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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas


Campus de Cascavel
UNIOESTE

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: AS NOVAS TECNOLOGIAS E A


RESISTÊNCIA DOCENTE

Marcos Soares da silva

CASCAVEL
2004
MARCOS SOARES DA SILVA

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: AS NOVAS TECNOLOGIAS E A RESISTÊNCIA


DOCENTE

Monografia apresentada à disciplina de Prática


de Ensino III como requisito parcial à
conclusão do curso de Licenciatura em
Matemática, Centro de Ciências Exatas e
Tecnológicas da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná.

Orientação: Professora Ms. Vanessa Largo.

CASCAVEL
2004
2

Dedico este trabalho à minha família: aos


meus filhos Weslley e Samuel e,
principalmente, à minha querida esposa,
pelo apoio, mesmo antes do meu ingresso
neste curso, por ter me incentivado a
permanecer firme até a conclusão. Enfim,
por estar ao meu lado.
3

Agradeço à Deus, meu grande ajudador,


que esteve presente em todos os
momentos. Agradeço a minha orientadora
e os professores que me auxiliaram neste
processo. Um agradecimento especial à
todos da Escola Municipal José Henrique
Teixeira, que contribuíram para este
projeto e para meu crescimento pessoal.
4

O LABORATÓRIO DE COMPUTADOR: UMA MÁ IDÉIA, ATUALMENTE SANTIFICADA

Há 2.007 anos, quando nossos ancestrais habitavam as cavernas, as crianças — que não
tinham idade para caçar — eram diariamente mandadas a uma sala da caverna, para diminuir a
destruição e o incômodo que causavam. O mais distinguido ancião da tribo que tivesse passado da
idade de caçar era encarregado delas, e o melhor que podia fazer era ensinar-lhes a tradição, a
mitologia, e a boa conduta na vida diária da tribo. Decorando, as crianças eram logo capazes de
recontar, palavra por palavra, a história do Grande Orelha, o grande caçador de mamutes, de contar
nos dedos dos pés e das mãos o número de folhas de figo necessárias para temperar uma sopa de
leão para doze pessoas e de recitar os 17 versos do grande poema do Fogo que Podia. Aprender não
era fácil. Afinal, só havia uma quantidade determinada de coisas que poderiam ser memorizadas
mecanicamente e só cálculos simples poderiam ser feitos nos dedos das mãos e dos pés. Ainda
assim, esse aprendizado era realizado com prazer por todos.
Um dia, a palavra chegou com os pássaros migratórios de uma nova tecnologia, uma
“tecnologia em muitos séculos de invenções”: O Lápis. Foi um burburinho é, sem hesitação, dois
anciões foram mandados à Grande Caverna para aprender tudo sobre aquela maravilha. Quando
voltaram, uma sala especial da caverna foi imediatamente aparelhada para se fazerem estudos sobre
o lápis. Foi acarpetada com as maiores folhas de mamoeiro e mobiliada com almofadas especiais,
feitas de pêlo de camelo (daí a origem da palavra software). Nenhuma criança podia entrar na sala
sem lavar as mãos!
Fascinado com a nova tecnologia, o ancião mais voltado para o futuro foi nomeado para
começar o planejamento e o ensino dos Estudos sobre a Capacidade do Lápis na sala recém
aparelhada. Aliás, bastante cedo, surgiu um completo e o mais interessante currículo de Lapislogia. E
como era interessante! O currículo trazia tópicos maravilhosos! Como apontar um lápis e como usar a
outra ponta para apagar; como equilibrar um lápis na orelha e como segurá-lo entre os dedos. A
criança estudiosa, que tivesse sido bem sucedida nessas etapas mais difíceis, poderia começar a
usar o LapisLogo (para desenhar flores), o LapisScribe (para rabiscar letras) e o Lapissupposer (para
traçar a área de folhas de desenho incomum). As crianças mais bem sucedidas, a nata da nata,
poderiam ainda entrar no LapisBase — para enumerar as invenções de armas da tribo, o campo de
caça e a família das árvores. Um desenvolvimento interessante deu-se bem diante dos olhos dos
anciões. As crianças começaram a escrever.
Havia, é claro, alguma preocupação com relação à possibilidade de esse novo
empreendimento interferir (ó Deus!) no que tinha sido desenvolvido no ensino de rotina da caverna
regular. Lá, os professores (naquele momento já havia dois) estavam verdadeiramente preocupados
como fato de que a introdução do lápis na sala privilegiada pudesse forçar algumas mudanças no
aprendizado mecânico, tão bem estabelecido. Na verdade, havia uma mulher da tribo, conhecida pelo
seu modo provocativo de encarar a vida (ela uma vez sugeriu que as crianças inventassem suas
próprias histórias, mas é claro que em silêncio), que propôs usar o lápis em todas as atividades de
aprendizado das crianças, talvez para escrever, possivelmente para fazer contas.
Mas não havia realmente espaço para esse tipo de preocupação. Por que, afinal, alguém,
com exceção da excêntrica mulher, chegaria a sugerir que aquele maravilhoso currículo de
Lapislogia, supervisionado por renomados peritos, com suas possibilidades de desenho, escrita e
cálculo, fosse tirado da sua sala especial para substituir o aprendizado automático? Por que um lápis
deveria ser usado como instrumento nas rotinas diárias? E, o mais importante, por que no mundo
alguém iria pensar em acabar com a mais glamurosa das salas, tão bem acarpetada e mobiliada, e
ter sua peça mais valiosa, o Lápis, distribuída entre outras salas e a professores de menor
merecimento? A sabedoria prevaleceu. Não se permitiu a entrada de lápis na sala de aprendizado
regular.
Gavriel Salomon
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SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................... 06

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 07

2 NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO........................................09

2.1 INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO........................................................................... 09

2.2 INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA.................................................. 16

2.3 A PRÁTICA DOCENTE E OS CAUSADORES DE RESISTÊNCIA.................... 20

3 ABORDAGEM QUALITATIVA DOS DADOS....................................................... 23

3.1 O PROJETO FUTURO HOJE............................................................................. 23

3.2 ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................26

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 30

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................36

6 ANEXOS................................................................................................................ 38
6

RESUMO

Trabalhando algum tempo na área de informática educacional, percebemos que,


quando novas tecnologias são inseridas na educação, mesmo havendo o consenso
em relação aos seus benefícios, existe, por parte de muitos docentes, uma
resistência que causa o entrave desta inserção. Desta forma, desenvolvemos um
projeto buscando respostas para a pergunta: o que causa a resistência dos
professores quando se trata da inserção das novas tecnologias ao ensino,
principalmente quanto ao professor de matemática? Esta pesquisa foi desenvolvida
com base em um questionário aplicado aos professores que participaram deste
projeto. No desenvolvimento deste trabalho, procuramos apresentar alguns
problemas e indicar possíveis soluções, sem a pretensão de sugerir que sejam
infalíveis ou que funcionem em qualquer meio educacional.

Palavras-chave: Educação Matemática, Tecnologia, Resistência Docente.


1 INTRODUÇÃO

Muitas vezes, por estarmos inseridos em um determinado contexto,


formamos algumas opiniões sobre determinados assuntos, isto acontece
principalmente na área da educação. Como trabalhamos algum tempo na área de
informática educacional, começamos a analisar as reações dos professores frente
às novas tecnologias, principalmente as tecnologias relacionadas diretamente ao
computador. Muitos autores consideram a falta de acesso às tecnologias um grande
problema, alguns apontam para falta de softwares, outros para a quantidade de
equipamentos disponíveis. Neste trabalho, buscaremos verificar se realmente estes
são problemas relevantes e se existem outros de maior relevância para o entrave da
inserção das novas tecnologias à educação.
O nosso problema é: o que causa a resistência dos professores quando se
trata da inserção das novas tecnologias ao ensino, principalmente quanto ao
professor de matemática? Durante o desenvolvimento do trabalho buscaremos
respostas para esta questão, com o objetivo de contribuir, de forma modesta, para
esta área que vem sendo discutida amplamente nos últimos anos.
No capítulo dois, faremos menção da inserção de novas tecnologia à
educação e apresentaremos os grupos que argumentam contra este fato e os que o
consideram um acontecimento benéfico à educação. Dentro do grupo à favor,
apresentaremos alguns argumentos discutidos por alguns autores. A Educação
Matemática foi abordada neste estudo, onde apresentamos vários motivos para a
utilização do computador no ensino de matemática, baseados em experiências e
conclusões de alguns autores da área, deixando claro que a utilização não é uma
tarefa fácil e exigirá um pouco mais do professor. Ainda neste capítulo,
destacaremos, o que consideraremos como os principais fatores que causam
resistência do professor, buscando verificar a existência de algum fator de maior
relevância, procurando responder a pergunta que citamos anteriormente, com base
na discussão que se segue por parte de vários educadores em relação à esta
questão.
A pesquisa é relatada no terceiro capítulo, onde apresentamos o Projeto
Futuro Hoje, sua implantação, seus objetivos e recursos disponíveis. Este projeto foi
desenvolvido em uma escola de Ensino Fundamental e foi realizado visando verificar
8

a possibilidade de reduzir ou eliminar os motivos que levam o professor a não utilizar


os recursos tecnológicos. Um outro objetivo geral era a democratização do acesso
aos recursos tecnológicos disponíveis na escola, que até o momento não acontecia.
Em relação aos objetivos específicos podemos destacar alguns, que consistiam em:
desmitificar o uso do computador, disponibilizando-o como uma ferramenta de
trabalho a serviço do professor e do aluno; enriquecer as atividades curriculares,
instigando o interesse do aluno e auxiliando na construção do conhecimento, através
do desenvolvimento do raciocínio lógico e da flexibilidade do pensamento; estimular
à curiosidade e desenvolver a imaginação e a criatividade; desenvolver a leitura
informativa e/ou interativa; propiciar ao corpo docente da escola o uso do
computador, a fim de capacitá-lo, gradativamente, para utilizar os recursos
disponíveis de modo satisfatório;
Elaboramos um questionário (anexo) que foi respondido, por 16 professoras
que participaram do projeto, posteriormente, fizemos uma análise dos dados com
base nas respostas obtidas. Este questionário foi elaborado de forma a propiciar a
verificação dos resultados obtidos, em relação objetivos propostos e, principalmente,
em relação à atuação do professor diante de um ambiente de informática. Alguns
resultados serão apresentados no terceiro capítulo, a medida que a análise dos
dados for sendo feita.
Nas considerações finais, apontaremos alguns resultados alcançados pelo
projeto e forneceremos algumas sugestões e encaminhamentos em relação a
utilização de um ambiente de informática. Estas considerações serão feitas, de
forma geral, por meio de análise dos problemas encontrados e pelo grau de
eficiência das soluções propostas pelo projeto.
2 NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO

2.1 INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO

A primeira revolução tecnológica iniciou-se através de Comenius (1592-


1670). A tecnologia era o livro impresso que estava sendo transformado em
ferramenta de ensino e de aprendizagem. Da mesma forma, o rádio, a televisão, o
áudio, o vídeo, etc., são tecnologias já incorporadas ao sistema de ensino, visto que
o computador é apenas mais uma ferramenta de mais uma revolução tecnológica.
Com a evolução que ocorreu ao longo dos anos, a tecnologia se tornou essencial
para o desenvolvimento de muitas áreas do conhecimento, e muitos profissionais já
a utilizam no seu dia-a-dia, favorecendo pesquisas, conclusões, simulações, enfim,
facilitando e agilizando procedimentos. (ALMEIDA, 2000)
Infelizmente na educação, apesar da crescente discussão que vem
acontecendo, o uso dessas mesmas tecnologias aplicadas à educação, em muitos
casos, ainda parece ser dispensável, não indo além da teoria. Marcelo Borba, em
relação ao ensino de matemática, afirma que “enquanto parece razoável supor que a
arquitetura e a biologia se transformaram com os desenvolvimentos tecnológicos
desenvolvidos em seus escritórios e laboratórios respectivamente, a matemática é
normalmente vista como imune à mídia.” (BORBA, 1996, p. 125)
Neste contexto, PAPERT (1994) descreveu a diferença do uso que se faz
das tecnologias na educação e outras áreas do conhecimento com a seguinte
parábola:

Imagine um grupo de viajantes do tempo de um século anterior, entre eles um grupo de


cirurgiões e outro de professores primários, cada qual ansioso para ver o quanto as coisas
mudaram em sua profissão a cem anos ou mais no futuro. Imagine o espanto de os
cirurgiões entrando numa sala de operações de um hospital moderno. Embora pudessem
entender que algum tipo de operação estava ocorrendo e pudesse até mesmo ser capazes
de adivinhar o órgão-alvo, na maioria dos casos seriam incapazes de imaginar o que o
cirurgião estava tentando fazer ou qual a finalidade dos muitos aparelhos estranhos que ele
e sua equipe cirúrgica estavam utilizando. Os rituais de anti-sepsia e anestesia, os
aparelhos eletrônicos com seus sinais de alarme e orientação e até mesmo as intensas
luzes, tão familiares às platéias de televisão, seriam completamente estranhos para eles.
Os professores viajantes do tempo responderiam de uma forma muito diferente a uma sala
de aula de primeiro grau moderna. Eles poderiam sentir-se intrigados com relação a alguns
poucos objetos estranhos. Poderiam perceber que algumas técnicas-padrão mudaram — e
provavelmente discordariam entre si quanto a se as mudanças que observaram foram para
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melhor ou para pior —, mas perceberiam plenamente a finalidade da maior parte do que se
estava tentando fazer e poderiam, com bastante facilidade, assumir a classe. (PAPERT,
1994, p. 9)

Vários anos após a ilustração de Seymour Papert, ainda podemos perceber


que na grande maioria de nossas escolas ainda não houveram grandes mudanças,
nem mesmo nas universidades. “Colocamos tecnologias na universidade e nas
escolas, mas, em geral, para continuar fazendo o de sempre – o professor falando e
o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade.” (MORAN, 2004, p. 245)
Não é nova esta idéia de ensinar por meio de novas tecnologias.
Anteriormente na educação, muitos recursos tecnológicos foram introduzidos e que
hoje não são mais reconhecidos como tecnologias por serem considerados como
ferramentas do cotidiano. TAPSCOTT1, parafraseado por TAJRA (2001, p. 43),
afirma que “tecnologia só é tecnologia quando ela nasce depois de nós. O que
existia antes de nascemos faz parte de nossa vida de forma tão natural que nem
percebemos que é uma ‘tecnologia’.“ Segundo TAJRA (2001), uma vantagem do uso
do computador, em relação aos outros recursos tecnológicos, está vinculado ao seu
grau de interatividade, porque além de facilitar o processo de ensino-aprendizagem,
possibilita que sejam incorporados a ele, muitos recursos tecnológicos como o
vídeo, o televisor, entre outros.
Como cita PAPERT (1994), o computador não foi criado para fins
educativos, pelo contrário, foi criado para solucionar problemas que eram gerados
pela guerra, onde cada país iniciou uma corrida para desenvolver tecnologias que os
permitissem levar alguma vantagem sobre os países inimigos. Mas, após a evolução
e a popularização dos computadores, foram descobertas novas aplicações onde o
computador poderia beneficiar, em diversos aspectos, o desenvolvimento da
sociedade como um todo.

O computador, embora nascido de uma dada civilização e para solucionar dados


problemas, hoje é um patrimônio transcultural. A absorção crítica de sua utilização na
educação deve ser precedida de análises das questões mais radicais que afligem esta
dimensão da cultura brasileira. Como tarefa dos educadores, cumpre desenvolver uma
pedagogia de uso crítico da informática na educação. Um desafio. (ALMEIDA, 1988, p. 52)

1
TAPSCOTT, D. Economia Digital. São Paulo: Makron Books, 1997.
11

Essa absorção, já vem acontecendo pois, a algum tempo, o computador já


vem sendo usado para fins educativos, mas ainda gera polêmica e um certo repúdio
por parte de alguns educadores mais resistentes, portanto, consideramos ser de
extrema importância que este educador tenha conhecimento sobre a utilização do
computador na sala de aula e possa fazer uma avaliação das vantagens e das
desvantagens que esta nova tecnologia pode trazer para a educação. (ALMEIDA,
2000)
Quando falamos em recursos tecnológicos aplicados à educação podemos
classificar os educadores, em dois grandes grupos: os que são contra a inserção da
informática na educação e os que são a favor. A seguir, destacamos alguns
argumentos principais para a justificativa da existência destes dois grupos.
No grupo de professores que são contra a inserção da informática na
educação, alguns dos argumentos apresentados por BORBA e PENTEADO (2001)
são: primeiro, que o aluno só aperta teclas e limita-se a obedecer orientações
provenientes da máquina e, segundo, que as escolas não têm recursos nem para
comprar os materiais básicos e nem para remunerar o professor devidamente. Por
estes motivos não pode investir em computadores e tecnologia.
O primeiro argumento, que “é ainda mais poderoso dentro de parte da
comunidade de educação matemática” (BORBA; PENTEADO, 2001, p. 11), é
facilmente refutado por resultados de várias experiências já concluídas, algumas
inclusive, mencionadas neste trabalho. Verificamos então, que o computador
possibilita ao aluno, um nível de experimentação muito maior do que as tecnologias
atualmente já incorporadas ao ensino, e isto contribui significativamente para o
desenvolvimento do aluno pois:

“o computador pode ser utilizado como um simulador de conjecturas que devem ser
provadas para consolidar o conhecimentos adquirido ou, ainda como um instrumento de
visualização de conceitos e suporte para uma melhor compreensão e aprofundamento do
que está sendo aprendido (...) uma poderosa ferramenta geométrica e de cálculo algébrico
para a resolução de problemas difíceis, com extrema utilidade para diversas situações
teóricas e práticas.” (FIGUEIREDO, 1997, p. 111)

De acordo com BORBA (2001), o segundo argumento, principalmente, não


leva em consideração as leis atuais, que proíbem nossos governantes de direcionar
recursos de uma determinada área para outra. Geralmente, estes recursos provém
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de uma determinada fonte e não podem ser transferidos. Um exemplo da fragilidade


deste argumento é que, no mês de fevereiro de 2001, foi lançado um programa onde
recursos do Fundo de Universalização do Sistema de Telecomunicações – FUST,
seriam utilizados para a compra de computadores para as escolas do Ensino Médio.
Este fundo, arrecadado de empresas de telecomunicações privatizadas, não deveria
ser, de maneira alguma, transferido para folha de pagamento dos professores ou
para compra de giz.
Segundo VALENTE(2004b), no grupo que defende a inserção da nova
tecnologia na educação, um argumento é de que, os alunos, por estarem inseridos
em uma sociedade que dispõe de uma determinada tecnologia, precisam ser
preparados para utilizá-la e cabe à escola este papel. Um outro argumento, que
começa a ser apresentado mais fortemente nos últimos anos, é que o computador
deve ser inserido no ensino por se tratar de uma ferramenta que pode auxiliar
professores e alunos no desenvolvimento escolar.
PENTEADO (1999) menciona várias iniciativas que buscam a inserção da
informática na educação. Em relação aos objetivos destas iniciativas afirma:

“Para algumas, adequar-se às tendências da sociedade atual tem significado incluir no


currículo uma disciplina de informática, na qual os alunos podem aprender os recursos de
alguns softwares, bem como o acesso a internet, entre outros. Para outras, o uso do
computador está relacionado às disciplinas do currículo. Por exemplo: o uso do computador
no ensino de Ciências, de Matemática, de Português, História, e assim por diante.”
(PENTEADO, 1999, p. 298)

Segundo TAJRA (2001), o uso do computador pode ser definido de duas


formas: para fins pedagógicos ou sociais. Na primeira, a escola utiliza o computador
como ferramenta para reforço de conteúdo, sensibilização disciplinar ou projetos
educacionais. Na segunda, a escola preocupa-se em ensinar aos alunos a operarem
a máquina e a reconhecerem os aplicativos existentes. Tanto uma como a outra,
utilizadas separadamente, possuem desvantagens. Sendo utilizado para fins
pedagógicos, o aluno, mesmo tendo contato direto com o computador, pode não ser
capaz de utilizar os softwares existentes e nem mesmo ligá-lo sem o auxílio do
professor. Quando o enfoque é apenas social, o aluno pode ser capaz de utilizar
planilhas, editores de textos e muitos outros aplicativos, mas não conseguir
relacioná-los com a vida cotidiana e, desta forma, não vê utilidade para o
computador na prática.
13

NOGUEIRA e ANDRADE (2004), mencionando as tecnologias utilizadas na


sociedade afirmam que “não há mais como 'se esquivar' das novas tecnologias, o
que torna tal discussão [sobre inserção das tecnologias na educação] efetivamente
superada, não cabendo mais dúvidas acerca da pertinência dessa utilização”.
(NOGUEIRA; ANDRADE, 2004, p. 25). Esta afirmação sugere que a escola, por se
encontrar em uma sociedade que “sofre” avanços tecnológicos continuamente,
precisa acompanhar esses avanços, ou seja, a escola precisa incorporar as
tecnologias utilizadas pela sociedade.
Acreditamos que o uso do computador, tanto para fins sociais ou
pedagógicos, é muito importante para a vida dos alunos em geral, mas
consideramos ser necessária uma discussão para elencar os objetivos a serem
alcançados com o uso desta tecnologia. “Mesmo com todo o contexto político, social
e econômico 'exigindo' o uso de computadores no ensino, isso não significa que esta
decisão deva ser tomada prematuramente” (CLÁUDIO; CUNHA, 2001). Geralmente,
o computador é utilizado para fins sociais, por termos a idéia de que os alunos
precisam ser preparados para o futuro, preparados para o mercado de trabalho, que
exigirá deles mais esta habilidade. Neste contexto, concordamos com o alerta de
BORBA e PENTEADO (2001, p. 16): “O perigo de assumir essa posição é que a
educação torne-se mais uma instância a ser totalmente privatizada, passando a ter o
seu currículo e sua própria organização totalmente subordinados às grandes
empresas que ditam o que é adequado para este setor.”
Quando o professor opta por utilizar o computador para fins pedagógicos,
pode, segundo CLÁUDIO e CUNHA (2001, p. 174), “usá-lo como uma máquina
transmissora dos conhecimentos para o aluno, ou como um auxiliar na construção
desses conhecimentos pelo aluno.” A primeira opção é , com algumas exceções,
uma forma de educação tradicional com tecnologia, neste caso, o computador é
utilizado como um vídeo ou uma televisão, com várias vantagens, devemos admitir,
mas o potencial oferecido por esta tecnologia fica longe de ser explorado
satisfatoriamente, isto caracteriza-se, segundo VALENTE (2004b), como sub-
utilização do computador.
A segunda opção é a utilização do computador como ferramenta
educacional, onde o professor e alunos poderão interagir, discutir resultados e
utilizar os erros para “clarear” os conceitos. “Segundo esta modalidade o
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computador não é mais o instrumento que ensina o aprendiz, mas a ferramenta com
a qual o aluno desenvolve algo, e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar
executando uma tarefa por intermédio do computador.” (VALENTE, 2004a)
Dessa forma, o computador é apenas mais uma ferramenta para a
construção de conhecimentos, pedagógicos ou sociais. Não pode substituir
educadores e não pode desenvolver o ensino-aprendizagem por si só. O que é
revolucionário no computador são as idéias despertadas com o seu uso, a
possibilidade de visualizarmos transformações, que antes só podíamos ensinar na
teoria. Os alunos precisavam imaginar como a “coisa” acontecia. Hoje eles podem
ver, por exemplo, um planta crescer em poucos segundos, podem ver as células se
dividindo, reações químicas acontecendo, tudo isso sem estar em um laboratório de
ciências e de uma maneira bem mais dinâmica, onde o aluno pode interferir no
processo e descobrir novos resultados, comparando-os com os resultados
apresentados pela natureza. “Os computadores possibilitam representar e testar
idéias ou hipóteses, que levam à criação de um mundo abstrato e simbólico, ao
mesmo tempo que introduzem diferentes formas de atuação e de interação entre as
pessoas.” (ALMEIDA, 2000, p. 12)
Apesar de todas as vantagens que o computador nos traz, não podemos vê-
lo como uma varinha de condão que vai solucionar todos os problemas, muito
menos, sanar todas as dificuldades de aprendizado dos alunos, mas precisamos
visualizá-lo como algo que pode auxiliar, de forma satisfatória, no processo:

A informática aplicada à educação não é solução! A solução dos problemas educacionais do


Brasil está no nível dos recursos humanos; sua formação, sua capacitação, sua melhoria de
nível econômico, sua participação nas definições políticas dos rumos da educação... A
informática pode contribuir neste processo de capacitar educadores e educandos, de
melhorar o nível de ensino e de lançar recursos e atenção para a tão carente escola
brasileira. (ALMEIDA, 1988, p. 100)

É evidente que o sucesso de mais essa revolução tecnológica dependerá da


visão que ficará impregnada na mente dos educadores e educandos. PRADO 2,
citado por ALMEIDA (2000, p. 16), afirma que “o aprendizado de um novo referencial
educacional envolve mudança de mentalidade”, bem como mudança de valores,

2
PRADO, M. E. B. B. Logo no curso de Magistério: o conflito entre abordagens
educacionais. In VALENTE, J. A. (org.). Computadores e conhecimento: repensando a educação.
Campinas, Gráfica Central da Unicamp, 1993.
15

concepções, idéias e, consequentemente de atitudes. Este aprendizado não pode


ser um ato mecânico, e sim, um processo reflexivo, depurativo e de reconstrução,
sendo que a mudança não acontece de forma automática e instantânea, mas de
forma lenta e gradativa. Este processo implica em transformação e transformar
significa conhecer.
Ao utilizarmos um Ambiente Informatizado no ensino-aprendizagem,
podemos abrir muitas oportunidades para educadores e educandos. Segundo
TAJRA (2001), o professor deixa de ser o único detentor do conhecimento. Os
alunos da atualidade, geralmente têm maior facilidade para assimilar e acompanhar
a evolução tecnológica pois nasceram inseridos nesta tecnologia e isto acontece de
modo natural.
Dessa maneira, não eventualmente, poderá haver uma inversão de papéis
entre professor e aluno. O professor pode, por exemplo, usar o computador para fins
pedagógicos enquanto o aluno ajuda o professor no manuseio da máquina, desta
forma, o aluno estará utilizando o computador para fins sociais (instrução informal do
professor). Porém, é indispensável que o professor tenha um conhecimento básico
sobre a máquina e sobre os softwares que irá utilizar, sendo que, muitas vezes, este
conhecimento não é suficiente para satisfazer a “fome” de tecnologia de seus alunos
que, em muitos casos, por buscarem com mais intensidade, podem estar a frente do
professor nesse aspecto. Também, não podemos deixar de mencionar que, utilizar
computadores nas aulas exige um pouco mais do professor, pois “...o
desenvolvimento de um plano de aula com tecnologia requer maior pesquisa,
versatilidade, criatividade e tempo do professor.” (TAJRA, 2001, p. 59)
O Ambiente Educacional Informatizado abre caminho para a
interdisciplinaridade3, onde podemos trabalhar diversos conceitos e relacionar
conteúdos disciplinares, derrubando as barreiras que os mantém distantes e assim,
permitir ao aluno uma melhor compreensão do todo. “A interdisciplinaridade se
concretiza pela integração entre as disciplinas e pelo diálogo que se estabelece
entre os sujeitos envolvidos nas ações desencadeadas pelos projetos e devolve a
identidade às disciplinas, fortalecendo-as” (FAZENDA4, apud, ALMEIDA, 2000, p.

3
Ainda não existe consenso sobre o tema interdisciplinaridade. Para maiores
esclarecimentos, consultar: FAZENDA (1994, 1998, 2001) e D’AMBROSIO (1997).
4
FAZENDA, I. C. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas, Papirus,
1994.
16

74). “A informática na educação é um novo domínio da ciência que em seu próprio


conceito traz embutida a idéia de pluralidade, de inter-relação e de intercâmbio
crítico entre saberes e idéias desenvolvidas por diferentes pensadores.” (ALMEIDA,
2000, p. 19). Através do computador, é possível ter acesso a uma enorme
quantidade de informações, tornando mais nítida a relação interdisciplinar. “O
universo de estudos da informática na educação é como uma rede dinâmica de
temas ou especialidades inter-relacionadas para propiciar a unificação de
conhecimentos.” (ALMEIDA, 2000, p.22)

2.2 INFORMÁTICA E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

As novas tecnologias, em especial o computador, estão ligadas a


matemática desde a sua gênese. Na verdade, a matemática como ciência contribuiu
significativamente para este avanço tecnológico que estamos vivendo, a lógica e os
números, tão essenciais a matemática estão relacionados intrinsecamente com esta
evolução. Os precursores na construção dos computadores eram matemáticos, que
por ocasião da guerra que ocorria na década de 40, buscavam uma maneira de
efetuar cálculos de forma rápida e eficiente, para decifrar códigos cada vez mais
complexos a tempo de utilizar as informações que eles continham a seu favor e/ou
contra seu inimigo. “Os pioneiros eram matemáticos e construíram máquinas à sua
própria imagem.” (PAPERT, 1994, p. 139).
Programas específicos em relação à Educação Matemática começaram a
ser desenvolvidos principalmente após a década de 80, quando um número
consideravelmente maior de pessoas começou a se interessar pelo computador
aplicado à educação, em especial, à Educação Matemática. A partir dessa época,
surge o Cabri-Géomètre e outros afins, não que antes desta época não houvesse a
preocupação com a utilização do computador aplicado à educação. Um exemplo é o
LOGO, já reconhecido dentro da comunidade de educadores matemáticos que
trabalham na área de informática educativa. Este software, começou a ser pensado
por Papert ainda na década de 60, como relata em seu livro, A Máquina das
Crianças, sendo desenvolvido, testado e melhorado ao longo dos anos até chegar
ao que conhecemos hoje. Com toda essa movimentação nas últimas décadas do
17

século passado, a inserção do computador na educação começou a ser discutida


juntamente com projetos e estudos, mas a prática ainda demoraria alguns anos para
acontecer.
Ainda na década de 90, alguns trabalhos já mostravam resultados positivos,
indicavam alguns caminhos e apontavam algumas das maiores dificuldades. Já
podíamos contemplar, em algumas poucas escolas, turmas inteiras — por volta de
trinta alunos, utilizando essa tecnologia, favorecendo e enriquecendo o processo de
ensino-aprendizagem, como podemos observar em comentários de professores,
após uma experiência utilizando o LOGO na construção do TANGRAN. Destacamos
os seguintes: “Um dos pontos que os alunos perceberam com mais facilidade foi o
Teorema de Pitágoras. Normalmente ele é ensinado na oitava série. Este ano o
fizemos na sétima e percebemos que foi muito bem compreendido e aplicado em
várias situações.” (VALLIN et al., 1996, p. 20)
Um outro professor, ainda sobre o mesmo projeto:

“Somas, subtrações, divisões e multiplicações foram feitas aos montes, com o sentimento
da utilidade, porque eles precisavam dos resultados, e não porquê o professor mandou. Não
havia alguém a formular-lhes as expressões que deveriam ser retificadas. Eles mesmos se
meteram em enrascadas que geraram expressões e que foram resolvidas. A validação de
tudo isto, da montagem e da resolução das expressões foi dada por eles mesmos, na
interação com o LOGO e seus desenhos. O próprio aluno percebe se está fazendo a coisa
certa, olhando o desenho que sai na tela.” (VALLIN et al., 1996, p. 21)

Observamos no primeiro comentário, que a utilização do computador fez


com que fosse ministrado um conteúdo “antes da hora”, mas que não foi um
problema para os alunos, mostrando que, quando usamos o computador, às vezes
não podemos escolher qual conteúdo vem antes ou depois, o aluno precisa saber o
necessário para aquela atividade, independente se o conteúdo que necessita
pertence a série em que ele se encontra ou não. Desde que não seja somente
repassado a fórmula pela fórmula, se ele entender ou pelo menos visualizar o que
acontece, isso não será problema. Segundo SILVA (2003), o professor tem como
função direcionar as aulas de acordo com as necessidades dos alunos, observando
seus avanços e dificuldades, portanto, cabe ao professor analisar previamente se os
alunos podem absorver ou não o que lhes será ministrado.
18

No segundo comentário, percebemos que aquilo que sempre se torna um


exercício enfadonho e sem valor para o aluno, acabou sendo uma tarefa prazerosa,
pois estavam realmente visualizando o que acontecia quando não utilizavam
corretamente os conceitos e, desta forma, buscavam melhor compreensão para
alcançar seus objetivos.
Como já relatamos, os recursos tecnológicos podem auxiliar tanto na
introdução de novos conteúdos, quanto na compreensão de conceitos já ministrados
aos alunos, além de motivar e despertar o gosto pela matemática, como relata
FAINGUELERNT (1999), ao apontar resultados de um trabalho envolvendo o ensino
da geometria através dos recursos do LOGO: “Verificou-se também que a
costumeira atitude dos aprendizes de querer que a aula acabe logo, ou de achar
Matemática ‘chata’, foi trocada pela procura do laboratório em qualquer hora vaga,
incluindo o recreio, para terminar um determinado projeto.” (FAINGUELERNT, 1999.
p. 211). Acreditamos que esta motivação é um resultado que não deve ser
desconsiderado, apesar disto, concordamos com a afirmação de VALENTE (2004b),
que só isto não é justificativa suficiente para inserção de novas tecnologias na
educação, principalmente porque, o computador, visto somente como agente
motivador, pressupõe que a escola, como um todo, permaneça como ela é, ou seja,
que não haja mudança de paradigma ou de postura do professor.
Além da compreensão de determinados conceitos, a informática também
pode nos auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento destes. “Os softwares de
simulações e de programação são excelentes recursos computacionais que
permitem o aprimoramento das habilidades de lógica, matemática e de resolução de
problemas.” (TAJRA, 2001, p.19). Portanto, com o advento do computador, surge
uma nova maneira de ensinar matemática e, esta ferramenta, torna-se um
instrumento “... catalisador para mudar a dependência e, em um ambiente interativo,
envolver os alunos em atividades matemáticas durante as quais eles podem propor
os seus próprios problemas, tomar suas próprias decisões e depurar suas
representações baseados no feedback proporcionado pelo computador.”
(FAINGUELERNT, 1999. p. 63).
Neste contexto, em relação à geometria, um novo termo começa a ser
utilizado com mais freqüência, a “Geometria Dinâmica”, que segundo BRAVIANO e
RODRIGUES (2002, p. 22), trata-se simplesmente de “...uma exploração da idéia de
19

movimento para descrições geométricas.” Esta nova maneira de ensinar geometria


vem sendo, já a algum tempo, reconhecida e implementada pelos educadores
matemáticos. Utilizar softwares para trabalhar Geometria Dinâmica – GD, pode ser
muito vantajoso, apesar de exigir um pouco mais do professor. Uma forte justificativa
para o uso desta tecnologia é que ela “possibilita ao aprendiz, a partir de uma única
construção, efetuar um número arbitrário de testes (para procurar ou verificar uma
conjectura), o que seria praticamente impossível com régua e compasso.”
(BRANDÃO, 2002, p. 27)
As vantagens, principalmente no que tange os conceitos matemáticos
vinculados à geometria, são evidentes, tanto nos conceitos que exigem maior
compreensão dos alunos, quanto nos conceitos mais simples, como por exemplo, o
retângulo, pois “...nas atividades geométricas sem computador, quando os alunos
são apresentados ao retângulo, eles identificam somente sua representação visual.
Utilizando o LOGO, eles constróem uma seqüência de procedimentos que os obriga
a ter mais claro o seu conceito de retângulo.“ (FAINGUELERNT, 1999. p. 62). Sendo
interessante salientarmos que, além do LOGO, existem outros softwares que
possibilitariam ao aluno o mesmo nível de compreensão.
Em várias outras áreas da Matemática, também já existem softwares que
podem auxiliar na construção do conhecimento por parte do aluno. Como por
exemplo, o estudo de Funções, Estatística e Matemática Financeira, que é facilitado
pelas planilhas eletrônicas de modo geral, além de softwares específicos, como os
comerciais Maple, Derive, Mathematica, demonstrações ou completos, disponíveis
na Internet como Graphmatica, Mathlab1, Cabri Géomètre, além de muitos outros,
“... tais como jogos, que abordam conteúdos matemáticos adequados ao currículo
escolar, inseridos em uma situação em que o aluno explora conceitos e progride
através do seu desempenho e de suas estratégias, sem a necessidade da
interferência do professor.” (CLÁUDIO; CUNHA, 2001, p. 187). Assim, podemos
perceber que, não só a geometria é beneficiada por essas novas tecnologias, mas
muitas outras áreas relacionadas à Matemática.
Esses jogos mencionados podem, inclusive, ser utilizados pelo professor
como uma forma de avaliação, onde podemos analisar, através de observação, se
os alunos compreenderam ou não determinados conceitos. Basta escolher um jogo
que exija do aluno o conhecimento destes conceitos e, desta forma, o professor
20

observa o avanço e as dificuldades encontradas pelo aluno, para que possa, assim,
redimensionar suas aulas com base nestas observações.

2.3 A PRÁTICA DOCENTE E OS CAUSADORES DE RESISTÊNCIA

Destacaremos a seguir, alguns dos principais fatores que são apontados por
vários autores, como os responsáveis por gerar resistência ou causar o entrave em
relação à inserção do computador no ensino. Estes fatores, doravante, neste
trabalho, serão denominados causadores de resistência e, consideraremos,
principalmente, a utilização do computador para fins pedagógicos.
BORBA e PENTEADO (2001), citam alguns problemas em relação à direção
da escola que, muitas vezes, cria uma infinidade de normas para o uso da “sala de
informática” e responsabiliza o professor por qualquer dano causado aos
equipamentos durante a sua aula.
Segundo os mesmos autores, o acesso à sala é um problema, pois a chave,
em alguns casos, fica com um funcionário que nem sempre está presente na escola,
impossibilitando o acesso. A dificuldade em relação ao espaço também é um grande
problema mencionado, porque existem salas que não comportam uma turma inteira,
e este fato pode ser considerado com um grande causador de resistência.
Geralmente, a opção é dividir a turma, o que indica que o professor precisaria estar
em dois lugares ao mesmo tempo para atender satisfatoriamente toda a turma,
como isto não é possível, ele fica andando de uma sala à outra, tentando coordenar
as ações nos dois ambientes, pois na maioria das escolas, não existe outra pessoa
com quem o professor possa dividir esta tarefa.
Outro problema destacado pelos mesmos autores, é a falta de um técnico
presente na escola para resolver problemas que ocorrem no cotidiano e que podem
atrapalhar completamente uma atividade. Segundo BORBA e PENTEADO (2001),
numa escola onde o fluxo de usuários é muito grande, não há como evitar que
problemas técnicos aconteçam, portanto, é necessário que alguém se responsabilize
por isto, no sentido de resolver estes problemas quando acontecerem. Além disto,
destacam também a importância de uma assistência técnica para o conserto dos
equipamentos.
21

CLÁUDIO e CUNHA (2001), apontam que um causador de resistência é a


falta de incentivo aos professores. Afirmam que são raros os casos em que a
instituição de ensino incentiva os professores a utilizarem as novas tecnologias e,
por não haver este incentivo, o professor não tem entusiasmo e nem se sente à
vontade para esta prática. Os mesmos autores também evidenciam a não
disponibilidade de carga horária destinada para o preparo de atividades envolvendo
recursos tecnológicos. Um outro problema apresentado por (ALMEIDA, 1998), é a
preocupação com a aquisição de equipamentos e softwares educacionais,
preocupação considerada pela autora como “excessiva”. Em relação ao primeiro,
preocupa-se em ter um aluno por computador e, ao segundo, quanto mais softwares
melhor, tendo-se a idéia de que somente isso garantiria um ensino de qualidade.
Para VALENTE (2004b), além da falta de recursos para compra de
softwares e manutenção dos computadores, as mudanças de forma geral, podem
ser consideradas como as principais causadoras de fobias e medos, segundo ele, é
o maior desafio para a introdução do computador na educação. BORBA e
PENTEADO (2001), classificam estas mudanças como a passagem do que
denominaram zona de conforto para a denominada zona de risco, ou seja, sair do
que é previsível e controlável e ir para uma área onde é preciso avaliar
constantemente suas ações, rever conceitos e aprender novas técnicas, um
caminho que leva a incerteza e imprevisibilidade.
Sabemos que podem existir vários outros fatores que poderíamos considerar
como causadores de resistência, mas de forma geral, os apresentados neste estudo
podem ser considerados como um resumo de todos eles. Por exemplo, FRANT
(1994) também cita as mudanças, de uma forma mais agressiva, como um primeiro
ponto a ser observado. Afirma que o computador causa desequilíbrio ao professor,
principalmente quando o conteúdo não lhe é tão explícito, isto pode ser evidenciado
pelo novo. A autora ainda afirma que: “O professor, de um modo geral, se acha dono
de um saber inquestionável, por isso não aprofunda seu conhecimento em relação
ao conteúdo, nem reflete sobre sua prática pedagógica. Em geral não questiona sua
prática, apenas repete, mecanicamente, as aulas de um ano para o outro, o que faz
com que seus alunos apresentem as mesmas dificuldades.” (FRANT, 1994, p. 26)
Neste contexto, segundo a mesma autora, é fundamental que o professor calce os
sapatos do aluno, isto é, que se coloque de fato na posição de aprendiz para assim,
22

vivenciar a posição de aluno, pois “...não é indolor aprender, pode ser divertido, mas
requer comprometimento e horas de suor.” (FRANT, 94, p. 26).
3 ABORDAGEM QUALITATIVA DOS DADOS

3.1 O PROJETO FUTURO HOJE

Por pertencermos ao grupo de instrutores de informática educacional na


rede municipal de ensino de Cascavel desde o ano de 2000, vínhamos a algum
tempo, refletindo sobre a forma com que as aulas de informática educacional eram
ministradas. O desenvolvimento destas aulas era em contra-turno e a partir do
pagamento de uma taxa de inscrição, o que gerava dois grandes problemas: o aluno
que necessitava desse “reforço”, geralmente não aparecia nas aulas porque, ou era
muito longe, ou os pais não incentivavam por pensar que seria muito cansativo,
entre outras coisas. O outro problema, era que a taxa de inscrição, embora um valor
muito pequeno, excluía algumas crianças mais necessitadas, o que também era
utilizado pelos pais como pretexto para que o seu filho não viesse em contra-turno.
Em 2002, a Prefeitura Municipal de Cascavel destinou para a escola, dez
novos computadores, o que nos permitiu iniciar a implantação de um projeto que
denominamos Projeto Futuro Hoje. O projeto foi apresentado inicialmente à direção
e coordenação, onde as pessoas que eram responsáveis por estas funções estavam
abertas às mudanças e também estariam presentes durante a execução, ajudando a
resolver alguns problemas.
Antes da implantação completa do projeto, foi necessário uma mudança de
sala pois, na antiga não havia espaço suficiente para o desenvolvimento do mesmo,
sendo que, precisávamos de um espaço físico para, aproximadamente, trinta alunos.
A administração da escola providenciou a adequação da nova sala para ser utilizada
como Ambiente Informatizado. As aulas foram ministradas em 2002, aos alunos de
pré-escola, 1ª série e classe especial e, em 2003, com a nova sala, o projeto
alcançou todos os alunos da escola, atendendo alunos de pré-escola a 4ª série e
classe especial, totalizando 27 turmas e 18 professores participantes. Basicamente,
foram utilizados softwares fornecidos pela Prefeitura Municipal, softwares livres
(freewares), softwares demonstrações (sharewares), além de softwares adquiridos
pela escola e doados por professores e entidades.
24

O Projeto Futuro Hoje foi elaborado com o objetivo de reduzir e/ou eliminar
alguns causadores de resistência, pois “...não podemos simplesmente montar um
laboratório de informática em determinada escola e dizer que isso vai melhorar a
qualidade das aulas ministradas aos alunos, precisamos eliminar as barreiras
criadas, não por parte dos alunos, mas pelos professores, que não se sentem
preparados, nem a vontade com esses novos recursos.” (Silva, 2003). Desta forma,
em 2004, após o primeiro ano da execução do projeto, de forma completa, foi
aplicado um questionário (anexo) para verificarmos quais objetivos foram
alcançados e se houve redução ou eliminação de algum causador de resistência.
O acesso ao Ambiente Informatizado ocorreu, conforme define TAJRA
(2001), de forma sistematizada, ou seja, através de horários previamente definidos,
entretanto, acreditamos que talvez esta sistematização não seja a melhor forma para
a utilização da “sala de informática”, principalmente, porque os professores
envolvidos no projeto não tinham o hábito de utilizar este ambiente para desenvolver
ou planejar as suas aulas. Portanto, caso o acesso ao Ambiente Informatizado fosse
feito de forma livre, haveria o risco de somente alguns professores utilizarem
enquanto que outros não participariam do projeto. A forma sistematizada foi
escolhida, principalmente, porque é “...uma forma de ajudar o professor a vencer
suas resistências e medos quanto à utilização do computador.” (TAJRA, 2001, p.
58). Ressaltamos também, que a escola já possuía um técnico, instrutor de
informática, que ministrava aulas de informática educacional com a responsabilidade
pela manutenção dos equipamentos, além da limpeza dos equipamentos e da
resolução de problemas simples como a limpeza de mouse, organização de barras
de ferramentas, entre outras.
Neste projeto, conforme VALENTE (2004a) e ALMEIDA (2000), o
computador era visto como uma ferramenta auxiliar do aluno na construção de seu
próprio conhecimento, através de uma proposta pedagógica consistente e bem
estruturada, onde o computador enriquecia as atividades curriculares tornando-se
uma maneira prazerosa de resolver problemas. Em suma, o projeto propôs que o
computador na escola deve funcionar como instrumento facilitador no processo
ensino-aprendizagem e, neste sentido, podemos citar os principais objetivos do
nosso projeto, que eram: enriquecer as atividades curriculares promovendo a
integração das diversas matérias do currículo escolar com a informática, instigando
25

o interesse do aluno; colaborar na melhoria dos processos mentais do aluno,


atenuando ou evitando problemas de aprendizagem; auxiliar na construção do
conhecimento, através do desenvolvimento do raciocínio lógico e da flexibilidade do
pensamento; melhorar a organização e atenção na realização de tarefas
estimulando a curiosidade (exploração do novo) e desenvolvendo a imaginação e a
criatividade; proporcionar ao professor a elaboração de projetos interdisciplinares de
informática; propiciar ao corpo docente da escola o uso do computador, a fim de
capacitá-lo, gradativamente, para utilizar os recursos disponíveis de modo
satisfatório.
O Ambiente Informatizado, com relação aos conteúdos, pode ser utilizado
em vários momentos. No início do conteúdo, como ponto de partida, através de
imagens, informações, pesquisas em arquivos, CDs, Internet, etc., aguçando a
curiosidade do aluno à respeito de determinado conteúdo, ao mesmo tempo que ele
absorve os fatos e conceitos sobre este. Durante o desenvolvimento do conteúdo,
funcionando como uma ponte entre um e outro aspecto deste. Também poderá ser
utilizado este momento para, através de uma aula prática (ou simulação), fazer com
que o aluno possa analisar os fatos e entender os conceitos desenvolvendo melhor
a aprendizagem. Enfim, a utilização do Ambiente Informatizado pode servir como
avaliação e fixação do conteúdo, onde o professor poderá utilizar os software para
criar situações-problemas de tal forma que o aluno deverá utilizar os conhecimentos
adquiridos ao longo do período para solucioná-las. Essas exemplificações são
algumas sugestões, mas podem ser superadas pelo professor, que poderá, com
criatividade, utilizar o Ambiente Informatizado de uma forma totalmente inédita e
interessante para seus alunos.
Através do projeto, cada professor tinha reservado uma hora por semana
para utilizar a “sala de informática” para ministrar as suas aulas. Nesta hora, sempre
havia disponível um técnico em informática para auxiliar os docentes caso
ocorressem problemas técnicos ou mesmo em relação à ajuda aos alunos. Também
havia sido reservado uma hora por semana, na hora atividade de cada professor,
para que eles pudessem ir até ao ambiente de informática para explorar os
softwares disponíveis. Este horário era reservado por série, para que os professores
de uma mesma série pudessem trocar idéias a respeito dos softwares ou até mesmo
fazer um planejamento em conjunto. Neste horário, o técnico também ficava
26

disponível para auxiliar o professor, nas dúvidas a respeito de hardware e software,


com o objetivo de deixar o professor o mais seguro possível para desenvolver a sua
aula.
Esse momento era, ou deveria ser, um momento para unir a experiência
técnica com a pedagógica, em benefício do aluno pois o técnico disponível no
Ambiente Informatizado também tinha como função, indicar aos professores alguns
softwares disponíveis para determinado conteúdo. O professor apresentava a ele o
conteúdo que queria trabalhar e o técnico apresentava os softwares que poderiam
ser utilizados para trabalhar aquele conteúdo, o professor procedia a análise, se
necessário com a ajuda do instrutor, para então escolher qual(is) seria interessante
utilizar. Este também era um momento onde o professor podia trabalhar no
computador como se fosse o aluno, geralmente encontrava as mesmas dificuldades
que ele e, às vezes, maiores ainda.

3.2 ANÁLISE DOS DADOS

Neste estudo, ao enfocarmos a resistência docente à inserção de novas


tecnologias à educação, utilizamos a aplicação de um questionário para professoras
de pré a 4ª série de uma mesma escola, para posteriormente, procedermos a análise
qualitativa dos dados, que, segundo LÜDKE e ANDRÉ (1986), neste tipo de análise,,
as informações coletadas são predominantemente descritivas, o interesse é muito
maior pelo processo do que pelo produto e a análise das informações tende a
direcionar-se para um processo indutivo.
Este questionário foi elaborado e entregue a 16 professoras que
participaram do Projeto Futuro Hoje sendo que todas responderam e devolveram.
Assim, quando nos referimos aos números alcançados, consideramos esta
quantidade como sendo o todo. Analisamos principalmente, as questões seis, sete e
doze do questionário (anexo), para tentar identificar os causadores de resistências.
Das 16 professoras que responderam a pesquisa, 6 possuem somente
magistério, 5 possuem magistério e curso superior, 5 possuem curso superior, sem
magistério. Das 10 que possuem curso superior, 6 professoras têm especialização
em áreas da educação. A média de idade das professoras é de 33 anos, sendo que
27

metade já têm mais de 12 anos de docência. É importante mencionarmos que na


questão nove do questionário (anexo), todas as professoras consideraram
importante o uso de tecnologias aplicadas à educação,
Um problema que podemos destacar é relativo ao acesso à “sala de
informática”. Nas respostas do questionário, a resolução desse problema pôde ser
verificada pela questão doze. Nenhuma das 16 professoras apontou a
indisponibilidade da sala como um problema ocorrido durante a execução do projeto
em 2003.
TAJRA (2001), orienta que somente uma pessoa fique responsável pela
instalação e configuração dos programas, por encaminhar computadores para
manutenção, identificar as máquinas, enfim, gerenciar os recursos físicos e lógicos
do ambiente de informática. Isto aconteceu durante o nosso projeto, o que
consideramos como um ponto positivo.
Durante a execução do projeto, foram conseguidos alguns recursos
financeiros da Associação de Pais e Mestres – APM, e estes foram utilizados para
compra livros sobre informática educacional, softwares educacionais, mouse,
teclado, entre outros. As manutenções que exigiam um conhecimento técnico maior
ou um valor elevado para conserto, eram efetuadas pelos técnicos disponibilizados
pela Prefeitura Municipal, através de agendamento feito pelo instrutor de informática
da escola. Estes consertos demandavam um tempo um pouco maior que, por vezes,
dificultaram o andamento das aulas, principalmente quando a sala ficava com um
computador a menos. Talvez por este motivo, tivemos, na questão doze do
questionário, 5 professoras que consideraram os problemas técnicos como um
entrave e que impossibilitou o desenvolvimento das aulas, apesar de 4 docentes das
5 já terem realizado cursos na área de informática. Mesmo assim, consideramos que
este causador de resistência foi reduzido consideravelmente, visto que 11
professoras não tiveram dificuldades com problemas técnicos durante o
desenvolvimento de suas aulas.
Em relação ao entusiasmo do professor com a utilização das novas
tecnologias, um fato em especial nos chamou a atenção. Uma das professoras
nunca havia utilizado o computador antes de participar do projeto, porque na escola
em que ela trabalhava anteriormente, havia somente uma máquina disponível para
todos os professores e ela sempre pedia para outros fazerem o que ela precisava.
28

Quando chegou na escola, quase no meio do ano de 2003, assumindo uma turma,
deparou-se com o Projeto Futuro Hoje e com a realidade de ter que ministrar aulas
na “sala de informática”. Ela teve muitas dificuldades no início, mas gostou muito da
experiência pois, procurava utilizar o período disponível sempre que podia, para
assim, se inteirar em relação aos softwares disponíveis.
Tivemos alguns casos de doação de softwares por parte de professores e
entidades, mas essa professora, em especial, foi a única que comprou um software
educativo e doou para a escola para que pudéssemos trabalhar com seus alunos.
Consideramos esta ação como uma resposta ao incentivo fornecido pela instituição
— escola, quanto ao uso de novas tecnologias, que segundo CLÁUDIO e CUNHA
(2001), só acontece quando existe entusiasmo do professor, que é gerado pelo
esforço institucional de encorajá-lo à utilização destas tecnologias.
Os softwares disponíveis no Ambiente Informatizado não incluíam muitos
dos que já existem disponíveis no mercado e que são de grande utilidade,
principalmente para a Educação Matemática porém, verificamos em nosso estudo,
que os softwares supriram as necessidades de pelo menos 14 das 16 professoras
que responderam o questionário, com isso, podemos afirmar que a falta de
softwares é um causador de resistência que foi reduzido consideravelmente. Neste
sentido, percebemos que a pesquisa evidenciou a afirmação de ALMEIDA (1998),
quando relata sobre a aquisição de softwares que, por vezes, é auto-valorizada, pois
os softwares disponíveis na escola eram praticamente suficientes para iniciarmos o
trabalho.
Das 16, 7 professoras consideraram que o tempo de estudo foi insuficiente
para sanar as dúvidas. Ao longo do projeto, percebemos que algumas professoras,
inclusive destas 7, não utilizavam este tempo de forma adequada para pesquisa ou
discussão em grupo, geralmente, por estarem preocupadas em planejar suas aulas
como normalmente faziam sem a utilização desse recurso. Aparentemente, tinham
medo de não conseguir terminar o planejamento na hora atividade e por isso
utilizavam aquela hora disponível no Ambiente Informatizado para terminar seu
planejamento. Assim, podemos perceber que algumas professoras não
incorporavam este tempo que utilizavam como planejamento real e sim,
consideravam apenas como uma espécie de complemento do planejamento, que
viria a ser utilizado quando houvesse tempo disponível.
29

Todas as docentes que responderam no questionário que tinham falta de


afinidade com os recursos tecnológicos, também responderam que tinham
insegurança em utilizar o computador e os programas. Então, consideramos que
esta falta de afinidade, na grande maioria das vezes, é a causadora desta
insegurança. Observamos também que, 7 das 9 professoras que fizeram cursos na
área de informática ou informática educativa, não tiveram problemas em relação à
afinidade ou insegurança em lidar com o computador.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No meio educacional, é cada vez mais freqüente a frase: “ensinar por meio
de novas tecnologias”, que podemos resumí-la na utilização do computador no
processo de ensino-aprendizagem. Esta discussão tem atingido grandes proporções
dentro do ambiente educacional, onde os educadores se preocupam em como
utilizar esta tecnologia para auxiliar no desenvolvimento dos educandos. Mas,
mesmo tendo em vista as inegáveis vantagens de se incorporar as novas
tecnologias à educação, em especial o computador, muitos professores ainda não
utilizam desta prática no seu cotidiano. As justificativas são muitas e já vem sendo
discutidas por vários autores de renome, principalmente na área de Educação
Matemática, conforme apresentamos no decorrer deste trabalho, no qual
destacamos alguns causadores desta resistência.
Apesar do processo de mudança ser lento e gradativo, consideramos que o
Projeto Futuro Hoje, desenvolvido na Escola Municipal José Henrique Teixeira,
situada em um bairro da periferia de Cascavel, mostrou-nos a possibilidade da
utilização de novas tecnologias aplicadas à educação como uma realidade que já
pode acontecer em muitas escolas, desde que haja um consenso entre professores,
pais e administradores, de que as novas tecnologias podem contribuir, como
ferramentas, para a melhoria do ensino. A partir daí, devemos dar início a uma
discussão que enfoque o planejamento da implantação destas novas tecnologias, de
acordo com a realidade do meio em que escola e comunidade estão inseridos.
Essa implantação, quando acontece por iniciativa dos órgãos como as
Secretarias de Educação Estaduais ou Municipais, pensamos que deve ser feita de
forma completa, primeiramente, uma instituição específica, onde serão realizados
estudos, análises e experiências, com o objetivo de identificar os principais
problemas e, de forma a criar um processo real que leve a integração das novas
tecnologias nesta instituição — escola.

Uma instituição está realmente integrando as novas tecnologias na educação continuada


quando a maioria dos professores envolvidos conhecem e sabem utilizar estas tecnologias
e seu emprego não está reduzido a um grupo isolado de professores. Para que esta
31

situação se alcance, é imprescindível criar as condições favoráveis de apoio aos


professores, valorizando sua prática. (MERCADO, 1999, p. 39)

Analisando os esforços, principalmente dos órgão públicos, para inserção de


novas recursos tecnológicos à educação, percebemos que o que acontece é uma
pulverização de equipamentos, talvez com o objetivo de alcançar mais escolas,
números para uma estatística. O problema é que muitos destes equipamentos
chegam as escolas e não são utilizados de forma adequada e, em alguns casos,
ficam trancados em uma sala até se tornarem obsoletos, quando não são
direcionados para as áreas administrativas, vetando o uso por parte dos alunos.
Enquanto em outras pouquíssimas instituições, por ocasião de uma iniciativa
isolada, provocada geralmente por educadores descontentes com esta situação, os
equipamentos são utilizados de forma excelente só não sendo possível alcançar
resultados melhores por ocasião da quantidade reduzida de equipamentos. Um
problema que não precisaria acontecer caso os equipamentos fossem destinados de
forma correta. Uma forma de resolver este problema, por exemplo, seria enviar
computadores somente para escolas em que a administração e o corpo docente
estabelecessem previamente, através de projetos ou programas, formas de
utilização destes equipamentos, cobrando-se desta instituição os resultados.
Quanto aos problemas técnicos ocorridos durante o desenvolvimento do
projeto, acreditamos que não deixarão de acontecer, como afirma BORBA e
PENTEADO (2001), principalmente quando se trata, neste caso, de turmas com
aproximadamente 30 alunos. Estes problemas só deixarão de ser mencionados
como tal, quando houver mudança de mentalidade, pois segundo PENTEADO
(1999), a prática docente, independente do meio em que ela é executada, envolve
imprevistos causados por diversos motivos, mas quando se trata de uma mídia
totalmente nova, este fato se torna mais evidente, pois o grau de previsibilidade é
mais baixo do que as atividades envolvendo as tecnologias ou mídias usuais de sala
de aula, como por exemplo, caderno, lápis, caneta e giz, isto porquê, o lápis e o
papel são mídias que estão incorporadas no fazer do professor e, a inclusão de uma
nova mídia, exige um período de transição para que estas sejam integradas de
forma efetiva na sala de aula.
32

Em relação ao projeto, uma ação no sentido de minimizar a insegurança em


relação aos problemas técnicos, foi feita com os professores. Durante um conselho
de classe, foi-nos concedido um horário para trabalhar com os professores no
Ambiente Informatizado, onde eles assumiriam o papel do aluno. “A grande
vantagem desse tipo de capacitação é a troca de informações e a motivação que ela
causa.” (TAJRA, 2001 p. 123) A sala foi preparada para que os computadores não
funcionassem, os problemas criados foram os mais diversos possíveis, indo desde
computadores ou monitores desligados da tomada até cabos desconectados ou mau
conectados. Todos os problemas foram criados em relação aos equipamentos, de
acordo com o objetivo da atividade que era reduzir o impacto causado no professor
e orientá-lo sobre o que fazer quando chegasse na sala e alguma máquina não
funcionasse. “A capacitação minimiza a insegurança, entretanto esta sensação só
será superada após uma prática constante da utilização dessa ferramenta.” (TAJRA,
2001, p. 120-121). Desta forma, quanto à questão da insegurança, consideramos ser
causada pela falta de afinidade com os recursos tecnológicos, e esta será diminuída
gradativamente, a medida que os professores forem desenvolvendo sua capacidade
através da formação continuada.
De acordo com TAJRA(2001, p. 114), “A capacitação do professor também
deve envolver conhecimentos sobre softwares educacionais relacionados aos
conteúdos curriculares.” Pensando nisto, acreditamos que o entrosamento entre
técnico e professor foi essencial durante o desenvolvimento do projeto, auxiliando os
professores na relação tecnologia-conteúdo, sanando algumas dúvidas que
porventura poderiam ter surgido, funcionando como parte da formação continuada
dos professores relacionando com o novo papel do professor.
Esse novo papel, segundo ALMEIDA e ALMEIDA, necessita maior empenho
do professor e não pode ser adquirido em treinamentos técnicos ou em cursos nos
quais trabalha-se separadamente os conceitos educacionais e o domínio dos
recursos tecnológicos deixando sob a responsabilidade exclusiva do professor fazer
a integração entre ambos. É necessário que a formação continuada seja composta
por momentos de exploração da tecnologia computacional, ação pedagógica com o
uso do computador e as teorias educacionais formando um todo articulado,
possibilitando ao professor discutir o como se aprende e o como se ensina, visando
compreensão e transformação da prática docente. Percebemos a importância desse
33

procedimento executado dentro do projeto pois, apesar das dificuldades oriundas do


início de qualquer projeto desta natureza, verificamos, que nenhuma professora
encontrou dificuldades em relacionar os programas e procedimentos do Ambiente
Informatizado com os conteúdos ministrados em sala de aula.
Consideramos que durante o desenvolvimento do projeto houve
entrosamento entre direção, coordenação, professores e técnico, além de apoio da
Associação de Pais e Mestres da escola – APM e Prefeitura Municipal. Em relação à
APM, podemos citar que, os recursos financeiros para os pequenos serviços,
geralmente era fornecido por ela pois, vários pais, mesmo sem a obrigação do
pagamento, mas com seus filhos já utilizando o Ambiente Informatizado,
contribuíram financeiramente. Acreditamos que neste sentido, cumpriu-se em parte,
o que afirma MERCADO (1999, p. 28), “Democratizar o acesso às novas tecnologias
da informação não é apenas uma obrigação do Estado e da escola. É obrigação das
empresas, das associações de pais e mestre (...) de todos os indivíduos que se
organizam em atividades coletivas, buscando encontrar soluções para problemas
coletivos”.
O projeto alcançou vários objetivos, dentre os específicos destacamos o
enriquecimento das atividades curriculares, que colaborou para melhoria dos
processos mentais do aluno, desta forma o projeto auxiliou na construção do
conhecimento, através do desenvolvimento do raciocínio lógico e da flexibilidade do
pensamento. Também houve, durante o projeto, tarefas que estimularam a
curiosidade e desenvolveram a imaginação e a criatividade. Acreditamos que os
objetivos específicos não atingidos de forma satisfatória foram a elaboração de
projetos interdisciplinares de informática, por parte dos professores e a capacitação
gradativa, que deveria ser mais intensa, o que não ocorreu devido a falta de
disponibilidade de tempo do técnico, dos professores e da instituição.
Em relação aos objetivos de uma forma geral, consideramos que os
resultados obtidos foram muito bons pois, os causadores de resistência foram
reduzidos, alguns sendo praticamente eliminados. Ainda em âmbito geral, um outro
objetivo alcançado e julgamos ser de grande importância, foi o acesso democrático
de todos os alunos as novas tecnologias disponíveis na escola. Infelizmente não
conseguimos o acesso a Internet, o que desenvolveria consideravelmente a leitura
informativa e/ou interativa. Consideramos que a instituição, no final da execução do
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projeto, ainda não estava integrando novas tecnologias na educação da forma como
definido por MERCADO (1999), mas acreditamos que já é uma vitória quando
podemos afirmar que todos os alunos e professores daquela escola tiveram acesso
aos recursos tecnológicos disponíveis, sem preocupações com respeito a macular o
“sagrado” espaço da “sala de informática”, pois acreditamos que uns dos objetivos
de que qualquer projeto desta natureza deve ser propiciar esta democratização de
acesso as novas tecnologias como afirma BORBA e PENTEADO (2001).
Nesta monografia, sugerimos que, em relação ao tempo reservado para
estudo, uma forma de reduzir ainda mais este causador de resistência é
disponibilizando pelo menos mais uma hora por semana em outro horário, fora da
hora atividade, desta forma os professores poderão utilizar este “período extra” de
hora atividade para planejar suas aulas com tecnologias e o tempo durante a hora
atividade para discutir e trocar experiências com os outros professores que atuam na
mesma série.
Em relação ao softwares ressaltamos que, de acordo com o avanço e
capacitação dos professores em relação as novas tecnologias, há a necessidade de,
cada vez mais, implementar-mos os softwares disponíveis para propiciar aos
professores liberdade de criação e diversificação de suas aulas. Lembrando ainda
que softwares que permitem mais liberdade, geralmente de autoria e principalmente
de programação, exigem mais criatividade do professor, além de preparo e um
tempo de estudo um pouco maior. Neste caso, poderia ser criado na escola uma
espécie de “Bônus” de tempo de estudo como incentivo aos professores que
desejam utilizar estes softwares.
Acreditamos que o Projeto Futuro Hoje, foi uma ótima experiência que
deveria ser vivenciada pelos professores que atuam nas diversas áreas da
educação, principalmente pelos educadores matemáticos que atuam no Ensino
Fundamental, onde são detectadas inúmeras deficiências em relação à
compreensão dos conceitos matemáticos, pois concordamos com BORBA (1999)
quando afirma que as tecnologias possibilitam demonstrações que seriam
praticamente impossíveis sem uso delas, demonstrações que se tornaram caminhos
supremos para se chegar às verdades matemáticas que conhecemos hoje.
Para que um projeto como esse alcance os principais objetivos propostos, é
necessário mais do que apenas um ano letivo. Na verdade, ele precisa ser
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transformado em um programa contínuo, a longo prazo, onde conste tempo de


cursos para capacitação de professores, horários de discussão, envolvimento da
sociedade e vários outros fatores conforme já citados nesse trabalho. Lembrando,
principalmente — e fazemos questão de repetir, que isto envolve mudança de
mentalidade, mudança de valores, concepções, idéias e de atitudes. Não pode ser
um ato mecânico, mas precisa ser um processo reflexivo, depurativo e de
reconstrução. Não acontece de forma automática e instantânea, mas de forma lenta
e gradativa.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


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QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

 A veracidade das respostas desse questionário validará a minha


pesquisa (monografia de conclusão de graduação).
 A identidade dos participantes da pesquisa serão preservadas.

1) Nome:
2) Idade: 3) Sexo: M F
3) Formação:
Magistério
Ensino Superior. Qual área?
Especialização. Qual área?
Outros. Tipo e área:
4) Tempo de atuação na profissão docente:
5) Assinale a série que lecionou em 2003:
Pré Escola 1a série 2a série 3a série 4a série Classe Especial
6) Fez algum curso na área de informática? Sim Não
7) Fez algum curso na área de informática educacional? Sim Não
8) Aproximadamente quantas horas? menos de 20 20 a 40 mais de 40
9) Você considera importante o uso de tecnologias aplicadas à educação?
Sim Não
10) Dos aplicativos (softwares) disponíveis e citados abaixo, assinale quais você
conhece e/ou utilizou em suas aulas:
Alfabeto História do Dinheiro
Aulas positivo – 1ª série Jogo da Memória diversos
Aulas Positivo–Tabuada (Boliche, etc) Jogo da Velha diversos
Brasil 98 (regiões) Jogos Turma da Mônica
Caixas Labirinto
Cálculo Letras
Contando (Professora Abelha) Matemática (1ª a 4ª série)
Corrida (nave) Megalogo
Dama Solitária (Resta um) Menino Curioso
Dicionário Michaelis – UOL Microkê (Cantigas de criança, etc.)
Editor de Textos (Word e similares) O que é (charadas)
Filmes Turma da Mônica Ortografando
Fine Artist Paint
Fofos Parafusos (Gubble)
Forca Pikeruxo
Fracionando Planilha de Cálculo (Excel e
Geometrando similares)
Geometria (Professora Abelha) Power Point e similares
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Quadrinhos Turma da Mônica Quebra-Cabeça (Ordenar Números)


Qual (Perguntas diversas) Quem (perguntas de História)
Quatro Operações Relógio
Quebra cabeça diversos Tabuada (quadrado mágico, etc.)
Quebra-Cabeça (Hanói) Tangran
Quebra-Cabeça (Monta figuras)

11) Escolha pelo menos três aplicativos de sua preferência, indique-os e discorra de
forma sucinta, como estes programas auxiliaram:
a) no desenvolvimento de suas aulas:

b) na aprendizagem de seus alunos:

12) Assinale quais dificuldades relacionadas abaixo você encontrou no


desenvolvimento das suas aulas durante o ano letivo de 2003:
Os softwares educacionais utilizados no desenvolvimento das aulas não
supriram as suas necessidades.
Tempo (período semanal), reservado na hora atividade para estudo e
aprofundamento utilizando os computadores na “sala de informática”, foi
insuficiente.
“Sala de informática” indisponível quando precisou utilizá-la para estudos ou
ministrar aulas para seus alunos durante a execução do projeto (ano 2003).
Falta de afinidade com os recursos tecnológicos, o que dificultou o
desenvolvimento das aulas.
Problemas técnicos ocorridos durante a aula que impossibilitaram o
desenvolvimento da mesma, tais como: mouse não funcionar, monitor não
ligar, atalhos para os jogos e programas indisponíveis, etc.
Relacionar os programas e procedimentos do ambiente informatizado com
os conteúdos ministrados em sala de aula.
Insegurança em utilizar os computadores.
Insegurança em utilizar os programas.

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