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Alfabetização e Letramento 4
Alfabetização e Letramento 4
PRÁTICAS DE LETRAMENTO -
TRABALHO DE CAMPO
Autor: Esp. Lilian Maia Borges Testa
Revisor: Etna Paloma
INICIAR
introdução
Introdução
O processo de alfabetização tem sofrido mudanças significativas no decorrer dos anos, como,
por exemplo, o trabalho de forma a letrar e alfabetizar nossas crianças ao mesmo tempo, a
fim de levar o aluno a ter consciência daquilo que está aprendendo, ou seja, a leitura e a
escrita enquanto prática social. Assim, muito se tem abordado sobre alfabetização e
letramento.
Nesse contexto, faremos algumas considerações sobre como a escola deve proporcionar um
ambiente que favoreça, satisfatoriamente, o processo de ensino e aprendizagem. Nesse item,
exploraremos uma descrição de uma sala de aula de alfabetização a partir da apresentação
de um exemplo de observação e de momentos de intervenção para o desenvolvimento do
letramento.
O Processo de
Avaliação na
Alfabetização
No Brasil, o processo de avaliação ainda corre de forma a classificar e excluir o aluno, ou seja,
quando o professor seleciona os melhores alunos, ao aferir uma nota para verificar se houve
ou não aprendizagem do conteúdo ministrado. Assim, é válido salientar que todos os alunos
aprendem; entretanto, cada um possui suas especificidades e, principalmente, seu ritmo em
aprender. Sendo assim, há formas específicas de ensinar e de desenvolver o processo
avaliativo dentro de uma sala de aula.
É notório salientar, ainda, que o processo de avaliação é prática que deve ser devidamente
descrita no Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola, ou seja, o respectivo documento deve
apresentar todos os instrumentos avaliativos que permeiam o processo de ensino e
aprendizagem vigente na escola.
Em conformidade com os preceitos apontados por Veiga (2001), notamos que o Projeto
Político-Pedagógico possui duas perspectivas distintas: a perspectiva estratégico-empresarial
e perspectiva emancipatória. Dessa forma, salientamos a importância da elaboração do PPP,
que deve acontecer por meio de amplas discussões e reflexões de todos os envolvidos no
processo educativo, retirando a formalidade burocrática do documento.
Ainda comungando dos apontamentos feitos por Veiga (2001), sob a perspectiva estratégico-
empresarial, o fundamento do PPP baseia-se em pressupostos como o pensamento
separado da ação; a parte estratégica distante da parte operacional; os estudiosos separados
dos concretizadores e os estrategistas distantes das estratégias.
Avaliação Formativa
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96 considera a avaliação formativa como um
recurso relevante ao processo de ensino e aprendizagem. De acordo com o texto
apresentado pelo Departamento da Educação Básica do Estado do Paraná, no primeiro
encontro de formação docente, observamos que as características da avaliação formativa são
muito similares às características da avaliação diagnóstica e, dessa forma, muitos autores não
as separam.
Observamos que essa avaliação pode ocorrer sempre que o processo achar conveniente no
decorrer de suas aulas, ou seja, cabe ao professor definir quando avaliará se houve ou não
aprendizagem do conteúdo ministrado por meio da avaliação formativa, bem como
identificando as principais dificuldades apresentadas pelos alunos. Por meio dessa avaliação,
o professor poderá refletir sobre sua prática e reorganizar seu trabalho, a fim de que a
aprendizagem ocorra de forma satisfatória..
Sabemos que existe muita confusão em relação às definições: formativa e contínua e, por
isso, é válido salientar que o processo de avaliação não deve ser apenas contínuo, mas
também formativo, ou seja, fazer parte do processo que envolve a prática do professor em
sala de aula, cujo objetivo centra-se na aprendizagem do aluno.
Fernandes (2006) considera que a avaliação formativa possui algumas características próprias
e que auxiliam em todo o desenvolvimento da aprendizagem no momento em que ela é
aplicada.
Nesse contexto, notamos que a avaliação formativa leva os alunos a refletirem sobre o
processo de análise e síntese; o feedback confirma se houve ou não aprendizagem, porque
envolve os estudantes na aquisição do conhecimento, além de propiciar uma motivação para
que o aluno busque o conhecimento.
Sabemos que a avaliação é um procedimento que não pode ser considerado surpresa para
os alunos, que devem ser incluídos em todo o processo, seja no momento da aprendizagem
ou no momento de realizar a avaliação. Assim, os alunos também devem ser
responsabilizados pela sua aprendizagem.
Outro fator importante e que está diretamente relacionado ao processo avaliativo refere-se
às atividades que precisam ser planejadas previamente pelo professor por meio do Plano de
Trabalho Docente, em que o processo de avaliação também deve constar no referido
documento, a fim de nortear todas as práticas do professor para que o processo de ensino e
aprendizagem ocorra satisfatoriamente.
A partir das contribuições de Sordi (1995), percebemos que a avaliação deve ser um ato
dinâmico, em que o professor tem um papel ativo por meio de uma ação pautada na análise
e observação, comprometida com a construção do conhecimento.
Precisamos observar nossa ação, pois muitas vezes uma atividade avaliativa tem o foco
meramente classificatório e pouco tem contribuído para a compreensão da avaliação
enquanto processo.
Avaliação Diagnóstica
Essa prática avaliativa cumpre o papel de refletir sobre a prática pedagógica, com o objetivo
de favorecer o processo educacional. A avaliação diagnóstica leva o professor a verificar em
qual nível de aprendizagem seu aluno está, além de auxiliar o professor na reorganização de
seu planejamento. A avaliação pode acontecer em qualquer período do ano letivo. Por meio
dela, o professor consegue fazer um diagnóstico e prever os objetivos que deseja alcançar ao
se ensinar determinado conteúdo.
Em relação à alfabetização, observamos que esse tipo de avaliação contribui para que o
professor acompanhe em que nível seu aluno se encontra quando nos referimos à
construção do processo de leitura e escrita. É uma prática avaliativa em que o professor faz
um diagnóstico acerca da aprendizagem dos alunos em relação à leitura e à escrita. .
Avaliação Somativa
O principal objetivo desta avaliação consiste em quantificar os resultados que foram obtidos
com as demais avaliações. Assim, a avaliação somativa deve ser transparente, ou seja, fazer
um balanço de tudo o que o aluno aprendeu no decorrer de um determinado período.
Notamos que, ao final desse período educacional, a avaliação somativa apresenta os
resultados se o aluno assimilou ou não o conteúdo ministrado pelo professor.
Ainda em consonância com o documento apresentado pela Seed/PR (PARANÁ, 2008, p. 3):
[...] não pode ser vista ou analisada fora do contexto do trabalho de ensino e
aprendizagem, fora da organização curricular. Ela é ação constituinte desse
trabalho e dessa organização. Por isso é que não há sentido num processo
avaliativo que não seja contínuo e formativo (PARANÁ, 2008, p. 3).
O atual sistema de ensino vigente em nosso país ainda exige uma prática em que os
resultados devem aparecer por meios quantitativos, ou seja, por intermédio de atribuições
de notas para se medir a aprendizagem de nossos alunos.
Alguns estudiosos do nosso sistema de avaliação nos lembram que muitos profissionais da
educação consideram impossível uma “avaliação justa e democrática, contínua e formativa,
que atenda a essa exigência de transformar em números os resultados apresentados por
nossos estudantes” (PARANÁ, 2008, p. 4).
Nesse contexto, salientamos que a avaliação somativa deve fazer parte de uma prática
adequada de aprendizagem, em que a quantificação se faz necessária para a verificação e
reflexão dos conhecimentos adquiridos no decorrer de um período letivo.
Portfólio
Quando nos remetemos à prática avaliativa, no contexto de letramento e alfabetização,
devemos considerar também o portfólio como uma forma de avaliarmos os níveis em que a
criança se encontra, um recurso a mais que auxiliará o professor a desenvolver seu trabalho,
a fim de que o aluno decodifique o código linguístico, mas consiga exercer a leitura e escrita
como prática social. Dessa forma, comungamos das ideias apresentadas por Villas Boas:
O portfólio exige, antes de qualquer coisa, que o professor estabeleça quais critérios de
avaliação quer enfatizar. Na construção da alfabetização, uma opção interessante é a
organização das produções textuais realizadas de forma espontânea pelos alunos no
decorrer do ano letivo, no intuito de propiciar a comunicação com a família no trajeto
percorrido na vida escolar do filho.
É uma prática muito comum na Educação Infantil, em que os pequenos levam para os pais ou
responsáveis uma pasta que apresenta as principais atividades realizadas durante
determinado período.
praticar
Vamos Praticar
Ao fazermos uma breve leitura sobre as especificidades da avaliação, vimos algumas características
da avaliação diagnóstica, ou seja, quando nos referimos ao processo de alfabetização, ela ajuda no
acompanhamento da aquisição da leitura e da escrita. Assim, em relação ao que aprendemos sobre
a avaliação diagnóstica, assinale a alternativa correta.
Quando nos referimos ao trabalho com projetos em sala de aula, o professor tem que ter
clareza em relação ao objetivo pretendido. Por isso, para que esse objetivo seja atingido, o
professor deve realizar um bom planejamento e saber elencar as intervenções e os
instrumentos adequados para se efetivar significativamente o processo de ensino e
aprendizagem.
A escolha do tema a ser desenvolvido pelo projeto deve despertar o interesse das crianças, a
fim de que o trabalho não se torne algo cansativo, sem um objetivo relacionado à
aprendizagem significativa dos alunos. Quando isso acontece, o trabalho com projeto fica
perdido, o professor apenas o cumpre para finalizá-lo e dificilmente terá o seu objetivo
atingido.
saiba
mais
Saiba mais
De acordo com Saviani (1994), a tecnologia pode ser
boa ou ruim, tudo depende de como ela será utilizada
em sala de aula. Dessa forma, no processo de
alfabetização e letramento, o uso da tecnologia pode
auxiliar o professor a desenvolver seus alunos,
principalmente no que diz respeito à ludicidade. Dessa
forma, para que você compreenda melhor o uso da
tecnologia na alfabetização, te convido a ler o artigo
disponível no link a seguir.
ACESSAR
praticar
Vamos Praticar
Em nossas leituras, verificamos que o trabalho com projetos auxilia o professor no desenvolvimento
de suas aulas, a fim de se tornar um exímio pesquisador. O professor tem a possibilidade de
trabalhar em consonância com diferentes áreas do conhecimento, ou seja, de forma interdisciplinar
ou, até mesmo, transdisciplinar. Assim, assinale a alternativa que apresenta corretamente qual o
cuidado que o professor deve tomar ao lidar com diferentes áreas do conhecimento.
É válido salientar que, em nosso cotidiano, fazemos pesquisas a todo instante: pesquisamos
algo que nos chama atenção, ou que seja de nosso interesse. Por exemplo: buscamos
informações sobre política, religião, moda, culinária, educação, entre outros assuntos.
Dessa forma, notamos que essas pesquisas podem ser realizadas sem uma base científica,
sem um projeto estabelecido, isto é, de forma aleatória, sem base teórica, científica, em que
os resultados são obtidos de acordo com o conhecimento de senso comum, o que é
caracterizado como uma pesquisa não científica.
Assim, é possível compreender que a pesquisa científica tem seu alicerce na indagação,
realizada para alcançar a solução de um problema, e é considerada um método científico,
que deve ser desenvolvido de forma objetiva. Portanto, o pesquisador deve ser imparcial ao
analisar os resultados apurados, além da necessidade de documentação desses resultados
para uma maior confiabilidade da pesquisa realizada.
Segundo Gil (2002, p.120), o pesquisador deve apresentar as seguintes qualidades:
Ao analisar uma sala de aula voltada para alfabetização, o aluno deve considerar todas as
teorias estudadas, além de verificar as práticas realizadas em classe pelo professor que está
sendo observado.
A turma sempre demonstrou que a professora regente seguia uma rotina e que não mudou
devido a minha presença na classe. De acordo com a professora regente, a escola faz uso da
proposta pedagógica intitulada Histórico-crítica , mas, ao analisar as atividades desenvolvidas
em sala, percebi que, na tentativa de alfabetizar suas crianças, ela faz uso também do
construtivismo. A professora regente utiliza alguns jogos para estimular a alfabetização, mas
não verifiquei o uso do alfabeto móvel em sala, bem como um ambiente alfabetizador.
Assim, observei que a professora começou a leitura em sala de aula, levou diferentes gêneros
textuais para os alunos iniciarem a leitura e passou a destinar dez minutos iniciais da aula
para o desenvolvimento da leitura, inclusive, ela sugeriu que eles fizessem a leitura de
imagens e sequência de imagens.
Processo de Intervenção
Após toda a observação realizada em uma sala de alfabetização, passei para o momento de
intervenção, em que assumi a turma e comecei a ministrar aulas no lugar da professora
regente.
Desenvolvi, em princípio, uma atividade em círculo, para que os alunos pudessem sentar nos
lugares escolhidos pelos amigos. Dessa maneira, utilizei crachás com os nomes das crianças
escritos em letra de imprensa maiúscula, para que todos pudessem identificar os nomes dos
colegas. Nesse dia, mudei a disposição das carteiras, ou seja, os alunos sentaram em “U”.
Nessa dinâmica, os crachás foram colocados no centro do círculo, e cada aluno deveria pegar
um crachá, ler, identificar de quem era e colocar na carteira, para que o amigo pudesse se
sentar.
Depois que os alunos estavam em seus lugares, listei todos os nomes presentes no quadro.
Em seguida, entreguei uma cartela com oito espaços, para que eles pudessem escolher oito
nomes diferentes e colocassem em sua cartela. Depois que preencheram as cartelas,
conversamos sobre as regras do jogo. Colocaram seus nomes também nos papéis que seriam
sorteados durante o jogo do bingo.
Ao final do jogo, tivemos quatro vencedores, que conseguiram marcar toda a cartela,
conforme os nomes eram sorteados. Os alunos tiveram, também, que escrever o nome dos
vencedores em suas cartelas. Em seguida, lancharam e foram para o pátio.
Nesse dia, a direção passou alguns recados na sala dos professores; sendo assim, o lanche foi
realizado em 25 minutos.
Ao retornarem para a sala de aula, iniciei uma atividade de leitura, mais precisamente de
contação de histórias. Utilizei um avental de personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo , contei
a história intitulada Bolinhos de Chuva , explorei o nome de cada uma das personagens e,
após a contação, os alunos receberam o desenho das personagens em que tiveram que fazer
a tentativa de escrita dos nomes dessas personagens atrás do desenho. Alguns alunos
tentaram, primeiramente, com os jogos de alfabeto móvel que eu havia levado para a sala.
No mais, posso arguir que não tive maiores dificuldades em desenvolver o plano de aula
elaborado, pois as crianças demonstraram muito interesse e vontade em participar da aula.
Para dar continuidade ao trabalho, levei os alunos para o laboratório de informática e lá
começaram a trabalhar com os computadores, explorando os desenhos do Sítio do Pica-pau
Amarelo que estava na tela de cada computador e, depois, brincaram um “jogo da memória”
com as personagens e o seus respectivos nomes, também no computador.
Ao final de todo o processo de intervenção, os trabalhos realizados foram recolhidos e
montamos um portfólio para cada criança, inclusive contendo as tentativas de escrita e os
jogos realizados na sala de informática, fechando o nosso trabalho com a avaliação descritiva
de cada aluno da turma.
praticar
Vamos Praticar
Notamos que a pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento. O principal
motivo para desenvolvermos uma pesquisa é no sentido de produção de novos conhecimentos. O
ato de pesquisar nos possibilita confirmar ou, ainda, refutar um conhecimento preexistente. Dessa
forma, assinale a alternativa que apresenta corretamente em que se centra a pesquisa científica.
FILME
TRAILER
LIVRO
Dessa forma, vimos também como deve ocorrer a observação e a intervenção em uma sala
real de alfabetização, visando a compreensão de todos os elementos que podem contribuir
para o exercício da docência, no processo de alfabetização, inclusive a questão do professor-
pesquisador.
referências
Referências
Bibliográficas
ALÉM da sala de aula, 2011. 1 trailer (0:35). Publicado por Studio Universal Brasil .
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mpM-Dqg0DG0 . Acesso em: 6 jun. 2020.
BRASIL. LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Senado Federal,
Coordenação de Edições Técnicas, 2017. 58 p. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_ba
ses_1ed.pdf?sequence=1 . Acesso em: 5 maio 2020.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa . 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HADJI, C. A avaliação, regras do jogo : das intenções aos instrumentos. Portugal: Porto
Editora, 1994.
SAVIANI, D. Escola e democracia . 30. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1994.