Você está na página 1de 61

Distúrbios Neuropediátricos e

Tratamento Fisioterapêutico

Sandra Chaves
Paralisia Cerebral

• Conceito: conjunto de
alterações oriundas de
um acometimento
encefálico, não
progressivo em um
cérebro imaturo,
caracterizado por
alteração do tono,
postura e movimento,
podendo ou não estar
associada a alterações
cognitivas
Paralisia Cerebral
• ETIOLOGIA:

PRÉ-NATAL:
- Infecções congênitas:
TORCH
- Exposição a radiação
- HIV
- Quedas
- Malformações
congênitas
Paralisia Cerebral

PERINATAL :
- Asfixia neonatal
- Hemorragia e
Leucomalácia
Periventricular: maior
incidência em RNPT, em
virtude de suas
características
maturacionais.
- Circular de cordão
Paralisia Cerebral
PÓS-NATAL:

- Meningoencefalites
- TCE
- Lesões por afogamento
- Tumores cerebrais
- Violência doméstica
Paralisia Cerebral
• Outros fatores de risco:

- Doença pulmonar crônica necessitando de


O2 por mais de 28 dias
- Baixo escore de Apgar
- VM
- Prematuridade
- RNMBP
Paralisia Cerebral
• Classificação dos Tipos Clínicos da PC

Baseia-se nas características semiológicas


(sinais e sintomas) dominantes, podendo ser
dividido em 5 grupos:
- Espástica: - tetraplégica
- diplégica
- hemiplégica
- Discinética
- Atáxica
- Mista
Paralisia Cerebral
Classificação dos Tipos Clínicos da PC

• Espástica: lesão na parte motora do córtex


cerebral
• Discinética (coreoatetose e distonia): lesão
dos gânglios da base - caudado, putâmen
e pálido
• Ataxia: lesão cerebelar (raro). Encefalocele
• Mista: Lesões piramidais e extrapiramidais
Paralisia Cerebral’
• Espásticas

- Mais comum
- Lesão fixa na parte motora do córtex cerebral
- Forma mais comum da hipertonia (resistência
ao estiramento rápido muscular)
Paralisia Cerebral
• Espásticas
• 1- TETRAPLÉGICA- 9 a 43%

Mais grave
- Lesão bilateral e extensa do encéfalo
- Comprometimento dos 4 membros com
predomínio dos MMSS
- Aumento do tônus da musculatura extensora
e adutora dos MMII e flexora dos MMSS
- Tônus dos flexores cervicais e do tronco está
habitualmente diminuídos
Paralisia Cerebral
• Espásticas
• 1- TETRAPLÉGICA- 9 a 43%

- Hiperreflexia, clônus, persistência dos


reflexos primitivos (moro, RTCA, marcha
automática, preensão palmar e plantar)
- PC reduzido, com deformidades
- Marcha é praticamente impossível
Paralisia Cerebral
• Espásticas
1- TETRAPLÉGICA – 9 a 43%

- Dificuldade de acompanhar o
desenvolvimento motor normal, alteração da
deglutição, retardo mental importante, fala
limitada
- Défcits auditivos e visuais (estrabismo),
irritabilidade e distúrbios do sono
PC tetraplégico
Paralisia Cerebral
2- DIPLÉGICA- 10 a 45%

- Comprometimento bilateral dos 4 membros com


predomínio nos MMII
- Bom controle de cabeça, sentam em W
- Mais comum em prematuros (instabilidade
hemodinâmica e respiratória - hipoperfusão
cerebral leucomalácia periventricular.
- Vias piramidais, próximo aos ventrículos
laterais
Paralisia Cerebral
2- DIPLÉGICA- 10 a 45%

- Atraso do desenvolvimento motor


- Dificuldade da marcha por hipertonia dos
adutores e extensores do quadril (tesoura),
andam na ponta dos pés
Paralisia Cerebral
2- DIPLÉGICA- 10 a 45%

- Comprometimento dos MMSS de graus variável


- Estrabismo
- Desempenho intelectual preservado na maior
parte das crianças (relacionado com os MMSS)
- Relação MMSS e inteligência
Paralisia Cerebral
Paralisia Cerebral
3- HEMIPLÉGICA- 25 a 40%

- mais comum ocorrer lesões no território da


artéria cerebral média
- Déficit motor e espasticidade unilateral (atinge
os membros contralaterais ao lado do cerébro
comprometido)
Paralisia Cerebral
3- HEMIPLÉGICA- 25 a 40%

- Quarto mês de vida: preferência unilateral para


alcance dos objetos. MI: deambulação
- Hipertonia em flexão do MS e em extensão do
MI
- O crescimento do lado afetado do corpo é menor
em relação ao lado oposto
Paralisia Cerebral
3- HEMIPLÉGICA- 25 a 40%

- Alterações sensitivas presentes


- Retardo mental e dificuldade de aprendizado:
60% dos pacientes
- Sincinesias frequentes
Paralisia Cerebral
Paralisia Cerebral
• DISCINÉTICA – 8 a 15%

- Geralmente associado às lesões perinatais -


hiperbilirrubinemia (Kernicterus) e a EHI. Lesões
nos gânglios da base
- Movimentos e posturas anormais por falta de
coordenação motora e alteração na regulação do
tônus
- Dificuldade na programação e execução de
movimentos voluntários, coordenação dos
movimentos automáticos e manutenção da postura
Paralisia Cerebral
• DISCINÉTICA – 8 a 15%

- Apresentação tardia. Inicialmente hipotônicos,


inteligência pouco afetada
- A inteligência é pouca acometida, mais afetada nos
distônicos. A avaliação cognitiva é difícil pelas
limitações motoras, da audição e da fala
Paralisia Cerebral
• DISCINÉTICA: tipos

1-Coreoatetósicos: movimentos do tipo:


- atetose (lentos, suaves, parte distal dos
membros)
- coréia (rápidos, de maior amplitude, parte
proximal dos membros)
- balismo (abruptos, violentos, parte proximal dos
membros).
- Os movimentos desaparecem durante o sono,
aumentam com a irritabilidade e choro
Paralisia Cerebral
• DISCINÉTICA

- Os movimentos involuntários são observados em


membros e na face (careta)
- Dificuldade da fala, deglutição e mastigação
Paralisia Cerebral
• DISCINÉTICA

2- Distônica (menos frequentes) – EHI


- Posturas bizarras devido a contrações
sustentadas, movimentos involuntários
(espásticas)
- Lesões nos gânglios da base
- Difícil diagnóstico diferencial com a PC espástica
Paralisia Cerebral
• Atáxica - 4%

- Condição relativamente rara, causada por lesões a


nível do cerebelo.
- É caracterizada por hipotonia, ataxia do tronco
quando sentado, dismetria e incoordenação motora,
acompanhado de atraso do desenvolvimento.
- Escrita muito prejudicada, nistagmo e tremores de
ação
- Marcha ebriosa
Paralisia Cerebral
• Atáxica

- Atraso no DNPM: marcha independente pode não


ocorrer até 4 anos de idade, com quedas
frequentes, marcha com base alargada, sentam
com forte fixação dos membros inferiores
- Escrita prejudicada
- Com o tempo a ataxia melhora, na maioria
- Alterações intelectuais são frequentes, porém leves
- Fala escandida (explosiva inicialmente e depois
lenta e dividida)
Paralisia Cerebral
Paralisia Cerebral
• Tratamento da PC

Intervenção
Neurológica:

- Toxina Botulínica:
denervação química
que bloqueia a
liberação da Ach na
junção
neuromuscular.
Paralisia Cerebral
• Tratamento da PC
Tratamento Fisioterapêutico:
* Avaliação: depende de um combinação de sinais
suspeitos como:
- atraso nas aquisições motoras: hiperextensão
do pescoço e retração dos ombros, inabilidade
de adotar a postura nos cotovelos; falta de
controle de cabeça e de tronco na posição
sentada, inabilidade de realizar movimentos
contra a gravidade
- reflexos primitivos: manutenção de reflexos
tônicos
- reações de proteção ausentes
Paralisia Cerebral
• Avaliação da criança com PC:
1- Tônus: consiste na palpação de um músculo
ou de um grupo de músculos. Tônus
aumentado: hipoextensibilidade, tônus
diminuído: hiperextensibilidade.
- Espasticidade (hipertonia): criança tende a
manter-se em posturas fixas com pobreza de
movimentos
- Hipotonia: inabilidade de manter uma postura
contra a gravidade.
Paralisia Cerebral
2- Músculoesquelética

- Encurtamento dos flexores do quadril, dos


adutores e rot. internos com limitação para
extensão, abdução e rot. externa do quadril
- Encurtamento de quadríceps (limitação flexão total
joelho)
- Encurtamentos de flexores joelho (limitação
movimento total de extensão joelho)
Paralisia Cerebral
2- Músculoesquelética
Teste de Thomas: identificar
contratura em flexão do quadril
Encurtamento adutores do
quadril
Limitação para a rotação externa
Encurtamento de flexores e
extensores do joelho
Exercícios de alongamento
Paralisia Cerebral
Análise da Marcha
Tipos de Marcha
Marcha Diplégica:
- Falta de mobilidade da
parte inferior do tronco
(coluna lombar, pelve e
art. do quadril)
- Mobilidade excessiva
da cabeça, do pescoço
e , parte superior do
tronco e extremidades
superiores.
- Andam na ponta dos
pés
- Andam com ou sem
auxílio
Tipos de Marcha
Marcha
Hemiplégica:
- Marcha assimétrica com
maior deslocamento
para o MI sadio
- A mudança de peso
para o lado
comprometido é leve e
incompleta. MI pode
variar de rigidez em
extensão até uma maior
mobilidade com flexão.
- Sem dispositivos de
apoio (maioria).
Tipos de Marcha
Marcha Atetóide:

- Pobreza na graduação
dos movimentos
- Quadris ligeiramente
estendidos, cabeça
flexionada para manter
o equilíbrio, coluna
lombar hiperestendida,
coluna torácica
arredondada e cervical
hiperestendida com o
queixo em projeção
anterior
Paralisia Cerebral

• Exercícios para o
tendão de Aquiles
(flexão do joelho
para diminuir a
espasticidade)
Paralisia Cerebral:
Intervenção terapêutica
Membros superiores: exercícios em ADM
visando melhorar a flexibilidade. Com a
repetição ganha-se força.

Membros inferiores: além de exercícios no


colchão estimular a execução de atividades
como chutar bolas, correr e desviar
obstáculos
Paralisia Cerebral
Paralisia Cerebral
Paralisia Cerebral

• Uso de Bola:

- promovem o controle postural e relaxamento


da musculatura
- favorece a mudança de peso para as
extremidades
- movimentos rotacionais
- estimulação de equilíbrio (sentado, de pé)
Paralisia Cerebral
Intervenção terapêutica
Uso de rolo:
- permite transferência de peso para os joelhos
- trabalhar reações de proteção
- sentar a cavalo
Uso de prancha de equilíbrio para crianças maiores.
Tratamento PC:
uso de bola de Bobath
Tratamento PC:
uso de bola de Bobath
Tratamento PC:
inibindo padrão tesoura
Tratamento PC:
Uso de Rolo
Uso da bola para ajudar a
ficar em pé

Passagem de gato para ajoelhado e


na sequência o ortostatismo
Tratamento PC
adotando postura sentada
Tratamento PC:
estimulando deambulação
Tratamento PC:
postura sentada
Tratamento PC:
rolar
Obrigada!

Você também pode gostar