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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

MECÂNICA DOS FLUIDOS

IVAN OLIVEIRA DO NASCIMENTO JUNIOR

LUCAS PASSOS TOMAZ

MONARAH LOUISY RODRIGUES PALITO TOMAZ

RELATÓRIO DO EXPERIMENTO 05 - FORÇA DE IMPACTO DE


JATOS EM SUPERFÍCIES DEFLETORAS

JOÃO PESSOA - PB

2023
IVAN OLIVEIRA DO NASCIMENTO JUNIOR

LUCAS PASSOS TOMAZ

MONARAH LOUISY RODRIGUES PALITO TOMAZ

Relatório apresentado como complemento da


quarta nota da disciplina Mecânica dos Fluidos.

Docente: Prof. Dr. Davi de Carvalho Diniz Melo

JOÃO PESSOA - PB

2023
Sumário
1. INTRODUÇÃO 1
2. OBJETIVOS 4
3. BASE TEÓRICA 1
4. METODOLOGIA 1
5. PROCEDIMENTO 1
6. RESULTADOS 1
7. ANÁLISE DOS RESULTADOS 1
7.1. GRÁFICO DAS CURVAS F j x V j 2
7.2. GRÁFICO DAS CURVAS F s x V j
y
2
8. CONCLUSÃO 1
9. REFERÊNCIAS 1
1. INTRODUÇÃO

A investigação das forças exercidas por jatos de água em superfícies sólidas


desempenha um papel crucial no desenvolvimento e aprimoramento das suas
aplicações em situações cotidianas. Um exemplo prático disso é a concepção de
pás para turbinas e bombas, que precisam operar eficazmente em contato com
fluidos em movimento. Compreender as forças que atuam nessas pás é vital para
otimizar seu desempenho e segurança.

A análise dessas forças de jato exige o uso de instrumentos de medição


especializados, que podem empregar uma série de métodos para obter medidas
precisas. Entre esses métodos, podemos citar a avaliação da força por meio da
observação de deformações em molas sob a influência do jato d'água. Também é
possível equilibrar a força aplicada pelo jato usando contrapesos, permitindo uma
avaliação indireta. Além disso, a medição direta da vazão do fluido é outra
abordagem valiosa para determinar a intensidade da força do jato.

No experimento mencionado, foi utilizado um dispositivo de medição que


incorpora um contrapeso e medições precisas da vazão de água. O objetivo principal
desse experimento era ganhar uma compreensão mais profunda dos fatores que
influenciam a obtenção de medidas precisas em cada método específico. Esses
fatores podem incluir a velocidade e a pressão do jato, a distância entre o jato e a
superfície sólida, entre outros. Além disso, o estudo visava identificar possíveis
fontes de erro que podem afetar a exatidão das medições.
2. OBJETIVOS

A prática descrita neste relatório tem como objetivo determinar


experimentalmente as forças resultantes de impactos de jatos de água incididos
sobre superfícies defletoras.

3. BASE TEÓRICA

A Segunda Lei de Newton estabelece que a força líquida agindo sobre um


objeto em movimento é igual ao produto da massa desse objeto pela sua
aceleração.


F R =m∙ ⃗a (1)

Sabe-se que a aceleração de um objeto é expressa como a mudança na


velocidade entre dois pontos durante um determinado período de tempo. Por
definição, o momento de um objeto é calculado multiplicando-se a sua massa pela
sua velocidade.


F R =m∙ ⃗a =m( )
d ⃗v
dt
d
= (m v⃗ )
dt
(2)

A equação (2) ilustra que, para o sistema sob exame, a força resultante que
age sobre uma pequena parte infinitesimal do fluido é equivalente à mudança ao
longo do tempo na quantidade de movimento. Na Figura 1, é apresentada uma
seção de um conduto, considerando que, sob condições de regime permanente, as
propriedades do fluido permanecem inalteradas em cada ponto ao longo do tempo,
embora possam variar de um ponto para outro. Ao analisar o fluxo de fluido que
passa por essa seção, é possível perceber que ocorre uma alteração na quantidade
de movimento entre as seções (1) e (2), conforme descrito por:

d m2 v 2−d m1 v 1

Aplicando na equação (2), obtém-se a seguinte expressão:

d m2 v 2 d m1 v 1

FR= −
dt dt
Figura 1 - Força resultante sobre o fluido em termos de vazão

Fonte: Brunetti, (2008).

Sabe-se que a vazão em massa de um fluido corresponde à quantidade de


matéria que passa por uma seção transversal em um intervalo de tempo específico (
Qm =m/t ). Portanto, é viável reorganizar a equação em relação à vazão de massa.
Quando se leva em conta a condição de regime permanente para esse sistema,
conforme mencionado anteriormente, não ocorre nenhuma mudança na vazão de
massa entre as seções (Qm =Q m =Qm).
1 2


F R =Qm ⃗
v 2−Qm ⃗
v 1=Q m (⃗
v 2−⃗
v 1) (3)
2 1

A figura 2 apresenta as partes constituintes das forças que incidem sobre o


fluido, incluindo as forças de pressão laterais, que se originam da superfície do
conduto e atuam de maneira tangencial às seções (1) e (2), bem como as forças de
tensão cisalhante, que têm sua origem nas camadas do fluido. Consequentemente,
para cada elemento d A lat , existe uma força total determinada por:

d⃗
F'S=− plat ∙ ⃗nlat ∙ d A lat + τ ∙ d Alat


F 'S=∫ − p lat ∙ ⃗nlat ∙ d A lat +∫ τ ∙ d Alat (4)
Figura 2 - Composição das forças atuantes sobre o fluido

Fonte: Brunetti, (2008).

A figura 3 exibe a totalidade das forças que exercem influência sobre esta
parte do conduto. Visto que a força líquida que age sobre o fluido é o resultado da
soma de todas essas forças, podemos escrever:

F R =⃗
⃗ ⃗
F'S + (− p1 A 1 n⃗ 1) + (− p2 A 2 n⃗ 2) + G (5)

Figura 3: Forças que agem sobre o fluido no conduto

Fonte: Brunetti, (2008).

Aplicando a equação (3) na equação (5) e evidenciando o termo ⃗


F 'S obtém-se:


F 'S=( −p 1 A1 ⃗n1 ) + (− p 2 A2 ⃗n2 ) +Qm ( ⃗ ⃗
v 1 ) +G
v 2−⃗

Onde ⃗
F 'S representa a força aplicada pela superfície do conduto sobre o fluido.
Contudo, o objetivo desta experiência é determinar a força que o fluido aplica sobre
uma superfície defletora. Conforme a definição da Terceira Lei de Newton, para cada
força de ação, há uma força de reação de igual magnitude e direção, mas em
sentido contrário. Portanto, podemos afirmar:

F S=− ⃗
⃗ F 'S
F S=− [ p 1 A1 ⃗n1 + p2 A 2 ⃗n2+Q m ( ⃗
⃗ v 1) ] + ⃗
v 2−⃗ G

Para fins de praticidade, o termo ⃗


G equivalente ao peso do fluido pode ser
desprezado, logo:

F S=−[ p 1 A1 ⃗n1 + p2 A 2 ⃗n2+Q m ( ⃗ v 1) ]
v 2−⃗ (6)

Para o caso onde o jato é incidido sobre uma superfície defletora plana, como
mostrado na figura 4, a pressão que atua nos pontos (1) e (2) é a atmosférica, ou
seja, para a escala relativa de pressão p1= p2=0.

Figura 4: Jato incidido sobre uma superfície sólida plana.

Fonte: Brunetti, (2008).

Logo, a força que o fluido exerce sobre a superfície é dada por:


F S=Q m ( ⃗ v 1)
v 2−⃗

Ao examinar a figura 4 e levando em conta que o jato se distribui de maneira


homogênea sobre a placa ao impactar nela, podemos também observar que a
velocidade ⃗
v 2 não possui nenhuma componente ao longo do eixo x. Isso nos permite
expressar a vazão de massa de uma forma diferente, Qm =ρQ. Portanto, ao
reorganizar a equação para calcular a força exercida pelo fluido sobre a superfície
em termos de vetores, chegamos a:


F S =ρQ v 1( jato horizontal)
x


F S =ρQ v 1 ( jato vertical)
y (7)

Para o caso onde o jato é incidido sobre uma superfície defletora curva, como
mostrado na figura 5, é preciso determinar a componente v 2, que surge quando o
jato impacta a placa, na direção da força atuante.

v 2 =v 2 cos θ( jato horizontal)


x
v 2 =v 2 cos θ( jato vertical)
y

Figura 5: Jato incidido sobre uma superfície solida curva

Fonte: Roteiro fornecido para a prática

Como a pressão que atua sobre o fluido é a atmosférica, pela escala efetiva
de pressão é nula, a força que o fluido exerce sobre a superfície é dada por:


F S=Q m ( ⃗ v 1)
v 2−⃗

Considerando que as velocidades antes e depois do impacto são iguais (


v 1=v 2), pois estão sendo desconsideradas as perdas por atrito, reorganiza-se a
equação e obtém-se, em termos vetoriais:


F S =ρQ v 1(1−cos θ)( jato horizontal)
x


F S =ρQ v 1 (1−cos θ)( jato vertical) (8)
y

Normalmente, o atrito gerado entre o fluido e a superfície, bem como a


diferença de cota entre os pontos são desprezados, entretanto para um jato sendo
incidido verticalmente, a diferença de cotas influencia no resultado e deve ser levada
em consideração.

Através da Equação de Bernoulli para energias no sistema é possível


determinar a velocidade de impacto ( v 1) em função da velocidade de saída do jato (
v j) e da diferença de cotas (h).

2 2
v1 vj
Z1 + =Z 2 +
2g 2g

Organizando a equação e evidenciando v 1, obtém-se:


v 1=√ v j −2 gh

Experimentalmente, sabe-se que a força teórica ( F s) e a força real ( F j ) de


impacto resultante do jato incidido sobre a superfície são diferentes. Assim, existe
uma relação entre as duas forças citadas chamada de Coeficiente de Placa ( K p ),
dado por:

Fj
K p= (9)
Fs

4. METODOLOGIA

A determinação da vazão (Q ) é realizada por meio do método volumétrico,


que envolve a utilização de um recipiente previamente calibrado. Neste processo,
mede-se o volume (V ) do fluido recolhido e, com o auxílio de um cronômetro,
registra-se o tempo (t ) necessário para coletar esse volume. A partir dessas
medidas, podemos calcular a velocidade ( v j) do jato d'água, aplicando o princípio da
continuidade para várias razões. Para que o sistema permaneça em equilíbrio e a
haste não gire em torno do ponto O, é fundamental que o momento resultante sobre
o sistema seja igual a zero. Quando o jato de água está desligado, a força exercida
pelo jato ( F j) é nula, e a massa encontra-se na posição inicial da haste ( L=0 ).

5. PROCEDIMENTO
a) Anotar o valor do diâmetro de saída do bocal e deslocamento do cilindro
quando não há jato d’água;
b) Abrir totalmente a válvula regularizadora;
c) Desviar o fluxo do tubo para o reservatório de medida e ao mesmo tempo
acionar o cronômetro. Quando o nível no reservatório de medida aproximar-
se de 20 litros, bloquear o cronômetro. Anotar os valores do tempo t, do
volume recolhido V e do deslocamento do cilindro L;
d) Repetir o procedimento (b) para mais cinco vazões, obtidas através do
fechamento parcial da válvula.
6. RESULTADOS

Na tabela baixo, estão listados os valores referentes aos dados obtidos


experimentalmente, bem como os valores obtidos de F y , F j e K p para o diâmetro do
bocal.

Tabela 1: Dados para o diâmetro bocal de 10 mm

Fonte: Autores, 2023.

Tabela 2: Valores obtidos de F y, F j e K p para o diâmetro do bocal

Fonte: Autores, 2023.

7. ANÁLISE DOS RESULTADOS


7.1. GRÁFICO DAS CURVAS F j x V j

Percebe-se que os valores calculados das forças dos jatos por meio da
medida direta e os das forças teóricas obtidas pela continuidade, são valores
bastante próximos, embora algumas discrepâncias possam ser observadas nas
casas decimais. Para melhor observação dessas diferenças e similaridades,
montou-se o gráfico a seguir, que apresenta as duas curvas da força X velocidade
do jato, facilitando a compreensão das relações entre os dois modelos de cálculo
adotados.

Gráfico 1: Forças do jato x Velocidades do jato

Fonte: Autores, 2023.

7.2. GRÁFICO DAS CURVAS F s x V j


y

Percebe-se que cada um dos coeficientes calculados pode ser relacionado a


uma medida diferente, que, por sua vez, é equivalente à uma vazão particular, e, por
fim, à uma das velocidades do jato em questão. Para melhor visualização dessa
dinâmica, foi montado o gráfico a seguir, que relaciona esses dois valores.

Gráfico 2: Coeficientes de placa x Velocidades do jato


Fonte: Autores, 2023.

8. CONCLUSÃO

Ao realizar uma análise gráfica comparativa dos valores da força do jato


obtidos através dos dois métodos mencionados, fica evidente que, embora esses
valores estejam próximos, ainda existem erros consideráveis presentes nas curvas
resultantes. Esta discrepância se torna ainda mais evidente ao examinar os
coeficientes de placa calculados. Além disso, é importante destacar que diversos
fatores, como as condições ambientais do local onde o experimento foi conduzido e
a não idealidade do fluido em estudo, também podem ser levados em conta ao
investigar as imprecisões entre os dois conjuntos de valores, que teoricamente
deveriam ser idênticos em um cenário ideal.

Apesar dessas fontes potenciais de imprecisão, o experimento permite


concluir que ambos os métodos demonstram um desempenho notavelmente
eficiente, atingindo os objetivos propostos com uma eficácia bastante semelhante.
9. REFERÊNCIAS

CENGEL, Y.; CIMBALA, J. Mecânica dos Fluidos: fundamentos e aplicações. São


Paulo: McGraw-Hill, 2007, 2011. 816p. ISBN: 9788586804588. Disponível na
Biblioteca virtual SIGAA

BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. Editora Pearson Prentice Hall (2ª ed.). 2008

VILANOVA, Luciano Caldeira Mecânica dos fluidos/Luciano Caldeira Vilanova. – 3.


ed. – Santa Maria, RS: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, Curso em
Automação Industrial, 2011.

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