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Curso TJMG Registros Publicos Unidade 3 - 1
Curso TJMG Registros Publicos Unidade 3 - 1
Constituição da República
“Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por
delegação do Poder Público. (Regulamento)
“Art. 236 da CR/88. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado,
por delegação do Poder Público.
(...)
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos
atos praticados pelos serviços notariais e de registro”.
“Art. 1º Os Estados e o Distrito Federal fixarão o valor dos emolumentos relativos aos
atos praticados pelos respectivos serviços notariais e de registro, observadas as normas
desta Lei.
Art. 3º É vedado:
III – cobrar das partes interessadas quaisquer outras quantias não expressamente
previstas nas tabelas de emolumentos;
“Art. 10. Os atos específicos de cada serviço notarial ou de registro, para cobrança de
valores, nos termos das tabelas constantes no Anexo desta Lei, são classificados em:
(...)
III - o valor do bem ou direito objeto do ato notarial ou registral utilizado para fins do
recolhimento do imposto sobre transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição, ou do
imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;
(...)
XII - no registro de contrato de locação:
(...)
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XIII - o valor total dos bens móveis e semoventes e o valor de cada unidade imobiliária
transmitidos, excluída a meação, na lavratura de escritura de inventário e partilha,
independentemente do número de quinhões e herdeiros;
Aviso 31/CGJ/2019
AVISO Nº 24/CGJ/2012
E os atos notariais?
Tendo em vista que a lei refere-se exclusivamente aos atos registrais, levando em
consideração os princípios do Direito Tributário, entende-se que referida isenção ou
forma de cobrança não se estende aos atos notariais.
“Art. 11. As intervenções ou anuências de terceiros, desde que não impliquem outros
atos, não autorizam acréscimos de valores de emolumentos”.
- Novo CPC
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
- Lei 15.424/2004
d) quando a parte for representada por Defensor Público Estadual ou advogado dativo
designado nos termos da Lei n° 13.166, de 20 de janeiro de 1999;
e) quando a parte não estiver assistida por advogado, nos processos de competência
dos juizados especiais de que tratam as Leis Federais nº 9.099, de 26 de setembro de
1995, e nº 10.259, de 12 de julho de 2001.”
Contra tal decisão o requerente interpôs o presente recurso, pedindo que o Tribunal
atualizasse suas normas internas, de forma a se adequar também ao previsto no artigo
99, § 4º do CPC, uma vez que o artigo 109 do Provimento 260/2013 dispõe que:
Da análise do artigo 20, inciso I, “d” e “e” e § 1º, da Lei Estadual 15.424/2004, verifica-
se que a isenção de emolumentos depende da representação por Defensor Público ou
advogado dativo, não contemplando aqueles que são patrocinados por advogados
privados. Confira-se:
d) quando a parte for representada por Defensor Público Estadual ou advogado dativo
designado nos termos da Lei 13.166/99;
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e) quando a parte não estiver assistida por advogado, nos processos de competência
dos juizados especiais que tratam as Leis Federais nos 9099/95 e 10.259/2001;
§ 1º: A concessão da isenção de que trata o inciso I do caput deste artigo fica
condicionada a pedido formulado pela parte perante o oficial, no qual conste a sua
expressa declaração de que é pobre no sentido legal e de que não pagou honorários
advocatícios, para fins de comprovação junto ao Fisco Estadual, e na hipótese de
constatação da improcedência da situação de pobreza, poderá o notário ou registrador
exigir da parte o pagamento dos emolumentos e da Taxa de Fiscalização Judiciária
correspondentes.”
Todavia, em sentido oposto, o artigo 99, § 4º do CPC, prevê que “o pedido de gratuidade
de justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro ou em recurso” e o § 4º acrescenta que “a assistência do requerente
por advogado particular não impede a concessão da gratuidade de justiça.”
Pois bem, o artigo 98, que introduz a Seção IV do Código Processual Civil, ao dispor
sobre a gratuidade de justiça, estabelece que ela compreende “os emolumentos devidos
a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou
qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou a continuidade
de processo judicial no qual o benefício tenha sido concebido.”
De forma que, não há dúvidas de que o protocolo de partilha indeferido pelo 1º Ofício
da Comarca de Uberlândia, que ora se impugna, está devidamente regulado pelo
transcrito artigo. Por opção legislativa, deferido no âmbito judicial o benefício da
gratuidade de justiça, não há qualquer óbice ou necessidade de comprovação da
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Na hipótese desses autos, sequer há lacuna. A previsão é clara e não dá margens para
outra interpretação que não a extensão dos efeitos da gratuidade deferida judicialmente
ao processamento de atos notariais.
Por tais motivos, é necessário que o TJMG atualize o Provimento 260/2013, de forma a
adequá-lo, não só ao artigo 98, como também ao artigo 99, § 4º do CPC.
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2) SELO DE FISCALIZAÇÃO
- PORTARIA-CONJUNTA Nº 09/2012/TJMG/CGJ/SEF-MG
DUPLA FUNÇÃO
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- Selo eletrônico
“Art. 11 - A transmissão dos dados relativos aos selos utilizados e aos respectivos atos
notariais e de registro praticados será feita diariamente, até, no máximo, as 12 (doze)
horas do dia seguinte ao da utilização do selo.
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“Art. 14. A selagem dos atos notariais e de registro será feita por impressão
diretamente nos documentos e papéis a que se refere o art. 5º desta Portaria
Conjunta, facultando-se a utilização de etiqueta autoadesiva ou de etiqueta adesiva de
segurança, a ser adquirida pela serventia por intermédio do Colégio Notarial do Brasil -
Seção Minas Gerais - CNB-MG, com exceção dos atos de Autenticação de Cópia ou
de Documento Eletrônico e de Reconhecimento de Firma, os quais serão selados,
obrigatoriamente, por meio da utilização de etiqueta adesiva de segurança, conforme
cronograma a ser disponibilizado pela CGJ”.
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PORTARIA-CONJUNTA Nº 03/2005/TJMG/CGJ/SEF-MG
III - do dia 15 ao dia 21 do mês, o recolhimento será até o dia 28 do mesmo mês;
IV - do dia 22 até o final do mês, o recolhimento será até o dia 7 do mês subsequente”;
II - os códigos dos atos notariais e de registro relacionados nas tabelas anexas à Lei
estadual no 15.424, de 30 de dezembro de 2004;
“Art. 8º - Para fins do disposto no parágrafo único do art. 26 da Lei estadual nº. 15.424,
de 2004, fica instituída a Declaração de Apuração e Informação da Taxa de
Fiscalização Judiciária - DAP/TFJ, que será transmitida por meio do Sistema
Integrado de Apoio à Fiscalização dos Serviços Notariais e de Registro - SISNOR,
conforme manual disponibilizado pela Corregedoria-Geral de Justiça.”
“Art. 10 - Ainda que a serventia não tenha praticado nenhum ato no mês, é
obrigatória a entrega da DAP/TFJ nos órgãos públicos indicados no artigo anterior,
devendo, neste caso, constar no campo ‘Observações’ a informação ‘sem movimento.”
4) MALOTE DIGITAL
PORTARIA Nº 2.665/CGJ/2013
Institui o Sistema Hermes - Malote Digital do Conselho Nacional de Justiça como meio
de comunicação oficial no âmbito dos órgãos e setores internos da Corregedoria-Geral
de Justiça e da Justiça de Primeira Instância do Estado de Minas Gerais, inclusive dos
Juizados Especiais, e dá outras providências.
“Art. 4º. O sistema instituído por esta Portaria também será utilizado pelos usuários
mencionados no caput do artigo 3º para comunicação de caráter administrativo com:
(...)
“Art. 148. O acesso ao sistema de que trata o inciso I do art. 147 deste Provimento
Conjunto será feito por meio de login, que corresponderá ao CPF do responsável pela
serventia, com a utilização da mesma senha usada para acesso ao SISNOR.”
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“Art. 149. Em caso de alteração do responsável pela serventia, a nova senha de acesso
de que trata o art. 148 deste Provimento Conjunto será fornecida mediante atualização
cadastral perante a Corregedoria-Geral de Justiça.”
5) RECOMPE
5.1) ORIGEM
CR/88
“Art. 5
b) a certidão de óbito”;
Lei 10.169/2000
Parágrafo único. O disposto no caput não poderá gerar ônus para o Poder Público”.
Lei 15.424/2004
“Art. 31. Fica estabelecida, sem ônus para o Estado, a compensação ao Oficial do
Registro Civil das Pessoas Naturais pelos atos gratuitos por ele praticados em
decorrência de lei, conforme o disposto no art. 8º da Lei Federal nº 10.169, de 29 de
dezembro de 2000, bem como a compensação pelos atos gratuitos praticados pelos
registradores de imóveis em decorrência da aplicação da Lei nº 14.313, de 19 de junho
de 2002.
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Parágrafo único. A compensação de que trata o caput deste artigo será realizada com
recursos provenientes do recolhimento de quantia equivalente a 5,66% (cinco vírgula
sessenta e seis por cento) do valor dos emolumentos recebidos pelo Notário e pelo
Registrador”.
5.2 ) DA ADMINISTRACAO
Lei 15.424/2004
“Art. 32. O recolhimento a que se refere o parágrafo único do art. 31 desta Lei será feito
mediante depósito mensal em conta bancária específica, aberta pelo Sindicato dos
Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais - Recivil - e
administrada pela comissão de que trata o art. 33.
“Art. 33. A gestão e os devidos repasses dos recursos serão realizados por comissão
gestora integrada por cinco membros efetivos e respectivos suplentes, assim
distribuídos:
III - três representantes indicados pelo Sindicato dos Oficiais do Registro Civil das
Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais - Recivil.
“Art. 34. A destinação dos recursos previstos neste capítulo atenderá à seguinte ordem
de prioridade, após a dedução de 8% (oito por cento) para custeio e administração:
I - compensação aos registradores civis das pessoas naturais pelos atos gratuitos
praticados em decorrência de lei;
§ 2º Para os efeitos desta Lei, compõe a receita bruta das serventias a soma dos valores
recebidos a título de emolumentos, inclusive de atos praticados por serviços notariais e
registrais anexos, se houver, e a compensação de que trata esta Lei”.
EMENTA
“ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam
os Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por
unanimidade, deu provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-
Relator(a)." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques (Presidente),
Assusete Magalhães e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator.
RELATÓRIO
A recorrente alega violação do art. 535 do CPC; dos arts. 39, XVI e XXIV, e 43 do
Decreto 3.000/1999; dos arts. 43, 97 e 111 do CTN; dos arts. 6º e 12 da Lei 7.713/1988
e do art. 46 da Lei 8.541/1992.
É o relatório.
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VOTO
A tese de violação do art. 535 do CPC foi deficientemente fundamentada. Com efeito, a
recorrente vincula a tese de omissão à ausência de valoração sobre "a natureza
remuneratória dos juros de mora incidentes sobre verbas salariais recebidas
judicialmente" (fl. 181, e-STJ).
No mérito, o ente público afirma que os valores repassados pelo Fundo Notarial e
Registral do Estado do Rio Grande do Sul, com base na Lei Estadual 12.692/2006,
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Assim sendo, tal verba não se amolda ao disposto no art. 43 do Código Tributário
Nacional, na medida em que não acarreta acréscimo patrimonial, tratando de mera
compensação por serviços gratuitos prestados pelos Cartórios Notariais.
Em outras palavras, quer isto dizer que a imposição, por lei, do dever de prestação
gratuita de alguns serviços não agravou a situação patrimonial do respectivo prestador,
tendo em vista que houve redução da base de cálculo da tributação pelo Imposto de
Renda.
Note-se, por outro lado, que houve previsão, por lei estadual, de mecanismo destinado
a "compensar" a perda de arrecadação que está sujeita à incidência do Imposto de
Renda, o que, por si só, demonstra que não se trata de indenização por um decréscimo
patrimonial, mas justamente o contrário.
Aplica-se, no ponto, o disposto no art. 43, § 1º, do CTN, segundo o qual a "incidência
do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização,
condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção".
Em relação aos autos, verifico que as parcelas incorretamente reputadas como isentas,
referentes aos anos-calendário de 2009 e 2010, correspondem, segundo informação da
recorrida, a R$ 57.699,02 e a R$ 84.345,94 (fl. 3, e-STJ).
É como voto.”
SUJEIÇÃO.
Não se sujeitam à apuração de imposto sobre a renda mensal obrigatório (carnê-leão)
os valores recebidos por oficial de cartório a título de compensação por atos gratuitos
praticados em cumprimento de determinação de lei.
RENDIMENTOS DE TRABALHO NÃO-ASSALARIADO. OFICIAL DE CARTÓRIO.
COMPENSAÇÃO POR ATOS GRATUITOS PRATICADOS EM CUMPRIMENTO DE
LEI. APURAÇÃO ANUAL. SUJEIÇÃO.
Sujeitam-se à apuração de imposto sobre a renda anual os valores recebidos por oficial
de cartório a título de compensação por atos gratuitos praticados em cumprimento de
determinação de lei.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 5.172, de 25 outubro de 1966 - Código Tributário
Nacional CTN), art. 43, inciso I, Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, arts. 1º e 3º,
Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, arts. 1º a 3º, Decreto nº 3.000, de 1999 -
Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), arts. 45, 106 a 107, Instrução
Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, arts. 53 e 72, inciso I, e Anexo II,
Instrução Normativa RFB nº 1.558, de 31 de março de 2015.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF
EMENTA: RENDIMENTOS DE TRABALHO NÃO-ASSALARIADO. OFICIAL DE
CARTÓRIO. COMPENSAÇÃO POR ATOS GRATUITOS PRATICADOS EM
CUMPRIMENTO DE LEI. RETENÇÃO NA FONTE. SUJEIÇÃO.
Sujeitam-se ao Imposto sobre a Renda Retido na Fonte os valores recebidos por oficial
de cartório a título de compensação por atos gratuitos praticados em cumprimento de
determinação de lei.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, art. 7º, inciso II, Lei
nº 11.482, de 31 de maio de 2007, arts. 1º a 3º, Decreto nº 3.000, de 26 de março de
1999 - Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 628, Instrução
Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 22, inciso I, Instrução Normativa
RFB nº 1.558, de 31 de março de 2015.