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Uma sociedade pluralista e socialmente diversificada, onde coexistem

uma série de grupos heterogéneos, não deve ter espaço para discriminação,
sexismo e violações dos direitos humanos básicos. Conclui-se que as
mulheres são um grupo particularmente vulnerável devido ao seu género,
como evidenciado pelas contínuas violações dos seus direitos. Embora esta
seja uma previsão comum, as violações da dignidade e dos direitos das
mulheres ainda são uma norma, o que mostra que é difícil para algumas
sociedades reconhecer que as mulheres estão em pé de igualdade com os
homens e considerar as mulheres como sujeitos de direitos, liberdade e
igualdade.
Em termos de proteção dos direitos humanos das mulheres, é mesmo
muito expressivo ter em conta situações de violência e violações relacionadas
com as mulheres, especialmente quando o gozo dos seus direitos está
seriamente prejudicado. Portanto, embora as dificuldades da perspectiva
universalista não possam ser desculpadas, ela é considerada importante
como um ponto de chegada: o universalismo integrado.
Portanto, procurou-se enfatizar a importância do desenvolvimento dos
direitos humanos e da sua internacionalização, principalmente relacionados
com a proteção dos direitos dos sujeitos historicamente excluídos dos
processos políticos, para confirmar a sua igualdade como atores
sociopolíticos, e para propor vários instrumentos que tratam dos direitos
humanos das mulheres. questões de proteção. Nesta ocasião, a contribuição
dos tratados internacionais para a protecção dos direitos humanos,
especialmente os direitos humanos das mulheres, promoveu enormemente
condições livres e iguais para o desenvolvimento social.
Destaque especial, no Brasil, a aprovação da lei Maria da Penha em
2006 que reconhece a mulher como vítima contumaz de violência de gênero
e, que por prever a ação penal condicionada à representação, tem
constituído obstáculo legal ao direito de punir do Estado sendo necessário
o seu aperfeiçoamento. Já tramita o Projeto de Lei 5.297, de 2009, que
”altera o art. 16 da Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006 para estabelecer que a
ação penal nos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher é
pública e incondicionada”, afastando a vítima a decisão sobre a
representação, afastam-se os pretextos para exercer a pressão sobre a
vítima.
Os avanços na ordem jurídica brasileira ocorrem principalmente com as
mudanças de atitude e de comportamento da sociedade. A legislação não é
suficiente para transformar as estruturas consolidadas de dominação, mas
têm se mostrado de extrema importância para promover e também
impulsionar as mudanças. O estudo aponta ainda para algumas
características gerais das normas para mulheres. A maioria delas é do tipo lei
ordinária, com baixo impacto orçamentário e de iniciativa do Poder
Legislativo.
Além disso, pode-se observar o aumento progressivo da inserção de
normas de gênero no ordenamento brasileiro, o que merece outros estudos
para avaliação da possível interferência do posicionamento político na
inserção das normas ou a mera repetição do comportamento legislativo
quando o tema central é da ordem do social, como já observado em outros
estudos. Para que a democracia alcance sua plenitude é necessária a
democratização da vida social, das relações entre homens e mulheres,
crianças e adultos, jovens e adultos, na vida privada e na esfera pública e nas
relações de poder no âmbito da sociedade civil.
É preciso, portanto, um novo olhar para os direitos humanos
tradicionalmente estabe- lecidos; um olhar que inclui a mulher e as suas
especificidades, conformadas em um processo histórico construído
desigualmente na pauta dos direitos humanos, que evidencia as constru- ções
assimétricas de poder e, como tal, afeta desproporcionalmente homens e
mulheres.

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