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O Suicídio Segundo Durkheim
O Suicídio Segundo Durkheim
CASCAVEL
2008
INTRODUÇÃO – UM BREVE HISTÓRICO
OS SUÍCIDIO - DEFINIÇÃO
Durkheim define suicídio como todo o caso de morte que resulte direta ou
indiretamente de um ato positivo ou negativo, praticado pela própria vítima,
sabedora de que devia produzir esse resultado. Esta definição não é suficiente para
que o suicídio seja terma de trabalho sociólogo, pois o ato individual de um suicida é
assunto para a psicologia. Portanto é necessário que se faça uma passagem do fato
singular para o conjunto dos suicídios cometidos numa determinada sociedade. É
desta forma que Durkheim estabelece seu “objeto sui generis”. Em lugar de ver os
suicídios como acontecimentos isolados que deveriam ser analisados
separadamente, ele considera o conjunto destes suicídios, cometidos em uma
determinada sociedade, durante um tempo específico e, a partir disso, passa a
aplicação do método das ciências positivas: em primeiro lugar, observar a
ocorrência, principalmente as variações de ocorrência no tempo e no espaço, da
coisa estudada (no caso, a “taxa de mortalidade-suicídio própria à sociedade
considerada”); em seguida, comparar as ocorrências (as “taxas”) encontradas em
diferentes momentos (anos) da mesma sociedade e em diferentes sociedades; e,
por fim, com base nestas comparações, procurar uma explicação social da coisa (no
caso, explicar as causas sociais do suicídio).
SUICÍDIO E RELIGIÃO
A CLASSIFICAÇÃO DE DURKHEIM
Suicídio Egoísta
O suicídio varia na razão inversa do grau de integração da sociedade
Baseando-se na afirmação anterior, pode se concluir que a sociedade não
pode se desintegrar sem que na mesma medida o indivíduo seja desengajado da
vida social, tornando seus fins preponderantes sobre os fins comuns. O ego pessoal
se afirma demasiadamente face ao ego social. Podemos dar o nome de suicídio
egoísta ao tipo particular que resulta de uma individualização desmesurada. Esse
tipo de sentimento pode tanto acontecer num indivíduo isolado como em correntes
sociais, que através de humores coletivos conduzem os povos à alegria ou à
tristeza. O estado de doença da sociedade e o enfraquecimento do laço social de
coesão se manifesta no indivíduo.
Este tipo de suicídio seria maior entre homens que mulheres, visto que são
mais dependentes da solidariedade social que as mulheres, mais acostumadas à
solidão (por ficarem mais em casa que os maridos que trabalham na rua). O homem
seria mais impregnado de sociabilidade, sendo um ser social mais complexo,
dependendo sua moral de várias condições e se perturbando com mais facilidade.
Suicídio Altruísta
Existe também um tipo de suicídio que difere do anterior por características
marcantes. Enquanto o anterior se devia ao intenso individualismo, estado onde o
ego escapa do conjunto e não obedece senão a ele próprio, e outro que decorre do
fato do indivíduo estar estreitamente sob a obediência do coletivo, onde o ego não
se pertence, se confundido a outra coisa que não ele próprio, estando sua conduta
fora de si mesmo no grupo ao qual pertence. A esse tipo de suicídio chamaremos de
altruísta.
Nesses casos o homem não se mata por se arrogar no direito de, mas
porque se sente na obrigação de fazê-lo. Renuncia-se da própria vida porque existe
algo maior que eles amam mais que a si mesmo.
Podemos dividir essa categoria em três variedades: suicídio altruísta
obrigatório (pressão do coletivo), suicídio altruísta facultativo e suicídio altruísta
agudo (suicídio místico de mártires, por exemplo, que quando não se matam se
entregam voluntariamente para serem mortos).
Esse tipo de suicídio pode ocorre tanto em sociedades contemporâneas
("desenvolvidas"), quanto nas sociedades primitivas
Suicídio Anômico
Os suicídios anômicos nada mais são que ascensões bruscas da curva de
suicídios, em períodos em que a sociedade se vê perturbada, seja por crises
dolorosas ou por transformações súbitas, mesmo que favoráveis.
No caso das crises econômicas, faz-se necessário que se diminua o padrão
de vida, ajustando- se a condição atual. No caso dos ricos, isso se torna muito difícil,
pois acostumados ao ímpeto de querer sempre mais, seguindo às suas paixões e
desejos, é difícil frear esse movimento. Já nos países pobres, a pobreza protege
contra o suicídio, porque é ela mesma um freio. Há maior conformação com o que
se pode ter, agindo com moderação e tendo maior consciência dos seus limites,
nada lhes excitando a inveja.
É essa incessante busca por mais e mais, que já se tornou marca de
distinção moral baseada na doutrina do progresso que leva a essa falta de controle e
limites, estando desregrada a atividade dos homens que nos momentos de crise
levam a esse terceiro tipo de suicídio. Falta ao homem a marca do coletivo em suas
paixões individuais, deixando-as assim sem freio para as regular. (Podemos então
fazer um paralelo entre o suicídio egoísta e o anômico, visto que em ambos há
ausência de afirmação do coletivo).
Esse tipo de suicídio está presente nas principalmente nas sociedades de
atividades econômicas desenvolvidas, como comércio e indústria.
Suicídio Fatalista
O fatalismo é o estado oposto à anomia, onde a regulação social é
completamente instilada no indivíduo; não há esperança de mudança contra a
disciplina opressiva da sociedade. A única forma do indivíduo ficar livre de tal estado
é cometer suicídio. Durkheim viu esta razão nos escravos que cometeram suicídio
na antigüidade, mas viu uma relevância mínima na sociedade moderna.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
http://pt.wikipedia.org
http://pt.shvoong.com
http://www.webartigos.com>