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Vale S.A.

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Nota: Para outros significados de Vale, veja Vale (desambiguação).
Vale

Slogan Vale: Não existe futuro sem mineração. Não


existe mineração sem pensar no futuro das
pessoas.

Tipo Empresa de capital aberto

Fundação 1942

Sede Rio de Janeiro, RJ

Empregados 119.000

Indústria Mineração, logística, energia, siderurgia

Produtos Pesquisa, extração, produção e comércio de


minérios, geração de energia, transporte
ferroviario, operação portuária.

Valor de US$ 160 bilhões (2010)[1]


mercado

Faturamento US$ 46,5 bilhões (2009)[2]

Website www.vale.com

A Vale é uma empresa privada de capital aberto brasileira, uma das maiores
mineradoras do mundo.

Criada em 1942, no governo Getúlio Vargas, é hoje uma grande empresa privada, de
capital aberto, com sede na cidade do Rio de Janeiro, e ações negociadas na Bolsa de
Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA), na bolsa de valores de Paris (NYSE
Euronext), na bolsa de valores de Madrid (Latibex), na bolsa de valores de Hong
Kong[3] (HKEx)e na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), integrando o Dow Jones
Sector Titans Composite Index.[4]

A Vale tornou-se, hoje, a maior empresa de mineração diversificada das Américas e a


segunda maior do mundo.
É a maior produtora de minério de ferro do mundo e a segunda maior de níquel. A Vale
destaca-se ainda na produção de manganês, cobre, carvão, cobalto, pelotas, ferroligas e
alguns fertilizantes, como os fosfatados (TSP e DCP) e nitrogenados (ureia e amônia).

O Conselho de Administração da Vale é controlado pela Valepar S.A,[5] que detém


53,3% do capital votante da Vale (33,6% do capital total). Por sua vez a constituição
acionária da Valepar é a seguinte: Litel/Litela (fundos de investimentos administrados
pela Previ) com 49% das ações, Bradespar com 17,4%, Mitsui com 15%, BNDESpar
com 9,5%, Elétron (Opportunity) com 0,03%. Se considerarmos as ações da Previ -
Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, de gestão compartilhada,
(cuja diretoria é subordinada ao Conselho Diretor da Previ, composto por três
representantes indicados pelo Banco do Brasil e por três representantes eleitos por voto
direto pelos participantes do plano - funcionários da ativa do Banco - e assistidos -
funcionários aposentados e pensionistas) [6][7] e do BNDES como de alguma influência
do governo federal, este influencia, por posse ou indicação, cerca de 41% do capital
votante (incluindo participações externas à Valepar). Se incluirmos a participação do
Bradesco e dos investidores brasileiros, 65% do capital votante da empresa se
encontram no país.

Opera em 13 estados brasileiros e nos cinco continentes e possui mais de dez mil
quilômetros de malha ferroviária e 9 terminais portuários próprios.[8] É a maior empresa
no mercado de minério de ferro e pelotas (posição que atingiu em 1974 e ainda mantém)
e a segunda maior produtora integrada de manganês e ferroligas, além de operar
serviços de logística, atividade em que é a maior do Brasil.

No Brasil, os minérios são explorados por quatro sistemas totalmente integrados, que
são compostos por mina, ferrovia, usina de pelotização e terminal marítimo (Sistemas
Norte, Sul e Sudeste).

Em 24 de outubro de 2006 a Vale anunciou a incorporação da canadense [Inco][9], a


maior mineradora de níquel do mundo, que foi efetivada no decorrer de 2007.[10] Após
essa incorporação, o novo conglomerado empresarial CVRD Inco - que mudou de nome
em novembro de 2007 - tornou-se a 31ª maior empresa do mundo, atingindo um valor
de mercado de R$ 298 bilhões, à frente da IBM. Em 2008 seu valor de mercado foi
estimado em 196 bilhões de dólares pela consultoria Economática, perdendo no Brasil
apenas para a Petrobras (287 bilhões) e se tornando a 12ª maior empresa do mundo.

Índice
[esconder]
 1 História
o 1.1 Primórdios
o 1.2 Impasse
o 1.3 Os primeiros cinquenta anos
o 1.4 Tempos atuais
o 1.5 Segmentos de atuação
 1.5.1 Minerais ferrosos
 1.5.2 A cadeia do alumínio: bauxita, alumina, e alumínio primário
 1.5.3 Minerais não ferrosos
 1.5.4 Carvão
 1.5.5 Serviços de logística
 2 Reservas
 3 Privatização da companhia
o 3.1 Controvérsia
 4 Notas e referências
 5 Ver também
 6 Ligações externas

 7 Bibliografia

[editar] História
[editar] Primórdios

A partir de 29 de novembro de 2007, a marca e o nome de fantasia da empresa passaram


a ser apenas Vale S.A, nome pelo qual sempre foi conhecida nas bolsas de valores, mas
foi mantida a razão social original. Em uma assembleia geral realizada em 22 de maio
de 2009, foi aprovada a alteração da razão social da empresa para Vale S. A.

A história da Vale está intimamente ligada à construção da Estrada de Ferro Vitória-


Minas, durante a qual os engenheiros ingleses envolvidos em seu projeto tomaram
conhecimento da existência de uma grande reserva de minério de ferro em Minas
Gerais.

Vários grupos de investidores internacionais adquiriram extensas glebas de terra


próximas a Itabira e, em 1909, se reuniram fundando o Brazilian Hematite Syndicate,
um sindicato que visava a explorá-las.

Em 1910, no XI Congresso Geológico e Mineralógico, realizado em Estocolmo, na


Suécia, essas reservas foram estimadas em 2 bilhões de toneladas métricas.

Em 1911, o empresário estadunidense Percival Farquhar adquiriu todas as ações do


Brazilian Hematite Syndicate e mudou seu nome para Itabira Iron Ore Company.

[editar] Impasse

Percival Farquhar fez planos para que a Itabira Iron Ore Co. exportasse 10 milhões de
toneladas/ano de minério de ferro para os Estados Unidos, usando navios pertencentes a
seu sindicato, que trariam carvão dos EUA ao Brasil, tornando assim o frete mais
econômico. Esse plano antecipava em mais de 40 anos um conceito que, modificado e
atualizado, viria a se tornar realidade, sob a direção de Eliezer Batista, na década de
1960, quando da inauguração do Porto de Tubarão.

Percival Farquhar não logrou sucesso. Embora pudesse contar com a simpatia do
presidente Epitácio Pessoa, que lhe deu uma concessão conhecida como Contrato de
Itabira de 1920, Farquhar encontrou ferozes opositores a seu projeto, dentre eles o
presidente do estado de Minas Gerais (então quase autônomo), Artur Bernardes, que
depois se elegeria presidente da República.
Décadas de debates acalorados se seguiram, com o país praticamente dividido entre os
adeptos das duas posições, sem que o projeto de Farquhar saísse da prancheta.

Esse plano foi inviabilizado quando Getúlio Vargas assumiu o poder, à frente da
Revolução de 1930, e encampou as reservas de ferro que pertenciam a Farquhar,
criando com elas, em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce, como uma empresa estatal,
para o que obteve o beneplácito dos Estados Unidos e da Inglaterra nos Acordos de
Washington.[11]

[editar] Os primeiros cinquenta anos

Após sua fundação, a Vale conseguiu ir, pouco a pouco, expandindo sua produção de
minério de ferro, mas de forma ainda muito lenta.

O Brasil tinha grandes reservas do mineral, mas a demanda era reduzida. A Vale vivia
praticamente só para fornecer matéria prima para as siderúrgicas nacionais, sendo a
maior delas, então, a Companhia Siderúrgica Nacional.

No final dos anos 1950, a Vale era uma empresa acanhada que extraía cerca de 3 a 4
milhões de toneladas/ano, menos da metade do que planejara Farquhar em 1920. Isso
representava um faturamento pequeno, dado o baixo valor econômico do mineral bruto.

Em 1961, nomeado por Jânio Quadros - em seu último ato oficial antes da renúncia -
entra em cena seu novo presidente, Eliezer Batista, "o engenheiro ferroviário que ligou a
Vale ao resto do mundo". Percebendo a necessidade dos japoneses de expandir seu
parque siderúrgico, grandemente danificado na segunda guerra, criou o conceito de
distância econômica, o que permitiu à Vale entregar minério de ferro ao Japão -
antípoda do Brasil - a preços competitivos com o das minas da Austrália, através do
Porto de Tubarão.

Abrimos o mercado para um produto que podia valer pouco, mas a idéia era
ganhar dinheiro com a "logística", transformando uma distância física (a rota
Brasil-Japão-Brasil) numa "distância econômica" , (o valor para colocar o
minério nas usinas japonesas), explica Eliezer.[12]

Foram assinados, em 1962, contratos de exportação, válidos por 15 anos, com 11


siderúrgicas japonesas, num total de 5 milhões de toneladas/ano - quase que dobrando a
produção da Vale.

Em 1962 a Vale produziu cerca de 8 milhões de toneladas de minério de ferro.[13]

Com a criação da Docenave, em 1962, e a inauguração do Porto de Tubarão, em 1966, a


Vale entrou numa fase de crescimento vertiginoso, em que sua produção passou de 10
milhões de toneladas/ano, em 1966, para 18 milhões, em 1970, e atingiu a incrível
marca de 56 milhões de toneladas/ano, em 1974, ano em que a então estatal assumiu a
liderança mundial na exportação de minério de ferro, a qual nunca mais perdeu.

A Docenave, empresa de navegação da Vale, criada em 1962 para levar parte do


minério (40%) ao Japão, chegou a ser a terceira maior empresa de navegação graneleira
do mundo.
Em 1979, quando tomou posse como presidente da República, o general João Batista
Figueiredo reconduziu Eliezer Batista à presidência da Vale. Ex-ministro do presidente
deposto João Goulart, Eliezer foi, durante o regime militar, diretor-presidente da
Minerações Brasileiras Reunidas S/A (MBR), vice-presidente da Itabira lnternational
Company, diretor da Itabira Eisenerz GMPH, com sede em Dusseldorf, na Alemanha
Ocidental, presidente da Rio Doce Internacional S/A, subsidiária da Vale com sede em
Bruxelas, consultor e promotor de negócios para o governo mineiro e presidente da
Paranapanema, uma das maiores mineradoras do país.

Após duras e complexas negociações, Eliezer conseguiu tornar a Vale (que era
minoritária, com participação de 49,75%) sócia majoritária do complexo Carajás que
fora descoberto, na década de 1960, pela U.S. Steel.

Situado na Serra dos Carajás, o Projeto Grande Carajás é uma imensa província
mineralógica que contém a maior reserva mundial de minério de ferro de alto teor, além
de grandes reservas de manganês, cobre, ouro e minérios raros.

Para a realização desse projeto, foi criada uma grande infra-estrutura, que inclui a Usina
Hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores do mundo, a Estrada de Ferro Carajás-Itaqui e
o Porto de Ponta da Madeira, localizado em Itaqui, (MA).

O projeto Grande Carajás entrou em operação em 1985, o que permitiu à Vale bater
novo recorde na extração de minério de ferro, em 1989, com 108 milhões de toneladas
métricas .

[editar] Tempos atuais

Quando foi privatizada, em 1997, a Vale produzia 114 milhões de toneladas/ano, nível
que se manteve praticamente estável nos dois anos subsequentes à privatização, para
subir acentuadamente em 2000 - quando da incorporação à Vale da Samitri, Socoimex e
da participação na GICC. Devido a essas aquisições, torna-se mais difícil a comparação
direta dos números de produção, de 2000 em diante, com os anteriores.[12] Logo após a
privatização, entretanto, os lucros da empresa aumentaram consideravelmente. [11]

Em 2002 a Vale adquiriu a Ferteco e, em 2003, a Caemi.

Em 2005, sua produção de minério de ferro - que engloba a produção da Samitri e de


todas as suas incorporadas a partir de 2000 - se elevou a 255 milhões de toneladas,
sendo 58 milhões destinadas às siderúrgicas brasileiras e 197 milhões destinadas à
exportação.[14]

Hoje a Vale realiza investimentos importantes para a produção de cobre, devendo


tornar-se, em poucos anos, uma das maiores players mundiais desta commodity.

Dentre outros investimentos importantes que a Vale realiza, pode-se citar o incentivo à
implantação de novas siderúrgicas no Brasil através de participação minoritária e o
controle de uma das maiores estruturas de logística do país, incluindo ferrovias e navios.

Em 2006, a Vale adquiriu 100% das ações da Caemi, a qual detinha 85% das ações da
MBR - Minerações Brasileiras Reunidas, empresa sediada em Nova Lima, região
metropolitana de Belo Horizonte,segunda maior produtora e exportadora de minério de
ferro do Brasil. Com essa aquisição, a Vale que já detinha diretamente 5% da MBR,
passa a ser detentora de 90% das ações da MBR.

Em outubro de 2006, a Vale comprou a canadense Inco, tornando-se a segunda maior


empresa de mineração do mundo, atrás da anglo-australiana BHP Billiton.[15] A empresa
brasileira comprou 75,66% das ações ordinárias da Inco por cerca de 18 bilhões de
dólares.

Em 2008, a Companhia Vale do Rio Doce deixou de usar a sigla CVRD, passando a
usar o nome Vale e se tornou a 33° maior empresa do mundo (de acordo com o
Financial Times de 2008) é a maior do Brasil em volume de exportações, com
quantidade superior à da Petrobras.[16]

Em assembleia geral extraordinária de acionistas, ocorrida no dia 22 de maio de 2009,


foi decidida a mudança de nome legal da empresa para Vale S.A.[17][18]

Em 2010 fez uma grande aquisição no segmento de fertilizantes por meio da sua
subsidiária Mineração Naque S.A.. Adquiriu as ações de propriedade da Mosaic (The
Mosaic Company), da Fertifos (Fertifos Administração e Participações S.A.) e da
Fosfertil (Fertilizantes Fosfatados S.A.), além de 100% do capital da Bunge
Participações e Investimentos S.A. (BPI). Nessa mesma operação a Vale também
adquiriu uma planta de processamento localizada em Cubatão, no estado de São Paulo,
com capacidade para produzir 300.000 toneladas métricas por ano de superfosfato
simples.[19]

Em 28 de julho de 2011 a vale divulga lucro líquido de pouco menos de 6 e meio


bilhões de dólares no segundo trimestre de 2011. [20]

[editar] Segmentos de atuação

[editar] Minerais ferrosos

Em 2005 a produção de minério de ferro da Vale atingiu um novo recorde de 240,4


milhões de toneladas, 10,3% acima do volume produzido em 2004. Entre 2001 e 2005,
a produção da companhia cresceu à taxa média anual de 15%. Contribuíram para esse
resultado a entrada em operação da mina de Fábrica Nova no Sistema Sul, ramp-up de
Capão Xavier, expansão de capacidade de Carajás e ganhos de produtividade em quase
todas as demais minas. Em 2005 a produção de pelotas foi de 36,376 milhões de
toneladas, 2,2% acima do volume de 2004. Foram produzidas 22,8 milhões de toneladas
de pelotas de alto-forno e 13,6 milhões de toneladas de pelotas de redução direta.

Em 2005, fechou o preço benchmark com a Nippon Steel, uma das maiores siderúrgicas
da Ásia, com aumento de 71,5% para o sinter feed Carajás em relação ao preço de 2004,
o que corresponde ao maior reajuste da história. Já o preço FOB-Tubarão de pelotas
subiu 86,67%, e para o minério de ferro granulado o aumento foi de 79%.

As vendas de minério de ferro e pelotas bateram recorde em 2005, com 252,189 milhões
de toneladas.
[editar] A cadeia do alumínio: bauxita, alumina, e alumínio primário

A produção da cadeia do alumínio em 2005 foi de 6,9 milhões de toneladas de bauxita,


2,6 milhões de toneladas de alumina e 496 mil toneladas de alumínio primário, níveis
recordes.

Após a entrada em operação de seus módulos 4 e 5, inaugurados no primeiro trimestre


de 2006, a Alunorte se tornou na maior refinaria de alumina do mundo.

Foi desenvolvida a mina de bauxita de Paragominas, no Estado do Pará, cujo início de


produção ocorreu no primeiro trimestre de 2007.

Em 2011 a Vale anunciou a conclusão da transação com a Norsk Hydro ASA (Hydro)
para transferir todas as suas participações na Albras - Alumínio Brasileiro S.A.,
Alunorte - Alumina do Norte do Brasil S.A. e Companhia de Alumina do Pará (CAP).
A Vale também criou a empresa Mineração Paragominas S.A. (Paragominas) e
transferiu a mina de bauxita de Paragominas e todos os seus demais direitos minerários
de bauxita do Brasil. A Vale vendeu 60% da Paragominas a Hydro e os outros 40%
serão vendidos até 2015.[21]. Ainda assim, a Vale continua exposta ao negócio de
alumínio.

[editar] Minerais não ferrosos

Em 2005 a Vale inaugurou sua atuação na indústria de concentrado de cobre (o


primeiro ano completo de operação da Mina do Sossego) e já conta com 13 clientes,
situados em 11 diferentes países.

Foram iniciadas as obras da usina hidrometalúrgica de Carajás, com capacidade de 10


mil toneladas anuais de cobre catodo. Construída junto à Mina do Sossego, objetiva
testar a tecnologia da rota hidrometalúrgica para o processamento do minério de cobre,
com vistas a processar, no futuro, o minério a ser produzido pelos depósitos do Salobo e
Alemão.

A Vale também atua na recuperação de cobre no Canadá em Sudbury e Voisey's Bay e


no Chile por meio da planta Tres Valles.

A produção de cloreto de potássio, matéria-prima da indústria de fertilizantes, foi de


641 mil toneladas, outro recorde histórico, e suas vendas foram de 640 mil toneladas.

A produção de total caulim, em 2005, foi de 1,218 milhão de toneladas.

[editar] Carvão

A Vale associou-se à Henan Longyu Energy Resources Ltda. (Longyu), empresa


localizada na China e da qual a companhia possui 25% do capital, em associação com
empresas chinesas. [22]

Em 2006, chegou ao terminal de Praia Mole, em Vitória (Espírito Santo), o primeiro


carregamento de carvão antracito, de 40 mil toneladas produzido pela Longyu.
A Vale adquiriu 25% do capital da Shandong Yankuang International Coking Co.,
associação com o Yankuang Group Co. e Itochu Corporation, para a produção de coque
metalúrgico.

Desde 2009 a Vale adquiriu a produção de carvão térmico e passou a exportar ativos da
Colômbia de Cementos Argos S.A. com um acordo de US$305 milhões. [23]

Em 2011 a Vale passou a administrar o depósito de carvão de Moatize, em


Moçambique, onde estima ser possível prodruzir 14 milhões de toneladas de produtos
de carvão metalúrgico, e pesquisa ainda o depósito de carvão subterrâneo Belvedere, em
Queensland, Austrália, com reservas estimadas em 2,7 bilhões de toneladas.

[editar] Serviços de logística

A Vale é a principal fornecedora de serviços de logística no Brasil, sendo responsável


por 68% da movimentação de cargas em ferrovias e 27% da movimentação portuária.

Em 2005 movimentou 10,7 milhões de toneladas de soja em grãos, farelo de soja,


açúcar, fertilizantes e outros produtos.

A Vale foi responsável pela movimentação, incluindo transporte ferroviário e serviços


portuários, de 18% das exportações brasileiras de soja e por 9% da movimentação na
importação de fertilizantes.

A empresa foi a principal empresa no transporte marítimo de carga entre Brasil e


Argentina em 2005.

A Vale investiu 1,8 bilhão de reais em 2005 na sua infra-estrutura de logística, tendo
adquirido 5.414 vagões e 125 locomotivas para utilização no transporte de seus
produtos e de carga geral para clientes na Estrada de Ferro Carajás - EFC, Estrada de
Ferro Vitória a Minas - EFVM e Ferrovia Centro-Atlântica - FCA. Existe também o
TVV - Terminal Marítimo de Vila Velha no Espírito Santo.

Recentemente adquiriu a concessão para exploração da Ferrovia Norte-Sul, que


interliga-se com a Estrada de Ferro Carajás, seguindo em direção ao centro-oeste do
Brasil.

[editar] Reservas
O ICEE-98 - International Conference on Engeneering Education, realizado no Rio de
Janeiro em 1998, calculou que suas reservas de minério de ferro, só em Carajás, sem
contar com outros minérios, podiam durar 400 anos, com extração contínua aos níveis
de então.[24]

Com a extração mantida aos níveis de 2005, o diretor-presidente da Vale, Roger


Agnelli, estima que as reservas de minério de ferro totais da companhia perdurem por
200 anos.

As reservas de ferro de Corumbá durarão 30 anos, e as de manganês, 80 anos.[25]


[editar] Privatização da companhia
A Vale foi privatizada no dia 6 de maio de 1997 - durante o governo de Fernando
Henrique Cardoso - com financiamento subsidiado, disponibilizado aos compradores
pelo BNDES.

A venda do controle acionário da Vale foi concretizada em 6 de maio de 1997 para


consórcio Brasil, liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, de Benjamin
Steinbruch, que adquiriu o controle acionário da Vale por US$ 3.338.178.240 ou cerca
de 3,3 bilhões de dólares, na ocasião.,[26] representando 27% do capital total da empresa,
antes pertencente à União, que representavam 41,73% das ações ordinárias (com direito
a voto) da empresa.[11] As ações preferenciais (sem direito a voto) continuaram em mãos
de acionistas privados.

Esse enorme ganho de lucratividade se deveu, sobretudo, ao grande aumento havido no


preço do minério de ferro - que subiu 123,5% entre 2005 e 2006 [27] - graças ao aumento
da procura mundial, sobretudo pela China - o que permitiu à Vale, a maior detentora de
reservas de minério de ferro do mundo, fazer pesados investimentos e implementar
controles de gestão, tornando-se ainda mais competitiva para atender, assim, às novas
necessidades chinesas e, conseqüentemente, manter sua posição de maior exportadora
de minério de ferro do mundo.

Este ganho refletiu-se em elevação da competitividade da empresa no cenário


internacional.[28] Mas, por outro lado, o valor das ações da Petrobras, não privatizada,
subiu 1200% no período entre maio de 1997 e junho de 2007 (50% a mais que as ações
da Vale, privatizada), seu valor de mercado superou a marca dos cem bilhões de
dólares.[29] A Vale incorporou a INCO canadense, em 2006. Após essa incorporação, o
novo conglomerado empresarial CVRD Inco tornou-se a 31ª maior empresa do mundo,
atingindo um valor de mercado de R$ 298 bilhões, ultrapassando assim a IBM e - por
algumas semanas - até 8 de novembro de 2007, superando a Petrobras em cerca de R$ 8
bilhões [30][31][32].

[editar] Controvérsia

A privatização da Vale S.A. foi controversa por não ter levado em conta o valor
potencial das reservas de ferro em possessão da companhia na época, apenas o valor de
sua infraestrutura. Contudo houve um contexto político, histórico e econômico para que
tal decisão fosse tomada, pois desde os fins da década de 1970, o mundo passou a seguir
a corrente de pensamento econômica neoclássica, e consequentemente o FMI criou um
conjunto de normas, conhecido como o Consenso de Washington, que defendia a
privatização de todas as empresas estatais, indiscriminadamente, como uma fórmula que
deveria acelerar o desenvolvimento econômico mundial. Enquanto, para os economistas
ortodoxos tradicionais, a privatização representa um conceito hegemônico, outras
disciplinas vêem esse fenômeno sob diversos ângulos. Assim, Feigenbaum e Henig
(1994) [33][34] encaram a privatização como sendo um fenomeno fundamentalmente
político - e não econômico, administrativo ou fiscal - que deve ser analisado como tal;
não seria uma reação natural em oposição ao aumento do tamanho do Estado, ou aos
custos relacionados à sua manutenção. A privatização freqüentemente tem objetivos
políticos explicítos, e tem consequências, que redistribuem os custos e benefícios dentre
diferentes grupos numa sociedade.[34]
Muitos defendem as privatizações, por entenderem que não cabe ao Estado exercer
atividades econômicas. Os favoráveis às privatizações citam freqüentes casos de
corrupção, de empreguismo e de ineficiência ocorrida em grande parte das empresas
estatais. Já os contrários à privatização alegam que o Estado brasileiro vendeu para
grupos multinacionais patrimônio público por um valor muito inferior ao real, dando a
esses grupos econômicos privilegiados a oportunidade de realizar lucros extraordinários.

Por outro lado, muitos setores da sociedade alegaram que a privatização da Vale foi
executada de maneira irregular, que a empresa foi vendida sem ter sido corretamente
avaliada, que o Brasil abriu mão de sua soberania sobre reservas do estratégico minério
de ferro - que durariam séculos - e que o assunto não foi democraticamente discutido
com a população - em tese sua proprietária - além de considerarem a privatização, em
si, desnecessária.

Argumentam que se o objetivo das privatizações era evitar as mazelas mais comuns em
algumas empresas estatais, teria sido possível incorporar aos estatutos da Vale cláusulas
determinando que os cargos de Diretoria deveriam ser obrigatoriamente preenchidos por
funcionários de carreira, promovidos por merecimento, como aconteceu, nos anos 1960,
com Eliezer Batista. Métodos modernos de governança corporativa poderiam ter sido
implantados na empresa para evitar quaisquer desvirtuamentos de suas finalidades.
Porém, os defensores da privatização afirmam que esta é uma situação onde se diz que
"o lobo toma conta do galinheiro", ou seja, é uma situação utópica, de dificílima
aplicação, visto que se políticos quiserem usar uma estatal como moeda de troca e
cabide de empregos, será impossível impedir; já numa empresa privada é impossível
ocorrer tal interferência.

Tão polêmica tornou-se sua privatização que o jornalista Elio Gaspari apelidou essa
operação de privataria, criando um neologismo. Supostos desvios de finalidades nas
privatizações não teriam ocorrido só no Brasil, mas no mundo. Joseph E. Stiglitz, ex-
Vice-Presidente Sênior para políticas de desenvolvimento do Banco Mundial, apelidou
esse processo, ocorrido sobretudo nas privatizações dos anos 1990, de briberization
("propinização").[35]

Setores descontentes da sociedade impetraram mais de cem ações populares para tentar
anular a venda da Vale - dentre elas a proposta por um grupo de juristas de São Paulo,
liderados pelo professor Fábio Konder Comparato a quem se juntaram Celso Antônio
Bandeira de Mello, Dalmo de Abreu Dallari, Goffredo da Silva Telles Jr. e Eros Grau.
Estas ações se arrastam na justiça até hoje, com remotas possibilidades de sucesso,
segundo alguns especialistas .[36][37]

Dois bancos internacionais foram chamados pelo governo FHC para fazer a avaliação
da companhia que seria leiloada, sendo um deles a Merrill Lynch. Por uma razão que
até hoje muitos economistas não conseguem entender,[38] os bancos escolhidos por FHC
concordaram em avaliar a Vale apenas pelo critério de fluxo de caixa existente à época,
descontado,[39] não levando em conta o valor potencial de suas reservas de minério de
ferro (que entraram no negócio por valor zero) [27] - e que eram capazes de abastecer o
mundo pelos próximos 400 anos.[24][40] Estes critérios continuam sendo fortemente
questionados e há certos setores da sociedade tentando organizar um plebiscito para
reverter a privatização da Vale, que julgam ter sido feita de uma forma lesiva ao
patrimonio do Brasil.[41]
Após a privatização, a Vale pôde arcar com pesados investimentos, que até o momento
somam a quantia de 16,5 bilhões de dólares, fazendo seu lucro anual subir de cerca de
500 milhões de dólares em 1996 para aproximadamente 12 bilhões de dólares em 2006.
O número de empregos gerados pela companhia também aumentou desde a privatização
- em 1996 eram 13 mil e em 2006 são mais de 41 mil. Atualmente, a União, através do
BNDES Participações, de fundos de previdência de suas estatais e de participação
direta, detêm número expressivo de ações da Vale. Em 2005, a empresa pagou 2 bilhões
de reais de impostos no Brasil, cerca de 800 milhões de dólares ao câmbio da época.[36]
[42]
.

Notas e referências
1. ↑ http://www.vale.com/pt-br/investidores/perfil-vale/fact-sheet/Documents/
factsheetp.pdf
2. ↑ Vale’s FY profit surges to $17,3bn, Q4 earnings quadruple
3. ↑ http://saladeimprensa.vale.com/pt/release/interna.asp?id=20302
4. ↑ http://www.vale.com/pt-br/investidores/acoes-e-titulos-da-divida/listagem-em-bolsa-
de-valores/paginas/default.aspx
5. ↑ Bradespar: Valepar
6. ↑ Gestão e fiscalização da Previ, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do
Brasil, site oficial
7. ↑ PORTAL, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, site oficial
8. ↑ http://www.vale.com/pt-br/o-que-fazemos/logistica/paginas/default.aspx
9. ↑ http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u111871.shtml
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42. ↑ Cia. VALE do Rio Doce. Fact Sheet.

[editar] Ver também


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 Siderúrgica
 Minério de ferro
 Privatização
 Itabira Iron Ore Co.

[editar] Ligações externas


 Página oficial da Vale

[editar] Bibliografia
 ANDERSON, Benedict R.O’G. Nação e consciência nacional. São Paulo:
Ática, 1989.
 Companhia Vale do Rio Doce. Companhia Vale do Rio Doce: 50 anos de
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 HOBSBAWM, E.J. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e
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 MANTEGA, Guido. A economia política brasileira. 7. Ed. – Rio de Janeiro:
Vozes, 1992.
 GELLNER, Ernest. Nacionalismo e democracia

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