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Ldia11 Teste 5 Sonetos Completos Matriz Resolucao
Ldia11 Teste 5 Sonetos Completos Matriz Resolucao
º ano
Grupo I
Parte A
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.
Noturno
1. esquivo: fugidio;
2. voga: flutua.
3. Justifica o «tormento» em que se encontra o sujeito poético, atendendo ao conteúdo dos tercetos.
Parte B
Lê o texto
1. dita: sucesso;
2. Fortuna: destino, sorte;
3. lenho: tronco, navio (figurado);
4. ventura: boa sorte, felicidade.
6. Compara a situação emocional dos sujeitos poéticos dos sonetos de Antero de Quental (texto da
Parte A) e de Camões (texto da Parte B) e respetivas causas.
Parte C
7. Escreve uma breve exposição sobre as configurações do Ideal nos sonetos de Antero de Quental.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual explicites, fundamentando, dois dos modos através dos quais o
Ideal se manifesta nos sonetos de Antero;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Grupo II
Lê o texto.
«Maldita vida!». Assim começa O Homem dos Sonhos, ópera de António Chagas Rosa
baseada no conto com o mesmo nome de Mário de Sá-Carneiro. Vida de tédio, «lista de um
restaurante onde os pratos são os mesmos», como escreveu o escritor. Mário de Sá-
Carneiro via assim o «lugar-comum da vida» e procurava a fuga em todo o lado – na arte,
5 na viagem, no sonho. «Apenas o que não existe é belo», escreveu Mário de Sá-Carneiro em
O Homem dos Sonhos, uma novela, ou melhor, um «sonho» (como ele lhe começou por
chamar) escrito por Mário de Sá-Carneiro em março de 1913, em Paris. Um escritor que
pensou (até ao limite e ao seu suicídio) na possibilidade de uma existência diferente, toda do
lado «de lá».
10 Na ópera O Homem dos Sonhos, a viagem é literária, mas é sobretudo musical. São
sete partes («canções»), que começam em tom jazzístico, como se fosse uma orquestra de
bar de há cem anos atrás. No fosso de orquestra esteve uma dezena de músicos do
Ensemble mpmp (e o maestro Jan Wierzba), incluindo instrumentos como o acordeão, a
tuba ou o saxofone. E estiveram impecáveis na revelação da riqueza harmónica e da
15 orquestração empolgante de António Chagas Rosa. Uma música com grandes qualidades
dramáticas, isto é, música que sabe que é para teatro, carregando de ideias e emoções as
entrelinhas do texto cantado. A colorida e expressiva escrita orquestral de Chagas Rosa –
para nós o mais interessante de toda a ópera – não só foi muito bem entendida pelo
Ensemble mpmp, como foi fundamental para levar este libreto «filosófico» a uma outra
20 dimensão.
O Homem dos Sonhos tem uma força especial nas primeiras cenas, em que a música
de Chagas Rosa tem uma ironia violenta, quase expressionista, entre valsas invulgares
(«eu não sou como os outros») e idílios tonais manchados de dissonâncias. Mas perde
essa força quando à escrita vocal parece faltar inventividade, repetindo maneiras e «pratos
da ementa». Felizmente recuperando-a mais à frente, nas duas últimas cenas.
Claro que os espectadores se fixam, antes de mais, no que acontece no palco e não
25 no fosso. E, nesse sentido, são os cantores as estrelas. Catarina Molder e Christian Luján
foram performers incansáveis, cantores hábeis e inteligentes (porque perceberam a
música toda e não apenas o seu papel específico) e atores capazes de segurar uma cena
difícil. Difícil porque, à primeira vista, pouco acontece entre as duas personagens centrais,
o Homem e o Narrador, duas faces de um mesmo pensamento, nesta ópera de idealismos
30 radicais. Só há isto, afinal: alguém que tenta entender o que o outro é.
Tudo se passa num restaurante imaginário onde dois figurantes (também
contrarregras) trazem imagens em grandes placas que vão constituindo um cenário
fragmentário de alusões. [...]
Uma das «viagens» da novela de Sá-Carneiro é a um mundo perfeito onde os sexos
35 não são só dois («labirintos de corpos entrelaçados...»). Com personagens não binárias,
com vontades de ser «só o que se quer», e de ser tudo o que se deseja. Um «segredo» de
Mário de Sá-Carneiro que parece estar muito atual. «Eu viajo o que desejo»: nesta ópera
todo o movimento é de ideias e vontades. Mas tudo o que a música realmente «diz» sobre
o desejo e o sonho está, no fim de contas, no original e colorido trabalho orquestral de
40 Chagas Rosa, ecoando as cores da novela de Mário de Sá-Carneiro. «Naquele país onde
se respirava música...».
BOLÉO, Pedro, 2022. «A Ópera viaja o que deseja». Público, 7 de fevereiro de 2022.
https://www.publico.pt/2022/02/07/culturaipsilon/critica/opera-viaja-deseja-1994470 (Consult. 2022-03-12)
3. Com a citação de «lista de um restaurante onde os pratos são os mesmos» (ll. 2-3), o autor
(A) recorre a uma metáfora de Mário de Sá-Carneiro para introduzir o tema de O Homem dos
Sonhos.
(B) utiliza uma hipérbole de Mário de Sá-Carneiro para realçar a originalidade de O Homem dos
Sonhos.
(C) usa uma hipérbole de António Chagas Rosa para reforçar a ligação de O Homem dos Sonhos
à vida real.
(D) serve-se de uma metáfora de António Chagas Rosa para apresentar o tema de O Homem dos
Sonhos.
5. As expressões «pelo Ensemble mpmp» (l. 17) e «os cantores» (l. 25) desempenham as
funções sintáticas
(A) de complemento oblíquo e de complemento direto, respetivamente.
(B) de complemento agente da passiva e de sujeito, respetivamente.
(C) de complemento do adjetivo e de predicativo do sujeito, respetivamente.
(D) de complemento agente da passiva e de complemento direto, respetivamente.
6. Classifica a oração subordinada introduzida por «onde», na linha 31, e refere a função sintática que
desempenha.
Grupo III
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, faz a apreciação crítica da pintura O Império das Luzes, da autoria de René Magritte.
O teu texto deve incluir:
– a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
– um comentário crítico, fundamentando a tua apreciação em, pelo menos, três aspetos relevantes e
utilizando um discurso valorativo;
– uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.
René Magritte, O Império das Luzes, 1954. Musée Magritte, Bruxelas, Bélgica
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 16 16 16 8 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 40
TOTAL 200
5. (A)