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1

Prof. Dr. Wanderley P. Oliveira


Prof. Dr. Luis Alexandre P. Freitas
Sarah Chagas - PAE

2
PARTÍCULAS USADAS NO SETOR FARMACÊUTICO

➢ Pós de uso tópico (ex. antifúngicos, para


aplicação em fraldas, ...)
➢ Pós e grânulos para administração oral
➢ Pós para reconstituição (antibióticos,
injetáveis, ...)
➢ Produtos inalatórios (secos e úmidos)
➢ Pós para compressão

1
3
PROCESSOS E TECNOLOGIA FARMACEUTICA

➢ Extração de ativos de matrizes vegetais


➢ Solubilização de fármacos
➢ Produção injetáveis
➢ Disponibilidade e biodisponibilidade
➢ Micro e nanopartículas

Micromerítica: Ciência e tecnologia de partículas


pequenas (Dalla Vale, 1948).

“Métodos de caracterização de partículas e


sistemas particulados”

- Área Farmacêutica:

- ?

2
5

PROPRIEDADES EMPREGADAS

- Tamanho
- Distribuição de tamanhos (granulométrica)
- Forma
- Área superficial específica
- Porosidade (distribuição de tamanho poros)
- Densidades
- Propriedades escoamento (Flow properties)

6
Dimensões típicas em sistemas farmacêuticos:

Tamanho Sistema
(μm)
0,5 – 10 ➢ Suspensões, Emulsões finas
10 – 50 ➢ Partículas de emulsão grosseira, limite
superior do intervalo de sub-peneiramento,
partículas de emulsões floculadas
50 – 100 ➢ Limite inferior do peneiramento, pós finos
150 – 1000 ➢ Pós grosseiros
1000 – 3500 ➢ Tamanho médio de grânulos

3
7

- Tamanho e distribuição granulométrica:

Partículas homogêneas regulares:

Partículas farmacêuticas em geral não irregulares

??????????????

4
9

Diâmetros equivalentes

➢Definir o tamanho da partícula com relação ao tamanho


de uma esfera que possua uma mesma característica
física, por exemplo:
A proj
i) Área projetada (Aproj): d pa = 2.

P
ii) Perímetro projetado (P): d pp =

Sp
iii) Área superficial (Sp): ds =

1/ 3
 6  Vp   6  mp 
iv) Volume (Vp): d pv =   =  

    p   

6  Vp d 3pv
v) Relação superfície volume (Vp/Sp) d sv =
Sp
=
d s2

10

1/2
18 ⋅ μf ⋅ vt
vi) Velocidade de sedimentação (Vt): dst =
g ⋅ ρp − ρ f

onde; 2
h 𝑑𝑠𝑡 . ρp − ρf . 𝑔
vt = velocidade terminal (Lei de Stokes); Vt = =
t 18 ⋅ μf
f = viscosidade do fluido;
g = aceleração da gravidade.
ρf . Vt . 𝑑𝑠𝑡
Regime Laminar ~ Re =
μf
≤ 0,2 (𝐇𝐞𝐲𝐰𝐨𝐨𝐝, 𝟏𝟗𝟔𝟑)

vii) Passa pela abertura de uma tamiz ou


permanece retido entre duas tamises.

d1 d1 + d 2
> d=
d2 2

5
11

1) Diâmetro de Martin; 2) Diâmetro de Feret´s; 3) Diâmetro de área projetada

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E se tivermos um conjunto de partículas ?

Ex. Pós farmacêuticos, pellets, grãos de areia,


materiais moidos, drogas vegetais?

O que fazer ?????

➢ Valores médios do diâmetro e a distribuição


granulométrica do material.

6
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Procedimento:

1) Coletar uma amostra representativa do


material, determinando sua massa M ou o no
total de partículas presentes, N.

2) A seguir separa-se a amostra em frações de


tamanho por algum método de medida, como
por ex. o peneiramento (tamização).

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Massa em cada intervalo (Mi) Número em cada intervalo (Mi)

7
15
3) Construir a tabela:

Distribuição diferencial Distribuição acumulada

Fração acumulada
Diâmetro M ou N Fração com diâmetro
(abaixo)
0 0 0 0
d1 M1 ou N1 X1 = M1/M ou = N1/N 0,1
d2 M2 ou N2 X2 = M2/M ou = N2/N 0,2
~ ~ ~ ~
~ ~ ~ ~

dn-1 Mn-1 ou Nn-1 Xn-1 = Mn-1/M ou = Nn-1/N 0,95

dn Mn ou Nn Xn = Mn/M ou = Nn/N 1,0

d1<d2 >.... <dn-1< dn

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4) Apresentação dos Resultados:

b) Acumulada

a) Diferencial

8
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SPAN = (D90 – D10)/D50 “Largura da Distribuição”

18

CUIDADO NA INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS:

9
19

Modelos de Distribuição Granulométrica:

20

Distribuição por números:

A partir da Distribuição Granulométrica → Diâmetros Médios (Número):

𝑝+𝑓 1Τ𝑝
σ𝑛 ∙𝑑
𝑑𝑚 =
σ 𝑛 ∙ 𝑑𝑓

10
21

Sauter

Brouckere

22

A partir da Distribuição Granulométrica → Diâmetros Médios (Número):

11
23

24

12
25

26
Distribuição Número e massa:

13
27

28

14
29

Métodos de determinação do tamanho de partículas.

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a) Microscopia: Ótica (MO) ou Eletrônica de


Varredura (MEV).

Vantagens:

i) permite a detecção de partículas de materiais


aglomerados e partículas compostas
ii) permite a obtenção de informações químicas e
estruturais de amostras diversas

MEV- aumento de até 10-5 e profundidade foco


até 0,4m
MO aumento até 10-3 e prof. foco apenas 0,27m

15
31

Desvantagens MO:

i) Mede somente em duas dimensões

ii) Processo lento e cansativo, necessitando


de várias medidas para se conseguir uma boa
reprodutibilidade (antigamente).

Atualmente facilitada com o advento dos


sistemas de aquisição de dados e dos
Analisadores de Imagens.

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http://www.materiais.ufsc.br/lcm/web-MEV/MEV_index.htm

16
33

http://www.materiais.ufsc.br/lcm/web-MEV/MEV_index.htm

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b) Peneiramento (Tamização):
➢ Peneiras padronizadas (Série Tyler, ASTM, IMN, BS, ABNT):

Ef. peneira = fração que passou através das peneiras


fração total que poderia ter passado

17
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h d  ( − f )  g
36
2
c) Sedimentação v t = = st p
t 18   f

-Lei de Stokes:
18   f  h
→ d st =
(p − f )  g  t
ρf . Vt . 𝑑𝑠𝑡
Re = ≤ 0,2 (𝐇𝐞𝐲𝐰𝐨𝐨𝐝, 𝟏𝟗𝟔𝟑)
μf

Vários tipos de equipamentos utilizam esse princípio.

➢ Pipeta de Andreasen (Método Clássico)

* Procedimento similar é empregado em equipamentos


modernos, onde a determinação é feita por outros
métodos, como por ex.:, atenuação de RX (SEDIGRAPH)

18
37

38

- SediGraph III 5120 da micromeritics


(Atenuação de RX)

19
39

d) Centrifugação

- utiliza-se da força centrífuga para separar as


partículas

e) Coulter – Counter

- utiliza um sinal elétrico causado por uma


partícula dispersa em um eletrólito, que ao
passar por um orifício quando migra de um
eletrodo externo para um eletrodo interno gera
um sinal. Este sinal é tratado e relacionado com
o tamanho da partícula

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O PRINCÍPIO COULTER

20
41

Sensing Zone

8
6 7
4 5
2 3
1

Sensing zone =
2.4 x Orifice Volume

1 2 3 4 5 6 7 8

42

f) Espalhamento da Luz (light scatering)

Difração

Refração
Feixe de
Luz Absorção

Difração

21
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Luz dispersa pelas Perfil de


partículas intensidade de luz
dispersa
Partículas da amostra

luz laser

Laser

Célula Lentes Detectores

Teoria de Fraunhofer: aplicavel para partículas grandes comparado com o


comprimento de onda utilizado;

Teoria Mie: Produz resultados mais exatos para partículas finas, sendo
necessário conhecer o índice de refração da partícula.

44

22
45
➢ FATOR DE FORMA:

❖ Esfericidade, :
 Área superficia l da esfera equivalent e  6 Vp
 =  =
 Área Superficia l das partículas  d pv  S p

0 <   1,0 - Partículas esféricas  = 1,0

❖ Aspecto (F-ratio) e Circularidade (F-Circle):

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➢ Superfície específica, Sv ou Sm:

 Área superficia l das partículas  6


Sv =  =
 d 
 Volume das partículas  pv

 Área superficial das partículas  6


Sm =   =
 Massa das partículas  d pv  p  

23
47

Método para determinação: Adsorção física de


gases como nitrogênio e hélio em temperaturas
baixas:

Type Two Isotherm - Non Porous Solid

60

Volume Adsorbed cc/g


50
40
30
20
10
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
P/Po

http://www.nottingham.ac.uk/~eczehl/catalysis/surfaceareacalculations.htm

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Tipos isotermas

 = V/Vm
http://www.unb.br/iq/lqc/Joao/iqs/adsorcao.pdf

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49

Equação BET (Braunauer, Emmet e Teller, 1938)


P P
(C − 1)
Po 1 Po
= +
P Vm C Vm C
V (1 −
)
Po
A = nm  L am
A = área específica/massa de amostra
nm = número de moles adsorvido na monocamada;
am = área superficial de uma molécula de gás adsorvido
L = número de Avogrado (6,02.1023 moléculas/mol)
V = volume adsorvido/ massa amostra; Vm = capacidade monocamada
adsorvida/massa; P/P0 = Pressão relativa, P0 = Pressão saturação gás
a Texp, C=cte

50

EXEMPLO: Os seguintes dados de adsorção foram obtidos em


um medidor de área específica utilizando-se Nitrogênio.
Determine a área específica do sólido poroso utilizando a
Equação BET.
Type Two Isotherm - Non Porous Solid

60
Volume Adsorbed cc/g

50
40
30
20
10
0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
P/Po

25
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Volume
P/Po Adsorbed cc/g
0.001 12
0.003 15
0.005 17
0.010 19 am
0.021 20
0.033 21 Nitrogen - 16.2 Angstroms2
0.045 22 Argon - 14.2 Angstroms2
0.059 23 Krypton - 21 Angstroms2
0.079 24 Oxygen - 13.6 Angstroms2
0.099 25 Carbon dioxide - 17 Angstroms2
0.119 26
Hydrogen - 15.7 Angstroms2
0.141 27
0.183 29
0.223 30
0.301 33
0.353 35
0.449 38
0.550 44
0.654 50
0.750 57

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P P
(C − 1)
Po 1 Po
= + - BET
P
V (1 − ) Vm C Vm C
Po

P P
Plotado contra
Po Po
P
V (1 − ) 1
Po
Intersecão = VmC
Inclinação = (C − 1)
Vm C

26
53

BET Plot

y = 0,0431x + 0,0001
0,018
0,016
P/Po / V(1-P/Po)

0,014
0,012
0,01
0,008
0,006
0,004
0,002
0
0,000 0,100 0,200 0,300 0,400

P/Po

C-1/VmC = 0.0432; 1/Vm.C = 0.0001 C = 432; Vm = 23.1cc/g

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➢Área superficial específica


𝑨 = 𝒏𝒎 ⋅ 𝑳 ⋅ 𝒂𝒎

➢ A = 23.1/22414*6.022*1023*16,2*10-20
➢ A = 101 m2/g

➢ Unidades:

➢ cm3/g para o volume adsorvido

➢ m2/g para a área específica

27
55

-Métodos de permeabilidade
- Esses métodos em geral envolvem o escoamento de
um gás através de um “leito” formado por uma massa
conhecida do material em estudo.

Filtração 56

Para se determinar A, necessita-se utilizar uma


equação:
Ex. Equação de Kozeny e Carman, válida para
baixos valores de Reynolds:
P 180   f (1 −  )
=  Q
L S  Dp 2
 3

onde,
 é a porosidade do meio, S a área de escoamento e,

6
Dp = Ap = área superficial das partículas que constituem o meio;
Ap Vp = volume das partículas que constituem o meio.

Vp Para partículas esféricas, Dp é o diâmetro médio da partícula.

28
57
DENSIDADES
Três definições:
➢ VERDADEIRA ou REAL (do material em si):
Massa dos sólidos
=
Volume dos sólidos

➢ DO GRÂNULO:
Massa dos sólidos
g =
Volume dos sólidos + volume dos poros  10 m

➢ APARENTE (BULK):

Massa dos sólidos


 ap =
Volume total ocupado pelos sólidos

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Picnometria à Hélio

Determinação de densidade em materiais sólidos


e particulados. O valor de densidade é considerado real
se a amostra não apresentar poros fechados oclusos,
caso contrário o valor obtido é da densidade aparente.

29
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Porosidade:
Volume de vazios
=
Volume total ocupado pelos sólidos
- Porosidade da partícula*
- Porosidade do conjunto de partícula

*Porosimetria por Intrusão de Mercúrio:

𝜌𝑎𝑝
𝜀 =1−

60

OUTRAS PROPRIEDADES DOS PÓS IMPORTANTES


NA ÁREA FARMACÊUTICA

- relação direta da fluidez do material em


equipamentos de processamento industrial

- características dos materiais quando submetidos à


compressão e outras operações importantes na área
farmacêutica

Algumas dessas propriedades são: ângulo de


repouso, densidade bruta e de compactação, índice de
compressibilidade, índice de Carr e Razão de
Haussner

30
61

ANGULO DE REPOUSO
Determinação Ângulo Repouso

62

5. Densidade Bruta e de Compactação

Mede-se: V0; V10, V500 e V1250.

Densidade Bruta = m/V0


Densidade Compactação = m/V1250 ou m/V2500

31
63

6. Indice de Compressibilidade, Índice de


Carr, e Razão de Haussner.

IC = (V0-V500)/V0 x 100 (Boa Compressão - IC <


15%; Ruim > 25%)

ICarr = (d500-d0)/d500 x 100 (Idem)

RH = d500/d10 (Boa Compressão RH <


1,25)

- d500 = massa específica após 500 batidas (aparente)


- d0 = massa específica inicial
- d10 = massa especifica (aparente) após 10 batidas

64

32
65

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A caracterização de sólidos particulados é


um tema muito abrangente, sendo objeto de
estudo de inúmeras áreas de investigação
científica. Dessa forma, apresentou-se aqui,
apenas uma visão geral sobre alguns parâmetros
bastante utilizados na realização dessa
caracterização

66

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

35) Segundo Heywood, a lei de Stokes não pode ser


utilizada para números de Reynolds de partícula
superiores a 0,2; pois acima deste valor surge
turbulência no meio. O número de Reynolds para a
sedimentação de partículas é definido pela seguinte
relação:

Determine, o valor máximo do diâmetro de partícula de


um pó, cuja densidade é de 2,7 g/cm3, que sedimentará,
sem provocar turbulência, em água a 20 oC. A densidade
e a viscosidade da água a 20 oC é de 1,0 cp e 1,0 g/cm3.

33
67

OBRIGADO!

34

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