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SI STEMA DE DI STRI BUI ÇÃO

ASPECTOS GERAI S DE SI STEMA DE DI STRI BUI ÇÃO

1 . Conside r a çõe s Ge r a is

Os sist em as elét ricos de pot ência t êm a função essencial de fornecer energia elét rica
aos usuários, com qualidade adequada, no inst ant e em que for solicit ada.
Os sist em as elét ricos de pot ência podem ser subdivididos em t r ês grandes blocos:

- Ge r a çã o: que perfaz a função de conv ert er algum a form a de energia em energia


elét rica.
- Tr a n sm issã o: que é responsáv el pelo t ransport e de energia elét rica dos cent r os de
produção aos de consum o.
- D ist r ib u içã o: que dist ribui energia elét rica recebida do sist em a de t ransm issão aos
grandes, m édios e pequenos consum idores.

Te n sõe s Usu a is e m Sist e m a s de Pot ê n cia


Os valor es eficazes das t ensões com fr eqüência de 60 Hz, ut ilizados no Brasil est ão
fixados por decr et o do Minist ério de Minas e Energia, as quais são apresent adas à
seguir, na Tab.1.1.
Apresent a- se t am bém algum as t ensões não padronizadas, ainda em uso.
Tab.1.1 – Tensões Usuais em Sist em as de Pot ência
Te n sõe s Usu a is e m Sist e m a s de Pot ê n cia
Tensão ( k W) Cam po de Área do
Aplicação Sist em a de
Padronizada Exist ent e Pot ência

0,220/ 0,127 0,110 Dist ribuição


Secundária ( BT)
0,380/ 0,220 0,230/ 0,115
13,8 11,9 Dist ribuição
Prim ária ( MT) Dist ribuição
34,5 22,5
34,5
69,0 88,0 Subt ransm issão
( AT)
138,0
138,0
230,0 440,0 Transm issão Transm issão
750,0
345,0
500,0
Fig. 1.1 – D ia g r a m a de blocos d o Sist e m a Elé t r ico de Pot ê n cia

A seguir, apr esent a- se um diagram a unifilar t ípico de um sist em a elét rico de pot ência,
dest acando a exist ência de t r ês usinas, um conj unt o de linhas de t ransm issão, um a
rede de subt ransm issão, um a de dist ribuição pr im ária e t r ês de dist ribuição secundária.

Fig. 1.2 – D ia gr a m a Un if ila r de Sist e m a Elé t r ico de Pot ê n cia

Pode- se obser var que o sist em a de t ransm issão opera, no caso geral, em m alha, o de
subt ransm issão opera r adialm ent e, podendo, desde que se t om em cuidados especiais,
operar em m alha. Os sist em as de dist ribuição, obj et o dest e est udo, prim ário opera
geralm ent e de form a radial, e o de dist ribuição secundária pode operar quer em m alha
ou radialm ent e.

2 . Tipos de Sist e m a s

O sist em a de subt ransm issão é o elo que t em a função de capt ar a energia em grosso
das subest ações de subt ransm issão e t ransferi- las às SEs de dist ribuição e aos
consum idor es, em t ensão de subt ransm issão, at ravés de linhas t rifásicas operando em
t ensões, usualm ent e de 138kV ou 69kV, ou m ais raram ent e em 34,5kV, com
capacidade de t ransport e de dezenas de MW por circuit o. Os consum idor es em t ensões
de subt ransm issão são represent ados por grandes inst alações indust riais, est ações de
t rat am ent o e bom beam ent o de água.

Fig. 1.3- Ar r a n j os Típicos d e Re de s de Su bt r a n sm issã o

As subest ações de dist ribuição, SEs, que são supridas pela rede de subt ransm issão, são
responsáveis pela t ransfor m ação de t ensão de subt ransm issão para a de dist ribuição
prim ária, 13,8kV. Há inúm eros ar ranj os de SEs possíveis, variando com a pot ência
inst alada na SE.

2 .1 – Ar r a n j os Pr incipa is de Su be st a çõe s de D ist r ibu içã o

O arranj o de um a subest ação de dist ribuição é a com binação adequada do


chaveam ent o de alt a t ensão, dos t ransform ador es abaixador es e chaveam ent o de
t ensão prim ária ( chaves, disj unt ores e r eligador es) de m odo a obt er um a per form ance
pré- est abelecida. Est a per form ance pode considerar o aspect o funcional e o econôm ico.
Quando se analisa os diagram as unifilares de subest ações, procura- se obt er um a
avaliação considerando, dent r e m uit os, os seguint es aspect os:
- segurança do sist em a;
- flexibilidade de operação;
- habilidade na r edução de cor r ent es de curt o- circuit o;
- sim plicidade dos disposit ivos de pr ot eção;
- facilidade de m anut enção e seu efeit o na segurança;
- facilidade de expansão;
- área t ot al;
- cust o.
São apr esent ados, a seguir, alguns dos ar ranj os de subest ações m ais usuais, que vão
desde a barra sim ples e disj unt or singelo at é barra dupla e disj unt or duplo.

2 .1 .1 - Ba r r a Sim ple s ( u m cir cu it o de su pr im e n t o)


O ar ranj o designado Barra Sim ples, apresent a um cust o bast ant e baixo, é ut ilizado para
suprir regiões de baixa densidade de carga. Norm alm ent e, o t ransform ador da SE
apresent a pot ência nom inal de 10MVA. Est e t ipo de SE pode cont ar com um a única
linha de suprim ent o. Est e arranj o cont a, na alt a t ensão de um único disposit ivo para a
prot eção do t ransform ador. Sua confiabilidade é baixa, pois quando ocor re um a
cont ingência na subt ransm issão, há a perda de suprim ent o da SE.

Fig.1.4 – Ba r r a Sim ple s – Um cir cu it o de su pr im e n t o

2 .1 .2 - Ba r r a Sim p le s ( dois cir cu it os d e sup r im e n t o)


Nest e t ipo de arr anj o, aum ent a a confiabilidade do sist em a, dot ando a SE de dupla
alim ent ação radial, o alim ent ador de subt ransm issão é const ruído em circuit o duplo
operando a SE com um a das duas chav es de ent rada abert a. Quando houv er um a
int errupção no alim ent ador em serviço, abr e- se sua chave de ent rada NF, e fecha- se a
chave NA do circuit o de r eserv a. Para a m anut enção do t ransform ador ou do
barram ent o é necessário o desligam ent o da SE.
Fig. 1.5 – Ba r r a Sim p le s – D ois cir cu it os de su pr im e n t o.

2 .1 .3 - Ba r r a D u pla ( dois cir cu it os de su pr im e n t o)

Est e arr anj o é ut ilizado em r egiões com m aior densidade de carga. Aum ent a- se o
núm ero de t ransform ador es o que t orna a SE com m aior confiabilidade e m aior
flexibilidade operacional. O diagram a unifilar dest a SE apresent a dupla alim ent ação,
dois t ransform ador es, barram ent os de Alt a Tensão independent es e barr am ent o de
Média Tensão seccionado. Quando ocor re um defeit o ou m anut enção em um dos
t ransform ador es, abr em - se as chav es ant erior e post erior ao t ransform ador, isolando- o.
Fecha- se a chav e NA de seccionam ent o do barram ent o e opera- se com t odos os
circuit os supridos à part ir do out r o t ransform ador.

Fig. 1.6 – Ba r r a du p la com dois cir cu it os de Su pr im e n t o –


Sa ída dos a lim e n t a dor e s pr im á r ios

2 .1 .4 - Ba r r a D u pla com disj u n t or de t r a n sfe r ê n cia ( dois cir cu it os d e


sup r im e n t o)
Est e ar ranj o é um a evolução do arranj o ant erior, onde se dist ribui os circuit os de saída
em vários bar ram ent os, perm it indo- se m aior flexibilidade na t ransfer ência de blocos de
carga ent r e os t r ansfor m ador es, e a m anut enção dos disj unt ores é r ealizada at ravés do
disj unt or de t ransferência.
Fig. 1.7 – Ba r r a du p la com d isj u n t or de t r a n sfe r ê n cia

2 .1 .5 - Ba r r a D u pla com b a r r a de t r a n sfe r ê ncia


O arranj o de bar ra principal e bar ra de t ransfer ência é ut ilizado para aum ent ar a
flexibilidade para at ividades de m anut enção dos disj unt ores. O dest aque dest e ar ranj o é
que t odos os disj unt ores são do t ipo ext raível, ou cont am com chav es seccionadoras em
am bas as ext r em idades. O disj unt or que faz a int erligação ent r e os bar ram ent os é
definido com o disj unt or de t ransferência. Em operação norm al, o bar ram ent o principal é
m ant ido energizado e o de t ransferência deser nergizado, o disj unt or de t ransfer ência é
m ant ido abert o. Na realização de um a m anut enção corr et iva ou predit iva, em um dos
disj unt ores, fecha- se o disj unt or de t ransfer ência, energizando a barra de t ransfer ência;
fecha- se a chave seccionadora do disj unt or que vai ser desat ivado, passando a saída do
circuit o a ser suprida pelas duas barras; abre- se o disj unt or e procede- se à sua
ext ração do cubículo, ou abre- se suas chav es seccionadoras, isolando- o; t ransfer e- se a
prot eção do disj unt or que foi desenergizado para o de t ransfer ência. Ao t erm ino da
m anut enção, o procedim ent o é o inverso do que foi realizado. Nest e ar ranj o, para a
m anut enção do bar ram ent o principal, é necessário desenergizar a SE, im possibilit ando
o suprim ent o aos alim ent ador es. Est e inconvenient e pode ser elim inado ut ilizando- se
um barram ent o auxiliar definido com o b a r r a m e n t o d e r e se r v a .

Fig. 1.8 – Su be st a çã o com b a r r a p r incipa l e ba r r a de t r a n sfe r ê n cia


Geralm ent e as SEs em pregam t ransform adores t rifásicos. Em alguns sist em as, a
inst alação de t r ês t ransform adores m onofásicos perm it e o uso de duas unidades
conect adas em delt a abert o no lado da Alt a Tensão. Nas cont ingências, a SE pode
operar com capacidade reduzida, o que não é possível com t ransform ador es t rifásicos.
A ut ilização de quat ro unidades m onofásicas perm it iria a SE operar a plena capacidade,
com um a unidade fora de serviço.

3 . Tipos de Re de s

As r edes de dist ribuição prim ária, em ergem das SEs de dist ribuição. Elas podem ser
t ant o aér eas com o subt er râneas, sendo as prim eiras de uso m ais difundido, pelo seu
m enor cust o, e as segundas, encont rando grande aplicação em áreas de m aior
densidade de carga, por ex em plo: zona cent ral de um a m et rópole, ou onde há rest rições
paisagíst icas.
As r edes aéreas são const ruídas ut ilizando- se post es, de concr et o, em zonas urbanas,
ou de m adeira t rat ada, em zonas rurais. Supor t am em seu t opo a cruzet a, usualm ent e
de m adeira, com cer ca de dois m et ros de com prim ent o, na qual são fixados os
isoladores de pino ou de disco. Ut ilizam - se condut or es de alum ínio com alm a de aço
CAA, ou sem alm a de aço CA, nus ou pr ot egidos.

3 .1 – Tipos de Re de s Aé r e a s.

A rede aér ea é const it uída de um conj unt o de alim ent adores urbanos de dist ribuição e
seus ram ais que alim ent am os t ransform ador es de dist ribuição e os pont os de ent rega
na m esm a t ensão.
As redes aér eas, na m aioria das vezes operam de form a r adial, com possibilidade de
t ransfer ências de blocos de carga ent r e circuit os para o at endim ent o da operação em
condições de cont ingência, devido à m anut enção corr et iva ou prev ent iva. Os t roncos
dos alim ent adores em pregam , usualm ent e, condut or es de secção 336,4MCM
perm it indo, na t ensão de dist ribuição – 13,8kV, o t ransport e de pot ência m áxim a de
12MVA, que, face à necessidade de t ransfer ência de blocos de cargas ent re
alim ent adores, fica lim it ada a cer ca de 8MVA.

Fig. 3.1 – Cir cu it o Aé r e o Ra d ia l Sim p le s

Est as redes at endem aos consum idores prim ários e aos t ransform ador es de dist ribuição
que supr em a rede secundária ou de baixa t ensão. Dent re os consum idores prim ários
dest acam - se indúst rias de m édio port e, conj unt os com er ciais ( shopping cent er s) ,
inst alações de ilum inação pública, et c. A r ede de dist ribuição pode ser const it uída de
vários t ipos de cabos:
3 .1 .1 - Re de a é r e a com ca bo n u :
É o t ipo de cabo conv encional. Os condut or es são de alum ínio e sua isolação é feit a
at ravés de um v erniz apropriado.

3 .1 .2 - Re de a é r e a com ca bo pr é - r e u n ido:
Est e t ipo de cabo é ut ilizado quando houver dificuldades locais para a inst alação da rede
aér ea conv encional, t ais com o:
- locais com arborização int ensa onde dev e se preservar a ecologia, ou onde a poda de
árv or es é proibida;
- locais de ruas est reit as e a rede convencional acarret a problem as de segurança com
relação a lum inosos, m arquises, j anelas e sacadas de edificações;
- saídas de SEs, para evit ar congest ionam ent o de est rut uras, com circuit os aér eos
conv encionais;
- locais com alt o índice de poluição am bient al;
- ruas onde as est rut uras est ej am congest ionadas e sej a necessária a inst alação de
novos alim ent adores;
- saída de SE, com o alt ernat iva econôm ica à ut ilização de cabos subt er râneos;
- t ravessias sob viadut os, linhas de t ransm issão, et c., com o alt ernat iva econôm ica à
ut ilização de cabos subt er râneos;
- t ravessias sobre rios, at ravés de pont es, com o alt ernat iva t écnica ao circuit o aér eo
conv encional com est rut uras especiais.
Tam bém é considerado sua aplicação, quando: os índices de int errupção – DEC,FEC- da
rede exist ent e forem ocasionados por alguns fat or es cit ados ant eriorm ent e e est iver em
acim a dos lim it es est abelecidos pelas resoluções da ANEEL e quando a carga a ser
alim ent ada j ust ifique a aplicação do cabo pré- r eunido aum ent ando a confiabilidade do
sist em a.

3 .1 .3 - Re de a é r e a com ca bo pr ot e gido:
O cabo pr ot egido é a denom inação adot ada par a ident ificar um cabo de alum ínio dot ado
de cobert ura prot et ora de com post o ext rudado de polím ero t erm ofixo ou t erm oplást ico,
cuj a cobert ura t em a função de reduzir a cor r ent e de fuga em caso de cont at o acident al
do cabo com obj et os at er rados e dim inuir o espaçam ent o ent re os condut or es. A
cobert ura não confer e, ao m esm o, a caract eríst ica de cabo isolado, ou sej a, não
apresent a confinam ent o de cam po elét rico no dielét rico da isolação e port ant o, não
dev e ser t ocado.
Est e cabo é um a alt ernat iva ao cabo pr é- r eunido e poder á ser ut ilizado em locais onde:

- são const ant es os desligam ent os causados por cont at o ent r e a linha e obj et os
at er rados ou obj et os lançados na r ede;
- a carga do sist em a j ust ifique m elhores índices de confiabilidade;
- exist am ár eas densam ent e arborizadas;
- exist am ruas com calçadas est r eit as;
- exist am vielas com balcões, sacadas ou j anelas pr óxim as à rede.

3 .1 .4 - Re de a é r e a pr ot e gida com p a ct a :
Est e t ipo de rede é aplicado em áreas com car act eríst icas urbanas e rurais. Est as r edes
apresent am um m elhor desem penho face as adversidades e condições am bient ais
quando com paradas às redes com condut ores nus. Elas m inim izam e podem at é m esm o
elim inar problem as com congest ionam ent os de est rut uras, arborização, segurança, et c.,
garant indo um a m elhor ia no desem penho, na confiabilidade e na qualidade de energia
elét rica dist ribuída.
Est e t ipo de rede, pela sua própria configuração e por ut ilizar cabos prot egidos que
perm it am event uais cont at os dos condut or es energizados com galhos e folhas de
árv or es, perm it e um a m elhor convivência do circuit o elét rico com a arborização pois
requer em um a m enor área de podas, possibilit ando assim , que sej am m enos rigor osas
e int ensas.
A rede pr ot egida com pact a em pr ega cabos pr ot egidos num a configuração com pact a,
separados por espaçador es polim éricos em form at o losangular e sust ent ados por um
cabo m ensageiro. O cabo de alum ínio é o m esm o usado em r edes com cabos
prot egidos.

Fig.3.2– Font e: Norm as CPFL - Tipos de e st r u t u r a s e a ce ssór ios u t iliz a dos e m r e d e


pr ot e g id a com pa ct a .
As r edes prot egidas com pact as se aplicam par a as seguint es sit uações:
- regiões arborizadas, pela m aior confiabilidade dest e t ipo de rede ao t oque de galhos
de árvor es, perm it ir m enor área de podas e possibilit ar um m aior espaçam ent o na
periodicidade das podas de árv or es, além do m ensageiro servir com o prot eção da rede
cont ra queda de galhos;
- áreas com freqüent es ações de vandalism o, nest e caso a im plant ação da rede
prot egida com pact a dev e ser som ent e nos t rechos det ect ados de vandalism o;
- locais com congest ionam ent o de circuit os, pela possibilidade de inst alação de at é
4( quat ro) circuit os na m esm a est rut ura, principalm ent e em saídas de SEs;
- circuit os onde se exige um alt o índice de confiabilidade devido as caract eríst icas dos
consum idor es especiais;
- locais com redes pr óxim as às edificações;
- locais com grande incidência de descargas at m osféricas;
- em áreas rurais pr óxim as a veget ação pr eser vada por lei.
Obs: Não é r ecom endada a rede prot egida com pact a em regiões lit orâneas e zonas
indust riais poluídas, pelo fat o de em pr egar cabo pr ot egido não isolado, que sob
presença de cont am inação, passa a conduzir cor rent es super ficiais na cobert ura
polim érica, causando o fenôm eno de t rilham ent o elét rico ( t racking) . Nest es casos,
dev em ser usados soluções alt ernat ivas com o:
- elevação do nível básico de im pulso da r ede( NBI ) , m ant endo- se a configuração
com pact a;
- m udança para r ede isolada.

3 .2 – Con figu r a ções de Re de s Aé r e as.

A configuração da rede aér ea prim ária será definida em função do grau de


confiabilidade a ser adot ado em um proj et o de r ede de dist ribuição, com cabos nus,
pré- reunidos ou prot egidos, com pat ibilizando com a im port ância da carga ou da
localidade a ser at endida.
Poderão ser ut ilizadas as seguint es configurações para o sist em a prim ário:

3 .2 .1 - Ra d ia l Sim p le s:
Os sist em as radiais sim ples deverão ser ut ilizados em ár eas de baixa densidade de
carga, nas quais os circuit os t om am direções dist int as, face às pr óprias caract eríst icas
de dist ribuição da car ga, t ornando ant i- econôm ico o est abelecim ent o de pont os de
int erligação.

Figura 3.3: Font e: Elekt ro – Con f ig u r a çã o Ra d ia l Sim p le s

3 .2 .2 - Ra d ia l com Re cur so:


Os sist em as radiais com r ecur sos dev erão ser ut ilizados em ár eas que dem andem
m aiores densidades de carga ou r equeiram m aior grau de confiabilidade devido às suas
part icularidades ( hospit ais, cent r o de com put ação) .

Figura 3.4: Font e : Elekt ro – Con figu r a çã o Ra d ia l com Re cu r so

Est e sist em a caract eriza- se pelos seguint es aspect os:


- exist ência de int erligações nor m alm ent e aber t as, ent r e alim ent adores adj acent es da
m esm a ou de subest ações diferent es;
- ser proj et ado de form a que exist a cert a r eser va de capacidade em cada circuit o, para
a absorção de carga de out ro circuit o na ev ent ualidade de defeit o;
- lim it a o núm er o de client es int errom pidos por defeit os e dim inui o t em po de
int errupção em relação ao sist em a radial sim ples.
É usual inst alar- se num m esm o circuit o ou ent re circuit os diferent es, chav es que
operam abert as, chav es norm alm ent e abert as ( NA) , que podem ser fechadas em
m anobras de t ransferência de carga.
O crit ério usual para fixação do car r egam ent o de circuit os, em regim e norm al de
operação, é o de se definir o núm er o de cir cuit os que irão r eceber a carga a ser
t ransferida. Usualm ent e dois circuit os socor r em um t erceiro, e est abelece- se que o
car regam ent o dos circuit os que r eceberão carga, não exceda o cor respondent e ao lim it e
t érm ico. Assim sendo:

S term = S reg +
S reg
n
onde :
n – núm er o de circuit os que irão absorv er carga do circuit o em cont ingência;
S t e r m – car regam ent o cor respondent e ao lim it e t érm ico do circuit o;
S r e g – car regam ent o do circuit o para operação em condições norm ais.
O car regam ent o do circuit o é dado por:

S reg =
n
n +1
S term.

No caso de dois circuit os de socor r o, cor responde a 67% da capacidade de lim it e


t érm ico.

3 .2 .3 – Sist e m a e m An e l ( Loop) :
Com a finalidade de aum ent ar a confiabilidade do sist em a, sist em a radial com recur sos
de em ergência, passou- se a um esquem a m ais elaborado em que os disposit ivos de
seccionam ent o e r eligam ent o, perm it em a alim ent ação do consum idor por duas font es,
alt ernat ivam ent e, por circuit os prov enient es da m esm a SE ou SE diferent es. A
operação dest es disposit ivos poderá ser m anual ou aut om át ica. Quando m anual, o
t em po de m anobra influi negat ivam ent e no t em po de r est auração do ser viço, no
ent ant o, o com ando aut om át ico eleva o pr eço da inst alação e ex ige m anut enção
fr eqüent e, o que const it ui um fat or econôm ico a ser considerado. O cust o di sist em a
em anel, é m ais elevado que o radial, não só pela m ult iplicidade dos equipam ent os de
prot eção e m anobra, com o pela necessidade de m aior bit ola dos condut or es que dev em
t rabalhar com folgas para perm it irem as t ransfer ências de alim ent ação.

Fig.3.5 – Con figu r a çã o e m An e l

3 .3 – Con figu r a ções de Re de s Su bt e r râ n e a s.


Quando a densidade de carga at inge valores elevados, cerca de 28MVA/ km 2 com o
lim it e m áxim o do sist em a aér eo, a part ir dessa densidade, a área em est udo deverá ser
alim ent ada por um sist em a subt errâneo de dist r ibuição.
Com o nos grandes cent ros com erciais ou residenciais, t orna- se im prat icável a
const rução de linhas aér eas em vist a da m ult iplicidade e do peso ex cessivo dos
equipam ent os necessários. Nest es cent r os, não só a densidade im põe a ut ilização da
dist ribuição subt er rânea de energia elét rica, com o a im port ância da carga ligada
j ust ifica um m aior invest im ent o com a aplicação do sist em a ret iculado, para
propor cionar alt a qualidade de ser viço.
Onde os dois sist em as são prat icáveis, o cust o da const rução subt er rânea é geralm ent e
m ais elevado que o do aér eo. Ent r et ant o, há casos em que out r os fat or es pr edom inam
sobr e o cust o, t ais com o, m elhor apar ência das vias públicas, cont inuidade do
fornecim ent o, obst áculos às linha aéreas.
O sist em a subt er râneo ainda oferece m enor risco de falhas prov enient es de causa
ext ernas, com o queda de obj et os, abalroam ent o de v eículos, raios e out ros, apesar de
est ar m ais suj eit o àqueles r esult ant es de escav ações.

3 .3 .1 – Sist e m a Ra d ia l:
O sist em a radial é aquele no qual a alim ent ação é feit a apenas por um a ext r em idade. É
o m ais sim ples e de cust o m ais baixo.
A principal desvant agem é que dem anda m aior t em po para que o fornecim ent o sej a
rest abelecido quando há um defeit o, pois nest e caso, o circuit o t odo fica desligado ou
pelo m enos, o t recho além do pont o de falha.

Fig. 3.6 – Font e Elet ropaulo – Sist e m a Ra dia l

3 .3 .2 – Sist e m a e m An e l ( Loop) :
No sist em a em anel, o circuit o alim ent ador ret orna à m esm a font e. Tem m aior
flexibilidade e perm it e m elhor cont inuidade do fornecim ent o, dependendo do t ipo do
esquem a adot ado.
O cust o é m ais elevado que o radial, não só pela m aior capacidade dos cabos, que
dev em t er folga para at ender às em ergências quando a alim ent ação passa a ser feit a de
um a só ext rem idade, com o t am bém , pela m ult iplicidade de disj unt ores e o conj unt o de
relés necessários para dar flexibilidade ao sist em a

Fig. 3.7 – Font e Elet ropaulo – Sist e m a An e l ( Loop)

3 .3 .3 – Sist e m a Pr im á r io Se le t ivo:
O sist em a prim ário selet ivo consist e essencialm ent e de dois circuit os prim ários radiais,
part indo de um a m esm a SE, alim ent am t ransform ador es at rav és de chave de
t ransfer ência m anual ou aut om át ica. Est a alim ent ação pode ser diret a ou at rav és de
sub- anéis.
Os sub- anéis consist em em circuit os prim ár ios seccionados at rav és de um a chave
fusível à óleo norm alm ent e desligada( abert a) , alim ent ados nas duas ext r em idades por
chaves de t ransferências ligadas em circuit os alim ent adores dist int os e pr ot egidos por
chave a óleo.
Quando num a cont ingência, com o desligam ent o de um circuit o prim ário alim ent ador,
dev e- se operar as chav es de t ransferência para out ro alim ent ador. Um defeit o em um
sub- anel, provoca o desligam ent o da chave a óleo ; o t r echo defeit uoso é isolado
aut om at icam ent e r est abelecendo- se o anel, com ex ceção do t recho com defeit o,
fechando as chaves fusíveis. O sist em a dever á ser pr ovido de indicador es de defeit o,
visando obt er- se pr ont a localização do t r echo com defeit o.
Est e ar ranj o, que apresent a cust o elevado, exige um sist em a de prot eção sofist icado.
O circuit o opera, em condição norm al, com 50% de sua capacidade, por ém dev e dispor
de r eserva para absorv er, quando de cont ingência, a carga t ot al.
Fig. 3.8 – Font e Elet ropaulo – Sist e m a Pr im á r io Se le t ivo

3 .3 .4 – Sist e m a Re t icu la do:


O sist em a ret iculado consist e de dois ou m ais circuit os prim ários radiais, part indo de
um a m esm a SE, alim ent am um cert o núm ero de t ransform adores de dist ribuição,
ligados alt ernadam ent e para evit ar a int errupção de dois t ransform ador es adj acent es
no caso de desligam ent o de um dos prim ários.
É um sist em a em que os circuit os operam em paralelo, form ando um a m alha, rede ou
ret iculado. Quando o paralelism o se faz no lado do secundário do t r ansform ador, na
baixa t ensão, diz- se que o sist em a é ret iculado secundário, e quando na alt a t ensão,
ret iculado no prim ário. Geralm ent e, a pr ot eção do circuit o prim ário é feit a unicam ent e
pelo disj unt or inst alado na SE.
Os t ransform ador es são os norm ais para dist ribuição, e t em seus secundários
int erligados ent re si. O principal equipam ent o do ret iculado secundário é o “ pr ot et or ” ,
( net work prot ect or) , que é essencialm ent e um int errupt or aut om át ico de corr ent e
invert ida, cuj a finalidade é evit ar a alim ent ação do t ransform ador pelo circuit o
secundário.

Fig. 3.9 – Font e Elet ropaulo – Sist e m a Re t icu la do


Os secundários dos t ransform adores, at rav és dos prot et ores, alim ent am em diver sos
pont os, um a r ede de cabos que se int erligam , form ando o ret iculado propriam ent e dit o.
Dest a r ede part em as ligações dos consum idores.
A cont inuidade do ser viço no sist em a r et iculado é excepcional; por est a razão é o
sist em a ideal para o fornecim ent o de energia elét rica para os grandes cent r os
com er ciais, pois o desligam ent o de um circuit o prim ário ou de um ou m ais
t ransform ador es não prov oca int errupção do fornecim ent o , pois os consum idor es
cont inuam alim ent ados pela rede secundária, que perm anece suprida pelos circuit os e
t ransform ador es r em anescent es.

3 .3 .5 – Sist e m a “Sp ot - N e t w or k ” :
Um “ spot - net work” nada m ais é do que um pequeno r et iculado em que as unidades
t ransform adoras alim ent am um ou m ais barram ent os de um pr édio ou um conj unt o de
prédios.
Um sist em a ret iculado pode ser iniciado com a inst alação de alguns “ spot - net w ork s” ,
alim ent ando cargas concent radas dist ant es ent re si. Com a const rução de novos pr édios
adj acent es e conseqüent e apr oxim ação dos “ spot - net w ork s” , est es passam a ser
int erligados, form ando o sist em a r et iculado propriam ent e.
Out ras aplicações de “ spot - net works” ,originam de est udos feit os por diversas
em pr esas, m ost rando haver apreciável econom ia no uso de t ensão m ais elevada para
alim ent ar blocos de cargas dos grandes edifícios com erciais. Geralm ent e os “ spot -
net works” serv em para o suprim ent o de ener gia elét rica a prédios com dem anda de
1500kVA a 6000kVA, sendo que est e cr it ério varia de concessionária para
concessionária.
A confiabilidade dest e sist em a é m uit o alt a, por ém o cust o das redes em “ spot -
net works” é m uit o elevado, j ust ificando sua ut ilização som ent e em áreas de grande
densidade de carga.

Fig. 3.9 – Re de Spot N e t w or k


4 . Est udo da s Ca r ga s

4 .1 – Con side r a ções Ge r a is

Os est udos de um Sist em a de Dist ribuição e seu planej am ent o perm it em aos
engenheiros algum a liberdade na seleção de fat or es corr elacionados a est e sist em a
dist ribuidor. O fat or que m ais influencia nest e est udo são, sem dúvida, os diferent es
t ipos de cargas a serem supridas pelo sist em a.
O conceit o de carga est á r elacionado com a pot ência elét rica absorvida de um a
det erm inada font e de suprim ent o. Assim , em um Sist em a de Dist ribuição, conform e a
font e considerada, pode- se dist inguir vários t ipos de cargas:
- carga de um consum idor;
- carga de um t ransfor m ador;
- carga de um a r ede prim ária ou linha de dist ribuição;
- carga de um a SE.
A carga de um consum idor é considerada com o a pot ência absor vida por t odos os seus
m ot ores e apar elhos elét ricos, lâm padas, et c. A carga de um t ransform ador será a
pot ência absorvida pela t ot alidade dos consum idores a ele ligados. A carga de um a
rede prim ária será a pot ência absorvida por t odos os t ransform ador es que ela alim ent a.
A carga de um a SE, será considerada com o a pot ência absorv ida por t odos os
alim ent adores que saem de seus bar ram ent os de dist ribuição.
É im port ant e considerar que o r egim e dessas cargas não é fixo, varia de um valor
m ínim o a um valor m áxim o. O sist em a de dist ribuição dev e est ar pr eparado para
at ender a esse valor m áxim o, sendo que est es v alores não ocorr em ao m esm o t em po, e
para que não haj a um super dim ensionam ent o do sist em a, um a diversidade de
consum o deve ser considerada para cada um dos níveis de car gas m encionados
ant eriorm ent e.

4 .2 – D e fin içõe s Bá sica s

As definições básicas e os fat ores t ípicos ut ilizados em Sist em as de Dist ribuição são:

4 .2 .1 – Ca r g a I n st a la da :
Som a das pot ências nom inais dos equipam ent os de um a unidade de consum o que, após
concluídos os t rabalhos de inst alação, est ão em condições de ent rar em funcionam ent o.

4 .2 .2 – D e m a n d a :
A dem anda de um a inst alação é a carga nos t erm inais recept or es t om ada em valor
m édio num det erm inado int ervalo de t em po. Ent ende- se por carga, a aplicação que
est á sendo m edida em t erm os de pot ência ( at iva, reat iva, aparent e) , ou em t erm os de
valor eficaz da int ensidade de cor r ent e.
O período no qual é t om ado o valor m édio é designado por “ int er valo de dem anda” ,
geralm ent e é de 15 m inut os.
Fig.4.1 – Cu r v a de D e m a n d a m e d id a com in t e r v a lo d e 1 5 m in u t os

4 .2 .3 – D e m a n d a M á x im a :
A dem anda m áxim a de um a inst alação é a m aior de t odas as dem andas que ocor reram
num período especificado de t em po. Não confundir o período durant e o qual a
dem anda foi obser vada com o int ervalo de t em po de dem anda. Est e período pode ser
diário, sem anal, m ensal, anual, et c.

4 .2 .4 – D e m a n d a D iv e r sifica d a :
Exist e em t odo o sist em a um a diversidade ent r e os vários consum idores, o que faz com
que a dem anda m áxim a de um conj unt o de cargas sej a m enor que a som a das
dem andas m áxim as individuais.
Quando da ex ecução de um proj et o de dist ribuição, não se leva em cont a a dem anda
m áxim a de cada consum idor individualm ent e, m as sim a dem anda m áxim a do conj unt o
dos consum idores, evit ando- se assim o super dim ensionam ent o do sist em a. Define- se
de m a n d a d ive r sifica d a de um conj unt o de consum idores de um m esm o grupo, com o
a r elação ent re a dem anda do conj unt o e o núm er o de consum idor es.

∑ D i (t )
n

D div = i =1 , ( 4.1)
n
onde:

D div = Dem anda Diversificada ao conj unt o no inst ant e ( t ) ;


D i ( t ) = Dem anda do consum idor ( i) , no inst ant e ( t ) ;
n = núm er o de consum idor es do conj unt o.

4 .2 .5 – D e m a n d a M á x im a D ive r sifica d a :

∑ Di (t ) é
n
Quando a dem anda do conj unt o é considerada com o o seu valor m áxim o (
1
m áxim o) , t em - se a Dem anda Diversificada Máxim a do conj unt o.
Quando considera- se o som at ório das dem andas m áxim as individuais pelo nº de
consum idor es, est ar em os det erm inando a “ Dem anda Máxim a não Coincident e” do
conj unt o.
∑ Dmax (i )
n

i =1
Dmax nc = , onde: ( 4.2)
n

Dmax nc = Dem anda m áxim a não coincident e do conj unt o;


Dmax (i ) = Dem anda m áxim a individual do consum idor i ;
n = núm er o de consum idor es.

4 .2 .6 – Fa t or d e D e m a n d a :
O fat or de dem anda num det erm inado int ervalo de t em po ( t ) de um sist em a, ou part e
do sist em a ou de um a carga é a r elação ent r e a sua dem anda m áxim a, que ocorr eu no
int ervalo de t em po ( t ) , e a sua pot ência inst alada.

f d = max
D
Pinst ( 4 .3 )

No caso de um grupo de n consum idor es, pode- se obt er:

f d = max
D xn
Pinst
O fat or de dem anda é geralm ent e m enor que a unidade, podendo, no ent ant o, ser
m aior que 1, nos casos de sobr ecarga.
Em cada caso, o fat or de dem anda corr et o seria obt ido m edindo- se a dem anda m áxim a
do consum idor e conhecendo- se a sua pot ência inst alada. Na m aioria dos casos, no
ent ant o, os consum idores ainda não est ão ligados e para o pr oj et o de r ede se faz
necessário arbit rar um fat or de dem anda, com base em valores est at íst icos. Na
caract erização do fat or de dem anda influem inúm eros fat or es com o: classe de
consum idor, m agnit ude de sua carga, nº de m áquinas ou aparelhos ligados, época do
ano, et c.

4 .2 .7 – Fa t or D ive r sid a de :
O fat or diversidade de um conj unt o de cargas é a relação ent r e a som a das dem andas
m áxim as das cargas e a dem anda m áxim a do conj unt o.

∑ Dmax (i )
n

f div = i =1 , onde ( 4.4)

Dmax (i ) = dem anda m áxim a do consum idor ( i) ;


Dmax

Dmax = dem anda m áxim a do conj unt o.


O fat or diver sidade, que é um adim ensional, será port ant o m aior que a unidade, só
sendo unit ário quando as dem andas m áxim as coincidirem no t em po.

4 .2 .8 – Fa t or Coin cid ê n cia :


O fat or de coincidência é o inverso do fat or de diversidade, ist o é:
f coinc . = =
∑ Dmax,i
1 Ddiv ,max
f div
i =1,n ( 4.5)
Com o o fat or diversidade, é t am bém um adim ensional, por em não m aior que um .

4 .2 .9 – Fa t or d e Con t r ib u içã o:
O fat or de cont ribuição de cada um a das cargas do conj unt o é definido pela relação, em

∑ Dmax,i . f contr ,i
cada inst ant e, ent r e a dem anda da carga considerada e sua dem anda m áxim a, ist o é:

Dmax,conj . = Ddiv ,max =


i =1,n ( 4.6)
Est e fat or , que é adim ensional, é sem pr e não m aior que um . Seu valor é unit ário
quando, no inst ant e considerado, sua dem anda coincide com a dem anda m áxim a.
Port ant o, o fat or de cont ribuição é im port ant e para o inst ant e de dem anda m áxim a do
conj unt o, quando é definido com o fa t or de con t r ibu içã o p a r a de m a n da m á x im a .

4 .2 .1 0 – Fa t or de Ut iliz a çã o:
O fat or de ut ilização de um sist em a, em um det erm inado período de t em po, é a relação
ent re a m áxim a dem anda, do período r eferido e a capacidade nom inal do sist em a.

fu =
Dmax
, onde : ( 4.7)
C
Dmax = dem anda m áxim a do sist em a no período definido;
C = capacidade do sist em a;
fu = fat or de ut ilização do sist em a.
Pode- se observar que enquant o o fat or de dem anda indica a porcent agem de carga
inst alada que est á sendo alim ent ada, o fat or de ut ilização inform a qual a porcent agem
da capacidade nom inal do sist em a est á sendo ut ilizada no inst ant e de dem anda
m áxim a.
Est e fat or é adim ensional, é calculado definindo- se a dem anda m áxim a e capacidade
nas m esm as unidades. A capacidade do sist em a é obrigat oriam ent e expr essa em
unidades de cor rent e( A) ou pot ência apar ent e( VA) .

4 .2 .1 1 – Fa t or de Ca r ga :
O fat or de carga de um sist em a pode ser definido com o sendo a relação ent re a
dem anda m édia num det erm inado int ervalo de t em po e a dem anda m áxim a verificada
nest e int ervalo de t em po.
× ∆ t Energia absorvida em ∆ t
f c arg a = média = média =
Dmax × ∆ t Dmax × ∆ t
D D
Dmáx (4.8)

Dmédia = dem anda m édia do sist em a


Dmáx = demanda máxima do sistema
f c arg a = fator de carga do sistema
Dev e- se observar que o valor da dem anda é considerado segundo um int ervalo de
dem anda ( norm alm ent e 15 m inut os) e que o período de t em po par a o que se desej a
det erm inar o fat or de carga pode ser um dia, um a sem ana, um m ês, et c.
A figura a seguir, dá um a m elhor conceit uação do fat or de carga.

Fig.4.2 – Cur v a de Ca r ga de u m Sist e m a


Onde t er em os:

∫ p dt
t1

Dmédia =
t1 − t 0
t0

∫ p dt
t1

∫ p dt
t1

t1 − t 0
t0

fC = ⇒ fC = ∴ fC =
Dmax (t1 − t 0 )
Dmédia t0

Dmax Dmax

Not a- se, port ant o que o fat or de carga pode ser expr esso pela relação ent re o consum o
real de energia e o consum o que haveria se a carga solicit asse durant e t odo o t em po
um a pot ência const ant e e igual a dem anda m áxim a
Com o o cust o da energia elét rica é função dos cust os fixos, que por sua vez
independem da quant idade de energia que est á sendo consum ida, o cust o por kWh cai
quando o cust o fixo é r at eado em um a quant idade m aior de kWh v endido. Dest a for m a
not a- se que o fat or de carga deve ser o m ais pr óxim o possível da unidade.
Para m elhorar o fat or de carga, algum as concessionárias fornecedoras de energia
elét rica ofer ecem t arifas m ais baixas nas horas de off- peak ( fora do período de pont a
da carga) . A figura a seguir, m ost ra um a m elhor ut ilização de energia elét rica, com a
m elhoria do fat or de carga do sist em a, pela inst alação de um consum idor indust rial no
período de off- peak.

Fig.4.3 – Cu r v a de ca r ga da in st a la çã o de con su m id or in du st r ia l for a d e p ont a


Observ a- se na figura que o fat uram ent o da em presa aum ent ou com a inst alação da
carga em off- peak sem env olver invest im ent o adicional, pois a dem anda m áxim a não
sofr eu alt eração.
De um a m aneira geral, os consum idores da classe residencial apresent am o fat or de
carga m édio em t orno de 40% , para classe com er cial est e fat or at inge m édia de 70% ,
para a indust ria 60% e a ilum inação pública car act eriza- se pelo fat or de carga de 50% .

4 .2 .1 2 – Fa t or de Pe r da :
Define- se, para um sist em a, ou part e do sist em a, o “ fat or de perda” com sendo a

τ, isto é:
relação ent re os valor es m édio, p m édio , e m áxim o p m áxim o , da pot ência dissipada em

Perda média emτ p média ∫ p (t ). dt


perdas, num int ervalo de t em po det erm inado,

fP = = =
Perda média emτ p máxima p máxima .τ

τ
Onde p( t ) represent a o valor da perda inst ant ânea no inst ant e t
Mult iplicando- se num er ador e denom inador da equação acim a pelo int ervalo de t em po

p média .τ Energia perdida no int ervalo τ


result a:

fP = =
p máxima .τ p máxima .τ
ou sej a, a energia perdida no int ervalo de t em po τ é dada por:

ε perdas = p máxima .τ . f perdas = p máxima . H eq . p

Onde, o produt o do int ervalo de t em po pelo fat or de perdas ex prim e as “ horas


equivalent es para perdas” , Heq.p , o núm er o de horas que a inst alação dev e funcionar
com a perda m áxim a para que o m ont ant e global de perdas sej a igual àquelas
verificadas no período considerado.

4 .2 .1 3 – Cor r e la çã o e n t r e Fa t or de Ca r g a e Fa t or d e Pe r d a :
Em geral, o fat or de perda não pode ser det erm inado do fat or de carga. Ent r et ant o,
valores lim it es de r elacionam ent o podem ser encont rados.
Para se encont rar a cor relação ent re est es dois fat ores, ser á apr esent ada um a análise
que t erá com o refer ência o consum idor cuj a curva de carga, com duração de t em po T,
apresent a um a dem anda dada por:
D = D 1 para 0 ≤ t < t 1 ;
D = D 2 para t 1 ≤ t < T,
Com D 2 ≤ D 1.
Tem os que o fat or de carga ser á dado por:

D1 t1 + D2 (T − t1 )
D t + D2 (T − t1 ) t1 D2  t1 
fc = = 1 1 = + 1 − 
T D1  T 
T
D1 D1 .T
Considerando que no int ervalo T, a t ensão e o fat or de pot ência da carga m ant enham -
se const ant es e considerando que em sist em as t rifásicos sim ét ricos e equilibrados, as
perdas são dadas pelo t riplo do produt o de ( I 2 x R) , onde I é a int ensidade de corr ent e
pela resist ência ôhm ica do t r echo em quest ão, pode- se afirm ar que as perdas p( t ) , são
propor cionais ao quadrado da dem anda:
p(t ) = K D 2 (t )

onde o valor de K, em função da nat ur eza da dem anda é apr esent ado a seguir:

Tab.4.1 - Fator K
Nat ureza da dem anda Equação da const ant e K
Cor r ent e 3 R
Pot ência Apar ent e R/ V2
Pot ência At iva R/ ( V.cos ϕ) 2
Pot ência Reat iva R/ ( V sen ϕ ) 2
Onde:
R – r esist ência ôhm ica do t r echo;

ϕ - ângulo de rot ação ent re fase e cor r ent e;


V – t ensão de linha na carga;

Considerando a expr essão acim a e subst it uindo na expr essão do Fat or de perda,

KD12 .t 1 + KD22 .(T − t 1 )


t er em os:

D12 t 1 + D22 (T − t 1 ) t 1 D22  t 1 


f perda = = = + 2 1− 
T D1  T 
T
KD12 D12 .T

Considerando:

t′ = 1 d′=
t D2
e ,
T D1
Pode- se escrever:

f c arg a = t ′ + d ′ (1 − t ′) = (1 − d ′)t ′ + d ′

( )
f perda = t ′ + d ′ 2 (1 − t ′) = 1 − d ′ 2 t ′ + d ′ 2

perdas, em função de t ′ , param et rizadas em d ′ , são r et as, conform e figura a seguir,


Em um sist em a de coor denadas cart esianas, as curvas dos fat or es de carga e fat ores de

para as quais dest acam - se t rês casos:

1 – quando t ′ t ende a 1, ou d ′ t ende a 1, repr esent ando curva de carga const ant e, t em -

f perdas = f c arg a = 1
se :

2 - quando d ′ t ende a 0, represent ando carga const ant e durant e t em po t ′ e dem anda

f perdas = f c arg a = t ′
nula após est e t em po, t em - se :

3 – quando t ′ t ende a 0, repr esent ando curva de carga com pont a de duração m uit o
pequena, t em - se:
f c arg a = d ′
f perda = d ′ 2
ou sej a: f perdas = f c2arg a

lim it es e, a quaisquer out ros valor es dos parâm et r os, t ′ e d ′ . Est e corr esponderá a um
Assim , o valor do fat or de perdas deve est ar com preendido ent r e aqueles dois valor es

f perdas = k f c arg a + (1 − k ) f c2arg a


valor int erno a est e int ervalo, assegurado pela equação do t ipo:

onde k apr esent a valor ent re 0 e 1.


Na figura a seguir, apresent am - se duas cur vas lim it es e um a curva int erm ediária, com
k= 0,3

Fig.4.4 – Cor r e la çã o e n t r e Fa t or de Ca r g a e Fa t or d e Pe r d a

5 . Tipos de Ca r ga s

A finalidade do consum o de energia feit o por um usuário pode servir de crit ério para
classificação das cargas, dest acando- se:

- cargas r esidenciais: ilum inação, carga resist iva ( chuveiro e fer ro de passar r oupa) ,
carga indut iva( elet rodom ést icos) .;

- cargas com erciais: ilum inação e ar condicionado em pr édios, loj as, edifícios de
escrit órios, loj as, et c;

- cargas indust riais: com predom ínio de m ot or es de indução, em geral são t rifásicas;

- cargas de I lum inação Pública: ilum inação

- cargas rurais: irrigação, agroindúst rias, et c.

Dent r o de um a com posição de curvas de cargas, apr esent a- se a seguir, a propor ção de
uso de cada t ipo de car ga.
Fig. Font e : UnB- Cu r va de ca r g a d e sa g r e g a d a p or cla sse de con su m idor

6 . M ode la ge m da Ca r ga

6 .1 . – Re pr e se n t a çã o da ca r ga n o sist e m a

A represent ação da carga em um sist em a elét rico pode variar significat ivam ent e,
dependendo da disponibilidade de inform ações e da finalidade a que se dest ina. Alguns
m odelos podem ser ut ilizados para a repr esent ação da carga: carga concent rada em
det erm inados pont os de um a r ede, carga uniform em ent e dist ribuída, carga
represent ada pela dem anda m áxim a e carga represent ada at rav és de curvas t ípicas.

6 .1 .1 – Ca r g a Con ce n t r a d a :
No est udo de Sist em a de Dist ribuição, é usual concent rar a carga em barras na r ede.
Nas redes de m édia t ensão os consum idores prim ários e os t ransform adores de
dist ribuição são exem plos t ípicos de cargas concent radas.

Diagram a Unifilar Circuit o Equivalent e

Z = R + jX

Fig 6.1- D ia gr a m a Un ifila r e Cir cu it o Equ iva le n t e d e


Ca r ga Con ce nt r a da n o fin a l de t r e ch o

Para rede m onofásica da figura, com com prim ent o L, em km , e im pedância unit ária
z = r + jx, ohms / km
alim ent a um a carga m onofásica concent rada que absor ve um a cor r ent e I , em A, pode-
se calcular a queda de t ensão ΔV,
, e perda de demanda , �̅, em t er m os de pot ência
at iva e r eat iva, por:

∆ v = z l I e s = r l I 2 + j x l I 2

6 .1 .2 – Ca r g a D ist r ib u íd a :

Nas r edes secundárias, é usual represent ar a carga de cada t r echo at ravés de sua
densidade de carga, ist o é, carga dist ribuída.

dx x
SE

i i i i i i

Fig. 6.2 – Re pr e se nt a çã o de Ca r g a D ist r ibu ída n o t r e ch o

Do m esm o m odo da carga concent rada, a carga dist ribuída absorv e um a cor r ent e I ,
para cálculo de queda de t ensão, nest e caso com o alim ent am os carga dist ribuída,
t em os a corr ent e I x a um a dist ância de x quilôm et ros do final da rede, e é calculada
por:
Ix = i . x
onde i é a densidade linear de cor rent e, dada em A/ km .

Supondo que a rede apresent e um a im pedância por unidade de com prim ent o,z= r+ j x
em Ω/km, a queda de tensão e a perda de demanda em um elemento de comprimento

dV = z dx Ix = z dx (i . x ) = z i . x dx


dx da r ede são calculadas por:

ds = z dx Ix = z dx (i . x ) = z i dx
2 2 2

Para calcular est as grandezas, para t odo t recho da rede, int egra- se as equações acim a
result ando em :

∆V = ∫ dV = ∫ z i . x dx = z i
 
    2
2

s = ∫ ds = ∫ z i
0 0

x dx = z i
 
2 2 2 3
0 0
3
Sendo: I = i  , I = I , Z = z  ; R = r  e X = x  , r esult a em :
∆V = z  =
i  Z I
e
2 2

s= z =( R + j X )
2
i 3 I2
3 3

A part ir dest es r esult ados pode- se concluir que num a rede com carga uniform em ent e
dist ribuída, a queda de t ensão pode ser calculada concent rando- se a m et ade da carga
t ot al no fim do t recho, ou concent rando- se a car ga t ot al no pont o m édio do t recho.
A perda de dem anda, em t erm os de pot ência at iva e r eat iva, pode- se calcular
concent rando- se a carga t ot al a um t er ço do com prim ent o do t recho.

6 .1 .3 – Ca r g a r e pr e se n t a d a por D e m a n d a m á x im a :

Um a das form as usuais de r epr esent ação da carga consist e na obt enção de est im at ivas
de sua dem anda m áxim a.
A det erm inação de dem anda m áxim a de um consum idor é feit a a part ir da energia
consum ida em um det erm inado int ervalo de t em po e de um a est im at iva do fat or de
carga, avaliado em função de seu consum o ou do t ipo de at ividade desenvolvida.
A m et odologia usada em algum as concessionárias, consist e em obt er um a função
est at íst ica para a dem anda m áxim a, função kVAs, que corr elaciona com o consum o de
energia em um t ransform ador. Est a função é obt ida para um conj unt o de
t ransform ador es de m esm a pot ência ou de m esm o padrão de consum o.
As m edições regist ram o consum o e a dem anda m áxim a verificada num dado int ervalo
de t em po. Com os pont os obt idos, aj ust a- se um a curva que aj uda est abelecer a
dem anda m áxim a em um t ransform ador, com pr obabilidade de não ser excedida
norm alm ent e de 90% ou 95% a part ir do consum o de energia.
O senão dest a m et odologia é que não fornece inform ações quant o aos fat or es de
diversidade, bem com o inform es da dem anda dos dem ais inst ant es da curva da carga
diária.

6 .1 .3 – Ca r g a r e pr e se n t a d a por Cu r v a s de Ca r ga Típica :

As cur vas de carga geralm ent e est ão disponíveis nas concessionárias. At ravés delas
t em - se o conhecim ent o do perfil da carga de cada consum idor e a consideração da
diversidade da carga quando se analisa um conj unt o de consum idor es.
Um a curva de carga t ípica dev e r epr esent ar um a parcela de sua classe de consum idor es
e faixa de consum o. Est as cur vas são r epr esent adas em valores p.u., com base na
dem anda m édia. I st o perm it e com que possam ser avaliadas curvas de carga, em W,
de um dado consum idor, desde que sej am conhecidos a sua classe e faixa de consum o
e sua dem anda m édia, o que t am bém pode ser obt ido do seu consum o em det erm inado
período.
A dem anda m édia de um dado consum idor pode ser calculada at ravés de seu consum o
m ensal, da seguint e for m a:

ε
Dmedia = ∫ d i dt =
1
24 × 30 720 h
kW ,
720
onde ε é o consum o m ensal do consum idor em kWh.
O valor da dem anda D( t ) , em qualquer inst ant e t do dia, pode ser obt ido pela

D ( t ) = d ( t ) × Dmédia ,
expr essão:

onde d( t ) represent a a dem anda, em p.u., da curva de carga t ípica.


A curva de carga t ípica represent a um a m édia de valores de dem anda em cada inst ant e
do dia, ext raída de um a am ost ra de m edição de consum idores, ao longo de vários dias.
Port ant o, a curva m édia de um consum idor pode não coincidir com a curva real m edida,
por ém um agr egado de consum idor es dev e t er sua repr esent ação da curva agregada
m uit o próxim a da cur v a acum ulada m édia. Além da curva de carga m édia, em alguns
est udos, são disponibilizados dados de dispersão da m édia ( desvio padrão) , para cada
inst ant e do dia, com m ost ra a figura a seguir:

Fig.6.3 - Cu r va s D iá r ia s de Ca r g a d a s m é dia s e d os de svios pa dr ã o d e u m


con su m id or r e sid e n cia l

Com o a m aioria dos est udos em dist ribuição t rat a de agr egados de consum idor es, a
ut ilização de cur vas de carga com valor es m édios é suficient e. A figura à seguir,
m ost r a a cur va m édia e a de dispersão em um t ransform ador de dist ribuição que
at ende um aglom erado de consum idores.

Fig.6.4 - Cu r v a d e ca r ga a g r e g a d a n o t r a n sfor m a dor d e d ist r ibu içã o

6 .2 . – Re pr e se n t a çã o da ca r ga e m fu nçã o da t e n sã o de for n e cim en t o


A pot ência elét rica absorvida por um a carga depende de sua nat ureza e pode variar
em função da t ensão a ela aplicada. Est a dependência pode ser descrit a por
expr essões do t ipo:

P = f1 (V ) e Q = f 2 (V )
Onde t em - se:
P = Pot ência at iva absorvida pela carga;
Q = Pot ência r eat iva absor vida pela carga;
V = Módulo da t ensão aplicada à carga;
f1 (V) = Função que r elaciona a pot ência at iva ao m ódulo da t ensão aplicada;
f 2 (V) = Função que r elaciona a pot ência reat iva ao m ódulo da t ensão aplicada.

Exist em vários m odelos para represent ação da carga em função da t ensão aplicada,
onde dest acam - se:
• Carga de pot ência const ant e com a t ensão;
• Carga de corr ent e const ant e com a t ensão;
• Carga de im pedância const ant e com a t ensão.

6 .2 .1 – Ca r g a d e p ot ê n cia con st a n t e com a t e n sã o:

Para est e t ipo de carga, as pot ências at ivas e r eat ivas são invariant es com o valor da
t ensão que a suprem . Tais pot ências são iguais aos seus valor es nom inais ou de
referência, independent em ent e do valor da t ensão de fornecim ent o, ou sej a, a
pot ência absorvida por um a carga m onofásica , com t ensão nom inal:

S NF = S NF ϕ = PNF + j Q NF é const ant e para qualquer valor


,

VF = VF φ1
A corr ent e absorvida pela carga, quando alim ent ada com um a t ensão qualquer

,é obt ida por:

−ϕ
IF = NF * = NF = φ1 − ϕ
S
S * NF S
V F φ1
S NF
VF VF

Pode- se cit ar com o ex em plo m ot or elét rico de indução, cuj a pot ência elét rica at iva
absorvida pelo m ot or dev e, obrigat oriam ent e, ser igual à pot ência m ecânica exigida
pela carga aplicada em seu eixo, acr escida das perdas elét ricas e m ecânicas. Em
quant o o m ot or cont inuar funcionando, a pot ência at iva que absorv e dev e ser
prat icam ent e const ant e e independent e do valor da t ensão.

Ex em plo de aplicação da carga de pot ência const ant e em pr oblem as de queda de


t ensão:
Fig.6.5: Font e UnB- Algor it m o pa r a cá lcu lo da que d a de t e n sã o pa r a ca r ga de
Pot ê n cia Con st a n t e

6 .2 .2 – Ca r g a d e cor r e n t e con st a n t e com a t e n sã o:

As cargas que apr esent am est e t ipo de com port am ent o são os fornos a ar co e as
lâm padas de descarga: fluorescent es, v apor de m er cúrio, vapor de sódio. Est e t ipo de
carga será m odelado com o carga de corr ent e const ant e com a t ensão.
Para est as cargas, os v alores da int ensidade de cor rent e e do ângulo de rot ação de
fase da corr ent e em r elação à t ensão são aqueles obt idos para carga suprida com

S NF = S NF ϕ = PNF + j Q NF
t ensão nom inal ou t ensão de refer ência. Port ant o a cor rent e absor vida por um a carga
m onofásica, que absor ve a pot ência

VF = VF φ
, quando suprida

por um a t ensão nom inal é dada por:

−ϕ
INF = = NF = φ − ϕ = I NF φ − ϕ
*
S NF
V NF φ
S S NF
VNF
*
V NF
O m ódulo da corr ent e ( I NF= SNF/ VNF) e a rot ação de fase ent r e a t ensão e a cor rent e ( -
φ), permanecem constantes.
Para qualquer valor de t ensão VF = VF φ aplicado à carga, a corr ent e será dada

IF = I NF φ1 − ϕ
por:

S F = V F I *F = V F φ1 I NF − ( φ1 − ϕ ) =
A pot ência absor vida será dada por:

= V F I NF ϕ = V F I NF cos ϕ + j V F I NF sen ϕ

Conclui- se que a pot ência absor vida pela carga varia linearm ent e com a t ensão a ela
aplicada:
SF =
VF
S NF
VFN

Ex em plo de aplicação da carga de cor rent e const ant e em problem as de queda de


t ensão:

Fazendo um a breve análise do circuit o obt ém - se a equação a seguir:


Fig. 6.6- Font e UnB- Algor it m o pa r a o cá lculo de que da de t e nsã o pa r a ca r ga de cor r e nt e
con st a nt e

6 .2 .3 – Ca r g a d e im pe dâ n cia con st a n t e com a t e n sã o:

Os equipam ent os elét r icos de aquecim ent o r esist ivo com o os chuv eiros, t orneiras
elét ricas e os capacit ores são ex em plos de carga dest a nat ureza.
Nest as cargas a im pedância se m ant ém const ant e, sendo obt ida a part ir das pot ências
at iva e reat iva absorv idas pela carga quando alim ent ada com t ensão nom inal de

S NF = S NF ϕ = PNF + j Q NF
referência. Tem os ent ão:

VNF = V NF φ

A pot ência absorvida pela carga quando suprida por t ensão nom inal, result a para
im pedância:

= * = ϕ = R + jX ,onde :
2 2
V NF V NF
Z CTE
S NF S NF

R= cos ϕ X = sen ϕ
2 2
V NF V NF
e
S NF S NF
Para qualquer valor de t ensão VF = VF φ , aplicada à carga, a pot ência absor vida será
dada por:

V 
S F = VF I = VF *F = F2 =  F  S NF
2
V * V2
 V NF 
*

Z Cte V NF
S NF
Observ a- se que a pot ência absor vida varia quadrat icam ent e com a t ensão aplicada.
Analisando o circuit o, chega- se ao seguint e conj unt o de equações:

Fig. 6.7- Font e UnB- Algor it m o pa r a o cá lculo de que da de t e n sã o pa r a ca r ga de im pe dâ ncia


con st a nt e
7 . M e diçã o da Cur va de Ca r ga

7 .1 . – Con side r a ções Ge r a is

A energia elét rica é usada nas residências, no com ercio e na indúst ria, em
equipam ent os para diver sos fins. Apenas para ilust ração, r elaciona- se a seguir alguns
dos dest inos ou “ usos finais” da energia elét rica.

a – nas residências: aquecim ent o de água ( chuveiro, t orneira elét rica, boiler, et c) ; na
preparação de alim ent os ( fogão, t or radeiras, liquidificador) ; na conser vação de
alim ent os ( geladeira, freezer) ; condicionam ent o de am bient e ( ar condicionado,
aquecedor , v ent ilador) ; ilum inação ( lâm padas) ; no lazer ( t elevisão) ; higiene e lim peza
( m áquina de lavar r oupa, secadora, m áquina de lavar prat os, aspirador de pó) ; et c.
b – no com ércio: ilum inação; conservação de alim ent os; condicionam ent o de
am bient es, et c.
c – na indúst ria : conver são elet r o m ecânica ( m ot or , furadeira) ; conv ersão elet ro
t érm ica ( forno) ; elet r ólise; et c.

Dest a form a, para det erm inar com o é consum ida a energia elét rica, procura- se
ident ificar a “ posse e hábit os de uso” dest es equipam ent os. Est a ident ificação é feit a
at ravés de quest ionários, respondidos pelos consum idores que com põem um a am ost ra
est at ist icam ent e válida do universo dest es. Nest es quest ionários, pr ocura- se ident ificar
quais os equipam ent os, quant os exist em num dado consum idor, e o inst ant e em que
são ligados e desligados.
Cada t ipo ou classe de consum idor possui um a curva de carga caract eríst ica, as quais
serão apr esent adas a seguir:

Fig.7.1 – Font e UnB – Tipos de curvas de carga

Cada t ipo ou classe de consum idor, por exem plo: residencial, apresent a a sua curva
individual. Por ex em plo, a ilum inação de um a sala é ligada num a dada hora da noit e, e
é norm alm ent e desligada quando os habit ant es da residência em quest ão, vão dorm ir.
No ent ant o, a geladeira fica const ant em ent e ligada à t om ada por ém o com pressor liga e
desliga em função da t em perat ura int erna. Para fins de curv a de consum o ent ret ant o,
considera- se que a geladeira é um a carga com valor de pot ência fixa, const ant e durant e
t odo o dia, e cuj o valor é definido pelo valor m édio com o com pressor ligado e
desligado.
A som a dest es consum os dá a carga t ot al do consum idor no dia. Na figura a seguir,
apresent a- se um consum idor residencial, com 3 cargas: geladeira, ilum inação e TV,
seus períodos de uso e curva t ot al de dem anda.
Fig. 7.3 – Dem anda dos Equipam ent os I ndividuais e Dem anda Tot al
7 .2 . – A Cu r va D iá r ia de Ca r ga

7 .2 .1 – A a le a t or ie d a de d a s ca r g a s:

Quando se obt ém a r espost a a quest ionários com inform ações de posse e hábit o de
uso, pode- se est im ar qual é a form a da cur va de carga do consum idor em est udo.
Por ém est a cur va se t rat a de um valor m édio, não significando que ela se r epet irá t odos
os dias. Quando se som am várias dest as curv as m édias para det erm inar, por ex em plo,
a curva de carga de um a cidade, é prováv el que o result ado obt ido sej a válido pois,
em bora exist a a aleat oriedade no consum o individual, com o exist em m uit os dest es
com ponent es, a aleat oriedade global acaba se com pensando e o r esult ado da som a
m édia é a carga da cidade.
I st o, ent r et ant o, não é válido para um consum idor individual onde, por ex em plo desej a-
se t er acesso a sua carga para dim ensionam ent o da sua “ ent rada” de for ça e luz. Nest e
caso, é pr eciso det er m inar não só a cur va m édia m as t am bém as cur vas diárias
individuais, e ist o é feit o at ravés de m edição num a am ost ra est at ist icam ent e válida. A
área sob a curva de carga é a energia consum ida pela geladeira, TV, e a ilum inação
m ult iplicando as dem andas pelos respect ivos t em pos de uso, e acum ulando- os no
período. Pode- se da m esm a form a obt er a energia t ot al consum ida que pode ser
expr essa em kWh/ dia ou kWh/ m ês ou m esm o kWh/ ano.

7 .2 .2 – A Cu r va de Ca r ga D iá r ia :

A curva de carga diária é a r epr esent ação do consum o de energia elét rica, e expressa a
variação da pot ência ou dem anda no t em po ( kWxhora) . Para sua represent ação, é
preciso definir ant es a dem anda m édia ( D) num período ( T) , que é o valor da energia
consum ida ( E) , dividida pelo período ( D= E/ T) . Dim ensionalm ent e, t rat a- se de k Wh/ h,
ou sej a , t em a dim ensão de pot ência ( kW) .
A curva de carga diária é o gráfico no t em po das dem andas m édias. Assim , j unt o com
a curva de carga, é preciso definir qual é o int ervalo de dem anda m édia. O m ais
com um ent e encont rado são curvas diárias baseadas nas dem andas m édias a cada 1
hora, ou nas dem andas m édias a cada 15 m inut os. Na engenharia de dist ribuição de
energia elét rica, t rabalha- se norm alm ent e com as dem andas m édias em int ervalos de
15 m inut os, r esult ando num a curva diária com 96 pont os, com o m ost ra a figura a
seguir:

Fig.7.4 – Curva de Carga Diária – Dem anda Médias de 15 m inut os


Nor m alm ent e, em lugar de pat am ar es de pot ência nos int ervalos de t em po, são
colocados pont os que são unidos cont inuam ent e. Trabalha- se nest e caso com
dem andas m édias de 15 m inut os. Assim só será feit o r efer ência de qual a dem anda
m édia, quando est a for diferent e de 15 m inut os.

7 .2 .3 – Fa t or e s q u e ca r a ct e r iz a m Cu r v a de Ca r g a :

Os fat ores com um ent e ut ilizados na caract erização da cur va de carga são:
- dem anda m áxim a; energia consum ida; pot ência m édia; fat or de carga; fat or de
dem anda; fat or de ut ilização; dem anda m áxim a diversificada; dem anda m áxim a não
coincident e; fat or de diversidade; fat or de coincidência; fat or de cont ribuição,( j á
m encionados em it ens ant eriores( 4.1 em diant e) ) .

- fat or de perda e horas equivalent es.


Est e fat or j á foi definido ant eriorm ent e, m as por um a quest ão de elucidação, será
apresent ado novam ent e.

A energia consum ida por um dado elemento (ΔE), é calculada por:

ΔE = r i2 t
Sendo: r a resist ência int erna do elem ent o; i a corr ent e e t o t em po. Considerando que
a t ensão sej a const ant e, ent ão a energia perdida será pr oporcional ( k) ao quadrado da
dem anda:
ΔE = k D2 t

Port ant o, a energia per dida em um dia será:

96 96

∆���� = � � � �15�60� = ��15�60� � �2


2

1 1
A pot ência perdida m édia ( ΔP) será:
96
∆����
(∆�) = = (�⁄96) � �2
24
1
O fat or de perda ( fp) será aquele result ant e da equação a seguir:

96
1
��(����) = � �2
2
96
1
96
1
�� = �(� ⁄���� )2
96
1
As horas equivalent es de perdas ( hp) serão dadas pela fórm ula:

96
1
ℎ�(���� )2 = �� � 2 � 24
96
1
96
1
ℎ� = � �(� ⁄���� )2 � 24 = ��24
96
1
- curva das dem andas acum uladas:
A curva das dem andas acum uladas exprim e qual a porcent agem do t em po em que um
valor de dem anda é ex cedido. Ela é obt ida, det erm inando quant o t em po a dem anda
fica acim a do r eferido v alor. Exem plo:

Fig. 7.5 – Cálculo da Curva das Dem andas Acum uladas

Probabilidade (D ≥ D1) = t1
24

Probabilidade (D ≥ D 2 ) = 2
t
24

Nor m alm ent e est es valores são repr esent ados num a curva, com o m ost r ada a seguir:

Fig. 7.6 – Curva das Dem andas Acum uladas.

OBS:

- É im port ant e lem brar que, as definições cont em plaram curva diária e a curva de carga
referida à pot ência at iva.
- Na prát ica, é de int eresse que est es fat or es sej am referidos à pot ência aparent e.
Bast a subst it uir D( kW) , por S( kVA) .
- Em lugar de período de 1 dia, pode- se considerar 1 m ês, 1 ano, levando a fat or es
sim ilares, t ais com o fat or de carga m ensal, fat or de carga anual,et c.
7 .3 . – M e diçã o da Cu rva de Ca r ga

Para o est udo das curvas de carga, faz- se necessário m edi- las e organizar as
inform ações num m esm o r eferencial de form a a poder analisá- las e com pará- las.

7 .3 .1 .- Equ ip a m e n t os de M e d içã o

Os consum idores dispõem em sua ent rada de energia, de um m edidor de energia


elét rica t ipo indução, que pode ser em pregado em circuit os m onofásicos, bifásicos e
t rifásicos, conform e sua const rução.
Est e equipam ent o é com post o basicam ent e de:
a- Bobina de pot encial Bp, ligada em paralelo com a carga;
b- Bobina de cor r ent e Bc, ligada em série com a carga, dividida em duas m eias bobinas
enr oladas em sent idos cont rários;
c- Núcleo de m at erial ferr om agnét ico;
d- Núcleo de alum ínio com grau de liberdade de girar em t orno de seu eixo de
suspensão M;
e- I m ã perm anent e para produzir o conj ugado fr enador sobre o disco.

Fig.7.7 – Medidor de energia m onofásico

O m edidor funciona at ravés da int eração elet rom agnét ica dos fluxos alt ernados
( produt o deles) pr oduzidos nas bobinas, criando um m ovim ent o de r ot ação no disco.
Assim , a velocidade de rot ação do disco é função da pot ência solicit ada pela carga,
sendo a energia at iva consum ida proporcional ao núm ero de volt as do disco.
Para se r egist rar pont o a pont o a pot ência consum ida pela carga num a prim eira
alt ernat iva, as concessionárias ut ilizam est es m edidores sendo necessários alguns
art ifícios.
Na superfície inferior do disco, são feit as m arcações para leit ura. At rav és de um
t ransdut or colocado sob o disco, a leit ura dest as m ar cações é t ransfor m ada em pulsos
de t ensão que, são t ransm it idos e cont ados em um regist rador elet r ônico acoplado ao
m edidor de energia elét rica.
Fig.7.8 – Disco m edidor de energia.

O r egist rador que at ende às necessidades dest e pr ocedim ent o é o REP ( Regist rador
Elet rônico Pr ogram ável) . É um equipam ent o que acum ula os pulsos num dado int ervalo
de t em po especificado, det erm inando a energia e por conseqüência, Pode- se obt er a
pot ência m édia no int ervalo. Est e valor de pot ência é alocado na m em ória da m assa,
seguindo t abelas horárias, diárias e m ensais. Possuem m em órias de m assa t ipo RAM
com bat erias de “ back up” com aut onom ia de pelo m enos 120 horas na m aioria dos
casos.
O REP pode arm azenar dados referent es a 38 dias de m edição com pot ências definidas
em int ervalos de 15 m inut os.
Para m edição t rifásica ut iliza- se o m esm o r egist rador, por ém acoplado a um m edidor de
indução de t rês elem ent os ( um elem ent o ou “ elem ent o m ot or” é o conj unt o “ bobina de
corr ent e – bobina de pot encial e disco de alum ínio” ) . Ent ão os t rês discos são
acoplados a um m esm o eixo sendo a m edição única.
Nas m edições em t ransform ador es é necessário o em pr ego de t ransform ador es de
corr ent e, para r eduzir o valor dest as a níveis com pat íveis com os elem ent os. Nas
m edições dos t ransform ador es, são t am bém r egist rados os valores de pot ência reat iva
( kVAr) , at rav és de um out r o m edidor, com ligação conv enient e da t ensão e cor rent e
nas bobinas de form a que a rot ação do disco sej a propor cional a pot ência reat iva.
A ret irada dos dados é feit a at ravés de um a leit ora pr ogram ável que, acoplada ao REP,
inicializa o program a operacional no início da m edição e faz a ret irada dos dados no
final do período.
Os r egist ros são feit os em disposit ivo m agnét ico e, após os t est es de consist ência, são
passados para disquet es a fim de ser em t rat ados.
Est es equipam ent os t êm ev oluído e hoj e j á se encont ram no m ercado equipam ent os
onde o m edidor e o r egist rador est ão int egrados na m esm a unidade elet rônica.
Um deles funciona com base em am ost ragem discret a de sinais. As t r ês t ensões e
corr ent es são lidas at ravés de um conv er sor analógico digit al com freqüência de at é
256 am ost ras por ciclo a 60 Hz. Os valores am ost r ados corr espondent es a um ciclo a
60 Hz são ut ilizados par a det erm inar o m ódulo e fase da senóide fundam ent al.
Com o m ódulo e fase das t ensões e cor rent es, pode- se det erm inar as pot ências at ivas e
reat ivas, os fat or es de pot ência, por fase ou t r ifásico. Evident em ent e, precisa t am bém
fazer um a m édia no int ervalo de dem anda desej ado. Os valor es são arm azenados
nest a unidade elet rônica que possui um a saída serial para t ransferir a inform ação a um
com put ador para post er ior análise e arm azenam ent o.
7 .4 . - Cu r va de Ca r ga e Re pr e sen t a çã o do con su m idor

Nor m alm ent e as curvas diárias dos consum idor es são m edidas, por período de 15 a 30
dias em m édia. Para cada dia regist ra- se um a curva com os valor es da pot ência m édia
( kVA) em cada int ervalo de int egração de 15 m inut os ( 96 pont os) . Junt o com a curva,
vem ident ificado o dia, m ês, ano e dia da sem ana.
Est as curv as de vários dias são ut ilizadas para obt er duas out ras curvas que
represent arão um dado consum idor:

7 .4 .1 .- Tipos de Cu r v a :

- Cur v a M é d ia :
É um a cur va de 96 pont os, um a para cada 15 m inut os Pm ( t ) { ou M( t ) } , obt idos pela
m édia dos pont os naquele horário de t odas as curvas diárias.

∑�1 �� (�)
�(�) = �� (�) = �
t = 1......96

Pd ( t ) = valores m edidos nos vários dias no inst ant e t ;


N = núm eros de dias de m edição

- Cu r v a de de svios:
É a curvas de 96 pont os S( t ) , obt idos pelo cálculo do desvio padrão.
2
∑�1 ��� (�) − �� (�)�
� 2 (�)
=
�−1
O valor
24ℎ���� 96
15
����� = � �� (�)�� ≅ � �� (�)
60
1 1


é o valor da energia m édia em um dia. O valor ����� = ���� �24 r epr esent a a pot ência
m édia, valor est e que, const ant e durant e t odo o dia, levaria a um a energia consum ida
����� ou a ( 30����� ) num m ês. Segue- se que:

�������
����� =
24 × 30

onde ����� pode ser usada para norm alizar os valor es das curvas m édia e dos desvios.

�� (�)
�(�) = ��
�����
� 2 (�)
� 2 (�) = ��
����� 2
Calcula- se t am bém o v alor “ dos desvios em relação à m édia” por:

�(�) ��
�̅ (�) = ���
�(�)
Segue- se pois, que o consum idor ou t ransfor m ador passa a ser definido pelas suas
curvas m édia e de desvios em pu ( m ,s)
Pode- se est abelecer valore de ( m ,s) para diferent es faixas de est rat os de consum o,
para difer ent es t ipos de cidade, e definir um a curva est at íst ica do consum idor at rav és
dos seguint es passos:

1 º Pa sso:
���
Dado Cm j , consum o m édio m ensal do consum idor j , calcula- se ������ = (24×30)
2 º Pa sso:
Com a cur va r epr esent at iva de consum idor ( m ,s) , calculam - se os v alores da cur va
m édia e de desvios em kW por:

Mj ( t ) = m ( t ) Pbasej t = 1.....96
Sj ( t ) = s( t ) Pbasej t = 1.....96
3 º Pa sso:
Define- se um a cur va diária est at íst ica ( adm it indo- se um a dist ribuição gaussiana)

Pdj ( t ,k) = Mj ( t ) + k Sj ( t )

As seguint es probabilidades ( % ) de não ser em excedidas são associadas aos valor es k:

K 1,0 1,3 1,96 2,0 3,0


% 84,0 90,0 95,0 98,0 99,9

Na r ealidade a curv a do consum idor pode não ser gaussiana, m as um a dist ribuição
assim ét rica. Por ém para efeit o de cálculo adm it ir- se- á que sej a gaussiana definida
pelos valor es calculados de Mj e Sj .
Est e pr ocedim ent o é usado para t odos os consum idores e para os t ransform adores de
dist ribuição e poderia ser ext r apolado para out ros elem ent os: alim ent adores,
subest ações, et c.

7 .4 .2 .- Am ost r a de M e diçã o

Ant es de iniciar as m edições, procura- se fazer um a est im at iva inicial do volum e delas,
ou sej a, do t am anho da am ost ra.
Nor m alm ent e, o t am anho da am ost ra n, pode ser obt ido pela equação:

��2 � 2
�= 2
�20

Onde: S : desvio padrão k W;


L0 : er r o aceit ável na m édia kW
Z a/ 2 : valor associado ao nível de segurança
Na t abela a seguir, com o exem plo,são apr esent ados valores de t am anho de am ost ra

Tabela7.1 - Tam anho da Am ost ra


Conclui- se, que a am ost ra no qual será avaliada a m édia, deve t er 300 a 400 elem ent os
( 95% confiança, L0 = 0,5; S= 5) . Ent ret ant o com o não se conhece a priori o valor S,
nem com o serão agrupados os dados, pode- se part ir com est e obj et ivo e efet uar
verificações após t erm inada cada fase de m edição.
Para os t ransform ador es, a am ost ra necessária é m enor, vist o ser t am bém m enor o
desvio padrão.

7 .4 .3 .- Escolh a d os loca is d e m e d içã o e e st r a t os

A t ít ulo de ex em plo, foram t om ados com o r eferência est rat os de consum idores
residenciais, das concessionárias CPFL e CESP, e part iu- se inicialm ent e com a
proposição de dividir os consum idor es em est rat os de consum os quais sej am :

Tabela 7.2 – Agrupam ent o de est rat os de consum o


kWh/mês 0-50 51-100 101-150 151-200 201-300 301-400 401-500 501-1000 >1001

De posse dos r esult ados seria verificada a possibilidade de agrupar alguns est rat os.
Para t ransform ador es, não se est abeleceu um a regra a priori, excet o que est e
alim ent asse carga predom inant em ent e r esidencial ( m ais que 95% ) .
Est a análise foi feit a com base na dist ribuição est at íst ica dos consum os ( kWh/ m ês) , por
est r at o, e o seu result ado pode ser considerado com o orient at ivo, válido para início das
m edições, vist o que sim ilaridade de consum o não necessariam ent e pode significar
sim ilaridade da cur va de carga, dev endo t al fat o ser r evist o no final das m edições.

7 .4 .4 .- Tr a t a m e n t o d a s in for m a çõe s - M é t odos

Para o t rat am ent o das inform ações são ut ilizados dois procedim ent os:

- An á lise de Agr u pa m e n t o ( t a m bé m con h e cida com o clu st e r ( se m e n t e ) )

Na análise dos “ clust ers” , as cur vas são alocadas em com part im ent os ( clust er) de
acordo com a dist ância euclidiana ent re seus pont os. Sej a por exem plo um a am ost ra
com n curvas ( cada um a com m pont os) , e que se desej a agrupá- las em w grupos
( clust er) .
O pr ocesso de cálculo para ist o segue os seguint es passos:
- as prim eiras w cur vas são alocadas um a em cada “ clust er” ;
- para as ( n- w) curvas seguint es ( i) , t om a- se um a delas e calcula- se a dist ância
euclidiana ent re seus pont os e os pont os das curvas nos w “ clust er s” , pela seguint e
expr essão:

���
2
= �(�� − ��� )2
1
Onde: x i = pont o i da curva que est á sendo classificada;
x wi = pont o i da cur va do clust er.

- a curva i será alocada no clust er para o qual obt ev e- se a m enor dist ância. A curva
t ípica do “ clust er” ( sem ent e) passa a ser subst it uída pela m édia das cur vas alocadas no
“ clust er” .
- o pr ocesso é r epet ido para t oda a am ost ra quando finda a prim eira it eração. Com o a
escolha do “ clust er” ( sem ent e) é arbit rária, sem um crit ério de espaçam ent o ent re as
curvas, pr ocura- se r einiciar o pr ocesso ( 2ª it eração) alocando as n cur v as nos “ clust ers”
por ém part indo com o clust er inicial as curvas m édias no final da it eração 1.
- o processo finaliza quando ent r e duas it erações sucessivas, as cur vas perm anecem
nos m esm os “ clust er s” , ou quando se at inge o núm er o m áxim o de it erações. Dest a
for m a, ficam em cada “ clust er” as curvas que t em a m esm a form a e est ão pr óxim as
ent re si.

cluster 1

cluster 2

Área carente

Fig.7.9 – “ Clust ers”

Para as curvas do m esm o “ clust er” , são calculadas as cur vas m édias e de desvios, bem
com o a porcent agem de incidência de elem ent os da am ost ra. Port ant o com est a
análise pode- se procurar t endências nas form as das curvas e sua repr esent at ividade.

- An á lise da s m é d ia s e dos de sv ios p a d r õe s

No est udo das m édias e dos desvios, procede- se o cálculo com t odas as cur vas diárias,
ou t odas as curvas de um est rat o ou de um a concessionária, t ent ando assim
est abelecer um subconj unt o ( por ex em plo: consum idores num est rat o) , que será
caract erizado pelas suas cur vas m édias e dos desvios.
7 .4 .5 .- Aná lise da s M e diçõe s

Na t abela a seguir, est ão indicadas as m edições t om adas com o ex em plo, para fazer
análise das m edições. Com est as m edições, foram calculadas as curvas m édias e de
desvios que foram r ecom endadas par a o uso em m odelagem da rede e de
equipam ent os( Transfor m ador es) . Ant es, pr ocedeu- se um a análise de agrupam ent o
visando exam inar se havia t endências na am ost ra da curva.

Tabela 7.3 – Medições a ser em analisadas

A análise das m edições foi feit a segundo dois cr it érios:

- Aná lise de Agr u pa m e nt os ( Clu st e r )

I nicialm ent e foi organizada um a am ost ra com t odas as cur vas diárias de t odos os
consum idor es, e out ra com t odos os t ransform ador es, para serem usadas num a análise
de agrupam ent o.
Os dados foram pr ocessados solicit ando a divisão em 10 clust er s ( gr upos) . As curvas
m édias de cada clust er est ão indicadas nas figuras a seguir:

Fig.7.10 – Média dos Clust er s – Transform ador es


Se observarm os a Fig.7.10, podem os verificar que os clust er s 1, 2, 3, 4 são
sem elhant es diferindo apenas no horário de pico.
Fig.7.11 – Média dos Clust er s - Consum idores

Se obser varm os a fig.7.11, pode- se v erificar que os clust er s: 3, 5 e 6 caract erizam - se


por t er pico durant e o dia. O clust er 2 t em pico baixo e os clust ers r est ant es são
sem elhant es ent r e si.

- Aná lise da s M é dia s e D e svios

Nest a análise, os consum idores são agrupados por localidade e por consum o. Nest a
análise foram ut ilizados os dados da t abela a seguir:

Ta be la 7 .4 – Est r a t os dos con su m idor e s r e side n cia is

Procede- se ent ão o cálculo das curvas m édias e de desvios, individuais depois


agrupando por est rat o, e por localidade. Quando exist e sem elhança das curvas em
alguns est rat os, est es são agrupados.
Result a ent ão a r ecom endação de cur vas ( em pu) das m édias e dos desvios para cert os
est r at os, list ados na t abela acim a. O procedim ent o feit o para os t ransform adores é o
m esm o.

As cur vas a seguir, foram obt idas dos dados acim a.


Fig.7.12- a- Média Fig.7.12- b- Desvio Padrão

Figura 7.12 – Est rat o de consum o de 0- 50 k Wh/ m ês ( CESP)

Fig.7.13- a- t ransform adores / Energia Fig. 7.13- b- t ransform adores / Energia > 7300
< 7300kWh/ m ês kWh/ m ês

Fig.7.13 – Transform ador es / Energia < 7300kWh/ m ês e > 7300k Wh/ m ês

Obs: Exam inando- se as curvas represent at ivas dos consum idor es verifica- se que:

- os desvios padrão no caso de consum idores residenciais ( da ordem de grandeza da


m édia) . I st o é devido a aleat oriedade de algum as cargas com o chuveiro, ilum inação,
m áquinas de lavar, et c.

- os desvios padrão no caso de t ransform ador es são pequenos ( 20 a 30% da m édia) ,


vist o que neles est ão ligados vários consum idores e a aleat oriedade não é m uit o
sent ida, pela diversidade da carga.
7 .5 . - Tipos de Con sum idor e s

7 .5 .1 .- Con su m idor e s Re sid e n cia is

Alguns est udos foram efet uados para a ident ificação da curva de carga de consum idor es
residenciais, os quais basearam - se em quest ionários que foram respondidos pelos
consum idor es, indicando a posse dos elet rodom ést icos ( quant os, que t ipo, et c.) e o
hábit o de uso ( horário e t em po) .
Com base nest as inform ações, é propost a a com pilação de um a curva de carga
represent at iva para os consum idor es, para a som a de consum idor es de um a cidade, de
um a região, do est ado, et c.
São feit as algum as m edições, por ém orient adas a verificar o hábit o do uso
com parando- o com a r espost a do quest ionário.
No est udo de prédios residenciais são feit as m edições com m axím et ros ( para
det erm inar o valor da pont a) colocados em m édia durant e dois dias nos circuit os do
condom ínio, do apart am ent o de m aior consum o de energia, e na cabine de ent rada.
Est as m edições serv em para det erm inar est at ist icam ent e as caract eríst icas da pont a da
carga, com o por ex em plo: kW de pont a por m 2 do apart am ent o; dos elevadores; das
bom bas; e fat or es de diver sidade.
Part indo da análise dest es docum ent os, é possível est abelecer um a sist em át ica para
desenvolvim ent o do est udo da curv a diária de carga para os consum idor es e
t ransform ador es r esidenciais.
Procura- se observar que o pr ocedim ent o de um elet r odom ést ico de uso prat icam ent e
cont ínuo ( geladeira, fr eezer) , é alocado na curva de carga com o um a pot ência
const ant e durant e t odo o dia.
O chuveiro elét rico é alocado, considerando a probabilidade da hora do banho e o valor
da pot ência é dist ribuída na hora, com um a curva de pot ência no t em po com o valor
m áxim o no inst ant e do banho indicado pelo consum idor.
A m et odologia apresent ada ant eriorm ent e é aplicada para um consum idor, quando se
conhece a sua posse e hábit o.

7 .5 .2 .- Con sum idor e s Com e r cia is

O est udo das curvas de carga de consum idor es com er ciais envolve as seguint es et apas:
- caract erização das at ividades e análise de sua im port ância;
- definição das at ividades para as quais serão m edidas as curvas de carga;
- m edições;
- análise dos r esult ados e agrupam ent o de at ividade;
- recom endações de cur vas de carga t ípicas por at ividade.

O procedim ent o de m edição e análise, caract erizando o consum idor por um a curva
diária de carga m édia e um a de desvios, t odos em pu da pot ência m ensal, é
sem elhant e ao est abelecido para consum idor es residenciais.
a. Ca r a ct e r iza çã o da s At ivida de s qua n t o à sua im por t â n cia .

Est ão cadast radas no Est ado de São Paulo cer ca de 200 at ividades com er ciais.
Algum as são sem elhant es ent re si e podem levar a confusão na hora de classificar o
consum idor ( ex: Manut enção e Conservação de veículo Ger al e Repar ação de veículos)
e exist em aquelas indefinidas ( Com ér cio Var ej ist a – Out r os) .
Exist em at ividades que podem ser consideradas m ais im port ant es que out ras, quando
se considera o núm er o ou m esm o a energia global consum ida pelos consum idor es
nest as at ividades.
Considerando est es quesit os e o aspect o de r ecursos financeiros para caract erizar t odas
as at ividades, pr ocur ou- se ident ificar quais as m ais im port ant es quant o ao núm ero de
consum idor es e energia consum ida.
Para r ealizar est e est udo, obt eve- se um ar quivo de dados de 3 concessionárias:
CESP.CPFL e Elet r opaulo. De posse dest es dados, pr ocedeu- se o seguint e:
- t ot alização do núm er o de consum idor es por at ividade com er cial;
- t ot alização do núm er o de consum idor es por faixa de consum o m édio;
- classificação das at ividades com erciais com m aior núm ero de consum idores, em
ordem decrescent e;
- cálculo das porcent agens do núm er o de consum idores de cada at ividade com r elação
ao t ot al e com r elação ao m aior valor, por at ividade.
A part ir dest es it ens, ger ou- se um a list agem , que será apr esent ada a seguir, com
alguns consum idor es j á classificados, com exem plo:

Ta be la 7 .5 – Cla ssifica çã o Qu a n t o a o nú m e r o de consu m idor e s

Dando cont inuidade ao est udo, baseando- se nos dados da t abela apr esent ada acim a,
passa- se agora aos seguint es passos:
- cálculo da energia m édia, t ot al por at ividade, a part ir da seguint e fór m ula:

Σ ( valor cent ral da faixa de consum o) * ( nº de consum idores da faixa correspondent e)

- classificação, em ordem decr escent e das at ividades com erciais com m aior valor de
energia m édia, calculada no passo ant erior.
A part ir dos passos ant erior es, ger ou- se um a list a com a ordem de classificação, sendo
que não foram incluídos nest es passos os consum idores de faixa de consum o m aior que
5000 kWh/ m ês.
Realiza- se um a com par ação ent r e list agens de at ividades com er ciais classificadas por
núm ero de consum idores e por energia m édia.
A part ir dest a com paração, perm it e- se selecionar com o prim eiro grupo para análise as
50 prim eiras at ividades com erciais classificadas por energia m édia, cuj o conj unt o
cont em pla t am bém as 46 prim eiras classificadas por núm er o de consum idores, que será
apresent ado som ent e um a pequena part e, em form a de t abela.

Ta be la 7 .6 – Pr in cipa is a t ivida des- Cla ssifica çã o qua nt o a o n º e e n e r gia con su m ida dos
con sum idor e s com e r cia is

Analisando o conj unt o de 50 at ividades selecionadas, é possível dividi- lo em grupos:


I - At ividades com especificação inadequada ou incom plet a
Est as at ividades pela sua descrição não per m it em um a definição clara do t ipo de
consum idor;
I I – At ividades não r epr esent at ivas
É selecionada algum as at ividades que não são represent at ivas em núm er o com parando-
se com a quant idade de consum idor es das out r as at ividades que se pr et ende m edir;
I I I – At ividades com er ciais cuj as unidades consum idoras devem ser m edidas –
Prioridade I
I V – At ividades com erciais cuj as unidades consum idoras dev em ser m edidas –
Prioridade I I
Trat am - se de at ividades que, com paradas às dem ais e, em função do pequeno núm ero
de apar elhos de m edição, foram colocadas em segunda prioridade.
Para a est rat ificação de cada at ividade em consum idores pequenos, m édios e grandes,
com r elação ao consum o m édio ( kWh) , foram elaborados, para cada um a das
at ividades principais e para cada concessionária, gráficos da Fr eqüência Percent ual
acum ulada ( FA) nas respect ivas faixas de consum o m édio, obt idas a part ir da seguint e
expr essão:
∑��=1 ���
��� = × 100
���
onde,
FAn – freqüência percent ual acum ulada dos consum idores com er cias ex ist ent es na faixa
de consum o m édio n; NCi – quant idades de consum idores exist ent es na faixa de
consum o m édio i; NCt – quant idade de consum idores t ot al da at ividade t .

Para classificação dos consum idores em Pequenos, Médios e Gr andes, consider ou - se:
- a faixa de consum o m édio que fica próxim o ao valor de FA igual a 33% , ser á o valor
do lim it e superior para o consum idor com er cial Pequeno;
- a faixa de consum o m édio que fica pr óxim o ao valor de FA igual a 66% será o lim it e
superior para o consum idor com er cial Médio, que ficará com o lim it e inferior a um valor
de consum o ( kWh/ m ês) im ediat am ent e acim a do lim it e superior do consum idor
com er cial Pequeno;
- o consum idor com ercial Grande t erá com o lim it e inferior o valor do consum o m édio
( kWh/ m ês) im ediat am ent e acim a do lim it e superior do consum idor com er cial Médio.
Ta be la 7 .7 – Con su m idor Com e r cia l- Cla ssifica çã o qu a n t o a o Por t e do Con su m idor .
b. M e diçõe s Re a liza da s e Re com e nda çõe s
A part ir das m edições, obt ev e- se um banco de dados cuj a quant idade de m edições
est ão indicados, na t abela a seguir:

Ta be la 7 .8 – Qu a nt ida de de Con sum idor e s e Tra nsform a dor e s m e didos

A part ir dest e dados procurou- se definir dois t ipos de m odelos : o individual e o


aglut inado.
M ode lo I n d ividu a l:
O m odelo individual leva à r ecom endação de um a curva t ípica por cada at ividade e
concessionária.
As curvas a seguir, são r epr esent at ivas das várias at ividades m edidas. Cada figura
cont ém a cur va m édia e do desvio padrão. No cálculo dest as curv as, os sábados e
dom ingos foram ret irados da am ost ra

Fig. 7 .1 4 - At iv ida de 5 2 2 1 - Re st a u r a nt e s e La n ch on e t es – CESP e Elet r opa u lo

M ode lo Aglu t in a do:


No m odelo aglut inado, pr ocur ou- se agrupar curvas sem elhant es ( de at ividades
diferent es) em 4 t ipos de curvas t ípicas, t rat ando os dados na seguint e seqüência:
- cálculo das m édias ( M) e dos desvios padrões ( S) para t odos os 96 pont os da curva
diária da carga, refer ent e a cada unidade consum idora m edida, det er m inando assim a
sua cur va diária m édia e dos desvios padr ões;
- calculo da energia m édia diária ( E) , pela int egração da cur va diária m édia, e cálculo
da pot ência m édia diária ( Pb = E/ 24) ;
- cálculo das curvas diárias de carga ( m édia e desvio) , em pu, ( m ,s) ut ilizando- se com o
valor de base a pot ência m édia ( Pb ) para cada consum idor em quest ão.
Do conj unt o de m edições foram r et irados os dados de t odos os sábados e dom ingos.
Fig. 7 .1 5 - At iv ida de 5 2 2 2 - Ba r e s, Bot e qu ins e Ca fé s

A grande ut ilidade desses conj unt os é que per m it e que se observ e, além dos valores
m édios e desvios, os valores de m édia m áxim a por at ividade.
Com est e t ipo de m odelo, na r ealização dos agr upam ent os, não por at ividade, m as por
sem elhança de curvas, est abeleceu quat r o t ipos de cur va t ípica:
Pe r t e n ce m a cu r va do t ipo 1 , a s se g u in t e s a t iv id a de s:

5211 - Hot éis e m ot éis


5410 - Serviços de higiene - Barbearias, saunas, lavanderias
5465 - Est abelecim ent os part iculares de cursos livres
5761 - Escrit ório de em presa de com ércio var ej ist a
5769 - Escrit ório de em presa de at ividade não especificada
5900 - Bancos com er ciais e caixas econôm icas
6009 - Com ér cio at acadist a de m áquinas, aparelhos e equipam ent os para uso
com er cial, profissional e dom ést ico
6022 - Com ér cio at acadist a de leit e e derivados
6031 - Com ér cio de m ercadorias em geral, sem produt os alim ent ícios
6102 - Com ér cio varej ist a de m áquinas e aparelhos elét ricos
6104 - Com ér cio varej ist a de v eículos e acessór ios
6105 - Com ér cio varej ist a de acessórios para veículos
Consum idores Com er ciais 125
6106 - Com ér cio varej ist a de m óv eis, art igos de habit ação e ut ilidade dom ést ica
6107 - Com ér cio varej ist a de livros, papel, im pressos e art igos de escrit ório
6112 - Com ér cio varej ist a de art igos de vest uár io, calçados, arm arinhos
6113 - Com ér cio varej ist a de carnes e peixes
6116 - Magazines
6118 - Joalherias, r eloj oarias, art igos ót icos, m at erial fot ográficos e cinem at ográfico
6119 - Com ércio var ej ist a de brinquedos, art igos desport ivos, r ecreat ivos e para
present es
6124 - Casas lot éricas
6199 - Com ér cio varej ist a de produt os não especificados
6330 - Adm inist ração de im óveis
8021 - Associações beneficent es, religiosas e educacionais
8022 - Associações cult urais, cient íficas e educacionais.

Pe r t e n ce m a cu r va do t ipo 2 , a s se g u in t e s a t iv id a de s:

5321 - Reparação de v eículos


5322 - Manut enção e conser vação de v eículos em ger al
6101 - Com ércio var ej ist a de ferragens, pr odut os m et alúrgicos, m at eriais de const rução
e m at erial Elét rico
6103 - Com ér cio varej ist a de v eículos.

Pe r t e n ce m a cu r va t ipo 3 a s se g u in t e s a t iv ida de s:

5048 - Garagens e parqueam ent o de veículos


5052 - Transport e aéreo de carga
5221 - Rest aurant es e lanchonet es
5222 - Bar es, bot equins e cafés, confeit arias, leit erias e sor vet erias
5229 - Out r os serviços de alim ent ação não especificados
5433 - Assist ência m édica, odont ológica e vet er inária
6014 - Com ér cio at acadist a de papel, im pressos e art igos para escrit ório
6108 - Com ér cio varej ist a de produt os quím icos e farm acêut icos
6109 - Com ér cio varej ist a de com bust íveis e lubrificant es
6111 - Com ér cio varej ist a de t ecidos.
Pe r t e n ce m a cu r va do t ipo 4 , a s a t ivid a d e s:

5041 - Transport e urbanos de passageiros, inclusive m et r oviários


5120 - Radiodifusão e t elevisão
5930 - Em presas de capit alização
5960 - Em presas de seguros
6006 - Com ér cio at acadist a de m adeira
6029 - Com ér cio at acadist a de produt os im port ados
6114 - Mercearias, arm azéns e padarias
6115 - Superm er cados.

7 .5 .3 .- Con sum idor e s I n du st r ia is

O est udo das curv as diárias para o set or indust rial segue a m esm a m et odologia
apresent ada para o set or com er cial, ou sej a:
- det erm inação das at ividades im port ant es ;
- planej am ent o das m edições;
- análise das m edições e recom endações de cur va padrão.
Nest e est udo, foi concent rado o consum idor indust rial de Baixa Tensão. Os
consum idor es de Média Tensão, apr esent am dados devido às concessionárias
inst alarem m edidor es elet rônicos, port ant o pode- se disponibilizar as curvas diárias de
carga.
Do m esm o m odo do est udo de consum idores com erciais, procedeu- se ent ão a um a
com paração ent re as list agens de at ividades indust riais classificadas por núm er o de
consum idor es e por energia m édia. Tal com paração perm it iu selecionar com o grupo
inicial 50 at ividades indust riais classificadas por energia m édia. Analisando- se o
conj unt o das 50 at ividades selecionadas foi possível dividi- lo em t r ês gr upos:
I- At ividades com especificação inadequada ou incom plet a:
Est as at ividades pela sua descrição não per m it em um a definição clara do t ipo de
consum idor.

I I - At ividades indust riais cuj as unidades consum idoras devem ser m edidas: Prioridade
I

I I I - At ividades indust riais cuj as unidades consum idoras dev em ser m edidas – Prioridade
I I . Trat am - se de 18 at ividades que com parada às dem ais e em função do pequeno
núm ero de aparelhos disponíveis para m edição t iveram que ser colocadas em segunda
prioridade.
Ta be la 7 .9 – Cla ssifica çã o qu a n t o a o n º de Consum idor e s

Ta be la 7 .1 0 – Cla ssifica çã o da s 5 0 a t iv ida de s m a is im por t a nt e s – Cla ssifica çã o por nº de


con sum idor e s e por En e r gia M é dia – fon t e : Elet r opa ulo

Ta be la 7 .1 1 – At ivida de s pa r a M e diçã o – Pr ior ida de I

Ta be la 7 .1 2 – At ivida de s pa r a M e diçã o – Pr ior ida de I I


a. M e diçõe s Re a liza da s e Re com e nda çõe s
As m edições obt idas para consum idores ligados em baixa t ensão est ão apresent adas na
t abela a seguir.
Dispõe- se de 108 consum idores m edidos com 1885 dias de m edições. Com base nest e
result ado obt ido de t odas as curvas indust riais de baixa t ensão m edidas pode- se
recom endar as curvas caract eríst icas das at ividades selecionadas.
Convém enfat izar que algum as at ividades t iveram um a única m edição por
concessionária. Quando a m esm a apresent ou um bom com port am ent o, com baixos
valores de desvio- padrão, ela foi recom endada para represent ar a at ividade,
ressalvando- se, no ent ant o, a necessidade de cont inuação das m edições, visando
obt enção de m aior es subsídios na caract erização da at ividade.
Os consum idor es de m édia t ensão devem sem pre ser t rat ados separadam ent e e sua
curva r eal ser ut ilizada nos cálculos.

Ta be la 7 .1 3 – At ivida de s Me dida s, N º de Consum idor e s e D ia s m e didos.


Fig. 7 .1 6 – At iv ida de 1 0 1 0 – Apa r e lha m e nt o de Pe dr a / M a r m or e / Gr a n it o

Fig. 7 .1 7 – At iv ida de 1 0 3 0 – Fa br ica çã o de Te lh a e Tij olo – CPFL

Fig. 7 .1 8 – At iv ida de 1 0 3 0 – Fa br ica çã o de Te lh a e Tij olo – CESP.


7 .6 . - Cor r e la çã o e nt r e Consum o M e nsa l e Ca r ga I nst a la da de
Consum idor e s.

A cor relação ent re consum o m ensal e carga inst alada de consum idores é um a
m et odologia que quando aplicada deve- se usar :
- quest ionários respondidos pelos consum idor es das concessionárias de energia elét rica
sobr e posse de equipam ent os elét ricos na ocasião do pedido de ligação da energia
( carga inst alada) ;
- m edições de energia consum ida depois de est abilizado o valor de consum o ( k Wh) .
Nest e est udo são apresent ados os r esult ados das corr elações encont radas par a os
vários segm ent os do m er cado ( residencial, com er cial e indust rial) e recom endar valor es
( kWi x kWh) que possam ser ut ilizados pelas concessionárias de energia elét rica.
Com est a inform ação, na ocasião do pedido de ligação, a concessionária poderá est im ar
prelim inarm ent e o kWi ( pela declaração das cargas) , a seguir calcular o kWh/ m ês
esperado e com base nas cur vas de carga t ípicas obt er a cur va de carga pr ováv el do
consum idor. A curva de carga ser ve para v erificar o efeit o de ligação da carga ( queda
de t ensão, sobr ecarga em t rafos e linhas) e apr ovar ou não a ligação.

7 .6 .1 .- M e t od ologia p a r a de f iniçã o d a Cor r e la çã o

A m et odologia propost a dev e encont rar algum a form a de det erm inar a corr elação ent r e
as variáveis envolvidas, de t al m odo que essa m edida possa m ost rar:
- se exist e cor relação ent re variáveis;
- se exist ir, est abelecer um m odelo que int erpret e a r elação funcional exist ent es ent re
as duas variáveis;
- const ruído o m odelo, ele possa ser usado par a fins de pr edição.

7 .6 .1 .1 .- Fun da m e nt os Te ór icos

Para at ingir os obj et ivos cit ados acim a, será ut ilizada a Análise de Regressão, que se
const it ui um conj unt o de m ét odos e t écnicas par a est abelecim ent o de fórm ulas
em píricas que int erpr et em a r elação funcional ent re variáveis com boa aproxim ação.

Supondo Y, sej a um a variável a se est udar o seu com port am ent o. Os valores da
variável Y ( dependent e) sofrem influências dos valores de um nº finit o de variáveis: X 1 ,
X2 ,......,Xn ( independent es) , e exist e um a função g que expr esse est a dependência, ou
sej a:
� = �(�1 , �2 , … . , �� ).
Com o é inviável a ut ilização de n variáveis, pela dificuldade de m ensuração e
t rat am ent o de out ras, ut iliza- se um núm er o m enor de variáveis ( k) , e o m odelo ficará:

� = �(�1 , �2 , … , �� ) + ℎ(��+1 , ��+2 , … �� )

Todas as influências das variáveis Xk+ 1 ,Xk+ 2,....... Xn , sobre os quais não se t em cont r ole,
são consideradas com o casuais, e associa- se um a variável aleat ória U, obt endo- se o
seguint e m odelo de regressão:
� = �(�1 , �2 , … , �� ) + �
Onde f(�1 , �2 , … , �� ) é a com ponent e funcional do m odelo e U a part e aleat ória.

a –Té cn ica d a An á lise de Re g r e ssã o


Est a t écnica dev e abordar os seguint es pr oblem as:
- especificação do m odelo: sabe- se que k variáveis influenciam a variável independent e
Y. O pr oblem a é det er m inar a form a pela qual est as variáveis ex er cem t al ascendência,
ou sej a, encont rar a r elação ent re Y e X1 ,X2 ,....,Xn . Nest e t rabalho, t r abalha- se com a
função linear.
- est im ação dos parâm et r os: consist e em est im ar o valor dos diversos parâm et r os que

necessário est im ar os parâm et ros α e β.


aparecem na especificação adot ada. Para o m odelo de Regr essão Linear adot ado, será

� = � + �� +∪
7 .6 .1 .2 .- Re gr e ssã o Lin e a r Sim ple s

a – CON CEI TO

Quando um a função f que r elaciona as variáveis é do t ipo f( x) = α + β X,o m odelo de


regressão linear sim ples é dado por:

Y= α+ βX+ U
onde o valor de Y é form ado por dois com ponent es funcional ou regressão f( x) , que
represent a a influência da variável independent e X sobr e o valor de Y e define o eixo da
nuvem de pont os, que nest e caso é um a ret a, o com ponent e aleat ório U repr esent a a
influência de out ros fat or es, bem com o os err os de m edição da v ariável Y. Est e
com ponent e surge devido à v ariabilidade dos v alores de Y para cada v alor de X.

Fig. 7 .1 9 – Va r ia çã o de Y e a Cu r va de Re gr e ssã o

Fig. 7 .2 0 – Com pon en t e s: Fu n cion a l e Ale a t ór io


b – ESTI M ATI VA D OS PARÂM ETROS

Dada um a am ost ra de n pares ( Xi , Yi ) I = 1,2,3,...,n, desej a- se obt er um a ret a Y t ão


próxim a quant o possível do conj unt o de pont os m arcados, equivalent e a se m inim izar a
discrepância t ot al ent re os pont os m arcados e a ret a est im ada. O gráfico abaixo ilust ra
t al sit uação:

Fig. 7 .2 1 – Pon t os e Re gr e ssã o

Com o se observa, para um dado Xi , exist e um a diferença D ent re o valor Y obser vado e
o seu corr espondent e ��, dado pela ret a est im ada. Os valores D i são er ros ou desvios.
Sim bolicam ent e, t em - se:

D = Y- ��, ou D= Y- ( a+ bX)

O Mét odo dos Mínim os Quadrados é um m ét odo pelo qual det erm inam - se os valores de
a e b de t al form a que a som a dos desvios ao quadrado sej a m ínim a, ist o é:

�12 + �22 + ⋯ + ��2 = �í����


� �
2
� = � ��2 = ���� − ��� = �í����
�=1 �=1

� = �(�� − � − ���)2
�=1

Dev endo- se not ar que M depende de a e b. A det erm inação é conhecida, com o as
equações norm ais para a det erm inação de a e b.
Tem os que:

���
�= ; � = �� − ���
��� � �� � + ��
���

Onde
2
∑��=1 �� ∑��=1 �� �∑��=1 �� �
��� = ∑��=1 ���� − , ��� = ∑��=1 �� 2 −
� �

2
�∑��=1 �� � ∑ �
�� ∑��=1 ��
��� = ∑��=1 �� 2 − �� = �=1 � �� =
� � �
c – TESTE PARA EXI STÊN CI A D E REGRESSÃO – TESTE F

Para se t ent ar a exist ência de r egr essão, pode- se ut ilizar a análise de variâncias, ou
sej a, est udar o com port am ent o das variações t ot ais ( VT) , explicada ( VE) e residual
( VR) . Est e t est e é com pact ado no cham ado Quadro de Análise de Variância ( QAV) , cuj a
com posição é a seguint e:

Ta be la 7 .1 4 – Qu a dro de An á lise de Va r iâ n cia

Dev e- se lem brar que:


O m odelo é � = � + �� +∪ , devendo ser colocada à pr ova as seguint es hipót eses:
H0 : β = 0 ( inexist ência de r egressão)
H1 = β ≠ 0

Fixar “ α” ( nível de significância)


F( m ,n) é a variável aleat ória com dist ribuição F de Snedecor , com 1 grau de liberdade
do num erador e ( n- 2) graus de liberdade no denom inador, podendo ser obt ida em
t abelas dos livros de est at íst ica.

t est ando H0 : β = 0, t em - se a seguint e configuração:


A det erm inação da Região Crít ica ( RC) e da Região de Aceit ação ( RA) , e com o est á se

Fig. 7 .2 2 – Re giõe s Cr ít ica s e de Ace it a çã o

Conclusão :
Se F( calculado) > Fα ( 1,n- 2) , r ej eit a- se H 0 e ex ist e regressão

d – ESTI M ATI VA D E V ARI ÂN CI A

A form ula geral para a est im at iva da variância σu 2 ou σy 2 é dada por:


���� ��� ��������� ��� �������
���������� �� ������� =
�º �� ����� �� ��������� �� ����
onde os desvios são as diferenças ent r e as obser vações e a est im at iva da m édia. Para
cada Xi t em - se um valor observado Yi e o valor Y calculado ( est im at iva da m édia dos Y
para aquele part icular v alor Xi) .
Assim , a est im at iva da variância é dada por:

∑��=1(���� − ����� )2
�2 =
Φ
onde Φ é o núm er o de graus de liberdade.

est im ados a part ir dos Yobs, t em os que Φ = n- 2


Sendo n o núm ero de observ ações e 2 o nº de coeficient es da expr essão Ycalc= a + bX,

Resolvendo a expressão de S 2 , t em - se:


��� −����
�2 = ,
�−2

que é est im ador j ust o de Σ2 .

e – COEFI CI EN TE D E D ETERM I N AÇÃO OU D E EXPLI CAÇÃO ( R 2 )

O coeficient e de det er m inação ou de explicação indica quant os por cent o a variação


explicada pela regr essão r epresent a da variação t ot al. Est e índice varia ent r e 0 e 1.
No caso de R2 = 1, t odos os pont os obser vados se sit uam exat am ent e sobr e a ret a de
regressão, sendo o aj ust e considerado perfeit o. Por out r o lado, se R2= 0, conclui- se
que as variações de Y são exclusivam ent e aleat órias e a int rodução da variável X no
m odelo não irá incorpor ar inform ação algum a sobr e as variações de Y.

(∑ �)(∑ �)
∑ �� −
�2 = ⎛ � ⎞
(∑ �)2 (∑ �)2
��∑ � 2 − � �∑ � −
2 �
⎝ � � ⎠

7 .6 .2 .- Cá lcu lo d a Pot ê n cia I n st a la da

Para o cálculo da Pot ência I nst alada, seguiu- se o seguint e procedim ent o:

a – ca r ga de t om a d a s
Será considerado o núm er o de t om adas em função da ár ea const ruída. Caso a área sej a
considerada m aior que 250 m 2 , será adot ado o nº de t om adas exist ent es e consider ado
100VA por t om ada. Ser á considerada t am bém a carga m ínim a de t om adas da cozinha.
b – pon t os de lu z
Será considerado um pont o de luz por côm odo ou cor r edor, de pot ência igual a 100W
por pont o de luz.
c – a pa r e lh os e le t r od om é st icos fix os
Serão consideradas as pot ências dos apar elhos elet rodom ést icos abaixo relacionados
quando com provadam ent e pr evist os na inst alação:
- com pot ência ( m édia) definida:
chuveiro elét rico( 3500W) ; m aquina de lavar louça( 2000W) ; m áquina de secar
roupa( 2500W) ; forno m icroondas( 1500W) ; ferr o elét rico( 1000W) .
- com pot ência indicada pelo fabricant e:
aquecedor elét rico ( boiler) ; fogão elét rico; condicionador de ar; hidrom assagem ;
aquecedor de água; out ros com pot ência igual ou superior a 1000W.
d – n ú m e r o de t om a d a s
O núm er o de t om adas é dependent e da ár ea const ruída e os valores adot ados são
apresent ados na t abela a seguir:

Ta be la 7 .1 5 – N ú m e r o de Tom a da s e m fun çã o da Ár e a con st r u ída

Ex em plo :
Para o consum idor 1, t em - se os seguint es dados r et irados do quest ionário:
D a dos:
Consum o m édio: 196k Wh ( m ensal)
Área do t er r eno: 110m 2
Área const ruída: 50m 2
Aparelhos elét ricos: 1 chuveiro, 1 t elevisão, 1 m aquina de lavar roupa, 1 fer ro de
passar roupa, 1 aparelho de som , 1 aspirador de pó, 1 geladeira
de um a port a, 1 m aquina de cost ura, 1 secador de cabelo.
Nº de côm odos: 7
Nº de habit ant es: 4
Renda fam iliar: ent re 3 e 5 salários m ínim os ( SM)
Pot ê n cia in st a la d a :
- carga de t om adas: par a S= 50m 2 , r esult a 2400W;
- pont os de luz: considerando 100W por côm odo, result a 700W;
- aparelhos elet rodom ést icos com pot ência igual ou superior a 1000W:
1 chuveiro elét rico = 3500W
1 ferr o de passar r oupa = 1000W
1 secador de cabelo = 1000W
Tot al = 5500W
Pot ê n cia t ot a l in st a la da do con su m idor 1 = 2 4 0 0 + 7 0 0 + 5 5 0 0 = 8 6 0 0 W
7 .6 .3 .- Ex e m p lo de Aplica çã o do Cá lcu lo d e Re gr e ssã o Sim ple s.

A m et odologia foi t est ada com o base em 12 quest ionários r espondidos durant e as
m edições r esidenciais efet uadas. Na t abela a seguir, apr esent am - se os at ribut os dos
12 consum idores pesquisados onde serão procuradas as possíveis corr elações
exist ent es com o consum o m ensal.

Ta be la 7 .1 6 – At r ibut os dos Con su m idor e s

1 – cor r e la çã o e nt r e consu m o m e n sa l e pot ê ncia inst a la da :

I nicialm ent e procura- se a possível cor r elação exist ent e ent r e o consum o m ensal ( kWh)
e a pot ência inst alada ( kWi) dos consum idor es, at ravés da análise de regressão linear
sim ples.
Os valor es apr esent ados foram obt idos quando aplicadas as equações de regressão
cit adas nos it ens ant erior es.

- equação de r egr essão linear:


kWh = 64,3 + 15,8 k Wi
- F = 9,81
- Fcalc = 4,96 ( α= 5% )

- σ= 44,9

A figura a seguir, ilust ra o ex em plo acim a, apresent ando os pont os r epresent at ivos do

m édia represent at iva da corr elação exist ent e e os valores da m édia + 1,3σ e m édia ±2σ.
consum o e da pot ência inst alada de cada consum idor analisado, a ret a de r egressão
Fig. 7 .2 3 – Re gr e ssã o Lin ea r Sim ple s

7 .6 .4 .- Re su lt a d os de Cá lcu los.

Para verificar a cor relação ent r e os valores de carga inst alada e consum o m ensal de
consum idor es, r epresent ada at ravés da r egr essão linear, é t est ada a exist ência dessa
regressão at ravés da dist ribuição F de Snedecor, calculando a variável F da am ost ra e
com parando- a com a v ariável aleat ória F( m ,n) , com 1 grau de liberdade no num erador
e ( n- 2) graus de liberdade no denom inador, onde n é o núm er o de pont os da am ost ra.
Para um nível de significância de 5% , exist e regressão quando Fcalculado > F5% ( n- 2) .
Nest a análise t am bém foi considerado dois indicadores que m edem a qualidade dos
result ados obt idos:
- Coe f icie n t e de D e t e r m in a çã o ou d e Ex plica çã o ( R 2 ) : que indica quant os por
cent o a variação explicada pela regr essão r epresent a da variação t ot al. Est e índice var ia
ent re 0 e 1.
- Va r iá v e l L 0 : que for nece indicação do err o esperado ent r e o valor do consum o da
am ost ra e a população.

7 .6 .4 .1 - CON SUM I D ORES RESI DEN CI AI S.

Foram obt idos dois arquivos de dados da concessionária ELETROPAULO, cont endo 1062
e 932 consum idor es residenciais. I nicialm ent e t rabalhou- se separadam ent e com cada
arquivo, obt endo- se dois valor es de corr elação.
Est a form a de t rat am ent o foi devido a grande dispersão dos dados fornecidos, conform e
pode- se visualizar na t abela a seguir:
Ta be la 7 .1 7 – Cor r e la çã o Con su m o m e nsa l X Ca r ga I nst a la da de Consu m idor e s.Re side n cia is

Onde :
X – carga inst alada ( kWi) ;
Y – valor m édio do consum o m ensal ( kWh) ;

σ - desvio- padrão do consum o m ensal ( kWh) ;


Fcalc- variável F de Snedecor calculada para am ost ra;
Ft ab - variável F de Snedecor t abelada para am ost ra, para um nível de significância 5% ;
R2 – coeficient e de Det erm inação ou de Explicação;
L0 – err o esperado ent r e o valor do consum o m ensal da am ost ra e da população.
Analisando- se os result ados da t abela, verifica- se que am bas as am ost r as
apresent ar am exist ência de r egressão linear pelo t est e F de Snedecor, com um er ro
esperado em t orno de 2,5% ent r e o consum o m ensal da am ost ra e da população.

7 .6 .4 .2 - CON SUM I D ORES COM ERCI AI S.

A t abela a seguir, apresent a result ados obt idos da corr elação k Whxk Wi,para os ram os
de at ividades com er ciais m ais im port ant es:

Ta be la 7 .1 8 – Cor r e la çã o Con su m o m e nsa l X Ca r ga I nst a la da - Con su m idor e s.Com e r cia is

a- At ividade 5048 – com o Fcalc< Ft abelado não exist e regressão para um nível de
significância de 5%
b- At ividade 5211 - Com o Fcalc> Ft abelado exist e r egr essão linear, para um nível de
significância de 5,4% , com o m odelo adot ado explicando 95,5% da var iação t ot al de
kWh em função do kWi.

7 .6 .4 .3 - CON SUM I D ORES I N D USTRI AI S


A t abela a seguir, apresent a os r esult ados obt idos da correlação k WhxkWi para os
ram os de at ividades indust riais m ais im port ant es.

Ta be la 7 .1 9 – Cor r e la çã o Con su m o m e nsa l X Ca r ga I nst a la da - Con su m idor e s.I ndu st r ia is

Gr á ficos de Cor r e la çã o e nt r e Con su m o M e n sa l e Ca r ga I nst a la da de Consu m idor e s

Fig. 7 .2 4 – Cor r e la çã o e nt r e Con su m o m e nsa l e ca r ga in st a la da – Cons.Re side n cia l – 1 0 6 2 pont os

Fig. 7 .2 5 – Cor r e la çã o e nt r e Con su m o m e nsa l e ca r ga in st a la da – Cons.I n dust ria l – Se r r a lh e r ia


7 .7 . - Ava lia çã o da D ive r sida de de Ca r ga .

O conhecim ent o das caract eríst icas do pico ( pont a) de carga ou dem anda m áxim a é um
fat or que est á ligado int im am ent e às Concessionárias de Dist ribuição de Energia Elét rica.
De posse dest e valor t ant o num érico com o no inst ant e que ocor r eu, a concessionária
fazem o dim ensionam ent o de sua r ede e aj ust am seus cont rat os de com pra de energia
elét rica em grandes blocos com out ras concessionárias de Transm issão. Um
dim ensionam ent o inadequado pode com prom et er a qualidade das at ividades
desenvolvidas pelo consum idor final, e em ult im a inst ância prej udicar a sociedade com o
um t odo. De posse das cur vas diárias de carga dos consum idores per m it e aprim orar os
proj et os do sist em a de dist ribuição.

7 .7 .1 .- A d ive r sida de da s Ca r ga s

Na figura a seguir, são apresent adas as curvas de carga de dois dias de um m esm o
consum idor r esidencial. Analisando- se vários dias de curava de carga de um m esm o
consum idor pode- se not ar que os m aior es picos, que são, em geral oriundos do
chuveiro, não acont ecem sem pre no m esm o horário. Mesm o que um consum idor
t ivesse hábit os m ais rígidos de consum o, nem sem pr e t om aria banhos no m esm o
horário, podendo quando m uit o sit uar seus banhos dent r o de um a faixa por ele pr é-
det erm inado.

Fig. 7 .2 6 – Cu rv a s Diá r ia s de Ca r ga de u m consu m idor Re side n cia l

Para caract erizar o consum idor, prefere- se ut ilizar a cur va diária m édia e um a out ra dos
corr espondent es desvios padrão.
Na figura a seguir, apr esent a- se para um consum idor, as curvas diár ias das m édias e
dos desvios padrão.
Not a- se que os valor es de desvio padrão são alt os devido a aleat oriedade das cargas.
Em part icular o chuveiro é r esponsáv el pelo alt o desvio padrão nos hor ários de seu uso,
em part icular no horário de pont a.
Fig. 7 .2 7 – Cu rv a s Diá r ia s de Ca r ga da s M é dia s e dos De sv ios Pa dr ã o de u m Con su m idor
Re side n cia l

Quando se agr egam vários consum idores do m esm o t ransform ador, o efeit o da
diversidade é m enos acent uado ou sej a, o desv io é m enor .
I st o suger e um cuidado no dim ensionam ent o ( pela pont a) de equipam ent os com vários
consum idor es a j usant e j á que logo no t ransform ador de dist ribuição o efeit o da
diversidade é bast ant e sent ido.
Exam inando a curva do t ransform ador observ a- se que o desvio padrão encont rado é
relat ivam ent e baixo, da ordem de 20% da m édia, conform e a figura a seguir.

Fig. 7 .2 8 – Cu rv a s da M é dia e do D e svio Pa dr ã o de u m t r a nsfor m a dor

7 .7 .2 .- Fa t or D iv e r sid a de de Ch u ve ir os

Nos est udos r elat ivos ao levant am ent o das curvas de cargas dos consum idores
residenciais, not a- se que o elet rodom ést ico predom inant e na det erm inação do valor da
dem anda m áxim a de carga é o chuveiro. O uso do chuv eiro apresent a, em geral,
inst ant e de ocor rência aleat ória durant e as 24 horas do dia, consider ando- se cada um
dos consum idores individualm ent e, em diversos dias de análise. Est a aleat oriedade faz
com que as cargas dos chuv eiros não coincidam t ot alm ent e, num dado t em po, no
t ransform ador de dist ribuição.
A m et odologia ut ilizada para det erm inar as coincidências consist e basicam ent e de:
- Medições sim ult âneas das curvas diárias de cargas de um grupo de “ n” consum idores
residenciais ligados a um m esm o t ransfor m ador;
- Trat am ent o das cur vas diárias de cargas de “ n” consum idor es, expandindo para um
int ervalo de int egração de 5 m inut os. Obt ém - se,para cada um dos consum idor es
individuais, um a t abela onde const am para cada um dos dias m edidos, os valores da
dem anda m édia de 5 m inut os ao longo das 24 horas de um dia com 288 pont os. Dest a
for m a fica m elhor caract erizado quando o chuv eiro é ligado e est á em operação;
- Com parações ent re as planilhas dos “ n” consum idores com a m et a de quant ificar as
coincidências ent r e os picos de carga a cada inst ant e;
- Tabelam ent o de t odas as coincidências;
- Análise est at íst ica das coincidências.

7 .7 .2 .1 - AN ÁLI SE DAS TABELAS D E COI N CI D ÊN CI AS

Para r ealizar- se est e est udo, foram m edidos 7 consum idores sim ult aneam ent e ligados a
um m esm o t ransform ador, por um período de 12 dias. Foi feit a nest a am ost r a a
det erm inação das coincidências.
Foram elaboradas t abelas, para cada um a das planilhas ( grupos de consum idores) com
as est at íst icas de coincidência de chuv eiros, considerando:
- t ipo de coincidência ( dupla, t ripla, quádrupla, et c) ;
- núm ero de dias em que ocor reu pelo m enos um a coincidência;
- núm ero de v ezes em que ocorr eram as coincidências.
Consider e que num m esm o dia, pode ocor r er m ais de um a coincidência, sendo port ant o
o núm er o de v ezes em que ocorr e coincidência m aior ou igual ao núm er o de dias em
que ocor re pelo m enos um a coincidência. Na t abela a seguir, são apresent ados os
result ados para cada um dos grupos de consum idores analisados.

Ta be la 7 .2 0 – Coin cidê n cia s de Ch uv e ir os

d – núm ero de dias em que houv e coincidência, dividido pelo núm er o de dias de
m edições; v – núm er o de v ezes em que houv e coincidência , dividido pelo núm er o de
dias de m edições.
A curva de probabilidade de ocorr ências para cada t ipo de ocor rência é m ost rada na
figura a seguir:

Fig. 7 .2 9 – Pr oba bilida de de Ocor r ê n cia s pa r a ca da t ipo de Coin cidê n cia

A part ir dest a figura, pode- se obt er o t ipo de ocorr ência em função do núm er o de
consum idor es, com qualquer probabilidade de acert o.
Dividindo o núm ero de coincidência pelo núm ero de consum idores, obt ém - se os valores
da figura a seguir, denom inada fat or de coincidência de uso de chuv eiros.

Fig. 7 .3 0 – Fa t or de Coin cidê n cia

Pode- se observar na figura acim a que, o fat or de coincidência para t ransform ador es
residenciais com 40 consum idores ligados é de cerca de 25% . Vist o na form a de
porcent agem , t em os a porcent agem de consum idores que t em chuveiros
sim ult aneam ent e ligados, em função do núm er o t ot al dest es consum idor es.
7 .8 . - Ava lia çã o da D ive r sida de de Ca r ga s Re sidê ncia s.

Um a m et odologia foi desenv olvida para a obt enção de curvas de dem anda coincident es
para os consum idor es r esidenciais.
Est a m et odologia leva em cont a:
- Fat or es de coincidência de chuveiros em função do nº de consum idor es ligados ao
t ransform ador de dist ribuição;
- Fat or de coincidência das dem ais cargas. Par a ist o ut iliza- se das cur vas de m édia e de
desvios padrão, j á levant adas, com int ervalo de int egração superior a 5 m in., ist o
porque nest as curvas est á diluído o efeit o da pont a propor cionada pelos chuveiros, m as
est á m ant ida a energia dos chuveiros.

Fig. 7 .3 1 – Est ra t o de 1 0 1 a 2 0 0 k W h / m ê s – M é dia e de sv io pa dr ã o

Para a det er m inação da pont a de “ n” consum idor es iguais, os passos descridos a seguir
são:
- Na curva de carga m édia represent at iva de cada est r at o de consum o ( conform e figura
ant erior) , seleciona- se a dem anda m áxim a ( d) da cur va m édia e o r espect ivo desvio
padrão.
- A dem anda m áxim a m édia ( ddn) e o desvio padrão ( ssn) de “ n” consum idores podem
ser obt idos pelas fórm ulas:
ddn = n d
ssn 2 = n s 2 ou ��� = √�. �

- Os valor es obt idos pelas fórm ulas ant eriores est ão em pu da pot ência m édia de um
consum idor. No caso de se considerar os valor es em pu da pot ência m édia dos “ n”
consum idor es som ados, as fórm ulas passam a :
dn = n d/ n = d
sn = ssn/ n = √n s/ n = s/ √n
- Os valor es de pont a ( pu) de “ n” consum idores iguais com um a cert a pr obabilidade
( p% ) de não ser excedida são obt idas por:
pont a ( pu) = dn + k Sn = d + k s/ √n
onde k é função do nível de confiança: ( ex: par a k= 3, p% = 99,9% ; k = 1,3, p= 90,0% )

Observ a- se que o cálculo acim a est á calcado nos valores do desvio padrão, que são
m uit o variáveis devido a aleat oriedade das cargas, principalm ent e as dos chuv eiros
elét ricos.
Para det erm inar os valores da dem anda m áxim a coincident e das cargas, ut ilizou- se do
seguint e procedim ent o:

a- dev e- se elim inar prim eiram ent e, os chuveiros com o pont a das cur vas diárias. I st o
pode ser feit o r epr esent ando a curva diária de cada est rat o em int ervalos de 60
m inut os.
Vist o que um banho dura na ordem de 7,5 m inut os, seu efeit o, com o pont a, apar ece
dividido por ( 60/ 7,50) = 8 na dem anda m édia de 1 hora, elim inando assim o seu efeit o
com o pico. Observa- se que o efeit o com o energia consum ida ainda é m ant ido.
As curvas diárias preparadas dest a form a ( pont os a cada 60 m inut os) levam a um a
nova cur va m édia parecida com aquela obt ida com valores em int erv alos de 15 m in.,
por ém o desvio padrão é m enor . Pelo equacionam ent o ant erior obt ém - se os valores da
dem anda m áxim a coincident es sem incluir port ant o o efeit o do chuveiro.

b- adicionalm ent e, os chuveiros ( coincident es) com o valores de pont a são som ados ao
valor de pont a obt idos no cálculo do it em a, obt endo- se as dem anda m áxim as
coincident es incluindo os chuv eiros
Alt ernat ivam ent e, pode- se pensar em aplicar as equações m encionadas, de som a de
consum idor es, com os dados das curvas definidas em int ervalos de 15m in, aparecendo
ent ão, em part e, o efeit o do chuveiro com o pont a. Evident em ent e, nest e caso, não se
dev e som ar os chuveiros coincident es.
Os r esult ados dest es v ários procedim ent os são m ost rados na figura a seguir, onde os
diferent es valor es de dem andas coincident es são calculados para difer ent es condições a
saber:
Fig. 7 .3 2 – D e m a n da m á x im a coin cide nt e – Est ra t o I : 5 1 a 1 0 0 k W h / m ês

Para a obt enção das curvas de dem andas coincident es, por est rat os, considerando- se
por ex em plo pot ência dos chuveiros de 3000W e duração do banho de 4 m inut os,
ut iliza- se das seguint es equações:

����� ��ℎ � 1000 4


�����(��) = � � � � + �� � 3000 � �
720 15

onde n é o núm er o de consum idores, V é o valor em pu da dem anda m áxim a


coincident e e Fc é o fat or de coincidência de chuveiros.
Convert endo os v alores para pu, na base da pot ência m édia de “ n” consum idor es
iguais, t em - se:

�����(��) 4 1
�����(��) = = � + �� �3000 �
�é��� ��ℎ�1000 15 �é��� ��ℎ � 1000
�� �
720 720
Ou de out ra form a:

3000 4 1
�����(��) = ��� + �� � �
�é��� ��ℎ 15 �
0,72
Sendo:
Valor( pu) = valor da dem anda coincident e em pu da pot ência m édia de “ n” consum idores
do m esm o est rat o, cada um consum indo a energia m édia ( Média kWh) do
est r at o ( ou sej a, 75,150,250 e 350kWh/ m ês, para os est rat os 1,2,3 e 4
respect ivam ent e)
nV = pr odut o do nº de consum idor es n, pelo v alor de pont a ( V) do est rat o. O valor V
depende da pr obabilidade p% fixada de não ser ex cedido, e é obt ido na
curva r epr esent ada em int ervalos de 60 m inut os ( em pu) .
Média kWh = é a energia m édia do est rat o. Est e valor m ult iplicado por 1000 e dividido
por 720 horas ( nº de horas no m ês) , fornece a pot ência m édia ( pot ência de
base) , em Wat t s, no est rat o.
4/ 15 = é a redução que apar ece no valor da pont a do chuv eiro quando a curva é
represent ada em int erv alos de 15 m inut os ( 4 m inut os é a duração do banho)
Consider ou- se, nas figuras a seguir, a com posição da curva de 60 m inut os com
probabilidade dos valores não ser em ex cedidos de 90% ( k = 1,3) . O m esm o foi
considerado para as cur vas com dem anda de 15 m inut os.

Fig. 7 .3 3 a – D e m a nda m á x im a coin cide nt e – Est ra t o I : 5 1 a 1 0 0 k W h / m ês

Fig. 7 .3 3 b– D e m a n da m á x im a coin cide nt e – Est ra t o I I : 1 0 1 a 2 0 0 k W h / m ê s

Fig. 7 .3 3 c– D e m a nda m á x im a coin cide nt e – Est ra t o I I I : 2 0 1 a 3 0 0 k W h / m ê s


8 . Ta r ifa çã o

8 .1 . – Sist e m a de Ta r ifa çã o de En e r gia Elé t r ica

O sist em a t arifário de energia elét rica vigent e no Brasil é um conj unt o de norm as e
regulam ent os que t em por finalidade est abelecer o pr eço da elet ricidade para os
diversos t ipos de consum idores. A ANEEL ( Agência Nacional de Energia Elét rica) , além
de suas at ribuições específicas, incorpora t am bém as funções de órgão regulador do
ext int o DNAEE ( Depart am ent o Nacional de Águas e Energia Elét rica) .
Segundo o conceit o m oderno, a t arifa de ener gia elét rica visa t ant o prov er um ret orno
financeiro sat isfat ório para os agent es que r ealizam invest im ent os e operam o sist em a,
com o para passar sinais econôm icos para os consum idores, indicando onde e quando o
fornecim ent o de energia elét rica é m ais barat o.
As t arifas podem ser, basicam ent e, de dois t ipos:
M on ôm ia s: quando som ent e o consum o efet ivo de energia é cobrado ou ;
Bin ôm ia s: quando acr escent a- se um com ponent e que rem unera a capacidade colocada
a disposição dos consum idores e ainda é incor porado pr eços diferenciados de energia,
dependendo da hora do dia e época do ano.
Além da t arifa propriam ent e dit a, o preço final da energia pago pelo consum idor inclui
ainda parcelas refer ent es a encargos e aos im post os e independem do consum o. Os
im post os dependem da polít ica t ribut ária vigent e.
Os usuários de energia elét rica são enquadrados nest as est rut uras em função de suas
caract eríst icas predom inant es de consum o.

8 .2 . – D e fin içõe s Bá sica s

A legislação que r egulam ent a a t arifação de energia elét rica no Brasil é baseada nos
seguint es conceit os e definições:

8 .2 .1 - D e m a n d a e Con su m o

D e m a n d a é o consum o de energia da inst alação dividido pelo t em po no qual se


verificou t al consum o. Para o fat uram ent o de energia pela concessionária, ut ilizam - se
int ervalos de int egração de 15 m inut os. Assim , a sua dem anda de energia ( m edida em
kW) , é igual ao consum o a cada 15 m inut os ( m edido em kWh) dividido por 1/ 4 ( 15
m inut os é igual a 1/ 4 de hora) . A concessionária de energia elét rica escolherá o valor
m ais alt o, ainda que t enha sido verificado apenas um a v ez.
A dem anda classifica- se em :

• D e m a n d a Re g ist r a da – D R ( KW ) : é o m aior valor da dem anda efet ivam ent e


regist rada em int ervalos de 15 m inut os durant e o período de funcionam ent o.

• D e m a n d a Fa t u r a d a – D F ( KW ) : é o valor da dem anda efet ivam ent e ut ilizada


para efeit o de fat uram ent o.
• D e m a n d a Con t r a t a da – D C ( KW ) : é o valor da dem anda que a concessionária se
com prom et e, at rav és do cont rat o de fornecim ent o, a m ant er disponível ao
consum idor.

Con su m o ( CA) : é a quant idade de ener gia elét rica at iva ( m edida em kWh)
efet ivam ent e m edida no período de fat uram ent o.

8 .2 .2 - Ta r ifa de Ult r a p a ssa g e m e Tole r â n cia de Ult r a p a ssa ge m

Tole r â ncia de u lt r a pa ssa ge m d e de m a n d a : é um a t oler ância dada aos


consum idor es das t arifas horo- sazonais para fins de fat uram ent o de ult rapassagem de
dem anda.. Est a t olerância é de 5% para os consum idores at endidos em t ensão igual ou
superior a 69 KV; 10% para os consum idores at endidos em t ensão inferior a 69 KV ( a
grande m aioria) , e dem anda cont rat ada superior a 100 k W; e 20% para os
consum idor es at endidos em t ensão inferior a 69 KV, e dem anda cont rat ada de 50 a 100
kW.

Ta r ifa s d e Ult r a pa ssa ge m são as t arifas aplicadas à parcela da dem anda m edida, que
supera o valor da dem anda cont rat ada. No caso de Tarifas Hor o- Sazonais, respeit ados
os r espect ivos lim it es de t oler ância.

8 .2 .3 - Pe r íodos, H or á r io d e Pon t a .e For a de Pon t a

Pe r íodo úm ido ( u ) : é aquele onde, devido à est ação de chuvas, os r eser vat órios de
nossas usinas hidrelét ricas est ão m ais alt os. Com o o pot encial hidráulico das usinas
cr esce, exist e um incent ivo ( t arifas m ais baixas) para que o consum o de energia sej a
m aior nest e período. Os m eses úm idos vão de dezem bro a abril do ano seguint e.

Pe r íodo se co ( s) : é aquele onde, devido à falt a de chuvas, os reservat órios de nossas


usinas hidrelét ricas est ão m ais baixos. Com o o pot encial hidráulico das usinas dim inui,
exist e um acréscim o nas t arifas para que o consum o de energia sej a m enor nest e
período. Os m eses secos vão de m aio a novem bro de um m esm o ano.

H or á r io de pon t a cor responde ao int ervalo de t r ês horas consecut ivas, definido por
cada concessionária local, com pr eendido ent re 17 e 22 horas, de segunda à sext a- feira.

H or á r io for a d e pont a cor responde às horas com plem ent ar es às t rês horas do horário
de pont a, acrescido do t ot al das horas dos sábados e dom ingos.

8 .3 . – Re gu la m e n t a çã o do Fa t or de Pot ê n cia

8 .3 .1 – Fa t or d e Pot ê n cia

O Fat or de pot ência é definido com o a r elação ent re a pot ência at iva e a pot ência
aparent e num a inst alação, num dado int ervalo de t em po.
O fat or de pot ência ( FP) é um índice que r eflet e a energia que est á sendo ut ilizada, ou
sej a, a r elação ent r e a pot ência at iva ( realm ent e út il) e a pot ência aparent e ( energia
t ot al) de um a inst alação, num dado int ervalo de t em po.
Com o a m aioria das cargas de um a inst alação elét rica são indut ivas, elas exigem um
cam po elet r om agnét ico para funcionar. Com a relação ent r e est es dois valores
det erm ina- se o fat or de pot ência m édio indut ivo ( FP) num det er m inado período.
a - Asp e ct os Ge r a is da Le gisla çã o

• Os consum idor es e as concessionárias devem m ant er o fat or de pot ência de seus


sist em as o m ais pr óxim o possível da unidade ( FP= 1) .
• O fat or de pot ência de r efer ência est abelecido com o lim it e para cobr ança de
energia reat iva, excedent e por part e da concessionária, é 0,92 ( r esolução 456 da
ANEEL) , independent em ent e da m odalidade t arifária.
Quando o fat or de pot ência é baixo, surge um a série de inconvenient es elét ricos para a
indúst ria e para a concessionária.

- Valores alt os de fat or de pot ência ( próxim os a 1,0) indicam uso eficient e da energia
elét rica.
- Valores baixos de fat or de pot ência, indicam seu m au aproveit am ent o, além de
represent ar um a sobrecarga para t odo sist em a elét rico.

Fig. 8 .1 - Esqu em a t iza çã o da Pot ê n cia Apa r e n t e

A Pot ência Tot al ou Aparent e é dada em KVA, e é a som a v et orial das pot ências at iva e
reat iva, com o m ost ra a figura acim a. A energia r eat iva capacit iva é m edida no período
de 0h a 6h, a indut iva das 6h às 24h.

• O Cálculo do fat or de pot ência pode ser feit o por avaliação horária ou m ensal. O
fat or de pot ência é sem pre um núm er o ent r e 0 e 1 e pode ser capacit ivo ou indut ivo,
dependendo se o consum o de energia reat iva for capacit ivo ou indut ivo. Para
fat uram ent o de energia, o fat or de pot ência é r egist rado de hora em hora. Assim com o
no caso da dem anda, os m ecanism os de t arifação levarão em cont a o pior valor de fat or
de pot ência regist rado ao longo do m ês.
• O excedent e r eat ivo indut ivo ou capacit ivo que ocorr e quando o fat or de pot ência
indut ivo ou capacit ivo é inferior ao fat or de pot ência de referência, 0,92, é cobrado
com o t arifas de fornecim ent o de energia at iva. Surge, ent ão, o conceit o de energia
reat iva reprim ida, ou sej a, a cobrança pela circulação de excedent e r eat ivo no sist em a
elét rico.
Em alguns casos, a inst alação de um banco de capacit or es resolverá os pr oblem as de
aj ust e do fat or de pot ência, além de m elhorar o sist em a elét rico.

b- Pr in cip a is Fa t or e s p a r a u m b a ix o Fa t or d e Pot ê n cia


Os principais fat ores para o baixo fat or de pot ência são:

- M ot or e s e t r a nsfor m a dor e s ope r a ndo “a va z io” ou com pe que na s ca r ga s

Os m ot or es elét ricos consom em prat icam ent e a m esm a quant idade de energia reat iva
necessária à m anut enção do cam po m agnét ico, quando operando a vazio ou a plena
carga. Ent ret ant o, o m esm o não acont ece com a energia at iva, que é diret am ent e
propor cional à carga m ecânica solicit ada no eixo do m ot or.
Assim , quant o m enor a carga m ecânica solicit ada, m enor energia at iva consum ida,
conseqüent em ent e, m enor o fat or de pot ência.
- M ot or e s e t r a nsfor m a dor e s su pe r dim e nsiona dos
Est e é um caso part icular do ant erior, cuj as conseqüências são análogas.
Geralm ent e os m ot or es são superdim ensionados, apr esent ando um pot encial de
conser vação de energia. É m uit o com um o cost um e de subst it uição de um m ot or por
out ro de m aior pot ência, principalm ent e nos casos de m anut enção para repar os que,
por acom odação, a subst it uição t ransit ória passa a ser perm anent e, e não se levando
em cont a que um super dim ensionam ent o prov ocará baixo fat or de pot ência.
- Lâ m pa da s de de sca r ga ( Fluor e sce nt e s, VM ,VS) se m r e a t or e s de a lt o fa t or de pot ê ncia
As lâm padas de descarga ( vapor de m ercúrio, vapor de sódio, fluor escent es, et c.)
necessit am do auxílio de um r eat or para funcionarem . Os r eat or es, com o os m ot or es e
os t ransform adores, possuem bobinas ou enrolam ent os que consom em energia r eat iva,
cont ribuindo para a r edução do fat or de pot ência das inst alações.
A ut ilização de r eat ores de alt o fat or de pot ência pode cont ornar, em part e, o pr oblem a
de baixo fat or de pot ência da inst alação.

- M á quina s de solda

- Ex ce sso de e ne r gia ca pa cit iva , e t c.

Um a inst alação oper ando com baixo fat or de pot ência apr esent a os seguint es
inconvenient es:
- I ncr em ent o das perdas de pot ência;
- Flut uação de t ensão, que podem ocasionar a queim a de m ot or es;
- Sobr ecarga da inst alação, danificando- a ou gerando desgast e prem at uro;
- Aum ent o do desgast e nos disposit ivos de prot eção e m anobra da inst alação elét rica;
- Aum ent o do invest im ent o em condut or es e equipam ent os elét ricos suj eit os à lim it ação
t érm ica de cor rent e;
- Sat uração da capacidade dos equipam ent os, im pedindo a ligação de novas cargas;
- Dificuldade da r egulação do sist em a.

8 .3 .2 - Cá lcu lo d o Fa t or d e Pot ê n cia

Para t arifação do fat or de pot ência, ut iliza- se a energia elét rica at iva fat urada ( kWh) e a
energia elét rica reat iva fat urada ( kVArh) at rav és da expr essão:

  kVArh 
FP = cos arctg  
  kWh 
8 .4 . – Est r u t ur a Ta r ifá r ia

8 .4 .1 - Cla ssifica çã o d os con su m idor e s

A energia elét rica pode ser cobrada de diversas m aneiras, dependendo do


enquadram ent o t arifário de cada consum idor . Resum idam ent e, a classificação dos
consum idor es é feit a conform e abaixo:
• Gr u po A: Engloba os consum idores que recebem energia em t ensões acim a de
220V. Possui t rês t ipos de t arifação: conv encional, horo- sazonal azul e hor o- sazonal
verde. Nest a cat egoria, os consum idores pagam pelo consum o, pela dem anda e por
baixo fat or de pot ência.
• Gr u po B: Engloba os dem ais consum idor es, divididos em t r ês t ipos de t arifação:
residencial, com ercial e rural. Nest e grupo, os consum idor es pagam apenas pelo
consum o m edido.

A m aioria das pequenas e m édias em presas ( indust riais ou com er ciais) brasileiras se
encaixa no Gr u po A.
Est es consum idores podem ser enquadrados na t arifação conv encional, ou na t arifação
horo- sazonal ( azul ou verde) . Os cust os por kWh são m ais baixos nas t arifas horo-
sazonais, m as as m ult as por ult rapassagem de dem anda são m ais alt as.
Assim , para a escolha do m elhor enquadram ent o t arifário ( quando facult ado ao client e)
é necessária um a avaliação específica.

8 .4 .2 - Ta r ifa çã o Con v e n cion a l

Na t arifação convencional, o consum idor paga à concessionária at é t rês par celas:


con su m o, de m a n da e a j u st e de f a t or d e pot ê n cia .
O fat uram ent o do consum o de energia ( CA) não apr esent a a divisão do dia em horário
de pont a e fora de pont a e será aquele v erificado pela m edição no período de
funcionam ent o. Acum ula- se o t ot al de kWh consum idos, e aplica- se um a t arifa de
consum o para chegar- se à parcela de fat ur am ent o de consum o.
O valor de dem anda fat urada ( DF) é obt ido pela aplicação de um a t arifa de dem anda à
dem anda fat urada, que é o m aior valor ent re: a dem anda regist rada ( DR) no m ês.
A dem anda cont rat ada ( DC) , caso haj a cont rat o de fornecim ent o de energia, é 85% da
m áxim a dem anda r egist rada ( DR) nos últ im os 11 m eses.
Com isso, é m uit o im port ant e o cont r ole de dem anda, pois um pico de dem anda na
t arifação convencional pode significar acr éscim os na cont a de energia por at é 12
m eses.
Para det erm inar o valor da fat ura ( VF) , ut iliza- se a seguint e expr essão:

VF = (CA × TC + DF × TD ) • 
 

1
 1 − ICMS 

onde:
VF = valor da fat ura;
CA = consum o de energia
TC = t arifa conv encional
DF = dem anda fat urada
TD = t arifa de dem anda
I CMS = im post o sobr e circulação de m ercadorias e pr est ações de serviço.

Para o cálculo da parcela de aj ust e de fat or de pot ência, o dia é dividido em duas
part es: hor ário capacit ivo e o rest ant e.
- Se o fat or de pot ência do consum idor est iver fora dos lim it es est ipulados pela
legislação, haverá penalização por baixo fat or de pot ência;
- Se o fat or de pot ência do consum idor est iver dent r o dos lim it es pré- est abelecidos,
est a parcela não é cobr ada.

8 .4 .3 - Ta r ifa çã o H or o- Sa z on a l ( Az u l e V e r d e )

Na t arifação hor o- sazonal ( azul ou verde) , os dias são divididos em períodos fora de
pont a e de pont a para fat uram ent o de dem anda, e em horário capacit ivo e o r est ant e,
para fat uram ent o de fat or de pot ência. Além dist o, o ano é dividido em um período seco
e out ro período úm ido.
Assim , para o fat uram ent o do consum o, acum ula- se o t ot al de kWh consum idos em
cada período: fora de pont a seca ou fora de pont a úm ida, e pont a seca ou pont a úm ida.
Para cada um dest es períodos, aplica- se um a t arifa de consum o difer enciada, e o t ot al é
a parcela de fat uram ent o de consum o.
A t olerância de ult rapassagem de dem anda dada aos consum idor es das t arifas hor o-
sazonais é de:
• 5% para os consum idor es at endidos em t ensão igual ou superior a 69 KV;

• 10% para os consum idor es at endidos em t ensão inferior a 69 KV ( a grande


m aioria) , e dem anda cont rat ada superior a 100 kW;

• 20% para os consum idor es at endidos em t ensão inferior a 69 KV, e dem anda
cont rat ada de 50 a 100 kW.

8 .4 .3 .1 - Ta r ifa çã o Hor o- Sa zon a l Azu l ( THA)

Na t arifação horo- sazonal azul, o fat uram ent o da parcela de dem anda será igualm ent e
com post o por parcelas relat ivas à cada período: fora de pont a seca ou fora de pont a
úm ida, e pont a seca ou pont a úm ida. Para cada período, o cálculo será o seguint e:
Ca so 1 - Se a dem anda r egist rada ( DR) for inferior à dem anda cont r at ada ( DC) , ent ão
aplica- se a t arifa de dem anda corr espondent e à dem anda cont rat ada.
Ca so 2 – Se a dem anda regist rada ( DR) for superior à dem anda cont rat ada DC) , m as
dent ro da t olerância de ult rapassagem , ent ão dev erá ser aplicada a t arifa de dem anda
corr espondent e à dem anda regist rada.
Ca so 3 – Se a dem anda r egist rada ( DR) for superior à dem anda cont rat ada ( DC) e
acim a da t olerância, deve ser aplicada a t arifa de dem anda corr espondent e à dem anda
cont rat ada, e som ar a isso a aplicação da t arifa de ult rapassagem cor respondent e à
diferença ent r e as dem anda regist rada e a dem anda cont rat ada. Ou sej a: paga- se t arifa
norm al pelo cont rat ado, e t arifa de ult rapassagem sobr e t odo o excedent e.

8 .4 .3 .2 - Ta r ifa çã o Hor o- Sa zon a l Ve r de ( TH V)

Na tarifa verde, o consumidor contrata apenas dois valores de demanda, um para o período úmido e
outro para o período seco. Não existe contrato diferenciado de demanda no horário de ponta, como
na tarifa azul.
Assim, o faturamento da parcela de demanda será composto uma por parcela apenas, relativa ao
período seco ou ao período úmido, usando o mesmo critério acima.

8 .4 .4 - Cá lcu lo d o Aj u st e do Fa t or de Pot ê n cia .

Para o cálculo da parcela de aj ust e de fat or de pot ência, o dia é dividido em t r ês part es:
horário capacit ivo, horário de pont a, e o r est ant e.
Se o fat or de pot ência do consum idor, r egist rado de hora em hora ao longo do m ês,
est iver fora dos lim it es est ipulados pela legislação, haverá penalização por baixo fat or
de pot ência.
Se o fat or de pot ência do consum idor est iver dent ro dos lim it es pr é- est abelecidos, est a
parcela não será cobrada.
9 . Fa t ur a m e nt o

9 .1 Con side r a ções Ge r a is

A RESOLUÇÃO N.º 456, de 29 de novem bro de 2000, da ANEEL, est abelece de form a
at ualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecim ent o de Energia Elét rica.
Considerando a conveniência e oport unidade de consolidar e aprim orar as disposições
vigent es r elat ivas ao fornecim ent o de energia elét rica, com t arifas difer enciadas para a
dem anda de pot ência e consum o de energia, conform e os períodos do ano, os horários
de ut ilização e a est rut ura t arifária hor o- sazonal;
Est abelecer, na form a que se segue, as disposições at ualizadas e consolidadas relat ivas
às condições gerais de fornecim ent o de energia elét rica a serem obser v adas t ant o pelas
concessionárias e perm issionárias quant o pelos consum idor es.
As definições m ais usuais nest a Resolução, são as seguint es:

I - Carga inst alada : som a das pot ências nom inais dos equipam ent os elét ricos inst alados
na unidade consum idora, em condições de ent rar em funcionam ent o, expr essa em
quilowat t s ( kW) .

I I - Concessionária ou perm issionária : agent e t it ular de concessão ou perm issão federal


para pr est ar o serviço público de energia elét rica, r efer enciado, doravant e, apenas pelo
t erm o concessionária.

I I I - Consum idor : pessoa física ou j urídica, ou com unhão de fat o ou de direit o,


legalm ent e represent ada, que solicit ar a concessionária o fornecim ent o de energia
elét rica e assum ir a r esponsabilidade pelo pagam ent o das fat uras e pelas dem ais
obrigações fixadas em norm as e r egulam ent os da ANEEL, assim vinculando- se aos
cont rat os de fornecim ent o, de uso e de conex ão ou de adesão, conform e cada caso.

I V - Consum idor livre : consum idor que pode opt ar pela com pra de ener gia elét rica j unt o
a qualquer fornecedor, conform e legislação e regulam ent os específicos.

V - Cont rat o de adesão : inst rum ent o cont rat ual com cláusulas vinculadas às norm as e
regulam ent os apr ovados pela ANEEL, não podendo o cont eúdo das m esm as ser
m odificado pela concessionária ou consum idor, a ser aceit o ou r ej eit ado de form a
int egral.

VI - Cont rat o de fornecim ent o : inst rum ent o cont rat ual em que a concessionária e o
consum idor r esponsáv el por unidade consum idora do Grupo “ A” aj ust am as
caract eríst icas t écnicas e as condições com erciais do fornecim ent o de energia elét rica.

VI I - Cont rat o de uso e de conexão : inst rum ent o cont rat ual em que o consum idor livre
aj ust a com a concessionária as caract eríst icas t écnicas e as condições de ut ilização do
sist em a elét rico local, conform e r egulam ent ação específica.

VI I I - Dem anda : m édia das pot ências elét ricas at ivas ou reat ivas, solicit adas ao sist em a
elét rico pela parcela da carga inst alada em operação na unidade consumidora, durante um
intervalo de tempo especificado.

I X - Dem anda cont r at ada: dem anda de pot ência at iva a ser obrigat ória e
cont ínuam ent e disponibilizada pela concessionária, no pont o de ent r ega, conform e valor
e período de vigência fixados no cont rat o de fornecim ent o e que deverá ser
int egralm ent e paga, sej a ou não ut ilizada durant e o período de fat uram ent o, expr essa
em quilowat t s ( kW) .
X - Dem anda de ult rapassagem : par cela da dem anda m edida que excede o valor da
dem anda cont rat ada, expressa em quilowat t s ( kW) .

XI - Dem anda fat uráv el : valor da dem anda de pot ência at iva, ident ificado de acordo
com os crit érios est abelecidos e consider ada para fins de fat uram ent o, com aplicação da
respect iva t arifa, expressa em quilowat t s ( kW) .

XI I - Dem anda m edida : m aior dem anda de pot ência at iva, verificada por m edição,
int egralizada no int ervalo de 15 ( quinze) m inut os durant e o período de fat uram ent o,
expr essa em quilowat t s ( kW) .

XI I I - Energia elét rica at iva : energia elét rica que pode ser convert ida em out ra form a
de energia, expr essa em quilowat t s- hora ( kWh) .

XI V - Energia elét rica reat iva : energia elét rica que circula cont ínuam ent e ent r e os
diversos cam pos elét ricos e m agnét icos de um sist em a de cor rent e alt ernada, sem
produzir t rabalho, expr essa em quilovolt - am père- r eat ivo- hora ( kvarh) .

9 .2 Tipos de Ta r ifa s

A est rut ura t arifária é um conj unt o de t arifas aplicáveis às com ponent es de consum o de
energia elét rica e/ ou dem anda de pot ência at ivas de acordo com a m odalidade de
fornecim ent o.

9 .2 .1 – Est r u t u r a t a r if á r ia Con ve n cion a l e H or o- sa z on a l

A est rut ura t arifária convencional é a est rut ura caract erizada pela aplicação de t arifas
de consum o de energia elét rica e/ ou dem anda de pot ência independent em ent e das
horas de ut ilização do dia e dos períodos do ano.

A est rut ura t arifária horo- sazonal é a est rut ur a caract erizada pela aplicação de t arifas
diferenciadas de consum o de energia elét rica e de dem anda de pot ência de acordo com
as horas de ut ilização do dia e dos períodos do ano, conform e especificação a seguir:

a) Ta r if a Az u l: m odalidade est rut urada para aplicação de t arifas diferenciadas de


consum o de energia elét rica de acordo com as horas de ut ilização do dia e os períodos
do ano, bem com o de t arifas difer enciadas de dem anda de pot ência de acordo com as
horas de ut ilização do dia.

b) Ta r ifa V e r d e : m odalidade est rut urada par a aplicação de t arifas diferenciadas de


consum o de energia elét rica de acordo com as horas de ut ilização do dia e os períodos
do ano, bem com o de um a única t arifa de dem anda de pot ência.

9 .2 .2 – H or á r io d e Pon t a e H or á r io For a d e Pon t a

a) H or á r io de pon t a ( P) : período definido pela concessionária e com post o por 3 ( t rês)


horas diárias consecut ivas, ex ceção feit a aos sábados, dom ingos e feriados nacionais,
considerando as caract eríst icas do seu sist em a elét rico.

b) H or á r io for a d e p on t a ( F) : período com post o pelo conj unt o das hor as diárias
consecut ivas e com plem ent ares àquelas definidas no horário de pont a.
c) Pe r íodo úm ido ( U) : período de 5 ( cinco) m eses consecut ivos, com preendendo os
fornecim ent os abrangidos pelas leit uras de dezem bro de um ano a abril do ano
seguint e.

d) Pe r íodo se co ( S) : período de 7 ( set e) m eses consecut ivos, com pr eendendo os


fornecim ent os abrangidos pelas leit uras de m aio a nov em br o.

9 .2 .3 – Aplica çã o de Ta r ifa e m u m a u n ida de con su m idor a

A fat ura de energia elét rica é represent ada pela not a fiscal que apresent a a quant ia
t ot al que dev e ser paga pela prest ação do serviço público de energia elét rica, referent e
a um período especificado, discrim inando as parcelas corr espondent es.

Gr u po “ A”: grupam ent o com post o de unidades consum idoras com fornecim ent o em
t ensão igual ou superior a 2,3 kV, ou, ainda, at endidas em t ensão inferior a 2,3 kV a
part ir de sist em a subt errâneo de dist ribuição e fat uradas nest e Grupo, caract erizado
pela est rut uração t a r if á r ia b in ôm ia e subdividido nos seguint es subgr upos:
a) Subgrupo A1 - t ensão de fornecim ent o igual ou superior a 230 kV;

b) Subgrupo A2 - t ensão de fornecim ent o de 88 kV a 138 kV;

c) Subgrupo A3 - t ensão de fornecim ent o de 69 kV;

d) Subgrupo A3a - t ensão de fornecim ent o de 30 kV a 44 kV;

e) Subgrupo A4 - t ensão de fornecim ent o de 2,3 kV a 25 kV;

f) Subgrupo AS - t ensão de fornecim ent o inferior a 2,3 kV, at endidas a part ir de


sist em a subt errâneo de dist ribuição e fat uradas nest e Grupo em carát er opcional.

Gr u po “ B”: grupam ent o com post o de unidades consum idoras com fornecim ent o em
t ensão inferior a 2,3 kV, ou, ainda, at endidas em t ensão superior a 2,3 kV e fat uradas
nest e Grupo, caract erizado pela est rut uração t a r if á r ia m on ôm ia e subdividido nos
seguint es subgrupos:

a) Subgrupo B1 - r esidencial;

b) Subgrupo B1 - r esidencial baixa renda;

c) Subgrupo B2 - rural;

d) Subgrupo B2 - cooperat iva de elet rificação rural;

e) Subgrupo B2 - serviço público de irrigação;

f) Subgrupo B3 - dem ais classes;

g) Subgrupo B4 - ilum inação pública.

Pot ência disponibilizada : pot ência que o sist em a elét rico da concessionária deve dispor
para at ender às inst alações elét ricas da unidade consum idora, segundo os crit érios
est abelecidos nest a Resolução e configurada nos seguint es parâm et r os:

1) unidade consum idora do Gr u po “A”: a dem anda cont rat ada, expr essa em quilowat t s
( kW) ;
2) unidade consum idora do Gr u po “B” : a pot ência em kVA, result ant e da m ult iplicação
da capacidade nom inal ou r egulada, de condução de corr ent e elét rica do equipam ent o
de pr ot eção ger al da unidade consum idora pela t ensão nom inal, observado no caso de
fornecim ent o t rifásico, o fat or específico r efer ent e ao núm er o de fases.

Valor líquido da fat ura: valor em m oeda corr ent e r esult ant e da aplicação das
respect ivas t arifas de fornecim ent o, sem incidência de im post o, sobr e as com ponent es
de consum o de energia elét rica at iva, de dem anda de pot ência at iva, de uso do
sist em a, de consum o de energia elét rica e dem anda de pot ência reat ivas excedent es.
Valor m ínim o fat urável : valor refer ent e ao cust o de disponibilidade do sist em a elét rico,
aplicável ao fat uram ent o de unidades consum idoras do Grupo “ B” , de acordo com os
lim it es fixados por t ipo de ligação.

9 .2 Aplica çã o de Ta r ifa e m u m a u n ida de con su m idor a

A concessionária efet uará as leit uras, bem com o os fat uram ent os, em int ervalos de
aproxim adam ent e 30 ( t rint a) dias, observados o m ínim o de 27 ( vint e e set e) e o
m áxim o de 33 ( t rint a e t rês) dias, de acordo com o calendário respect ivo.
O fat uram ent o inicial deverá corr esponder a um período não inferior a 15 ( quinze) nem
superior a 47 ( quar ent a e set e) dias.
Hav endo necessidade de r em anej am ent o de rot a ou reprogram ação do calendário,
excepcionalm ent e, as leit uras poderão ser realizadas em int ervalos de, no m ínim o, 15
( quinze) e, no m áxim o, 47 ( quarent a e set e) dias, devendo a m odificação ser
com unicada aos consum idores, por escrit o, com ant ecedência m ínim a de um ciclo
com plet o de fat uram ent o.
No caso de pedido de desligam ent o, m ediant e acordo ent re as part es, o consum o e/ ou
a dem anda finais poderão ser est im ados com base na m édia dos 3 ( t rês) últ im os
fat uram ent os, no m ínim o, e pr oporcionalm ent e ao núm er o de dias decor ridos ent r e as
dat as de leit ura e do pedido.
As leit uras e os fat uram ent os de unidades consum idoras do Grupo “ B” poderão ser
efet uados em int ervalos de at é 3 ( t rês) ciclos consecut ivos, de acordo com o calendário
próprio, nos seguint es casos:
I - unidades consum idor as sit uadas em ár ea rur al;
I I - localidades com at é 1000 ( m il) unidades consum idoras; e
I I I - unidades consum idoras com consum o m édio m ensal de energia elét rica
at iva igual ou inferior a 50 kWh ( cinqüent a quilowat t s- hora) .

Quando for adot ado int er valo plurim ensal de leit ura, o consum idor poderá fornecer a
leit ura m ensal dos r espect ivos m edidor es, respeit adas as dat as fixadas pela
concessionária. A adoção de int ervalo plurim ensal de leit ura e/ ou de fat uram ent o
dev erá ser precedida de divulgação aos consum idores, obj et ivando perm it ir aos
m esm os o conhecim ent o do pr ocesso ut ilizado e os obj et ivos pr et endidos com a
m edida. Nos casos referidos nos it ens cit ados ant eriorm ent e, o fat uram ent o da
dem anda deverá ser efet uado de form a pr oporcional e observados os seguint es
crit érios:
I - período inferior a 27 ( vint e e set e) dias: a dem anda fat urável será propor cionalizada
em r elação ao núm er o de dias de efet ivo fornecim ent o, t om ando- se, para base de
cálculo, o período de 30 ( t rint a) dias e com aplicação da t arifa de ult rapassagem , se for
o caso;
I I - período superior a 33 ( t rint a e t rês) dias:
a) unidade consum idora fat urada na est rut ura t arifária convencional: ut ilizar o m esm o
crit ério descrit o no it em ant erior para os prim eiros 30 ( t rint a) dias e, para o período
excedent e, pr opor cionalizar a dem anda cont rat ada, conform e a fór m ula indicada a
seguir:

onde:
FDpr = Fat ur am ent o pr oporcional da dem anda;
DF = Dem anda Fat uráv el;
TD = Tarifa de Dem anda;
DC = Dem anda Cont rat ada;
P = Período excedent e a 30 ( t rint a) dias;

b) unidade consum idora fat urada na est rut ura t arifária horo- sazonal: ut ilizar a dem anda
fat uráv el verificada no período inicial de 30 ( t rint a) dias e, para o período ex cedent e,
propor cionalizar a dem anda fat urável verificada nesse período, com aplicação da t arifa
de ult rapassagem em am bos os períodos, se for o caso, conform e fórm ula indicada a
seguir:

onde:
FDpr = Fat ur am ent o pr oporcional da dem anda;
DF1 = Dem anda Fat urável no período inicial;
TD = Tarifa de Dem anda;
DF2 = Dem anda Fat urável no período ex cedent e;
P = Período excedent e a 30 ( t rint a) dias.

A concessionária poderá r ealizar a leit ura em int ervalos de at é 12 ( doze) ciclos


consecut ivos, para unidades consum idoras do Grupo “ B” localizadas em ár ea rural,
desde que haj a concordância do consum idor e que sej am disponibilizados os
procedim ent os necessár ios com vist as a efet ivação da aut oleit ura.

A concessionária dever á realizar a leit ura no t er ceiro ciclo, sem pre que o consum idor
não efet uar a aut oleit ura por 2 ( dois) ciclos consecut ivos.

Ocor rendo r eaj ust e t ar ifário durant e o período de fornecim ent o, será aplicada, ao
fat uram ent o desse período, a t arifa propor cional calculada pela seguint e fórm ula:

onde:
TP = Tarifa Propor cional a ser aplicada ao fat ur am ent o do período;
Ti = Tarifa em vigor dur ant e o período “ i” de for necim ent o;
Pi = Núm er o de dias em que est eve em vigor a t arifa “ i” de fornecim ent o.
= núm er o de dias de efet ivo fornecim ent o, decor rido ent r e 2 ( duas) dat as
consecut ivas de leit ura, observ ado o calendário referido em it ens ant erior es.

No caso de unidades consum idoras classificadas com o Residencial Baixa Renda, o


fat uram ent o deverá ser realizado respeit ando os seguint es pr ocedim ent os:
I - ident ificar a energia consum ida no int ervalo ent r e a leit ura considerada para
fat uram ent o no m ês ant erior e a leit ura realizada no m ês at ual;

I I - calcular o consum o m édio diário;

I I I - calcular o consum o a ser fat urado consider ando o núm ero de dias do m ês ant erior
ao do fat uram ent o em curso; e

I V - aj ust ar a leit ura at ual com base no consum o fat urado.

Nos casos de fat uram ent o inicial ou rem anej am ent o de r ot a, com períodos superiores a
31 ( t rint a e um ) dias, o fat uram ent o da parcela de consum o excedent e ao lim it e de
caract erização da unidade consum idora Residencial Baixa Renda dever á ser efet uado de
for m a pr oporcionalizada de acordo com a seguint e fórm ula:

onde:
FBRe = Fat uram ent o do consum o de energia elét rica at iva excedent e de unidade
consum idora Residencial Baixa Renda;
CAe = Consum o de energia elét rica at iva excedent e ao LBR;
LBR = Lim it e de consum o caract eríst ico da unidade consum idora Residencial Baixa
Renda aut orizado para a concessionária;
Bi = Blocos de consum os fat uráveis, v ariando da seguint e form a:
B1 = Bloco inicial corr espondent e a 30 k Wh;
B2 = Bloco int erm ediário, corr espondent e a 70 kWh;
B3 = Bloco final corr espondent e à diferença ent re o lim it e de consum o caract eríst ico da
unidade consum idora Residencial Baixa Renda ( LBR) e 100 kWh;
Ti = Tarifa de energia elét rica at iva referent e ao Bloco “ i” , com o r espect ivo im post o.
A r ealização da leit ura e/ ou do fat uram ent o em int ervalo diferent e dos est abelecidos,
dependerá de aut orização prévia da ANEEL, ex cet uado quando houv er concordância por
escrit o do consum idor.
O fat uram ent o de unidade consum idora do Grupo “ B” será r ealizado com base no
consum o de energia elét rica at iva, e, quando aplicável, no consum o de energia elét rica
reat iva excedent e, devendo, em am bos os casos, ser observada as disposições
específicas est abelecidas nest a Resolução.
Os valor es m ínim os fat uráveis, r eferent es ao cust o de disponibilidade do sist em a
elét rico, aplicáveis ao fat uram ent o m ensal de unidades consum idoras do Grupo “ B” ,
serão os seguint es:
I - m onofásico e bifásico a 2 ( dois) condut or es: valor em m oeda cor rent e equivalent e a
30 kWh;
I I - bifásico a 3 ( t r ês) condut or es: valor em m oeda cor r ent e equivalent e a 50 kWh;
I I I - t rifásico: valor em m oeda cor rent e equivalent e a 100 kWh.

9 .3 - En e r gia Re a t iva Ex ce de nt e
9 .3 .1 – Con sid e r a çõe s Ge r a is

Em conform idade com o est abelecido pelo Decret o nº 62.724, de 17/ 05/ 68, com a nov a
redação dada pelo Decr et o nº 75.887, de 20/ 06/ 75, as concessionárias de energia
elét rica adot aram , desde ent ão, o fat or de pot ência de 0,85 com o referência para
lim it ar o fornecim ent o de energia reat iva. O Decret o nº 479, de 20/ 03/ 92, reit er ou a
obrigat oriedade de se m ant er o fat or de pot ência o m ais próxim o possível da unidade
( 1,0) , t ant o pelas concessionárias quant o pelos consum idores, r ecom endando, ainda,
ao Depart am ent o Nacional de Água e Energia Elét rica – DNAEE, o est abelecim ent o de
u m novo lim it e de r e fe r ê n cia pa r a o fa t or de pot ê n cia in du t iv o e ca pa cit iv o,
be m com o a for m a d e a v a lia çã o e de cr it é r io de f a t u r a m e n t o da e n e r gia r e a t iv a
e x ce de nt e a e sse n ov o lim it e .
A nova Legislação, int roduz um a nova form a de abordagem do aj ust e pelo baixo fat or
de pot ência, com os seguint es aspect os relevant es:
- aum ent o do lim it e m ínim o do fat or de pot ência de 0,85 para 0,92;
- fat uram ent o de energia r eat iva capacit iva ex cedent e;
- redução do período de avaliação do fat or de pot ência de m ensal para horário, desde
1996.
O cont role m ais apurado do uso de energia reat iva é m ais um a m edida adot ada,
visando est im ular o consum idor a m elhorar o fat or de pot ência de suas inst alações
elét ricas, com benefícios im ediat os t ant o para o próprio consum idor, at ravés da redução
de perdas e m elhor desem penho de suas inst alações, com o t am bém para o set or
elét rico nacional, pela m elhoria das condições operacionais e a liberação do sist em a
para at endim ent o a nov as cargas com invest im ent os m enor es.

Figu r a 9 .1 – Grá fico Ve t or ia l da En e r gia Re a t iva Ex ce de n t e


9 .3 .2 - En e r g ia At iv a e Re a t iva : Con ce it os Bá sicos

A m aioria das cargas das unidades consum idoras consom e ener gia reat iva, com o
m ot ores, lâm padas de descarga, fornos de indução, ent r e out r os.
As cargas indut ivas necessit am de cam po elet r om agnét ico para o seu funcionam ent o,
por isso sua operação r equer dois t ipos de pot ência:
- Pot ência at iva: m edida em kW, que efet ivam ent e r ealiza t rabalho gerando
m ovim ent o, calor, et c.
- Pot ência reat iva: m edida em kVAr, usada apenas para criar e m ant er os cam pos
elet rom agnét icos das cargas indut ivas.

Figura 9 2– 9( a) Pot ência At iva- 9( b) Pot ência Reat iva

Assim , enquant o a pot ência at iva é sem pre consum ida na execução de t rabalho, a
pot ência r eat iva, além de não pr oduzir t rabalho, circula ent r e a car ga e a font e de
alim ent ação, ocupando um “ espaço” no sist em a elét rico que poderia se ut ilizado para
fornecer m ais energia at iva.
A pot ência at iva e a pot ência reat iva, j unt as, const it uem a pot ência aparent e, m edida
em kVA, que é a pot ência t ot al gerada e t ransm it ida à carga.
A razão ent r e a pot ência at iva e a pot ência aparent e de qualquer inst alação se const it ui
no “ fat or de pot ência” .
O fat or de pot ência indica qual a por cent agem de pot ência t ot al fornecida ( kVA) , é
efet ivam ent e ut ilizada com o pot ência at iva ( kW) . Assim , o fat or de pot ência m ost ra o
grau de eficiência do uso dos sist em as elét ricos.
Valores alt os de fat or de pot ência ( próxim o de 1,0) : indicam uso eficient e da energia
elét rica.
Valores baixos de fat or de pot ência : evidenciam o m al uso da energia elét rica, além de
represent ar um a sobrecarga para t odo sist em a elét rico.
Ex em plo :
Para alim ent ar um a carga de 100 k W, com fat or de pot ência igual a 0,7, são
necessários 143 kVA. Para alim ent ar a m esm a carga de 100 k W, com fat or de pot ência
igual a 0,92, são necessários 109 kVA. I st o represent a um a diferença de 24% no
fornecim ent o de kVA.
9 .3 .2 – Pr in cip a is ca u sa s d o Ba ix o Fa t or d e Pot ê n cia

As causas m ais com uns da ocor r ência de Baixo Fat or de Pot ência são:
- m ot ores e t r ansform ador es operando em “ vazio” ;
- m ot ores e t r ansform ador es superdim ensionados;
- grande quant idade de m ot ores de pequena pot ência;
- m áquinas de solda;
- lâm padas de descar ga: fluorescent es, Vapor de Mercúrio, Vapor de Sódio – sem
reat or es de alt o fat or de pot ência;
- ex cesso de energia r eat iva capacit iva.

9 .3 .3 – Ef e it os n a s r e de s e in st a la çõe s d e Ex ce de nt e s de r e a t iv os

Baixos valores de fat or de pot ência são decor r ent es de quant idades elevadas de energia
reat iva. Est a condição result a em aum ent o da cor rent e t ot al que circula na rede de
Dist ribuição de energia elét rica da concessionária e das unidades consum idoras,
podendo sobrecar regar as subest ações, as linhas de t ransm issão e dist ribuição,
prej udicando a est abilidade e as condições de apr ov eit am ent o dos sist em as elét ricos,
t razendo inconv enient es diversos, t ais com o:

a – Pe r d a s n a Re de :
As perdas de energia elét rica ocor r em em form a de calor e são propor cionais ao
quadrado da corr ent e t ot al. Com o est a cor r ent e cr esce com o excesso de energia
reat iva, est abelece- se um a relação diret a ent r e o increm ent o das perdas e o baixo fat or
de pot ência, pr ov ocando o aum ent o no aqu ecim ent o de condut or es e equipam ent os.
Figu r a 9 .2 – Pe r ce n t a ge m de pe r da s e m r e la çã o a o Fa t or de pot ê n cia

Redução das Perdas:

���������
2
����çã� ��� ������ (%) = �1 − � � 100
�������
2

A t abela a seguir, m ost ra a dim inuição das per das anuais em energia elét rica de um a
inst alação com consum o anual da ordem de 100 MWh, quando se eleva o fat or de
pot ência de 0,78 para 0,92

Ta be la 9 .1 – D im inu içã o da s Pe r da s, dev ido a o a lt o Fa t or de pot ên cia


Sit u a çã o I nicia l Sit u a çã o At u a l
FATOR DE POTÊNCI A 0,78 0,92

5% 3,59%
PERDAS GLOBAI S
5MWh/ ano 3,59MWh/ ano

REDUÇÃO DAS PERDAS 28,1%

b – Qu e d a s d e Te n sã o:
O aum ent o da corr ent e devido ao ex cesso de r eat ivo leva a quedas de t ensão
acent uadas, podendo ocasionar a int errupção do fornecim ent o de energia elét rica e a
sobr ecarga em cert os elem ent os da rede. Est e risco é sobr et udo dur ant e os períodos
nos quais a r ede é fort em ent e solicit ada.
As quedas de t ensão podem pr ovocar , ainda, dim inuição da int ensidade lum inosa nas
lâm padas e aum ent o da corr ent e nos m ot or es.

c – I m p lica çõe s n a Ca pa cida de I n st a la d a :


A energia reat iva, ao sobrecar regar um a inst alação elét rica, inviabiliza sua plena
ut ilização, condicionando a inst alação de nov as cargas a invest im ent os que seriam
evit áveis se o fat or de pot ência apresent asse valores m ais alt os. O “ espaço” ocupado
pela energia r eat iva poderia ser ent ão ut ilizado para o at endim ent o a novas cargas.
Os invest im ent os em am pliações das inst alações est ão relacionados principalm ent e aos
t ransform ador es e condut ores necessários. O t ransfor m ador a ser inst alado deve
at ender à pot ência at iva t ot al dos equipam ent os ut ilizados, m as, devido à presença de
pot ência reat iva, a sua capacidade dev e ser calculada com base na pot ência aparent e
das inst alações.
A t abela a seguir, m ost ra a pot ência t ot al que dev e t er o t ransform ador, para at ender
um a carga út il de 800kW, para fat or es de pot ência crescent es.

Ta be la 9 .2 – I m plica çõe s na pot ê n cia in st a la da


POTÊN CI A ÚTI L FATOR D E POTÊN CI A POTÊN CI A D O TRAFO -
ABSORV I D A - KW KV A
0 ,5 0 1600
800
0 ,8 0 1000

1 ,0 800

Tam bém o cust o dos sist em as de com ando, prot eção e cont role dos equipam ent os
cr escem com o aum ent o da energia reat iva.

d – I m p lica çõe s n a Se çã o dos Con d u t or e s:


Da m esm a form a, para t ransport ar a m esm a pot ência at iva sem aum ent o de perdas, a
seção dos condut or es dev e aum ent ar à m edida que o fat or de pot ência dim inui.
A t abela, a seguir, ilust ra a variação da seção necessária de um condut or em função do
fat or de pot ência. Not a- se que a seção necessária, supondo- se um fat or de pot ência
0,70, é o dobro da seção para fat or de pot ência 1,0.
Ta be la 9 .3 – Va r ia çã o da se çã o do con du t or e m r e la çã o a o fa t or de pot ê n cia

Podem os observar que, com o aum ent o da corr ent e, para que não se aum ent e as
perdas é necessário que se ut ilize condut or es de seção m aiores.
1
��çã� �������� = � �
(����� �� ������)2
A cor reção do fat or de pot ência por si só j á libera capacidade para inst alação de novos
equipam ent os, sem a necessidade de invest im ent os em t ransform ador ou subst it uição
de condut or es para est e fim específico. É o que m ost ra a t abela a seguir, ilust rando o
aum ent o do fat or de pot ência de 0,80 para 0,92 em um a inst alação genérica, com
pot ência de t ransform ação de 315 kVA.

Ta be la 9 .4 – I m plica çõe s do a um e nt o do fa t or de pot ê n cia e m um a in st a la çã o gen é r ica

Sit u a çã o I nicia l Sit u a çã o Fin a l

Fa t or d e p ot ê n cia 0 ,8 0 0 ,9 2

Pot ê n cia dispon ív e l k W 252 290

Au m e n t o de pot ê n cia k W 38

e – Cor r e çã o do Fa t or de Pot ê n cia :

A prim eira providencia para corrigir o baixo fat or de pot ência é a analise das causas que
levam à ut ilização ex cessiva de energia reat iva. A elim inação dessas causas passa pela
racionalização do uso de equipam ent os:
- desligar m ot or es em v azio;
- redim ensionar equipam ent os superdim ensionados;
- redist ribuir cargas pelos diversos circuit os, et c.
Est as providências podem , ev ent ualm ent e, solucionar o pr oblem a de excesso de reat ivo
nas inst alações.
A part ir dest as pr ovidências, um a form a de r eduzir a circulação de energia reat iva pelo
sist em a elét rico, consist e em “ pr oduzi- la” o m ais próxim o possível da carga, ut ilizando
um equipam ent o cham ado capacit or.
I nst alando- se capacit or es j unt o às cargas indut ivas, a circulação de energia reat iva fica
lim it ada a est es equipam ent os.
Na prát ica, a energia reat iva passa a ser fornecida pelos capacit ores, liberando part e da
capacidade do sist em a elét rico e das inst alações da unidade consum idora. I sso é
com um ent e cham ado de “ com pensação de energia reat iva” .

Figu r a 9 .3 – Com pe nsa çã o de En e r gia Re a t iv a


Quando est á havendo consum o de energia reat iva, caract erizando um a sit uação de
com pensação insuficient e, o fat or de pot ência é cham ado de indut ivo.
Quando est á hav endo um fornecim ent o de energia reat iva à r ede, car act erizando um a
sit uação de com pensação excessiva, o fat or de pot ência é cham ado de capacit ivo.

Figu r a 9 .4 – Com pe nsa çã o Ex ce ssiva de En e r gia Re a t iv a

f – Com p e n sa çã o a t r a vé s de ca pa cit or e s:

Exist em várias alt ernat ivas para a inst alação de capacit ores em um a inst alação, cada
um a delas apr esent ando vant agens e desvant agens. Nest e sent ido, a escolha da
m elhor alt ernat iva dependerá de análises t écnicas de cada inst alação.

f.1 – Com pensação I ndividual :


É efet uada inst alando os capacit ores j unt o ao equipam ent o, cuj o fat or de pot ência se
pret ende m elhorar. Repr esent a, do pont o de vist a t écnico, a m elhor solução,
apresent ando as seguint es vant agens:
- reduz as perdas energét icas em t oda inst alação;
- dim inui a carga nos circuit os de alim ent ação dos equipam ent os com pensados;
- m elhora os níveis de t ensão de t oda a inst alação;
- pode- se ut ilizar um sist em a único de acionam ent o para a carga e o capacit or,
econom izando- se em equipam ent os de m anobra;
- geram r eat ivos som ent e onde é necessário.

Figu r a 9 .5 – Com pe nsa çã o in div idua l

Exist em , cont udo, algum as desvant agens dessa form a de com pensação com r elação às
dem ais:
- m uit os capacit ores de pequena pot ência t êm cust o m aior que capacit ores
concent rados de pot ência m aior;
- pouca ut ilização dos capacit ores, no caso de equipam ent o com pensado não ser de uso
const ant e;
- para m ot ores, dev e- se com pensar no m áxim o 90% da energia reat iva necessária.
f.2 – Com pensação por Grupos de Cargas :
O banco de capacit or es é inst alado de form a a com pensar um set or ou um conj unt o de
m áquinas. É colocado j unt o ao quadr o de dist ribuição que alim ent a esses
equipam ent os.
A pot ência necessária será m enor que no caso da com pensação individual, o que t orna
a inst alação m ais econôm ica.

Figu r a 9 .6 – Com pe nsa çã o por Gr u po de ca rga s

Tem com o desvant agem o fat o de não haver dim inuição de cor rent e nos alim ent adores
de cada equipam ent o com pensado.

f.3 – Com pensação Ger al :


O banco de capacit or es é inst alado na saída do t ransform ador ou do quadr o de
dist ribuição geral, se a inst alação for alim ent ada em baixa t ensão.
Ut iliza- se em inst alações elét ricas com núm er o elevado de cargas com pot ências
diferent es e regim es de ut ilização pouco unifor m es. Apr esent a as seguint es vant agens
principais:
- os capacit or es inst alados são m ais ut ilizados;
- fácil supervisão;
- possibilidade de cont r ole aut om át ico;
- m elhoria geral do nível de t ensão;
- inst alações adicionais suplem ent ares r elat ivam ent e sim ples.

Figu r a 9 .7 – Com pe nsa çã o Ge r a l


A principal desvant agem consist e em não haver alívio sensível dos alim ent adores de
cada equipam ent o.

f.4 – Com pensação na Ent rada da Energia em AT :


Não é m uit o fr eqüent e a com pensação no lado da Alt a Tensão. Tal localização não
alivia nem m esm o os t r ansform adores e exige disposit ivos de com ando e prot eção dos
capacit ores com isolação para a t ensão prim ária.

Figu r a 9 .8 – Com pe nsa çã o n a Ent r a da de En e r gia e m AT

Em bora o pr eço por kVAr dos capacit ores sej a m enor para t ensões m ais elevadas, est e
t ipo de com pensação, em geral, só é encont rada nas unidades consum idoras que
recebem grandes quant idades de energia elét rica e dispõem de subest ações
t ransform adoras.
Nest e caso, a diversidade da dem anda ent r e as subest ações pode result ar em econom ia
na quant idade de capacit or es a inst alar.

f.5 – Com pensação com Regulação Aut om át ica :


Nas form as de com pensação geral e por grupos de equipam ent os, é usual ut ilizar- se
um a solução em que os capacit or es são agrupados por bancos cont r oláveis
individualm ent e.
Um relé varim ét rico, sensível às variações de energia reat iva, com anda
aut om at icam ent e a operação dos capacit ores necessários à obt enção do fat or de
pot ência desej ado.

f.6 – Com pensação Com binada :

Em m uit os casos, ut ilizam - se, conj unt am ent e, as diversas form as de com pensação.
9 .3 .4 – For m a de Av a lia çã o d o Ex ce d e n t e d e Re a t ivos

A ocorr ência de excedent e de r eat ivo será v erificada pela concessionária at ravés do
fat or de pot ência m ensal ou do fat or de pot ência horário.
O fat or de pot ência m ensal é calculado com base nos valor es m ensais de energia at iva
( kWh) e energia reat iva kVAr.
O fat or de pot ência horário é calculado com base nos valor es de energia at iva ( KWh) e
de energia r eat iva ( kVAr) , m edidos de hora em hora.

a – Fa t ur a m e nt o, a t r a vé s do Fa t or de pot ê n cia hor á r io:

A dem anda de pot ência e o consum o de energia reat iva ex cedent es, calculados at ravés
do fat or de pot ência hor ário, serão fat urados pelas seguint es expressões:

onde:
FER( p) = valor do fat ur am ent o, do consum o de energia reat iva excedent e à quant idade
perm it ida pelo fat or de pot ência de refer ência “ fr” , no período de fat uram ent o;
CAt = consum o de ener gia at iva m edida em cada int ervalo de 1 ( um a) hora “ t ” , durant e
o período de fat uram ent o;
fr = fat or de pot ência de referência igual a 0,92;
ft = fat or de pot ência da unidade consum idora, calculado em cada int ervalo “ t ” de 1
( um a) hora, durant e o período de fat uram ent o, observadas as definições dispost as nas
alíneas “ a” e “ b” , § 1º , dest e art igo;
TCA( p) = t arifa de ener gia at iva, aplicável ao fornecim ent o em cada post o horário “ p” ;

Onde:
FDR( p) = valor do fat uram ent o, da dem anda de pot ência reat iva ex cedent e à
quant idade perm it ida pelo fat or de pot ência de r efer ência “ fr” no período de
fat uram ent o;

DAt = dem anda m edida no int ervalo de int egr alização de 1 ( um a) hora “ t ” , durant e o
período de fat uram ent o;

DF( p) = dem anda fat ur ável em cada post o hor ário “ p” no período de fat uram ent o;

TDA( p) = t arifa de dem anda de pot ência at iva aplicável ao fornecim ent o em cada post o
horário “ p” ;

MAX = função que ident ifica o valor m áxim o da fórm ula, dent ro dos parênt eses
corr espondent es, calculada de hora em hora;

t = indica int ervalo de 1 ( um a) hora, no período de fat uram ent o;

p = indica post o horár io, pont a ou fora de pont a, para as t arifas hor o- sazonais ou
período de fat uram ent o para a t arifa conv encional; e

n = núm er o de int ervalos de um a hora, por post o horário no período de fat uram ent o.

Nas fórm ulas FER( p) e FDR( p) serão considerados:

a) durant e o período de 6 horas consecut ivas, com preendido, a crit ério da


concessionária, ent re 23 h e 30 m in e 06h e 30 m in, apenas os fat ores de pot ência “ ft ”
inferiores a 0,92 capacit ivo, verificados em cada int ervalo de 1 ( um a) hora “ t ” ; e

b) durant e o período diário com plem ent ar ao definido na alínea ant erior , apenas os
fat or es de pot ência “ ft ” inferiores a 0,92 indut ivo, verificados em cada int ervalo de 1
( um a) hora “ t ” .

b – Fa t ur a m e nt o, a t r a vé s do Fa t or de pot ê n cia m e nsa l:


A dem anda de pot ência e o consum o de energia r eat iva excedent e, calculados at ravés
do fat or de pot ência m ensal, serão fat urados pelas expr essões:

onde:
FDR = valor do fat ur am ent o t ot al cor r espondent e à dem anda de pot ência r eat iva
excedent e à quant idade perm it ida pelo fat or de pot ência de referência, no período de
fat uram ent o;

DM = dem anda m edida durant e o período de fat uram ent o;

DF = dem anda fat uráv el no período de fat uram ent o; e

TDA = t arifa de dem anda de pot ência at iva aplicável ao fornecim ent o.

Onde:
FER = valor do fat uram ent o t ot al cor respondent e ao consum o de energia reat iva
excedent e à quant idade perm it ida pelo fat or de pot ência de referência, no período de
fat uram ent o;

CA = consum o de energia at iva m edida durant e o período de fat uram ent o;

fr = fat or de pot ência de referência igual a 0,92;

fm = fat or de pot ência indut ivo m édio ( m ensal) das inst alações elét ricas da unidade
consum idora, calculado para o período de fat uram ent o;

TCA = t arifa de energia at iva, aplicável ao fornecim ent o;


1 0 . M e didor e s

1 0 .1 – Con side r a çõe s Ger a is

A m edição da energia elét rica é em pregada, na prát ica, para possibilit ar à ent idade
fornecedora o fat uram ent o adequado da quant idade de energia elét rica consum ida por
cada usuário, dent ro de um a t arifa est abelecida. At ualm ent e o m edidor é o do t ipo de
indução devido sua sim plicidade, robust ez, exat idão e desem penho ao longo dos anos.
A pot ência é um a quant idade inst ant ânea, ao passo que a energia considera o t em po de
funcionam ent o, ou sej a, quant o t em po a pot ência foi aplicada.
A energia equivale à pot ência m édia m ult iplicada pelo t em po. Assim , quando se desej a
m edir a energia, é necessário t er um m edidor que m eça a quant idade de pot ência
durant e t odo o período de t em po.
A unidade básica de m edida da energia elét rica é o wat t - hora e o inst rum ent o usado
para m edir a energia elét rica é cham ado de m edidor de quilowat t - hora. Na prát ica, a
energia elét rica é m edida em quilowat t - hora ( represent ada por kWh e equivalent e a
1000 wat t - hora) . Os inst rum ent os ut ilizados para m edir a energia elét rica ( m edidores
de quilowat t - hora) são int egradores, ou sej a, som am a pot ência consum ida ao longo do
t em po.
A concessionária, ent idade fornecedora de energia elét rica, t em grande int eresse no
perfeit o e cor ret o desem penho dest e m edidor , pois nele é que repousam as bases
econôm icas da em pr esa. Os lit ígios ent re consum idores e fornecedor es podem ser
bast ant e reduzidos se os cuidados necessários for em dispensados à cor ret a m edição da
energia elét rica consum ida.
A energia elét rica é com er cializada, t endo a sua com ercialização algum as im plicações
de ordem prát ica:
- O consum idor som ent e a paga após o t ér m ino do período de consum o, em geral um
m ês;
- O m edidor fica na casa do consum idor, o que requer cuidados especiais por part e da
concessionária;
- Muit os consum idores “ olham ” diariam ent e o m edidor, enquant o que a concessionária
som ent e o “ olha” um a vez por m ês, quando o seu em pr egado “ leit urist a” faz a leit ura
do consum o m ensal na residência do usuário.
Tudo isso fez com que a t écnica t om asse cert as precauções especiais na concepção e
const rução dest es m edidor es.

1 0 .2 – Cla ssifica çã o dos M e didor e s de En er gia

Os inst rum ent os elét ricos podem ser classificados com base nos seguint es crit érios
fundam ent ais:
- princípio de funcionam ent o ( elet rom agnét icos, m agnet oelét ricos, elet r odinâm icos, de
indução, et c.) ;
- nat ureza da corr ent e que os at ravessa ( alt ernada ou cont ínua) ;
- grandeza m edida ( t ensão, cor rent e, pot ência, energia, et c.) ;
- grau de pr ecisão ( de quadro, de cont r ole, de laborat ório) ;
- caract eríst icas const rut ivas ( indicadores, regist radores, form at o ext er no, et c.) .
Os m edidor es de energia podem ser classificados das seguint es m aneiras:

1 0 .2 .1 – Qu a n t o a o t ipo d e e n e r gia a se r m e did o

Os m edidor es quant o ao t ipo de energia a ser m edida, dividem - se em :

a ) m e d idor de e n e r g ia a t iva ( k W h ) : m edidor que se dest ina a m edir energia at iva


de um a inst alação. A energia at iva é aquela que realm ent e r ealiza t rabalho. Est es são
os m edidor es m ais ut ilizados em m edição de energia;

b) m e d idor de e n e r g ia r e a t iv a ( k v a r h ) : m edidor que se dest ina a m edir energia


reat iva de um a inst alação. A energia reat iva t em com o função principal fornecer
cam pos m agnét icos r equeridos pelas cargas indut ivas.

1 0 .2 .2 – Qu a n t o a o n ú m e r o d e e le m e n t os - fios

Quant o ao núm ero de elem ent os ( fase) , classificam - se em :

a ) m e d idor e s m on of á sicos: são m edidores que possuem apenas um elem ent o m ot or


( conj unt o form ado pela bobina de pot encial e seu núcleo, por um a ou m ais bobinas de
corr ent e e seu núcleo, dest inado a pr oduzir um conj ugado m ot or sobr e o elem ent o
m óv el) . Est es m edidores são ut ilizados nas unidades consum idoras de baixo consum o,
t ais com o r esidências. Subdividem - se ainda em :

- m edidores m onofásicos a dois fios: m edidores que possuem um elem ent o de pot encial
e um elem ent o de corr ent e;

- m edidores m onofásicos a t rês fios: m edidor es que possuem um elem ent o de pot encial
e dois elem ent os de cor rent e;

b) m e d idor e s polifá sicos: são m edidor es que possuem dois ou t rês elem ent os
m ot ores. Est es m edidor es são ut ilizados nas unidades consum idoras de m édio e grande
consum o, t ais com o loj as, indúst rias, et c. Subdividem - se em :

- m edidores polifásicos de dois elem ent os e t rês fios: m edidores que possuem dois
elem ent os de pot encial e dois elem ent os de cor rent e;

- m edidores polifásicos de dois elem ent os e quat ro fios: m edidor es que possuem dois
elem ent os de pot encial e t r ês elem ent os de cor rent e;

- m edidores polifásicos de t rês elem ent os e quat ro fios: m edidores que possuem t rês
elem ent os de pot encial e t r ês elem ent os de cor rent e.

1 0 .2 .3 – Qu a n t o a o t ipo d e lig a çã o à ca r g a

Podem ser classificados em :

a ) m e did or e s dir e t os: m edidores para ser em ligados diret am ent e à rede e à carga,
sem o uso de t ransform ador es de pot encial e de t ransform ador es de cor rent e. A energia
consum ida pela inst alação passa int egralm ent e at r av és do m edidor. Ut ilizados
geralm ent e em r esidências e em presas de pequeno port e;
b) m e didor e s in dir e t os: m edidores par a serem ligados at ravés de t ransfor m adores
de corr ent e e/ ou t ransform ador es de pot encial. Nest e caso, apenas um a parcela
conhecida da energia consum ida passa at rav és do m edidor . A energia t ot al é obt ida
m ult iplicando- se a energia regist rada no m edidor por um fat or que depende das
relações de t ransform ação dos t ransform ador es da m edição ( de pot encial e de
corr ent e) .

1 0 .2 .4 – M e d idor e s Espe cia is

I ncluem - se nest a cat egoria, os m edidores de dupla t arifa.

São m edidor es classe 1, que são m edidores de energia at iva, cuj os er ros não ex cedam
1% para t odos os valores de cor r ent e ent r e 10% da corr ent e nom inal e a cor rent e
m áxim a, com fat or de pot ência unit ário, m edidor es painel ( m edidores para painéis de
cont r ole de energia) , m edidor de V2H ( m edidor de t ensão elét rica) , m edidor es com
acessórios ( m edidor com sensor, m edidor com em issor de pulsos) , et c.

1 0 .2 .5 – Re g ist r a dor e le t r ôn ico Pr og r a m á v e l - REP

O REP, r egist rador elet r ônico program ável, t am bém é conhecido por RDMT, Regist rador
Digit al de Média Tensão, é o equipam ent o de regist ro de dados int egrados no t em po,
com capacidade de discrim inação de dados conform e hora do dia, época do ano e
out ras caract eríst icas necessárias para ut ilização em t arifação horo- sazonal ( THS) .

Dot ado de 2 ou 3 canais com ou sem m em ória de m assa, r ecebe de m edidores


em issores de pulsos ou m edidores com sensor as inform ações de kWh e kVArh a ser em
regist radas. É t am bém dot ado de saída serial ( REP) ou paralela ( RDMT) que perm it e a
cessão de inform ações aos consum idores.

1 0 .3 – M e didor W a t t - h or a Tipo I n du ção

Os m edidores ut ilizados em cor rent e alt ernada m onofásica e polifásica são inst rum ent os
que baseiam o seu funcionam ent o no princípio da indução elet r om agnét ica e, nesse
part icular, assem elham - se aos m ot or es elét ricos de indução.

Os m edidores de indução som ent e podem ser ut ilizados em circuit os de cor r ent e
alt ernada, sendo quase universalm ent e usados para m edição de energia em circuit os
que operam com corr ent e alt ernada.

Os prim eiros m edidores de indução eram razoavelm ent e precisos para carga com fat or
de pot ência unit ário, m as eram considerados r uins para cargas com baixos fat or es de
pot ência, pois não havia exat a quadrat ura ent r e as ondas de corr ent e e t ensão.

1 0 .3 .1 – Pa r t e s Com pone n t e s do M e d idor d e En e r g ia Tip o I n du çã o

O m edidor do t ipo indução é em pr egado em cor rent e alt ernada para m edir a energia
elét rica absorvida por um a carga.

O m edidor de quilowat t - hora é basicam ent e const it uído de um m ot or cuj o t orque é


propor cional à pot ência que flui at ravés dele, um fr eio m agnét ico para r et ardar a
velocidade do m ot or de t al m odo que sej a propor cional à pot ência ( t ornando o efeit o do
fr eio proporcional a velocidade do rot or) e um regist rador para cont ar o núm ero de
revoluções que o m ot or faz. Se a v elocidade do m ot or é pr oporcional à pot ência, o
núm ero de r ev oluções t am bém será propor cional à energia .
Um m edidor é const it uído nas seguint es part es com ponent es:

- base;
- t erm inais ( bornes) , bloco de t erm inais;
- com part im ent o do bloco de t erm inais;
- t am pa do bloco de t er m inais;
- m ost rador;
- ciclôm et ro;
- prim eiro cilindro ciclom ét rico;
- regist rador;
- núcleo;
- bobina de cor r ent e ( elet roím ã de cor r ent e) , bobina de pot encial ( elet roím ã de
t ensão) ;
- elem ent o m ot or;
- disposit ivos de calibração;
- elem ent o fr enador ( fr eio m agnét ico) ;
- t am pa do m edidor;
- elem ent o m óv el;
- cat raca;
- disposit ivos de com pensação;
- est rut ura ( arm ação) ;
- m ancais e placa de ident ificação.

Figur a 1 0 .1 - Pr incipa is pa r t e s de u m M e didor de Ene r gia

Cada um a dessas part es com ponent es, as quais foram agrupadas em dois grupos
( principais e dem ais) , t em as seguint es caract er íst icas/ funções:
a) Pr incipa is pa r t e s com pone nt e s :

Ba se : part e do m edidor dest inada à sua inst alação e sobr e a qual são fixados a
est rut ura, a t am pa do m edidor, o bloco de t er m inais e a t am pa do bloco de t erm inais.
Os m edidores m onofásicos produzidos podem t er base plást ica ou inj et ada sob pr essão
em alum ínio- silício. É pela base que o m edidor é fixado no local a ser inst alado;
Te r m ina is ( bor n e s) : disposit ivos dest inados a ligar o m edidor ao circuit o a ser
m edido;
Bloco d e t e r m in a is ( b or n e s) : suport e de m at erial isolant e, no qual são agrupados os
t erm inais do m edidor;
Com p a r t im e n t o do bloco de t e r m in a is ( b or n e s) : part e onde fica localizado o bloco
de t erm inais;
Ta m p a do bloco d e t e r m in a is ( bor n e s) : peça dest inada a cobrir e prot eger o bloco
de t erm inais, o( s) fur o( s) inferior( es) de fixação do m edidor e o com part im ent o do
bloco de t erm inais;
M ost r a dor : placa que cont ém abert ur a para leit ura dos algarism os do ciclôm et ro;
Ciclôm e t r o: t ipo de regist rador dot ado de cilindros com algarism os;
Pr im e ir o cilin d r o ciclom é t r ico: cilindro do ciclôm et r o que indica a m enor quant idade
de energia expr essa em núm er os int eiros de quilowat t s- hora;
Re gist r a dor : conj unt o form ado pelo m ost rador, sist em a de engrenagem e cilindros
ciclom ét ricos. I ndica, no caso de m edidores de energia at iva, o consum o de quilowat t -
horas ( kWh) absorvidos pelo consum idor, o qual é propor cional ao núm er o de r ot ações
efet uadas pelo disco;
N ú cle o: conj unt o de lâm inas de m at erial m agnét ico que form a os circuit os m agnét icos
das bobinas de pot encial e de corr ent e;
Bobina de cor r e n t e ( e le t r oím ã d e cor r e nt e ) : bobina cuj o cam po m agnét ico
result ant e é função da cor rent e que circula no circuit o cuj a energia se pr et ende m edir;
Bobina de pot e n cia l ( e le t r oím ã d e t e n sã o) : bobina cuj o cam po m agnét ico
result ant e é função da t ensão do circuit o, cuj a energia se pret ende m edir;
Ele m e n t o m ot or : conj unt o form ado pela bobina de pot encial e seu núcleo, por um a ou
m ais bobinas de corr ent e e seu núcleo, dest inado a produzir um conj ugado m ot or sobr e
o elem ent o m óv el;
D isp osit ivos de ca libr a çã o ( pa r a fu so de a j u st e ) : disposit ivos por m eio dos quais se
calibra o m edidor para que indique, dent ro dos err os adm issíveis, a energia a ser
m edida;
Ele m e n t o f r e n a dor ( f r e io m a gn é t ico) : conj unt o com pr eendendo um ou m ais ím ãs,
dest inado a pr oduzir um conj unt o frenador sobr e o elem ent o m óv el;
Ta m p a do m e did or : peça sobrepost a à base para cobrir e pr ot eger a est rut ura e t odas
as peças nela m ont adas. As t am pas m ais com uns são de vidro e policarbonat o;
Ele m e n t o m óv e l: conj unt o form ado pelo disco, eixo e part es solidárias que gira com
velocidade proporcional à pot ência do circuit o, cuj a energia se pr et ende m edir. É
const it uído de um a chapa de alum ínio de alt a condut ibilidade e leveza. O núm er o de
rot ações dado pelo disco é propor cional ao consum o. À m edida que a carga aum ent a ou
dim inui, ocor re o m esm o com a velocidade do disco, por ém o consum o r egist rado
m ant ém os er ros de calibração.
b) D e m a is pa r t e s com pone nt e s:

Ca t r a ca : disposit ivo que im pede o m ovim ent o do elem ent o m óvel em sent ido cont rário
ao norm al. Para m edidor es de energia at iva ( kWh) , não é necessário ut ilizá- la; j á nos
casos de m edidores de energia reat iva ( kvarh) , o seu uso é indispensável;
D isp osit ivos de com pe n sa çã o: disposit ivos dest inados à com pensação aut om át ica
dos er r os int roduzidos por variações de t em perat ura, sobr ecarga, ou out ras causas;
Est r u t u r a ( a r m a çã o) : dest inada a fixar algum as part es do m edidor à base;
M a n ca is: conj unt o de peças dest inadas a m ant er o elem ent o m óv el em posição
adequada a perm it ir sua rot ação;
Pla ca de ide n t ifica çã o: peça dest inada à ident ificação do m edidor .

1 0 .4 – M e didor e s Ele t r ôn icos: m e didore s in t e lige n t e s de fa t u r a m en t o.

Os m edidor es int eligent es são o cerne e um dos m aior es m ot ivadores do


desenvolvim ent o das redes elét ricas int eligent es.
O sist em a de m edição int eligent e é apenas um dos diversos sist em as que int egram o
conceit o de Sm art Grid. Usualm ent e o sist em a de m edição int eligent e apar ece com
grande dest aque nos pr oj et os de r edes elét ricas int eligent es em decor rência de alguns
fat or es que im pact am , de form a m ais int ensa, as operações das concessionárias, t ant o
no t ocant e a benefícios quant o a cust os agregados.
Dent r e est es fat ores, pode- se cit ar:
• Para a concessionária, os m edidores de energia t êm com o função prim ordial a
consolidação das infor m ações para fat uram ent o. Port ant o, t oda r em uneração do
set or elét rico é baseada nas inform ações pr ovenient es dest es m edidor es. A sua
função principal, independent e de out ras funções avançadas e adicionais, é a de
sem pre gerar dados par a fat uram ent o;
• Os m edidor es r epr esent am a front eira ent re a rede elét rica da concessionária e a
unidade consum idora. Assim , os m edidor es elet r ônicos int eligent es podem ser vir
com o canal de int eração ent r e dist ribuidora e seus client es;
• Medidores de energia são fundam ent ais para viabilizar ações de eficiência
energét ica e gest ão pelo lado da dem anda;
• Com o cada unidade consum idora possui um m edidor de energia, invest im ent os na
m odernização dest es equipam ent os são expr essivos em r elação a out r os
com ponent es da rede elét rica;
• Um a v ez que os m edidor es de energia est ão pr esent es em t odas as unidades
consum idoras, const ruir um a rede de dados que at inj a est es pont os equivale a
possuir um a cobert ura com plet a de t elecom unicação que abranj a não som ent e os
sist em as de m edição de energia, m as que t am bém possa agr egar inform ações
sobr e a rede de baixa t ensão, t ransferir dados de sist em as de aut om ação e
cont r olar sist em as de geração dist ribuída. A const rução dest a r ede de com unicação
é a base na qual os sist em as com ponent es da t ecnologia Sm art Grid podem t r ocar
inform ações ent r e si e com a concessionária.
• Os m edidores int eligent es são, geralm ent e, viabilizadores t écnico- econôm icos
nat urais das redes elét ricas int eligent es.
1 0 .4 .1 – M e d idor e s Ele t r ôn icos:

Os m edidores int eligent es de energia surgiram com o um a evolução nat ural dos
m edidores elet r ônicos de energia elét rica com com unicação rem ot a ( m edição avançada
de energia) . Dest e m odo, a com preensão do funcionam ent o de um m edidor elet rônico é
um a prem issa para o ent endim ent o das funcionalidades de um m edidor int eligent e.
O diagram a em blocos da est rut ura básica de um m edidor elet rônico é m ost rado a
seguir:

Fonte de alimentação

Sensores de
tensão
Processado
Condicionamento

Porta Óptica
Sensores de
corrente
Medição

Processador

Sensores
Anti-tampering
Anti-tampering

Display

Fig. 10.2: Diagram a de bloco genérico de um m edidor eletrônico.

Os m edidor es elet r ônicos de energia elét rica ut ilizam com o base de t ransdução,
sensor es de t ensão e cor rent e, que geram sinais de pequena am plit ude, quando
com parados com os sinais originais, que servem de referência dessas grandezas para o
subsequent e processo de digit alização, post erior cálculo m et rológico e efet ivo regist r o
do consum o de energia.
Transdut ores de t ensão : são usualm ent e form ados de divisores resist ivos com post os de
resist or es de precisão.

Transdut ores de corr ent e : são usualm ent e ut ilizados r esist or es Shunt , t ransform ador es de
corr ent e ou sensor es de efeit o hall.

Est a solução, cont udo, exige t am bém a ut ilização de circuit os de pr ot eção cont ra surt os
de t ensão, um a vez que os divisores r esist ivos propagam para os circuit os adj acent es
qualquer variação de t ensão que possa ocor r er na r ede, que pode com prom et er os
circuit os de condicionam ent o e aquisição de sinais.
Nor m alm ent e, est a prot eção é com post a de varist or es posicionados na ent rada dos
circuit os de aquisição de t ensão.
Os sinais de t ensão e cor rent e são condicionados, de form a a adquirir m agnit ude
com pat ível com os circuit os de digit alização ut ilizados nos circuit os de processam ent o
do m edidor. Assim , est es sinais são digit alizados e enviados ao com ponent e
responsável pela com put ação dos cálculos m et r ológicos do m edidor.
Exist em difer ent es abor dagens const rut ivas par a a solução de cálculo e ger enciam ent o
do m edidor elet rônico. Usualm ent e, os m odelos de m ais baixo cust o ut ilizam apenas
um a unidade de processam ent o, m icr ocont r olador ou processador digit al de sinais –
DPS- ( Digit al Signal Processor) para realizar t odas as funções do m edidor.
Os m odelos m ais com plex os ( incluindo m edidor es elet rônicos com funções avançadas e
m edidores para grandes consum idores) ,ut ilizam em sua const rução um chip específico
para os cálculos de funções m et r ológicas e um m icrocont rolador para r ealizar as dem ais
funções, com o o ger enciam ent o de com unicação, m em órias e funções ant ifraude e
int erface hum ano- com put ador ( I HC) .
Os m odelos m ais avançados t am bém agr egam um a port a de com unicação serial,
ut ilizando prot ocolo de com unicação local. Est a port a possibilit a a leit ura inst ant ânea
dos dados gerados pelo m edidor, além da configuração de parâm et r os.
Nor m alm ent e, os m edidor es elet r ônicos m ais avançados apr esent am essa port a de
com unicação, um a v ez que ela agr ega cust os ao m edidor.

1 0 .4 .2 – Espe cif ica çã o Té cn ica do m e did or in t e lige n t e .

O conceit o de m edidor int eligent e de energia, apesar de bast ant e ut ilizado pelo
m er cado é bast ant e cont rov erso. At é pouco t em po at rás, não exist ia um a regra ou um a
list a de funcionalidades específicas que det erm inavam um a linha de cort e ent r e os
m edidores conv encionais e m edidor es int eligent es.
Para padr onizar e definir os r equisit os m ínim os para os m edidor es int eligent es, a ANEEL
lançou a Audiência Pública n o 43/ 2010, em que pr opôs a discussão das seguint es
funcionalidades m ínim as para os m edidores elet rônicos int eligent es:

• Medir o valor eficaz inst ant âneo de t ensão;

• Medir a energia at iva;

• Medir a energia reat iva indut iva, considerando apenas a frequência nom inal ( 60
Hert z) ;

• Possuir relé para ações rem ot as de cort e e de r eligam ent o;

• Com put ar valores de dem anda at iva e r eat iva, porém sem t arifação binôm ia
para consum idores do grupo B ( BT) ;

• Calcular os índices de qualidade do fornecim ent o:


DI C: Duração de int er rupção individual por unidade consum idora ou pont o de
conexão,
FI C: fr equência de int er rupção individual,
DMI C: Duração m áxim a de int errupção cont ínua por unidade consum idora ou
pont o de conexão,
DRC: Duração r elat iva da t ransgr essão de t ensão crít ica,
DRP: Duração r elat iva da t ransgr essão de t ensão pr ecária.
• Possuir, no m ínim o, quat ro post os horários para t arifas horosazonais;

• Possuir m ódulo de com unicação bidirecional;

• Com unicar- se ut ilizando pr ot ocolo de com unicação público.

Além dest as funções, t am bém podem ser encont radas funções adicionais, específicas
para alguns m ercados e aplicações, com o por exem plo, sist em as avançados de
det ecção de fraude, o que inclui o m edidor e o circuit o elét rico ao qual ele est á
conect ado, pré- pagam ent o e sist em as avançados de segurança de inform ação, com a
adição de algorit m o de cert ificação digit al.
É esperado que o m edidor int eligent e apresent e a m esm a vida út il especificada para os
m edidores elet rônicos de energia, ( em t orno de 15 anos) .
Com parat ivam ent e a um m edidor elet rônico com um , e de acordo com suas
funcionalidades avançadas, o diagram a em blocos de um m edidor int eligent e pode ser
descrit o, conform e a seguir:

Medidor Eletrônico Inteligente

Medidor Eletrônico Convencional Protocolo de


Comunicaçã
o
Sensores e Porta Óptica Interface de
Condicionamento Comunicação

Relógio de tempo
Medição real
Corte/Religa

Memória de
Processamento massa

Detectores de
violação

Criptografia/
certificação digital

Mostrador

Fig.10.3 – Diagram as em blocos da part e com ponent es dos m edidores elet rônicos
Convencional e I nt eligent e
Os quat r o blocos: por t a ópt ica, r elógio de t em po r eal, m em ória de m assa e os
det ect or es de violação, são com ponent es com uns para os m edidor es elet rônicos
conv encionais e para os m edidor es int eligent es.
Est es blocos com ponent es est ão dispost os dest a form a porque são encont rados em
m edidores elet rônicos m ais avançados, dest inados a m edição de grandes consum idor es.
No que diz respeit o a funcionalidades requeridas para os m edidor es int eligent es, est es
blocos t am bém são necessários m esm o para os consum idores r esidenciais com r elat iva
baixa carga.
O relógio de t em po real é essencial por agregar as funções de cont r ole das ent radas dos
horários das diferent es t arifas, dat a de fecham ent o e de r eposição de dem anda.
Os det ect ores de violação são pr oj et ados para det ect ar t ent at ivas de fraudes nos
m edidores. Apesar do seu obj et ivo ser claro, é m uit o com plexo devido à variedade de
possibilidades de violações e fraudes, t ant o no m edidor em si, quant o no circuit o
elét rico no qual est á conect ado. Esses det ect or es podem ser desde sim ples sensor es de
abert ura de caixa at é sensor es de variações de carga que verificam ligações irregulares
de carga à r ede, em by pass, ao m edidor.
Quando a concessionária desej a usar o canal de com unicação desenv olvido para i
sist em a de m edição, com o um canal de int eração com o consum idor, usa o conceit o de
display rem ot o avançado. O display rem ot o foi, no com eço, ut ilizado em sist em as de
m edição agrupada. Nest e t ipo de m edição, o conj unt o de m edição fica inst alado no alt o
do post e, sendo que seus displays são inst alados em caixas de m edição na ent rada da
unidade consum idora. Eles não são m ais do que ext ensões dos displays dos m edidores.
Sua função é m ais m et r ológica.
Os displays r em ot os av ançados agr egam um a gam a de novas funcionalidades que
possibilit am novas int erações com os consum idor es, t ais com o:
• Envio de m ensagem crít icas e não crit ica pela concessionária;
• Geração de alert as ao consum idor por ex cesso de consum o;
• Aviso de m udança de post o t arifário em t em po real;
• Possibilidade de configuração de m et as de consum o;
• Visualização de parâm et ros de consum o em t em po r eal;
• Visualização de dados de qualidade de energia elét rica em t em po r eal;
• Geração de alert as de cort e e falt a de energia;
• Consolidação dos dados de consum o e geração de curvas de carga.

A ut ilização dos displays rem ot os pot encializa as funcionalidades j á bast ant es


avançadas dos m edidor es int eligent es, sendo que disponibiliza para os consum idor es as
inform ações que, ant eriorm ent e, eram obt idas apenas no m om ent o do lançam ent o da
fat ura.

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