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Jornal Massas M690 A4 digital
Jornal Massas M690 A4 digital
OPERÁRIA
das disputas interburguesas, movidas por interesse concretos governo de frente ampla de débil. O que exige a formação de
de suas frações, que se batem sobre a base dos obstáculos um bloco político no Congresso Nacional de centro-direita, que
que impedem o desenvolvimento das forças produtivas. influencie e até dite a Lula as medidas a serem tomadas. Já se
É o que acaba de ser evidenciado na aprovação do novo fala em semiparlamentarismo, guiado pelos presidentes do
arcabouço fiscal, nas discussões sobre a reforma tributária, Senado e da Câmara Federal, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira.
nas discordâncias com a taxa Selic ditada pelo Banco Central, Está patente e assentado um fator da crise política: o
no conflito em torno ao marco temporal de demarcação de governo Lula tem a função de proteger os interesses gerais dos
terras indígenas, na exploração da Amazônia, na prospecção capitalistas e de se valer da política de conciliação de classes
de petróleo em áreas consideradas de proteção ambiental e na para descarregar a crise sobre a classe operária e os demais
política industrial. trabalhadores. A política do proletariado deve responder a essa
Esse conjunto de questões e decisões, que envolvem amplos contradição, que é de classe. Deve compreender as contradições
interesses das frações capitalista, se colocou para um governo internas à burguesia, mas não se sujeitar ou se perder em
que tem por função conciliar as divergências interburguesas - seus meandros, que é o que tem sido feito, via de regra, pelas
potenciadas pela crise mundial do capitalismo - e responder ao correntes de esquerda que formalmente pretendem aparecer
avanço da precarização das relações trabalhistas, dos terríveis como independentes diante do governo petista.
efeitos da terceirização, da informatização, do desemprego A diretriz voltada à defesa do programa de reivindicações
estrutural e da expansão da miséria. As contradições nas próprias dos explorados, à organização de movimentos
entranhas da burguesia e nas relações desta com a maioria de massa e à independência política diante do Estado e dos
oprimida se agravaram sob os governos de Temer e Bolsonaro. partidos burgueses permite desenvolver no seio do proletariado
O golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff serviu para a tática de oposição revolucionária ao governo burguês de
o patronato impor as almejadas contrarreformas trabalhista e Lula e de combate às manifestações da direita e ultradireita
previdenciária, e avançar o plano de privatizações. Essa obra golpistas que fazem a oposição reacionária. É notório o fato
antioperária livrou Lula de uma terrível pressão, uma vez que de que a classe operária permanece recuada e acuada pelo
tranquilamente pôde rejeitar a reivindicação de revogação. fechamento de fábricas, demissões em massa e proliferação
Lula voltou à presidência impulsionado por um emaranhado da terceirização e informalidade. Mas, também é perceptível o
de conflitos e de choque. Herdou a tarefa de acalmar o mar crescente descontentamento dos explorados, que já começam
de contradições, mas não pôde armar um governo com forças a pressentir que suas condições materiais não serão revertidas
políticas hegemônicas da burguesia, que pudessem impor um para melhor. O cerco de ferro da burocracia sindical está firme.
curso político estável. Os sinais de abalo nesses cinco meses O que depende de o governo Lula fazer concessões. Nada
foram suficientes para que porta-vozes da burguesia que indica que essa possiblidade venha a conter, por muito tempo,
se desencantaram como o bolsonarismo diagnosticassem o as pressões das massas golpeadas de todas as formas e lados.
ambiental, basta ver que a COP-30 será realizada precisamente Eis por que todos dizem que é necessário proteger a flora,
em Belém do Pará, um dos estados amazônicos. a fauna, os rios e os mares. Mas, como realizar essa tarefa tão
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), não tem premente sem limitar a acumulação de capital? Como evitar
como conter as pressões da oligarquia do estado para que se re- que parte dos capitalistas ganhe em função da perda de outra
vogue a proibição da mineração na Reserva Nacional do Cobre parte de espaço na economia? Como limitar a exploração das
e seus Associados (Renca), que fica entre o Pará e o Amapá. A riquezas da Amazônia, se o Brasil é um país de economia rela-
extração mineral na região e em áreas de preservação ambien- tivamente atrasada em seu desenvolvimento industrial e estru-
tal é um dos conflitos potencialmente convulsivo. turalmente dependente da agropecuária e do extrativismo? A
agroindústria deu saltos na produtividade. É certo que produz
As potências, que devastaram seu meio ambiente e na
muito mais hoje em menos hectares do que nas décadas passa-
maior parte do mundo, criaram um movimento de preserva-
das. Mas, o processo geral de acumulação de capital não pode
ção segundo seus interesses econômicos, que se chocam com
ser limitado a esse avanço técnico e tecnológico. A grilagem
os interesses dos países semicoloniais, como é o caso do Brasil,
de terras, o desmatamento ilegal, a mineração clandestina, o
cuja potencialidade natural corresponde a uma vasta riqueza,
tráfico de animais e a invasão de territórios indígenas são ma-
desde que seja explorada. O saque caótico e desenfreado re-
nifestações desse processo geral de exploração e acumulação
alizado pelo capitalismo dos recursos do globo terrestre age
capitalista.
sensivelmente sobre as leis da natureza, provocando desequi-
líbrios destrutivos. A reforma ministerial de Lula procurou dar uma fisionomia
distinta da estrutura ministerial de Bolsonaro, que expressou
É contraditório com o capitalismo e com o imperialismo a
em certa medida o nacionalismo de direita e ultradireita. A re-
conclusão de que é preciso racionalizar e planejar o uso explo-
cuperação de espaço aos ambientalistas foi uma das alterações
ratório dos recursos naturais. O fundo amazônico e o crédito
significativas do ponto de vista da preservação ambiental. No
carbono são meios utilizados pelas potências para interferirem
entanto, não corresponde às forças reais da oligarquia agrária,
politicamente no funcionamento das economias nacionais das
que aumentou sua capacidade política no último período, com
semicolônias, mesmo daquelas que alcançaram um nível de
o avanço da agroindústria, impulsionado pelas necessidades
desenvolvimento considerável, como é o caso do Brasil.
do mercado mundial de commodities.
Está mais do que comprovado que as Conferências das Na-
A revisão da estrutura administrativa na reforma ministe-
ções Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) fracassaram
rial de Lula, que incidiu nas funções de Marina Silva e Sonia
em suas resoluções, umas após outras. O plano de transição de
Guajajara, se deu em função de uma correlação de força no
matrizes energética como condição para evitar catástrofes cli-
Congresso Nacional em que impera a oligarquia agropecuária
máticas ainda maiores mascara a contradição fundamental do
e extrativista. Qualquer ministério que tenha a função de dis-
capitalismo, que se encontra no choque entre as forças produti-
ciplinar o capital e, assim, criar obstáculo para a sua expansão,
vas e as relações capitalistas de propriedade. Não há plano que
está fadado ao fracasso. A interferência da comissão mista na
evite a necessidade do capital se valorizar e ampliar a sua acu-
organização dos dois ministérios indesejados se deu inclusive
mulação. Colocada neste marco das leis econômicas que regem
com anuência de parte do governo, como apurou o noticiário
a sociedade capitalista e da sua forma mundial imperialista, a
mostrando que parte dos representantes da base parlamentar
preservação da Amazônia é uma idealização burguesa que não
do governo votou a favor do relator. Somos forçados a con-
tem como se sustentar por muito tempo. As forças produtivas
cluir que Rede e PSOL não passam de instrumento e joguete do
movidas pelas relações capitalistas de produção não têm como
governo burguês de Lula, que maneja a política ambiental de
ser planejadas, racionalizadas e enquadradas rigorosamente às
acordo com as pressões do imperialismo.
necessidades humanas.
A luta contra a exploração caótica e o saque da natureza é
Nota-se que os reformistas das semicolônias deixaram de
parte da luta contra a brutal exploração do trabalho pela bur-
lado o nacionalismo burguês e se adaptaram ao imperialismo,
guesia, bem como da luta contra o saque da nação oprimida
que lhes oferece as COPs, os fundos de proteção, a moeda car-
pelo imperialismo. Está objetivamente colocada a tarefa de
bono etc. Os nacionalistas da atualidade são de direita e ultra-
organizar uma frente única anticapitalista e anti-imperialista,
direita, que não podem se conformar com as limitações à ex-
que tenha como destacamento avançado o proletariado como
ploração daquilo que seus capitais encontram pela frente. Esse
dirigente da maioria oprimida. Qualquer proposição de pro-
nacionalismo não se coloca pela defesa dos interesses gerais
teção da natureza fora ou à margem do enfrentamento com a
da nação oprimida, mas tão somente a determinados interesses
burguesia e o imperialismo não passa de impostura das forças
particulares, setoriais, como é o caso da agropecuária. O que
políticas que estão pela preservação do capitalismo, que com-
causa divisões no seio da burguesia nacional, perante as quais
batem ferozmente o socialismo, ou que o falsificam como so-
Lula procura equilibrar o seu governo.
cialdemocratas.
Lula na UFABC:
Que atenda as reivindicações de estudantes e trabalhadores!
2 de junho de 2023
O Presidente Lula (PT) vem, neste dia 2 de junho, ao Degradação das condições de estudo e
campus São Bernardo do Campo da UFABC. Muitos trabalho na UFABC
estudantes e trabalhadores votaram em Lula nas últimas
eleições com a esperança de que seu governo substituiria Não é de hoje que o funcionamento de parte das ações e
serviços da UFABC está comprometido pela falta de recursos,
Bolsonaro e suas medidas regressivas, atendendo aos anseios
seja de verba, infraestrutura ou funcionários. Há problemas gerais
dos trabalhadores, o que não vem se confirmando. A visita
de infraestrutura, a ponto de muitas turmas terem aulas em
inesperada deve servir de oportunidade para a exigência do
auditórios superlotados, e da enfermaria funcionar dentro de um
atendimento às reivindicações mais sentidas pelos estudantes,
espaço construído para ser um banheiro. Já o déficit e/ou falta de
professores e funcionários. profissionais inviabiliza a garantia do apoio administrativo
O motivo oficial da visita é o anúncio da expansão da integral às atividades acadêmicas, assistenciais e esportivas, como
infraestrutura física. Em breve deve ser inaugurada a Unidade é o caso da enfermaria, academia, piscina, desenvolvimento dos
Tamanduateí, no campus Santo André. Mas sabemos que a funcionários etc.
expansão institucional não ocorre com o devido aumento do Desde 2015, os sucessivos ajustes, bloqueios e cortes
número de funcionários da UFABC. Além disso, uma antiga financeiros, degradaram ainda mais as condições de estudo e
reivindicação dos estudantes, que em 2008 Lula e Haddad se trabalho. Os primeiros a arcar com as consequências foram os
comprometeram a atender, continua sendo totalmente terceirizados, com a demissão de zeladores, vigilantes etc. Esse
negligenciada: a moradia estudantil. É preciso exigir que o contexto favoreceu o avanço da precarização com a falta de
governo federal se comprometa a atender junto à expansão da manutenção e reposição de equipamentos, sobrecarga de trabalho,
universidade às demandas de trabalhadores e estudantes. ausência da garantia do pleno funcionamento das atividades,
restrição do acesso aos campi, do horário de funcionamento da
Devido ao contexto de desvalorização e arrocho salarial, Instituição e do fretado intercampi etc.
muitos servidores, principalmente TAEs, continuam saindo da
UFABC. Os Técnico-Administrativos em Educação estão em Pelo financiamento integral da UFABC
campanha salarial. A FASUBRA reivindicava um reajuste O Governo Federal precisa garantir o financiamento de um
salarial emergencial de 27%, para repor as perdas orçamento que permita não só a consolidação das obras de
inflacionárias do período do governo Bolsonaro. O governo infraestrutura, inclusive da moradia estudantil, mas também o
federal concedeu um reajuste de apenas 9%, que foi aceito pleno funcionamento e manutenção da infraestrutura construída; a
com a promessa de que a campanha salarial de 2024 começaria assistência estudantil; desenvolvimento de ações e projetos etc.
em seguida. Exijamos então que Lula atenda à reivindicação
O funcionamento pleno da UFABC só será possível com a
dos trabalhadores de reposição integral diante das perdas
recomposição orçamentária integral da educação, cultura, ciência
salariais acumuladas e de imediata instalação da Mesa de
e tecnologia; valorização do funcionalismo público; garantia da
Negociação Setorial com a FASUBRA. autonomia e democracia universitárias; e constituição de um
No mesmo dia, estava marcada para as 17h30 no campus sistema único de educação vinculado à produção social.
Santo André uma mobilização contra o Marco Temporal, A defesa da educação passa pela defesa de um sistema
convocada pela União Plurinacional dos Estudantes Indígenas. único de educação, público, gratuito, laico, científico, vinculado
A Câmara dos Deputados acaba de aprovar o maldito projeto à produção social. Pelo fim do Ensino a Distância! Pela
de Lei dos latifundiários, da agropecuária e do agronegócio. revogação imediata do Novo Ensino Médio! Pelo fim do ENEM
Dentre as reivindicações contrárias aos interesses dos e vestibulares e acesso universal a todos em todos os níveis!
capitalistas, estão a demarcação de terras e a “saúde pública Exigimos também a federalização do Centro Universitário FSA
específica para os povos da terra”. Exijamos de Lula que e a revogação da legislação contrária à criação de creches
atenda as reivindicações dos povos indígenas! universitárias!
trimestre de 2011 com o de 2022. Houve um crescimento de as mães “solo”. Trata-se, sem dúvida, de uma solução lógica,
17,8% de mães solo, passando de 9,6 milhões para 11,3 milhões. mas que o capitalismo não comporta, ainda mais estando em
Em uma década, houve um aumento de 1,7 milhão de mães decadência histórica. Seria muito importante, certamente, se
solo no Brasil. A maior incidência ocorreu entre as mulheres os sindicatos e movimentos organizassem e mobilizassem as
pretas e pardas, em número absoluto 90% e relativo, 1,5 milhão. mulheres trabalhadoras por redução da jornada sem reduzir
Um último dado estarrecedor: 72,4% das mães solo vivem os salários, horários especiais de acordo com a maternidade e
em lares monoparentais, ou seja, mãe e filho. creches que de fato atendam às necessidades de todas as mães
trabalhadoras.
Seguindo o artigo da Folha de São Paulo de 13 de maio,
temos as seguintes observações: 1) “O que acontece é que a ma- Esse estudo deve servir precisamente para pôr em pé um
ternidade impõe um custo alto para a mãe. Para conciliar ma- movimento de defesa da mulher explorada em geral e das
ternidade e trabalho, ela muitas vezes vai para uma ocupação mães “solo” em particular. Está colocada essa luta nas fábricas,
informal; 2) “(...) a melhoria das condições para a inserção des- no comércio, nos serviços e no campo. Ocorre que as direções
sas mulheres no mercado de trabalho passa por uma junção de sindicais e políticas vinculadas aos problemas da exploração e
esforços. Um deles viria da adequação da da opressão sobre a mulher se acham am-
oferta e dos horários de creches às neces- plamente adaptadas ao capitalismo. Recla-
A bárbara realidade das mães mam das discriminações, mas apenas em
sidades das trabalhadoras; 3) “(...) capaci-
tação para as mães solo que tiverem de in-
“solo” é a que expressa o fun- palavras. Os movimentos feministas, por
terromper os estudos; 4) “(...) as empresas damento de classe da opressão sua vez, estão condicionados pela orienta-
deveriam flexibilizar horários de chegada sofrida pelas mulheres trabalha- ção burocrática e de conciliação de classes
e saída de trabalho para que mães pudes- doras. A luta pela redução da jor- das direções sindicais e políticas. Trata-se
sem conciliar seus compromissos”. nada sem redução dos salários, de um feminismo voltado para as mulhe-
Duas considerações conclusivas que
por uma jornada compatível res da classe média e imerso na política
mostram a importância da pesquisa. Pri- com a maternidade, por salários burguesa e pequeno-burguesa eleitoral.
meira, os dados revelam não só a opres- iguais para funções iguais entre A bárbara realidade das mães “solo”
são sofrida pela mulher trabalhadora, mas homens e mulheres, por creches, é a que expressa o fundamento de classe
também o caráter bárbaro das condições por refeitórios coletivos, pela ga- da opressão sofrida pelas mulheres traba-
da mulher que tem de cuidar sozinha do rantia de escola e continuidade lhadoras. A luta pela redução da jornada
filho ou filhos. Segunda, expõe a opressão dos estudos e pelo fim da discri- sem redução dos salários, por uma jorna-
em seu conteúdo de classe, que portanto minação racial faz parte do pro- da compatível com a maternidade, por
é estrutural no capitalismo. As soluções grama da revolução proletária, salários iguais para funções iguais entre
propostas pela pesquisadora Janaina Feijó que transformará a propriedade homens e mulheres, por creches, por re-
seriam aliviadoras das condições bárbaras. privada dos meios de produção feitórios coletivos, pela garantia de escola
No entanto, é ilusório supor que o Estado em propriedade social. e continuidade dos estudos e pelo fim da
burguês e o empresariado podem acatar discriminação racial faz parte do programa
tais soluções. Isso por que o capitalismo se da revolução proletária, que transformará a
encontra em estágio avançado de esgotamento e de degenera- propriedade privada dos meios de produção em propriedade
ção. As contradições econômicas chegaram a uma situação em social. As reivindicações que de fato acabem com todas as for-
que não há outra via para a burguesia manter seus negócios mas de discriminação da mulher obrigatoriamente se chocam
e seus lucros a não ser descarregando a crise sobre a maioria com a discriminação racial e, portanto, com a escravidão capi-
oprimida, e, portanto, agravando a discriminação geral da mu- talista.
lher e particular das mães “solo”. Na estrutura social do Brasil, há uma interdependência
Basta ver que o governo Lula se mostra incapaz de revo- entre a opressão sobre a mulher e a opressão sobre os pretos.
gar a reforma trabalhista e lei da terceirização. O projeto de Essa interdependência somente é reconhecida na prática pelo
lei aprovado pela Câmara de Deputados que iguala o salário programa de combate às múltiplas manifestações das discri-
do homem e da mulher que exercem a mesma função não será minações como reflexo do combate à exploração capitalista do
rigorosamente aplicado. Há o perigo, inclusive, das empresas trabalho. Eis por que esse programa se assenta na compreensão
mais fortes de aplicarem a lei, mas rebaixando o valor da força de que é preciso unir as mulheres e os homens que constituem
de trabalho. Quanto às creches, nem mesmo os estados mais a classe operária e as demais camadas de trabalhadores. O obje-
ricos têm cumprido a legislação. A ideia de os capitalistas ade- tivo e as tarefas de eliminar a opressão do homem pelo homem
quaram a jornada e os horários de entrada e saída das mães e de construir a sociedade socialista condicionam e guiam a
ajudaria a amenizar as condições bárbaras de opressão sobre luta pelo fim da opressão sobre a mulher.
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A DEMISSÃO DE 700
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ane ter aproveitaram da cesso arbi icas a defendeos operários da es, o Bole-
compart o trário e rem o fim Vol
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“ Boa tarde aos companheiros e companheiras que estão chegan- a classe operária. Devemos exigir que a direção sindical convoque
do. Estamos aqui com o Boletim Nossa Classe, do POR, fazendo uma assembleia geral dos metalúrgicos do ABC, para lutar con-
OPERÁRIOS
a campanha contra as demissões. A Firestone anunciou a demis- tra as demissões, contra a perseguição política, pela reintegração
são de 700 operários. Aqui na Volkswagen, a empresa demitiu por imediata do companheiro Zé galinha, e de todos os trabalhadores
justa-causa o companheiro José Parane, mais conhecido como “Zé demitidos, na Volks e demais fábricas.
galinha”. Nós sabemos que se trata de uma perseguição política. A luta contra as demissões não é só na Firestone, não é só na
A fábrica está perseguindo os trabalhadores, que se organizam Volks, é uma luta nacional. A classe operária deve exigir que as
É PRECISO DEFENDER OS
para combater seu plano de restruturação, de demissão, de ter- centrais e sindicatos, convoquem um Dia Nacional de Luta, com
ceirização, de lay-off, de PDV’s e de retirada de direitos, que vem paralisações, manifestações e bloqueios. Preparar uma greve geral
fazendo com a direção do sindicato. O companheiro Zé galinha, companheiros, porque somente com a greve geral, parando o país
São Paulo
Governo Lula é incapaz de proteger os povos
indígenas da sanha capitalista
O bolsonarista Tarcísio reprime a manifestação
dos indígenas
Faz apenas 6 meses que Lula/Alckmin tomaram posse, controlam o Congresso Nacional. Um exemplo está na psolista
numa cerimônia que foi reproduzida a exaustão, com um con- Sonia Guajajara, que convocou a sociedade para pressionar os
junto de “representantes do povo brasileiro” subindo a rampa deputados para que votem contra o Marco Temporal. Este é o
do Planalto ao lado do novo presidente. Entre eles estava o ca- caminho da derrota.
cique Raoni, um indígena Kayapó. A cena alimentou grandes Os indígenas do Pico do Jaraguá, em São Paulo, se utiliza-
ilusões de que a partir dali os indígenas teriam outro destino ram do método correto, que é a ação direta coletiva, paralisan-
no país. Foi a forma do novo governo dizer que o tempo dos do uma importante rodovia de São Paulo, no entanto o fizeram
ataques aos indígenas do governo Bolsonaro, tinha ficado para apenas no dia da votação. Um novo chamado de manifestação
trás. Bastou meio ano para que a realidade mostrasse que aqui- está sendo feito para o domingo, dia 4.
lo não passou de um teatro.
Como se vê, o governo burguês de Lula se mostra cada vez
Na última terça-feira, os indígenas Guarani da região do mais incapaz de atender às reivindicações mais elementares
Jaraguá em São Paulo fizeram uma manifestação na rodovia dos explorados, além de ser o agente direto dos ataques aos
dos Bandeirantes, que liga a capital ao interior. A manifestação trabalhadores como no caso do novo teto de gastos, o chamado
contrária ao PL 490/07 do Marco Temporal, que seria votado na Arcabouço Fiscal. O essencial está em que as direções políticas
Câmara dos Deputados naquele mesmo dia, foi duramente re- do movimento social seguem defendendo o governo e abrindo
primida pela polícia militar do estado de São Paulo, incluindo mão da independência de classe.
sua tropa de choque. As cenas de mulheres e crianças correndo
A única forma de combater de maneira consequente o Mar-
para se esconder das balas e bombas, enquanto o braço arma-
co Temporal e outros ataques aos indígenas é a luta de classes,
do do Estado executava sua ação, remete a uma história muito
ou seja, com as massas nas ruas tendo a sua cabeça o prole-
longa de ataque do Estado brasileiro aos povos originários do
tariado organizado. Isso implica que as direções políticas dos
país.
sindicatos e centrais rompam com o governo e convoquem as
O projeto do Marco Temporal de demarcação das terras assembleias para organizar a luta.
indígenas visa a estabelecer a data da Constituição, em 1988,
Diante da realidade, ganha força a bandeira levantada pelo
como o corte para demarcação das terras ocupadas pelos indí-
POR desde o 1º dia deste ano, que é a de formar uma oposição
genas até então. Trata-se de um projeto completamente artifi-
revolucionária ao governo burguês de Lula, que tenha como
cial, que ignora a realidade das ocupações de terra no presente
principais reivindicações as necessidades mais urgentes das
momento e tem como real intenção auxiliar a exploração extra-
massas, capazes de as colocar em movimento, os empregos,
tivista das regiões ocupadas pelos povos indígenas e favorecer
os salários e os direitos. Abaixo a repressão policial aos povos
as mineradoras, os grileiros, as madeiras etc.
indígenas! Pelo direito de manifestação, de bloqueios e de ocu-
O Marco Temporal foi votado e aprovado na Câmara no pações! Rechacemos o PL do Marco Temporal!
dia 30 de maio, por 283 votos favoráveis a 155 contrários. Essa
foi mais uma derrota do governo Lula para o Centrão, numa
votação que contou inclusive com votos favoráveis da base de
apoio do governo (PSB e PDT). Os bilhões de reais liberados
pelo Planalto em emendas parlamentares na semana da vota-
ção não modificou o quadro geral que já vinha se desenhando.
A aprovação com folga indicou que Lira e o Centrão tem o go-
verno Lula nas mãos.
Soma-se a esse problema, a MP que modifica a estrutura
dos ministérios do governo Lula foi aprovada no Congresso
Nacional, com votos do próprio governo. Essa MP, entre ou-
tras mudanças, esvazia os ministérios dos povos indígenas e
do meio ambiente. A responsabilidade pela demarcação das
terras indígenas retorna para o ministério da Justiça e Seguran-
ça. Já o Ministério do Meio Ambiente deixa de ser responsável
pelo Cadastro Ambiental Rural, que passará para o Ministério
da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. De conjunto esses
projetos expõem a fragilidade do governo Lula, diante da bur-
guesia latifundiária ruralista e extrativista. Seu objetivo é ter
um controle total sobre as ricas regiões ocupadas por indíge-
nas, ribeirinhos e outras comunidades locais.
Os povos indígenas seguem isolados em sua luta, suas
direções políticas, majoritariamente, se situam no campo da
oposição burguesa disputando, ou tentando disputar, qual-
quer migalha que caia da mesa dos partidos burgueses, que
É necessário construir as oposições sindicais e estudantis 2) Articular a luta pela revogação do NEM com:
nas entidades da educação. Toda ilusão de que reformas pro- a) a defesa da expropriação de todas as empresas que ex-
gressivas são possíveis torna-se um fator a mais para retardar a ploram o Ensino a Distância e garantia do ensino presencial;
conquista de independência de classe por parte da classe ope-
b) a luta contra a mercantilização da Educação básica com
rária e demais explorados. Desvia as massas de seus instintos
a defesa da estatização, sem indenização da rede privada de
de revolta e de seus métodos próprios, com greves, paralisa-
ensino e constituição de um sistema único, público, gratuito e
ções e ocupações, para o terreno do Estado burguês. Uma nova
sob o controle dos que estudam e trabalham;
educação só pode ser fruto de uma nova sociedade. Dependerá
de uma revolução social. c) a defesa da democracia no ambiente educacional: nas
escolas e universidades, respectivamente por meio das assem-
bleias da comunidade escolar e comunidade universitária, com
Propostas de Resolução voto universal;
d) a defesa da vinculação da escola com a produção social,
1) Orientar a criação de comitês de luta nas escolas, ins- unindo a teoria e a prática;
titutos e universidades para organizar a luta direta pela re- e) a defesa de que todo jovem possa estudar e trabalhar,
vogação do Novo Ensino Médio (NEM), das contrarreformas com jornada compatível com os estudos e remuneração de
trabalhista, previdenciária e lei da terceirização. acordo com suas necessidades.
Rio de Janeiro
A assembleia do SEPE votou pela
continuidade da greve da categoria
No dia 23, foi realizada a assembleia dos profissionais da ato para o dia 26 de maio na prefeitura. Nesta manifestação,
educação, no Circo Voador, onde foi votada a continuidade da houve repressão violenta da PM, na tentativa de dispersar os
greve. Desde o dia 17 de maio, a categoria está em greve, rei- manifestantes.
vindicando melhores condições salariais, tanto para os profes- O POR interveio na assembleia por meio de um Manifes-
sores quanto para os funcionários, além de outras demandas to, enfatizando nosso apoio e trabalho para a construção do
relacionadas ao Plano de Carreira, que não foram cumpridas movimento dos profissionais da Educação do Rio de Janeiro,
pelo governador Cláudio Castro. Soma-se às reivindicações, a defendendo a continuidade da greve e sua ampliação, para
luta pela revogação do Novo Ensino Médio. Nesse movimento retirá-la do isolamento. E mostrando a necessidade da cons-
de luta, foi anunciada a greve das cozinheiras da rede pública trução de um só movimento dos explorados que seja comba-
de Niterói, a partir do dia 29, reivindicando a redução da jorna- tivo para colocar abaixo todas as contrarreformas trabalhista e
da de trabalho para 30 horas semanais. previdenciária, o Novo Ensino Médio e o Arcabouço Fiscal do
Após a assembleia, foi realizado um ato em direção à Alerj, governo Lula/Alckmin. Concluiu com as bandeiras: Por só um
que contou com representantes do SEPE de várias localidades movimento combativo, de todas as categorias em luta, para co-
da cidade do Rio de Janeiro, além de outras cidades da Bai- locar abaixo as contrarreformas! Viva a luta dos trabalhadores
xada Fluminense e interior. Além disso, foi votado um outro da educação do Rio de Janeiro!
O Boletim inicia colocando a necessidade de retomar o cami- Traz uma matéria sobre os grêmios estudantis, onde mostra
nho da luta independente. Mostra que o governo Lula, através as tentativas dos governos e seus instrumentos de desvirtuá-
de seu Ministro da Educação, suspendeu o calendário de aplica- -los completamente, transformando o grêmio em uma correia
ção do Novo Ensino Médio como uma manobra para desmobi- de transmissão da política do governo. Os governos precisam
RETOMAR O CAMINHO DA LUTA INDEPENDENTE
lizar estudantes e professores, que foram às ruas contra a refor- ocultar os problemas da escola, escondendo que a falência da
ma. Rechaça a política da direção da UBES de discutir pontos de escola é expressão da decomposição do capitalismo. Conclui
“ajuste”Oe governo Lula,
faz a defesa daatravés de imediata
revogação seu Ministro da Educação,
da reforma. a UBES,
com controlada
a defesa pelo PCdoB,
dos grêmios tem passado
independentes dosnas escolas “que
governos
Camilo Santana (PT), suspendeu por 90
Denuncia que o governo bolsonarista de Tarcísiodias o calendário
de Freitas para discutir pontos de “ajuste” do NEM e participado
organizem a luta em defesa de suas reivindicações, que comba-
de aplicação do Novo Ensino Médio (NEM).
está fechando mais de 300 salas de aula. Mostra que os Por umgover-
lado, deoreuniões
ta comnas
privatismo o governo. Ou seja,
escolas, que saiu do caminho
se contraponham da
às reformas
se sentiu pressionado com a tremenda insatisfação
nos criam a evasão escolar e depois a utilizam como justifica- de capitalistas e que façam
luta independente a defesa da
dos estudantes educação
e foi pública!”.da
para o caminho
estudantes e professores. Por outro, criou uma consulta
tiva para fechar salas. Também se refere à decisão do governo conciliação.
Por fim, Temos que ter
inicia uma claro
seção que esse“porque
intitulada é o caminho da
a juventude
para
Lula de enganara farsa
expandir e desmobilizar
da escola deestudantes e professores,
tempo integral, que ex- derrota. Não devemos defender nenhum ajuste à reforma,
deve ser socialista”, que expõe que “o regime capitalista não
que foram às ruas contra essa reforma.
pulsa o estudante trabalhador da escola. Levanta que é preciso nenhuma
pode mudança
trazer nada denobomNEM o fará
para melhor. Temos
a juventude e paraé oque
conjun-
Agora, aunitário
um movimento direção de
daestudantes
entidade nacional dos estudantes,
e trabalhadores nas ruas defender
to sua revogação
da população imediata!Explica que “no capitalismo
trabalhadora”.
contra o conjunto de contrarreformas. a produção de riqueza é social, mas a apropriação da riqueza
Paraíba
Atividade do POR na Paraíba teve
análise das lutas no campo, formação
sobre o NEM e homenagem ao dirigente
doO POR-Bolívia, Guillermo Lora
governo de São Paulo (Tarcísio de Freitas – tempo integral, mostrando a necessidade de mobilizar os
Republicanos) está realizando uma espécie de nova estudantes estadual e nacionalmente.
“reorganização escolar”, com o fechamento de mais de
No dia 20 de Maio, realizamos uma primeira atividade na
Os estudantes devem se levantar contra mais esse
Na segunda parte, tivemos uma rica formação sobre o Novo
300
capital salas de Fomos
paraibana. aulas. Arecebidos
justificativa é a de queQuilombola
na Associação há salas de ataque, se contrapondo
Ensino Médio e os ataquesàda escola de tempo
burguesia integral
à juventude. Com a
de Paratibe. Após a abertura, a liderança quilombola fez que
aula com poucos estudantes. Ignora propositalmente uso – que expulsa o jovem trabalhador da escola – e ao Por
participação de professores, estudantes e trabalhadores.
as reformas
da palavra contandona aeducação,
trajetóriaade exemplo
lutas pelada terra.
escolaCriticou
de tempoos fechamento
fim, de salas
fizemos uma de aula.
homenagem É precisoLora,
a Guillermo exigir das do
militante
integral,que
politiqueiros têmtentam
empurrado
usar a grande parte dos para
causa quilombola estudantes
finali- direções
POR que que
boliviano coloquem
dedicouem suamarcha um movimento
vida à construção da revolução
dadespara fora da escola. Ou seja, cria a evasão escolar e depois
eleitorais. unitário de
proletária. Suaestudantes e trabalhadores
morte física ocorreu nasderuas,
em 17 de maio 2009, mas
a utiliza como justificativa para fechar salas. O presidente contra o conjunto de contrarreformas que estão sendo das
seu legado segue vivo em sua extensão obra e na edificação
Nossa análise de conjuntura partiu justamente da questão
Lula (PT) também tem expandido a farsa da escola de impostas
seções pelosegovernos.
do POR do Comitê de Enlace pela Reconstrução da IV
da terra. Desde a crise de 2008, amplia-se a desnacionalização
das terras e ofensiva sobre territórios com limites à exploração Internacional.
do capital (terras indígenas, quilombolas, assentamentos, re- A atividade concluiu com todos de pé, com os punhos er-
servas ambientais e áreas de conservação). Mostramos como guidos e bradando: Viva a luta do Quilombo de Paratibe! Viva
Debate sobre a revogação da Reforma do Ensino Médio
os burgueses são incapazes de solucionar o problema da terra.
Analisamos os primeiros meses do governo Lula, ante forte cri-
a Construção do POR na Paraíba! Viva Guillermo Lora!
2 não teve como estar presente na grande maioria das cidades a chapa da burocracia da Apeoesp. Contou com um Manifesto
do interior do estado. Não conseguiu indicar mesários e fiscais, e um cartaz com os nomes dos professores da região. Realizou
o que levou a Chapa 1 a comparecer com o discurso mentiroso algumas reuniões com membros da chapa para avaliar o tra-
de que havia uma única chapa e que a oposição se juntou a balho e decidir a tática a ser empregada. Como eram 21 urnas
chapa 1 contra as “ameaças bolsonaristas”. fixas e 25 volantes, não reuniu forças suficientes para acompa-
Nessas difíceis condições, como era esperado, a Chapa 1 nhar todas essas urnas com mesários e fiscais. O fundamental
obteve 82,75% dos votos; a Chapa 2, 12,28%; a Chapa 3, 2,84%; estava em que havia uma enorme disposição de recolher os
1,48% votou em branco e 0,65% nulo. votos de todos os filiados, expressando uma militância ativa,
convencida do programa aprovado na Convenção.
Pela primeira vez, as eleições regionais foram por chapa,
uma antiga reivindicação de setores da oposição, isso porque A apuração dos votos regionais ocorreu no sábado. Para
os professores tinham de votar numa lista de nomes, sem dis- surpresa de todos, a chapa 2 obteve 486 votos e a chapa 1, 438,
tinção de posições políticas. Nesse ano, concorreram três cha- dando direito a 10 conselheiros estaduais. Na subsede Lapa, de
pas para a direção estadual e, dependendo da região, podia ter acordo com a proporcionalidade, a chapa 2 ficará com a coor-
uma, duas ou três chapas. Na regional da Lapa, concorreram denação. Esse é um fato importante, porque há muitos anos a
duas chapas, a um e a dois. Na comissão eleitoral regional, a subsede vinha sendo dirigida pela Oposição e a vitória da cha-
chapa 1 tinha 4 representantes e a chapa 2, apenas 1. Assim, pa 2 reafirma essa vontade do professorado de ter a oposição
todo o processo foi conduzido pela chapa 1. As discordâncias na direção da subsede Lapa.
eram votadas na comissão, aprovando a decisão do setor majo- Os professores que compuseram a chapa 2 fazem um cha-
ritário. Dois exemplos: o caso dos motoristas que conduziriam mado a todos os trabalhadores da educação para que partici-
as urnas votantes, a chapa 2 não teve direito a nenhum moto- pem ativamente das reuniões, assembleias e manifestações em
rista; e dos abonos, a chapa 1 ficou com 29 e a chapa 2, com 14, defesa das reivindicações e contra os violentos ataques dos go-
embora cada urna tivesse um professor mesário de cada chapa. vernantes. Elejam os representantes de escolas e se integrem
A chapa 2 fez uma campanha visitando todas as escolas da nessa luta em defesa de um sindicato classista e de luta. Por-
região, reunindo com os professores para expor as ideias da tanto, que a regional Lapa seja um polo classista contra a buro-
Oposição, bem como, explicando as razões de não compor com cratização da Apeoesp.
Formação Política
POR Pernambuco realiza formação
sobre a privatização das estatais e a
crise de seus fundos de pensão
No dia 25 de maio foi realizada uma formação política aber- grandes obras públicas. De lá para cá, os fundos permanece-
ta com temas trazidos por contatos petroleiros e metroviários ram como fontes de escândalos no uso dos recursos dos traba-
quanto à continuidade da luta contra a privatização, sobretudo lhadores na jogatina financeira. Criam grandes confusões ide-
dos metrôs, e o descontentamento dos trabalhadores com as ológicas, pois um trabalhador que tem, por meio de seu fundo
recorrentes crises nos fundos de pensão, que levam a grandes de pensão, títulos da dívida pública confunde seus interesses
prejuízos aos trabalhadores. Na primeira parte, fizemos a lei- com os banqueiros credores que impõem ao país corte de gas-
tura e debate de um texto com as informações sobre a continui- tos, privatizações e destruição de direitos. Ao ser acionista de
dade da política privatista, sob o novo governo (publicaremos uma empresa, querendo alta rentabilidade, seus interesses se
parcialmente abaixo). confundem com o patronato que impõe maior exploração, de-
Depois os trabalhadores relataram como a sedução da pre- missões e rebaixamento salarial. A ampliação dos sindicalistas
vidência complementar com aporte paritário entre o traba- na gestão dos fundos, em vez de moralizar o mercado finan-
lhador e a empresa, na prática vira uma forma de roubo da ceiro, levou a um maior apodrecimento da burocracia sindical
aposentadoria. As crises no Petros e a transferência do Refer traidora. Concluímos que é preciso lutar unitariamente, com os
para a BB Previdência têm gerado grande descontentamento. métodos da luta de classes pela revogação das contrarreformas
Debatemos como a burocracia sindical petista se entrelaçou da previdência e um sistema único de previdência social, com
com o mercado financeiro desde os fins dos anos 1990, sob o contribuição exclusiva da burguesia e seu Estado, com garantia
governo FHC, tendo na sua dianteira os quadros do sindica- de pensões e aposentadorias não inferiores ao salário mínimo
to dos bancários de São Paulo. Desde seu primeiro governo, vital. Trata-se de uma luta anti-imperialista, pois depende da
Lula se empenhou em ampliar a previdência complementar, expropriação do capital financeiro.
seja estabelecendo o teto à previdência do funcionalismo, como
também remodelando o sindicalismo. A promessa era mora- Publicamos a seguir a parte inicial do texto de formação.
lizar o mercado financeiro, com trabalhadores na gestão dos A parte final trazia o histórico da criação e desmonte das
fundos, escolhendo negócios mais responsáveis socialmente estatais dos anos 1940 aos dias atuais e a luta proletária
e ambientalmente, patrocinando investimentos produtivos e pela soberania nacional.
Coube ao IV Congresso, em julho de 1994, a aprovação da trata da intervenção do partido no movimento dos professores
“Plataforma Programática”. Destacamos uma passagem da e nos sindicatos da educação. Portanto, em um setor dominado
apresentação: “A elaboração do programa revolucionário é pelos ideólogos da burguesia e por correntes reformistas e
uma tarefa que nunca cessa. O partido, levando o programa centristas. As Teses mostram que a educação, como parte de
às massas, transforma-as, mas esse processo também obriga o uma superestrutura da sociedade de classes, não pode ser
partido a se transformar, avançando na elaboração das ideias transformada sem que ocorra a transformação da sociedade,
revolucionárias. A partir desse IV Congresso, demos um ou seja, sem que se derrote o capitalismo e se instaure uma
passo, pequeno mas significativo, na direção da construção de sociedade sem classes, o comunismo. O capitalismo levou
uma direção revolucionária. Nesse Congresso, recolocamos às últimas consequências a separação entre a teoria e a
a importância do CERQUI. Tarefa que assinala a necessidade prática. Essa separação impossibilita a formação integral dos
de construir o Partido Mundial da Revolução Socialista, para estudantes e anula a base científica do conhecimento. Eis: “A
superar a crise de direção”. escola desvinculada da produção social expressa a separação
Em janeiro 2003, no 7º Congresso, o POR estava mais entre o trabalho manual e o trabalho intelectual, entre a teoria e
amadurecido, o que permitiu aperfeiçoar o programa. Suas a prática. No fundo está a divisão social do trabalho e a divisão
bases foram constituídas em 1993, portanto, dez anos depois, de classes. (...) A luta pela unidade entre a teoria e prática, pela
o partido viu a necessidade de torná-lo mais conceitual, escola vinculada à produção social, coloca para os trabalhadores
mais sintético, retirando assim as inúmeras exemplificações a superação da divisão social do trabalho capitalista”.
e explicações, para dar maior clareza às leis históricas, os O terceiro, ocorreu quando da aprovação das Teses Agrárias,
fundamentos da luta de classes, as reivindicações transitórias na 4ª Conferência, janeiro de 2001. O partido já tinha aprovado no
como ponte para a revolução socialista e maior compreensão programa de 1993 as formulações sobre o problema da terra no
da necessidade de pôr em pé o Partido Mundial. É importante Brasil. No entanto, a Conferência decidiu por dar mais precisão
assinalar que não houve mudança de essência. A atualização em função da rica experiência da luta dos camponeses pobres e
do programa reflete o avanço dos quadros partidários na tarefa a submissão de suas direções à política do PT. As Teses Agrárias
de penetrar as ideias revolucionárias no interior da classe se opõem ao programa de reforma agrária do Movimento Sem
operária, força motriz que levará à revolução social. Terra (MST), rechaçam a política de assentamentos levado
Como parte das formulações programáticas, cabe ressaltar a cabo pelo PT, rejeitam as desapropriações de latifúndios
três momentos do POR. improdutivos com indenização e se colocam pela aliança
operária e camponesa na luta contra o capitalismo. Ressaltam
O primeiro, no 5º Congresso, julho de 1997, quando foram
que a solução do problema da terra, uma tarefa democrática
aprovadas as Teses Sindicais. As Teses Sindicais sintetizam
que a burguesia brasileira não poderá cumprir, se tornou parte
a experiência do partido na sua intervenção nos movimento
imprescindível a ser cumprido pela revolução proletária. Eis
sociais, particularmente nos sindicatos dirigidos pelo PT e na
uma passagem: “Trata-se de trabalhar pela aliança operária e
CUT. Expressam a luta contra a burocratização dos sindicatos,
camponesa em contraposição ao conjunto da burguesia. Sob
a política de conciliação de classes de suas direções reformistas
a direção do proletariado, o campesinato potenciará a luta de
e a tarefa de constituir as frações revolucionárias nos locais de
classes no campo e atuará em favor do objetivo de conquistar
trabalho e nos sindicatos. Reproduzimos uma de suas Teses: “O
o poder pela via revolucionária. (...) Somente a ditadura do
reformismo mostra-se impotente frente a ofensiva colonizadora
proletariado poderá atender às reivindicações camponesas. (...)
do imperialismo. Está evidente que não pode jogar um papel
A libertação dos pobres do campo da opressão latifundiária
progressivo. Atua de maneira contrarrevolucionária ao anular
será obra da revolução e ditadura proletárias”.
os sindicatos como organismos da luta de classes e incentivar as
ilusões democráticas dos explorados nas instituições do Estado Essas formulações programáticas podem ser analisadas
burguês. No Brasil, o PT e a burocracia cutista materializam essa criticamente, diante da situação presente de desintegração do
política de sustentação da burguesia pró-imperialista. Desviam capitalismo mundial e nacional. É importante o posicionamento
a classe operária dos objetivos da revolução. Bloqueiam a luta principista sobre o PT, que hoje se encontra completamente
pelas reivindicações elementares, contrapõem-se à tarefa de adaptado ao Estado burguês. Pode-se, também, verificar a
unir o proletariado e os camponeses pobres e alimentam a diferenciação da trajetória de construção do POR em relação às
política pequeno-burguesa de que as soluções contra a miséria demais correntes que se reivindicam do trotskismo. De nossa
virão do Estado capitalista”. parte, aproveitamos os 34 anos do POR para realizar nosso
balanço crítico e autocrítico. Essa é a primeira parte desse
O segundo, quando o POR aprovou no 6º Congresso,
trabalho, que se limitou à exposição do esforço de pôr em pé
janeiro de 2000, as Teses para a educação. Assinalam que se
do partido-programa.
Nesta edição:
- Campanha em reconhecimento da obra de Guillermo Lora
- Atos políticos em homenagem a Lora: São Paulo; Rondônia;
Ceará; Paraíba
- Chile: Homenagem ao legado de Guillermo Lora
- Entrevista: Tributo ao Militante Marxista Revolucionário
Guillermo Lora [2ª parte]
- Bolívia: A situação do banco FASSIL mostra o grau de
decadência do sistema [...]
- Trotsky: A Guerra e a Internacional
Rondônia
Ato-político da regional Norte destaca
formulações programáticas de Guillermo Lora
Nos dias 21 em Rolim de Moura e 28 em Porto Velho, a Re- sional que dedicou sua vida à construção do partido na Bolívia,
gional Norte do POR realizou atos em homenagem a Guillermo à edificação do POR no Brasil e à edificação do Comitê de Enla-
Lora, revolucionário profissional boliviano, falecido em 2009. ce pela Reconstrução da IV Internacional, o CERQUI. O papel
No início, foi feita uma apresentação da importância da de Lora na organização dos mineiros bolivianos e na redação
campanha da homenagem ao dirigente do POR boliviano, fa- das Teses de Pulacayo, em 1946. Lora à frente do POR boli-
lecido em 2009. Nesse ponto, foram destacados a importância viano em inúmeros conflitos da luta de classes, em especial a
dos POR brasileiro em mostrar aos trabalhadores e à juventude Assembleia Popular de 1971. E o enorme legado deixando por
oprimida quem foi Lora, sua trajetória como militante profis- Lora, contido nos 70 volumes das Obras Completas. Concluiu
de 4 a 17 de junho - 2023 – MASSAS – 33
Internacional CERQUI Guillermo Lora
enfatizando o lugar de Lora ao lado de Marx, Engels e Trotsky
na luta pelo socialismo.
Em seguida, realizou-se o estudo coletivo do folheto “A Teo-
ria Marxista do Partido”, ressaltando as principais formulações
na construção do partido marxista – o programa, a concepção
de partido, o militante profissional. Os militantes e simpatizan-
tes consideram que o estudo desse rico folheto deve continuar
nos próximos cursos de formação política.
Para encerrar, foi cantado o hino da Internacional Comu-
nista e foi dado um VIVA a Guillermo Lora, aos militantes re-
volucionários e à construção do Partido Mundial da Revolução
Socialista.
Ceará
Plenária do POR discute extratos sobre ‘o
militante profissional’ em homenagem a Lora
No dia 29 de abril, em Fortaleza, foi realizada uma forma- passará a revolução que destruirá a sociedade burguesa ago-
ção política aberta do POR, que contou com a presença de com- nizante. Dessa forma, o militante profissional está obrigado a
panheiros de Pernambuco e Rio Grande do Norte. A primeira conhecer o proletariado, tal como as demais classes, a burgue-
parte esteve voltada a discutir a situação nacional e as tarefas sia, suas frações e seus os partidos oligárquicos, assim como
para o 1º de Maio. A segunda, foi dedicada a discutir extratos a democracia capitalista em decomposição e o papel de suas
de Guillermo Lora sobre o militante profissional, parte da cam- Forças Armadas. Em todos estes aspectos, Guillermo Lora foi
panha em homenagem ao histórico dirigente boliviano. notável pelo extraordinário nível alcançado. Os 70 volumes de
A atividade promoveu uma rica discussão, iniciando com suas Obras Completas expõem com uma riqueza impressio-
o conceito elementar de que o militante profissional é aquele nante o profundo domínio sobre vida nacional boliviana, sua
que entrega sua vida à revolução (Lora foi, sob todos os aspec- história e formação social.
tos, um exemplar militante profissional), que o revolucionário A discussão concluiu com o entendimento de que é preciso
profissional precisa se elevar ao nível de compreender a vida reivindicar a militância profissional de Lora e o manejo do mé-
da nação onde intervém e, fundamentalmente, transformar a todo materialista. A atividade, em seguida, foi encerrada com
experiência em teoria, em marxismo, que indique por onde um viva ao POR e um viva a Guillermo Lora.
burguesia nacional e imperialista, o que representou um com- de unidade dos operários, que ocuparam a Pesqueira Iquique,
pleto abandono dos métodos táticos e estratégicos revolucio- a Pesqueira El Golfo e a Pesqueira Unidas. A organização teve
nários do proletariado, omitindo a necessária caraterização da uma repercussão regional, atraindo estudantes secundaristas e
frente popular, que deveria ser denunciada como contrarrevo- universitários, abrindo contatos com operários industriais da
lucionária, uma vez que permite o ascenso do fascismo, último Inchalan, CAP, empresas contratistas, trabalhadores do jornal
recurso utilizado pela burguesia para manter seu regime po- El Sur e outros. Este setor operário – apesar do seu atraso polí-
lítico. Deram as costas aos cordões industriais, aos quais Al- tico e cultural – desenvolveu uma nova atividade, organizando
lende e os estalinistas de toda cor estigmatizavam, afirmando cursos de alfabetização, implementado por estudantes de vá-
que estariam fazendo o jogo da direita, acusando os cordões de rios cursos da Universidade de Concepção e Técnica do Estado,
paralelismo sindical. incentivando setores marginais à leitura e criação de poesias
Entretanto, o instinto de classe nos orientava a diferenciar- ambientais, como os poemas do falecido camarada conhecido
-nos da burguesia e da política da Frente Popular, quer dizer, como o “Moroco”. Em geral realizaram um trabalho efetivo
para recuperar ativamente a luta pela independência política de elevação das condições de vida e tentando superar o atraso
da classe operária e contra a falsificação própria do revisionis- político e cultural do setor. A realização destes projetos era à
mo estalinista contrarrevolucionário, do próprio Allende e da margem do MIR/FR.
burguesia que o apoiava. Todos eles agiam contra o movimen- A realidade descrita nos permitiu assistir ao Congresso do
to operário e contra os outros oprimidos em nível nacional, que POR em 1972, com a absoluta convicção de que o novo cami-
eram conscientes de sua luta pelas reivindicações econômicas, nho era congruente com o marxismo-leninismo-trotskismo,
sociais e políticas, o que levou a agudizar a tensa luta entre a que representava fielmente a classe operária e todos os opri-
classe operária e a burguesia. midos, num país atrasado e de economia combinada, conceitos
Dessa forma, desenvolveu-se um período revolucionário que assimilamos do representante da doutrina revolucionária
que dificultou o propósito do governo de prosseguir com a proletária, o camarada Guillermo Lora Escobar. A defesa das
utopia reacionária de resolver pela “via pacífica” o anseio das conquistas alcançadas em tão curto intervalo de tempo nos per-
massas de liquidar a exploração, submissão e vassalagem. Foi mitiu enxergar claramente e, à luz dos fatos, os desvios que
um levante contra o desprezo exercido pelo poder burguês pa- provocavam as políticas pró-burguesas do pseudotrotskismo,
rasitário, que submete toda a nação à prepotência do capital impossível de sustentar.
imperialista norte-americano. Ao final do Congresso, fizemos uma reunião com o cama-
Em meados de 1971, a chefia administrativa da Escola de rada Guillermo Lora que nos recebeu e fez uma palestra sobre
Economia da Universidade de Concepción era exercida por um o materialismo histórico. Já em Talcahuano, depois, fizemos
argentino militante de Política Operária vinculado ao POR bo- um balanço do Congresso e dos avanços no trabalho prático
liviano, cuja direção estava exilada no Chile, após Hugo Banzer do ponto de vista da nova orientação adotada que estávamos
derrubar o governo de Juan José Torres. Graças à intervenção incorporando como nossas, auxiliados pela extensa elaboração
deste companheiro, nossa organização, principalmente a célula na teoria e na prática revolucionária que recebíamos do cama-
operária e de pescadores de Talcahuano, começou a compre- rada Guillermo.
ender o significado e a importância de assimilar os conceitos Durante todo o ano de 1972, lemos “As Teses de Pulacayo”,
essenciais da tática, estratégia e métodos da política revolucio- títulos como “Bolívia: da Assembleia Popular ao Golpe de 21
nária do proletariado. Que este atua diretamente contra a bur- de agosto”, dois tomos da Revolução Espanhola de León Trot-
guesia e seus métodos, dando um significado real e concreto à sky, “O último prato picante do cozinheiro Stalin”, e mais de
luta de classes, opondo-se à burguesia e a todas as políticas de vinte livros publicados ou no prelo que formavam um arsenal
subordinação que desprezam a luta de classes ou simplesmen- teórico e prático de muita importância. A assimilação desse ar-
te a omitem. senal exigia muita disciplina militante e responsabilidade devi-
A assimilação do método da ação direta – criação da classe do à agudização da luta de classes no país e no mundo, exigia o
operária– nos permitiu atuar nos sindicatos de barcos pesquei- compromisso coletivo da militância da chamada Organização
ros e de arrasto, formando um núcleo de pescadores e operá- Marxista Revolucionária (OMR), que difundia e agitava as edi-
rios, onde conseguimos impor o controle operário na adminis- ções do material teórico-prático OMR, que ainda se encontram
tração, comercialização e distribuição do produto capturado à venda nos sebos de livros usados e feiras livres. Em 1973,
pelos barcos pesqueiros e de arrasto na empresa pesqueira passamos a denominar Partido Operário Marxista Revolucio-
“Marco-chilena-Coloso”. Esta ação teve muita importância, nário POMR, comprometidos em divulgar e agitar mediante
pois propiciou a aproximação do Sindicato de Mergulhado- a edição do material teórico-prático no jornal Trincheira e na
res, que tinham a necessidade de recuperar o Porto Pesqueiro revista Ofensiva, editadas pela OMR.
– ocupado pela ação inescrupulosa na venda de mariscos e pei- A riqueza do pensamento decorria das lutas cotidianas pela
xes roubados dos próprios pescadores. Em unidade com nossa melhoria das condições materiais de vida, das que fluíam as
célula, o sindicato de mergulhadores ocupou o Porto, criando ideias com as que se constitui a teoria, no caso, a teoria revolu-
um Conselho de Administração com os dirigentes do sindica- cionária, enriquecida pela prática revolucionária que assimila-
to, exercendo o controle do trabalho e propiciando o comércio mos da rica e fecunda experiência do POR boliviano. Isto nos
regulado pelo sindicato. Dessa forma, se conseguiu organizar permitiu manter no alto e defender a política da classe operá-
e manter a higiene e a cobrança dos barcos pesqueiros indus- ria, com seus métodos de ação direta, a greve e as ocupações,
triais, que atracavam no porto para se abastecer de água potá- utilizados historicamente pela nossa classe e por todos os opri-
vel e combustível. O dinheiro levantado era controlado pela as- midos; métodos que devemos manter opondo a dura luta con-
sembleia do sindicato e destinado ao financiamento dos gastos tra os governos burgueses que pretendem eliminá-los, usando
administrativos, de pessoal e higiene do recinto. suas leis e pela força das armas dos seus aparatos repressivos,
Esta inciativa operária se transformou num polo importante policiais e forças armadas. A nossa luta deve ser mantida com
Entrevista
No jornal Massas anterior, publicamos a primeira parte da entrevista promovida pelo
canal @valter.ponto, no dia 12 de maio – Tributo ao Militante Marxista Revolucionário
Guillermo Lora. Concluímos a transcrição neste número do Jornal Massas.
Segunda parte da intervenção ceder lugar a uma sociedade superior, assim como o feudalis-
mo teve de ceder lugar a uma sociedade superior que é o capi-
Temos de entender que a transformação do capitalismo em talismo. E o capitalismo não é um sistema eterno. É um sistema
socialismo e seu avanço para a sociedade sem classes, o comu- que está esgotado. Mais do que nunca, constatamos e enten-
nismo, é um processo que não evolui em linha reta. A classe demos historicamente, por meio dos acontecimentos mundiais
operária sofreu muitas derrotas em sua história, talvez, mais do passado e do presente, que barbárie se instalou há muito e
derrotas do que vitórias. Mas, as grandes vitórias que a clas- que sofre hoje novos impulsos no mundo inteiro. Nesse exato
se operária obteve comprovam as leis da história expostas por momento, os migrantes nos Estados Unidos estão sendo repri-
Marx e Engels, de que, inevitavelmente, o capitalismo tem de midos, são centenas que não podem entrar na maior potência
Lora vai entender esse lugar de Trotsky, não só na teoria ge- IV Internacional não ter chegado a constituir os partidos (as
ral da revolução permanente e da lei do desenvolvimento desi- suas seções) penetrados no proletariado em seus respectivos
gual e combinado que rege o capitalismo - desde 1905, Trotsky países permitiu um estilhaçamento no pós guerra.
havia exposto a interdependência dessas duas leis da revolu- Trotsky trazia toda a experiência da Revolução Russa, toda
ção socialista como essenciais para o programa - mas também a sua visão marxista-leninista da crise mundial, do fascismo,
vai entender profundamente o lugar de Trotsky na defesa da do nazismo, das vitórias e derrotas do proletariado, todo esse
revolução política, diante do termidor estalinista. O programa grande universo da revolução e da contrarrevolução. Exilado,
da revolução política se tornou a pedra angular da luta da Opo- perseguido etc., com toda essa experiência, pôde nos deixar
sição de Esquerda e da IV Internacional contra o processo de um legado extraordinário. Todas as avaliações de Trotsky de
restauração capitalista. Embora o POR padecesse do isolamen- que o estalinismo ia levar à contrarrevolução, se não houvesse
to internacional - afinal a Bolívia é um país insular econômica e a revolução política, foram líquidas e certas. Esse legado tem
culturalmente, como reconhece Lora para enfrentar as dificul- de ter continuidade. A IV Internacional tem que ter continuida-
dades daí decorrentes - e um país isolado politicamente por de. E onde está a continuidade? Em que partido do mundo está
todas as correntes do mundo inteiro, foi de lá, desse rincão, que a continuidade se manifesta inconfundivelmente? Manifesta-se
é a Bolívia, que o Lora respondeu, estudou e entendeu todo o no POR da Bolívia.
processo de burocratização que levaria à destruição da União
Quando falamos dos 70 volumes dos escritos deixados por
Soviética, em 1991.
Lora, se trata um longo e complexo percurso, materializado na
Se não fosse assim, o dirigente do POR não escreveria A extraordinária formulação teórica e política. A vanguarda com
Contrarrevolucionária Perestroika, um posicionamento em de- consciência de classe pode encontrar na experiência da luta de
fesa da revolução política, na hora certa, no calor dos aconte- classe na Bolívia a projeção da história do proletariado não só
cimentos. Se tomarmos o momento da glasnost e perestroika, como projeção nacional, mas também como projeção do inter-
de Mikhail Gorbachev, secretário geral do Partido Comunista, nacionalismo, da Revolução Mundial e, em particular, na Amé-
não encontraremos nenhuma corrente que tenha desenvolvido rica Latina.
uma explicação do processo de restauração, baseada nas for-
A responsabilidade do Comitê de Enlace pela Reconstrução
mulações, nos diagnósticos e prognósticos de Trotsky sobre a
da IV Internacional (CERQUI) é enorme, pois não pode haver
burocratização, a restauração e a revolução política. O partido
uma ruptura desse legado. Esse legado tem que ser enriqueci-
é o programa. Está aí graficamente aplicada a tese de que sem
do. E será enriquecido no fortalecimento do Comitê de Enlace
o programa não se tem como a vanguarda revolucionária en-
pela Reconstrução da IV Internacional. Se o POR da Bolívia con-
carnar a luta de classes do proletariado, que se dirige à derru-
tinuar se potenciando, ainda que os mineiros estejam cada vez
bada da burguesia do poder, e, no caso da revolução política,
mais debilitados - o proletariado não é puramente boliviano, é
à derrubada da burocracia restauracionista e do estalinismo
mundial – a herança deixada por Lora impulsionará a luta do
revisionista. Não se deve entender essa formulação como um
CERQUI no sentido de superar a crise de direção. Em qualquer
dogma ou fraseologia de esquerda. É uma premissa que serve
país, temos de nos apoiar no proletariado mundial, com todas
ao processo histórico de formação do partido. E isso o bolche-
suas particularidades nacionais, como já expus anteriormente.
vismo mostrou muito claramente como direção que possibi-
Essa é a condição para valermos do legado deixado por Lora,
litou a classe operária expropriar a burguesia e estabelecer a
sem o risco de interromper momentaneamente a continuidade.
sua ditadura de classe explorada aos exploradores. Pela nega-
tiva, explica o fracasso da Comuna de Paris, depois de a classe A revolução russa criou a União Soviética. A União Soviéti-
operária ter chegado ao poder. O empenho de Lora em firmar ca foi a maior vitória do proletariado no capitalismo da época
a tese do partido é o programa, baseada nas experiências his- imperialista. Não existiu nenhuma outra com essa dimensão.
tóricas anteriores e nas próprias protagonizadas pelo POR na Isso porque a URSS não só colocou a Rússia no caminho da
Bolívia, tem um valor inestimável para materializar o interna- transição do capitalismo para o socialismo, mas agregou as na-
cionalismo marxista-leninista-trotskista. cionalidades oprimidas. Libertou as nacionalidades oprimidas,
que é uma tarefa da revolução socialista. A grandeza de Lênin
O grande legado de Lora, como se constata, é que, na Bolí-
de compreender esse problema, da autodeterminação nacional,
via, se deu a continuidade do marxismo-leninismo-trotskismo.
de compreender e mostrar como a Revolução Russa não sobre-
Esse é o grande legado para a superação da crise de direção.
viveria sozinha, se a revolução não se estendesse para a Ucrâ-
Com assassinato de Trotsky, em 1940, os quadros que herda-
nia, Azerbaijão, à região do Cáucaso etc. A Revolução Russa
ram a IV Internacional se mostraram ser uma direção pequeno-
abriu caminho para a transição do capitalismo ao socialismo,
-burguesa, que não estava à altura de enfrentar uma situação
que é de ordem mundial. O fato de ter caído a URSS é provisó-
de guerra mundial. Uma direção que não foi capaz de entender
rio, é transitório, pode demorar para o proletariado retomar o
o lugar que o estalinismo iria cumprir na Segunda Guerra. Ao
caminho da revolução socialista, mas inevitavelmente retoma-
ponto de se fazer uma revisão nos fundamentos do marxismo-
rá. Às vezes, o Lora, nos seus escritos avalia que a restauração
-leninismo-trotskismo, que ampararam a necessidade histórica
podia ser muito rápida, dada a possiblidade do proletariado
de fundação da IV Internacional. O revisionismo – não se dever
entroncar seus instintos comunistas com a revolução política,
confundir revisão com revisionismo, uma vez que nem toda re-
mas a regressão é muito profunda e a barbárie está em pas-
visão leva ao revisionismo – que emergiu no interior da direção
sos avançados. A crise de direção tem de ser enfrentada nestas
passou a considerar que o estalinismo poderia cumprir um pa-
condições de regressão histórica. O legado de Lora é uma arma
pel progressivo e, consequentemente, os trotskistas deveriam
para essa tarefa, uma vez que encarna a continuidade do mar-
entrar nos partidos comunistas dos diferentes países. Essa foi
xismo-leninismo-trotskismo.
a tese de Michel Pablo, que desgraçou a direção, que tinha a
tarefa de afirmar as bases organizativas do Partido Mundial da Sem mais, obrigado.
Revolução Socialista edificadas sobre o Programa de Transição. Viva a revolução proletária!
O prematuro revisionismo pablista evidenciou que o fato de a Memória eterna a Guilhermo Lora!
A Guerra e a Internacional
(Leon Trotsky, 1914 - Os bolcheviques e a paz mundial)
Prefácio do autor mente sua catástrofe. A primeira onda de acontecimentos ele-
As forças produtivas que o capitalismo desenvolveu já ul- vou os governos nacionais e seus exércitos a um nível jamais
trapassaram os limites da nação e do Estado. O Estado nacio- alcançado. Por ora, as nações se posicionaram em torno a eles.
nal, a forma política atual, é demasiada estreita para a explora- Porém, mais terrível será o esmagamento dos governos, quan-
ção dessas forças produtivas. Por isso, a tendência natural do do os povos, hoje ensurdecidos pelo tronar dos canhões, per-
nosso sistema econômico busca romper os limites do Estado. cebam, em toda sua verdade e horror, os acontecimentos que
O planeta inteiro, a terra e o mar, bem como a superfície e a se desenvolvem neste momento. A reação revolucionária das
plataforma submarinha, se transformaram em uma grande ofi- massas será mais poderosa quanto maior for o cataclisma que a
cina econômica, cujas diversas partes estão reunidas insepara- história descarregue sobre elas.
velmente entre si. O capitalismo criou as condições materiais de um novo
Esse trabalho foi realizado pelo capitalismo. Para realizá-lo, sistema econômico socialista. O imperialismo levou as nações
os estados capitalistas foram arrastados à luta pelo domínio capitalistas a esse caos histórico. A guerra de 1914 mostra o ca-
do mundo, empreendida pelo sistema econômico capitalista minho para sair desse caos, impulsionando poderosamente o
em proveito dos interesses da burguesia de cada país. O que proletariado para o caminho da revolução.
a política imperialista demonstrou, antes de mais nada, é que Para os países economicamente atrasados da Europa, a
o velho estado nacional, criado pelas revoluções e guerras de guerra traz também, em primeiro lugar, problemas primários
1785-1815, 1864-1866 e 1870, sobreviveu, e é hoje um obstáculo de origem histórico, problemas de democracia e unidade na-
intolerável para o desenvolvimento econômico. cional. Isto é o que ocorre em grande medida no caso do povo
A presente guerra é, no fundo, uma sublevação das forças russo, da Áustria-Hungria e da península balcânica. Mas, essas
produtivas contra a forma política de nação e Estado. E isto tardias questões históricas, as que foram herdadas pela épo-
significa a derrubada do Estado nacional como unidade eco- ca atual como um legado do passado, não alteram o caráter
nômica independente. A nação deve continuar existindo como essencial dos acontecimentos. Não são as aspirações dos sér-
um fato cultural, ideológico e psicológico, mas, foi privada de vios, poloneses, romenos ou finlandeses que mobilizaram 25
suas bases econômicas. Quem afirma que o atual choque san- milhões de soldados e que os levaram aos campos de batalha,
grento ocorre devido à defesa nacional, ou é hipócrita ou cego. mas sim, os interesses imperialistas da burguesia das grandes
Pelo contrário, o significado real e objetivo da guerra é o de potências. É o imperialismo que transformou completamente
aniquilamento dos atuais centros nacionais econômicos e de o status quo europeu mantido durante 45 anos, e que levantou
substituição por uma economia mundial. Mas o caminho que velhos problemas, que a revolução burguesa demonstrou não
os governos propõem para resolver o problema do imperialis- poder resolver.
mo não é por meio da inteligente e organizada cooperação de No entanto, na época atual é totalmente impossível tratar
todos os produtores da humanidade, mas sim pela exploração as questões entre as potências em si mesmas. Sua natureza não
do sistema econômico mundial imposta pela classe capitalista tem caráter independente. A criação de relações normais de
do país vitorioso, a qual será assim transformada de grande vida nacional e de desenvolvimento econômico na península
poder nacional em potência mundial. balcânica é inadmissível se o czarismo e Áustria-Hungria con-
A guerra proclama a queda do Estado nacional e, ao mesmo tinuarem existindo. O czarismo é agora a indispensável reserva
tempo, do sistema capitalista. Por meio do Estado nacional, o militar do imperialismo financeiro da França e o poder colonial
capitalismo revolucionou completamente o sistema econômico conservador da Inglaterra. Áustria-Hungria é o principal apoio
do mundo. Dividiu toda a terra entre as oligarquias dos gran- do imperialismo alemão. A guerra, embora originada pelo cho-
des poderes, em torno aos quais estavam agrupados os esta- que entre grupos privados, entre os nacionalistas e terroristas
dos satélites e as pequenas nações que viviam à margem das sérvios e a polícia política dos Habsburgos, logo revelou seu
rivalidades dos mais poderosos. O desenvolvimento futuro verdadeiro e fundamental caráter: uma luta de vida ou morte
da economia mundial sobre a base capitalista significa uma entre Alemanha e Inglaterra. Enquanto os idiotas e hipócritas
luta sem trégua por novos campos de exploração capitalista, falam da defesa, da liberdade nacional e da independência, a
os quais devem ser conseguidos de uma mesma fonte: a ter- guerra anglo-alemã ocorre na verdade, de um lado, para a li-
ra. A rivalidade econômica, sob a bandeira do militarismo, é berdade de exploração imperialista dos povos da Índia e do
acompanhada pelo roubo e destruição, violando os princípios Egito e, de outro, da divisão imperialista dos povos do planeta.
mais elementares da economia humana. A produção mundial Alemanha começou seu desenvolvimento capitalista sobre
se insurge não apenas contra a confusão provocada pelas divi- uma base nacional quando a França perdia sua hegemonia con-
sões nacionais e de estados, mas também contra a organização tinental no ano 1870-1871. Agora que o desenvolvimento da
econômica capitalista, transformada hoje em um grande caos e indústria alemã sobre uma base nacional a transformou na pri-
desorganização. meira potência capitalista do mundo, se choca com a hegemo-
A guerra de 1914 é a mais colossal queda de um sistema nia da Inglaterra no curso de seu desenvolvimento. A completa
econômico na história, destruído pelas suas contradições inter- e ilimitada dominação do continente europeu é para Alemanha
nas. Todas as forças históricas - cuja ação foi a de conduzir à o indispensável requisito para derrubar a sua inimiga mundial.
sociedade burguesa, de falar em seu nome e de explorar - re- Por isso, a primeira intenção que a Alemanha imperialista ins-
conheceram sua bancarrota histórica nesta guerra. Essas forças creve em seu programa é a criação de uma Liga de Nações da
defendiam o sistema capitalista como se fosse um sistema de Europa central; Alemanha, Áustria-Hungria, a península bal-
civilização humana, e a catástrofe deste sistema é principal- cânica e Turquia, Holanda, os países escandinavos, Suíça, Itália