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MATRIZES DO PENSAMENTO

EM PSICOLOGIA -
COGNITIVA
COMPORTAMENTAL
Profª. Especialista Pryscilla Silva
CRP 14/08007-2
Bem-vindos (as)!
➢ O que verão neste semestre?
1º bimestre
✓ INTRODUÇÃO À ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL:
HISTÓRICO, CONCEITOS E PRESSUPOSTOS BÁSICOS;

✓ INTRODUÇÃO À TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: CONCEITOS


E PRESSUPOSTOS BÁSICOS.

2º bimestre
✓ ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: ESTRATÉGIAS E
TÉCNICAS 1;

✓ ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: ESTRATÉGIAS E


TÉCNICAS 2.
➢ Como serão avaliados?

✓AVALIAÇÕES OFICIAIS
B1 – 8 a 12 de Abril
(vale 1.000pts)

B2 – 3 a 7 de Junho
(vale 4.000pts)

✓ATIVIDADES EM SALA DE AULA

✓ATIVIDADES PRÉ E PÓS AULA


Lembrem-se!!!
✓ As atividades pós-aula serão
computadas juntamente com as
atividades de sala de aula.

✓ Os slides das aula sempre estarão


postados no AVA de vocês.

✓ Atentem-se às atividades do AVA


que complementam a
pontuação na disciplina e ao
nível da mesma.
Bibliografia Básica
VAMOS REFLETIR...
A REVOLUÇÃO COGNITIVA NA HISTÓRIA DO HOMO
SAPIENS

■ Revolução Cognitiva é o nome dado ao surgimento de


novas formas de comunicação, a cerca de 30 mil anos atrás,
quando a espécie humana ainda encontrava-se na sua
forma mais primitiva de existência.
■ O que fez com que os futuros “homo sapiens” se
destacassem na natureza? Poderia ter sido por conta do
tamanho cerebral avantajado comparado as demais
espécies, pela descoberta de como dominar o fogo, ou
ainda, por sermos seres bípedes. Mas, não.

■ O que realmente nos diferenciou das outras espécies foi o


fato de que os humanos conseguiram criar linguagens de
comunicação nunca vistas, muito menos aplicadas, por
nenhum outro grupo animal.
■ Ela trouxe a capacidade do homem de criar e transmitir
informações, além de consumir, armazenar e assimilar
grande quantidade de conteúdo – principalmente sobre
coisas que não necessariamente são verdadeiras ou reais.

■ Revolução Cognitiva é a designação do movimento


intelectual que iniciou uma nova área de estudos
conhecida como ciência cognitiva.
■ Uma significativa convergência de trabalhos teóricos e
experimentais, bem como a consolidação de uma nova
maneira de conceber a mente estiveram no cerne da assim
denominada revolução cognitiva ocorrida no final da
década de cinquenta e no início dos anos sessenta.

■ Diferentes áreas do conhecimento, tais como Filosofia,


Antropologia, Lingüística, Psicologia e Neurociência
acabaram por servir-se de uma nova e promissora metáfora
para estudar o psiquismo humano.
■ A "metáfora computacional" mostrou-se capaz de ir ao
encontro dos novos estudos que, por sua vez,
encarregaram-se de evidenciar a possibilidade de
investigações científicas sobre os fenômenos mentais,
gerando, dentro de um caráter interdisciplinar, as ciências
cognitivas.

■ Metáfora Computacional: parte do princípio que a


mente/cérebro humano é um sistema de processamento de
informações e que o pensamento é uma forma de
computação (Piaget, 1985).
■ Desde os tempos antigos, e presumivelmente
antes, os humanos se perguntam o que os
torna diferentes de outros animais. Isso os
levou a especular sobre a natureza do que
agora chamamos de mente.

■ A partir daí, foram criados inúmeros modelos


explicativos que tentam revelar tal entidade.
Uma delas é a teoria computacional da
mente, que afirma que o sistema cognitivo
humano é um sistema computacional.
■ De acordo com essa teoria computacional da mente, as
pessoas processam, transformam, codificam, armazenam,
recuperam e usam informações da mesma maneira que um
computador.

■ Também conhecida como computacionalismo, essa teoria


é o conjunto de explicações que sustenta que a mente
humana é um sistema de processamento de informações.
■ Em outras palavras, de acordo com essa teoria, a mente
recebe informações do ambiente (input), processa-as,
transforma-as e gera uma resposta (output), por meio de um
processo algorítmico.

■ Nesse sentido, o pensamento é comparado a um cálculo


ou, mais precisamente, à aplicação de um determinado
sistema de regras.
■ Por fim, entendeu-se que de um modo quase consensual,
pesquisadores dessa área e historiadores da ciência que se
voltaram para o tema entendem que a profunda ruptura
ocorrida pode ser, de forma apropriada, classificada como
uma “revolução“.
■ Outro ponto válido, o desenvolvimento do cérebro humano
possibilitou a Revolução Cognitiva pois permitiu à espécie
pensar e se comunicar de uma forma sem precedentes,
usando uma linguagem inovadora que se diferencia da de
outros seres vivos por três características:

1. Capacidade de dialogar e expandir o pensamento para


além do objeto;

2. A comunicação passa a ter a função de troca,


compartilhamento e cooperação;

3. Capacidade de transmitir informações de algo que não


existe no mundo físico, como lendas, histórias e mitos.
■ É especialmente por causa desta terceira característica que
a história da humanidade chegou ao ponto em que
estamos hoje. A capacidade de falar sobre ficções permitiu
que a espécie humana estabelecesse uma ordem social.

■ Para Yuval Harari, “Sapiens – Uma Breve História da


Humanidade”, a partir da Revolução Cognitiva a
humanidade deixou de viver no tempo biológico para viver
em um tempo histórico. Como ser social, o homem passa a
experienciar o mundo a partir de percepções e padrões
coletivos.
A PRIMEIRA E A SEGUNDA REVOLUÇÃO COGNITIVA

■ Desde os anos cinquenta, o enfoque cognitivo tem assumido


um papel fundamental na pesquisa psicológica.

■ Revolução Cognitiva é a designação do movimento


intelectual que iniciou uma nova área de estudos
conhecida como ciência cognitiva.

■ De outra forma, um novo movimento chamado de Segunda


Revolução Cognitiva enfatiza a importância das práticas
discursivas para os processos mentais humanos.
A Primeira Revolução Cognitiva

■ Conforme salienta Miller (2003), a revolução cognitiva pode,


sob muitos aspectos, ser caracterizada como uma contra-
revolução.

■ Tal afirmação respalda-se no fato de que, no âmbito da


Psicologia Experimental, uma revolução anterior,
influenciada pelos trabalhos de Pavlov e outros psicólogos,
encarregou-se de redefinir a Psicologia como uma ciência
do comportamento (Miller, 2003).
■ Nesse sentido, o Behaviorismo surge como uma profunda
negação da introspecção como método investigativo
apropriado para uma ciência psicológica.

■ Já o behaviorismo radical vai mais longe, ao assumir as


concepções filosóficas do pragmatismo e, dessa forma,
ressaltar a total inoperância dos estudos sobre a mente
humana até então desenvolvidos (Baum, 1999).
■ Em setembro de 1956, um importante simpósio sobre teoria
de informação ocorreu no Instituto Massachusetts de
Tecnologia congregando eminentes pesquisadores como
Noam Chomsky, George Miller, Allen Newell e Herbert Simon.

■ No cerne de um amplo conjunto de pesquisas, estava


presente a ideia de que a mente poderia ser interpretada
como um software específico rodando em um hardware
específico.
■ Dito de outro modo, de acordo com essa perspectiva, a
realidade dos fenômenos mentais não poderia ser reduzida
às propriedades físicas do cérebro.

■ Uma ideia que acabou por ter implicações não apenas


epistemológicas, como também ontológicas.
■ Essa ruptura com os postulados behavioristas pode ser
melhor explicada pela própria ênfase no caráter
representacional da cognição.

■ Nesses termos, ao discorrer sobre as características distintivas


dessa nova ciência, Gardner (2003) afirma que:
– "essa ambiciosa disciplina baseia-se no pressuposto de
que é válido falar em representação interna, ou seja, em
um nível separado entre as células nervosas da fisiologia
e as normas comportamentais de uma cultura“.
(Gardner, 2003, p. 356)
■ A revolução cognitiva encarregou-se de respaldar uma série
de estudos experimentais sobre as diferentes funções
cognitivas.

■ Nessa perspectiva, é possível entender que a citada


revolução não apenas rompeu com os pressupostos
vigentes no que se refere à consolidação de uma ciência
psicológica, como também se tornou um marco a partir do
qual uma série de novos procedimentos experimentais
mostraram-se possíveis em diferentes contextos e em
diferentes países (Mandler, 2002).
■ Dito de outra forma, ainda que esse processo possa ser
denominado como uma contra-revolução, tal como afirma
Miller (2003), é possível concebê-lo como tendo sido
desencadeante de uma incomparável proliferação de
novos procedimentos investigativos sobre uma série de
aspectos constitutivos do psiquismo.

■ O estudo das diferentes funções cognitivas na esfera da


Psicologia voltou-se, nesse sentido, para uma série de
propriedades mensuráveis, tais como a velocidade de
processamento, o tempo de reação e a prontidão para
identificar estímulos diversos (Flavell, Miller & Miller, 1999).
A Segunda Revolução Cognitiva

■ Com base na ideia de que uma nova e promissora forma de


explicar os processos cognitivos tenha ganhado força
algumas décadas depois da primeira revolução cognitiva,
Harré e Gillet (1999), Harré (1999) e Laszlo (2004) propõem
que esse processo já possa ser caracterizado como uma
segunda revolução cognitiva.

■ De acordo com Harré e Gillett (1999) esse entendimento


pode ser denominado como psicologia discursiva e
sustenta-se em três pressupostos essenciais:
➢ 1) Muitos fenômenos psicológicos podem ser interpretados
como propriedades do discurso privado (pensamento), bem
como do discurso público (comportamento);

➢ 2) A utilização privada dos sistemas simbólicos vincula-se a


processos discursivos interpessoais;

➢ 3) A produção de fenômenos psicológicos tais como


emoções, decisões e atitudes ou mesmo características da
personalidade envolve questões de posicionamento dos
atores.
■ Nesses termos, a assim denominada Psicologia Discursiva
(Edwards & Potter, 1992) apresenta-se com um modelo
explicativo emergente, sustentando uma profunda
mudança na forma de compreender e estudar a cognição
humana que, por sua vez, é denominada como uma
segunda revolução cognitiva (Harré, 1999).

■ Parte-se do pressuposto que não mais são necessárias novas


formalizações e novos cálculos para representar o
pensamento, sendo que a mente revela-se passível de
investigação com base nas próprias práticas discursivas
(Harré & Gillet, 1999).
■ O fortalecimento de uma nova forma de explicar o
funcionamento cognitivo que leva em consideração um
paralelismo no processamento de informações, estaria,
portanto fundamentando essa segunda revolução.

■ De um modo geral, é possível constatar que a designação


desse conjunto de mudanças como uma segunda
revolução cognitiva pauta-se pelo fato de que uma nova
forma de conceber e explicar os fenômenos mentais
consolidou-se no âmbito das ciências cognitivas.

■ Tais mudanças estão diretamente relacionadas a um


conjunto de teorias que acabou por enfatizar aspectos mais
dinâmicos e dialéticos da cognição, considerando-se ainda
a própria interface entre o ser humano e o seu meio cultural.
BANDURA E A TEORIA SOCIAL COGNITIVA

■ Bandura e Walters concentraram-se no papel crítico que os


modelos sociais desempenham no funcionamento humano.
■ Entende que os indivíduos criam e desenvolvem percepções
pessoais sobre si mesmos, as quais se tornam instrumentais
para os objetivos que perseguem e para o controle que
exercem sobre o seu próprio ambiente.

■ Bandura (1986) começou a promover uma visão do


funcionamento humano que previa um papel central para
os processos cognitivos, auto-reguladores e auto-reflexivos
na adaptação e mudança humanas.
■ Bandura mudou o rótulo de sua teoria, de aprendizagem
social para social cognitiva, de maneira a distanciá-la das
teorias da aprendizagem social preponderantes à época e
para enfatizar o poderoso papel que a cognição
desempenha na capacidade das pessoas de construir a
realidade, auto-regularem-se, codificar informações e
executar comportamentos.

■ Na teoria social cognitiva de Bandura (1986), os indivíduos


são auto-organizados, proativos, auto-reflexivos e auto-
regulados, em vez de organismos reativos que são moldados
e orientados por forças ambientais ou movidos por impulsos
interiores encobertos.
■ O pensamento humano e a ação humana são considerados
produtos de uma inter-relação dinâmica entre influências
pessoais, comportamentais e ambientais.

■ A maneira como as pessoas interpretam os resultados de seu


próprio comportamento informa e altera os seus ambientes e
os fatores pessoais que possuem, os quais, por sua vez,
informam e alteram o comportamento futuro.
BANDURA E A TEORIA SOCIAL COGNITIVA
A PERSPECTIVA AGÊNTICA DA TEORIA SOCIAL COGNITIVA

■ A teoria social cognitiva adota a perspectiva da agência


para o autodesenvolvimento, a adaptação e a mudança
(Bandura, 2001).
■ Ser agente significa influenciar o próprio funcionamento e as
circunstâncias de vida de modo intencional.

■ Segundo essa visão, as pessoas são auto-organizadas,


proativas, auto-reguladas e auto-reflexivas, contribuindo
para as circunstâncias de suas vidas, não sendo apenas
produtos dessas condições.
■ A agência humana possui diversas características
fundamentais.

■ A primeira delas é a intencionalidade. As pessoas formam


intenções que incluem planos e estratégias de ação para
realizá-las.

■ A segunda característica envolve a extensão temporal da


agência por meio da antecipação. Isso envolve mais do que
fazer planos direcionados para o futuro.
■ As pessoas criam objetivos para si mesmas e prevêem os
resultados prováveis de atos prospectivos para guiar e
motivar seus esforços antecipadamente.

■ O futuro não pode ser a causa do comportamento atual,


pois não tem existência material.

■ Porém, por serem representados cognitivamente no


presente, os futuros imaginados servem como guias e
motivadores atuais do comportamento.
■ Os agentes não são apenas planejadores e
prognosticadores, mas também são auto-reguladores, pois
adotam padrões pessoais, monitorando e regulando seus
atos por meio de influências auto-reativas.

■ Fazem coisas que lhes trazem satisfação e um sentido de


amor-próprio, abstendo-se de atos que levem à
autocensura.

■ As pessoas não são apenas agentes da ação. Elas são auto-


investigadoras do próprio funcionamento.
■ Por intermédio da autoconsciência funcional, refletem sobre
sua eficácia pessoal, a integridade de seus pensamentos e
atos, o significado de suas buscas, fazendo ajustes quando
necessários.

■ O pensamento antecipatório e a auto-influência fazem parte


dessa estrutura causal.

■ O funcionamento humano está enraizado em sistemas


sociais.
■ Portanto, a agência pessoal opera dentro de uma ampla
rede de influências socioestruturais.

■ Nessas transações agênticas, as pessoas criam sistemas


sociais para organizar, guiar e regular as atividades
humanas.

■ As práticas dos sistemas sociais, por sua vez, impõem


limitações e proporcionam recursos e estruturas de
oportunidade para o desenvolvimento e o funcionamento
pessoais.
■ Como decorrência dessa bidirecionalidade dinâmica de
influências, a teoria social cognitiva rejeita o dualismo entre
a agência pessoal e uma estrutura social desconectada da
atividade humana.
MODOS DE AGÊNCIA HUMANA

■ A teoria social cognitiva diferencia três modos diferentes de


agência humana: pessoal, delegada e coletiva.
■ A teorização e a pesquisa sobre a agência humana são
quase exclusivamente centradas no exercício individual da
agência humana.

■ Todavia, essa não é a única forma em que as pessoas


influenciam os eventos que afetam o modo como vivem.
■ Em muitas esferas do funcionamento, as pessoas não têm
controle direto sobre as condições sociais e práticas
institucionais que afetam suas vidas cotidianas.

■ Nessas circunstâncias, buscam o bem-estar, a segurança e


aquilo que desejam pelo exercício da agência delegada.

■ Nesse modo de agência socialmente mediada, as pessoas


tentam, de um modo ou de outro, fazer com que indivíduos
que tenham acesso a recursos ou conhecimentos ou que
tenham influência e poder ajam em seu nome para garantir
os resultados que desejam.
■ O funcionamento bem-sucedido envolve necessariamente
que o indivíduo tenha um grau de agência delegada em
certas áreas do funcionamento para liberar tempo e
esforços para lidar diretamente com outros aspectos da sua
vida.

■ Por exemplo, as crianças necessitam de seus pais, os


parceiros, de seus cônjuges, e os cidadãos, de seus
representantes legislativos para agir por eles.

■ A agência delegada baseia-se amplamente na percepção


de eficácia social para recrutar a intersecção de outras
pessoas.
■ As pessoas não vivem suas vidas de forma autônoma. Muitas
das coisas que buscam somente podem ser alcançadas por
meio de esforços socialmente interdependentes.

■ Bandura ampliou a concepção da agência humana à


agência coletiva, baseada na crença compartilhada das
pessoas em suas capacidades conjuntas de produzir
mudanças em suas vidas por meio do esforço coletivo.
BANDURA E A TEORIA SOCIAL COGNITIVA
DETERMINISMO RECÍPROCO

■ A teoria da aprendizagem social (Bandura, 1974, 1977b)


analisa o comportamento segundo o determinismo
recíproco.
■ O termo determinismo é usado aqui significando a produção
de efeitos por eventos, em vez do sentido doutrinário de que
as ações são completamente determinadas por uma
sequência prévia de causas independentes do indivíduo.

■ Em decorrência da complexidade dos fatores que


interagem, os eventos produzem efeitos probabilisticamente,
e não inevitavelmente.

■ Em suas transações com o ambiente, as pessoas não


reagem simplesmente aos estímulos externos.
■ A maioria das influências externas afeta o comportamento
por meio de processos cognitivos intermediários.

■ Os fatores cognitivos determinam em parte quais eventos


externos serão observados, como serão percebidos, se terão
algum efeito duradouro, qual a sua valência e eficácia e
como as informações que transmitem serão organizadas
para uso futuro.
■ A extraordinária capacidade dos seres humanos de usar
símbolos lhes permite engajar-se em pensamento reflexivo,
criar e planejar cursos de ação por meio de pensamento
antecipatório, em vez de precisarem executar as opções
possíveis e sofrer as consequências de atos irrefletidos.

■ Alterando o seu ambiente imediato, criando motivações


pessoais e incentivos condicionais para si mesmos, as
pessoas podem exercer um certo grau de influência sobre o
seu próprio comportamento.
■ Dessa forma, uma ação inclui influências autoproduzidas
entre os seus determinantes.

■ É verdade que o ambiente influencia o comportamento,


mas o ambiente, em parte, é criado pela própria pessoa.
■ Por meio de suas ações, as pessoas desempenham um
papel na criação do meio social e de outras circunstâncias
que surgem em suas transações cotidianas.

■ Assim, na perspectiva da aprendizagem social cognitva, o


funcionamento psicológico envolve uma interação
recíproca contínua entre influências comportamentais,
cognitivas e ambientais.
■ Portanto, essa é a base da concepção de Bandura (1986)
do determinismo recíproco a visão de que:

a) fatores pessoais, na forma de cognições, afetos e


eventos biológicos;
b) influências comportamentais;
c) E influências ambientais
criam interações que resultam em uma reciprocidade triádica.
BANDURA E A TEORIA SOCIAL COGNITIVA
AUTORREGULAÇÃO E SUAS SUBFUNÇÕES: AUTO-OBSERVAÇÃO,
PROCESSOS DE JULGAMENTO E AUTORREAÇÃO

■ No sistema de reciprocidade triádica, os eventos


autogerados não apenas agem como determinantes
recíprocos do comportamento, como desempenham um
papel na percepção e formação das próprias influências
ambientais.
■ Na teoria da aprendizagem social, o sistema do self não é
um agente psíquico que controla o comportamento.

■ Pelo contrário, se refere a estruturas cognitivas que


proporcionam mecanismos de referência e um conjunto de
subfunções para a percepção, avaliação e regulação do
comportamento.
■ Existem processos pelos quais as pessoas exercem algum
controle sobre o seu próprio comportamento.

■ A imagem a seguir sumariza os diferentes processos que


compõem a auto-regulação do comportamento por meio
de contingências autoprescritas.
BANDURA E A TEORIA SOCIAL COGNITIVA
A AUTOEFICÁCIA

■ Entre todos os pensamentos que afetam o funcionamento


humano, localizadas no núcleo fundamental da teoria social
cognitiva, destacam-se as crenças de auto-eficácia.
■ Essas crenças são definidas como “julgamentos das pessoas
em suas capacidades para organizar e executar cursos de
ação necessários para alcançar certos tipos de
desempenho”.

■ Essencialmente, as crenças de auto-eficácia são


percepções que os indivíduos têm sobre suas próprias
capacidades.
■ Essas crenças de competência pessoal proporcionam a
base para a motivação humana, o bem-estar e as
realizações pessoais.

■ O argumento básico de Bandura (1997) com relação ao


papel das crenças de auto-eficácia no funcionamento
humano é que o “nível de motivação, os estados afetivos e
as ações das pessoas baseiam-se mais no que elas
acreditam do que no que é objetivamente verdadeiro” (p.
2).
■ Por essa razão, pode-se prever melhor a maneira como as
pessoas agirão por meio de suas crenças em suas
capacidades do que pelo que são realmente capazes de
realizar, pois essas percepções de auto-eficácia ajudam a
determinar o que os indivíduos fazem com o conhecimento
e as habilidades que possuem.

■ Isso ajuda a explicar por que os comportamentos das


pessoas às vezes não estão relacionados com suas
capacidades reais e por que o seu comportamento pode
diferir amplamente, mesmo que tenham conhecimentos e
habilidades semelhantes.
■ Bandura (2004) propõe quatro mecanismos para
desenvolvimento de um forte senso de autoeficácia:

– 1) modelação social: a observação de outros atuando


como modelos bem-sucedidos permite que o indivíduo
identifique conhecimentos e habilidades para lidar com
as exigências do meio;
– 2) persuasão social: quando as pessoas são persuadidas
a atuar de forma a obter sucesso, elas confiam mais em
sua capacidade e afastam-se de situações nas quais
podem falhar; além disso, não se envolvem em
pensamentos que intensificam as dúvidas sobre sua
própria capacidade;
– 3) estados emocionais: as pessoas também julgam suas
capacidades em função de seus estados emocionais,
fazendo leituras de sua tensão, ansiedade e depressão
como sinais de sua deficiência pessoal;
– 4) experiências de maestria, ou seja, as experiências de
domínio em relação ao exercício de alguma atividade
ou habilidade apresentadas como o mais efetivo recurso
para fortalecer crenças de autoeficácia.
TEORIA DA EXPECTATIVA

■ Victor Vroom, é professor de administração de empresas na


Escola de Administração de Yale. Ele introduziu a Teoria da
Expectativa em seu livro “Work and motivation” em 1964.

■ Uma das principais teorias que relacionam as recompensas


com a motivação é a teoria da expectativa, elaborada por
Vroom (1964).
■ A Teoria da Expectativa argumenta que a força de nossa
motivação para agir de um modo específico depende da
força de três relações.

■ Segundo Vroom, as pessoas precisam criar e colocar em


prática as duas primeiras relações: expectativa e
instrumentalidade. A terceira relação, valência, é criada
automaticamente
■ A expectativa é a percepção de que o esforço empregado
em uma tarefa conduzirá ao desempenho desejado.

■ A instrumentalidade é a percepção de que o desempenho


conduzirá a uma recompensa.

■ A valência é o valor que a pessoa atribui à recompensa


recebida.
• Concebe a motivação fundamentalmente como uma força
de natureza emocional e consciente, que é ativada no
momento em que a pessoa é levada a escolher entre
diversos planos de ação.

• Vroom apresenta uma abordagem cognitivista de


compreensão do fenômeno motivacional.
• Nessa perspectiva, o comportamento do indivíduo é
motivado por suas convicções opiniões ou expectativas
relacionadas ao mundo que o cerca.

• Assim a motivação não estaria somente relacionada a


eventos passados de experiências positivas e prazerosas,
mas, sim, a inter-relação das noções subjetivas de valência,
instrumentalidade e expectância”.
Referências Bibliográficas

BANDURA, A., Azzi, R. G., & Polydoro, S. (2008). Teoria social cognitiva: conceitos básicos. Porto Alegre: Artmed.
GONDIM, Sônia Maria Guedes e SILVA, Narbal. Motivação no trabalho, in:ZANELLI, José Carlos, BORGES-
ANDRADE, Jairo e BASTOS, Antonio Virgilio Bittencourt. Psicologia Organizações e Trabalho no Brasil. Porto
Alegre: Artmed, 2004, cap. 4, p. 145-176.
VASCONCELLOS, S. J. L., & VASCONCELLOS, C. T. de D. V.. (2007). Uma análise das duas revoluções cognitivas.
Psicologia Em Estudo, 12(Psicol. Estud., 2007 12(2)), 385–391. https://doi.org/10.1590/S1413-73722007000200020.

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