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Boletim Sindical do Partido Operário Revolucionário

Ano XIX - Maio de 2023


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POLÍTICA OPERÁRIA

É PRECISO LUTAR PELOS EMPREGOS


E SALÁRIOS COM TODA NOSSA FORÇA
É PRECISO LUTAR PARA QUE AS ASSEMBLEIAS SEJAM
VERDADEIRAMENTE DEMOCRÁTICAS
É PRECISO LUTAR PARA CONSTITUIR DIREÇÕES SINDICAIS
CLASSISTAS E COMBATIVAS
As direções sindicais colaboracionistas e apodrecidas acordos de lay-off, PDV etc. assinados pela burocracia
têm impedido que os sindicatos sirvam de instrumento de sindical vendida ao patronato. Nesse exato momento, a
luta contra as demissões, o rebaixamento salarial e as per- direção do Sindicato Metalúrgico do ABC aceitou mais
das de direitos. um acordo de lay-off para os operários da Mercedes.
A destruição de postos de trabalho na indústria cresce O Boletim Nossa Classe vem denunciando e lutando
dia a dia. Isso vem ocorrendo não só no Brasil, mas em diariamente contra os acordos de demissão e de destruição
todo o mundo. A informatização do processo de produção de direitos trabalhistas. Mas, somente os trabalhadores
resulta em diminuição crescente da força de trabalho. As podem pôr fim a esses malditos acordos. Não se deve
multinacionais são as que puxam o carro da modernização aceitar mais as assembleias antidemocráticas e manipula-
e que mais demitem. É o caso das montadoras. A implan- das como a que ocorreu na Mercedes, para aprovar o lay-
tação dos carros elétricos é utilizada para justificar a drás- off e a farsa da luta contra os altos juros. Ao contrário,
tica redução dos empregos. cabia à assembleia se colocar por uma resposta verdadei-
Como se vê, quem paga pela adaptação tecnológica ramente operária.
da indústria é a classe operária, em primeiro lugar. Com o Trata-se de organizar a luta pela redução da jornada
crescimento do desemprego industrial, o conjunto dos tra- de trabalho sem redução dos salários. Trata-se de acabar
balhadores recebe as terríveis consequências sociais. com a terceirização e conquistar a estabilidade no empre-
É o que acontece com a implantação da brutal refor- go. Essas duas reivindicações são o ponto de partida para
ma trabalhista e com a lei da terceirização. A aplicação da a proteção de nossa força de trabalho e de nossas famílias.
flexibilização capitalista do trabalho pelas montadoras foi O Boletim Nossa Classe condena todo acordo que
às últimas consequências com a imposição dos PDV, lay- sacrifica o trabalho e protege o capital. Chama a classe
off, banco de horas, redução de jornada com redução sala- operária a se unir em luta pela redução da jornada de
rial etc. Esses mecanismos protegem os altos lucros dos trabalho, sem redução dos salários. Chama a pôr em pé
capitalistas. E, por outro lado, precarizam os empregos, uma verdadeira democracia das assembleias e das deci-
levam às demissões, eliminam direitos e desgraçam, as- sões coletivas. Chama a derrubar do poder dos sindica-
sim, a vida da família operária. tos as direções que servem ao patronato e colocar no
É um verdadeiro crime contra a classe operária os lugar delas uma direção verdadeiramente classista e de
combate.

Aonde levará mais um lay-off na Mercedes? Construir as oposições


A direção do sindicato acei- lembrar que a Mercedes já havia
sindicais classistas, essa
tou, mais uma vez, o lay-off da demitido recentemente 3.600 traba- é a nossa tarefa
multinacional alemã. Disse que lhadores e terceirizado o setor ope-
está garantida a volta dos 1200 racional da fábrica. E o que fez a Os operários vêm mostrando seu
operários, sendo que serão pagos direção do sindicato? Aceitou essa descontentamento com as direções sin-
100% do valor líquido dos salários. barbaridade como se fosse impos- dicais, que abandonaram a luta pelos
Com isso, os burocratas sindicais sível de lutar pelos postos de traba- empregos, salários e direitos trabalhis-
querem dizer que assim se estaria lho e pelos salários. tas. Não basta ficar com raiva dos acor-
protegendo os empregos e salários. O Boletim Nossa Classe de- dos traidores. É preciso organizar desde
O que tem acontecido de fato nuncia mais esse acordo traidor. as fábricas uma oposição sindical clas-
com os lay-offs? As multinacionais Chama os operários a confiarem sista, democrática e combativa.
utilizam para preparar uma nova em suas próprias forças, a defen- O Boletim Nossa Classe tem se
onda de PDVs. É preciso também derem seu programa próprio de esforçado nessa tarefa, que, como sa-
ter claro que a suspensão de con- reivindicações, a impor a demo-
cracia das assembleias e a comba- bemos, não é fácil, mas é o caminho
tratos pelo lay-off implica a perda para expulsar esses burocratas que se
de tempo para aposentadoria, férias ter a direção sindical que serve
e outros benefícios. É necessário aos interesses do patronato. apossaram de nossos sindicatos.
Lutar pela efetivação dos
Denúncia de operários da Mercedes trabalhadores terceirizados!
Unidade dos terceirizados
O Boletim Nossa Classe rece- Na primeira votação, a maio- e efetivos
beu denúncias de metalúrgicos da ria dos trabalhadores não levantou
Mercedes, que não aceitaram o as mãos, não deu apoio à proposta. Com a terceirização, os patrões re-
acordo de lay-off e a farsa da luta Só na segunda votação, depois da duzem seus custos, dividem os trabalha-
pela queda dos juros. Eis: direção mentir dizendo que organi- dores e cortam salários e direitos. A ter-
“O sindicato fez assembleia zaria a luta, a proposta foi aprova- ceirização é como um câncer para a clas-
aqui e veio com a mesma conversa da. O pior, o sindicato não falou se operária. As empresas começaram
de sempre, defendendo a empresa. nada sobre como ficaria a situação terceirizando os serviços de limpeza,
Começaram justificando que devi- dos trabalhadores com contrato depois o refeitório, a segurança e outros.
do à falta de peças, alta dos juros e temporários demitidos em outubro A lei da terceirização de Temer, aprova-
queda nas vendas, a fábrica iria e os que vencem o contrato agora da no Congresso Nacional, permitiu às
produzir apenas em um turno, du- em maio”. empresas terceirizarem setores diretos da
rante dois ou três meses, a partir O Boletim Nossa Classe rece- produção. Com o avanço da terceiriza-
de maio. Depois de apresentar os be as denúncias como sendo ver- ção, hoje, dentro das fábricas, existem
motivos da empresa, eles não de- dadeiros gritos de rejeição à políti- vários pisos salariais e vários sindicatos.
ram opções. Falaram que para en- ca de conciliação e de traição das Os trabalhadores estão divididos. Além
frentar a redução na produção a direções sindicais burocratizadas.
proposta da fábrica era o lay-off e dos terceirizados, têm ainda os trabalha-
A denúncia dos companhei- dores com contrato temporário. Os ter-
pediram votação. Não perguntaram ros só confirma o que o Nossa
nem quem concordava ou não con- Classe vem falando. A direção ceirizados e ganham, em média, 1/3 do
cordava. Só informaram que a em- dos metalúrgicos do ABC deixou salário pago aos que são efetivos.
presa daria o lay-off em maio e de ser representante dos trabalha- As direções do Sindicato dos Meta-
perguntaram ‘vocês estão cien- dores e passou a ser representante lúrgicos do ABC e dos demais sindica-
tes?’. dos patrões. Quando faz assem- tos, ligadas à CUT e as outras centrais,
Não apresentaram nenhuma bleias, parece membros do RH da passaram a aceitaram a terceirização até
contraproposta dos trabalhadores. empresa. Faz e fala sempre o que mesmo na produção.
Simplesmente informaram e pedi- a empresa manda. Não apresenta O Boletim Nossa Classe chama os
ram o voto de aceitação dos traba- nenhuma proposta para defender companheiros a organizarem em cada
lhadores. Os trabalhadores coloca- os empregos, os salários e os di- fábrica a luta para acabar com a tercei-
dos em lay-off ficam com o con- reitos dos trabalhadores, para se
opor e combater a proposta patro- rização e impor aos patrões a efetivação
trato de trabalho suspenso e o tem- de todos os terceirizados. Acabar com
po não conta para as férias, 13° e nal de demissões, terceirização,
redução de salários e direitos. os salários diferenciados para as mes-
aposentadoria. mas funções, e a divisão entre os traba-
lhadores. Trabalho igual, salário igual.

AUMENTAM OS ACIDENTES E MORTES NO TRABALHO


É NECESSÁRIO CONSTITUIR AS CIPAS CLASSISTAS E 1º de Maio: trabalhadores levantam
INDEPENDENTES DOS PATRÕES! a bandeira de redução da jornada
Acidentes de trabalho ma- dendo sua vida nas fábricas para de trabalho e salário mínimo vital
tam sete trabalhadores por dia. manter os altos lucros da patro-
Essa é a divulgação do próprio nal. A precarização, agravada Em vários países do mundo, as mani-
órgão burguês, o SmartLab. O com a terceirização, tem mutila- festações mostraram a disposição da classe
número de trabalhadores mortos do ou ceifado vidas de parte da operária em lutar pelos empregos, salários e
subiu em 36% - foram 2.538 classe operária. direitos. Na França, o protesto se concentrou
mortes. Isso sem contar com os contra a violenta reforma da previdência. Na
O Boletim Nossa Classe Coreia do Sul, a poderosa manifestação le-
trabalhadores precarizados nos defende a constituição de Cipas
subempregos e autônomos. De e Comissões de fábricas de luta, vantou a bandeira de redução da jornada
2012 a 2022, registraram-se classistas e independentes. Im- sem reduzir os salários e elevação do salário
6.774.543 notificações de aci- por o controle operário da pro- mínimo. Onde houve 1º de Maio de luta, os
dentes e 25.492 acidentes com dução, como única forma de explorados foram às ruas para defender sua
mortes. garantir condições seguras de força de trabalho e a vida de suas famílias.
A classe operária vem per- trabalho. No Brasil, infelizmente, o 1º de Maio
realizado pelas centrais sindicais foi trans-
formado em palco de apoio ao governo Lu-
la. Para isso, essas direções colaboracionis-
15º MÊS DE GUERRA NA UCRÂNIA tas tiveram de renunciar e negar a defesa dos
empregos, do salário mínimo vital e pela
revogação das reformas trabalhista e previ-
O Boletim Nossa Classe tem feito uma campanha internaciona- denciária de Temer e Bolsonaro.
lista pelo fim da guerra, por uma paz sem anexação e sem nenhuma O Boletim Nossa Classe rejeitou o 1º
imposição dos Estados Unidos e da OTAN. A continuidade da guerra de Maio governista e participou do 1º de
na Ucrânia está se transformando em uma grande conflagração mun- Maio da Praça da Sé. Apesar de minoritá-
dial. rio e com pouca participação operária, foi
O Boletim Nossa Classe chama os operários a fortalecerem a um 1º de Maio independente dos governan-
bandeira de fim da guerra. Somente a classe operária unida e em tes e de defesa do programa de reivindica-
luta pode acabar com a guerra de dominação. ção dos explorados.

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