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Lider Anca
Lider Anca
LIDERANÇA
Publicado por: SÉRIE CADERNOS DE ATUALIZAÇÃO TÉCNICA DA
EXCELÊNCIA 4ª EDIÇÃO
Francisco Paulo Uras
4ª EDIÇÃO – REVISADA E
AMPLIADA COLABORAÇÃO
Caterine J. Berganton
DIREÇÃO EXECUTIVA FNQ Douglas H. Coppa
Av. das Nações Unidas, 11.857 Ricardo Corrêa Martins Mariana N. Assis
Carlos Eduardo Assmann Regina Ap. de M. Aguiar
6° andar – Brooklin Novo
04578-000 – São Paulo – SP – Brasil Hermann Ponte PRODUÇÃO GRÁFICA E
Tel.: 55 11 5509-7700 SUPERINTENDÊNCIA FNQ CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
Fax: 55 11 5509-7730 Jairo Martins da Silva Inah de Paula Comunicações
Site: www.fnq.org.br
REDAÇÃO DA 1ª EDIÇÃO
COORDENAÇÃO
Paulo Sergio Duarte de Almeida
Valladares
EQUIPE
Caio Márcio Becker Soares
Carlos Amadeu Schauff
Cesarino Carvalho Júnior
Francisco Paulo Uras
Joaquim Emanuel Santini
Jorge Emanuel Reis Cajazeira
Mauro Sergio Sguerra Paganotti
Odair Mesquita Quintella
Ricardo Motta
Rodolfo Cardoso
Ronaldo Darwich Camilo
© Direitos Reservados
Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento,
por escrito, da FNQ.
Esta publicação compõe a série Cadernos de Excelência, que tem por fina-
lidade disseminar o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) da Fundação
Nacional da Qualidade (FNQ). Destina-se a apresentar práticas, esclarecer
as dúvidas sobre o MEG e satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus
conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa ferramenta para quem
pretende aprimorar a gestão de sua organização, preparar uma candidatura
ao Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) ou aperfeiçoar-se como membro da
Banca Examinadora do PNQ.
APRESENTAÇÃO 3
INTRODUÇÃO 5
O CRITÉRIO LIDERANÇA 6
GOVERNANÇA CORPORATIVA 7
EXERCÍCIO DA LIDERANÇA E PROMOÇÃO DA CULTURA DA EXCELÊNCIA 19
ANÁLISE DO DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49
As grandes mudanças que estão ocorrendo nos merca- ver a competência do líder nessa área é requisito funda-
dos, no perfil dos clientes, nas demandas da sociedade e mental para a governança da organização.
na tecnologia, têm exigido alto desempenho das organi-
O exercício da liderança pressupõe que os líderes na
zações. Para que uma organização possa ter sucesso em
Direção sirvam de exemplo para todos, a partir de seu
sua missão, é essencial que as pessoas que a integram se
comportamento ético e transparente, de suas habilida-
envolvam e se comprometam com a busca da excelên-
des de planejamento, comunicação e análise. Isso é que
cia da gestão. O estímulo a esse comportamento exige
revela a cultura, a necessidade de mudanças culturais e
dos representantes da instituição ou da propriedade,
estimula as pessoas a buscarem a excelência. A organi-
das pessoas com direitos sobre a organização e dos zação voltada para a excelência busca o engajamento
dirigentes responsáveis pelo desempenho, uma série de de todos os líderes, para que eles possam sensibilizar
práticas para inspirar, criar ambiente favorável e conver- todos os demais colaboradores da organização.
gir esforços. Isso implica em validar orientações, lideran-
do as ações necessárias a excelência do desempenho. As ações dos líderes devem conduzir ao estabeleci-
mento e manutenção de relações com todas as partes
A liderança deve ser entendida como um conjunto de interessadas, de forma a obter também o comprome-
práticas e ações em todos os níveis da organização. timento necessário para concretizar a visão da organi-
Considera aspectos relativos à governança que promove zação, atuando como parte de uma rede no mercado
a responsabilidade corporativa e a forma de atuação da e na sociedade. Estabelecer um sistema de governança
Direção1. A liderança baseia-se em valores e princípios, e considerando um processo para levantamento e ma-
leva à mobilização da força de trabalho, não se restrin- peamento de riscos, tomada de decisões e promover
gindo somente na manifestação exclusiva e pessoal de a análise do desempenho estratégico e operacional da
um único executivo de escalão superior. organização por meio de processos estruturados que in-
dicam os resultados alcançados, são ações fundamentais
A liderança que é exercida em nível da governança
da liderança. A liderança esclarecida é responsável pela
deve promover o tratamento igualitário e justo entre os
trajetória sustentável e de progresso da organização,
detentores de participação, pautar-se por propor e pra-
alavancando os resultados e compensações, por mini-
ticar a ética e a transparência. Ela deve estar atenta aos
mizar a probabilidade de eventos adversos aos objetivos
riscos, buscando minimizar a probabilidade de eventos
da organização, protegendo os interesses de todas as
adversos aos objetivos dos projetos da organização,
partes interessadas.
ampliando-se, assim, as chances de sucesso. Desenvol-
Esse Critério está organizado em três temas principais. O primeiro, referente à Gover-
nança corporativa, aborda a atuação dos sócios detentores da propriedade, conse-
lheiros, representantes de partes interessadas, comunidades, poder público e demais
líderes para aprimorar o nível de confiança entre as partes interessadas, em condições
de impactar favoravelmente o valor, a sustentabilidade financeira, social e ambiental
e a imagem da organização. Considera a implementação de controles sobre a Direção
a geração de valores e princípios agregadores, as regras de conduta e tratamento das
questões éticas para os integrantes de sua administração, assim como gestão de ris-
cos, o processo decisório e de comunicação ampla, e as formas de prestação de contas
das ações e resultados. O segundo, referente ao Exercício da liderança e promoção
da cultura de excelência, aborda a forma de exercício da liderança, a interação da
Direção com as partes interessadas. Aborda ainda as mudanças culturais, a diversi-
dade de ideias necessárias à busca da excelência, baseada no conjunto de valores e
princípios compartilhados entre a Direção e a força de trabalho, em coerência com as
propostas da governança corporativa. Esses valores e princípios, entendidos em toda
a organização, são utilizados pela Direção como guia e inspiração na consecução das
estratégias (ver Caderno Estratégias e Planos), implementação dos processos e práti-
cas de gestão, definindo padrões de trabalho e assegurando o seu cumprimento por
meio de mecanismos de controle estruturados. Trata dos elementos necessários ao
desenvolvimento da liderança e da preparação dos líderes como também das formas
do aprendizado da organização, inclusive a investigação de boas práticas de organiza-
ções de referência e do desenvolvimento da inovação. O terceiro, referente à Análise
do desempenho da organização, aborda como os líderes analisam o desempenho
estratégico e operacional da organização, incluindo a avaliação do atendimento aos
principais requisitos das partes interessadas. É tratada também a definição dos princi-
pais indicadores a serem comparados, bem como os critérios para definir a pertinência
dos referenciais comparativos a serem utilizados para a avaliação do nível de competi-
tividade da organização.
Este tema trata da implementação da governança corpora- em todos os níveis da organização, além da comunicação
tiva, ressaltando os aspectos relativos à transparência, à equi- de fatos relevantes também em seu ambiente externo.
dade, à prestação de contas e à responsabilidade corporativa. Essas decisões, normalmente, são tomadas por meio de
Aborda o estabelecimento de valores e princípios, de regras um conjunto de reuniões estruturadas, com finalidades e
de conduta e tratamento das questões éticas. Trata, também, frequências próprias, que contam com a participação dos
do gerenciamento dos riscos empresariais, a forma como as empreendedores envolvidos com a propriedade, com re-
decisões são tomadas e a realização da comunicação de fatos presentantes de partes interessadas e com a administração.
relevantes à sociedade e demais partes interessadas.
Para refinar a sua estrutura de governança, a Promon im-
Para obter sucesso, as organizações estabelecem arran- plantou, em 2007, um conselho de administração composto
jos institucionais que regem as relações entre acionistas por membros eleitos pelos acionistas, por voto direto e
(ou outros grupos) e suas administrações nomeadas secreto, para um mandato de três anos. O conselho se reúne
que constituem a sua Direção. Esses arranjos permitem mensalmente e tem a atribuição de definir os objetivos, a
melhores condições de sustentação da organização, política e a orientação geral dos negócios da companhia e de
entendimento das demandas do negócio e atuação de sua gestão, além de aprovar o orçamento anual da empresa,
forma competitiva e responsável, para alcance de seus dentre outras.
objetivos e metas. A governança corporativa define, as-
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC),
sim, condições para empreendedores líderes exercerem o
organização dedicada a promover a governança corporativa
direcionamento e controle sobre a organização, de modo
no Brasil, descreve em seu Código das Melhores Práticas de
a possibilitar uma alavancagem dos negócios.
Governança Corporativa o conceito e os princípios básicos de
A governança corporativa trata também de como as prin- uma boa governança (quadro 1), ou seja, transparência, equi-
cipais decisões são tomadas, comunicadas e conduzidas dade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo
os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de
Governança Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de
preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para sua longevidade.
3 COLLINS, James C.; PORRAS, Jerry I. Feitas para Durar. Alguns exemplos de valores e princípios organizacionais estão descritos nos
Editora Rocco. quadros 3, 4 e 5.
Como principal mecanismo de controle dos padrões éticos, a Suzano utiliza um sistema de ouvidoria interna e
externa, por sua vez controlado pelo Comitê de Conduta do Grupo Suzano (de forma inovadora, formado por uma
equipe de ouvidores). Também se obriga a cumprir e reportar, anualmente, a evolução das suas práticas de susten-
tabilidade em diversos relatórios, o que inclui o gerenciamento das questões éticas.
Para tratar dos assuntos relativos à ética foram nomeados colaboradores em cada uma das localidades para
desempenhar a função de ouvidores internos, que, juntamente com a ouvidoria externa, são responsáveis por
receber e encaminhar ao SubCom Gestor da Ética (ver 1.1e) as eventuais questões relacionadas ao Código de
Conduta. A atividade de ouvidoria externa é desempenhada por uma consultoria especializada independente, que
disponibiliza um canal de atendimento pelo telefone 08000 555 100, garantindo o anonimato das pessoas que
a contatarem, se assim for solicitado. O SubCom citado atua de forma preventiva e educativa, sendo responsável
pelo recebimento de demandas e esclarecimento de dúvidas, orientações gerais e atualizações, conforme o fluxo
de encaminhamento das questões éticas, bem como pelo controle do funcionamento do sistema de ouvidoria.
Adicionalmente, em 2004 foram criadas comissões de ética nas diversas unidades, compostas por elementos da lide-
rança e do chão de fábrica, para apoiar essas atividades.
O Código de Conduta do IBOPE foi desenvolvido pela área de informação e documentação do IBOPE em conjunto com
a diretoria de recursos humanos. Inicialmente foi realizado um benchmarking para conhecer o trabalho de outras empre-
sas. Após a seleção e elaboração do conteúdo, a alta direção teve o papel de avaliá-lo e aprová-lo. O Código foi lançado
em abril de 2009 em um evento interno específico. A diretoria de recursos humanos realizou diversas apresentações em
um único dia para que todos os colaboradores tivessem oportunidade de participar do lançamento. A apresentação foi
gravada e depois encaminhada para as filiais em DVD. A gestão do Código de Conduta é feita pela diretoria executiva de
organização e recursos humanos. As ocorrências de violações ao Código, assim como as perguntas, dúvidas e sugestões,
devem ser encaminhadas para o Canal Aberto (meio de comunicação interno), aos gestores ou à diretoria de recursos
humanos. As violações aos princípios e normas serão analisadas e encaminhadas sob sigilo absoluto.
RISCOS EMPRESARIAIS
É essencial a implantação de mecanismos para identificar, classificar, analisar e
tratar os riscos empresariais mais significativos que possam afetar a imagem e
a capacidade da organização de alcançar os seus objetivos. A gestão de riscos
é considerada um importante elemento da governança corporativa, portanto,
colabora para a proteção dos interesses das partes interessadas.
I
M Compartilhar Mitigar e Controlar
P
A
C Risco Baixo Risco Médio
T
O
Aceitar Controlar
Na avaliação dos riscos, recomenda-se a classificação dos mesmos de acordo com o grau
de impacto e o grau de probabilidade de ocorrência. Esses graus podem ser classificados,
por exemplo, em alto, médio e baixo, ou por qualquer outra escala que exprima a critici-
dade do impacto e a chance de ocorrência do evento de risco. Preferencialmente, esses
graus devem estar associados a uma escala numérica como, por exemplo, um impacto de
perdas significativas de receitas estaria associado a um nível de mais de 40% ou uma pro-
babilidade alta de ocorrência estaria associada a um nível de mais de uma vez por semana.
O risco pode ser encontrado nas organizações por meio de várias derivações em fun-
ção do sentido de avaliação, por exemplo, risco de saúde e segurança, risco ambiental,
risco financeiro, risco legal, risco empresarial, risco do negócio, risco tecnológico, risco
operacional, risco externo, risco interno, dentre outros. O IBGC apresenta como exem-
plo a seguinte categorização de riscos (quadro 9):
Social
Origem dos eventos
Tecnológico
Legal
Financeiro
Ambiental
Externo
Social
NOTA Tecnológico
Uma pesquisa realizada com 269 executivos de empresas globais revelou os riscos que
mais desafiam os negócios. Esses riscos estão apresentados no quadro 10.
Reputação
1
Ameaças à imagem de produtos ou marcas
Regulatório
2
Desrespeito à legislação
Capital humano
3
Escassez de talentos e turbulências na sucessão
Tecnologia
4
Falhas operacionais e no sistema de segurança
Mercado
5
Desvalorização dos ativos
Crédito
6
Inadimplência dos clientes
País
7
Desafios específicos de uma região
Financiamento
8
Dificuldade de obter crédito
9 Terrorismo
10 Desastres naturais
Quadro 10: Riscos que mais desafiam os negócios.
Fonte: The Economist - Intelligence Unit, 2006.
A gestão de riscos pode ser entendida num contexto mais amplo, como o processo
contínuo de aprimoramento dos controles internos. Alguns benefícios de uma prática
estruturada de gestão de riscos são:
A Comissão de Valores Mobiliários – CVM estabeleceu por meio da Instrução CVM nº 358 o concei-
to de fato relevante e 12 blocos de padrão de divulgação, conforme apresentado no quadro 12:
Fato Relevante: Considera-se relevante, para os efeitos desta Instrução, qualquer decisão de acionista contro-
lador, deliberação da assembleia geral ou dos órgãos de administração da companhia aberta, ou qualquer outro
ato ou fato de caráter político-administrativo, técnico, negocial ou econômico-financeiro ocorrido ou relaciona-
do aos seus negócios que possa influir no negócio
• Deveres e Responsabilidades na Divulgação de Ato ou Fato Relevante • Exceção à Imediata Divulgação • Dever
de Guardar Sigilo • Divulgação de Informação de Ofertas Públicas • Divulgação de Informação na Alienação de
Controle • Divulgação de Informação sobre Negociações de Administradores e Pessoas Ligadas • Divulgação de
Informação sobre a Aquisição e Alienação de Participação Acionária Relevente e sobre Negociações de Con-
troladores e Acionistas • Vedações à Negociação • Política de Negociação • Política de Divulgação • Disposições
Comuns às Políticas de Negociação e Divulgação • Disposições Finais e Transitórias
Quadro 12: Fato relevante e padrões de divulgação conforme CVM.
Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): Relatório da Gestão Suzano, 2008.
Deve-se, no entanto, considerar que o fato relevante pode variar de acordo com a parte
interessada e a natureza do impacto sobre a mesma. Dessa forma, torna-se necessário
estabelecer critérios para determinar que tipo de fato deva ser considerado relevante para
ser comunicado, considerando-se as demais partes interessadas, além dos Acionistas e
Clientes (Comunidades vizinhas, Fornecedores e Pessoas).
O exercício da liderança considera a mobilização da força O exercício da liderança leva, assim, à estruturação das
de trabalho e obtenção de apoio das partes interessadas práticas de gestão e de criação das condições necessárias à
para o êxito das estratégias. Trata também das mudan- busca da excelência pela organização. Considera as formas
ças culturais necessárias para apoiar a concretização das utilizadas para estabelecer padrões de trabalho e para con-
estratégias. Para que se promova a cultura da excelência trolar as práticas de gestão, a partir da verificação do cum-
na organização, é necessário que haja convergência nas primento dos padrões, e a implementação do aprendizado
ações relativas a todos os setores, unidades e processos, para avaliar e melhorar as práticas e padrões. Finalmente,
levando-se em consideração as expectativas de todas as trata de como a inovação é desenvolvida na organização.
partes interessadas. O exercício da liderança baseia-se em Como trata do estabelecimento de padrões de trabalho,
valores claros e em princípios organizacionais que susten- dos mecanismos globais de controle e do sistema de
tem as decisões e permitam guiar e inspirar a organização, aprendizado da organização, este tema se inter-relaciona
engajando seguidores no alcance dos seus objetivos. Deve com todos os demais temas dos Processos Gerenciais. Uma
também abranger todos os líderes da organização, mesmo gestão coerente deveria assegurar que todas as práticas de
aqueles designados para liderar equipes perenes ou tem- gestão seguissem as orientações preconizadas no exercício
porárias, fora da estrutura hierárquica, como as equipes da liderança. O quadro 13 explicita as principais interações
multifuncionais, comitês, comissões, times e projetos. com os demais temas dos Critérios de Excelência.
Uma organização que define objetivos estratégicos para todos esses públicos
e estabelece indicadores e metas para cada um deles, utilizando, por exemplo,
a metodologia do BSC (Balanced Scorecard), estaria buscando balancear as ne-
cessidades e procurando atendê-las de forma harmônica. O Comitê Temático
FNQ “Planejamento do Sistema de Medição do Desempenho”, por exemplo,
sugere que os objetivos estratégicos de uma organização e seus respectivos
indicadores sejam definidos, de forma equilibrada, nas seguintes perspectivas:
financeira; clientes/mercado; inovação; processos; pessoas; responsabilidade
pública; aquisição/fornecedores e ambiente organizacional.
Exemplos de práticas que podem ser conduzidas pela Direção para de-
monstrar comprometimento com as partes interessadas são mostrados no
quadro 14.
Encontro Cor-
> 5a tes e um grupo de profissionais seniores. Nesses encontros, são analisados o AlcObj Mob Alin
porativo
desempenho da Empresa e desafios futuros.
Realizado a cada ciclo de dois anos, com os diretores, corpo gerencial e co-
Análise e deba-
> 5a laboradores, desdobrados em todas as áreas para discussão dos resultados Comp Mob
te da PCO
e estabelecimento de planos.
Sistema de reunião que propicia um canal de comunicação direta entre os
Diálogo Aberto > 5a AlcObj Mob Alin
colaboradores e a Direção.
Festa de fim de Participação de todos os colaboradores, nas diversas Unidades, promoven-
> 5a Mob
ano do o congraçamento e reconhecimento (ver item 6.3).
Premiação for- Busca do comprometimento por intermédio do reconhecimento público
2007 Comp AlcObj
nec. do ano dos melhores fornecedores do ano (ver item 7.2.d).
Fornecedores
Parc Alin
Reun. fomentad. > 5a Reuniões da diretoria da UNF com fomentados. ExEstrat
Reun. Distrib > 5a Reuniões mensais com Distribuidores SPP-Nemo e ERs. AlcObjParc
Participação
Presença sistemática em feiras como Abigraf (SP) e a Druppa (Alemanha -
em feiras e > 5a AlcObjParc
print media messe) e Viver Bem (SP).
eventos
Clientes
Progr. de visitas Abrange as Unidades Industriais, convidando novos clientes, clientes princi-
> 5a Comp
às fábricas pais (Diamante, Esmeralda e Rubi) e end users.
Progr. de visitas Visitas por iniciativa da Suzano, com base em cronograma anual, objetivando AlcObj ExEstrat
2005
aos clientes apoiar a melhoria do desempenho dos clientes na utilização dos produtos. Parc
Desenv. de no- Trabalho conjunto com clientes, principalmente nas fases de levantamento
> 5a Parc
vos produtos das necessidades, testes e lançamento de produtos.
Reun. Apimec > 5a Linha de comunicação com o mercado de capitais (reuniões anuais).
AlcObj ExEstrat
Website 2005 Linha de comunicação com os investidores.
Roadshow 2005 Eventos anuais de apresentação e debates com os investidores (ver 1.1g).
Ativ. Comitê de
> 5a principalmente de caráter educacional e ambiental, em parceria com várias
Rel. Comunid.
instituições regionais. Comp
Suzano res- Permite acesso rápido para o envio de sugestões, esclarecimento de dúvi-
2006
ponde das ou de reclamações.
Legenda: AlcObj: Alcance de objetos; Alin: Alinhamento; Comp: Comprometimento; ExEstrat: Êxito de Estratégias; Mob: Mobilização; Parc: Parceria
A diversidade de ideias tem sido estimulada pelas organizações e os motivos vão desde
a busca de fontes diferenciadas de recursos e relações, passando pela leitura do que
pode ser realizado em relação à responsabilidade social e a atuação proativa em relação
a combater a discriminação. Também é uma condição para tornar o ambiente organi-
zacional criativo e mais inovador, pela aglutinação de perfis, formações, idades, gêneros
e experiências diferentes das pessoas que compõem a força de trabalho. O respeito à
diversidade de ideias pode abranger ações tais como: a adaptação aos costumes locais,
incorporação de práticas de origens geográficas diferentes, uso de práticas de outros
setores, atividades conjuntas de profissionais de diferentes nacionalidades, faixas etárias,
níveis hierárquicos etc.
Algumas ações importantes que podem ser executadas pelos líderes para facilitar o
processo de mudança:
O reforço dos valores e diretrizes implica demonstrar como as decisões e ações organiza-
cionais estão alinhadas ou desalinhadas a eles. Isso pode ser feito em reuniões geren-
ciais, em reuniões departamentais ou em grandes fóruns com a presença massiva de
colaboradores, em que a Direção da organização menciona exemplos reais de decisões
ou ações que reforçaram ou que contrariaram os valores e diretrizes organizacionais.
A comunicação, de forma geral, é uma das responsabilidades básicas dos líderes. A co-
municação com todas as partes interessadas é necessária para estabelecer confiança,
criar uma relação de transparência, fixar compromissos mútuos e criar oportunidades
para a organização.
Alguns cuidados que devem ser tomados pelos líderes para assegurar uma boa comu-
nicação são:
O The Volvo Way sintetiza a filosofia empresarial do Grupo Volvo, descrevendo seus valores, a cultura corporativa,
a forma de trabalho e os objetivos que a empresa pretende conquistar. Criado em 1998, traduzido em 11 línguas
e distribuído a todos os funcionários, fornece os elementos corporativos para se passar do discurso à ação,
partindo da premissa de que todas as pessoas têm talento e comprometimento com a marca Volvo, buscando,
dessa maneira, enriquecer o seu desenvolvimento profissional.
Como um conjunto de ideias e conceitos, permeando o dia a dia de milhares de indivíduos que fazem parte do
mundo Volvo, o The Volvo Way está baseado na energia, na paixão e no respeito pelas pessoas.
Job rotation – Indicação para trabalhar em outras plantas da Eaton no Brasil e exterior.
Black Belt – Indicação para formação de especialistas em soluções de problemas
em treinamento nos EUA, por meio do Programa Corporativo Seis-Sigma.
Program Manager – Indicação de profissionais para liderar programas de
grande impacto na divisão.
Treinamentos – Subvenção de MBA, especializações, mestrados, cursos de
finanças e planejamento estratégico, entre outros.
Quadro 18: Práticas de desenvolvimento de líderes potenciais da Eaton.
Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): Revista Classe Mundial, 2001.
Para poder exercer a liderança nas organizações, seus líderes devem estar prepara-
dos e possuir as competências necessárias. Algumas competências são genéricas e
definem perfis genéricos de um líder, por exemplo: agente de mudança, comunicador,
criador de cultura, motivador e inspirador, facilitador, participativo e estrategista.
Contudo, cada organização, em função de sua origem e cultura, incluindo seus valores e
princípios, os mercados em que atuam e suas estratégias, podem definir um perfil de li-
derança específico e, portanto, estabelecer competências de liderança muito específicas.
A identificação e desenvolvimento de pessoas com potencial de liderança são realizados através do acom-
panhamento constante dos resultados dos programas Gestão de Performance, Gestão de Talento, Dinâmica
Organizacional, Academia de Desenvolvimento Continuado e “Organizational Capability Assessment” - OCA. Esses
programas representam o BOC “Building Organizational Capability”, que significa utilizar práticas e instrumentos
de gestão de recursos humanos que garantam a viabilidade dos negócios através do capital humano.
Quadro 20: Identificação de Profissionais com Potencial de Liderança na Eaton.
Fonte: Portal FNQ – www.fnq.org.br – Banco de Boas Práticas (consulta em 27/01/2011).
Ágil
Agregador/integrador
Autoconfiante
Conhecimento técnico
Criativo
Decidido
Energizador
Entusiasta
Exercita o diálogo
Pratica o feedback com reciprocidade
Gerencia efetivamente a Política da Qualidade e MASS
Gerencia mudanças
Objetivo
NOTA Proativo
12 Fonte: Fundação Nacional da Simples/espontâneo
Qualidade (FNQ): Revista Classe Quadro 21: Perfil do líder Joal Teitelbaum.
Mundial, 2003. Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): Revista Classe Mundial, 2003.
PLANEJAMENTO
EXECUÇÃO
DA EXECUÇÃO
DEFINIÇÃO DAS
PRÁTICAS E PADRÕES
AÇÃO VERIFICAÇÃO
MELHORIA AVALIAÇÃO
Vale destacar que prática de gestão é o mesmo que processo de gestão, cuja natureza é
essencialmente gerencial e não operacional. Portanto, uma prática de gestão, por defini-
ção, também é um processo.
Todos os processos e práticas de gestão devem ter padrões de trabalho – regras de fun-
cionamento – que orientem a sua execução de forma adequada. Esses padrões, assim
como nos processos operacionais, visam garantir a repetitividade dos Processos Geren-
ciais, a fim de garantir sua qualidade. Os Processos Gerenciais transformam informações
em decisões e, quando suportados por métodos padronizados, são mais eficazes em
alcançar seus objetivos. A padronização das práticas permite aumentar a confiabilidade,
diminuir a variabilidade, proteger o conhecimento e facilitar a sua gestão.
Alguns critérios importantes que devem ser considerados incluem: atendimento das
necessidades das partes interessadas, valores e princípios, normas e diretrizes organiza-
cionais, objetivos estratégicos e metas a serem alcançadas, leis existentes, referenciais
comparativos internos e, principalmente, externos.
APRENDIZADO E INOVAÇÃO
Seguindo o Diagrama da Gestão apresentado (figura 2), as práticas de gestão devem ser
avaliadas periodicamente, para assegurar que estão atualizadas, em função das mudanças de
requisitos, tecnologia, melhores práticas, novas estratégias e novos desafios, enfim, em rela-
ção às condições de negócio atuais. Caso não estejam, melhorias devem ser implementadas.
Essas melhorias podem ser incrementais ou de ruptura, sendo que a sua definição
deve dar-se em função da complexidade das mudanças requeridas.
Na busca pela melhoria contínua, a Belgo Juiz de Fora criou e implementou os Times de
Aprendizado e Criatividade (TAC)15. Responsáveis pelas melhorias/inovações das práticas
de gestão, os times conciliam os resultados obtidos com o valor agregado para as partes
interessadas, seguindo a metodologia geral de aprendizado. Oportunidades de melho-
ria identificadas no relatório de avaliação (RA) da FNQ, resultados dos indicadores de
desempenho, resultados das auditorias internas e relatórios de visitas de benchmarking
servem como subsídios para as reuniões semestrais dos times.
NOTA Quando o TAC identifica uma necessidade de melhoria, indica um líder, cuja respon-
15 Fonte: Fundação Nacional da sabilidade é formar uma equipe para estudar as propostas e estabelecer um plano de
Qualidade (FNQ): Revista Classe ação para a implementação da melhoria. Após a aprovação, os padrões de trabalho
Mundial, 2004. são atualizados e, em seguida, há a comunicação às partes interessadas. Os times são
A inovação é percebida, hoje, como o fator mais importante para a manutenção de van-
tagem competitiva. Porém, para que essa vantagem competitiva se torne sustentada, é
preciso que a organização possa gerar inovações de forma intencional e contínua, e que
essas inovações sejam não só de tecnologia, produtos/serviços e processos, como tem
sido a ênfase a partir da década de 1990, mas também de negócios e de gestão. Assim, é
necessário um processo estruturado que estimule a geração, captação e análise de ideias
e que as transforme em soluções inovadoras. Essas soluções podem estar associadas a
processos, ferramentas, práticas de gestão ou produtos inovadores.
De acordo com a publicação Caderno de Inovação 01/06 acessado no site do Fórum de Ino-
vação da FGV-EASP (www.inovforum.org.br): “A geração de ideias constitui uma das principais
preocupações das organizações que elegeram a inovação como um elemento fundamental
da sua estratégia competitiva. Os empregados constituem importantes fontes de ideias desde
que haja um sistema capaz de estimular a geração de ideias. Os sistemas de sugestões criados
com essa finalidade tiveram grande destaque no passado e muitos estudos foram feitos sobre
eles, sendo que a maioria dos estudos mais recentes faz parte da literatura produzida pelo
movimento da qualidade. A literatura acadêmica dominante sobre inovação tecnológica, pelo
fato de ter centrado sua atenção nas inovações radicais, deu pouca importância aos sistemas
de sugestões, uma vez que estes estiveram associados às inovações incrementais. Esse estudo
mostra que tal visão constitui uma espécie de miopia. O estudo deu ênfase à gestão dos
sistemas de sugestão, sua adequação ao modelo de gestão global da empresa e os resultados
alcançados. O estudo evidenciou que uma importante contribuição desses sistemas é a ma-
nutenção de um meio inovador interno capaz de manter um ritmo intenso de inovações, algo
fundamental para as empresas que desejam ser inovadoras”.
“A inovação não é invenção, nem descoberta. Ela pode requerer qualquer das duas
– e com frequência o faz. Mas o seu foco não é o conhecimento, mas o desempenho
– e numa empresa isso significa desempenho econômico. A inovação é aplicável à
descoberta do potencial do negócio e à criação do futuro. Mas sua primeira aplicação
NOTA
é como estratégia, para tornar o dia de hoje plenamente eficaz e para levar a empre-
sa existente para mais perto do ideal.”
16 Fonte: Fundação Nacional da
Qualidade (FNQ): Revista Classe Peter Drucker
Mundial, 2003.
Organização inovadora é aquela que promove inovações de forma sistemática, que busca,
deliberada e organizadamente, as mudanças e que analisa as oportunidades que tais mu-
danças podem oferecer para a inovação econômica e socioambiental. Em outras palavras,
a organização inovadora é permeada por um processo contínuo e permanente de produ-
ção de inovações de qualquer natureza: de produto, processo, gestão ou de negócios.
A disseminação dos conceitos de melhoria contínua na AES Eletropaulo é feita por meio
de um programa, conforme o quadro 22.
Em meados de 2005, a AES, em nível global, iniciou discussões sobre a adoção de práticas consagradas de melhoria
de qualidade, como forma de construir um suporte padronizado para evolução sustentada de performance em
todas as empresas do grupo ao redor do mundo, a partir do entendimento da significância da não-qualidade tanto
nos resultados financeiros, quanto na satisfação dos clientes. A metodologia escolhida como referência para esse
trabalho foi o PDCA, também conhecido como Ciclo de Deming ou Ciclo do Melhoramento Contínuo, em função
de sua simplicidade, amplo espectro de aplicação e grande experiência já acumulada por milhares de empresas de
bens e serviços em todos os continentes.
A implantação do APEX - AES Performance Excellence, na AES Eletropaulo teve início em 2006, partindo de um planeja-
mento de implantação, criação de estrutura de suporte, treinamento de um grupo estratégico de líderes e aplicação
em projetos piloto divididos em 3 ondas, de forma a maximizar o aproveitamento de aprendizados acumulados. Com-
plementarmente, uma ferramenta de suporte de aplicação, batizada de Guia APEX, foi internamente desenvolvida para
servir de referencial sistêmico e autoaprendizado no desenvolvimento de projetos de melhoria contínua.
Em 2006, mais de 46 projetos foram desenvolvidos, envolvendo cerca de 320 profissionais previamente treinados
nos conceitos básicos da metodologia e técnicas de apoio, que resultaram em importante aquisição de conhe-
cimentos e desenvolvimento de habilidades, bem como em resultados financeiros significativos em receitas
adicionais, redução de recebíveis, menores custos e melhorias de processos operacionais.
A experiência adquirida em 2006 levou ao aprimoramento da abordagem em 2007, como forma de torná-la mais
efetiva e acelerar o processo de criação de uma cultura empresarial de abordagem sistêmica e estruturada de
análise e solução de problemas. Isso vem incluindo a vinculação do APEX à estrutura da Organização, prepara-
ção de grupos de multiplicadores, vinculação do domínio da metodologia aos critérios de evolução profissional,
sistema de reconhecimento e ampliação do elenco de projetos piloto de aprendizagem, ora em desenvolvimen-
to. Como resultado, verifica-se que APEX tem se tornado cada vez mais trivial no cotidiano da AES Eletropaulo,
começando a tornar-se a maneira AES de gerenciar seus negócios.
Quadro 22: Disseminação da Melhoria Contínua na AES Eletropaulo.
Fonte: Portal FNQ – www.fnq.org.br – Banco de Boas Práticas (consulta em 27/01/2011).
Programa de Ideias;
SOPE, programa de solução de problemas em equipes permanentes,
de participação voluntária, com recompensa monetária, como
parte do Programa de Participação nos Resultados e sistema de
reconhecimento específico (concurso, prêmios e viagens);
Times de Melhoria, programa de solução de problemas em equipes
não permanentes, usando a metodologia Seis Sigma, com sistema de
recompensa e reconhecimento similar aos do SOPE;
Prêmio de Engenharia da Dana Mercosul;
Dana Engineering Achievement Award, que é o programa mundial da
Dana.
Selecionar Projetar o
Registrar Definir metas
organizações desempenho Reavaliar metas
conclusões e planos
parceiras futuro
Quadro 23: Metodologia genérica de benchmarking.
Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): Benchmarking: Relatório do Comitê Temático, 2005.
Como nem todos os processos são críticos e nem todos os resultados de indicadores de
cada processo necessitam ser comparados, isso pode implicar na existência de algum
tipo de critério que oriente os gestores dos processos na seleção dos mais importantes
a serem comparados, bem como daqueles que devem ter metas fixadas com base em
comparações. Exemplo de critério pode ser a necessidade de se ter informação compa-
rativa para todos os indicadores do tipo resultante do BSC da organização.
Os critérios utilizados para determinar os resultados mais importantes a serem comparados são:
exigência da sistemática de análise;
comparabilidade do resultado no mercado ou setor de atuação.
Os critérios para identificar as organizações consideradas referenciais são:
1) a avaliação de nível de resultados relacionados aos Objetivos Estratégicos;
2) a avaliação em relação:
aos principais concorrentes – A, B, C e D (ver P2 P.11) ou
a player mundial de porte similar (~2 milhões de toneladas) de P&C de eucalipto (ver P2 A.1) ou
a outras empresas diferenciadas ou representativas do mercado ou setor de atuação, diretamente com
suas informações ou indiretamente com informações levantadas por instituições de pesquisa.
Quadro 25: Critérios para seleção de indicadores a serem comparados.
Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): Relatório da Gestão Suzano, 2008.
Em segundo lugar, depois de definir os indicadores cujos resultados devem ser com-
parados, serão definidas as informações comparativas ideais e o método de compara-
ção. A própria viabilidade de comparação é um aspecto a ser considerado na definição
de indicadores (ver Caderno Estratégias e Planos; implementação das estratégias).
Esse tipo de informação comparativa tem grande importância no âmbito dos Critérios
de Excelência, em razão de no Critério Resultados exigir-se o Nível Atual do resulta-
do da organização de forma comparada. Dessa forma, a organização viabiliza uma
avaliação, com base em fatos, da eficácia de seus processos e do desempenho dos
Outro tipo de informação comparativa externa que também permite avaliar o nível de
desempenho de alguns resultados em termos de competitividade são os parâmetros
definidos com base no cenário econômico-financeiro. Incluem-se, por exemplo, índi-
ces econômico-financeiros de desempenho da economia, como crescimento do PIB,
índice de inflação, taxa de juros e rentabilidade de aplicações.
Muitas vezes, a fonte de uma informação comparativa não é a própria organização identifi-
cada como referencial. São organizações que acumulam conhecimento sobre organizações
referenciais de várias maneiras – promovendo prêmios, coletando dados, fazendo pesquisas
e divulgando as informações para o mercado. Trata-se de revistas e jornais especializados,
entidades promotoras de reconhecimento, associações de classe, associações de grupos de
usuários e outras. A identificação de fontes desse tipo, com base em critérios de credibilida-
de, pode simplificar grandemente o processo de obtenção de informações comparativas,
já que tais entidades têm como um dos seus focos de atuação o levantamento sistemático,
processamento e disseminação de informações comparativas no mercado.
Visita
Estudos
encomendados
Domínio público
Publicações, Relatórios, Base de dados
Informações internas
Estudos, Relatórios, Análises, Indicações
Monitoramento informal
Leitura de jornais e revistas, TV, conferências, feiras
Esse é o caso da análise do desempenho na Gerdau Aços Finos Piratini, que é realizada
em dois fóruns: um anual, com a participação do Conselho Diretor do Gerdau e repre-
sentantes da corporação, e outro mensal e interno, com enfoque preventivo.
Os desvios devem ser entendidos e analisados até se chegar à causa raiz, a partir da
qual ações corretivas devem ser implementadas. Essa análise profunda e detalhada
pode não ser realizada na própria reunião de análise do desempenho da organização,
mas, por exemplo, definida como uma pendência a ser solucionada nos níveis mais
operacionais da organização.
Várias ferramentas podem ser utilizadas para essa análise desde as mais simples, como
o Diagrama de Pareto, Diagrama de Ishikawa e gráficos de dispersão e correlação, até
as mais sofisticadas como projeto de experimentos.
NOTA Conforme explicado na etapa de integração de dados, a definição das principais rela-
21 Fonte: Fundação Nacional da ções de causa e efeito entre os resultados dos indicadores é um insumo fundamental
Qualidade (FNQ): Revista Classe para a análise. Apesar da importância de fatos e dados individuais, estes normalmente
Mundial, 2004. não fornecem uma boa base para definição de ações e prioridades. A ação depende
É essencial ter uma base analítica para auxílio na tomada de decisões, uma vez que
os recursos para melhoria são limitados na maioria das situações, e que as relações de
causa e efeito normalmente não falam por si. De acordo com o Relatório do Comitê
Temático FNQ “Planejamento do Sistema de Medição do Desempenho”, existem dois
tipos de análise das relações de causa e efeito:
Dessa forma, é fundamental que a organização obtenha essas informações com uma pe-
riodicidade coerente com a frequência de análise do desempenho organizacional. As mes-
mas fontes utilizadas na ocasião do planejamento estratégico devem ser utilizadas. Caso as
mesmas não disponibilizem essas informações ao longo do ano, novas fontes devem ser
identificadas. Normalmente, as áreas ou processos associados à inteligência de mercado,
relações institucionais e relações governamentais possuem acesso a essas fontes.
A Companhia Paulista de Força e Luz22 utiliza uma combinação de práticas para comu-
nicação das decisões da análise do desempenho que incluem a disponibilização das
atas na intranet e no sistema Notes e reuniões dos diretores com os colaboradores das
suas áreas para repassar e discutir as decisões.
24 Fonte: Fundação Nacional da Por fim, nas próprias reuniões que compõem o processo de análise de desempenho
Qualidade (FNQ): Revista Classe da organização, é realizado o acompanhamento das ações planejadas nas reuniões
Mundial, 2003. anteriores, fechando-se o ciclo de acompanhamento da implementação das decisões.
COLLINS, James C.; PORRAS, Jerry I. Feitas para Durar: práticas bem sucedi-
das de empresas visionárias. Rio de Janeiro: Rocco,1995.