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De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente, impactos ambientais são “alterações

das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma
de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a
saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota, as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais”.

A importância da AIA

Desastres naturais ou antrópicos geram diversos tipos de impactos adversos que precisam ser
devidamente identificados, avaliados e reparados. E é a Avaliação de Impactos Ambientais que
avalia a alteração da qualidade ambiental – numa primeira camada da análise – e também se
esta alteração é positiva, negativa, qual a sua abrangência e significância. Em resumo, a AIA
indica as consequências de um determinado impacto para o meio ambiente, auxiliando no
planejamento, na prevenção e na reparação ou compensação de uma área.

Geralmente, as AIA fazem parte de um estudo maior, chamado de Estudo de Impacto


Ambiental, que verifica de forma multidisciplinar os aspectos físicos, biológicos e
socioeconômicos de uma área.

Existem os estudos de impacto ambiental “ex ant” e “ex post”. No primeiro caso, são estudos ,
ligados a licenciamento de empreendimentos e auxiliam na prevenção dos impactos
decorrentes da implantação de um determinado empreendimento, assim como indica ações de
reparação, mitigação e compensação desses impactos. Já no segundo caso, são estudos
como os que foram conduzidos após o rompimento da barragem de Fundão, onde o impacto já
aconteceu. Neste contexto, servem para avaliar os efeitos e a significância do ocorrido para
propor a reparação, mitigação e compensação ambientais.

DIFERENÇA ENTRE AIA e EIA

É comum que haja algum tipo de confusão entre Avaliação de Impacto Ambiental, que é um
instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, e o Estudo de Impacto Ambiental, que é
um instrumento do licenciamento ambiental.

Os dois são instrumentos de estudos que utilizam o mesmo tipo de metodologia e têm
objetivos semelhantes, porém suas funções jurídicas são diferentes.

A Avaliação de Impacto Ambiental tem um foco mais centrado nos projetos de


empreendimentos de grande porte enquanto os Estudos de Impacto Ambiental atua auxiliando
decisões políticas de licenciamento de empreendimentos.

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um instrumento de Política Ambiental utilizado para


qualificação e quantificação dos impactos das ações antrópicas provocados ao ambiente.

Constituído por uma série de procedimentos que diagnosticam, identificam, analisam e


previnem os possíveis impactos de um projeto sobre o meio ambiente, tal estudo leva em
consideração aspectos ambientais e outras intervenções, sejam diretas ou indiretas, que são
geradas no ambiente, podendo ser benéficas ou adversas, em situações normais ou de
emergência.

O resultado da AIA é apresentado aos seus responsáveis e ao Poder Público, que define a
implantação ou não do projeto e as medidas de proteção ambiental que devem ser executadas.

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

A Resolução CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986 “dispõe sobre critérios básicos e diretrizes


gerais para a avaliação de impacto ambiental” (BRASIL, 1986).

Em seu Artigo 2º, são listadas as atividades que dependem da elaboração do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para o licenciamento.
Estas são atividades modificadoras do ambiente como estradas de rodagem, ferrovias, portos,
aeroportos, etc.

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um extenso documento que deve atender algumas
diretrizes, como contemplar alternativas tecnológicas e de localização do projeto; identificar e
avaliar os impactos ambientais da implantação e operação da atividade; definir os limites
geográficos das áreas afetadas; etc.
O EIA deve conter: o diagnóstico ambiental completo, caracterizando o meio físico, biológico e
socioeconômico; os impactos ambientais identificados e interpretados de acordo com sua
classificação, seus atributos, classificação qualitativa, critérios de ordem, de espaço e de
tempo, critérios de dinâmica e plástica, e, por fim, sua magnitude; o programa de
acompanhamento e monitoramento dos impactos.

MEDIDAS MITIGADORAS E POTENCIALIZADORAS

As medidas mitigadoras e as potencializadoras são aquelas adotadas na mitigação dos


impactos negativos e na potencialização dos impactos positivos, podendo ser preventivas ou
corretivas.

As medidas preventivas trabalham na prevenção da degradação de um elemento ou do meio


ambiente como um todo, já as corretivas visam a recuperação de consequências de impactos e
restauração do meio ambiente degradado.

PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO AMBIENTAL

O Programa consiste na recomendação de acompanhamento e monitoramento da evolução


dos impactos ambientais, tanto positivos, quanto negativos, utilizando de especificações de
métodos e periodicidade de implantação.

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é o documento final que descreve de forma objetiva
as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental realizado (BRASIL, 1986) com os objetivos,
justificativas, descrição e fases do projeto, bem como a síntese do diagnóstico, a descrição dos
impactos, a caracterização da qualidade ambiental (presente e futura), as medidas mitigadoras,
o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos, etc. O Relatório deve ter
informações ilustradas em mapas, cartas, quadros e gráficos.
É importante ressaltar que o EIA e o RIMA atuam juntamente com outros instrumentos de
licenciamento prévio como é o caso do Plano de Controle Ambiental (PCA), do Relatório de
Controle Ambiental (RCA) e do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).

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