Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EXCELÊNCIA
IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS DO MODELO DE
EXCELÊNCIA DA GESTÃO® - 5ª EDIÇÃO
LIDERANÇA
CADERNOS DE EXCELÊNCIA:
IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS DO
MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO:
LIDERANÇA
ISBN 978-85-8139-028-4
CADERNOS DE EXCELÊNCIA:
IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS DO
MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO:
LIDERANÇA
5ª Edição - 73 páginas
SUGESTÕES REVISÃO
Envie sua sugestão ou crítica pelo Fale Via de Acerto
Conosco em www.fnq.org.br
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Kamila Mota
ISBN 978-85-8139-028-4
1. Critérios de Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Modelo de Excelência da
Gestão®. 4. Liderança. 5. Cultura organizacional. 6. Gestão de stakeholders.
7. Aprendizado organizacional. 8. Inovação. 9. Governança corporativa.
10. Análise de desempenho. 11. Gestão do desempenho. 12. Referencial comparativo.
13. Benchmarking. 14. Ética empresarial. 15. Riscos empresarias. 16. Gestão de risco.
Liderança
Estratégias e Planos
Clientes
Sociedade
Informações e Conhecimento
Pessoas
Processos
Resultados
Desejamos uma boa leitura a todos e que nossas publicações estimulem cada um na busca
constante pela excelência da gestão.
APRESENTAÇÃO 4
SUMÁRIO 5
INTRODUÇÃO 6
O CRITÉRIO LIDERANÇA 7
GOVERNANÇA 28
Estabelecimento de diretrizes organizacionais 30
Conformidade legal e regulamentar 30
Riscos empresariais 32
Tomada, comunicação e implementação de decisões 36
Comunicação de fatos importantes 38
Prestação de contas 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 71
O exercício da liderança pressupõe que os líderes na direção sirvam de exemplo para todos, a partir
de seu comportamento ético e transparente, de suas habilidades de planejamento, comunicação
e análise. Isso é que revela a cultura e as necessidades de mudanças culturais e estimula as pessoas
a buscarem a excelência. A organização voltada para a excelência busca o engajamento de todos
os líderes, para que eles possam sensibilizar todos os demais colaboradores da organização.
As ações dos líderes devem conduzir ao estabelecimento e manutenção de relações com todas as
partes interessadas, de forma a obter também o comprometimento necessário para concretizar a
visão da organização, atuando como parte de uma rede no mercado e na sociedade. Estabelecer um
sistema de governança considerando um processo para levantamento e mapeamento de riscos,
tomada de decisões e promover a análise do desempenho estratégico e operacional da organização
por meio de processos estruturados que indicam os resultados alcançados, são ações fundamentais
da liderança. A liderança esclarecida é responsável pela trajetória sustentável e de progresso da
organização, alavancando os resultados e compensações e por minimizar a probabilidade de eventos
adversos aos objetivos da organização, além de proteger os interesses de todas as partes interessadas.
”A liderança se torna fundamental na medida em que é um caminho para se levar para dentro
das organizações a possibilidade de que todos os seus profissionais tenham acesso ao modelo
da organização e possam, juntos, ir em busca da excelência.”
Élcio Aníbal de Lucca
Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): Revista Classe Mundial, 2004.
A missão é a expressão da razão de ser de uma organização; enfim é o seu propósito. Representa a
razão de sua existência (SENGE et al, 1994). Segundo Hunger e Wheelen (1995), uma missão pode
ser definida de forma ampla ou restrita. Uma missão restrita, ou limitada, pode definir claramente o
propósito de uma organização, limitando-a, porém, em seu escopo. Uma missão ampla (enunciada
em termos mais genéricos) permite um escopo bastante mais abrangente para a organização. Por
outro lado, seu maior nível de abstração exige identificação clara do que deve ser enfatizado.
As organizações visionárias definem estados futuros desafiadores, que visam estimular seu
crescimento, progresso e perpetuação, mas preservando seus valores. Para tanto, deve alinhar seu
sistema de liderança e suas ações e decisões com esses valores e princípios. Segundo Collins e
Porras, construir uma organização visionária requer 1% de visão e 99% de alinhamento.
Credos são declarações relacionadas às crenças compartilhadas geralmente pelos fundadores da
organização e que servem como motivadores das ações atuais. Tratam-se de princípios filosóficos
institucionais que norteiam as decisões corporativas, geralmente imunes à passagem do tempo.
Já na primeira metade do século XX, o Sr. Tom Watson pregava os valores e crenças da IBM; em
1913, a J.C.Penny formulou o seu credo, em que enfatizava que uma vitória rápida era menos
importante que a construção de uma lealdade a longo prazo; o credo da Johnson & Johnson data
de 1940.
Os valores e princípios, normalmente, são estabelecidos por ocasião da validação do planejamento
estratégico, pelas instâncias da governança da organização ou em eventos especialmente
definidos com esse propósito, normalmente fora de suas instalações. Consultas envolvendo a
força de trabalho e outras partes interessadas são usualmente utilizadas pelas organizações para
que se tenha um processo mais participativo em termos de criação ou atualização dos valores
e princípios. Quando esse processo é participativo, muito provavelmente, a disseminação dos
valores e princípios será mais fácil e a adesão da força de trabalho será mais rápida.
Missão Visão
A PL tem como missão ser um agente transformador da sociedade Ser a melhor empresa de serviços e soluções de TIC na América
latino-americana a partir da aplicação da tecnologia da informação Latina, por meio da inovação, qualidade e comprometimento dos
e das comunicações no dia a dia de empresas e pessoas. Valores
Acreditamos que as soluções tecnológicas têm o poder
de trazer mais qualidade de vida, reduzir impactos ambientais e Ética, Equidade, Excelência, Bom humor e Pluralidade
melhorar RH, seja nos negócios ou na vida pessoal.
B. a performance das pessoas e da organização não pode ser entendida sem considerar a cultura; e
C. o conceito de cultura organizacional tem sido confundido com outros conceitos, tais como:
clima organizacional, ideologia, filosofia institucional e estilo gerencial.
“A excelência não está no fim do caminho, mas em cada passo dado, em cada conquista, na
vitória de cada dia...””
Cláudio Horta Mendes – Diretor da Belgo Juiz de Fora Fonte: Fundação Nacional da
Qualidade (FNQ): Revista Classe Mundial, 2004.
Se os líderes não deixam claro quais são os valores e os princípios da organização, os colaboradores
e as demais partes interessadas poderão assumir qualquer definição para os mesmos. Por
exemplo, um hospital em que não houvesse uma liderança forte e princípios organizacionais
claros e explícitos, todos na organização poderiam assumir que a missão do hospital é “curar
doenças”. Como resultado, todos os serviços e ações estariam voltados para fornecer um bom
tratamento. No entanto, os pacientes (clientes) certamente prefeririam não estar doentes!
Assim, o hospital deveria exercer um papel importante de prevenção. Além disso, nem todos
os pacientes se recuperam de suas enfermidades. Assim, o hospital também precisaria prover
serviços de apoio psicológico, assistência social, aconselhamento etc. Certamente, os líderes
deveriam ter identificado que a missão do hospital talvez fosse “prover serviços para melhorar a
saúde da população”. Isso faria diferença!
Os principais mecanismos utilizados são: reuniões e encontros, murais, cartilhas e folders,
intranet e internet, gestão à vista etc.
Na Elektro (2013), o Comitê de Ética é um órgão independente, não associado a uma diretoria
ou área específica e que possui inter-relacionamento com o modelo de compliance da Iberdrola
(empresa geradora de energia eólica). De caráter consultivo e fiscalizador, responde pela
investigação, apuração e análise de eventuais de- núncias de não cumprimento do Código de
Conduta ou supostos desvios éticos recebidos pelos diversos canais de denúncia.
Para atingir os níveis de excelência na gestão da ética, as organizações instituem ainda práticas
para avaliação do entendimento do Código de Ética pela força de trabalho e outros públicos-alvo
da comunicação. Práticas como avaliação periódica, treinamentos baseados em simulações de
casos práticos, grupos de debate acerca de procedimentos esperados em casos de conflito ético
reais, entre outros, são exemplos de possíveis práticas.
Na Philips, o One Philips Ethic Line facilita o relato de violações aos Princípios Gerais de Negócios da
Philips (PGN) e a políticas relacionadas. É um canal de comunicação, via fone, que facilita o diálogo
com o público interno da empresa. Os funcionários podem falar, anonimamente, se desejarem e
suas chamadas são registradas e apuradas, sem receio de que essas reclamações possam gerar
retaliações ou ações disciplinares. As investigações podem resultar em processos disciplinares e
até em demissões. O programa é projetado para que os funcionários sintam-se à vontade para
relatar as violações ao PGN, acreditem na confidencialidade do processo e certifiquem-se de que
as alegações serão seriamente investigadas. Para assegurar anonimidade e confidencialidade, o
call center não dispõe de nenhum equipamento de gravação e as chamadas não estão sujeitas a
identificação/rastreamento (FNQ, Banco de Boas Práticas, 2015).
PL ANEJAMEN TO
EX ECUÇ ÃO
DA E XECU ÇÃO
PL ANEJAMEN TO
EX ECUÇ ÃO
DA E XECU ÇÃO
PL ANEJAMEN TO
EX ECUÇ ÃO
DA E XECU ÇÃO
DEFINIÇÃO DAS AÇÃO VERI FICAÇÃO
PRÁTICAS E PADRÕES
AÇÃO VERI FICAÇÃO
AÇÃO VERI FICAÇÃO
Vale destacar que prática de gestão é a sistemática efetiva de implementação, pela organização,
dos processos de gestão (ou processo gerencial), cuja natureza é essencialmente gerencial e não
operacional. Portanto, uma prática de gestão, por definição, também é um processo.
Todos os processos e práticas de gestão devem ter padrões gerenciais – regras de funcionamento
– que orientem a sua execução de forma adequada. Esses padrões, assim como nos processos
operacionais, visam garantir a repetitividade dos processos gerenciais, a fim de garantir sua
qualidade. Os processos gerenciais transformam informações em decisões e, quando suportados
por métodos padronizados, são mais eficazes em alcançar seus objetivos. A padronização das
práticas permite aumentar a confiabilidade, diminuir a variabilidade, proteger o conhecimento e
de facilitar a sua gestão.
É fundamental, portanto, que a organização defina critérios capazes de estabelecer os padrões
gerenciais, em termos tanto de conteúdo como de apresentação.
Alguns critérios importantes que devem ser considerados incluem: atendimento das necessidades
das partes interessadas; valores e princípios; normas e diretrizes organizacionais; objetivos
estratégicos e metas a serem alcançadas; leis existentes, e referenciais comparativos internos e,
principalmente, externos.
Arquitetura e contéudo básicos do processo Veiculação, por meio da intranet, para toda a força de
de trabalho da PromonLogicalis trabalho, garantindo acesso inclusive via Web
1 Wiki PromonLogicalis – coordenada por um ou mais autores, membros da direção ou designados por ela, estabelecem as políticas
de diretrizes para a gestão da empresa, são mandatórias e se sobrepõem a todos os demais padrões. Exemplo: Tópico Organização,
tópico RH, tópico Administração, tópico Qualidade, tópico SMS, tópico Gerenciamento, tópico Comercialização.
2 Sistema Normativo – o Sistema Normativo é o conjunto de documentos elaborados e emitidos no âmbito de uma área ou centro de
competência, sob a autorização de seus respectivos responsáveis, que estabelece práticas e critérios relacionados e restritos a um
São mandatórios e devem ser aplicados em todos os projetos. Exemplo: procedimento de aquisição, gerenciamento de projeto e
procedimento para análise de risco.
3 serviços contratados. Estão nesta categoria: desenhos, planos, documentos gerados nos processos e eventos de gerenciamento,
procedimentos de gerenciamento de operações, planos de qualidade, documentos de secretaria, entre outros. São de utilização
APRENDIZADO E INOVAÇÃO
Seguindo o diagrama da gestão apresentado (figura 2), as práticas de gestão precisam ser avaliadas
periodicamente, para assegurar que estejam atualizadas em função das mudanças de requisitos,
tecnologia, melhores práticas, novas estratégias e novos desafios, enfim, em relação às condições
de negócio atuais. Caso não estejam, melhorias devem ser implementadas.
Essas melhorias podem ser incrementais ou de ruptura, sendo que a sua definição deve dar-se em
função da complexidade das mudanças requeridas.
Essa etapa de melhoria preconizada pelo diagrama da gestão representa o Aprendizado
organizacional, que é um dos Fundamentos da excelência, sendo definido como: “busca de maior
eficácia e eficiência dos processos da organização e alcance de um novo patamar de competência,
por meio de percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de conhecimentos e experiências”.
O aprendizado organizacional deve ser uma intenção estratégica e estar internalizado na cultura
organizacional, tornando-se parte do trabalho diário em quaisquer atividades, em todos os níveis
da organização. Uma cultura organizacional que tenha internalizado esse conceito busca eliminar
a causa de problemas, permite a experimentação, utiliza o erro como instrumento pedagógico,
dissemina suas melhores práticas, compartilha informação e conhecimento, desenvolve soluções
e implementa melhorias e inovações de forma sustentada.
A organização que avalia periodicamente as suas práticas, processos, padrões, estratégias e seu
sistema de gestão e que implementa as melhorias necessárias adapta-se mais facilmente às
mudanças e tem mais condições de atingir e manter a excelência no desempenho e aumentar a
competitividade.
Comitês
Gerenciais
Reflexão Análises
estratégica gerenciais
Processo de Benchmarking
Avaliação da gestão
A inovação é percebida, hoje, como um dos fatores mais importantes para a manutenção de
vantagem competitiva. Porém, para que essa vantagem competitiva se torne sustentada é preciso
que a organização possa gerar inovações de forma intencional e contínua, e que essas inovações
sejam não só de tecnologia, produtos/serviços e processos, como tem sido a ênfase a partir
da década de 1990, mas também de modelo de negócios e de gestão. Assim, é necessário um
processo estruturado que estimule a geração, captação e análise de ideias e que as transforme em
soluções inovadoras. Essas soluções podem estar associadas a processos, ferramentas, práticas de
gestão ou produtos inovadores.
De acordo com a publicação Caderno de Inovação 01/06 acessado no site do Fórum de
Inovação da FGV-EASP (www.inovforum.org.br): “A geração de ideias constitui uma das principais
preocupações das organizações que elegeram a inovação como um elemento fundamental da
sua estratégia competitiva. Os empregados constituem importantes fontes de ideias desde que
haja um sistema capaz de estimular a geração de ideias. Os sistemas de sugestões criados com
essa finalidade tiveram grande destaque no passado e muitos estudos foram feitos sobre eles,
sendo que a maioria dos estudos mais recentes faz parte da literatura produzida pelo movimento
da qualidade. A literatura acadêmica dominante sobre inovação tecnológica, pelo fato de ter
centrado sua atenção nas inovações radicais, deu pouca importância aos sistemas de sugestões,
uma vez que estes estiveram associados às inovações incrementais. Este estudo mostra que tal
visão constitui uma espécie de miopia. O estudo deu ênfase à gestão dos sistemas de sugestão,
sua adequação ao modelo de gestão global da empresa e os resultados alcançados. O estudo
evidenciou que uma importante contribuição desses sistemas é a manutenção de um meio
inovador interno capaz de manter um ritmo intenso de inovações, algo fundamental para as
empresas que desejam ser inovadoras”.
“A inovação não é invenção, nem descoberta. Ela pode requerer qualquer das duas e
com frequência o faz. Mas o seu foco não é o conhecimento, mas o desempenho e numa
empresa isso significa desempenho econômico. A inovação é aplicável à descoberta do
potencial do negócio e à criação do futuro. Mas sua primeira aplicação é como estratégia,
para tornar o dia de hoje plenamente eficaz e para levar a empresa existente para mais
perto do ideal.”
Peter Drucker
O processo de inovar não deve ser confundido com o de inventar. O indivíduo que inventa é aquele
que produz algo novo que surge de suas ideias, normalmente sem uma metodologia, e que não
está necessariamente ligado a um processo de pesquisa. O que se manifesta nesse momento é
a sua criatividade, o que leva a criações que nem sempre terão alguma aplicabilidade imediata
ou estão diretamente voltadas ao mercado. Sendo assim, organizações que planejam aumentar
sua competitividade sentem-se motivadas a investir em práticas voltadas ao desenvolvimento
sistemático de novas tecnologias e a buscar novas formas de desenvolver suas atividades, seja na
criação de novos produtos, serviços ou processos ou, ainda, aperfeiçoando os já existentes.
Organização inovadora é aquela que promove inovações de forma sistemática, que busca,
deliberada e organizadamente, as mudanças e que analisa as oportunidades que tais mudanças
podem oferecer para a inovação econômica e socioambiental. Em outras palavras, a organização
inovadora é permeada por um processo contínuo e permanente de produção de inovações de
qualquer natureza: de produto, processo, gestão ou de negócios.
O Fórum de Inovação da FGV identifica cinco campos de conhecimento nos quais a inovação pode
envolver: uma inovação, uma organização, uma múltiplos atores, sociedade e temas transversais,
conforme figura 6. No campo da organização, há inovações de produto, processo, organização
e modelos de negócio. Liderança, meio (ambiente) inovador, pessoas, processos e resultados
são competências-chave para a organização inovadora. É importante notar que, nesta definição,
inovação está diretamente atrelada a resultados. Só pode ser considerado “inovação” aquilo que
gera resultados concretos.
PROCESSOS INOVADORES
UMA ORGANIZAÇÃO PRODUTO RESULTADOS
PROCESSO
TIPOS DE INOVAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
ECONOMIA DE INOVAÇÃO
INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
TEMAS TRANSVERSAIS
...
Fonte: FNQ, Fórum de inovação da FGV, acessado em 7/3/2015
A Elektro (2013) possui uma série de práticas para aprendizado e inovação: Autoavaliação Assistida
do MEG (Modelo de Excelência em Gestão), Candidatura ao PNQ, Participação no Prêmio ABRADEE,
Avaliação dos indicadores Ethos de Responsabilidade Social, Reuniões de Análise Crítica do
Sistema de Gestão Integrado, Avaliação de maturidade dos processos gerenciais (rating), Pesquisa
de Clima Organizacional, Benchmarking do modelo de negócio, processos e práticas, entre outros.
O aprendizado, pela sua própria característica de reflexão, análise e busca de novos patamares de
desempenho, pode gerar inovações importantes para a organização.
A Eletronorte (2014) utiliza a metodologia de looping infinito para aprendizado, conforme figura 8.
Para as Atividades/Processos Operacionais, o círculo da esquerda do looping infinito representa a
gestão diária das atividades e processos (Etapas 1[2[6[7), enquanto que o da direita representa
os ciclos de melhoria (Etapas 3[4[5). Analogamente, para os Processos Gerenciais, temos o ciclo
de controle (Etapas 1[2[6[7, no círculo à esquerda) e o ciclo de aprendizado (etapas 3[4[5,
no círculo à direita). Especificamente com relação ao aprendizado, a metodologia estabelece
a avaliação de práticas e padrões gerenciais, a identificação e prototipagem de melhorias e o
estabelecimento de novos padrões.
2 5
1
7
6 3 4
Selecionar Projetar o
Registrar Definir metas
organizações desempenho Reavaliar metas
conclusões e planos
parceiras futuro
A definição de fontes de informação comparativa que devem ser buscadas para promover a
melhoria das práticas de gestão não se limita aos processos gerenciais de outras organizações.
Inclui a definição de normas, guias ou publicações de boas práticas, bem como a captação
de conhecimento acumulado sobre boas práticas em consultorias especializadas. Quando
comparadas com as práticas utilizadas pela organização, essas informações podem indicar
oportunidades de aperfeiçoamento.
A manutenção de um plano de comparações e benchmarking para cada gestor, estabelecendo o
tipo de informação a ser captada – observando parâmetros de pertinência – a finalidade, a forma
de obtenção, a fonte – selecionada de acordo com critérios claros –, responsáveis e prazos, pode
ajudar na disseminação da prática na organização.
A Coelce (2014) executa benchmarking como prática constante, com intercâmbio de boas práticas
de processos em fóruns como grupos de trabalho Abradee e CIER, além de seminários específicos
do setor.
Convém que sejam estabelecidos critérios claros para seleção das organizações de referência. A
AES Sul (2014) utiliza os seguintes critérios para selecionar as organizações-alvo de comparações:
setor, região, porte, excelência em gestão, condições socioambientais, similaridade de processos,
revisão tarifária equivalente, estrutura societária similar, densidade e resultados excelentes.
Conformidade de
Controle
Internos (Política e
Procedimentos)
Externos (CVM e
SEC) e SOX
Governança
Corporativa
Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle.
As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando
interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e
contribuindo para sua longevidade.
Fonte: IBGC, Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa (4ª ed. – 2009)
A governança inclui processos gerenciais como aprovação dos objetivos estratégicos, avaliação e
monitoramento do desempenho da Direção e da organização como um todo, planejamento da
sucessão, auditorias independentes, financeiras, de informática, de riscos ou de processos, internas
e externas. Aborda, também, o estabelecimento de benefícios e compensações aos executivos,
gestão de riscos, divulgações e relatos financeiros.
Assegurar a eficácia da governança é importante para assegurar a confiança das partes interessadas
e de toda a sociedade, assim como para a eficácia organizacional.
I
M Compartilhar Mitigar e Controlar
P
A
C Risco Baixo Risco Médio
T
O
Aceitar Controlar
Na avaliação dos riscos, recomenda-se a classificação dos mesmos de acordo com o grau de impacto
e o grau de probabilidade de ocorrência. Esses graus podem ser classificados, por exemplo, em alto,
médio e baixo, ou por qualquer outra escala que exprima a criticidade do impacto e a chance de
ocorrência do evento de risco. Preferencialmente, os graus devem estar associados a uma escala
numérica como, por exemplo, um impacto de perdas significativas de receitas estaria associado a
NOTA
um nível de mais de 40% ou uma probabilidade alta de ocorrência estaria associada a um nível de
1 COSO – Committee mais de uma vez por semana.
of Sponsoring
Organizations of the
Treadway Comission
Alto (2)
11 7 1 10 22 2
Alto (1) 14 4 23
24 20 8
3 13
6 15
Impacto
Médio (2) 16 9
25 18 12 5
Médio (1) 17 21
19
Baixo (2)
Baixo (1)
Baixo (1) Baixo (2) Médio (1) Médio (2) Alto (1)
Probabilidade
No tratamento dos riscos devem ser definidas ações de eliminação ou minimização de ocorrência
do risco e implementados controles para monitorar o grau de exposição do risco. A prática de
simulação de ocorrência de riscos a partir de possíveis impactos adversos é uma ação proativa para
evitar impactos indesejáveis na operação das organizações.
O risco pode ser encontrado nas organizações por meio de várias derivações em função do sentido
de avaliação. Por exemplo, risco de saúde e segurança, risco ambiental, risco financeiro, risco legal,
risco empresarial, risco do negócio, risco tecnológico, risco operacional, risco externo, risco interno,
entre outros. O IBGC, apresenta como exemplo a seguinte categorização de riscos (Quadro 07).
Quadro 7: Categorização de riscos segundo o IBGC
Social
Origem dos eventos
Tecnológico
Legal
Financeiro
Ambiental
Externo
Social
Tecnológico
Conformidade
Fonte: “Guia de Orientação para Gerenciamento de Riscos Corporativos” IBGC, 2007
Historical Analysis
Strategic Commodity Sensitivity Analysis
What if Analysis
Safety Financial
Security Credit
Industrial Fiscal
Environ- Legal
mental
Regulatory
Risk Owneer Opinion
Qualitative Analysis
9 Terrorismo
10 Desastres naturais
A Suspensys (2012) mantém uma estrutura de identificação e tratamento de risco composta por
cinco etapas:
Etapa 1 – identificação dos perigos do negócio;
Etapa 2 – identificação dos riscos empresariais associados aos perigos;
Etapa 3 – classificação do tipo de risco empresarial;
Etapa 4 – análise de cada risco empresarial, considerando fator de risco x grau de exposição;
Etapa 5 – geração da Matriz de Vulnerabilidade do Negócio: agrupando perigos e riscos
associados;
Etapa 6 – tratamento dos riscos empresariais em todos os níveis, em que cada risco recebe
suas tratativas de acordo com sua classificação dentro da Matriz de Vulnerabilidade, que
podem ser:
1. Nível de impacto alto + grau de probabilidade baixo = Monitorar com resposta rápida;
2. Nível de impacto alto + grau de probabilidade alto = Mitigar com plano de ação/projetos;
4. Nível de impacto baixo + grau de probabilidade alto = Prevenir com plano de contingência.
As organizações excelentes definem claramente, de acordo com o tipo de reunião, a forma de tomar
suas decisões: por consenso ou por vontade da maioria em conselhos e assembleias, na direção ou
no âmbito da atuação do principal executivo. Para que sejam eficazes, é fundamental que as reuniões
decisórias adotem mecanismos de funcionamento bem definidos, como um programa claro que
combine adequadamente pautas fixas e variáveis, duração coerente com as pautas propostas,
atas com os registros das decisões tomadas, periodicidade adequada, definição de participantes e
possíveis suplentes.
A figura 13 ilustra o sistema de fóruns de tomada de decisão da Elektro.
Figura 13: Sistema de reuniões e comitês da Elektro
Obviamente que tais determinações legais são limitadas às companhias de capital aberto listadas
na BOVESPA. Todavia, é relevante que, considerando as necessidades, expectativas e natureza de
suas partes interessadas, a organização determine critérios claros para classificação de informações
como “importantes” e, com processos para identificá-las, promover a devida comunicação. Incluem-
se como partes interessadas, nesse contexto, as comunidades vizinhas, fornecedores e pessoas. Por
exemplo: podem ser considerados fatos importantes a serem comunicados os impactos sociais e
ambientais, as políticas, as ações e resultados relativos à gestão socioambiental etc.
A PromonLogicalis estabelece um fluxo de aprovação e comunicação de fatos relevantes, conforme
a figura 14.
Figura 14: Fluxo de aprovação de comunicação de fatos relevantes
Estratégia
Demandas de MK
Externas
Elaboração do conteúdo
Alinhamento das mensagens a
com MK serem divulgadas
Aprovação Sim
das áreas
envolvidas
Não
MK Revisa
Instrumentos / Meios de
Critérios
comunicação
Informações sobre o desempenho Relatório Anual / website /
geral da PromonLogicalis press releases / entrevistas
Decisão do acionista controlador Press release / website / e-mail
que possa afetar a continuidade marketing para clientes e
dos negócios parceiros / redes sociais
Impactos ambientais e sociais dos Relatórios de Impactos /
produtos, processos e instalações website
Expansão dos negócios por meio
do lançamento de produtos, Press release / website / e-mail
serviços, inauguração de marketing para clientes e
escritórios e entrada em novos parceiros / redes sociais /
mercados eventos de marketing
Novas parcerias
Contratações e promoções nos
níveis executivos
Participação em feiras,
congressos e outros eventos de
mercado Press release / website / redes
Vagas em aberto, programa de sociais / intranet
estágio, programas de
PRESTAÇÃO DE CONTAS
A governança corporativa é composta pelo conjunto de protocolos, regulamentos e convenções
culturais, que rege a relação entre as administrações das empresas e os acionistas ou outros grupos
de interesses, incluindo as formas de prestação de contas. A prestação de contas associa-se à
transparência e evidencia a separação entre interesses da empresa e interesses pessoais. Não se trata
de apenas prestar contas das finanças e sim de deixar claro para a sociedade quais são as ações em
que a empresa está envolvida.
Os agentes da governança corporativa devem prestar contas de sua atuação a quem os elegeu
e respondem integralmente por todos os atos que praticarem no exercício de seus mandatos.
Dependendo das definições adotadas, a direção presta contas formalmente somente aos acionistas.
No modelo que considera as partes interessadas aumenta o número de grupos assim contemplados,
levando à criação de instâncias que formalizam os critérios a adotar e as informações a considerar
na prestação de contas.
A diretoria da Coelce (2014) presta conta de suas ações e resultados alcançados nas reuniões do
conselho de administração, que ocorrem, no mínimo, trimestralmente. O presidente e os demais
diretores apresentam, conforme os temas tratados em cada reunião, o andamento das ações
pertinentes a suas respectivas áreas. O controle ocorre pelo registro das apresentações feitas aos
conselheiros e as respectivas atas de reunião, disponibilizadas na sede da companhia e no site da
CVM. A autenticidade das informações prestadas é garantida por meio das avaliações dos balanços
pelos auditores independentes e da certificação dos controles internos em atendimento à SOX.
Entretanto, essas classes podem variar em razão do perfil da organização. Outras classes de partes
interessadas podem existir, o que se denomina “partes interessadas não tradicionais”. Como exemplos
de partes interessadas não tradicionais, podemos citar os órgãos de imprensa e os órgãos reguladores
(que não se encaixam diretamente em nenhuma das categorias chamadas de “tradicionais”).
(OLIVIERI, 2003).
EXERCÍCIO DA LIDERANÇA
A ação da direção e dos demais líderes deve conduzir à mobilização da força de trabalho assegurando
o equilíbrio e a harmonia no relacionamento com todas as partes interessadas, de forma a assegurar
o comprometimento e o consentimento geral para concretizar a visão da organização. Assim, a
ação deve considerar as expectativas de todas as partes interessadas, de modo a poder entender as
suas necessidades e encontrar a melhor forma de atendê-las. Para tanto, é fundamental que essas
necessidades sejam adequadamente identificadas e entendidas, para que possam, efetivamente, ser
consideradas pela organização.
É fundamental que a direção da organização interaja diretamente com as partes interessadas, para
que possa identificar expectativas, de forma objetiva e sem filtros. A direção deve avaliar e representar
as possibilidades de atender às novas necessidades que as partes interessadas possam vir a ter. A
presença da direção atesta o comprometimento da organização com as partes interessadas. É muito
importante, portanto, que dedique uma parcela considerável do seu tempo a atividades estratégicas
e à busca da construção de parcerias e de oportunidades futuras para a organização, delegando
responsabilidade pelas atividades operacionais aos demais gerentes e supervisores.
com Aneel,
necessidades sobre os direitos do consu- Contínuo.
MME e ONS
midor e a qualidade do serviço.
Relatórios e Divulgar dados e informações regulató- DARI;
cartas a Aneel rias sobre o desempenho da empresa Continuo.
Ampliar o relacionamento com os forne-
Fornecedores
Gestores de
Reuniões com cedores, estabelecer compromissos e
Contratos;
Fornecedores esclarecer a estratégia, normas e proce-
mensal.
dimentos.
Prêmio Busca do comprometimento por intermé-
Fornecedor dio do reconhecimento público dos melho- GES;Anual
Elektro res fornecedores do ano (7.2.e).
Coordenar as relações com as comunida-
Reuniões
des locais da área de concessão, princi-
Sociedade
Diálogo
Conforme Figura 1.2b.1 Líderes; anual
Estratégico
Encontro
Conforme Figura 1.2b.1 Líderes; anual
Elektro
Canal da Alta Direção, disponível na
Fale Franca- Alta Direção;
intranet da empresa, que recebe informa-
mente continuo.
ções, sugestões e questionamentos.
SELEÇÃO DE INDICADORES
O MEG 20ª edição (no Glossário, à pág. 119) define indicador desta forma: informação
quantitativa ou fato relevante que expressa o desempenho de um produto ou processo, em
termos de eficiência, eficácia ou nível de satisfação, e que, em geral, permite acompanhar sua
evolução ao longo do tempo.
A definição do MEG é oriunda do fato de que um indicador é o produto final de uma cadeia que
se inicia na necessidade de observar um objeto, um evento ou um fenômeno.
Referência: Desejável: < 200 mg% / Limite: 200-239 mg% / Alto: > = 240 mg%
“ Valores de Colesterol Total >= 310 mg/dl podem ser indicativos de Hipercolesterolemia Familiar (HF)”
Análise do Êxito
Estratégico
Análise da
Análise do Sustentabilidade
Risco
Olhar para
SISTEMA DE INDICADORES o Futuro
Olhar para o
Passado e o
Presente
Metas e
Reconhecimento Controle de
Processos
Controles gerenciais
e orçamentários
A principal crítica ao BSC é feita pelos proponentes do Performance Prism(1), que alegam
que o BSC presume que a finalidade de uma organização é gerar lucro, em vez de atender
às necessidades das partes interessadas, algo que, como você deve ter percebido, é muito
importante também para o MEG. Entretanto, o Performance Prism não é de aplicação simples,
o que explica sua adoção ser bem inferior à do BSC. É um modelo integrado de avaliação de
desempenho desenvolvido na Cranfield University, na Inglaterra, tendo como principal objetivo
criar valor para as partes interessadas. O modelo possui duas orientações principais: identificar
o que as partes interessadas necessitam da organização e sua contribuição para a organização,
as quais são abastecidas pela estratégia, por processos e por capacidades (capabilities). Seu
criador, o professor e especialista Andy Neely, defende que não é possível conceber um modelo
simplista (desenhável em um plano bidimensional) como o BSC para o desempenho, pois o
desempenho é multidimensional e não ocorre em fluxo.
(1) A. Neely, C. Adams, M. Kennerley, The Performance Prism: The Scorecard for Measuring
and Managing Stakeholder Relationships, Financial Times/Prentice Hall, 2002.
Tendo em vista os frameworks mais conhecidos, a sugestão é: combine-os e crie seu próprio
framework, no caso de não haver um impedimento ou imposição por parte de alguma entidade
superior. Construa algo que seja reconhecido como não sendo artificial, que de fato represente
o estilo de atuação da sua organização. Uma coisa importante a ter em mente é que não se está
desenhando o sistema de metas e, sim, o modelo causal do processo decisório da sua empresa.
Para não ter que optar por este ou aquele framework aqui na publicação e gerar controvérsias
infindas desnecessariamente, dar preferência a analogia da árvore. Entretanto, é bom atentar-
se que a árvore não é, absolutamente, a única analogia possível, e certamente não deve ser
considerada compulsória por avaliadores de modelo de gestão.
(2) M. Porter e T. Lee, The Strategy that will Fix Health Care, Harvard Business Review, outubro
de 2013.
Porter foi em frente e propôs vários novos atributos finalísticos ao setor de saúde dos Estados
Unidos (health care), tais como grau e tempo de recuperação contra o previsto para o problema
de saúde específico, eficiência geral do processo de tratamento do paciente e sustentação da
saúde do paciente pós-recuperação. Porter (assim como Drucker) entende que a performance
de qualquer organização só pode ser entendida à luz de uma equação simples: o quanto ela
impacta o mundo externo em relação aos seus custos. A lógica de Porter nesse exemplo é clara:
a missão de qualquer hospital é tratar pessoas de algo que elas tinham quando entraram porta
adentro e isso é o que deve ser medido, o que não ocorre na esmagadora maioria dos hospitais.
Aplique essa analogia ao seu negócio: qual é o efeito da sua organização no mundo? Vocês
medem esse efeito, deveras?
Dados vêm de um grupo fechado de pequeno mais confiáveis. Potencial falta de representatividade
Grupo de estudo
porte, bem estruturado. para os atributos relevantes.
Visita
Estudos
encomendados
Domínio público
Publicações, Relatórios, Base de dados
Informações internas
Estudos, Relatórios, Análises, Indicações
Monitoramento informal
Leitura de jornais e revistas, TV, conferências, feiras
Base de dados do
Registros dos fóruns
sistema de
de decisão
indicadores
Estudos de correlação
entre resultados
Definição da
sequência de
apresentação e validação Análise de SWOT
Lições
(formulação
Preparacão de aprendidas
estratégica)
comentários e achados
(findings)
Fóruns Objetivos
Gestão do Desempenho Acompanhamento dos resultados dos objetivos operacionais. Acompanhamento dos
Global (AA da MN) resultados dos processos certificados ISSO / OHSAS e outros que requeiram uma ação
Bimestral da AA.
Os desvios devem ser entendidos e analisados até se chegar à causa raiz, a partir da qual ações
corretivas devem ser implementadas. Essa análise profunda e detalhada pode não ser realizada na
própria reunião de análise do desempenho da organização, mas, por exemplo, definida como uma
pendência a ser solucionada nos níveis mais operacionais da organização.
Várias ferramentas podem ser utilizadas para essa análise, desde as mais simples, como o Diagrama
de Pareto, o Diagrama de Ishikawa e gráficos de dispersão e correlação, até as mais sofisticadas, como
o projeto de experimentos.
Conforme explicado na etapa de integração de dados, a definição das principais relações de causa
e efeito entre os resultados dos indicadores é um insumo fundamental para a análise. Apesar da
importância de fatos e dados individuais, estes normalmente não fornecem uma boa base para
definição de ações e prioridades. A ação depende do entendimento das relações de causa e efeito
entre processos, entre os objetivos estratégicos, e entre os processos e objetivos e os resultados da
organização. Portanto, uma das ações importantes da análise é confirmar as relações de causa e
efeito e analisar as causas dos problemas (efeitos) identificados.
Abordagem do futuro. Usar resultados hipotéticos dos indicadores e dos fatores externos
para simular a velocidade e a interação dos eventos, com base em funções matemáticas
presumidas entre os indicadores. Nessa abordagem, as correlações podem ser analisadas
por meio de simulação dinâmica através de softwares especializados (Excel, Powersim, iThink,
Vensim etc.) utilizando-se de combinações hipotéticas dos indicadores para prever os possíveis
desdobramentos de cenários futuros, com o objetivo de compará-los com os dados reais e
identificar padrões de comportamento dos indicadores.
Um conjunto abrangente de informações deve ser utilizado para apoiar e permitir a análise do
desempenho da organização. As principais estão apresentadas no quadro 14.
Informações relativas às mudanças no ambiente externo incluindo-se aspectos setoriais,
mercadológicos, competitivos, tecnológicos, econômicos, políticos e sociais são essenciais para
contextualizar a análise, já que o alcance de metas deve ser analisado à luz de novos fatos, que
podem ter mudado o cenário externo em relação ao cenário previsto e utilizado no momento
do planejamento e estabelecimento de metas.
Dessa forma, é fundamental que a organização obtenha essas informações com uma periodicidade
coerente com a frequência de análise do desempenho organizacional. As mesmas fontes utilizadas
na ocasião do planejamento estratégico devem ser utilizadas. Caso as mesmas não disponibilizem
essas informações ao longo do ano, novas fontes devem ser identificadas. Normalmente, as áreas ou
processos associados a inteligência de mercado, relações institucionais e relações governamentais
possuem acesso a essas fontes.
O mesmo raciocínio vale para as informações associadas ao cenário interno, que também devem ser
utilizadas para apoiar a análise do desempenho e o processo decisório da organização.
Informações comparativas, como melhores práticas e melhores desempenhos de outras unidades ou
de outras organizações, também devem ser consideradas. Essas informações são fundamentais para
validar as metas e apoiar o processo decisório. A existência de um processo estruturado de gestão das
informações comparativas deverá assegurar a disponibilidade correta dessas informações. Para mais
detalhes sobre as informações comparativas, consultar o Caderno Informações e Conhecimento.
Por fim, as principais correlações existentes entre os indicadores de desempenho devem ser
preparadas para facilitar o processo de tomada de decisão. Na verdade, as causas e os efeitos não
ocorrem entre os indicadores, mas sim entre os conceitos a que eles estão subordinados, por
exemplo, a medição de um requisito ou objetivo estratégico. Sendo assim, estudar as correlações
entre os indicadores é estudar o grau de influência de um conceito no outro por meio de dados
consolidados, ou seja, indicadores.
Para organizações que utilizam a metodologia do BSC, o mapa estratégico define as principais relações
de causa e efeito e, portanto, deve ser considerado na análise do desempenho da organização.
Outros detalhes relativos à construção de sistemas de medição do desempenho e às relações de
causa e efeito entre os indicadores de desempenho podem ser encontradas no Caderno Estratégias
e Planos.
A análise do desempenho da organização tem como premissa a verificação do estágio de
cumprimento dos objetivos estratégicos e, por consequência, dos gerenciais e operacionais. O mapa
estratégico e um painel de indicadores tipo BSC certamente facilitarão essa análise.