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Resenha O Suicídio
Resenha O Suicídio
Durkheim define o suicídio como toda morte causada direta ou indiretamente por ato
da própria vítima, o qual a vítima sabia que resultaria em morte; a tentativa de suicídio é o ato
definido dessa forma, mas interrompido antes que resultasse em morte. Como fato social, ele
deveria ser tratado como “coisa”, e teria as características de ser geral – afeta a todos –
externo – não pode ser observado completamente um um caso isolado, pois não depende de
somente um indivíduo – e coercitivo – faz com que indivíduos se sintam pressionados a se
matarem. Em seu estudo, o autor aponta que a anomia é a principal causa do suicídio.
Isso levou-o a buscar compreender os dados por trás do fenômeno. As estatísticas lhe
mostraram que os números de suicídios se mantinham relativamente constantes ao longo do
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tempo, sendo mais altos em alguns países do que em outros e tento aumentos bruscos em
determinados períodos da história. As estatísticas levaram Durkheim a perceber que o suicídio
ocorria mais com protestantes do que católicos, solteiros do que casados, homens do que
mulheres, entre outros comparativos. A partir desses dados, o autor conclui que o suicídio é
mais comum entre indivíduos que não se sentem integrados à sociedade, ou seja, indivíduos
que se encontram em uma situação de anomia.
Outro exemplo é a comparação entre homens e mulheres. A mulher teria seu papel na
sociedade firmemente definido, sendo que desde cedo lhe seria ensinado que ela teria os
deveres de ser esposa, mãe e cuidar da casa; o homem teria um papel mais aberto a diferentes
oportunidades, uma vez que ele poderia seguir diferentes carreiras no mercado de trabalho e
assim ter “controle sobre seu próprio destino”.
O suicídio egoísta é aquele que ocorre quando o indivíduo não está suficientemente
integrado à sociedade e, consequentemente, coloca seu ego pessoal acima do ego social. Este
tipo de suicídio é mais frequente em sociedades “complexas”, ou seja, sociedades orgânicas,
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sendo que quase não ocorre em sociedades mecânicas, nas quais os indivíduos são muitas
vezes mais integrados e tem papéis sociais definidos desde seu nascimento.
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1894, respectivamente, sendo os volumes II e III publicados postumamente. O Capital é
considerado a origem do pensamento socialista marxista.
Marx buscou compreender, então, que elemento permitia que mercadorias tão distintas
fossem intercambiáveis. Nem os valores de uso, nem os valores de troca são os elementos que
tornam essas mercadorias equivalentes umas às outras, portanto a única resposta era que havia
mais um elemento comum a todas as mercadorias, o qual se aplicava independentemente das
dimensões qualitativas ou quantitativas das mesmas.
O último elemento das mercadorias é seu valor. Para Marx, o valor de uma mercadoria
equivale ao tempo de trabalho socialmente necessário na produção dela, ou seja, a média de
tempo que foi investido na fabricação daquela mercadoria. Mercadorias que têm o mesmo
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tempo socialmente necessário de trabalho podem ser trocadas entre si porque possuem o
mesmo valor. O valor tem uma materialidade social e histórica que se imprime na mercadoria,
o que significa que uma determinada mercadoria pode ter diferentes valores atribuídos a ela
ao longo da história.
A lógica de Marx afirma que quanto mais trabalho for investido em uma mercadoria,
maior seu valor, e quanto mais produtivo for este trabalho, menor seu valor, pois a
produtividade desvaloriza o tempo de trabalho socialmente necessário.
Por outro lado, existe uma mercadoria peculiar que não possui todos os elementos que
Marx aplica a outras mercadorias: o dinheiro ou moeda. O dinheiro fabricado na atualidade
tem um baixo custo de produção, pois os materiais utilizados para produzi-lo não são caros.
Antigamente, as moedas eram feitas de prata ou ouro, os quais exigiam tempo de trabalho
socialmente necessário para serem transformados em dinheiro e, por isso, possuíam um valor
real atribuído a elas.
O dinheiro não possui valor de uso, pois sua única utilidade é ser trocado por
mercadorias, e seu valor é praticamente inexistente, pois o tempo de trabalho socialmente
necessário colocado nele é relativamente muito pequeno. O dinheiro é, portanto,
simplesmente uma expressão do valor, ou seja, uma expressão do tempo de trabalho
socialmente necessário atribuído a outras mercadorias, o que permite que seja trocado pelas
mesmas. Em essência, o dinheiro só possui o valor que a sociedade atribui a ele, por isso
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determinadas moedas são mais valorizadas do que outras, mesmo que todas sejam produzidas
geralmente da mesma maneira.
A análise e crítica da economia política feita por Marx nos permite ter uma noção no
mínimo superficial de como a sociedade capitalista funciona e sua influência sobre os
indivíduos. Marx foi essencial para a compreensão do funcionamento do mercado capitalista,
desde sua base até sua regulação, e o conhecimento produzido a partir deste estudo permite
que se compreendam suas consequências positivas e negativas e, a partir disso, que se
elaborem técnicas para reduzir o impacto de suas consequências negativas.
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foi publicado inicialmente em 1905, em alemão, e posteriormente traduzido para a língua
inglesa.
O método de análise utilizado por Weber sobre a sociedade capitalista possui algumas
características praticamente opostas às características do método de análise de Durkheim.
Enquanto Durkheim parte do geral para chegar às partes, ou seja, da sociedade para chegar ao
indivíduo, Weber faz o caminho oposto: utilizando-se de uma análise causal singular, ele
considera as origens, causas e efeitos de atitudes individuais influenciadas por valores morais
individuais; com isso, ele consegue observar como valores individuais podem influenciar a
sociedade como um todo.
As observações de Weber sobre o capitalismo o levaram, a notar que grande parte dos
homens “bem sucedidos” eram praticantes da religião protestante. Uma análise
compreendendo uma área maior revelou que regiões onde o protestantismo era dominante
tendiam a ser mais desenvolvidas econômica e industrialmente do que outras áreas. Ao
estudar essa relação em uma escala internacional, Weber descobriu que o mesmo acontecia
em outros países da Europa.
A partir disso, o autor buscou explicar o que originou essa mentalidade. Weber
acreditava que muitos fatores levaram à criação dessa mentalidade, mas sua principal resposta
estava em um dos princípios básicos da religião protestante calvinista: o dogma de que todos
os indivíduos estavam predestinados à perdição ou à salvação. Para os fiéis calvinistas, o
acúmulo de riquezas é um sinal de predileção divina, o que significa que quanto mais rico for
o indivíduo, mais provável é que ele esteja destinado à salvação.
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puder e da forma mais produtiva que puder, até mesmo dispensando qualquer atividade que
não seja racional ou não contribua para o acúmulo de capital.
Esses atos são definidos por Weber como ações sociais racionais com relação a fins.
Para o autor, ações sociais são o objeto de estudo da sociologia, e equivalem a atos do
indivíduo que são determinados por uma visão de mundo coletiva. Ações sociais podem ser
racionais com relação a fins, quando buscam atingir um objetivo da forma mais efetiva
possível; racionais com relação a valores, quando são guiadas por valores morais ou éticos;
afetivas, quando são motivadas por emoções; ou tradicionais, quando são motivadas por
costumes praticados há muito tempo.
Dizer que as atitudes do homem protestante no capitalismo são ações sociais racionais
com relação a fins é dizer que ele busca atingir seu objetivo – o acúmulo de riquezas – da
forma mais racional possível. Weber vê a racionalização da sociedade como uma jaula de
ferro metafórica. Segundo ele, a razão trouxe a perda de sentido e liberdade, pois nas
sociedades racionalizadas o predomínio da técnica é utilizado como uma forma de dominação,
transformando o homem em um escravo da razão.
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racionalidade é decorrente de maneira direta da calculabilidade precisa de seus fatores
técnicos mais importantes.
Diferentemente das conclusões de Marx, que considera toda a evolução das sociedades
um produto da luta de classes e das relações de produção, Weber também leva em
consideração a capacidade de agência do indivíduo por si só como um elemento chave e, por
consequência, um objeto de estudo da sociologia. A consequência direta desse ponto de vista
é a noção de uma realidade individual além da realidade de classe.