dθ = ∫ 2,5t 2 dt fornece θ = t rad .
0 0 3
1) Um corpo B está conectado a uma polia dupla por ca-
bos inextensíveis como mostrado na Figura 17. O movi-
mento da polia é controlado pelo cabo C, que apresenta
aceleração constante de 0, 005 m / s 2 e uma velocidade
inicial de 0,3 m / s 2 , ambas orientadas para a direita.
Determine:
a) O número de revoluções executadas pela polia em 4 s.
b) A velocidade e posição do corpo B após 4 s.
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Resolução:
a) Como consideramos os cabos inextensíveis, a velocidade
do ponto D é igual à velocidade do ponto C, sendo as
componentes tangenciais da aceleração também iguais.
Logo:
(υ=
D) (υ
= C) 0,3 m / s 2 e
aC )t 0, 005 m / s 2
(aD ) (=
=
De acordo com (3.21), podemos escrever:
(υ D ) = ω0 r ⇒ 0,3 m / s 2 = ω0 (0, 75 m) ⇒ ω0 = 0, 4 rad / s
1 rev
1, 654rad = 0, 263rev
2π rad
υ = ds / dt , a = dυ / dt , ω = dθ / dt e α = d ω / dt (3.23)
Exercícios resolvidos
1) Imagine (Figura 18) uma barra R e que sua extremidade
mantenha contato com o came ( r = 25 cm ) através de
uma mola. Se o came gira em torno de um eixo passando
pelo ponto O com uma aceleração angular α = 1 rad / s 2
e uma velocidade angular ω = 2 rad / s , determinar a
velocidade e aceleração da barra quando o came está na
posição θ= 45° .
Resolução:
Começamos analisando a geometria do problema. Você
pode notar que o triângulo ΔRAO é isósceles, pois seus lados, AR
e AO, são iguais ao raio r do cilindro; logo, os ângulos de sua base
serão iguais a θ. Para relacionar o movimento de translação reti-
línea da barra com o movimento de rotação do OA , iremos esco-
lher as coordenadas x e θ, medidas a partir do ponto fixo O. Pela
geometria do problema, sabemos que OC = CB = r cos θ , então
x = 2r cos θ .
Agora, para obtermos a velocidade do ponto R que vamos
derivar em relação ao tempo t , lembre-se de que θ também varia
com o tempo. Temos:
dx dx dθ dθ
= = –2rsenθ
dt dt dt dt
Portanto,
= a –2r (α senθ + ω 2 cos=
θ ) ⇒ a –1, 768 m / s 2 .
Note que a velocidade e a aceleração que encontramos es-
tão em função do ângulo θ .
Para se abrir uma grande porta, pode-se utilizar um cilindro
hidráulico AB. Se a velocidade de extensão do cilindro é constante
de 0,5 m / s , determine a velocidade angular e a aceleração angu-
lar da porta no instante θ= 15° .
Resolução:
Observando a Figura 19, notamos que no movimento angu-
lar da porta podemos utilizar a coordenada θ e, para o movimen-
to de A para B, do cilindro hidráulico, utilizamos a coordenada s.
Pela geometria, podemos utilizar a lei dos cossenos para o
ΔOAB relacionar as duas coordenadas:
s 2 = 20 – 16 cos θ
Para θ = 15 , s = 2,13 m .
ds dθ
Derivando (1) em relação ao tempo, 2 s = 0 + 16( senθ ) .
dt dt
Como ds / dt = υ s ' ,
s (υ s ) = 8senθω (2)
ds dυ S dθ dω
υS + s = 2 cos θ ω + 2senθ (3)
dt dt dt dt
Como dυ S / dt = 0 , pois a velocidade de extensão do cilindro
é constante, e, substituindo os dados conhecidos na equação 3, en-
contramos o valor para a aceleração angular α = –0, 415 rad / s 2 .
Você deve ter notado que a determinação da geometria do
problema foi importante para a resolução.
Na seção a seguir, você irá analisar a velocidade e a acelera-
ção que um corpo apresenta ao realizar um movimento relativo.
rB= rA + rB / A (3.24)
(translação) υ=
B υ A + υB/ A (3.25)
Exercício resolvido
Uma parte de um brinquedo é projetada conforme a Figura
21. A barra que une as peças A e B pode se deslocar ao longo de
trilhos fixos. Se a velocidade da peça A é 1 m/s para baixo, deter-
mine a velocidade de B no instante θ= 30° .
Resolução:
Observando a figura, notamos que, como υ A está direcio-
nada para baixo, υ B deve estar direcionada para cima. Isto faz com
que a barra de ligação gire no sentido anti-horário. Se descobrir-
mos as intensidades de υ B e υ B / A , podemos encontrar a velocid-
ade angular do conjunto pela relação.
υ B = υ A + ω ⋅υ B / A
aB =+
a A ( aB / A )t + ( aB / A ) n (3.27)
aB = a A + a ⋅ rB / A – ω 2 rB / A (3.28)
Exercício resolvido
Em um dado instante, um pneu de raio r = 70 cm (Figura
22) possui velocidade angular ω = 5 rad / s e aceleração angular
α = 1 rad / s 2 . Determinar a aceleração de seu centro G e a acele-
ração de seu ponto de contato em A se ele rola sem deslizar.
Resolução:
O enunciado nos diz que a lata rola sem deslizar. Isso nos
permite concluir que υ A = 0 ; assim, podemos montar as seguintes
equações:
υG = υ A + ω ⋅ rG / A
υG i =
0 + (–ω k ) ⋅ (rj )
aG = a A + a ⋅ rG / A – ω 2 rG / A
i + (a A ) y j + (– ak ) ⋅ (rj – ω 2 )(rj )
ari =
drA/ B dxB dy di dj
= i+ B j + xB + (3.29)
dt dt dt dt dt
Esta estratégia será muito útil. Observe no primeiro parên-
teses que os termos representam as componentes da velocidade
do ponto B, vistas em relação a um observador fixo. Já no segundo
as derivadas representam a variação dos vetores unitários i e j,
dr
medida por um observador fixo, ou seja, a variação A/ B é vista
dt
por um observador em um referencial fixo. Essas variações estão
relacionadas com a rotação dθ dos eixos x, y, z. Agora, iremos
considerar que a direção di é definida por +j , visto que di é tan-
gente à trajetória e para dj sua direção é –i .
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υ=
B υ A + Ω ⋅ rB / A + (υ B / A ) xyz (3.34)
Sendo:
1) υ B a velocidade de B medida no referencial XYZ;
2) υ A a velocidade da origem A do referencial xyz medida
em relação ao referencial XYZ;
3) (υ B / A ) xyz por definição a velocidade de B em relação a A
medida no referencial em rotação xyz;
4) Ω velocidade angular de referência xyz, medida a partir
de XYZ;
5) rB / A posição de B em relação a A.
Observando, a partir do sistema de coordenadas XYZ,
podemos expressar a aceleração de B derivando em relação ao
tempo (3.27), a qual resulta em:
drB / A d (υ B ) xyz
a=
B a A + Ω ⋅ rB / A + Ω ⋅ + (3.35)
dt dt
⋅ dΩ
Em que Ω = é aceleração angular do sistema de coor-
dt
denadas xyz:
a=
B a A + Ω ⋅ rB / A + Ω ⋅ (Ω ⋅ rB / A ) + 2Ω ⋅ (vB / A ) xyz + (aB / A ) xyz (3.36)
Exercício resolvido
O mecanismo de Genebra, como mostrado na Figura 25, é
utilizado em instrumentos de contagem e em aplicações onde um
movimento de rotação é necessário. O disco D apresenta uma ve-
locidade angular ωD = 8 rad / s no sentido anti-horário. Um pino
está fixo ao disco D e desliza ao longo das ranhuras no disco S. É
necessário que a velocidade angular do disco S seja nula no instan-
te em que o pino entrar e sair de cada ranhura. Para o caso de 4
ranhuras, a distância necessária, entre os centros dos discos, para
ϕ 135° , determinar:
isso ocorrer é de l = R 2 . Para =
a) a velocidade angular ωS ;
a) a velocidade do pino P, υ P / S .
Resolução:
© U3 - Cinemática do Movimento Plano de um Corpo Rígido 125
2
r= R 2 + l 2 – 2 Rl cos 60° → =
r 52,53 mm
υ P ω=
= DR (8 rad / s )(25 mm)
υ P = 200 mm / s
Iremos considerar o movimento do pino P ao longo da ranhu-
ra no disco S. Iremos considerar P' o ponto em S, que corresponde
ao pino P no instante de tempo considerado, e, escolhendo um sis-
tema de coordenadas em rotação em S, podemos então escrever
υ=
P υP ' + υP/ S
6,1
= mm / s (52,53 mm)ω
= S → ωS 0,12 rad / s
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aC = 2Ω ⋅ (υ B / A ) xyz (3.37)
Exercícios resolvidos
1) Um guindaste gira com velocidade angular constan-
te ω g = 0, 2 rad / s . Simultaneamente, ele levanta
a sua lança com uma velocidade angular constante
ωt = 0,3 rad / s , em relação ao operador em sua cabine.
Sabe-se que o comprimento de sua lança é de l = 10 m .
Determine a velocidade e a aceleração na ponta da lança
(P).
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Resolução:
Para a resolução, iremos considerar o sistema de refe-
rência XYZ fixo e o sistema xyz em rotação. As velocidades an-
gulares podem ser definidas como Ω = ω= g (0, 2 rad / s ) j e
ωB /=
F ω=1 (0,3 rad / s )k .
A velocidade do ponto P será dada por:
υ=
P υP ' + υP/ F
υP/ F =
ωB / F .r =
(0,3 rad / s )k ⋅ [(7, 66 m)i + (6, 43 m) j ] =
–(1,93 m)i + (
Portanto:
2 2 2 2
• aP –(0, 0306 m / s )i – (0,579 m / s )i – (0, 69 m / s ) j + 0,92 m / s )k
aP –(0,885 m / s 2 )i – (0, 69 m / s 2 ) j + (0,92 m / s 2 )k
υ0 = 0 rC / O = (0, 2i )m
a0 = 0 (υC / O ) xyz
Ω =(–2k ) rad / s 2
Força de Coriolis
A Força de Coriolis é de grande interesse em Mecânica, pois
ela é capaz de relacionar e explicar certos fenômenos físicos, cujo
sistema de referência a ser considerado é a Terra. Sabemos que,
para muitos problemas da Mecânica, em que o intervalo de tem-
po t a ser considerado é pequeno (o deslocamento de um carro
em uma rodovia, um navio navegando, a diferença de potencial
gravitacional), a superfície da Terra serve como um sistema de re-
ferência inercial. Entretanto, quando o intervalo de tempo t a ser
considerado é grande (missões espaciais rumo a outros corpos ce-
lestes, escoamento de um rio em direção ao oceano, fluxo de ar
na atmosfera e as correntes marítimas), a superfície terrestre deve
ser considerada como um referencial não inercial.
2π
ω = k (3.38)
(24 dias )(3.600 s )
Podemos então aplicar a Lei de Newton para esta partícula
em xyz:
..
(3.39)
F – mR = 0
..
E, em seguida, analisaremos a força inercial –m R para a partícu-
la. Se considerarmos o raio médio da Terra,= R 6,37 ⋅ 106 m , teremos:
⋅⋅
= m ( – R ω 2 ) j m(33, 67 mN ) j
R –= (3.40)
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m R ( sen θ ) ω 2 (3.41)
= –2mω ⋅ Vxyz
FCoriolis (3.42)
υA υ
ω
= = A
(3.43)
AC l cos θ
υ B = υ A tg θ (3.44)
• Para assistir ao vídeo, pelo seu CD, clique no Botão – Vídeos e selecione:
Física e Laboratório de Física III – Vídeos Complementares – Comple-
mentar 3.
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6.1. BIOMECÂNICA
Indicamos a leitura de Princípios e Aplicações de Biomecâ-
nica disponibilizado pela Profa. Léia Bernardi Bagesteiro, no qual
ela define os conceitos da Biomecânica, procurando relacioná-
los com a Mecânica e a Fisiologia do movimento humano para
desenvolver técnicas que minimizem a eficiência da marcha do
corpo. Disponível em: <http://ebm.ufabc.edu.br/wp-content/up-
loads/2012/06/pab_30052012.pdf>. Acesso em: 3 dez. 2013.
mecatronica.eesc.usp.br/wiki/upload/3/37/Aula_4_SEM0104.
pdf>. Acesso em: 4 dez. 2013.
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em res-
ponder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos es-
tudados para sanar as suas dúvidas.
2π
Considere 1 rpm = rev .
60
1) O movimento de um came é definido pela equação= θ (t ) t 2 – 5t + 6 , sendo
θ em radianos e t em segundos. Determinar a posição, a velocidade e a
aceleração do came para: a) t = 0 s e b) t = 10 s .
4) Um disco com raio de 0,15 m gira com uma velocidade angular inicial de
2
2 rad / s e tem uma aceleração angular constante de 1 rad / s . Determine
a intensidade da velocidade e aceleração de um ponto P na borda do disco
quanto t = 2 s .
a) υ 0,3
= = m / s; a 2, 405 m / s 2 .
b) υ 0,=
= 6 m / s; a 2,504 m / s 2 .
c) υ 0,3
= = m / s; a 2,540 m / s 2 .
d) υ 0,=
= 6 m / s; a 2, 405 m / s 2 .
5) O movimento de um disco banhado a óleo é definido por: θ = θ 0 (1 – e – t /4 ),
com θ em radianos e t em segundos. Sabendo que θ 0 = 0, 20 rad , determi-
nar a coordenada, a velocidade e a aceleração angular do disco para t = 6 s .
2
a) 0, 256 rad ; 0, 011 rad / s ; 0, 00275 rad / s .
b) 0,156 rad ; 0, 021 rad / s ; 0, 00275 rad / s 2 .
c) 0,156 rad ; 0, 011 rad / s ; 0, 00275 rad / s 2 .
d) 0,156 rad ; 0, 011 rad / s ; 0, 02075 rad / s .
6) Logo após o ventilador ter sido ligado, o motor fornece às pás uma acelera-
ção angular α = (20e – 0, 6t ) rad / s 2 , em que t é dado em segundos. De-
terminar a velocidade da ponta P de uma das pás quando t = 3 s . Quantas
revoluções as pás realizaram em 3 segundos? Quando t = 0 a pá está em
repouso.
Determine
I – a velocidade angular da barra, a velocidade do pino em relação a extre-
midade A;
II – a velocidade do pino na extremidade A.
a) x= y= 0 m ; z = 9,19 m .
b) x= y= 1,19 m ; z = 0 m .
c) x= y= 0 m ; z = 1,19 m .
d) x= y= 9,19 m ; z = 0 m .
a) 50 cm ; υ B = 1, 2 m / s ; υ D = 20,80 m / s .
b) 50 cm ; υ B = 1 m / s ; υ D = 28,80 m / s .
c) 25cm ; υ B = 1 m / s ; υ D = 20,80 m / s .
d) 50 cm ; υ B = 1 m / s ; υ D = 20,80 m / s .
10) Uma barra de 1 m repousa em um plano. Ao se aplicar uma força P em
A produziu-se as seguintes acelerações: a A = 2, 4 m / s 2 para a direita,
α = 3 rad / s 2 no sentido anti-horário se visto de cima. Determine a acele-
ração:
I – do ponto G;
II – do ponto B (aG = 1, 05 m / s 2 ); aB = –0, 45 m / s 2 ) .
a) aG = 1,55 m / s 2 ; aB = –0, 45 m / s 2 .
b) aG = 1, 05 m / s 2 ; aB = –0,55 m / s 2 .
c) aG = –1, 05 m / s 2 ; aB = 0, 45 m / s 2 .
d) aG = 1, 05 m / s 2 ; aB = –0, 45 m / s 2 .
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) Alternativa "a".
2) Alternativa "b".
3) Alternativa "c".
4) Alternativa "d".
© U3 - Cinemática do Movimento Plano de um Corpo Rígido 147
5) Alternativa "c".
6) Alternativa "b".
7) Alternativa "a".
8) Alternativa "c".
9) Alternativa "d".
8. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final de mais uma unidade! Esta apresentou
conteúdos com um grau de complexidade mais elevado. Nesses
estudos, tivemos a oportunidade de relembrar alguns conceitos
de Física I e Geometria Analítica, com aplicações vetoriais das for-
ças e suas ferramentas para resolução dos problemas de grau mais
complexo. Aprendemos o motivo pelo qual os ciclones apresen-
tam diferentes sentidos de rotação, pois são influenciados pela
Força de Coriolis. A leitura dos Conteúdos Digitais Integradores nos
ajudou a esclarecer eventuais dúvidas. Lembre-se de que ter dúvi-
das é um ponto importante no processo de aprendizagem e que, a
partir delas, podemos realmente fixar nossa ideia.
Este conteúdo terá grande importância para o estudo da
Unidade 3.
9. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Tipos de trajetórias esquematizadas. Disponível em: <http://rotadosconcursos.
com.br/banco/public/imagens_provas/12981/10.gif>. Acesso em: 21 nov. 2013.
Figura 2 Roda-gigante – o movimento de um passageiro será de rotação em relação a quem
o observa. Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?sa=X&rlz=1C1CHMC_
pt-BRBR455BR455&es_sm=93&biw=1366&bih=653&tbm=isch&tbnid=ckP60j_
JcR7HRM:&imgrefurl=http://www.minhasdicas.com.br/blog/1116/roda-gigante-que-
roda-sem-rodar/&docid=8Wg0rlbmFmOEQM&imgurl=http://www.minhasdicas.com.
br/wp-content/uploads/roda-gigante-efeito.jpg&w=465&h=477&ei=YJxRUvD0G4bo9A
SO_ICQAw&zoom=1&ved=1t:3588,r:8,s:0,i:112&iact=rc&page=1&tbnh=180&tbnw=176
&start=0&ndsp=11&tx=70&ty=68>. Acesso em: 21 nov. 2013.
Figura 3 Golpe no tênis de mesa: a bolinha foi inserida um movimento de translação
juntamente com uma rotação. Disponível em: <http://www.google.com.br/
imgres?rlz=1C1CHMC_pt-BRBR455BR455&es_sm=93&biw=1366&bih=653&tbm=isch
&tbnid=-Pfk2Y3DhjMW3M:&imgrefurl=http://www.brasilemalta.net/tenis-de-mesa-
fundamentos.html&docid=udzJYEIDDT4-gM&imgurl=http://www.brasilemalta.com.br/wp-
content/uploads/2012/08/T%2525C3%2525AAnis-de-Mesa-3-550x309.jpg&w=550&h=309
&ei=bZ5RUu7oPJGO9AT5r4HQCQ&zoom=1&ved=1t:3588,r:64,s:0,i:277&iact=rc&page=4&t
bnh=168&tbnw=300&start=63&ndsp=21&tx=183&ty=104>. Acesso em: 21 nov. 2013.
Figura 11 Este aríete medieval sofre translação curvilínea quando submetido a um ataque.
Disponível em: <http://www.asinbe.com/images/historia/legion/ariete_cubierto.jpg>.
Acesso em: 22 nov. 2013.
Figura 13 Para que a engrenagem central possa girar, a velocidade e a aceleração angular
são vetores orientados ao longo do eixo vertical de rotação. Disponível em: <http://
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Figura 35 Sentido de rotação dos ciclones nos hemisférios Norte e Sul Disponível em:
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/69/Coriolis_effect14.png>.
Acesso em: 22 nov. 2003.
Sites
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Geneva Mechanism 01 – Changing from continuous movement to alternative movement.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=t7ZnHDdIvn0>. Acesso em: 3 dez.
2013.
Mecanismo de Genebra automatizado. Disponível em: <http://www.youtube.com/
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NOVA PBS. The Coriolis Effect. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=i2mec3vgeaI>. Acesso em: 3 dez. 2013.
UNIVERSIDAD DE BUENOS AIRES. Clase 6 – Movimiento relativo – Parte 1. Disponível
em: <http://www.youtube.com/watch?v=V6WsQCPF2sk>. Acesso em: 3 dez. 2013.
SHAMES, Irving. Dinâmica – Mecânica para a engenharia. 14. ed. São Paulo: Pearson
Brasil, v. 2, 2003.
YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física I – Mecânica. 12. ed. São Paulo: Pearson
Brasil, 2008.