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Repertório para Produção Textual serão transmitidos durante a reunião.

“A Anvisa
lamenta eventuais transtornos causados e reforça
da Letrus absoluto compromisso com a transparência e a
segurança da informação”.

Desde 2009, uma resolução da agência proíbe a


Tema: Os perigos do cigarro eletrônico para fabricação, a comercialização, a importação e a
jovens e adultos propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar,
popularmente conhecidos como vape. No ano
Subtemas de pesquisa: Contexto passado, a diretoria colegiada aprovou, por
histórico do cigarro, dados das consequências unanimidade, relatório técnico que indicava a
do cigarro e do fumo, surgimento e contexto necessidade de se manter a proibição dos
histórico do cigarro, surgimento e contexto do dispositivos e a adoção de medidas adicionais para
cigarro eletrônico, enumerar ao mínimo 3 coibir o comércio irregular, como ações de
fiscalização e campanhas educativas.
agentes para solucionar o problema
(educação, mídia e órgão do governo federal). Entenda

Pesquisa: Os dispositivos eletrônicos para fumar são também


conhecidos como cigarros eletrônicos, vape, pod,
“Há pelo menos dez mil anos antes de Cristo, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn
índios da América Central já utilizavam o (tabaco aquecido). Embora a comercialização no
tabaco em forma de cigarro em rituais Brasil seja proibida, eles podem ser encontrados
religiosos. Já em nosso país, relatos mais em diversos estabelecimentos comerciais e o
antigos apontam que, em 1556, o capelão da consumo, sobretudo entre os jovens, tem
aumentado.
primeira expedição francesa ao nosso país
observou esta prática entre os tupinambás.” Desde 2003, quando foram criados, os
equipamentos passaram por diversas mudanças:
• https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/ produtos descartáveis ou de uso único; produtos
noticia/2024-04/anvisa-adia-para-sexta- recarregáveis com refis líquidos (que contém, em
debate-sobre-cigarro-eletronico: sua maioria, propileno glicol, glicerina, nicotina e
flavorizantes), em sistema aberto ou fechado;
“Anvisa adia para sexta debate sobre cigarro
produtos de tabaco aquecido, que possuem
eletrônico
dispositivo eletrônico onde se acopla um refil com
Reunião estava prevista para esta quarta-feira tabaco; sistema pods, que contém sais de nicotina
e outras substâncias diluídas em líquido e se
assemelham a pen drives, dentre outros.
Publicado em 17/04/2024 - 08:51 Por Paula
Consulta pública
Laboissière – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Em dezembro, a Anvisa abriu consulta pública para
A diretoria colegiada da Agência Nacional de
que interessados pudessem participar do debate
Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou para a próxima
sobre a situação de dispositivos eletrônicos para
sexta-feira (19) o debate sobre a regulamentação
fumar no Brasil, “com argumentos científicos e
de cigarros eletrônicos no Brasil. A reunião estava
relatos relevantes relacionados ao tema”. A
prevista para esta quarta-feira (17), mas foi adiada
proposta de resolução colocada em discussão pela
por conta de problemas técnicos e operacionais
agência foi a de manutenção da proibição já
identificados no canal oficial de transmissão da
existente. A consulta pública foi encerrada em
agência no YouTube e que, até as 18h do dia
fevereiro. Pouco antes do prazo ser encerrado, a
anterior, não haviam sido sanados.
Anvisa havia recebido 7.677 contribuições sobre o
Com o adiamento, o prazo para envio de vídeos tema.
com as manifestações orais por parte de pessoas
Perigo à saúde
interessadas foi estendido até as 18h desta quinta-
feira (18). Todos os vídeos encaminhados nos Com aroma e sabor agradáveis, os cigarros
termos da pauta publicada, segundo a Anvisa, eletrônicos chegaram ao mercado com a promessa
de serem menos agressivos que o cigarro comum. a 3ª série do ensino médio das redes pública e
Entretanto, a Associação Médica Brasileira (AMB) privada.
alerta que a maioria absoluta dos vapes contém
nicotina – droga psicoativa responsável pela
dependência e que, ao ser inalada, chega ao
cérebro entre sete e 19 segundos, liberando
substâncias químicas que trazem sensação
imediata de prazer. Controle do tabaco
De acordo com a entidade, nos cigarros O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua
eletrônicos, a nicotina se apresenta sob a forma política de controle do tabaco. Em julho de 2019,
líquida, com forte poder aditivo, ao lado de tornou-se o segundo país a implementar
solventes (propilenoglicol ou glicerol), água, integralmente todas as medidas previstas pela
flavorizantes (cerca de 16 mil tipos), aromatizantes Organização Mundial de Saúde (OMS) no intuito de
e substâncias destinadas a produzir um vapor mais reduzir o consumo do tabaco e proteger as pessoas
suave, para facilitar a tragada e a absorção pelo das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).”
trato respiratório. “Foram identificadas, centenas
de substâncias nos aerossóis, sendo muitas delas • https://jornal.unesp.br/2023/05/04/populari
tóxicas e cancerígenas.” dade-de-cigarro-eletronico-entre-jovens-
preocupa-estudiosos-que-temem-danos-a-
Ainda segundo a AMB, o uso de cigarro eletrônico saude-bucal-e-novo-estimulo-a-
foi associado como fator independente para asma, dependencia-de-
além de aumentar a rigidez arterial em voluntários nicotina/#:~:text=Da%C3%AD%20o%20no
saudáveis, sendo um risco para infarto agudo do me%20vape.,a%20gradualmente%20aban
miocárdio, da mesma forma que os cigarros donarem%20o%20v%C3%ADcio:
tradicionais. Em estudos de laboratório, o cigarro
eletrônico se mostrou carcinógeno para pulmão e “Popularidade de cigarro eletrônico entre
bexiga. jovens preocupa estudiosos, que temem danos
Surto de doença pulmonar à saúde bucal e novo estímulo à dependência de
nicotina
Entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, foi Docente da Unesp que colabora em pesquisa
registrado um surto de doença pulmonar em internacional sobre o tema alerta para
usuários de cigarros eletrônicos. Apenas nos problemas que podem acometer o fumante do
Estados Unidos, foram notificados quase 3 mil futuro. Embora proibidos no Brasil, dispositivos
casos e 68 mortes confirmadas. são usados livremente e estão conquistando
público na faixa entre 18 e 24 anos.
Congresso Nacional

Além do debate no âmbito da Anvisa, tramita no Em 2019, a sétima edição do relatório da


Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, Organização Mundial da Saúde sobre a Epidemia
de autoria da senadora Soraya Thronicke, que Mundial do Tabaco destacou Brasil e Turquia como
permite a produção, importação, exportação e o os únicos países a alcançarem sucesso nas ações
consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil. que implementaram para combater o tabagismo,
uma doença crônica causada pela dependência do
Jovens
consumo de nicotina, substância presente no
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do tabaco. Iniciativas como a criação de espaços livres
Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro da fumaça do cigarro, a restrição da publicidade e
de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 22,6% a oferta de tratamentos para largar o cigarro por
dos estudantes de 13 a 17 anos no país disseram meio do sistema público de saúde resultaram em
já ter experimentado cigarro pelo menos uma vez uma queda no número de fumantes da ordem de
na vida, enquanto 26,9% já experimentaram 40%. Na comparação com o ano de 2006, o total de
narguilé e 16,8%, o cigarro eletrônico. fumantes do país passou de 15,7% para 9,3% da
população, segundo dados do Ministério da Saúde.
O estudo ouviu adolescentes de 13 a 17 anos que Porém, os dados positivos e os elogios vindos da
frequentavam do 7º ano do ensino fundamental até principal agência global para a saúde tratam de
uma história que já se desenrolou. Quando novas ações para coibição do comércio irregular
analisam o futuro, os especialistas no combate ao desses produtos, tais como o aumento das ações
fumo alertam para o surgimento de novas formas de fiscalização e a realização de campanhas
do consumo da nicotina. Nelas, o cigarro educativas.
convencional e a fumaça saem de cena e dão lugar Entre os argumentos que embasaram a decisão, a
a dispositivos eletrônicos de design atraente, Agência afirma que a redução da emissão de
discretos e com alto apelo entre os jovens. Não à substâncias por parte dos cigarros eletrônicos não
toa, em 2021, na oitava edição do mesmo relatório, significa redução de risco ou de dano à saúde, e
a OMS abordou pela primeira vez os dispositivos que os DEFs causam dependência por conta da
eletrônicos de fumar, ou DEFs, e apontaram falhas presença de nicotina nos líquidos que abastecem
na abordagem e na regulamentação desses os dispositivos. Além disso, a agência acusa esses
dispositivos pelos diversos países. produtos de serem ineficientes para o tratamento
O termo DEFs é um nome técnico para designar do tabagismo, de atuarem como porta de entrada
uma gama de produtos comumente conhecidos dos jovens ao vício e de proporcionarem aos
como vaporizadores, ou simplesmente vapes. usuários uma percepção incorreta dos riscos em
Embora existam algumas diferenças entre eles, seu que estão se inserindo, uma vez que não se
funcionamento em geral envolve a liberação de um enxergam como fumantes e se sentem atraídos
aerossol a partir do aquecimento de um líquido que pelos aditivos adocicados.
contém nicotina, solventes, aromatizantes e outras “Com o uso do vape e dos demais sistemas
substâncias químicas. Dessa forma, substitui-se a eletrônicos de liberação de nicotina, a comunidade
fumaça pelo que os usuários chamam de vapor. Daí científica tem preferido usar o termo nicotismo ao
o nome vape. invés do tabagismo”, explica Janete Dias Almeida,
A primeira versão do cigarro eletrônico foi criada dentista e professora do Instituto de Ciência e
pelo farmacêutico chinês Hon Lik, 20 anos atrás, Tecnologia da Unesp, campus de São José dos
como uma estratégia para auxiliar usuários do Campos, que há mais de duas décadas desenvolve
cigarro convencional a gradualmente pesquisas relacionadas ao tabagismo, cessação
abandonarem o vício. Ao longo dos anos, a ideia de tabágica e câncer bucal. Em 2021, Almeida foi uma
que o usuário se beneficiaria da ausência das das autoras de um artigo publicado na revista
substâncias tóxicas produzidas pela queima do científica Oral Surgery, Oral Medicine, Oral
tabaco e seria capaz de abandonar o fumo usando Pathology and Oral Radiology que apontou que o
doses controladas de nicotina caiu por terra. uso dos dispositivos eletrônicos pode causar danos
Conforme os pesquisadores passaram a investigar à células da mucosa bucal semelhantes aos do
os dispositivos e suas consequências para a saúde cigarro convencional.
humana. Ao mesmo tempo, o consumo de cigarros
eletrônicos cresceu, se tornando um mercado de Uso de vapes causa alterações celulares
bilhões de dólares que tem jovens e novos O estudo, que contou com apoio da Fapesp,
consumidores no centro das suas campanhas de analisou células da mucosa bucal de mais de 90
publicidade e ações comerciais. participantes entre fumantes de cigarro
convencional, fumantes de cigarro eletrônico, ex-
No Brasil, proibidos mas populares fumantes e não fumantes. Os exames detectaram
No Brasil, esses dispositivos têm sua alterações significativas nas células dos dois
comercialização, importação e propaganda primeiros grupos. “Em nossos estudos na linha da
proibidas pela Anvisa desde 2009. Posteriormente, carcinogênese, trabalhamos com indivíduos sem
o tema foi incluído para discussão na Agenda qualquer lesão na boca e procuramos entender em
Regulatória 2021-2023, no intuito de avaliar os que momento a célula começa a se alterar”, diz
efeitos da medida e propor, caso necessário, outras Almeida. Nos próximos meses, a professora da
mudanças. A agenda promoveu a realização de Unesp deve ir à Espanha para participar de outra
painéis de discussão, consultas dirigidas aos etapa das pesquisas, na qual ocorrerá a avaliação
setores impactados pela regulação e audiências da saliva de usuários de cigarros eletrônicos. “Um
públicas com especialistas. Em julho de 2022, a ponto importante do nosso trabalho é mostrar que
diretoria do órgão aprovou um relatório técnico o tabagismo, ou nicotismo, é uma doença evitável.
produzido a partir dessas discussões em que Se a pessoa não começa a usar a substância, não
manteve a decisão anterior de proibição, sugerindo vai desenvolver dependência. Nossa abordagem
em relação ao cigarro eletrônico é continuar nessa normais, a viscosidade estava muito alta, com o fio
linha de dependência de nicotina, e estudar esses alcançando até 4 cm de comprimento, em virtude
novos sistemas de liberação para entender o que da alta quantidade de açúcar presente. Os dados
nos espera no futuro.” foram submetidos para publicação e devem ser
Os líquidos, ou juices, presentes nos cigarros apresentados também em um evento na Espanha,
eletrônicos são um ponto de especial atenção dos no próximo mês.
especialistas. Além de muitos deles apresentarem “A questão dos aditivos nos preocupa porque eles
uma elevada concentração de nicotina, como adicionam um apelo enorme ao consumo, uma vez
mencionado no relatório da Anvisa, o líquido que permitem ao usuário escolher o sabor mais
contém uma série de substâncias tóxicas cujo agradável para provar. E como o líquido é proibido
efeito sobre o organismo ainda está sendo objeto no Brasil, não existe uma fiscalização quanto ao seu
de estudo por parte dos pesquisadores. Em 2019, conteúdo. Ainda assim, esses produtos são
por exemplo, os Estados Unidos registraram bastante contrabandeados e muito fáceis de
dezenas de mortes e milhares de hospitalizações adquirir pelas redes sociais”, lamenta Almeida.
entre pessoas jovens decorrentes de uma doença
batizada de EVALI (sigla em inglês para lesão
pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico),
que foi posteriormente associada a substâncias O fumante do futuro
presentes nos líquidos dos vapes. O surto motivou Os riscos à saúde bucal representados pelos
o CDC (Centros de Controle e Prevenção de vaporizadores identificados pelo grupo de pesquisa
Doenças dos EUA) a criar uma página especial liderado pela docente, que incluem alterações nas
sobre o tema em que disponibiliza evidências e células da mucosa bucal e o desenvolvimento de
orientações sobre a doença. diabetes, cáries e outras doenças periodontais, em
Outra preocupação diz respeito à quantidade de virtude da grande quantidade de açúcar, além do
açúcar presente nos líquidos que abastecem os potencial da presença de nicotina para promover
cigarros eletrônicos. Disponíveis em aromas que dependência, motivaram a publicação de uma carta
vão desde a imitação de frutas, como abacaxi ou no ano passado na revista Human and
melancia, até produtos industrializados e de apelo Experimental Toxicology, que chama a atenção
infantil, como Coca-Cola e chiclete Bubbaloo, para a atuação dos dentistas diante do que os
esses líquidos podem causar cárie e doenças autores chamam de “fumante do futuro”.
periodontais. É sabido na comunidade científica e O documento, que tem a docente do Departamento
entre os dentistas que o surgimento da cárie tem de Biociências e Diagnóstico Bucal do Instituto de
mais relação com a frequência com que se Ciência e Tecnologia da Unesp, entre seus autores,
consome o açúcar que com a sua quantidade. argumenta que há uma mudança do perfil do
Neste sentido, o uso repetidas vezes ao longo do fumante, que principalmente na faixa etária mais
dia do cigarro eletrônico contendo um líquido jovem vem deixando de lado o cigarro
açucarado pode ser um fator determinante para o convencional para aderir aos vaporizadores e
desenvolvimento da cárie. demais DEFs. Neste sentido, os dentistas devem
O grupo de pesquisadores liderados pela estar cientes dessa tendência, por exemplo,
professora Almeida apresentou recentemente, no considerando esses dispositivos durante a
Congresso Brasileiro de Estomatologia e Patologia anamnese, em especial entre pacientes mais
Bucal, um trabalho que analisou o conteúdo dos jovens ou que estão no processo de largar o
líquidos antes e depois da queima, e também a cigarro. “Temos chamado a atenção dos nossos
saliva de um paciente ex-fumante usuário de vapes alunos de odontologia para que os pacientes sejam
há quatro anos. O estudo apontou a alta quantidade rotineiramente questionados acerca de seus
de glicerol e outros açúcares nos juices, bem como hábitos de consumo de cigarro eletrônico na sua
a presença de formol após a queima, uma história médica odontológica”.
substância apontada pela IARC (Agência A percepção de que existe uma mudança nas
Internacional de Pesquisa em Câncer) como preferências e no perfil dos fumantes no Brasil e no
pertencente ao grupo 1, o que indica ser exterior vem se confirmando em pesquisas
comprovadamente cancerígena para seres recentes. No caso brasileiro, os levantamentos têm
humanos. Em relação à saliva, embora a sialometria apontado um crescimento no uso de vaporizadores
(ou seja, a produção salivar) e o pH estivessem e demais dispositivos eletrônicos, mesmo com a
proibição da sua comercialização, e em especial dos homens já fumaram por meio destes novos
entre consumidores de perfil jovem e escolarizado. dispositivos, enquanto entre as mulheres esse
percentual ficava pouco abaixo de 5%.
A penetração dos vapes entre as novas gerações
chamou a atenção das grandes empresas do
“antigo” cigarro. Não à toa, nos últimos anos,
muitas delas vêm se movimentando para a
aquisição de empresas e marcas de sucesso dos
DEFs. O maior deles talvez tenha sido a aquisição
de parte da start-up Jull Labs, uma das mais
conhecidas fabricantes de cigarros eletrônicos dos
EUA, pela gigante Philip Morris, por mais de US$
12 bilhões. “O que os especialistas têm discutido é
que os DEFs são uma nova roupagem dessa
indústria voltada para angariar jovens e novos
fumantes”, afirma Almeida. Nesta estratégia, as
redes sociais exercem um papel fundamental como
a principal plataforma para exposição de
publicidade e comercialização dos produtos.
“O fato de que os cigarros eletrônicos estão
sendo consumidos por pessoas mais jovens, e
não necessariamente por indivíduos com idade
suficiente para buscarem cessar o hábito de
fumar, nos preocupa bastante, e sinaliza um
futuro que pode ser assustador”, alerta a
docente. “E tudo isso ocorre embora o seu uso
seja proibido pela Anvisa”, diz.”
Um trabalho publicado no início deste ano pela
Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ouviu, por
telefone, quase 10 mil pessoas de todas as regiões
do Brasil em um inquérito que procurou estimar, • https://www.metropoles.com/saude/col
além do consumo de cigarros convencionais, a apso-do-pulmao-por-uso-de-vape
experimentação e o uso também dos cigarros “Jovem tem colapso do pulmão por uso de vape:
eletrônicos. O levantamento apontou uma forte “Não vou passar dos 40”
tendência de uso entre jovens e jovens adultos: na Karlee Ozkurt começou a usar vape quando
faixa etária entre 18 e 24 anos, quase 20% tinha apenas 15 anos e fumou até os 20. Ela teve
afirmaram já ter usado dispositivos eletrônicos, de passar por uma cirurgia de emergência
enquanto na faixa entre 25 e 34 anos foram cerca Uma jovem de 22 anos sofreu um colapso
de 10% dos entrevistados. Acima dos 35 anos, permanente dos pulmões por conta do uso de
apenas 3% já fizeram uso de algum DEF, e somente vape. Karlee Ozkurt começou a fumar aos 15
1,6% no grupo acima de 60 anos. anos e seguiu com o hábito até os 20 anos.
O artigo, publicado no início deste ano no Jornal Nesse período, se tornou dependente do cigarro
eletrônico.
Brasileiro de Pneumologia, aponta também que a
“popularidade” dos vapes tende a acompanhar a
Vape desde os 15
escolaridade do usuário. Entre pessoas que
Karlee ganhou seu primeiro cigarro eletrônico de
possuem de 9 a 11 anos de escolarização, mais de amigas no colégio e, rapidamente, se tornou
11% já experimentaram a modalidade. Entre dependente. “Achava que usar cigarro eletrônico
aqueles com mais de 12 anos escolarização, o era coisa de gente divertida. Não percebi que era
percentual dos que afirmaram usar o cigarro estúpido até que fosse tarde demais”, disse ela, em
eletrônico foi de 8,4%. Já entre os entrevistados entrevista ao Daily Mail.
com até 8 anos de estudo, o percentual de usuários “Os danos que causei ao meu pulmão parecem ser
foi apenas de 5%. Quando aplicado um recorte de irreparáveis. Posso morrer aos 40 ou 50 anos e
gênero nas análises, constatou-se que mais de 10%
tudo por causa de um hábito que minhas colegas “Em 2003, o farmacêutico chinês Hon Lik
me incentivavam a ter”, lamentou. desenvolveu um novo tipo de cigarro eletrônico,
Play Video que foi introduzido no mercado chinês em 2004
A primeira vez que os pulmões dela colapsaram foi como um dispositivo para entregar nicotina em
em 2021, dois anos após começar a fumar. Ela aerossol, com potencial para a cessação do
ficou três meses sem fumar após o susto inicial, tabagismo ou como um cigarro alternativo.”
mas depois retomou o hábito. No final de 2022, teve
outro diagnóstico de colapso pulmonar, o que a Soluções: Campanha e projetos
obrigou a fazer uma cirurgia de emergência.
governamentais (proerd), legislação rígida
O que é um colapso pulmonar? perante a venda e fabricação do cigarro,
O colapso pulmonar, ou atelectasia, ocorre quando pressão social e propagandas para diminuir o
o tecido do pulmão perde volume e se contrai. Ele desejo de consumo.
pode ser assintomático ou gerar dores fortes, como
ocorreu no segundo diagnóstico de Karlee. A
condição também provoca uma intensa dificuldade
de respirar. Título para o artigo: Cigarro eletrônico,
Pessoas com este quadro têm mais facilidade de estilo ou questão de saúde pública?
desenvolver pneumonia e tosse crônica e, se não
tratadas, podem desenvolver um enfisema O tabagismo por si mesmo carrega um legado
pulmonar ou uma doença pulmonar obstrutiva de estilo e postura social própria. Desde a
crônica (DPOC). época das antigas civilizações latinas, cuja
função era de fortalecer os guerreiros e fazer
O alerta de Karlee
Após o segundo colapso pulmonar, Karlee parte de rituais religiosos. Contudo, junto dos
conseguiu parar de fumar de forma definitiva. Ela avanços tecnológicos e a indústria de
ainda usa diariamente comprimidos para lidar com marketing, o fumo foi atualizando-se a par de
a dependência em nicotina e faz fisioterapia para ser “acessível”. Consequentemente caiu nas
recuperar a capacidade respiratória. mãos dos jovens e adultos, que desejavam
“Aconselho as pessoas a não começarem a fumar
alcançar uma postura social almejada. Porém,
este tipo de dispositivo e, se estão fumando, que
parem imediatamente enquanto ainda é tempo”, pouco se fala sobre os perigos e
conclui. consequências do uso do cigarro. Neste caso,
“O fumo causa cerca de 50 doenças dos cigarros eletrônicos.
diferentes, como por exemplo: Doenças
cardiovasculares tais como: a hipertensão, o
infarto, a angina, e o derrame. Câncer de
pulmão, de boca, laringe, esôfago, estômago,
pâncreas, rim e bexiga. Doenças respiratórias
obstrutivas como a bronquite crônica e o
enfisema pulmonar.”

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