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Introdução

Os números racionais têm uma importância reconhecida na matemática,


designadamente no ensino básico, contudo, envolvem diversos conceitos que podem
representar ideias complexas para os alunos, sendo um exemplo disso as operações com
frações.

Quando os alunos iniciam o estudo destas operações eles já têm um conhecimento


anterior das operações com números inteiros. Além disso, as metodologias de ensino
frequentemente usadas na sua abordagem são maioritariamente procedimentais. Estas
são possíveis razões para os fracos resultados que os alunos demonstram.

Metodologia

Este estudo segue uma abordagem qualitativa e interpretativa (Erickson, 1986),


Sentido de Número Racional e Sentido de Operação

Apesar de as operações com números racionais serem um subtópico com muita


relevância na aprendizagem dos números racionais, suscitam grande dificuldade aos
alunos, que demonstram não compreender concetualmente os processos envolvidos
quando adicionam, subtraem, multiplicam ou dividem frações.

Acabam muitas vezes por confundi-los, aplicando procedimentos de uma operação a


outra (Behr & Post, 1992; Zembat, 2017). O sentido de número racional, fundamental
na compreensão dos números racionais, permite ao aluno compreender:

(i) Que as frações representam um número e não apenas partes ou situações;

(ii) que a unidade pode ser dividida em partes cada vez menores, e a mesma
quantidade fracionária pode ser representada por diferentes frações (ideia de
particionamento);

(iii) O significado do denominador, isto é, que frações unitárias com diferentes


denominadores têm diferentes grandezas; quanto maior o número de partes em
1
que o todo é dividido, menor é o tamanho de cada parte; que cabe n vezes no
n
todo a que se refere; que frações com denominadores diferentes representam
diferentes unidades; (iv) concetualização da unidade; (v) a grandeza da fração,
nomeadamente que esta é determinada pela relação entre numerador e
denominador, e saber que as frações não unitárias são uma adição de frações
unitárias; e (vi) que as frações podem representar quantidades maiores que um
(Lewis & Perry, 2014).

m
Também Wilkins e Norton (2018) referem que compreender a fração como m
n
1
medidas da fração unitária através de iterações, associado ao significado de medida
n
das frações, constitui uma progressão no desenvolvimento do conceito de fração pelos
alunos, podendo ser uma mais-valia para a compreensão das operações.

Operações

Adição e subtração
A adição e a subtração são as primeiras operações que os alunos aprendem na
representação em fração, sendo frequente aplicarem a operação separadamente a
numeradores e denominadores para encontrar os resultados, não compreendendo a
necessidade de obter denominadores comuns ou o papel das frações equivalentes,
compreensões fundamentais no trabalho com estas operações (Braithwaite et al., 2017).
Cramer, Wyberg e Leavitt (2009) referem que a operação de subtração é mais difícil de
identificar pelos alunos do que a adição.

Para Behr e Post (1992), o uso de modelos pode promover estas compreensões, pois,
ao representar as quantidades a operar, representadas por frações com denominadores
diferentes, o aluno verifica que as partes têm diferentes tamanhos, não sendo possível a
sua adição. Desta forma, o uso de modelos contribui para o desenvolvimento de
compreensões associadas ao sentido de número racional e sentido de operação.

Multiplicação

A multiplicação é, muitas vezes, encarada como adição sucessiva (significado “grupos


equivalentes”), originando sempre um resultado maior do que qualquer dos fatores.
Tarefas envolvendo o significado “relação multiplicativa”, no campo dos números
racionais, são uma mais-valia possibilitando aos alunos compreender que na
multiplicação o produto obtido poderá ser menor que os fatores (Greer, 1992).

Apesar da variedade de contextospara a multiplicação, é frequente esta operação ser


ensinada com base em procedimentos, sem que o aluno compreenda o seu significado.
Para Johanning (2017), um dos erros mais comuns relaciona-se com a ordem dos
fatores na expressão multiplicativa, sendo frequente esta ter início com a primeira
fração escrita no enunciado do problema, o que nem sempre traduz a situação real.

O uso de modelos permite aos alunos compreender como a unidade muda ao longo do
problema, o que cada fração representa no contexto do problema, e que o produto pode
ser menor que os fatores (Behr & Post, 1992). Estas compreensões contribuem para o
desenvolvimento do sentido de número racional e sentido de operação.

Divisão

A divisão, muitas vezes associada a contextos de partilha equitativa, é encarada como


uma operação que origina um quociente menor que o dividendo e em que este tem de
ser superior ao divisor, o que leva os alunos, muitas vezes, a trocar o dividendo pelo
divisor. Para uma compreensão e uso significativos do conceito de divisão, a sua
abordagem deve contemplar o significado de medida, que conduz ao raciocínio
“quantas vezes o divisor cabe no dividendo?” (Greer, 1992). Independentemente dos
contextos utilizados para a abordagem da divisão, a regra “inverte e multiplica”, sem
significado para o aluno, tem primazia em relação a qualquer outra forma de encarar a
operação.

O algoritmo do denominador comum, aliado à modelação numa fase inicial, oferece


grandes possibilidades de uma compreensão concetual da divisão bem como ao
desenvolvimento do sentido de número racional e sentido de operação (Zembat, 2015).
Ao modelar uma divisão de frações, o aluno compreende o papel das diferentes frações,
a utilidade de obter denominadores iguais e relação com a operação de subtração, no
sentido em que verifica o número de vezes que encontra o divisor na quantidade do
dividendo.

Elementos básicos em Matemática Financeira

A Matemática Financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas alternativas de


investimentos ou financiamentos de bens de consumo. A idéia básica é simplificar a
operação financeira a um Fluxo de Caixa e usar alguns procedimentos matemáticos.

Capital: O Capital é o valor aplicado através de alguma operação financeira. Também


conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em língua
inglesa, usa-se Present Value, indicado nas calculadoras financeiras pela tecla PV.

Juros: Juros representam a remuneração do Capital empregado em alguma atividade


produtiva. Os juros podem ser capitalizados segundo os regimes: simples ou
compostos, ou até mesmo, com algumas condições mistas.

Regime Processo de funcionamento

Simples Somente o principal rende juros.

Compostos Após cada período, os juros são incorporados

ao Capital, proporcionando juros sobre juros.

Notações comuns que são utilizadas neste material


Símbolo Representação

C Capital

n número de períodos

j juros simples decorridos n períodos

J juros compostos decorridos n períodos

r taxa percentual de juros

i taxa unitária de juros (i=r/100)

P Principal ou valor atual

M Montante de capitalização simples

S Montante de capitalização composta

Importância

A importância do ensino dos números racionais está na descoberta de outro conjunto


numérico necessário para resolver determinados problemas enfrentados no contexto
diário, como situações em que está implícita a relação de uma parte do todo, por
exemplo - uma metade, um terço ou quarto de uma quantidade – ou situações em que
usamos sistemas de medidas e sistemas monetários.

Ensinar matemática exige que o professor constantemente se pergunte como fazer para
que seu aluno compreenda melhor o conteúdo transmitido e consiga se apropriar deste
conceito; para tanto, ele tem que ter se apropriado do conteúdo, desenvolver estratégias
para o ensino e, saber da sua importância para a o desenvolvimento cognitivo do
estudante.

Medir e contar são, segundo Caraça (2005,p.29) “as operações cuja realização a vida de
todos os dias exige com maior frequência.” Situações do nosso cotidiano podem
exemplificar bem essa afirmação, como: o pedreiro, ao calcular o material para a obra, o
cobrador de ônibus, ao dar um troco, a enfermeira, ao administrar um remédio. Assim,
todos, independente da função que exercem, têm a necessidade em algum momento do
dia de contar ou medir.

Geometria Plana e Espacial

Áreas Circulares

O círculo como limite de regiões poligonais regulares. Perímetro e Área do Círculo.


Arcos. Setor circular. Segmento circular. Curiosidades sobre o número Pi.

Áreas Circulares: Exercícios

Exercícios Resolvidos sobre Áreas de regiões circulares.

Áreas Poligonais

O Triângulo e uma região triangular. O conceito de região poligonal. Unidade de área.


Cálculo da área do: retângulo, quadrado, paralelogramo, triângulo, losango, trapézio.
Áreas de triângulos semelhantes. Polígonos regulares e seus elementos. Áreas de
polígonos regulares. Áreas de polígonos semelhantes.

Áreas Poligonais: Exercícios

Exercícios Resolvidos sobre Áreas de regiões poligonais.

Cilindros

O cilindro e o seu uso no nosso cotidiano. Exemplos onde este conceito é utilizado.
Cilindros são superfícies e não sólidos como encontramos em muitos livros.
Estendemos o conceito de cilindro a algo não usual. Lista de elementos geométricos do
cilindro. Cálculo das áreas lateral e total do cilindro, assim como o volume da região
envolvida pela superfície cilíndrica.

Círculo, circunferência e arcos

Aplicações da circunferência. Circunferência. Círculo. Pontos interiores e exteriores a


uma circunferência. Raio, corda e diâmetro. Posições relativas de: retas e
circunferência, de secantes e tangentes a uma circunferência, de duas circunferências, de
segmentos tangentes a circunferências. Polígonos inscritos e circunscritos na
circunferência. Arco de circunferência e ângulo central. Propriedades de arcos e cordas.
Ângulo inscrito, semi-inscrito e arco capaz. Outras propriedades com cordas e
segmentos.

Cones

Cone e seus elementos: base, vértice, eixo, altura, geratriz, superfície lateral, superfície
do cone, seção meridiana. Cones: circular, elíptico, reto e oblíquo. Áreas lateral e total
do cone. Cone equilátero. Exercícios resolvidos.

Elementos de Geometria plana

Geometria Plana do ponto de vista elementar. As principais figuras planas são


apresentadas e existe um forte apelo visual.

Elementos de Geometria Espacial

Elementos gerais sobre a Geometria Espacial. Veja nossos outros links sobre Geometria
espacial.

Esferas

Aplicações da esfera. Aplicação prática da esfera no cálculo de volumes de recipientes


onde se conhece a altura do líquido. A esfera é apresentada como uma superfície, ao
contrário de algumas outras que sugerem que a esfera seja um sólido. Fórmulas não
triviais para obter cálculos de áreas e volumes de objetos esféricos. Cálculo do volume
de calotas nos hemisférios Sul e Norte. Demonstração de uma fórmula não trivial com o
uso do Cálculo Diferencial e Integral. Programa escrrealizar Cálculos Onlização de
Cálculos On Line de elementos esféricos.

Fórmula de Heron: área de região triangular

Demonstração da Fórmula de Heron. Exercício resolvido. Program on-line para calcular


áreas de regiões triangulares, conhecidos os três lados.

Geometria analítica plana

Geometria Analítica plana, iniciando com as coordenadas no plano e dando ênfase no


estudo das equações da reta. Também são estudadas as curvas cônicas nas suas formas
padrões.

Noção de Espaço
Um conceito de espaço. O que é um Sistema de Coordenadas e como este conceito
aparece em nosso cotidiano. Outros sistemas de Coordenadas, como: coordenadas
polares, cilíndricas, esféricas e um sistema geográfico de coordenadas. Uma ideia do
que é o espaço R4. Exemplo de como o ser humano pode ser pensado como um objeto
em R5. Algumas ideias sobre a inflação e uma análise deste objeto tão maltratado à luz
da noção de Espaço. Exercícios.

Pirâmides

Pirâmides: Elementos e Classificação. Pirâmide regular reta. Área lateral de uma


pirâmide. Área total de uma pirâmide. Volume de uma pirâmide. Seção transversal de
uma pirâmide.

Poliedros

Poliedros e os seus elementos: Faces, Arestas e Vértices. Poliedros convexos e as


relações de Euler. Poliedros regulares e importantes relações matemáticas relacionadas
com eles. Tabelas com elementos para o cálculo do raio do círculo inscrito, raio do
círculo circunscrito, ângulo diedral, área lateral e volume de um poliedro regular
convexo.

Prismas

Prisma e os seus tipos principais, de acordo com a inclinação das arestas laterais. As
seções transversal e reta de um prisma. A planificação do prisma. Cálculos das áreas
lateral e total do prisma e do volume do mesmo. O tronco de um prisma e o seu volume.

Um Triângulo Equilátero

Triângulo difícil. Deve-se realizar várias operações algébricas envolvendo equações do


segundo grau. Apresentamos outra forma para obter a área de um triângulo.
Apresentamos um problema simples que costuma deixar muita gente quebrando a
cabeça.

Um triângulo isósceles:1

Triângulo especial que tem aparecido em alguns vestibulares. Para obter o ângulo
procurado deve-se realizar muitas operações algébricas e tem-se a impressão de
estarmos calculando o ângulo de uma forma cíclica sem a possibilidade de obter a
resposta desejada. A solução faz uso forte da lei dos senos para um triângulo.
Um triângulo isósceles:2

Outra solução para o Triângulo especial que tem aparecido em alguns vestibulares. Para
obter o ângulo procurado deve-se realizar muitas operações algébricas e tem-se a
impressão de estarmos calculando o ângulo de uma forma cíclica sem a possibilidade de
obter a resposta desejada. A solução faz uso forte da lei dos senos para um triângulo.

Vetores no Plano Cartesiano

Vetores no plano Euclidiano e suas propriedades. O Plano cartesiano como um Espaço


Vetorial bidimensional. Interpretação geométrica do produto escalar e suas principais
propriedades.

Vetores no Espaço Tridimensional

Conexão entre vetores de R2 e R3. Os conceitos de: Vetor em R3, soma de vetores e
suas propriedades, aplicações geométricas, produto de escalar por vetor e suas
principais propriedades, módulo de um vetor, vetores unitários e a importância desse
conceito. Produto escalar e as suas propriedades. O ângulo entre dois vetores com o
produto escalar. Vetores ortogonais, produto vetorial e suas propriedades. O ângulo
entre dois vetores com o produto vetorial. O produto vetorial ao cálculo de áreas de
paralelogramos e triângulos. Produto misto e o seu uso no cálculo de volumes de
paralelepípedos e tetraedros não regulares.
Conclusão

Um dos principais aspetos da abordagem seguida neste estudo diz respeito aos
significados da multiplicação e da divisão utilizados. Optámos pelos significados de
“relação multiplicativa” para a multiplicação e “medida” para a divisão, o que mostrou
ser uma mais-valia para os alunos superarem os mal-entendidos usuais nestas operações.

A maioria dos alunos utilizou a divisão para obter um “resultado maior” e a


multiplicação para obter um “resultado menor”. Na divisão de frações, o contexto de
medida forneceu um importante suporte para a sua compreensão, usando a abordagem
do denominador comum.

Geometria Espacial Aplicada a Saúde

Geometria Espacial Aplicada a Saúde: os tratamentos e procedimentos nas terapias


respiratórias (pulmões), terapias cardíacas (coração) e terapias renais, usam volumes de
fluídos. Frequentemente, o cálculo da velocidade de fluxo4 é crítico no tratamento
apropriado dos pacientes.
Referências

Behr, M., & Post, T. (1992). Teaching rational number and decimal concepts. In T.
Post (Ed.), Teaching mathematics in grades K-8: Research-based methods (2nd ed.).
(pp. 201-248). Boston, MA: Allyn & Bacon.

Braithwaite, D., Pyke, A., & Siegler, R. (2017). A computational model of fraction
arithmetic. Psychological Review, v. 124(5), 603-625.

CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa: Gradiva,


2005.

Erickson, F. (1986). Qualitative methods in research on teaching. In M. Wittrock (Ed.),


Handbook of research on teaching (pp. 119-161). New York, NY: MacMillan.

Lewis, C., & Perry, R. (2014). Lesson study with mathematical resources: A sustainable
model for locally-led teacher professional learning (pp. 22-42). Mathematics Teacher
Education and Development, v. 16(1),22-42.

Greer, B. (1992). Multiplication and division as models of situations. In D. A. Grouws


(Ed.), Handbook of research in mathematics teaching and learning. (pp. 276-295). New
York, NY: MacMillan, 1992.

Johanning, D. (2017). A questioning framework for supporting fraction multiplication


understanding. In Galindo, E., & Newton, J., (Eds.). Proceedings of the 39th annual
meeting of the North American Chapter of the International Group for the Psychology
of Mathematics Education (pp. 188-194).

Zembat, I. (2015). An alternative route to teaching fraction division: Abstraction of


common denominator algorithm (pp. 399-422).

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