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Marco Marques, 4 de Maio de 2024

Narrativa autobiográfica – parte 1

Disciplina: CULTURA, CURRÍCULO E AVALIAÇÃO EM ARTE


Docente: Dr. Noeli Batista do Santos
Discente e autor: Marco Marques FAV-UFG

Na imagem que produzi, eu desenhei um arco-íris que tem um duplo sentido. O primeiro seria do
desenho livre - que muitas vezes fazíamos em sala de aula - que é o muito pouco que me lembro das
aulas de arte. E o desenho do arco-íris (algo muito comum entre as crianças na minha época, e
acredito que ainda seja hoje em dia). O segundo significado é que essas diferentes faixas do arco-
íris, coloco como uma metáfora para a ideia de currículo.
Relacionando com os textos, posso dizer que os currículos normalmente se impõe sobre as
pessoas. Eles são um instrumento de poder (como os textos todos falam).
E por mais que haja o pensamento pós-estruturalista e neomarxista apresentado nos textos, no final
o ensino de Artes ainda pouco conseguiu ir muito longe de ser apenas uma recreação de menor
valor se comparado as outras disciplinas (não quero dizer que não haja trabalhos importantes que se
diferenciam disso, mas que num sentido mais geral chega a poucos isso).
Então na imagem eu busquei reproduzir a ideia das cores das crianças na produção de suas artes,
mas que com a passagem dos anos e as exigências da sociedade vão se convertendo em cinza.
Pegando um trecho do texto 'Currículo: Teoria e História', de Ivor F. Goodson,: “Uma certa
uniformidade no currículo escolar resultou de dupla necessidade: conseguir encaixar as muitas
matérias que competiam por um tempo no currículo, e lecioná-las de tal forma e num padrão que
lhes assegurassem bom êxito nos exames para obtenção do Certificado Escolar.”
É um problema o ensino de Artes ter se reduzido a apenas atividade recreativa, mas isso não faz da
atividade recreativa algo não importante. Muito pelo contrário. A questão é que o ensino de Artes , a
depender de como se der ele na escola, adquiri uma importância e um valor maior. Mas a medida
em que a educação se limita a ser para aprovar as pessoas em exames, nisso o ensino de Artes foi
sendo posto de lado. E na imagem tentei expressar essa perda do seu valor diante da passagem dos
anos e a medida que fomos ficando velhos e a sociedade foi nos impondo suas exigências.
Pode- se dizer que as teorias críticas e pós-críticas relaciona-se com a minha imagem, uma vez que
elas questionam as estruturas de poder e os sistemas de conhecimento que a sustentam (como
aponta Tomaz Tadeu da Silva em Teorias do Currículo: O que é isto?). A relação esta na imagem
que fiz também ser um questionamento ao ensino tecnicista, ou tradicional, que vai tirando a alegria
das crianças e suas cores. Com a diferença que a minha crítica é poética e não teórica.

Referências:

SILVA, Tomaz Tadeu da. O currículo como prática de significação. In: SILVA, Tomaz Tadeu
da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte:
Autêntica, 2001.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Introdução. In: SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma
introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2018. (capítulos
1 e 2)

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