E-Book - Anatomia e Fisiologia Laringea

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E-book

Anatomia e
Fisiologia Laringea

Escrito e produzido pela Prof. de


Canto e Fonoaudióloga
E-book Fisiologia Vocal Aline
Educadora Silva
Vocal Aline Silva 1 de 35
CRFa. 1 - 12968
Apresentação

Fga. Aline Silva


CRFa. 1 - 12968
Educadora Vocal

Formada em Fonoaudiologia a 10 anos pela Universidade


Federal do Rio de Janeiro. Aprimoramento em voz na
CLINVOZ com o professor Domingos Sávio. Formação em
Coaching ontológico com o Coach Daniel Santos (Lisboa,
Portugal). Atuou em escola de musica (MUSIMUNDI) como
fonoaudióloga, professora de canto e administração de
empresa de 2008 a 2010. Atuou em serviços de home care
de 2011 a 2013, atendendo pacientes com doenças neurológicas. Desde 2013 e
empreendedora e professora de voz e canto na Escola de Voz e Musica FonoArtes. Atua
na organização de eventos relacionados a Fonoaudiologia e Musica desde 2007. Atuou
como cantora popular durante 8 anos passando por vários estilos dentro do canto popular.
Fez aulas de canto lírico, por 2 anos, com a cantora e professora Hélida Lisboa e , por 6
meses, fez aulas de canto com a professora e cantora Leila Guimaraes e aulas de piano
com o professor e músico Edilson Leal. Formação com o professor Ariel Coelho no Curso
Intensivo de Formação Básica em técnica vocal rock, drives vocais e Antropofisiologia
vocal. Atualmente trabalha como vocalcoach e professora de canto nas escolas Eidos e
Musica e Cia, como instrutora da disciplina de técnica vocal no curso A arte de falar em
publico do SENAC e como pesquisadora e professora em sistema de EAD na Escola
FonoArtes. Participa de cursos, workshops e congressos relacionados a Fonoaudiologia e
Música.

Contatos:

(21) 97910-6704

alinesilvafonoartes@gmail.com

Instagram: @alinesilvavc Youtube: /alinesilva


E-book Fisiologia Vocal Educadora Vocal Aline Silva 2 de 35
Índice

Introdução…………………………………………… 4

O Laringe…………………………………………….. 5

Cartilagens…………………………………………… 8

Músculos extrínsecos……………………………… 15

Músculos intrínsecos……………………………… 20

Pregas vocais……………………………………….. 31

Material Bonus……………………………………. 34

Referencias bibliográficas………………………. 35

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Introdução

Olá, Tudo bem?


O objetivo deste e-book e produzir uma despertar de interesse nos
educadores vocais acerca da Anatomia e Fisiologia da laringe.
Este e-book foi construindo com base nos meus estudos de fisiologia vocal e
minha paixão pelo fenômeno voz.
Todo o conteúdo tem por base uma bibliografia extensa e vários cursos que
realizei durante minha carreira profissional em paralelo com minha continua
busca por conhecimentos nas áreas das ciências da voz.

Espero que o conhecimento contido neste e-book ajude no pensar teórico-


pratico dos educadores vocais.

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O laringe

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O laringe e um órgão, do

sistema respiratório, com paredes


membranosas e cartilaginosas,
situada entre a faringe e a traqueia,
que contém as cordas vocais.
Extremamente complexo, e
responsável por diversas
importantes atividades fisiológicas.
As funções básicas da laringe
(proteção, respiração e fonação) são
o resultado de diversos reflexos inter-relacionados que ocorrem no tronco
encefálico.

Funções Básicas
Proteção: Age como válvula para impedir a entrada de partículas
alimentares, e de ar durante a deglutição.

Respiração: E via aerifera.

Fonação: e órgão essencial da formação de sons.

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E constituído de cartilagens, músculos e ligamentos.

Cartilagens: impar (cricoidea, tireóidea e epiglote)


Pares (aritenoidea, corniculada e cuneiforme)
e o osso hioide(impar)

Músculos extrínsecos: Supra-hiodeos - estilo-hioideo, digastrico, milo-


hioideo, genio-hioideo. Infra-hioideos - esterno-hiodeo, esternotireoideo,
tireo-hioideo, omo-hioideo.

Músculos intrínsecos: Tireoaritenoideos, cricoaritenoideos laterais,


cricoaritenoideos posteriores, cricotireoideo, ariaritenoideos, tireoepiglotico,
ariepiglotico.

Ligamentos: Intrinsecos - cricotireoideo mediano e membrana


cricotireoidea, cricoaritenoideo posterior, tireoepiglotico, cricotireoidea, junta
cricoaritenoidea, pregas ariepigloticas, membrana fibroelastica, pregas
vestibulares, ventrículo laringe, ligamento vocal. Extrinsecos - ligamento
hioepiglotico, ligamentos e menbrana tireo-hioidea, ligamento cricovocal.

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Cartilagens

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Cartilagem Tireoide

E uma cartilagem única (impar) e a maior da laringe, tem a forma de


escudo e uma relação com a glândula tireoide.
A Cartilagem tireoide e composta por duas placas ligeiramente
quadriculadas chamadas lamina da cartilagem tireoide. Fundem-se entre si
na linha mediana anteriormente, formando a maior parte das paredes
anterior e lateral da laringe. O ponto desta junção e o angulo da tireoide. A
fusão incompleta das laminas resulta em uma incisura tireoidea proeminente
em forma de "V" ( Pomo-de-adao).
O angulo formado pela união das laminas varia de 80 graus a 90 graus
para os adultos do sexo masculino e de 90 a 120 graus para os adultos do
sexo feminino. Esta variação gera grande impacto na fisiologia vocal, como
por exemplo na medida que define o tamanho das pregas vocais.

As margens posterior das laminas prolongam-se para cima e para baixo,


são os cornos superiores e inferiores, respectivamente. Os cornos superiores
são unidos por um ligamento ao osso hioide. Os cornos inferiores articulam-
se com a cartilagem cricoide.

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Cartilagem Cricoidea

Situa-se imediatamente acima do primeiro anel traqueal, tem o formato de


um anel. E uma estrutura hialina, impar e a segunda maior da laringe. Mais
solida que a cartilagem tireoide e forma a parte inferior da estrutura laringea.
Ela consiste em duas partes: um arco anterior e uma lamina posterior
quadrada (como se fosse um anel de dedo com a pedra virada para a região
posterior).
De modo similar a tireoidea, observa-se uma variação entre os diâmetros
antero-posterior e lateral da cartilagem cricoide de acordo com o sexo,
apresentando um formato ovoide nas nos homens e circular nas mulheres.
Não ha muitos estudos sobre o impacto disso, mas acredita-se que pode ter
relação com a fenda glótica posterior constitucional nas mulheres.
Em cada lado, na parte posterior, a cartilagem cricoide apresenta facetas
articulares ovais para a articulação com os cornos inferiores da cartilagem
tireiode, O resultado e uma articulação com pivô, que permite que as
cartilagens tireoide e cricoide girem em torno de um eixo de articulação (esse
movimento e importante no mecanismo de mudança de tom). Recebe
também as cartilagens aritenoides na região posterio-superior (sobre a pedra
do anel).

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Cartilagens Aritenoideas

Sao pares e moveis, consideradas a unidade funcional da laringe pela sua


importância nas funções fontanária e respiratória. Situam-se na margem
inclinada da cartilagem cricoide. Parece uma pirâmide de três lados. Cada
cartilagem tem uma base, um ápice e três faces. Na base de cada cartilagem
encontramos três ângulos: o mais anterior projeta-se para dentro da laringe e
e o processo vocal, sendo o ponto de fixação posterior da prega vocal; o
angulo postero-lateral projeta-se para fora da laringe e recebe o nome de
processo muscular ( dois músculos laringeos são fixados nesse processo); o
angulo posterio-mediano não recebe nenhum nome.

A base horizontal da cartilagem apresenta forma côncava, o que facilita sua


articulação com a cricoide e sua complexa movimentação. O movimento das
cartilagens aritenoideas se assemelha ao que se observa em uma cadeira de
balanço, ou seja, ocorre em três direções: Antero-posterior, vertical e medio-
lateral.
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Epiglote

E uma cartilagem única, em forma


de folha. Esta situada na
superfície mesial da cartilagem
tireoidea, na junção anterior das
laminas (pecíolo da epiglote),
fixada através de um ligamento.
Com as cartilagens aritenoideas
se conecta através das pregas
ariepigloticas (dobra extensa de
tecido e músculo). E formada
principalmente por fibra elásticas.

Sua função e proteger as via


aéreas inferiores, através do abaixamento e fechamento do adito laringeo.
Seu movimento acompanha a direção do movimento da língua; contudo
participa muito pouco da produção vocal, embora seu deslocamento sobre a
laringe parece ajudar em certos estilos e técnicas musicais (volume e
projeção). Porque a epiglote e furada? A hipótese e para torna-la mais leve.

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Cartilagens acessórias
Sao as corniculadas e cuneiformes,
ambas bem pequenas. Existem outras
duas ,triticeas e sesamoides, mas de
importâncias pouco definidas.

As cartilagens corniculadas tem forma


de cone e estão localizadas no ápice
das cartilagens aritenoides, as quais se
ligam através da junta sinovial as
aritenoides, podendo aparecer
totalmente fundidas. Servem para
prolongar as aritenoides para cima e
para trás.

As cartilagens cuneiformes tem forma de


haste e estão mergulhadas nas pregas
ariepigloticas, com provável participação
na constrição supraglotica antero-
posterior (fechamento do adito da laringe
pelo abaixamento da epiglote).

Osso Hiode

O osso hioide, que significa "com


a forma da letra upsilon" (υ), é um
osso que fica na parte anterior do
pescoço, abaixo da mandíbula e à
frente da porção cervical da
coluna vertebral. Não está
articulado com nenhum outro
osso, apenas com músculos. É
apenas suportado pelos músculos
do pescoço. Suporta, por sua vez, a musculatura na base da língua.

Em a forma de uma ferradura e está suspenso das extremidades dos


processos estiloides dos ossos temporais.

Esse osso forma uma lâmina quadrilátera, achatada de frente para trás,
alongada transversalmente e apresenta uma concavidade posterior. Dá
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inserção na sua face anterior aos músculos génio-hioideo, génio-glosso, hio-
glosso, milo-hióideo, digástrico e estilo-hioideo; na sua face posterior insere-
se o músculo tiro-hioideo.

Reconhece-se no osso hioide uma parte média, o corpo, de cujas


extremidades laterais partem dois prolongamentos: o grande corno e o
pequeno corno.

Grandes cornos
Dão continuidade às extremidades do corpo e terminam por uma estrutura
tumefacta , o tubérculo do grande corno.

Pequenos cornos
São pequenos ossículos ovais que se articulam com o corpo e com o grande
corno do osso do hióide, ao nível da linha de união destas duas peças
esqueléticas. A sua extremidade superior dá inserção ao ligamento estilo-
hioideo.

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Músculos extrínsecos

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Vamos começar a estudar os músculos laringeos.

Vou começar pelos extrínsecos, onde irei sita-los a titulo de conhecimento.

A musculatura extrínseca é composta por músculos inseridos na laringe,


porem oriundo de outras estruturas fora da laringe. Esses músculos não
interferem de modo direto na fonação, porem sua ação indireta é de extrema
importância, modificando a laringe, sendo um mecanismo secundário no
controle da frequência da voz.

A função básica da musculatura extrínseca é manter a laringe no pescoço,


sendo importante na estabilidade laringea, a fim de que a musculatura
intrínseca possa trabalhar efetivamente. Através da elevação ou do
abaixamento da laringe no pescoço altera-se o angulo entre as cartilagens e
a tensão entre elas.

Temos como músculos extrínsecos os supra-hioideos e os infra-hioideos.


Os músculos supra-hioideos elevam a laringe no pescoço.

Sao eles:

-Estilo-hioideo -
origem: base do crânio,
no processo estilo-
hioideo do osso
temporal.
Função: Ele eleva e
retrai o osso Hioide.
Inervação: nervo facial
(VII par)

-Digastrico - Dois
ventre com origens diferentes e uma mesma inserção: o ventre anterior
tem sua origem na face interna da mandíbula, próxima a linha mediana, e
a parte posterior origina-se na fase medial do processo mastoideo do osso
temporal; sua inserção faz-se no tendão intermediário, logo acima do osso
hioide.
Função: Eleva o hioide e deprime a mandíbula.
Inervação: Trigêmeo e facial (V e VII par craniano)

- Milo-hioideo - Em forma de folha, forma a base da boca; origina-se na


mandíbula e insere-se no osso hioide.
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Função: Eleva e projeta o hioideo e a língua.
Inervação: Trigêmeo (V par).

- Genio-hioideo - Músculo par, origina-se na superfície interna da


mandíbula, próximo a linha mediana, e insere-se na superfície anterior do
osso hioide.
Função: Puxa a língua e o hioide para a frente.
Inervação: Hipoglosso (XII par)

Os Músculos extrínsecos infra-hioideos tem a função de baixar a laringe.


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Vamos a eles:

- Esterno-Hioideo -
Origem: no limite superior do tórax, na extremidade medial da clavícula, no
manubio do osso esterno e no ligamento esternoclavicular. Inserção: na
superfície inferior do corpo do osso hioide.
Função: abaixa o osso hioide.
Inervação: hipoglosso (XII par)

- Esternotireoideo -
Origem: na porção superior e posterior do esterno e na primeira cartilagem
costal.
Inserção: Linha obliqua da cartilagem tireoidea.
Função: Abaixa a cartilagem tireoidea.
Inervação: Hipoglosso (XII par)

- Tireo-hioideo -
Origem: na linha obliqua da cartilagem tireoidea.
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Inserção: no corpo e no corno maior do osso hioide.
Função: Aproxima a cartilagem tireoidea e o osso hioide.
Inervação: Hipoglosso (XII par)

- Omo-hioideo (dois ventres) -


Origem: margem superior da escapula.
Inserção: margem inferior do corpo do osso hioide.
Função: Abaixa e retrai o osso hioide.
Inervação: Hipoglosso (XII par)

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Músculos intrínsecos

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Os músculos intrínsecos tem a função fonatoria. Músculos esqueléticos (3
tipos de fibras).

Fibra Tipo I - Resistente a fadiga, diâmetro reduzido, contração lenta e


metabolismo aeróbio (oxidativo), baixo nível de glicógeno, e alto nível de
enzima oxidativa.

Fibra Tipo II A - Contracao rápida, resistente a fadiga, metabolismo oxidativo,


alto nível de enzimas oxidava e glicogeno.

Fibra Tipo II B - Contracao muito rápida, rápida fadiga, maior diâmetro,


mecanismo aeróbio por glicose, alto nível de glicogênio, baixo nível de
enzimas oxidativas.

Utilização intensa da voz - o primeiro músculo a entrar em fadiga e o TA, os


músculos CT, responsável pela emissão de tons agudos, suporta mais
esforço vocal do que o TA - a voz torna-se mais fraca e aguda.

Músculo CricoAritenoideo Posterior (CAP)

O CAP (compartimentos horizontal e vertical) é um músculo par e constitui-


se no único músculo abdutor das pregas vocais, permitindo a respiração
(músculo da vida). O CAP tem a forma de leque, com origem na lamina da
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cartilagem cricoidea e inserção em vários ângulos no processo muscular da
cartilagem aritenoidea.

Funções:
- Abduz, eleva, alonga e afila a prega vocal, mantendo todas as camadas
da mucosa rígidas, porem a borda livre arredondada. Atua na produção
dos sons surdos.
Inervação: Nervo laringeo inferior (X par) Ramo posterior.

A contração do CAP causa tração do processo muscular da cartilagem


aritenoidea para trás e para baixo, promovendo ação contraria a ação dos
cricoaritenoide lateral (CAL). Em decorrência do tipo de tração e da dinâmica
da articulação cricoaritenoidea, ocorre a lateralização e elevação do
processo vocal da cartilagem aritenoidea, abduzindo e elevando as pregas
vocais.

O CAP é ativado na respiração, mas


sua ação não é ausente no
processo de produção da voz e fala.
Observa-se ativação no final de uma
emissão para permitir a inspiração.
Alem disso, sua ação de disparo
rápido permite a suspensão da
vibração da mucosa para a
produção correta dos sons surdos
durante a fala.

O CAP tem dois compartimentos, um vertical e um horizontal, que tem


funções diferentes. O vertical causa o balanço das cartilagens aritenoideas
no eixo vertical, deslizando-as para trás e, lateralmente, aumentando o
espaço glótico. O horizontal promove o deslizamento lateral das cartilagens
aritenoideas, sendo primariamente utilizado para os ajustes refinados da
posição das pregas vocais e sua estabilidade.

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Existe evidencia da presença de grande
quantidade de fusos musculares no
compartimento horizontal do CAP, dando
suporte ao seu papel de estabilizador das
pregas vocais, em oposição a atividade dos
músculos inter-aritenoideos (AA) que
também apresentam grande numero
dessas fibras em fuso.

Acredita-se que a contração do CAP


durante a fonação estabilize as cartilagens
aritenoideas, prevenindo-as de serem
puxadas para frente por ação dos adutores.

Músculos CricoAritenoideo Lateral (CAL)

O Músculo CAL é um músculo par. Representam os principais adutores das


pregas vocais. Ele Aduz, abaixa e alonga a prega vocal, afilando sua borda
livre, que fica mais angulada, deixando todas as camadas da mucosa rígida.
O CAL auxilia a coaptação glótica necessária para a fonação.

Possui a forma de leque, com origem na margem superior da cartilagem


cricoidea e inserção no processo muscular da cartilagem aritenoidea.

O CAL é, portanto, ativado na fonação, sendo responsável pelo


fechamento glótico anterior. Para que a adução completa ocorra (aumento
da pressão subglotica), faz necessário a ação do CAL e do músculo
aritenóideo (AA), que é responsável pela adução posterior. Porém a adução
completa não é essencial para que ocorra a fonação.
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Segundo Pinho, S. (2014), o CAL
aduz a porção media da glote,
principalmente a área dos processos
vocais, aproximando a porção
membranosa. A ação do CAL
também influencia moderadamente
o controle de registro, Fo e da
intensidade vocal.

Segundo a Antropofisiologia vocal


(Prof. Ariel Coelho), o músculo CAL
participa do mecanismo de adução
secundaria, aumentando o
firmamento glotico, e do mecanismo
de firmamento glotico (aqui compondo o que e chamado "braçadeira" (CAL
- IAT - IAO)). Junto com os músculos interaritenoideo transverso e obliquo,
serve para garantir o fechamento glotico da região posterior.

Músculo AriAritenoideo

Os músculos AA são responsáveis pela adução da


parte posterior das pregas vocais. Sao os músculos
aritenóideo transverso e oblíquos. Ambos atual na
adução glótica. A adução glótica não pode ser
alcançada somente pela adução dos músculos AA,
mas sim pela atividade sinergica de vários
músculos.

Músculo
Aritenoideo transverso

Horizontal, inserido na margem lateral e


posterior da cartilagem aritenoidea
seguindo ate o outro lado.

Função: aproxima as bases.

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As fibras profundas continuam em torno das margens das cartilagens
aritenoideas, mesclando-se as fibras do músculo TA.
A contração dessa porção aproxima as cartilagens aritenoideas, fazendo com
que elas se juntem ao longo do eixo longitudinal da capsula articular em
direção a linha media.

Músculos aritenoideos oblíquos

Mais superficiais que o transverso,


constituído de dois músculos
cruzados, inseridos na fase
posterolateral do processo muscular
da base de uma cartilagem ao ápice
da outra.
As porções oblíquas aproximam as
cartilagens aritenoideas, sendo
reguladoras da compressão medial
das pregas vocais.

Segundo estudos, a atividade dos AA afeta principalmente o controle da


pressão subglótica durante a fonação.

Observou-se que os AA não tem efeito sobre as características vibratórias


das pregas vocais como tem os músculos CAL e os músculos TA. Apesar de
seu principal papel ser aduzir a glote, tudo indica que os AA dão suporte para
os outros músculos no controle dos
registros, da frequência fundamental
(f0) e da intensidade vocal.

Segundo Pinho, a atividade dos AA


e maior durante a fonação
hipercinética ( situação de laringe
elevada). Apesar de imprescindível
a fonação, a forca adutora dos AA
sobre as pregas vocais é inferior a
dos TAs.

Provavelmente os músculos CAP e AA são os reguladores da estabilidade


das pregas vocais durante a respiração e fonação.
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A atividade do AA e imprescindível a eficácia do fechamento glotico,
permitindo a obtenção da pressão subglotica necessária a fonação.

Segundo Ariel Coelho (Antropofisiologia Vocal), os músculos AA atuam no


mecanismo de adução secundaria e firmamento glotico (braçadeira -
fechamento da região posterior).

Como a frequência de fonação e controlada?

Sao dois os fatores responsáveis por esse


controle. O mais importante deles constitui a
ação da musculatura que determina o
comprimento, a tensão e a massa vibrante
das pregas vocais. O outro fator e a pressão
subglotica.

Se quisermos elevar a frequência de fonação


sem elevarmos sua intensidade, devemos
ativar a musculatura que controla as
propriedades das pregas vocais,
particularmente as relativas ao seu
comprimento. Quanto mais longas, tensas e finas as pregas vocais, mais alta
será a frequência de fonação. A tensão das pregas vocais pode ser ajustada
por meio da modificação da distancia das suas extremidades (posterior e
anterior).

O músculo cricotireoideo (CT)

Segundo Behlau, “ O CT e um músculo


par, com ação adutora secundaria das
pregas vocais. E o maior músculo
intrínseco da laringe, em forma de leque.”

Origem: cartilagem cricoidea.


Inserção: cartilagem tireoidea.

Função: aduz na posição paramediana,


abaixa, estira, alonga e afila as pregas
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vocais, enrijecendo todas as camadas e angulando a borda livre das pregas
vocais. O alongamento das pregas vocais diminui a massa em vibração,
aumenta a tensão e eleva a freqüência fundamental.

Ele também apresenta uma ação de tensor secundário.

Ainda segundo Behlau, “o CT e largamente responsável pela tensão


longitudinal das pregas vocais.” Ele e responsável pelo controle da
frequência.

Segundo behlau e Pinho, a contração


do músculo CT aproxima as cartilagens
cricoide e tireoide através do
deslocamento principalmente da
cartilagem tireoide para baixo, mais
também da cartilagem cricoidea para
cima, em ate 15 graus. Conhecemos
este movimento como Báscula.
Ja Sundberg nos diz que, “quando o CT
se contrai, a cartilagem cricoidea se
inclina, o que eleva sua região anterior
e aproxima-a da cartilagem tireoidea”.
Logo quanto menor a distancia entre a
cartilagem tireóidea e cricoidea maior e
a frequência de fonação. E importante
dizer que as cartilagens aritenoideas precisam se manter estáveis
(cartilagem onde as pregas vocais são inseridas posteriormente). Estas
mesmas também alongam as pregas vocais, através da sua rotação e
deslocamento.

O CT e um músculo de resistência ele demora mais a fatigar. Quando se


inicia a fala ele e ativada para estabilizar a laringe.

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Segundo a Antropofisiologia vocal, estudos do Mestre Ariel Coelho, o CT
(dividido em CT obliquo e CT reto) atua no mecanismo de adução primaria
junto do TAE. Esse mecanismo ocorre entre Sol#1 e si 3 (teclado 5 oitavas).
O CT e responsavel pelo movimento de Bascula (Sol#2). De mi2 ate sol#2 o
CT obliquo liga e de Sol#2 ate si3 o CT reto puxa.

Segundo Pinho e Pontes, os músculos CT exercem importante papel na


produção dos registros vocais, justamente com o TA.

Músculo Tireoaritenoide (TA)

Segundo Behlau, o TA e um músculo


par que compõe o corpo das pregas
vocais. Eles se originam no angulo da
cartilagem tireóidea e a inserção
principal e no processo vocal da
cartilagem aritenoidea com extensão
em direção ao processo muscular.

Aduz, abaixa, encurta e espessa a


prega vocal, deixando a borda da
mucosa arredondada.

Ele possui dois feixes principais: um


medial interno (Tireovocal) e outro lateral externo (tireomuscular).

Segundo Pinho e Pontes atua encurtando as pregas vocais e moderado a


contração do músculo CT no controle da frequência e possui uma quantidade
maior de fibras lentas (mais fracas, de contracao lenta, mais altamente
resistentes).

O TA externo apresenta fibras de contração


rápida (fortes, de contração rapida, mas
fatigaveis) , tem menos ação sobre as
características da fonação e parece estar mais
envolvidos na adução das pregas vocais.
Segundo Pinho e Pontes atua principalmente no
controle da intensidade, aproximando a glote
membranosa e aumentando a resistência
glotica.

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A ação principal do TA e encurta e aduzir as pregas vocais reduzindo assim
a freqüência da fonação.

Segundo Pinto e Pontes, ele regula a tensão longitudinal da superfície


mucosa das pregas vocais, quando não sobre a oposição dos demais
intrínsecos. Estes influenciam o fechamento gótico, puxando o processo
muscular para frente, soltando a mucosa. Ao sofre a oposição dos demais
intrínsecos, a contração do músculo TA causa o aumento de tensão das
pregas vocais, modificando as características da onda mucosa.

A literatura, segundo Pinho e


Pontes, e ambígua acerca da forca
adutora dos músculos laringeos,
individualmente. Mais, o mais efetivo
parecer ser o TA. O CAL seria
adutor primário.

Segundo a Antropofisiologia vocal,


estudos do Mestre Ariel Coelho. O
TA atua nos mecanismos de adução
primaria junto do CT e no
mecanismo de selamento glotico. O
TA externo atua nas relações dinâmicas do mecanismo de adução primaria e
o TA interno atua no mecanismo de selamento glotico.

Gláucia Anatomy
Quites 3D Atlas
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Pregas Ariepigloticas

Sao formadas pelo músculo ariepiglotico (AE),


estendendo-se das pontas das cartilagens
aritenoideas ate a epiglote, formando um vigoroso
esfíncter que permite o fechamento da laringe
durante a deglutição e nas situações de proteção
das vias aéreas inferiores. Durante a produção da
voz, uma contração parcial pode ocorrer em certos
estilos e efeitos vocais.

Pregas Vestibulares

Antes chamadas de falsas pregas


vocais, são duas dobras de tecido
localizadas acima das pregas
vocais.
Em situações habituais, as pregas
vestibulares não participam da
fonação. Observa-se porem que,
em frequências muito graves,
como as do registro basal, elas
podem ser envolvidas
passivamente, vibrando durante a
produção ou abafando sua
ressonancia. Um constrição
mediana dessas pregas pode ser percebida durante a produção do sussurro
em algumas pessoas. Sua maior ativação ocorre quando e requerido maior
selamento laringe, como em atividades de esforço. Em alguns efeitos vocais
elas são acionadas.

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Pregas Vocais

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As pregas vocais são duas dobras de músculos e mucosa que se estendem
horizontalmente na laringe, fixando-se anteriormente na face interna da
cartilagem tireoidea, formando a comissura anterior, a região de
convergência de ambas as pregas vocais. Posteriormente, cada prega vocal
conecta-se a cartilagem aritenoidea, cobrindo-a de mucosa.

As pregas vocais são uma estrutura multilaminada, onde cada camada


apresenta propriedades mecânicas diferentes.

A mucosa da prega vocal:


Dividi-se em epitélio e lamina própria. O epitélio pode ser visto como um fino
plástico, resistente, cuja função e cobrir e manter a forma da prega vocal. A
lamina própria por sua vez, subdivide-se em três camadas: superficial,
intermediaria e profunda.
A camada superficial (espaco de Reinke), e uma camada solta, flexível e com
poucos elementos, como se fosse uma leve gelatina. E a que vibra mais
intensamente durante a fonação.
A camada intermediaria, e mais densa, sendo composta de fibras elásticas.
A camada profunda, e composta de fibras colageno, mais rígida.
A camada intermediaria e a profunda chamamos de Ligamento vocal.
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O corpo da prega vocal e composto basicamente pelo músculo vocal e, do
ponto de vista mecânico, quando se contrai, funciona como um feixe elástico
muito rigido.

As cinco camadas
descritas pode ser
agrupadas em três seções:
Cobertura (epitelio e
camada superficial),
transição (Camada
intermediaria e camada
profunda) e corpo
(musculo vocal).

Durante a fonação, a cobertura desloca-se, de modo muito intenso e fluido,


em direção contraria a da gravidade. A camada de transição, por sua vez,
serve de acoplamento entre a camada superficial e o músculo vocal.

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Material Complementar:

Para começar a “coçar” a cabeça e com isso pensar um novo


fazer de vocalizes e exercícios vocais nas aulas/sessões
vocais.

Video Bônus (exclusivo do e-book) com a visualização em 3D de todas


as estruturas estudadas no E-book - https://youtu.be/0O7HcEIDhhk

Obrigada por adquirir o e-book!

Estou a disposição para duvidas e sugestões.

Educadora Vocal
Aline Silva

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Referencia Bibliográfica

Princípios da Anatomia e fisiologia aplicada a fonoaudiologia - Willard R.


Zemlin
Voz - O livro do especialista volume 1 - Mara Behlau
Músculos intrínsecos da laringe e Dinâmica vocal (Volume 1 segunda
edição)- Silvia Pinho
Ciencias da Voz - Johan Sundberg
Antropofisiologia Vocal - Prof. Ariel Coelho

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