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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE

CURSO ( ENFERMAGEM)

ANA CLARA CRUZ DE MORAES


ANA TEREZA DE JESUS SOUZA
MALÚ BEZERRA GOMES
MARIA HELENA DE SOUZA MARANHÃO BEZERRA BORGES VITORINO
PEDRO ELOI DE ALBUQUERQUE NETO

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

NATAL/RN
2021
INTRODUÇÃO
A maternidade é um período de bastante mudanças físicas e psicológicas na vida de
uma mulher, pois estabelece a transição da mulher para um novo papel social: o de ser mãe.
Um exemplo de mudança psicológica, é a ansiedade de como será o parto. Anteriormente, o
atendimento ao parto era exercido por parteiras no próprio espaço domiciliar, com a
presença de familiares e pessoas de confiança pela mulher, o nascimento da criança era feito
de forma natural e humanizada. Entretanto, com o passar dos anos, houve significativas
mudanças para este evento, com a presença de um médico capacitado e/ou enfermeiro
obstetra, além de apresentarem tecnologias e manobras que aceleram este fator. Os benefícios
dessas tecnologias são de grande importância quando há risco para mãe e bebê pois salvam
vidas, porém não devem ser feitas de maneira rotineira, pois contribui para a desumanização
do parto e o abre caminho para práticas e intervenções desnecessárias, podendo ser levada
para a violência obstétrica. A violência obstétrica acontece durante o processo do pré-parto,
parto e pós-parto, é considerado uma invasão ao corpo da mulher, seja por profissionais de
saúde ou pessoas próximas.

Os autores (Sanfelice et al., 2014; Wolff & Waldow, 2008) definem a violência
obstétrica como violência psicológica, caracterizada por ironias, ameaça e coerção,
assim como a violência física, por meio da manipulação e exposição desnecessária
do corpo da mulher, dificultando e tornando desagradável o momento do parto.
DESENVOLVIMENTO
Como fora mostrado acima, o conceito de violência obstétrica é bem complexo e
abrange um enorme leque de ações e omissões em desfavor da mãe e do seu bebe neonato,
podendo ocorrer antes, durante e após o parto. Essa prática segue invisível no Brasil, mesmo
tendo uma em cada quatro mulheres brasileiras vítimas de violência obstétrica de acordo com
pesquisas realizadas no Brasil. (Fundação Perseu Abramo, e Sesc, Mulheres Brasileiras e
Gênero nos Espaços Público e Privado,2010, em 26 de junho de 2015.)

A violência obstétrica ocorre da onde menos se espera e pode ser praticada de maneira
física, verbal e/ou psicológica. O simples ato de negar a gestante o direito de possuir um
acompanhante familiar ou de sua escolha, em qualquer procedimento desde o pré-natal,
antes, durante e após o parto gera uma violação obstétrica, além de ir em contramão as
orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e em desconformidade com a final
legalidade. Afinal, é um direito garantido por lei que obriga os serviços de saúde a permitir a
presença do acompanhante conforme a própria de nº 11.108 de 07 de abril de 2005.

A violência psicológica vivida pela mulher , vai de xingamentos, violências verbais,


pressão psicológicas, negação de atendimento, negar informação no pré-natal e durante o
parto, a violência psicológica é vivida por muitas mulheres, que tendo experiências negativas,
levam esse fardo psicológico por muito tempo, acarretando muitas vezes depressão pós parto
por não conseguir superar os acontecimentos

O atendimento à mulher feito de forma desumanizada e aplicando a violência


obstétrica desencadeia inseguranças e processos traumáticos no momento do parto, um
instante em que a paciente deveria receber apoio e acima de tudo ser respeitada
de acordo com seus desejos em um momento tão ímpar como é o pré-parto, parto e
puerpério. Diversos relatos apontam que mães que estão tendo o primeiro filho não
desejam ter outros devido a forma de como foram tratadas (PEREIRA et al., 2016).

Outro tipo de Violência vivida pelas mulheres é a cesárea desnecessária, negando


informação e conhecimento a mulher, muitas mulheres são encaminhadas para cesarianas sem
saber o nível do procedimento e como será feito, cesárea é uma cirurgia de grande porte , que
não deve ser feita a todo custo mas ocorre muitas vezes por comodidade do hospital e pela
grande cultura cesarista que se tem vivido. O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em
número de cesáreas, com uma taxa acima de 55% do total de partos, perdendo apenas para a
República Dominicana, com 58%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica, porém,
que 15% é um índice tolerável e adequado para a realização do procedimento quando mãe e
bebê não estão em condições físicas e de saúde para um parto normal, porém esses números
ultrapassam os 15% a tempos, pois contribui para indústria da cesariana e o faturamento de
médicos e do hospital, pois ganha-se mais fazendo 10 cesarianas que esperando 4 mulheres
entrarem em trabalho de parto de uma maneira normal e natural, na hora que o bebê se sentiu
pronto e deu sinais que estava maduro para nascer. Por muitos médicos terem a prática de
acelerar um processo que é natural e muitas mulheres não conhecerem sobre parto e como
ocorre o processo com seu corpo , muitas acabam indo para cesarianas sem saber o real
motivo, ou sofrem partos "anormais" e traumáticos, na grande maioria cheios de intervenções,
e violências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo constata que a violência obstétrica é um problema de saúde pública no


cenário atual. É complexa e multifatorial o desrespeito que as gestantes sofrem por alguns
profissionais da área da saúde. Neste século, a busca pela rapidez, faz com que até o momento
do parto seja feito às pressas, visto que é só mais um para tal médico, diante de tantos que
ainda virão no dia. Dessa forma, cada vez mais para alguns profissionais, tornou-se algo
comum e banal, esse fato é confirmado no número de casos de cesárias que tem-se cada vez
mais, e o Brasil é o segundo país que registra mais casos. Daí vem a violência obstétrica e
interfere no processo que deveria ser natural familiar e humanizado. A escolha do parto
muitas vezes advém principalmente dos médicos que muitas vezes tiram o protagonismo da
mulher no parto e na escolha da via do mesmo e por consequência indicam e acham que o
melhor é o mais rápido, ou seja as cesarianas, por julgarem ser a melhor via de nascimento, e
em sua maioria agendadas sem aguardar o bebê avisar que está pronto para nascer e daí vem a
violência, as vezes para as mulheres leigas são imperceptíveis, contudo para outras são
doloridas e sentidas literalmente na pele e no psicológico deixando marcas irreparáveis,
juntamente com a dor e o desconforto.
Portanto, medidas são cabíveis, por meio da comunicação, as informações devem
chegar a massa, sobre como funciona, além de propagar o conhecimento até anular-se as
práticas invasivas e desrespeitosas. Por meio de fiscalização hospitalar e leis resolutivas e
eficientes, para que dessa forma a assistência seja essencialmente saudável nesse período tão
importante na vida da gestante.
REFERÊNCIAS

CASTRO, T.BC.; ROCHA, S.P. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E OS CUIDADOS DE


ENFERMAGEM: REFLEXÕES A PARTIR DA LITERATURA. ARTIGO 30-Revisão
Integrativa de Literatura, Sobral, Enferm. Foco, 11 (1): 176-181, 11 de ago. de 2020.
Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/348873226_Violencia_obstetrica_e_os_cuidados_
de_enfermagem_reflexoes_a_partir_da_literatura>. Acesso em: 14 de jul. de 2021.

LANSKY, S. et al. Violência obstétrica: influência da Exposição Sentidos do Nascer na


vivência das gestantes. Ciência e saúde coletiva, Belo Horizonte, 24 (8), ago. 2019.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csc/a/66HQ4XT7qFN36JqPKNCPrjj/?lang=pt>.
Acesso em: 13 de jul. de 2021.

MOURA, R.C. de et al. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA


VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA. Enferm. Foco, Natal, v.12, 60-65, 2018.

SILVA, I.SA. da; SANTOS, M.A.S.; PEREIRA, M.F.L.F.; FERRAZ, R.S.R. PERCEPÇÃO
SOCIAL DE PUÉRPERAS SOBRE VIOLÊNCIA NO TRABALHO DE PARTO E PARTO:
REVISÃO INTEGRATIVA. Orientador: Valdemir de França Souza, 2016. 29 f. TCC
(Graduação) - Curso de Enfermagem, Departamento de Enfermagem, Faculdade Integrativa
de Pernambuco, Recife, 2016.

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