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Índice

1. Introdução.....................................................................................................................1

1.1. Objectivos do Trabalho............................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral.....................................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos..........................................................................................2

1.2. Metodologias............................................................................................................2

2. Referencial Teórico......................................................................................................3

2.1. Psicologia como Ciência..........................................................................................3

2.1.1. Psicologia Científica.............................................................................................4

2.1.2. Psicologia do Senso Comum e Psicologia Científica...........................................6

2.2. Princípios da Psicologia............................................................................................9

3. Considerações Finais..................................................................................................10

4. Referências Bibliográficas.........................................................................................11
1. Introdução

O presente trabalho de psicologia geral, começar-se-á apresentando algumas teses bem


estabelecidas em psicologia: somos sistemas cognitivos de tipo particular, capazes não só de
representar (o mundo físico e social) mas também de metarepresentar em especial, de
representar não somente os nossos próprios estados mentais mas, sobretudo, os estados
mentais de outros indivíduos. As evidências empíricas de que dispomos presentemente
indicam que a capacidade para metarepresentar nos distingue de outros animais, inclusive dos
grandes símios chimpanzés, gorilas e orangotangos. Primatas não humanos em seu habitat
natural:

“Não apontam ou fazem gestos em direcção a objectos


externos para outros (indivíduos); não seguram objectos
para mostrá-los a outros (indivíduos); não tentam trazer
outros (indivíduos) para (determinados) lugares, de modo a
que lá possam observar coisas; não seguram objectos
activamente para oferecê-los a outros indivíduos; não
ensinam intencionalmente novos comportamentos a outros
indivíduos” (Tomasello 1999, p. 21).

Tomasello propõe uma explicação de porque esses comportamentos não são exibidos
por aqueles primatas: “Eles não fazem essas coisas, a meu ver, porque não compreendem que
o coo específico possui estados intencionais e mentais que podem ser afetados” (Ibid. id.).

Tomasello aponta, então, para uma única diferença, em termos de habilidades


cognitivas, que distinguiria a espécie humana dos demais primatas: a capacidade que
possuímos de nos identificar com outros seres humanos enquanto seres intencionais, ou seja,
de percebê-los como dotados de desejos (preferências), de intenções.

Com isto, quer dizer que estudar o comportamento humano não é tarefa fácil,
psicólogos acredita que a Psicologia é tão complexa quanto o próprio homem. Não é fácil,
sobretudo, quando o objecto de estudo é o próprio homem, capaz de se transformar em sujeito
da pesquisa. Daí todo o cuidado que se tem ao estudar o comportamento humano.

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1.1. Objectivos do Trabalho

Para o alcance do resultado anunciado neste trabalho de pesquisa, foram determinados


os seguintes objectivos de carácter geral e específicos:

1.1.1. Objectivo Geral


 O objectivo geral do trabalho é compreender a psicologia como ciência, psicologia do
senso comum e psicologia científica, assim como os princípios psicológicos.
1.1.2. Objectivos Específicos

Como objectivos específicos cabem destacar três principais a serem tratados no


presente trabalho de pesquisa:

 Caracterizar a psicologia como ciência;


 Distinguir da psicologia do senso comum e psicologia científica;
 Identificar os princípios psicológicos.
1.2. Metodologias

A metodologia de pesquisa, segundo Barreto e Honorato (1998) deve ser entendida


como o conjunto detalhado e sequencial de método e técnicas científicas a serem executados
ao longo da pesquisa, de modo a possibilitar atingir os objectivos inicialmente propostos e, ao
mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais
confiabilidade de informação.

O presente estudo tem como proposta metodológica uma revisão da literatura. Trata-
se, portanto, de uma pesquisa exploratória de carácter descritivo. Acredita-se que esta
abordagem vai de encontro dos objectivos e necessidades do estudo proposto.

A pesquisa bibliográfica busca na literatura existente, subsídios capazes de atribuir ao


tema o entendimento para formação de uma opinião. Disponibiliza pistas de soluções para o
problema além de aprofundar outros assuntos que se relacionam com o tema determinando
variáveis. Investiga o problema a partir do referencial teórico existente em livros e outras
publicações, sendo necessária a qualquer modalidade de trabalho científico e é também a
primeira etapa de qualquer tipo de pesquisa.

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2. Referencial Teórico
2.1. Psicologia como Ciência

Internacionalmente, os saberes psicológicos, tal como a Psicologia como ciência, vêm


precisamente no século XIX, com Wundt (1832-1920), ele inicia sua elaboração com
discursos sobre método, como a Psicologia seria uma ciência e, além disso, uma ciência
independente. Dessarte, “é claro que o processo de uma nova ciência é muito complexo: é
preciso mostrar que ela tem um objecto próprio e métodos adequados ao estudo desse objecto,
que ela é, enfim, capaz de firmar-se como uma ciência independente das outras áreas de
saber” (Figueiredo, 2008, p. 14).

Diante disto, percebe-se um ponto delicado. Como se poderia provar que os estudos da
Psicologia eram válidos, ou que o objecto era de forma, nitidamente, observável e concreta,
como exigia os métodos de fazer ciência? Foi esse o prisma que se iniciou o processo de
externar que ela poderia ser uma ciência autônoma, sem dependência de outras para
constituir-se como ciência, mesmo tratando coisas não concretas de facto (Alberti, 2004).

Neste prisma, a Psicologia sendo tida como parte, reforça o momento histórico e como
ela era vista, dado que a Medicina, Matemática e a Filosofia, eram áreas que remetiam saberes
concretos e observáveis, a medida que isso é configurado, o tempo vai se consolidando até
então chegar na Psicologia, por estabelecer seu objecto como ‘’Psiquê’’ mais compreendida
como ‘’mente’’, apesar de quando comparada com a Matemática, não era reconhecida como
ciência. Com isso, grandes teóricos da época estabelecem períodos, um deles é o Positivismo,
de Augusto Conte (1798-1857), ele até que considera que há um espaço para Psicologia, mas
esse lugar se apresentava sempre como uma cota das ciências biológicas ou sociais, por isso,
Figueiredo reitera:

“Ainda hoje, após mais de cem anos de esforços para se criar uma psicologia como
ciência, os estudos psicológicos mantêm relações estreitas com muitas ciências
biológicas e com muitas ciências sociais. Isso parece ser bom e, na verdade,
indispensável. Mas várias vezes é mais fácil, por exemplo, um psicólogo
experimentalista que trabalha em laboratórios com animais, tais como o rato e o
pombo, entender-se com um biólogo do que com um psicólogo social que estuda o
homem em sociedade” (Figueiredo e Santi, 2008, p. 15,16).

Para tanto, por meio dos estudos feitos na área da psicologia como ciência, quando se
mensura a história das teorias psicológicas se torna mais coerente a atribuição de sentido,
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precisamente pelo seu próprio objecto de estudo ser tão discutido por alguns teóricos, dessa
maneira, alguns vão dizer que seriam os processos psicológicos básicos, outros o
comportamento, alguns dizem que é a mente, outros diriam que seria o homem. Desse modo,
em síntese se configura em uma família constituída como ciência que assinaria sobrenomes
iguais, mas que compõem atributos diferente, apesar disso, deve-se ter em mente que a
Psicologia, antes de tudo, estuda o sujeito e sua subjectividade, logo, os seres humanos, por se
diferenciarem das outras espécies, justamente por ser um resultado do meio cultural em que
foi socializado, Laraia (1993). Com essas posturas, considera-se que:

“Os estudos da psicologia como começaram e se desenvolveram sempre


marcados por essa contradição: por um lado, a ciência moderna pressupõe
sujeitos livres e diferenciados senhores de facto e de direito da natureza; por
outro, procura conhecer e dominar essa própria subjectividade, reduzir ou
mesmo eliminar as diferenças individuais, de forma a garantir a
“objectividade”, ou seja, a validade intersubjetiva dos achados” (Figueiredo,
Santi, 2008, p. 58).

A partir desse resgate histórico da psicologia como ciência, entra para discussão o
considerado pai da Psicologia Científica, Wilhelm Wundt , e seu projecto. Segundo Davidoff
(2001) o objectivo principal dele era provar que a Psicologia era autônoma e não uma
derivação da Filosofia, na qual era a concepção da época. Após isso, ele conseguiu fundar o
primeiro laboratório de Psicologia Experimental, nesse cenário, ele se dedicou ao estudo da
consciência, mais precisamente aos processos elementares da consciência humana’’
(Davidoff, 2001, p. 10). A metodologia utilizada por ele se interessava em saber as estruturas
da consciência, as interacções, relações e combinações, por isso, ele foi chamado de
estruturalista e também por comparar o estudo das estruturas da consciência, como se fossem
átomos.

2.1.1. Psicologia Científica

Há que destacar que “A psicologia científica se desenvolveu a partir da Biologia e da


Filosofia, com objectivo de se tornar uma ciência que descreve e explica como pensamos,
sentimos e agimos” (Mayers, 1999, p. 1). Numa primeira manifestação a Psicologia foi,
simplesmente, uma disciplina descritiva, isto é, tratava de descrever as manifestações
comportamentais dos indivíduos sem com isso explicar a causa ou os porquês dessa
manifestação.

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Olhemos para o século XIX. Esse foi um século marcado pelo advento de muitas
ciências e pelo recuo da Filosofia, enquanto teoria do conhecimento. Foi nesse contexto que
surgiu a Psicologia Científica. Com a crise econômica e social causada pela emergência do
modo de produção capitalista, o indivíduo também entrava em crise, questionando vários
aspectos da sua existência. Surgiu, então, a necessidade de uma ciência que explicasse os
aspectos individuais e subjectivos do ser humano (Araújo, 2009 & Ribeiro, 2003).

O conhecimento produzido pela Psicologia, até então, era predominantemente


especulativo. Foi Charles Darwin (1809-1882), fundador da moderna doutrina genética e da
hereditariedade, quem contribuiu com o método de observação e experiência. Com sua obra
“A Origem das Espécies” (1859), Darwin influenciou de modo revolucionário quase todos os
domínios da ciência (Bock; Furtado & Teixeira, 2008).

As ideias de Darwin deram um novo impulso à pesquisa psicológica e permitiram a


construção do fundamento para muitos campos da moderna Psicologia, como a Psicologia do
Desenvolvimento e a Psicologia Animal, o estudo da expressão dos movimentos afetivos, a
investigação das diferenças entre os diversos indivíduos, o problema da influência da
hereditariedade em comparação com a influência do meio ambiente, o problema do papel da
consciência, entre outros (Caparrós, 1999, p.10).

Outra contribuição veio do filósofo e físico Gustav Fechner (1801-1887) que mostrou
como os métodos científicos podiam ser aplicados ao estudo dos processos mentais. O
principal trabalho de Fechner, “Elementos de Psicofísica”, foi publicado em 1860, mostrando
como podiam ser utilizados procedimentos experimentais e matemáticos para estudar a mente
humana. Cerca de vinte anos mais tarde, o psicólogo alemão Wilhelm Wundt fundou uma
disciplina a que chamou de Psicologia (Bock; Furtado; & Teixeira, 2008).

Wilhelm Wundt (1832-1920) é considerado o idealizador da Psicologia como ciência,


pois fundou em 1879, o primeiro laboratório experimental de Psicologia, na universidade de
Leipzig, na Alemanha, sendo este o marco histórico da Psicologia como ciência. Dedicou-se a
investigar os processos elementares da consciência (experiência imediata), além das
experiências sensoriais, através do método da introspecção analítica. O método propunha que
o psicólogo se concentrasse em seus próprios movimentos psíquicos internos tentando
descobrir e relacionar as estruturas que revelassem a consciência (Bock; Furtado; & Teixeira,
2008).

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Este método transformou-se num movimento conhecido como Estruturalismo, que
apresentava limitações claras, pois a introspecção é um processo obscuro e exclui
automaticamente do estudo as experiências de crianças e animais, pois estes não podem ser
treinados convenientemente (Mayers, 1999, p. 1).

Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 33) Outra ciência que contribuiu para o
desenvolvimento da Psicologia Científica foi a Psiquiatria, surgida a partir da medicina e, com
sua origem moderna, datada em 1793 com o médico Filipe Pinel. A Psiquiatria trouxe uma
série de ideias e metodologias para o campo da Psicologia, principalmente à Psicologia
Clínica e Psicopatologia, por estas tratarem e lidarem com doenças mentais.

2.1.2. Psicologia do Senso Comum e Psicologia Científica

A relação entre psicologia científica e senso comum varia conforme a área da


psicologia considerada. Há áreas da psicologia em relação às quais o senso comum pouco ou
nada tem a dizer como a neurofisiologia e a psicologia cognitiva experimental. Nestas áreas o
que é que o senso comum pode dizer sobre os efeitos da fisiologia (Martinez e Kesner, 1998),
o nível hormonal (Hamer e Copeland, 1998) e a organização mental (Schacter, 1995) sobre o
comportamento. São áreas que pela sua natureza apresentam poucos contactos com o senso
comum em virtude de se apoiarem em experiências científicas cuja validade pode ser
verificada em qualquer altura.

Neste contexto o estudo da Psicologia é pertinente esclarecer-se os diferentes sig-


nificados que o termo abrange e situar em torno de qual se dará neste trabalho de pesquisa.
Muito provavelmente utiliza-se ou ouve-se alguém usando o termo psicologia. Talvez tenha
digamos a algum amigo que ele precisa usar da psicologia para convencer os pais a
autorizarem que vá numa festa. Talvez tenha pensado que um amigo age como psicólogo
porque te escuta ou te dá conselhos. Tanto no primeiro quanto no segundo exemplo pode-se
dizer que o emprego dos termos psicologia/psicólogo estão alicerçados no que chama-se de
psicologia do senso comum. Por senso comum entende-se o conjunto de saberes que as
pessoas utilizam no seu dia-a-dia. Ele é o resultado de experiências vividas, do que se
observa, do que se aprende com outras pessoas no quotidiano, etc. (Bock; Furtado; &
Teixeira, 2008).

A psicologia do senso comum é um emaranhado de saberes construídos socialmente e


transmitidos culturalmente no intuito de explicar como o ser humano funciona em seus
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aspectos psíquicos. E se ela existe é porque cumpre uma função na vida das pessoas. De modo
geral, poderíamos dizer que a psicologia do senso comum contribui para a atribuição de um
significado às situações da vida e também na tomada de decisões, na medida em que embasa
as ideias, as opiniões e as crenças individuais e grupais.

Por outro lado, mas não de maneira antagônica, ter-se-á a psicologia científicaa ou
ciência psicológica. Dentre outras características, o conhecimento científico é aquele
constituído por rigorosos estudos, faz uso de linguagem precisa e objectiva, é passível de
verificação e busca minimizar a interferência dos aspectos emocionais (incluindo crenças e
opiniões) do pesquisador. Por maiores que sejam as dissemelhanças entre o conhecimento do
senso comum e o conhecimento científico, ambos têm entre si uma relação de co
dependência.

A psicologia do senso comum contribui com a evolução da ciência, uma vez que são
as situações quotidianas, as problemáticas do dia-a-dia, que inspiram novos estudos e
movimentam a ciência, tornando-a sempre dinâmica. Ao mesmo tempo, a psicologia do senso
comum é, em partes, constituído pela apropriação de saberes ou termos da ciência. Ou seja,
muitos saberes populares têm um fundamento científico, mas não são compreendidos em sua
totalidade, ou então, passaram por variações no seu entendimento em função de elementos
culturais, religiosos, entre outros (Bock; Furtado; & Teixeira, 2008).

Um exemplo é o termo “psicopata”, onde algumas pessoas têm chamando outras de


psicopatas por estes fazerem algo que consideram cruel ou mal-intencionado. Provavelmente
estas pessoas se baseiam em algum conhecimento científico, mas não compreendem o
significado da palavra de maneira mais profunda e complexa. Ou seja, ela tem algum
entendimento do que o termo significa, mas não está preocupada com o rigor que um
diagnóstico profissional exige, nem compreende a psicopatia de modo científico. Além disso,
no seu entendimento, é possível que haja interferência de aspectos morais ou religiosos, algo
que a ciência procura evitar.

Parafraseando em outras palavras isto não quer dizer que a psicologia do senso comum
seja inferior, ela é apenas uma psicologia diferente, construído de modo distinto. Um outro
exemplo, que pode auxiliar na compreensão desta diferença, é o caso de uma estudante que
compreende que a repetição é importante para a memorização de uma informação, mas ela
não sabe explicar por que isso acontece, desconhece os fenômenos cerebrais envolvidos neste

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processo. Essa explicação detalhada e rigorosa é função da ciência. Para a ciência não basta
saber que é assim, deve-se compreender o porquê das coisas. Algumas das diferenças entre a
psicologia do senso comum e a psicologia científica que estão apresentadas no quadro abaixo:

Psicologia do Senso Comum Psicologia Científica


Conhecimentos acumulados no quotidiano e Conhecimentos adquiridos de modo sistemático.
transmitidos culturalmente.
Apropriação de conhecimentos científicos sem a Preocupação com a objectividade e maior aproximação
preocupação com a adequação de seu uso. possível da imparcialidade.

Linguagem coloquial, informal. Linguagem formal e precisa.


Não tem base teórica. Possui uma base teórica.
Grande influência de valores mora (certo x errado). Busca neutralidade em relação a valores morais.
Fonte: Adaptado pelo Autor do trabalho de pesquisa, 2022.

Com isto (quadro 1) diz-se que o senso comum é oposto a psicologia científica. O
senso comum é contraditório, não tem consistência interna, as fronteiras do saber são obscuras
e indefinidas, as circunstâncias da sua aplicação são vagas e confusas e falta-lhe precisão na
capacidade preditiva. Só a investigação psicológica é capaz de demonstrar sistematicamente
as deficiências e os enviesamentos do pensar comum (Nisbet e Ross, 1980; Tversky e
Kahneman, 1978).

Enquanto a psicologia científica tem uma especificidade própria e não precisa de se


preocupar em servir de contraponto à psicologia popular e ao senso comum. Isso não quer
dizer porém que outras áreas do saber como a fenomenologia, a psicanálise e a antropologia
sócio-cultural não se ocupem do senso comum, elaborando modelos que possam esclarecer as
interacções entre estes conceitos.

Segundo Sternberg e colaboradores (1995) atribuem ao senso comum esclarecido o


estatuto de “inteligência prática”, considerando tratar-se de uma mais-valia considerável na
resolução dos problemas do dia-a-dia para uma pessoa. Sternberg e Col. (1995) referem que
mais de dois terços da variância no desempenho de uma profissão não dependem dos
resultados obtidos em testes convencionais de inteligência. Estes investigadores citam estudos
que indicam que o desempenho nos testes de inteligência, nomeadamente os que medem a
fluidez mental, começa a diminuir a meio da vida adulta, mas o desempenho obtido em várias

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medidas de resolução de problemas quotidianos continua a melhorar até uma idade avançada
(Sternberg, 1995, p. 923).

2.2. Princípios da Psicologia

Segundo Fletcher (1984) a psicologia encontra-se, actualmente, no seu auge e num


estágio de indiscutível desenvolvimento progressivo. Os princípios básicos pela qual a
Psicologia se fundamenta são:

Princípio do Monismo Materialista - Estabelece que a psique é uma propriedade do


cérebro, e por consequência os psicólogos devem estudar as leis da actividade nervosa
superior para compreenderem de forma objectiva a natureza dos processos psíquicos e
conhecer os mecanismos fisiológicos desses processos a fim de “sobrepor” os fenómenos
psíquicos aos processos fisiológicos.

Princípio do Determinismo - Mediante a qual se reconhece a condicionalidade causal


dos fenómenos psíquicos pelos processos da actividade nervosa superior e as influências do
meio exterior.

Princípio do Reflexo - Segundo o qual a consciência é reflexo subjectivo do mundo


objectivo. A partir deste critério os psicólogos devem estudar a psique, a consciência, não
como algo independente e que se desenvolve segundo suas próprias leis imanentes, mas como
algo condicionado pela existência objectiva do mundo que reflecte.

Princípio Unidade entre a Consciência e a Acção - Pressupõe que a consciência é


inseparável da actividade e não apenas manifesta-se nela, mas também forma-se durante a
actividade. Guiando-se por este princípio, os psicólogos devem estudar os processos psíquicos
não de forma abstracta, mas com relação aos tipos concretos de actividade.

Princípio da Historicidade - Estabelece que a psique, a consciência, desenvolve-se


no processo de desenvolvimento histórico do homem, por isso é necessário, estudar os
fenómenos psíquicos no seu desenvolvimento, esclarecendo a condicionalidade social dos
diferentes aspectos da consciência humana e da personalidade.

Princípio da Unidade entre a Teoria e a Prática - Significa que os psicólogos


devem estruturar os seus trabalhos de investigação científica de tal forma que os ajude a
resolver tarefas práticas da construção social.

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3. Considerações Finais

Para a consecução deste trabalho foram percorridas várias etapas e todas elas se
mostraram de importância vital para o enriquecimento deste trabalho.

Consoante isto as implementações teóricas dos autores citados deu-se uma


configuração de um arranjo literalmente científico ao presente trabalho de pesquisa,
mostrando concepções da Psicologia como ciência, psicologia do senso comum e científica
com os seus princípios psicológicos, principalmente configurando a importância do estudo da
psicologia como ciência à construção de pensamentos válidos, coerentes e coesos.

Além disso, os autores mostraram que as relações da psicologia do senso comum e


científica não seriam tão bem compreendidas se não houvesse ligação com o contexto
histórico de cada época e de cada acontecimento, pois todos os aspectos se apresentam de
uma forma muito agrupada e, se não houver o estudo prévio da psicologia como ciência em
cada teoria, seria capaz de não conseguir-se produzir assimilação.

De uma forma sintética, além da psicologia como ciência e do senso comum, está a
psicologia científica. Em domínios como a cognição, a psicologia pode pretender fundamentar
o senso comum, elaborar modelos e indicar as circunstâncias em que as afirmações do senso
comum são ou não apoiadas empiricamente. Mas a psicologia é uma ciência que tem por
objectivo descobrir leis e regularidades entre fenómenos de modo semelhante às ciências
físicas e biológicas. Até ao presente tem sido bem-sucedida, ao contrário do que supõem
alguns detractores. A psicologia é ainda uma ciência, porque formula modelos e teorias
consistentes para compreender, explicar e prever os fenómenos humanos e depois avalia,
modifica, retém ou abandona tais modelos explicativos se não forem capazes de resistir às
provas empíricas, à replicação dos resultados e ao escrutínio dos especialistas, ao contrário da
psicologia popular e do senso comum que apresenta um corpo de saber praticamente imutável
ao longo de gerações.

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4. Referências Bibliográficas

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