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A Santa e o Pecador Mari Mendes
A Santa e o Pecador Mari Mendes
A Santa e o Pecador Mari Mendes
COM
2ª Edição
Brasil, 2024
1ª Edição
Brasil, 2020
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Atenção: Romance Hot. Raul Magno, o protagonista, adora
falar palavrões, é um homem sem escrúpulos, mentiroso e cafajeste.
As cenas hots são escritas detalhadamente. Se você não gosta desse
tipo de leitura, não recomendo. Leitura para maiores de idade.
Mais uma vez: se você não aprecia o tema, por favor, NÃO
LEIA!
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“Tudo o que plantamos hoje, colheremos amanhã. Assim é a
Lei da Causa e Efeito, o que causamos de ruim ou de bom a alguém,
sofreremos os efeitos de nossos atos a curto ou a longo prazo. Isso
não importa, pois a Lei do Retorno é Implacável, o Mundo gira e a
bola volta, sempre volta...”
Vander Varosi.
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Scaneie o QR Code e ouça a playlist da obra A Santa e o Pecador.
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comprar.
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
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Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epílogo
Dedicatória
Outras Obras
Redes Sociais
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Capítulo 01
Raul Magno
Estou indo para minha casa, em uma vila, no interior de
Minas Gerais. Nesse momento estou conversando em meu celular
com um potencial investidor das propriedades que adquiro e
reformo.
Esse tipo de negócio me tornou um homem milionário.
Compro, por preços acessíveis, qualquer imóvel que esteja em
estado de decadência, os reformo com luxo e bom gosto. Tenho
uma equipe gigante que trabalha comigo, desde pedreiros a
engenheiros. Não tenho prédios ou escritórios para que minha
equipe trabalhe para mim. Comando tudo de minha casa na Vila das
Flores. Só vou às obras quando requisitado por um de meus
profissionais responsáveis. Vila das Flores é uma reserva, escondida
e perdida em meio às montanhas de Minas Gerais, em um vale
imenso e verdejante, que tem pouco mais de 100 habitantes. É uma
vila onde, para morar, as pessoas são escolhidas com exigência.
Para você adquirir um imóvel nesse lugar, é preciso responder
a um imenso questionário. Se não se adequar às normas, não
consegue comprar um dos gigantescos e luxuosos imóveis vendidos
aqui a preço de ouro. Morar aqui é uma conquista para quem deseja
paz e contato com a natureza.
Vila das Flores é um lugar que pensamos não existir nessa
terra. São casas construídas e integradas com a natureza, distantes
umas das outras para manter a privacidade dos moradores.
Dificilmente encontramos pessoas aqui nas ruas arborizadas e todas
feitas de pedras, margeadas por lindos pés de ipês. Essas árvores
têm diferentes cores: roxo, rosa, branco e o amarelo.
Minha casa foi construída entre os ipês que são nativos aqui
em Minas Gerais, principalmente no Vale dos Ipês. Cada novo
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morador tem que plantar cem pés de ipês quando compra algum
imóvel, nessa vila.
Todos os anos é feita uma averiguação para o replantio de
árvores que tenham morrido por algum motivo. Aqui é uma mata,
composta quase que exclusivamente por imensos pés de ipês. Essas
belas árvores estão espalhadas em vários pontos dentro e fora de
minha casa. Causando a refrescante sensação de que você está
vivendo em uma floresta aberta.
A estrutura da minha residência é toda quadrada, parece um
caixote de vidro e madeira que se mesclam entre o frio e quente,
transmitindo-nos uma sensação de frescor e aconchego.
O dono anterior quis integrar o ambiente interno com a
natureza, criando um vínculo entre ambos.
A casa possui dois pavimentos, sendo que o de cima é todo
forrado com vidro de película fosca. Assim garante privacidade e te
permite usufruir da natureza em sua totalidade, sem que as pessoas
do lado de fora vejam o que se passa dentro de casa.
E ainda podemos tocar as flores dos ipês na parte externa
quando está na época de floração. Temos a impressão de que
estamos em cima das árvores. Aqui em frente ao meu cubo de vidro,
tenho as espécies de Ipês com as quatro cores. O que gera um
verdadeiro espetáculo quando florescem. As flores caem no jardim
de inverno, projetado especialmente para cada árvore dentro de
casa. O telhado é composto por partes de vidro (claraboias) e
parece que temos uma gigante colcha de retalhos coloridos na
época que os ipês florescem.
Na parte de baixo da casa, onde fica a cozinha, salas,
escritório, tem as cortinas elétricas que somente são fechadas
quando quero privacidade total. Mas neste lugar, essa é uma
preocupação inútil, cada vizinho fica a mais ou menos quinze
minutos de carro.
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Exatamente por esse motivo quis morar aqui e até hoje não
me arrependo. Apaixonei-me por essa casa assim que a vi, foi amor
à primeira vista.
O ex-proprietário era um arquiteto que trabalhava para mim e
quis se aposentar. Resolveu ir para o Rio de Janeiro, onde vive a sua
única filha, vendendo-me assim a casa que projetou com tanto
carinho.
Ele me fez prometer que eu jamais cortaria as árvores que
faziam parte da construção. Prometi com prazer, pois nunca vi nada
mais belo e revigorante em toda minha vida. Aqui é o meu paraíso
particular onde recarrego minhas energias diariamente.
Após o estresse de trabalhar em uma área tão complicada e
cheia de detalhes, como construções e reformas.
Não gosto de pessoas em minha casa, aliás não gosto de
conviver com elas. Me irritam ao extremo. Faço-o porque é preciso.
Quando estou em obras grandes, geralmente fico o dia todo fora ou
então em outro estado. Isso depende do tamanho de cada obra.
Entretanto, anseio que chegue logo o final de semana para voltar
para meu santuário ou terminar as obras à distância. Estou tentando
restringir meu trabalho somente aqui em Minas Gerais. Já estou me
sentindo cansado dessa vida tão agitada. Afinal estou com quase
meio século de existência.
Tenho também um pomar, e adoro ficar debaixo de um
imenso pé de macieira. O lugar é um mini paraíso.
Vivo praticamente sozinho. Exceto por uma senhora que
trabalha comigo, a minha querida Lili. Ela cozinha e mantém limpa a
casa. Uma empresa de limpeza vem uma vez por semana e cuida da
casa e jardins.
Mesmo com 43 anos no lombo e quase dois metros de altura,
ela me trata como criança. Se bobear coloca até comida em minha
boca. Não fico com raiva disso, pelo contrário, adoro, pois não tive
uma mãe que me desse amor.
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Hoje em dia tenho que estar em vários lugares, muitas vezes
no mesmo horário e Artur cuida de tudo isso também. Não me
preocupo com esses detalhes, confio plenamente nele. Se não fosse
ele jamais daria conta de acompanhar tantas obras em andamento.
Claro que tento estar presente em todas as negociações,
afinal sou o dono e tenho uma equipe que depende de mim. Mas ele
me representa muito bem, quando não posso ir. Isso alivia demais a
pressão que vivo.
Agora eu só compro imóveis grandes que após reformados
vendo por milhões de reais. Ganho uma quantidade absurda de
dinheiro e com isso posso pagar toda a equipe para ficar à minha
inteira disposição. Mesmo que passem meses sem trabalhar. Todos
possuem contrato comigo e os pago mensalmente, trabalhando ou
não. Com isso eu ganho a lealdade e fidelidade de cada um deles.
Artur monitora também essa parte de pagamentos aos empregados.
Como disse um resolve tudo.
Estamos agora em um projeto imenso. Comprei um prédio
que foi abandonado há mais de dez anos, pois os donos
interromperam as obras após o dinheiro acabar. Foi uma longa
negociação de mais de dois anos, mas finalmente consegui comprá-
lo. É um edifício que tem mais de trinta andares, no coração de Belo
Horizonte. Possui uma vista espetacular para o parque municipal,
uma minifloresta no centro de Belo Horizonte.
A reforma já dura alguns meses e o resultado está ficando
majestoso. Já tenho dois possíveis compradores e nem terminamos
ainda. As propostas são tentadoras, mas sei que quando
finalizarmos aparecerão ofertas melhores, então não tenho pressa.
Quando terminar essa reforma, que é uma das maiores que já
fizemos, sei que a venda me deixará bilionário. Com essa venda
poderei escolher entre continuar trabalhando ou aproveitar a vida
sem limites. Claro, que já tenho dinheiro para viver no luxo até o
final de minha vida, mas com a venda desse mega empreendimento,
terei dinheiro para viver dez vidas de luxo.
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Hoje, com 43 anos, consegui juntar dinheiro para viver várias
vidas no luxo, sem passar fome e humilhações.
Sofri igual a um condenado para chegar onde estou...
trabalhei lavando banheiros, esfregando chão e como servente de
pedreiro. Foi aí que comecei a me interessar por reformas.
Juntei dinheiro e consegui comprar um lote com um barraco
caindo aos pedaços. Era perto de uma favela, trabalhei duro,
reformei e o vendi.
Esse foi meu primeiro investimento com um lucro razoável... a
partir daí comecei a construir e vender casas pequenas, mas bem-
acabadas.
Com o tempo descobri que comprar imóveis maiores e
reformar dava mais lucro. Assim passei a investir nessa área. E hoje
posso dizer que sou conhecido na área de reformas luxuosas e muito
procurado também. Digo com certeza, sem falsa modéstia, que serei
bilionário após vender esse prédio no centro de Belo Horizonte.
Somente mais alguns meses e a reforma seria finalizada. O
edifício estará pronto e majestoso para um futuro hotel ou quem
sabe uma sede para o governo de Minas. Essas são as duas
propostas que tenho por enquanto.
Estou analisando alguns projetos, quando o sinal fecha. Artur
para o carro com suavidade. Levanto meus olhos e é quando a
vejo...
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Capítulo 02
Lisa Melo
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simples, deixando toda a exuberância por conta do colar e da
singularidade das pedras vulcânicas.
Embalei o conjunto em uma caixa de veludo vermelha e fui
tomar banho. Já eram seis horas da manhã, não conseguiria mais
dormir, pois estava muito nervosa e ansiosa.
O dia passou lento e os finalistas teriam que estar na loja
onde ocorreriam as avaliações, tudo seria televisionado. O evento
começaria às 20h, mas antes das 18h eu já estava no local onde
seria o coquetel. Quando vi a quantidade de pessoas lá, o meu
nervosismo aumentou, pois não imaginaria um número tão grande
assim de espectadores.
A maioria parecia ter muito dinheiro. Quando o resultado do
concurso saiu eu não acreditei. Eu havia ganhado. Chorei toneladas
e todos os dias eu agradeço aos céus pela oportunidade.
Assinei o contrato e hoje estou aqui, feliz e realizada. Todos
os meses entrego , com prazer, cinco criações distintas e únicas.
Em menos de três anos consegui comprar meu apartamento.
Uma cobertura pequena, mas linda e aconchegante. Localizada
perto do Shopping Diamond Mall[1] e quase dentro da loja que sou
contratada. Fiquei encantada quando vi o imóvel.
Aos poucos eu decorei o meu apartamento em tons de rosa e
verde. Na parte de cima da cobertura fiz o meu ateliê e é onde
produzo minhas semijoias. Lá eu deixo araras enormes com vários
conjuntos de pedras já prontos. Aprendi a criar e deixar vários
modelos guardados, caso ocorra algum imprevisto. Sendo assim já
tenho vários meses de trabalho adiantados. No centro do ateliê fica
uma mesa de vidro gigante onde trabalho. E nas paredes, prateleiras
imensas com todo tipo de pedras naturais que encontro.
Gosto de comprar fios de cascalhos e fios de pedras naturais.
Tem centenas aqui. Tenho também rolos de arames de latão
folheados a ouro branco, amarelo e rosê. Gavetas cheias de
alfinetes, argolas de vários tamanhos, fechos, terminais, base para
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brincos, tudo folheado a ouro, nos três tons. Nas gavetas do canto
estão meus alicates de vários tamanhos e cola para joias.
No canto da cobertura tem um pequeno jardim natural, onde
fica um sofá verde-claro grande e duas poltronas rosa-bebê. Um
mini freezer onde deixo sucos, potes de comida natural já
preparadas por uma colega minha que faz porções naturais para
vender.
Ao lado uma minicozinha que mandei construir, passo a
maioria do meu tempo aqui.
No andar de baixo fiz a sala, os quartos e uma biblioteca.
Adoro ficar na biblioteca lendo depois do trabalho. Minha casa é
decorada exatamente como aprecio. Gosto de delicadeza em cada
canto e adoro flores naturais que troco a cada semana. Elas estão
espalhadas por todos os lados.
Essa sou eu. Lisa Melo, uma mulher guerreira com aparência
frágil, mas forte como uma leoa. Baixa, 1,58m, cabelos longos e
castanhos, mas o que chama atenção em mim são meus olhos
multicoloridos. Heterocromia[2]. Um verde e outro azul. Já fui muito
discriminada na escola por conta disso, mas hoje me acho diferente
e bonita exatamente por conta desse detalhe.
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Minha vida mudou totalmente depois que ganhei esse
concurso.
Meus pais se orgulhariam de mim, penso com os olhos cheios
de lágrimas enquanto sinto o perfume adocicado das flores.
No momento que o sinal abre para os pedestres, atravesso
rapidamente. Ainda não almocei e estou com muita fome. Além
disso, estou com uma ideia maravilhosa de uma peça para a nova
coleção.
Tenho esses repentes de criatividade e tenho que desenhar
rápido para não perder nenhum detalhe. Chego em casa, preparo
meu almoço e enquanto degusto minha refeição, eu desenho minhas
próximas peças.
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Capítulo 03
Raul Magno
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agora não me privo de mais nada. E hoje quero essa mulher nua em
minha cama sob meu total domínio e jugo. Ponto final.
— Raul Magno Gorgoni, vai chegar o dia, meu amigo, que
verá que tem coisas que o dinheiro não compra. Guarde minhas
palavras. — Sentencia meu amigo e algoz. Foda-se se me atenho às
leis criadas por pessoas que pensam que podem transformar o
mundo em um campo de flores e arco-íris. O mundo é cruel, quem
tem dinheiro compra, quem não tem se vende. Eu compro. Me
adaptei, somente isso!
— Espero esse dia com ansiedade. Quero eu mesmo comprar
até mesmo a porra do dia e ele se renderá ao meu dinheiro. — Falo
com altivez, arrogância e soberba.
Ele não diz mais nada e vejo que a moça realmente mora
aqui, ou tem algum conhecido morando, pois é um edifício
residencial.
— Artur, descubra tudo que puder dessa mulher, eu a quero
hoje, sem falta, em meu abatedouro. — Ele me olha sem acreditar e
balança a cabeça com incredulidade.
— Você surtou de vez, Raul. Tudo bem pegar mulheres em
clubes, bares e casas noturnas. Entendo que a maioria que está lá
quer aproveitar, não todas, claro, mas a grande maioria, sim, como
temos visto. — Me encara, como se esperasse que eu fosse desistir
da ideia, ou melhor, da mulher.
— Já te falei, Artur, todos têm um preço e com essa mulher
não será diferente, acredite em mim. Quero ela em minha cama e
pronto. Amanhã tudo voltará ao normal, só quero uma trepada e
estou disposto a pagar bem. — Artur aumenta a velocidade, ele já
sabe para onde me levar.
Meu amigo não fala mais nada, vejo que está chocado, pois
nunca quis uma mulher assim. Uma que passeava na rua
despretensiosamente. Sempre saio ou saímos a caça, eu sei onde é
mais fácil pagar para tê-las, ainda que não sejam garotas de
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Capítulo 04
Lisa Melo
Termino o meu almoço e o esboço de um novo conjunto está
pronto e maravilhoso.
Lavo tudo que usei e vou trabalhar em minha peça, no ateliê.
Fico entretida separando materiais para montagem do colar e
brinco. Demoro bastante para organizar tudo e combinar as cores.
Coloco uma música clássica, adoro quando estou trabalhando.
Estou mergulhada em minha criação quando ouço o interfone.
Desço e atendo. O porteiro me diz que tem um homem querendo
falar comigo e dá alguns detalhes.
Seu Lúcio é um homem extremamente educado e trabalha no
prédio há mais de anos, segundo nossas conversas. Ele sempre foi
educado e gentil comigo.
Estranho. Nunca trouxe nenhum homem aqui, aliás, nunca
namorei.
Eu nunca tive tempo para isso, estava organizando e
arrumando a minha vida. Não vou deixar um homem que não
conheço subir.
— Lúcio, eu não conheço esse homem, pode dispensá-lo, por
favor? — peço intrigada, mas sem querer saber nada sobre esse
desconhecido.
— Ele diz que precisa falar com você, Lisa, insistiu muito, por
isso te chamei. — Diz o porteiro educadamente, como sempre.
— Vou descer, Lúcio, pede para ele me aguardar, por favor.
— Desligo o interfone e desço sem ao menos trocar de roupa.
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Quando chego ao saguão fico parada por alguns instantes
avaliando o homem à minha frente, ele é muito bonito.
Quando me vê, caminha em minha direção.
Lúcio fica de olho e para ao meu lado, agradeço a ele com o
olhar.
— Pois não? — digo a uma distância segura.
— Prazer, senhorita Lisa, sou Artur — diz educadamente,
nota-se de longe que é um cavalheiro.
— Não posso dizer o mesmo, pois nunca o vi antes... — digo
cismada e direta. Vejo o esboço de um sorriso em seu rosto bonito e
fico sem entender.
— Poderia conversar com a senhorita em particular? —
pergunta no mesmo lugar.
— Não — comento, simplesmente.
— Nem para falar sobre a loja onde você entrega suas
encomendas mensais? — pergunta com suavidade.
— O quê? Como sabe sobre isso? — pergunto com o coração
acelerado.
— Sei muita coisa sobre você e muitas pessoas, Lisa. Sou
pago para isso — diz, simplesmente.
Dou um passo para trás e meu coração martela em meu peito
como um tambor. Estou apavorada com esse homem aqui em pé
diante de mim. Quem é ele?
— Vou chamar a polícia! — argumento olhando para Lúcio
que está pálido também.
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Ele acena imperturbável.
— Vou falar rasgado com você… ele te viu no sinal hoje mais
cedo e quer você por uma noite... — Dou um passo para trás,
horrorizada. Santos céus! Retrocedi no tempo? Século XV? Eu ouvi
isso mesmo? O verme asqueroso me quer em sua cama e manda o
capataz vir me buscar e fazer essa proposta ultrajante e indecente?
— Não acredito que estou ouvindo isso! Você se prestar a
fazer um papel tão ridículo desses te diminuiu como pessoa, senhor.
Um pau-mandado sem opinião e vergonha na cara! NUNCA! Volta e
diz para seu patrão asqueroso, como o cachorro mandado que é,
para ele ir se foder! — Vejo que ele fica pálido e trava com força o
maxilar, suas mãos se fecham em punhos.
— Cuidado com suas palavras, mocinha — diz, pausadamente
— Não tenho medo de você! Some da minha frente, agora! —
Falo indignada e com muita raiva. Viro-me para entrar e riscar esse
dia infeliz de minha vida.
— Qual seu preço? — ele tem a ousadia de perguntar.
— Meu preço? Você, seu miserável, já parou para pensar que
tem coisas e pessoas que não tem preço? Que o maldito dinheiro
não pode comprar? — digo, pálida e totalmente descrente da raça
humana.
— Todos têm seu preço, segundo meu patrão... — sussurra.
— Você acredita realmente no que esse monstro diz? —
pergunto, incrédula.
— Não — fala com os olhos fitando o chão.
— Então, por que se presta a um papel tão ridículo e ofensivo
desses? — afronto o homem.
— Dois mil, cinco mil, dez mil? Por uma noite? Qual seu
preço, Lisa? — Levanta a cabeça e seu olhar endurece, me fitando
com frieza.
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Capítulo 05
Artur Campelo
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humilhado pela mãe…, mas quantas pessoas não vêm de lares assim
e não são tão escrotas? Eu mesmo sou um exemplo disso. Penso e
vivo assim, o dinheiro é para te dar conforto, mas o essencial da
vida é conquistado com esforço, e não comprado. E cada dia que
passa Raul fica mais preso a ilusão de que pode comprar tudo com
seu dinheiro. Até entendo o porquê ele não tem freios…
absolutamente tudo o que quer e quis sempre conseguiu com
facilidade, depois que ficou milionário, claro.
Entrei em contato com uma de minhas fontes e descobrimos
rapidinho quem era Lisa Melo. Eu descobri tudo sobre sua vida.
Desde a maneira trágica que perdeu seus pais em um acidente, até
a compra de seu apartamento com muita luta. Lisa se esforçou
muito e não negociou em momento algum seu caráter.
E se hoje ela tem a condição estável que vive, deve-se ao
fato de que sempre foi uma guerreira honrada.
Foi difícil para mim ter que ir até o prédio onde mora e fazer
essa proposta indecorosa. Já sabia de seu histórico. Mas como
trabalho para Raul, fiz o que ele mandou.
A moça é muito nova e batalhadora, não tem nada das
mulheres que Raul tem o costume de comprar e corromper.
Confesso que fiquei muito feliz quando ela me mandou tomar
no cu. Confirmou o que notei logo que a vi e em seu dossiê. Ela é
uma mulher de fibra que se valoriza e não se corrompe por dinheiro.
Sinto a alma leve quando saio de lá com seu sonoro e estrondoso
não.
A mulher é feroz, penso sorrindo. Raul vai tomar no rabo de
uma forma doída. Uma recusa bem dada por parte de Lisa. Ele vai
ter que bater uma bela punheta ou chamar uma de suas amantes.
Caso contrário terá que dormir de pau duro. Filho da puta, penso
sorrindo.
Ligo o carro e vou assobiando, feliz por fazer minha parte a
pedido do safado Raul. Sorrio de lado. Volto para entregar o sonoro
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não de Lisa, para o homem que pensa que dinheiro compra tudo.
Essa mulher subiu em meu conceito de uma maneira singular.
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Capítulo 06
Raul Magno
Termino o banho e meu pau continua em riste, duro igual
aço. Porra, essa mulher realmente mexeu comigo. Mas em breve
resolvo isso, quando ela vier, foderei a gostosa a noite toda e
amanhã tudo voltará ao normal. Essa vontade louca de comê-la é
novidade para mim, mas sei que assim que entrar naquela doce
boceta, o antigo e centrado Raul Magno voltará.
Vou para a sala, encho um copo de uísque com três pedras de
gelo e vou para meu escritório. Sempre o deixo trancado porque
trago pessoas aqui que não conheço. Como sou macaco velho e
vivido, mantenho certas partes da minha vida, privadas e
resguardadas.
Pego meu notebook e começo a trabalhar, antes peço um
almoço, estou com muita fome. Assim que a comida chega, almoço
e volto ao serviço, mas não consigo me concentrar direito. A porra
da minha mente sempre me conduz a mulher que vi hoje cedo, a
mulher das flores. Juro, ela se parece uma santa… prontinha para
ser corrompida por um homem pecador e devasso como eu. Gemo
de prazer em somente pensar e devorá-la. Me lembro como olhava
enternecida para suas flores. Foda-se!
Pela maneira que ela cheirava seu buque, parece adorar
flores. Se ela pudesse ver minha casa na época da florada de ipês
iria ficar apaixonada e encantada.
Mas que porra é essa que estou pensando?
Nunca levei mulher alguma para minha casa na Vila dos Ipês,
lá é meu santuário. Me revelo em cada detalhe da casa, ficando
assim totalmente vulnerável. Porra, realmente estou ficando louco.
Preciso comer logo essa mulher ou terei problemas com ela,
pressinto isso.
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Eu me forço a voltar a trabalhar, concentro e finalmente
consigo relaxar. Quando olho o meu Rolex, vejo que já são quase
18h. Puta merda, como o tempo voa. Artur não me ligou ainda, mas
também não precisa, sempre resolve tudo o que peço sem
problemas.
Ele é minha fada madrinha, penso divertido, que ele não me
ouça dizer isso porque arrancará meu pau e me enforcará com ele.
Melhor, fado padrinho, existe isso?
Realmente estou ficando louco. O silêncio de Artur me intriga,
me deixando com mais vontade de comer aquela gostosa.
Pego meu celular e ligo para ele.
— Cara, vai demorar muito? Porra, meu pau está doendo e
minhas bolas estão cheias... caralho! Estou preparado para comer
essa mulher a noite toda. Amanhã ela não conseguirá andar em
linha reta! Depois você pode comê-la o quanto quiser — falo com
malícia e acaricio meu pau dolorido, me sentindo bondoso ao dar a
mulher para ele desfrutar depois que me fartar dela. Realmente o
Artur tem razão, sou um puto do caralho. Satisfação me domina.
— Estou chegando. — Artur é seco e desliga. Porra, nem
parece que sou seu patrão. Cara abusado, mas foda-se, quero a
mulher.
Me levanto sorrindo com safadeza e com mil ideias do que
farei com a santinha. Ela está fodida comigo, no sentindo literal da
palavra.
Caminho ansioso pela casa quando ouço a fechadura se
abrindo. Vou para a sala com uma rapidez que quase caio quando
esbarro no sofá.
Vejo Artur entrar e olho ansioso para vê-la entrar.
Quando o vejo fechando a porta e me olhando fixamente,
pergunto irado.
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de idade, nunca, jamais!
— Não é para tanto, Raul, a senhorita tem 23 anos e você 43
anos, um velho! — debocha, caminhando pela sala e sentando-se no
sofá.
— Velho é um caralho! Dou de mil a zero em muitos
boyzinhos por aí! Você sabe, pois, sempre que fazemos orgias e
dividimos as mulheres, damos canseira nas coitadas. — O lembro,
me sentindo o rei da cocada preta.
— É meu velho, mas essa te mandou à merda! Fiz propostas
tentadoras, mas ela rejeitou todas.
— Foda-se, ela não é menor de idade, então a quero com
mais força ainda. Está para nascer a mulher que vai me rejeitar. E
essa, santinha do pau oco, não será a primeira. Quero que volte lá e
faça novas propostas, dê o que essa filha de uma rapariga quiser,
mas traga-a para mim! — Ordeno, colérico e espumando de raiva da
falsidade dessa mulher, todas têm seu preço e essa não será
diferente. — É puta como todas — arremato irado. Sua recusa me
deixou querendo arrebentar o mundo. Quem a maldita pensa que é?
Veremos se não a comerei. Encho o copo de uísque até a borda e
tomo tudo de uma vez.
Artur me olha estarrecido, como se eu estivesse louco. Não
me importo. Cresci e fui bem-sucedido na vida, sou milionário e
nunca me importei com o que os outros pensam sobre mim. Foda-
se!
Fracos não se dão bem em nada, são uns derrotados, penso
com soberba.
— Eu vou fazer o que me manda, Raul. Como seu
empregado, tenho que obedecer. E também pela gratidão que tenho
por tudo que fez por mim. Mas como amigo, Raul, tenho que te
dizer que estou muito decepcionado com você. — Se levanta e vejo
que realmente está decepcionado, essa é uma das raríssimas vezes
que Artur agiu assim. Na verdade, não lembro de outra.
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Balanço a cabeça para espantar esses pensamentos fora de
hora, acaricio meu pau não tão duro agora e vou para o quarto.
Quando chego vejo as mulheres engalfinhadas se pegando de
maneira lasciva. Sento-me em uma poltrona e chamo uma.
— Você! — Aponto meu dedo para a mais peituda. — Chupa
meu pau e engole ele todo. — Ela caminha sorrindo com malícia, se
ajoelha em minha frente. Segura meu pau e o massageia, ele dá um
espasmo de prazer, tombo minha cabeça para trás quando sinto sua
boca quente se fechar em volta dele.
Ela chupa com força a cabeça gorda e rosada. Eu gemo alto e
ela continua chupando. Quando estou perto de gozar a empurro e
me levanto rapidamente. Ela cai de bunda no chão, sorrindo com
malícia enquanto aperta seus seios imensos.
Pego a que tem o corpo mais delicado, seios médios e
cabelos castanhos e longos. Ela está chupando o seio da loira
quando a puxo e a ponho de quatro. Coloco a camisinha
apressadamente e me enfio em seu buraco quente e largo. Porra, a
mulher deve ter dado para um jumento. Entro e saio com
velocidade. Aperto seus clitóris e quando goza, saio ainda duro de
dentro dela e puxo a loira. Meto com força, ela é mais apertada, mas
em nada me lembra a mulher das flores. Caralho, até no meio de
uma foda pensando na porra da mulher? Saio de dentro da loira com
ira e chamo a ruiva. Claro, sempre trocando as porras das
camisinhas, sou louco, mas, não tanto...
— Quero comer seu rabo! — Ela se deita na cama e levanta
a bunda e entro com força em seu rabo mais que rodado.
Porra! Hoje estou um porre, nem eu estou me aguentando. O
que está acontecendo comigo, caralho? Três belas mulheres em
minha cama e eu pensando em coisas sobre elas que nunca me
importei? Saio de dentro dela, arranco a camisinha e mando as três
me chuparem. Elas fazem um malabarismo e tanto. Se esforçam e
nada. Porra! Finalmente, muito tempo depois, consigo gozar e
encher seus rostos e bocas com meu prazer.
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Capítulo 07
Lisa Melo
Subi afrontada com esse senhor que me fez a mais ridícula e
indecorosa proposta que já tive o desprazer de receber.
Mas minha ira e ódio não é com ele, mas sim com seu patrão,
o verme que o mandou fazer essa proposta nojenta. Não me
prostituí nem quando fiquei sozinha e sem recursos, ainda muita
nova. Vou me prostituir depois que conquistei tudo que tenho com
honestidade?
Esse infeliz que mandou me fazer essa proposta asquerosa
deve ser aquele tipo de verme que acha que pode comprar tudo
com dinheiro. Tenho verdadeiro asco desse tipo de gente. Eles são
arrogantes e adoram humilhar as pessoas, menos favorecidas
financeiramente. Mas aqui não, otário! Meus pais me ensinaram
princípios que carrego no peito com orgulho. Um deles é que não
preciso me prostituir para conseguir nada na vida.
Claro que tem casos e casos e o meu caso é esse: trabalhar e
conseguir as coisas sem ajuda de homem nenhum. Ainda mais esse
tipo que acha que você tem preço, exatamente por ter mais dinheiro
que nós. Vai se ferrar, riquinho de merda. Queria conhecer esse
infeliz, ia fazer questão de enfiar a mão na sua cara.
Sou doce, gentil e fofa, mas não venha querer me humilhar e
diminuir não! Se não nos valorizarmos, quem nos valorizará?
Cheguei até aqui trabalhando com integridade e pretendo
continuar assim. Claro que chegará o momento em que irei me
envolver com alguém. E já defini em minha cabeça que entregarei
minha virgindade para o homem por quem sentir confiança, desejo e
de preferência mais velho. E não para um infeliz que acha que pode
comprar tudo. Aqui não, pilantra.
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Não pretendo esperar me casar para me envolver
sexualmente com alguém, não sou esse tipo de pessoa. Penso que
você deve fazer o que te faz bem e ponto.
Me reservo o direito de escolher o cara que será meu primeiro
homem e não vai ser qualquer um não. Já tenho meus requisitos
estabelecidos e estou bem com isso. Falo por mim, o homem não
precisa estar apaixonado, só me tratando com respeito está bom.
Mesmo porque não pretendo me casar tão cedo. Podemos ter um
relacionamento sem estarmos apaixonados, mas respeito, friso, não
abro mão.
Penso irada enquanto eu termino o conjunto que desenhei
hoje de manhã. Fui interrompida para ouvir a proposta mais ridícula
e inescrupulosa de toda minha vida.
Quando embalo o conjunto, olho para ele com emoção e
gratidão. Agradeço a Deus por ter me permitido ganhar meu
sustento com o que amo fazer. E o principal, honestamente.
Desço, tomo um banho, coloco uma camisola longa e fresca.
Escolho um livro e após preparar um chá de hibisco que adoro, vou
para minha cama.
Vou tomando o chá vagarosamente enquanto leio uma obra
de Machado de Assis, sou eclética em minhas leituras, leio de Clarice
Lispector a Rick Riordan, também adoro romances apimentados.
Termino o meu chá e continuo a leitura, pouco tempo depois
caio no sono.
Acordo mais tarde hoje, me dou esse privilégio toda vez que
fecho o mês entregando os produtos que tenho agendados.
O dia seguinte reservo para cuidar de mim, sair, fazer
compras para casa, ir ao cinema e almoçar no shopping pertinho de
casa. Adoro fazer compras em várias lojas que tem no Diamond,
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se as fiz, não precisar mentir, odeio mentiras — diz com calma e um
meio-sorriso. Gostei desse homem. Odeio mentiras também. Ponto
para ele.
— Minha resposta a esse verme rastejante de seu chefe
sempre será não! O homem mandar pagar para ter uma mulher,
deve ser um demônio de tão feio, não é? — Ele gargalha, o ignoro
escondendo o risinho que borbulha dentro de mim.
Essa história já está me divertindo. Olho para ele, e não sinto
receio. Ele me passa a sensação de tranquilidade. Sinto que é uma
boa pessoa. Sempre tive esse feeling em relação às pessoas. Espero
nunca perdê-lo.
— Você está coberta de razão, Lisa. Eu mesmo disse a ele
que isso era um absurdo total, mas ele não ouve ninguém, só faz o
que quer. — Comenta com um brilho triste no olhar.
— Como você trabalha para um ser asqueroso desses? Me
parece um homem de bem. — Arrisco dizer, enquanto andamos na
avenida movimentada.
Ele ergue os olhos e os fecha, quando os abre vejo seriedade
e sinceridade neles.
— Esse homem me estendeu a mão quando eu estava no
fundo do poço, menina — diz com uma nota de gratidão misturada
com tristeza.
— Então você faz tudo que essa criatura quer por gratidão?
— Espanta-me o caráter desse homem.
— Sim. Se não fosse ele, teria morrido nas mãos de
traficantes, eu devia a eles uma soma alta e ainda era alcoólatra.
Minha vida era uma merda e meu chefe, que você chama de
escroto, foi o único que me estendeu a mão. — Chegamos ao
shopping e ele entra comigo.
— Você já tentou dar uns conselhos para ele? — indago sem
entender o quanto eles parecem diferentes um do outro.
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claro. Ainda que tenhamos começado de forma equivocada — diz
com os olhos brilhantes e com a mesma ternura de antes.
— Não te conheço. — Sou curta e grossa. Depois das
propostas que esse homem me fez a mando de outro, quero
distância desses loucos.
— Prometo que não falo mais sobre as propostas absurdas
que meu amigo maluco mandou fazer a você. Ele que vá se foder e
procurar outras para comprar! — Pisca e me solta.
— Ele compra outras? — Fico abismada.
— Ele não tem limites, lembra? Faz o que acha certo e
pronto. Mas vamos falar de outras coisas. — Me puxa e paro em
frente a uma loja de chocolates que amo.
— Hum! Então gosta de chocolates? — Seu sorriso é
gigante. — Sempre soube que era preciosa. — Alarga o sorriso e
entramos na loja.
— Bom dia, Artur. — Ouço uma mulher dizer.
— Artur? — pergunto, olhando para esse homem que entrou
em minha vida de forma estranha e inusitada, mas que me agrada
de alguma forma.
— Sim, Lisa, Artur a seu dispor. — Faz uma mesura galante e
volta para a moça que o cumprimentou.
— O de sempre, Artur? — Pisca para a mulher e confirma.
Vejo ela encher um saco de papel com barras de chocolates
com amêndoas e entregar a ele, que sorri largamente.
— Hoje você vai experimentar esses, Lisa. Depois que comer
essas delícias aqui, nunca mais irá querer outro sabor. Meu amigo
cuzão, é alucinado por essas barras de chocolate com amêndoas —
diz me estendendo o saquinho.
Sorrio, aceito e abro, pegando uma e mordendo. Fecho os
olhos e gemo alto. Delicioso!
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Capítulo 08
Raul Magno
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— Nem fodendo, Artur, quero essa! Quero a Santa e ponto.
Agora virou questão de honra para mim. Se você não conseguir
convencê-la até o final de semana, eu o farei. Pela primeira vez na
vida, vou atrás de uma mulher que rejeitou todas as propostas que
fiz. Se fosse outra já teria comido e tirado da cabeça. Mas essa
maldita se negando me instigou a querer trepar com ela com mais
vontade. — Ouço Raul suspirar fundo.
— Raul, pelo amor de Deus, cara! Deixa a menina em paz. Ela
não é como as outras, já te falei isso mais de mil vezes! Deixa de ser
cabeça dura, homem! Tem tantas mulheres neste mundo que
trepariam com você sem essas propostas inescrupulosas. Você é
mais que isso, meu amigo. — Novamente tenta me aconselhar com
sua filosofia de vida certinha, que às vezes me irrita demais.
— Eu quero essa mulher e ponto final. Vou esperar somente
até o final de semana. Se ela não vier por bem, eu já tenho um
plano em mente e em pouco tempo a terei abrindo as pernas para
mim. E isso é uma promessa, caralho! — desabafo, cansado de
tanta recusa por parte dessa infeliz.
— Então, meu caro amigo, pode executar seu plano fadado
ao fracasso sozinho. E me exclua dessa sua ideia maluca. Estou fora
e tenho vergonha de sua atitude neste momento, você sempre foi
um cara que admirei demais. Porra, Raul, para que isso? Repense,
amigo, deixa a menina em paz, ela é inocente, diferente das
mulheres que estamos acostumados, cara. — Ouço ele defendê-la
com muita garra e sinto muita raiva disso. Não entendo o porquê
dessa ira sem razão. Só sei de uma coisa, essa mulher se tornou
uma obsessão para mim. Doentia, talvez? O tempo dirá.
— Artur, estou há três dias aqui nessa pocilga, esperando
essa boceta difícil de ser liberada. Mas agora me cansei e vou para a
Vila dos Ipês, me pegue aqui quando tiver liberado os empregados e
feito os pagamentos. Me cansei disso, já te falei como será. — Artur
se cala porque sabe que quando me decido, dificilmente mudo de
ideia. Sou cabeça dura.
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Eu terminei de ler um que me deixou de pau duro e até serviu
para eu usar em algumas de minhas trepadas. A mulherada adorou.
Fiz umas coisinhas que Christian Grey[3] fez com sua mocinha e
minhas amantes surtaram. Sou bad, elas adoram.
Sorrio com o pensamento. Sei que tem muitos homens
preconceituosos que não leem esse tipo de livro. Eles acham que é
coisa de mulherzinha. Tolos. Se der um mapa para essas porras
machistas mostrando o passo a passo de como encontrar o clitóris
de uma mulher, não conseguirão achar. Fodidos idiotas do caralho.
Eles, eu não! Penso divertido.
Vou para a sala, preparo uma bebida, aproveito e ligo para a
mulher que faz a limpeza aqui no apartamento. Ela virá amanhã
cedo. Gosto de deixar aqui sempre limpo porque posso arrumar uma
boa trepada a qualquer hora do dia e não hesito em trazer para cá.
Ouço o barulho da chave na porta e vejo Artur entrando com
cara de cansado.
— Boa noite, Raul, pronto? — pergunta, me olhando com a
barba por fazer e aparência de muito cansado.
— Tudo bem com você, Artur? Me parece muito cansado. —
Pego minha maleta de couro e caminho para porta.
— Cara, o dia hoje foi osso. Tive problemas com uma das
empreiteiras — diz e passa a mão na cabeça.
— O que aconteceu? — pergunto, preocupado, sempre vou às
obras que estou fazendo, pelo menos uma vez ao dia. Mas hoje tive
uma reunião urgente que durou o dia todo, referente ao prédio na
Av. Afonso Pena. — Por que não me chamou? — Olho para Artur.
— Raul, você já faz coisas demais e se eu não conseguir
resolver a porra de um problema com uma empreiteira, pode me
dispensar — diz aborrecido.
— Desculpe, amigo, não quis te desvalorizar, é que às vezes
estamos de cabeça quente e uma simples palavra muda toda
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Capítulo 09
Lisa Melo
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Ele não fica na loja, entrou somente com a parte financeira.
Sabrina, esse é seu nome, me disse que Artur é um cavalheiro com
um coração gigante. Quando eles montaram a loja, ela entrou
somente com a mão de obra, pois seu ex-marido gastou tudo que
tinham em bebidas e mulheres.
Ela foi muito agredida pelo ex e conseguiu sair da depressão
com a ajuda de Artur. Eles só se envolveram quase dois anos após a
separação de Sabrina. Quando soube que seu ex-marido havia
morrido em um acidente.
Em nenhum momento Artur tentou se aproveitar de sua
fragilidade.
Sabrina veio de outro estado e deixou sua filha morando com
a sogra, que era uma mãe para elas. A filha de Sabrina estava
fazendo faculdade na época e não quis mudar-se de estado e deixar
a avó sozinha. Então ela veio, ajudou a mãe na mudança e voltou
para cuidar de sua avó. Sempre que podiam elas se encontravam,
mãe e filha.
Sabrina pensou que ia somente trabalhar para Artur, mas ele
a colocou como sócia. Me contou que quando começou a trabalhar
na loja, ela pôde ajudar sua sogra e filha. Ajudou sua menina a
pagar a faculdade e as auxiliava em tudo que precisavam. Seu ex-
marido era um imprestável e sua própria mãe o abominava,
juntamente com sua filha. Sabrina era profundamente grata a Artur.
Quando ela fala de Artur, seus olhos se enchem de ternura.
Estou feliz em não ter errado em minhas primeiras impressões sobre
Artur.
Realmente ele é um homem íntegro. Seu passado conta isso,
juntamente com suas atitudes. Fico com o coração mais leve e com
uma nova amiga, poderia dizer isso, pois senti confiança quando
conversei com ela. Meu radar dificilmente falha. Me despeço, não
sem antes comprar várias barras de chocolate com amêndoas.
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— Artur? — pergunto ao ouvir uma voz estranha e
desconhecida, mas muito máscula, forte e rouca. Me arrepio como
se tivesse sentido uma descarga elétrica. Fico sem palavras, primeira
vez que fico impressionada somente ouvindo a voz de alguém. Se
esse homem for tão bonito quanto sua voz é linda, deve ser a
perfeição encarnada. Coro.
— Não. Artur saiu e esqueceu o celular, mas em breve estará
de volta, quer deixar algum recado? — fala, extremamente solícito e
educado. Um verdadeiro cavalheiro.
— Que horas ele volta? — Consigo falar, estou suando de
nervosismo.
— Já deve estar chegando, uns dez a quinze minutos no
máximo. — Sua voz grossa e rouca me deixa meio tonta.
— Então ligo mais tarde, obrigada e me desculpe pelo
transtorno. — Me despeço e desligo rapidamente. Fiquei tão
nervosa, que não dei a ele chance de dizer mais nada.
Fico olhando o celular em minha mão e vejo que está
trêmula. O que está acontecendo comigo?
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Capítulo 10
Raul Magno
Quando chegamos à Vila dos Ipês meu coração se abre feliz e
me sinto leve. Adoro esse lugar, me traz uma paz indescritível.
Artur para o carro em frente a uma fonte imensa que temos
na entrada. Desço rapidamente, quero tomar um banho e jantar a
comida deliciosa que Lili prepara.
Entro, fecho os olhos e inspiro de puro prazer. Olho a noite
que envolve meu cubo de vidro, minha casa e meu lugar especial no
mundo.
Sorrio largamente, meus pés de ipês em perfeita sintonia com
os ambientes.
Caminho para a cozinha e vejo minha amiga e mãe
emprestada, cozinhando. Avisei que viria e ela com certeza está
fazendo meu prato favorito. Amo arroz com pequi, galinha com
quiabo e angu.
Sinto o cheiro delicioso de pequi invadir meu nariz e minha
boca enche de água. Caminho até ela e beijo seu rosto com carinho.
— Raul! — Vira-se para mim com um imenso sorriso e me
abraça. — Que saudades, filho! Já te falei para não ficar fora de
casa mais que uma noite, pois não come direito, olha como está
pálido e abatido. Você emagreceu, meu filho? Está comendo direito?
— Sorrio com o coração cheio de amor e paz por ter essa mulher
tão especial em minha vida.
— Sim, Lili, mas as refeições são horríveis, sinceramente sinto
falta da sua comida, de você e da casa. Você sabe o quanto amo
tudo isso aqui, não é? — Ela sorri afirmativamente e me empurra
para a mesa. Me alimento na cozinha mesmo.
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Subo as escadas para a parte onde ficam os quartos e olho as
claraboias. Nunca me canso dessa visão. Fico admirado por ter uma
vista tão linda do céu estrelado. Vejo também os pés de ipês em
todo seu esplendor. Sorrio. Realmente amo esse lugar. Entro em meu
quarto, o maior da casa, e tão bem decorado quantos os outros
dois.
Paro no janelão de vidro, contemplando a noite fresca.
Vejo as montanhas ao longe sendo cobertas pela luz da lua.
Um quadro espetacular.
Fico ali alguns minutos contemplando a noite calma e ouço os
bichos noturnos mostrarem sua sinfonia belíssima em um coral
fascinante.
Caminho para o banheiro, tiro minha roupa, ligo o chuveiro e
tomo um banho demorado. Olho uma marca de chupão arroxeado
perto do meu pau e fico irado. Odeio ver essa merda. Tenho asco
dessas miseráveis me marcarem, caralho! Aviso sempre que faço
sexo sem beijo e chupões. A vagabunda deve ter me chupado
enquanto a outra me cavalgava e eu estava gozando. Esfrego com
força o lugar como se isso fosse arrancar essa marca fodida, porra!
Termino o meu banho, visto uma bermuda de linho bege e
uma camisa branca de malha. Penteio meus cabelos com os dedos.
Me olho no espelho e vejo um homem grande, moreno, cabelos
curtos dos lados com um topete castanho e liso imenso. Sorrio e
pisco.
— Partidão, hein? — Adoro meu topetão. Meus olhos são
castanho-esverdeados e tenho uma barba bem-cuidada.
Me olho novamente e uma tristeza grande invade meu
coração. Rico, bonito, mas com um grande vazio no coração. É como
se faltasse algo de extrema importância para minha felicidade e paz
serem completas. Afinal tenho tudo, dinheiro, boa aparência, fama e
dois amigos que posso realmente contar com eles. Lili e Artur. O que
está faltando?
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me dar a chance de dizer mais nada. Olho o celular em minha mão
suada e trêmula. O que acabou de acontecer aqui?
Coloco o telefone no lugar, sentindo uma sensação ruim ao
largá-lo, como se estivesse deixando uma parte importante para
trás. Marcho para a cozinha.
Quando entro, Artur já está lá sentado e conversando com
Lili.
— Até que enfim a Cinderela, vaidosa, desceu — Artur me diz
com familiaridade e Lili sorri.
— Ele foi tomar banho, pare de implicar com o menino, Artur!
— Sorrio convencido quando ela o repreende.
— Toma essa, seu escroto, somos filhos adotivos de Lili, mas
ela me ama mais — provoco, orgulhoso.
Lili olha para mim com cara feia.
— Não tem nada disso, Raul. Amo os dois como filhos e não
tem essa de alguém ser melhor, não! Ambos são meus filhos e
moram em meu coração — diz, brava.
Nos levantamos e a abraçamos felizes, ele a beija e eu
também, Lili ri e bate em nossas cabeças.
— O dois na mesa agora, antes que o jantar esfrie, comam
muito, ambos estão pálidos e magros — diz sorrindo maternalmente.
Obedientemente nos sentamos à mesa e nos servimos,
juntamente com nossa amada mãe postiça.
Comemos em harmonia e fazendo piadas. Adoro esses
momentos, sempre quis ter uma família unida e eis aqui a que
tenho. Perfeita.
No meio das brincadeiras me lembro do telefonema que
atendi mais cedo.
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— Alô? — Ouço a sua voz grossa e vejo seu rosto se
distender em um sorriso tão largo que me incomoda. Pelo visto eu
rodei, ele está muito alegre para estar falando com uma ex-amante.
— Querida, que alegria receber seu telefonema — diz e sai,
me deixando de fora da conversa que muito me interessava.
Caralho!
Sem poder ouvir, pois o pilantra saiu para conversar em
particular com a voz de anjo, sigo para meu quarto, muito
desgostoso.
Passado algum tempo, Artur entra em meu quarto.
— Cara, amanhã vou sair cedo e só volto à noite. Se precisar
de alguma coisa, quando eu chegar, você me fala e farei com prazer.
Sei que está tudo tranquilo e como quase não saio nos meus finais
de semana livres, farei isso amanhã — diz com uma alegria irritante.
— Aonde vai? — pergunto rancoroso, sei que vai sair com a
voz de anjo.
— Vou sair com uma nova amiga — diz sorrindo, terno. Cara
de bunda!
— Aquela que te ligou? — indago despeitado.
— Sim, ela mesma. Agora vou me recolher, amanhã saio bem
cedo, boa noite, Raul. — Se despede e me deixa para trás, com cara
de merda. Caralho, vai sair e pegar a gostosa voz de mel, e eu aqui
esperando a maldita mulher das flores liberar a boceta para mim.
Sou um azarado da porra mesmo!
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Capítulo 11
Lisa Melo
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nos leva à cobertura, sendo seguida por ele que olha tudo com
curiosidade e um largo sorriso.
— Já, mas tomarei de novo. — Ouço sua voz suave.
Quando chegamos em meu ateliê, me viro e olho para ele em
expectativa.
— Uau! — Ele assobia e me fita. — Incrível! Menina, você
me surpreende a cada momento.
Caminha até minhas araras, onde ficam expostos os fios de
pedras e passa os dedos suavemente.
— São pedras naturais? — indaga, curioso.
— Sim, todas. Trabalho somente com elas, faço semijoias. —
Digo timidamente.
— Uau! A cada momento que passa, você me surpreende
mais e mais. Lisa. Tão nova, responsável e madura. — Diz olhando
tudo com interesse.
— Não foi fácil, mas consegui tudo com honestidade e
trabalho, Artur. Por isso fiquei tão ofendida com a proposta que o
animal de seu patrão mandou você me fazer. — Ele fica pálido e
muito incomodado. Sinto pena dele.
— Está aí uma coisa que me arrependo muito, Lisa. Peço do
fundo do coração que me perdoe. Já falei para ele que estou fora e
me recuso a tocar nesse assunto com meu chefe novamente. Ele é
uma pessoa excelente, Lisa. Exceto com mulheres, penso que sua
mãe o deixou traumatizado com a raça feminina. Infelizmente — diz
com pesar.
— Sente-se aqui, Artur, enquanto preparo nosso café e
vamos conversando. Chá ou café? — pergunto, colocando água para
ferver.
— Café bem forte e sem açúcar, por favor — diz se sentando
na cadeira próxima à mesa.
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Me sento e começamos a tomar o café em um clima gostoso
e amigável.
— Agora vamos deixar o assunto meu chefe de lado e vamos
falar sobre o que você quer fazer hoje — me diz, mordendo um
pedaço fresco de queijo branco.
— Podemos ir ao shopping, adoro passear por lá, o que acha?
— pergunto com os olhos brilhando. Amo ir ao shopping ainda mais
com uma pessoa para conversar, sempre vou sozinha, não tenho
amigos, sou meio antissocial.
— Claro que sim, Lisa. Iremos ao shopping como quer. —
Toma um gole de café e fecha os olhos. — Delicioso. Terminamos
nosso café e descemos para ir ao shopping.
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Capítulo 12
Raul Magno
Depois que Artur me avisou que iria sair no sábado e foi
dormir, fiquei encucado. Quem será a mulher que fez com que ele
saísse em pleno sábado, quando sei que gosta de ficar em casa? Ele
ama cozinhar e sempre fica na cozinha com Lili, inventando receitas
e experimentos. E vamos falar a verdade, o homem é bom
cozinheiro. Sei que andou fazendo uns cursos de culinária
recentemente.
Lili adora isso, porque ela descansa no sábado. Sim, Artur
tem a casa dele, mas fica mais aqui do que lá, já chamei para morar
aqui, mas o homem é teimoso feito uma mula e não vem. Amanhã
quando voltar do encontro deve ir para sua casa.
Puta merda, sei que é feio isso, mas estou picado de
curiosidade para saber quem é a voz de anjo que fez Artur sair sem
pestanejar em pleno sábado.
Viro em minha cama de um lado para o outro quando tomo
uma decisão. Sorrio largamente agora.
Amanhã vou ver quem é essa mulher que fez Artur deixar seu
vício de lado, cozinhar com Lili e inventar novas receitas.
Me sentindo mais calmo com a minha decisão, finalmente
sinto o sono chegar. Sorrio de satisfação, me sentindo um verdadeiro
Sherlock Holmes, ou um maluco sem ter o que fazer. Foda-se, fiquei
curioso, ou só mulher pode ser curiosa?
Artur, seu traíra sortudo!
Coloco o despertador para tocar cedo. Artur é madrugador.
Não tenho a mínima ideia para onde ele irá. Mas descobrirei.
Olho para o relógio e faço uma careta. Já passa das duas da
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madrugada, preciso dormir. Assim que me deito, adormeço
rapidamente.
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O vejo cumprimentar o porteiro com intimidade e subir.
Caralho, olha o nível de intimidade da porra de meu ex-
melhor amigo com a reguladora de bocetas está grande.
Sinto meu corpo tremer de ódio, ira e decepção. Desgraçado!
Não vou mandá-lo embora porque ele é muito útil, mas vou
transferir a porra do traidor para uma obra imensa que estou
fazendo no Rio de Janeiro.
Fico umas duas horas observando e quando descem, vejo
como estão íntimos. Consigo enxergar a alegria da puta e do traidor.
Eles vão a pé para o shopping e os sigo de longe. Vejo que
entram na loja de chocolates de Artur, sigo todos os passos deles.
Quero saber tudo que essa vagabunda faz para que eu possa
executar meu novo plano em relação a ela. Quero essa mulher
comendo em minhas mãos… e depois esfregar na cara do pilantra
do Artur que eu a comi enquanto ele estava fora. Amizade quebrada,
caralho de traidor.
Combinamos de nunca foder a mulher que o outro quisesse
primeiro, depois tudo bem, mas antes, não! Ele sabia que eu queria
a porra dessa mulher.
Quando me canso de ver tanto melaço vou embora com ira
no coração e pronto para botar para quebrar.
O estranho de tudo isso foi que Artur não a beijou nem uma
única vez. Merda, vai ver a vadia gosta de mostrar uma falsa
discrição ou modéstia. Conheço bem essa raça. Mulheres são
traiçoeiras.
Mas eu vou desmascarar e destruir os dois. Amigo? Só se for
do diabo! Pois, sim! Pilantra dos infernos!
Chego na Vila dos Ipês tremendo de ira. Eles que me
aguardem! Tenho planos para os dois agora.
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caminho fica livre para a continuação de meu plano. Ele aqui vai me
atrapalhar.
— Cara, ia justamente te pedir isso, para você ir para lá
amanhã cedo. Quero que fique no Rio até a conclusão da obra e...
— Até a conclusão da obra? — ele me corta — Raul, isso deve
levar meses — diz, incomodado.
— Sim, Artur, verdade, mas será no máximo uns três meses,
irmão. — Baixo a cabeça em posição de derrota. — Mas se não
quiser ir, eu entendo, afinal você está começando uma treta com a
mulher que te ligou ontem... — Tento arrancar algo dele.
— Não, sem problema. Somos apenas amigos — diz com
calma e meu coração sacode com culpa.
— Amigos? — Ele sorri e concorda.
— Sim, Raul, ela é uma moça honesta. Lembra da moça que
você fez as propostas indecorosas? — Meu coração quebra e sangra
com o mau julgamento que fiz do meu amigo. Minha vontade é de
me esconder de vergonha.
— Sim? — Tento disfarçar o mal-estar que sou acometido.
Porra, se Artur ao menos sonhar que o julguei, ficará muito
decepcionado comigo e isso me matará.
— Propus a ela, sermos amigos. A menina, ficou com muito
receio no início. Mas após conversar com Sabrina, finalmente aceitou
— diz sorrindo sem me esconder nada.
— Perdão, Artur. — A desculpa escapa da minha boca em voz
baixa e sofrida.
— Perdão? Por que, Raul? — pergunta sem entender nada.
— Por te fazer muitas vezes agir contra sua boa índole, no
que se refere a mulheres. Eu devia te conhecer melhor. E também
por te julgar errado muitas vezes. Me perdoa, amigo. Não precisa ir
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Então, tivemos que paralisar tudo e agora espero que Artur
resolva logo esse impasse… senão teremos ainda mais prejuízos.
Sorrio cheio de dentes.
E de bônus a chapeuzinho estará sozinha e desprotegida,
prontinha para ser comida pelo lobo mau sem o lenhador por perto.
Sorrio quase babando de emoção e luxúria.
Aperto meu pau duro e estremeço de prazer. Me aguarde,
dama das flores, vou te despetalar todinha.
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Capítulo 13
Lisa Melo
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— Combinado, querida! Temos um trato. Agora vou desligar
senão chegarei atrasado. Um beijo e se cuida. — Despede-se e sinto
minha garganta se fechar, vou chorar.
— Temos um trato. Boa viagem, Artur. — Despeço-me
angustiada e caio no choro. Preparo um chá de flor de laranjeira e
me sento no sofá em meio ao meu Urban Jungle.[4]
Fecho meus olhos e agradeço a Deus por me permitir
conhecer um homem tão simpático e gentil como Artur. Espero que
nossa amizade não se acabe com a distância.
Fico sentada pensando por horas e quando olho para a
avenida, vejo somente as luzes da cidade. Por ser tão tarde não
vejo quase ninguém na rua. Que hora será? Olho meu relógio e
percebo que já é quase uma da manhã. Meu Deus! Acho que
cochilei.
Me levanto, apago as luzes e desço para tomar um banho.
Quando estou limpa e de pijama me deito e adormeço em seguida.
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Capítulo 14
Raul Magno
Já tem quase um mês que meu amigo Artur foi para o Rio de
Janeiro. Ele me ligou e disse que a coisa está pior que
imaginávamos. A dona do imóvel se recusa a vendê-lo e Artur está
tentando de tudo para convencer a teimosa.
E ninguém melhor que ele, que tem a paciência de Jó. Se
fosse eu já teria fodido tudo, não tenho paciência com pessoas que
quebram a palavra, mesmo sendo uma mulher. Senhora malandra.
Mas confio no Artur e sei que ele resolverá o problema.
Além disso, a ausência de Artur deixou o caminho livre para o
lobão aqui. Pensam que esqueci da mulher das flores? Nem um
momento sequer. Ela virou minha completa obsessão. Trepo e gozo
somente quando evoco a imagem dessa infeliz. Tenho que acabar
logo com isso. Dei um tempo para não ficar muito na cara, Artur é
tão velhaco quanto eu. Mas estou feliz com minha ação em
despachá-lo. Uma bela tramoia para me deixar livre para agir,
perseguir e traçar essa boceta tão difícil de pegar. A mais difícil de
toda minha vida.
Esse problema na obra veio a calhar e apaziguar minha
consciência.
Já andei averiguando os lugares que a Santa frequenta e vejo
que sempre frequenta os mesmos locais. Então é muito fácil simular
um encontro de forma acidental.
Agora Artur está mais tranquilo, parou de perguntar sobre
Lisa. Disse a ele que não tinha tempo para isso, que futuramente
voltaria à caça. Isso o tranquilizou e me deixou totalmente livre para
agir. E vou dar o meu primeiro bote esse final de semana. Tenho o
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dossiê dela completo aqui e sei de cor o que essa mulher gosta.
Ponto para mim, penso coberto de orgulho, arrogância e soberba.
Mal sabia eu que pagaria caro por cada ato meu contra essa
mulher…, em um futuro não tão distante.
Uma coisa não posso negar, Artur tem razão. A mulher é uma
guerreira. Conquistou tudo com muito trabalho e esforço... assim
como eu. Porra! Segundo li no dossiê, claro. Mas como não acredito
em bocetas, vou descobrir as maracutaias dessa mulher quando ela
estiver totalmente entregue e apaixonada por mim.
Conquisto, traço e mando passear. Meu modus operandi,
penso com satisfação, enquanto uma loira quica em cima do meu
pau.
Essa porra já me chupou até doer e não consegui gozar.
Agora está pulando em mim e gemendo com falsidade. Merda! Essa
trepada não acaba nunca!
Penso em Lisa, e em segundos, sinto o prazer me sacudir,
enchendo a camisinha com minha semente.
Fecho meus olhos e sinto os últimos resquícios de prazer,
empurro a mulher com rudeza, me levanto, arranco a camisinha
cheia, dou um nó e jogo na lixeira.
Ela se deita, abre as pernas e passa a mão em sua boceta
vermelha e inchada. Esse gesto vulgar me deixa com uma ira tão
grande, que se não me segurar arrasto essa vaca e a jogo na rua.
— Arrume-se e some daqui. — Sou grosso e foda-se se me
importo.
— Como? — Ela se assusta e a pose de puta some. — Não
vamos trepar mais? — pergunta me encarando sem o mesmo sorriso
ridículo no rosto.
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careta. Estou louco perseguindo essa mulher tão açucarada? Dou
um tapa na testa sem realmente me entender.
Esqueço tudo quando a vejo sorrir sozinha. Porra!
Tenho acompanhado sua vida todos esses dias como um lobo
faminto. Merda, nunca vi uma mulher tão delicada, feminina... e
feliz.
Ela cumprimenta todos que cruza seu caminho, como se os
conhecesse a vida toda. Continua deslizando feliz da vida pela
avenida que a leva ao shopping. Ela não anda, parece patinar no
gelo. Caralho. Percebo também que é o único lugar que essa mulher
frequenta. Como faz para trepar? Sei que não leva homens para a
sua casa, pelo menos nunca vi, mas mulheres são bichos ardilosos.
Elas enganam qualquer um quando querem. Lembra de Eva no
paraíso? Coitado do Adão, enganado por uma mulher ardilosa. Fico
esperto com essa raça.
Deixo-a pegar uma boa distância e a sigo com segurança.
Vejo-a entrar no bendito shopping e ir direto para uma loja de
acessórios femininos. É aqui que ela entrega as peças que fabrica.
Artur fez uma pesquisa 100% perfeita sobre a vida dessa mulher. Eu
sei até a hora que ela dorme. Perfeito, facilita minha vida.
Ando rapidamente para a loja de chocolate e entro, sei que
daqui a pouco ela chegará aqui. Ainda bem que nunca vim aqui e a
sócia do Artur não me conhece, odeio shoppings e aglomerado de
pessoas.
Estou aqui hoje por uma causa bem nobre, a satisfação do
meu pau. Ele só quer a mulher das flores. Exigente, esse filho de
uma égua parideira, penso com loucura e ironia.
Vejo a tal Sabrina, sócia de Artur, atendendo algumas
pessoas. Aproveito e pego uma cestinha, colocando alguns
chocolates, vejo as barras de chocolate com amêndoas que amo.
Artur as leva sempre para mim. Estou pegando as barras quando a
vejo entrar e sorrir lindamente.
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— Não, obrigada, pode ficar com ela, mais tarde volto aqui e
compro. — Diz me descartando e se encaminha para o caixa —
Sabrina, guarde essas barras amargas para mim, mais tarde pego as
barras brancas — completa sorrindo, como se eu não existisse.
Porra, agora virou questão de honra derrubar essa infeliz e fazê-la
rastejar, implorando por minha atenção.
— Combinado, Borboletinha — Sabrina responde e sem
querer dou uma gargalhada.
— Borboletinha? — repito, dando uma gargalhada e não
consigo parar de rir. Foi exatamente o que pensei mais cedo sobre
ela… leve e esvoaçante como a porra de uma borboleta. Ela me olha
com desprezo e sem rir. Mulher estranha da porra, essa.
— Sim, aprendi com meu amigo, Artur. Ele raramente chama
Lisa pelo nome. — Fala e sorri com carinho ao mencionar o nome de
meu brother.
— Borboletinha, toma um sorvete comigo? — Uso o apelido
que o pilantra deu a ela. Olho pidão para Sabrina me dar uma
ajudinha.
— Não. — Diz e sai da loja se misturando à multidão.
— Ela é difícil de conquistar, mas quando você a cativa, tem
nela uma pessoa fidelíssima — Sabrina me diz. — Se você está
interessado vai atrás, se esperar ela facilitar, morrerá sozinho.
Ela me diz, antes de terminar de falar, pego meu pacote e
corro atrás da borboleta esvoaçante.
A vejo entrando em outra loja. Porra, a mulher gosta de
shopping mesmo!
Puta merda, que horror! Sorrio e entro atrás. A vejo olhando
umas peças de lingerie e fico atrás, quase encostado nela. Ela
levanta uma pequena calcinha rosa e digo baixinho em seu ouvido.
— Perfeita para cobrir sua borboletinha. — Ela se assusta e
se vira de uma vez. Me olha com ira e enfia a mão, com calcinha e
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— Não posso prometer isso… — digo sendo verdadeiro em
meio a tantas mentiras.
— Então minha resposta é não, passar bem. — Vira-se e
começa a andar.
Corro atrás. O que um cafajeste não faz para ter uma boa
trepada! O que me deixa sem entender porra nenhuma, é que nunca
fiz isso. É humilhante pra caralho!
— Prometo que se você não gostar de minha companhia, vou
embora. — Claro que não digo que tentarei várias vezes até
conseguir o que quero.
Vejo ela sorrir e meu coração dá uma ligeira acelerada. Porra?
— Vamos, então. — Ela escolhe uma mesa com dezenas de
pessoas ao nosso redor. Esperta! Gosto disso. Sabe se proteger.
Nos sentamos e ficamos nos encarando, ela não baixa o olhar,
mas vejo que é tímida, pois está com um lindo tom rosado cobrindo
seu rosto delicado.
— Bom, Lisa... — ela me olha desconfiada. — Qual sorvete
você quer tomar?
— Lisa? — Pergunta desconfiada e seus olhos expandem.
— Sua amiga disse, lembra-se? — ela relaxa. — E então, o
que você quer?
Ela relaxa.
— Pode ser uma casquinha de baunilha e chocolate — diz,
simplesmente.
— Só isso? — pergunto sem entender.
— Sim. — Sorri e fico olhando seu rosto igual um lunático.
— Moço? — Ela me chama e volto à realidade.
Balanço a cabeça, aturdido e fodido.
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Tento puxar assunto de todo jeito, mas a mulher não facilita.
Agora tenho pena do Artur quando veio fazer a ela minhas propostas
indecorosas e indecentes.
Sorrio e termino meu Magnum delicioso.
— Você gosta mesmo desse sorvete, hein? — pergunta já
terminando a sua casquinha.
— Sim, adoro. Quando era pequeno não tinha condições de
comprá-lo. Ficava na porta da padaria olhando as imagens dos
sorvetes e minha boca enchendo de água. Jurei um dia poder
comprar vários de uma vez só, e assim o fiz. Quando consegui um
dinheirinho, a primeira coisa que fiz foi comprar cinco sorvetes
desses. Sentei-me em um banco numa pracinha e comi os cinco com
prazer e de uma vez. — Fecho os olhos, saudoso, sentindo aqui e
agora a imensa felicidade que tive em poder realizar esse sonho
naquela época.
De repente abro os olhos e fico pálido com a revelação que fiz
sem nem perceber. Um de meus segredos guardados a mil chaves.
Nem Artur sabe disso. Mas que caralho está acontecendo comigo?
Vejo que ela me olha com um novo olhar, mais carinhoso e
compassivo.
— Realmente tem coisas que nos marcam para sempre, te
entendo muito bem. Eu tive que batalhar muito para chegar onde
estou — diz com suavidade, acho que está sendo gentil depois do
meu vacilão retorno ao passado.
— Sim, eu também, saí de um lugar miserável... — Eu estou
ficando puto comigo mesmo. Minha maldita língua está solta hoje.
Daqui a pouco a peço em casamento e...
— Caralho, jamais! — Falo alto. Ela me olha assustada.
— Desculpe, Lisa. Me lembrei de algo doloroso de meu
passado. Perdão. — Quase coloco o pouco espaço que ela me deu a
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Capítulo 15
Lisa Melo
Depois daquela conversa estranha com Magnum, fomos para
a loja de Sabrina, peguei meus chocolates e me despedi. Ele foi
embora e segui para o meu apartamento. Claro que no final o
danado conseguiu o número do meu telefone. O homem mexeu
comigo de uma maneira que nunca aconteceu antes. Tive que ser
forte, minha vontade era de passar a mão em sua barba suave,
cheia e brilhante, muito bem cuidada. Seus cabelos lisos, aparados
do lado de maneira curta e um lindo e charmoso topete liso,
castanho e brilhante. Mas seus olhos castanho-esverdeados me
cativaram. Lindos. Além de um sorriso perfeito com dentes claros e
alinhados.
O homem era cheiroso de longe. E a altura do pedaço de mau
caminho? Ele parecia um muro de tão alto. Os braços eram
musculosos e tatuados, seu peitoral imenso.
Enquanto eu conversava com ele, ouvindo sua voz rouca,
minha calcinha estava se alagando ao ponto de me incomodar. Uma
coisa que achei estranha foi a sensação que tive de que já conhecia
essa voz grossa e rouca de algum lugar.
Pela primeira vez na vida senti vontade de dar para um
homem. Penso e sorrio divertida. Acabar de vez com essa virgindade
e me dar bem.
Hum… quem sabe? Vamos dar uma chance para esse homem
cheiroso e gostoso? Caminho e sorrio, enquanto converso comigo
mesma até chegar em meu prédio. Juízo Lisa!
Lúcio, como sempre, corre para me ajudar e hoje dou a ele
uma barra de chocolate. Ele sorri feliz e me ajuda a colocar tudo no
elevador. Agradeço e subo.
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Coloco tudo nos devidos lugares e vou tomar um banho,
estou precisando, parece que fiz xixi na calcinha. Coro ao lembrar o
motivo… um homem gigante, cheiroso e com a voz mais linda que
jamais ouvi.
Tiro a roupa e me olho no espelho, ainda sinto a umidade
entre as minhas pernas.
Passo a mão com suavidade em meu clitóris inchado e o
massageio com suavidade. Gemo de prazer e penso em Magnum,
continuo a massagem até ser tomada por um delicioso gozo,
solitário, mas gostoso.
Sorrio e entro no chuveiro, tomo um banho demorado. Saio e
me sento na cama, passo creme no corpo inteiro e coloco um
vestido leve. Subo e trabalho um pouco.
Após assistir a um filme, me deito para dormir. Até tento,
mas Magnun não sai de minha cabeça. Por fim consigo adormecer.
Acordo no dia seguinte com uma sensação de ansiedade.
Olho o telefone e fico com vontade de ligar para Magnum, mas me
controlo. Vou aguardar e ver o que ele fará.
Tenho um dia normal em meu ateliê. Ao meu lado, o celular
permanece mudo.
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Capítulo 16
Raul Magno
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Vou dar um tempo para me acalmar, depois quando estiver
sob controle novamente, pensando com a cabeça de cima, ligo para
ela.
E assim a semana vai passando e eu sem um pingo de
vontade de trepar com outras mulheres. Até tentei várias vezes, mas
a porra do pau só fica duro quando penso em Lisa.
Fiz isso várias vezes, mas porra, ficar gozando em uma
boceta querendo e pensando em outra? Chega!
Seu tempo acabou, Lisa, quero comê-la, acabar de vez com
essa obsessão doentia e maldita.
Se prepara, borboletinha, agora vou voltar com tudo.
Vontade, artimanhas e pau!
Te como em breve, ou não me chamo Raul Magno Gorgoni.
Hoje vou ligar para a Lisa. Quero comer essa gostosa até o
final de semana, senão vou enlouquecer.
Pego o telefone e ligo para ela. Porra, estou ansioso e meu
coração disparado, acho que preciso ir a um cardiologista urgente.
Limpo a mão suada na calça.
— Alô? — Quando ouço sua voz de anjo, meu pau e coração
entram em sintonia e se manifestam juntos. Um fica duro igual aço e
o outro bate igual pandeiro.
— Lisa, tudo bem com você, querida? — Consigo falar,
parece que minha língua está colada no céu da boca.
— Magnum? — fala com doçura. Meu coração aperta, porra.
Não gosto da quantidade de mentiras que já criei para me dar bem
com essa menina. Nunca agi assim e estou começando a me sentir
mal por estar agindo como um escroto, mesmo sendo um.
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Levanto-me cedo com a cabeça cheia de ideias e planos.
Tomo banho, me visto com um jeans lavado e camisa de linho azul.
Aparo a barba e penteio meu topete liso, deixando que fique
tombado de lado. A mulherada adora. Vou começar a jogar pesado
com a borboletinha arisca.
Desço assobiando e entro em meu carro, dirijo até uma
floricultura perto da casa da borboleta fujona e compro dois buquês
imensos.
Me lembrei de quando a vi pela primeira vez. Ela olhava com
adoração para as flores que carregava. Significa que gosta. Sorrio
cheio de orgulho por ser tão observador.
Pego os imensos buquês e vou para o prédio onde a
borboleta pousa. Vamos ver se pousará em minhas flores e depois
em meu pau. Penso assobiando, satisfeito por ser tão engenhoso.
Chego na portaria e o porteiro, que sei que se chama Lúcio,
me olha e seus olhos se arregalam quando vê os imensos buquês.
— Bom dia. — Cumprimento, educadamente.
— Bom dia, as flores de Lisa chegaram mais cedo hoje — diz
abrindo a portaria e não acredito que o universo está tão a meu
favor. Estremeço de prazer. Que caralho de sorte é a minha! Nem
precisei criar uma história mirabolante para ele me deixar entrar. O
homem abriu o portão e me convidou. Caralho! Como eu disse, essa
boceta tem que ser minha, até o universo conspira a meu favor. Ele
sabe o quanto já sofri ansiando por essa bocetinha tão difícil de
pegar.
Sorrio com tanta satisfação que sinto dor em minhas
bochechas. Entro rapidamente. Oportunidades tem que ser
aproveitadas e rápido, senão um mais esperto vem e pega. Aprendi
desde cedo essa máxima. Continuo sorrindo largamente.
— Obrigado, hoje resolvemos vir mais cedo e trazer as mais
frescas para ela, sei que ficará feliz. É um agrado que gostamos de
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— Não te convidei. — Tenta fechar a porta, mas coloco o
meu pé na frente.
— Não acredito que vai me mandar embora depois do
trabalho que tive para chegar até aqui, Lisa. Por favor, tenha um
pouco de piedade. — Uso de minhas táticas cafajestes sem
consciência pesada. — Chegar na torre da princesa inatingível tem
que me render algum bônus! Não foi fácil, tive que passar por um
guarda feroz que fica na porta do castelo encantado — falo,
descaradamente.
Ela sorri e vejo que consegui. Quero soltar um rosnado de
satisfação, mas me contenho.
— Meu Deus, você é muito descarado, Magnum — diz e me
sinto mal novamente com a porra desse nome. Enquanto ela ri,
passo igual uma bala para dentro do apartamento e vou para bem
longe da porta. Entrei!
— Posso te pedir uma coisa, Lisa? Mas é um segredo entre
mim e você, promete guardar? — pergunto com as flores já
começando a coçar meu nariz. — Antes, tome, são todas para você,
querida. — Entrego a ela, fazendo charme.
Lisa caminha e pega os dois buquês gigantes e agradece.
— Obrigada, adoro flores. — Cheira e dá aquele mesmo
sorriso que vi quando estava atravessando a rua no dia em que
fiquei obcecado por ela. Linda demais.
— Lisa, quero que me chame de Magno, odeio quando diz
Magnum, me lembra muito minha fase de sofrimento e pobreza. —
Faço cara de sofrimento e vejo seus olhos suavizarem. — Mas tem
que me prometer que não falará para ninguém, pois Magno será
somente para nós dois, pode ser? — pergunto ansioso, precioso
ouvi-la falar meu nome verdadeiro, necessito disso.
Essa mulher está me deixando maluco, já inventei tantos
nomes para me aproximar de mulheres, mas nunca senti
necessidade de falar o meu nome verdadeiro.
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Sinto saudades da minha casa na Vila dos Ipês. A
borboletinha ia adorar, lá tem tantas flores. Posso levá-la qualquer
dia desses e...
— Porra! Estou pior que pensei — digo alto, indignado com
meus pensamentos de levar Lisa para minha casa.
Caralho! Lá não! Meu lugar sagrado. Bocetas lá? Nunca! Estou
a poucos passos de concluir meus planos. Comer a mulher e dar o
fora. Até nunca mais!
Satisfeito com meus pensamentos centrados novamente,
sinto o cheiro gostoso de café encher o ar. Minha boca saliva e
percebo que estou com fome.
Vejo-a começar a colocar a mesa e me levanto para ajudar.
Ela me entrega os cestos de pães e biscoitos. Coloca o queijo na
mesa perto das xícaras.
Nos sentamos e ela me serve.
— Obrigado. — Tomo um gole do café. — Delicioso, querida.
— Abro minha boca de merda e solto a pérola. — Já pode se casar.
Ela se engasga com o café e me olha ruborizada. Eu? Quero
enfiar minha cabeça de merda no vaso e dar descarga.
— Desculpe, Lisa… quando fico perto de você perco o filtro e
só falo e faço merdas. Mas nem sempre sou tão imbecil, eu
prometo. — Ela sorri ao me ver tão desconsertado.
— Tudo bem, Magno. Mas me conta, em que trabalha? —
Agora é minha vez de engasgar. Porra, estou fodido.
— Desculpe, hoje realmente não dou uma dentro. Trabalho
com construção. — Quando percebo já disse, então tento consertar.
— Vendo imóveis, quer dizer...
— É um corretor? — pergunta com compreensão, deve estar
me achando um idiota, até eu estou.
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Capítulo 17
Lisa Melo
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senhora que mora ao lado da construção. Me prometeu que assim
que apaziguar a situação me liga. Claro que não falei nada de minha
recente situação, primeiro porque não é nada sério ainda, nem sei
se será. Segundo, prometi a Magno não contar nada a ninguém.
Vejo que ele tem muito receio de um envolvimento mais sério
e isso com certeza será um problema futuro. Já procrastinei demais
perder minha virgindade. Resolvi, depois de muito pensar, que será
com ele. Claro que não quero esperar mais tempo e se continuarmos
a nos entender, em breve serei uma mulher aventureira.
Penso divertida, mas com uma pontada de medo e
insegurança. Magno é um homem de mais de quarenta anos, muito
experiente e vivido. Espero que não se decepcione com minha falta
de experiência. Farei o meu melhor. Já estou amadurecendo essa
ideia há alguns dias e acho que a minha mente já aceitou minha
decisão, pois sonho direto com Magno fazendo amor comigo. Tenho
que me policiar e vigiar para não me apaixonar por ele, claramente
ele é o tipo de homem que só gosta de transar e desaparecer.
Eu, sabendo disso, não coloco expectativas, quando
transarmos e ele desaparecer. Estarei tranquila e centrada. Dessa
forma não serei atingida ou sofrerei com isso.
De bem e satisfeita com minha decisão, ouço o interfone
tocar.
Está no horário de receber as flores que Magno me envia
todos os dias. Eu amo esse carinho por parte dele.
Desço rápido e quando abro a porta vejo Magno sorrindo de
orelha a orelha. Meu coração dispara e fico olhando, feito boba, o
quanto esse homem é lindo.
— Hoje quis trazer as flores pessoalmente, borboletinha. Além
disso, aproveitar e te chamar para jantarmos juntos. O que acha? —
Ele me entrega as flores e beija a minha cabeça. Magno nunca
tentou me forçar a fazer nada que não quero e sempre mantém uma
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Homem lindo da porra. Sorrio com safadeza. Estou ficando
pior que ele… meu safado favorito.
Em breve eu te pego, delícia de homem!
Lisa Melo, deixa de ser safada mulher. Penso divertida e
corada ao mesmo tempo.
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Capítulo 18
Raul Magno
Tento induzi-la a pedirmos alguma coisa para comermos, mas
ela nega.
— Não, senhor, vamos cozinhar e você vai amar. Tenho um
amigo que adora cozinhar. Ele já fez tantos pratos gostosos aqui. Um
dia te apresento a ele, vai gostar demais dele, Magno. Artur é um
verdadeiro gentleman. O único problema é que trabalha para um
homem sem caráter, um ser asqueroso — diz com o semblante
irritado. Um aperto violento surge no meu coração e me levanto de
maneira rápida. Nessa hora o cafajeste que habita em mim, foge,
desaparece e me deixa aqui sozinho com Lisa. Abandonado, fodido,
cagado de medo e com um estranho aperto em meu coração
vagabundo.
Sinto o sangue fugir todo de meu rosto e uma tontura do
caralho me atinge.
— Magno? Você está bem? — Ela se levanta e me segura,
com suavidade, pelo braço. Não consigo responder, estou em pânico.
Se ela descobrir que o homem que ela abomina, sem caráter e
asqueroso sou eu, estou fodido. Tenho que comer essa mulher logo,
senão todo o meu árduo sacrifício em persegui-la terá sido em vão.
— Não... está tudo bem… Lisa. Foi somente uma ligeira
tontura. Deve ser porque ainda não almocei hoje. — Mais uma
mentira. Caralho.
— Magno! Vem, vou fazer um chá com torradas para você
enquanto o jantar não fica pronto. E não precisa nem me ajudar.
Pode se sentar e ficar quietinho, tá? — Diz com suavidade e me
segura pela mão, levando-me para a parte de cima de seu
apartamento. Subo e me sinto um desgraçado miserável. Crise de
consciência após a velhice? Isso é uma merda fodida, mesmo!
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verdadeira Santa. Ela merece ser amada e adorada. Ele merece o
melhor dessa Terra e com certeza, não sou eu. A vontade de chorar
é imensa, mas me controlo.
Não recuso a maculá-la com minha devassidão. Artur tem
toda razão, ela é diferente das mulheres que estou acostumado, são
todas liberais e maliciosas, assim como eu sou um puto devasso.
Sinto mais vez meus olhos arderem… lembro-me que senti
isso somente quando vi minha mãe morta por overdose. Nunca mais
chorei. E hoje, em menos de uma hora, sinto meus olhos arderem e
alagarem várias vezes.
Pisco com força. Pego uma faca e começo a descascar as
batatas.
— Quero ajudar minha borboletinha a cozinhar! E vou
aprender. Como você é perfeita em tudo que faz, sua comida deve
ser maravilhosa, Lisa. — Elogio. Ela fica vermelha e vejo-a ainda
mais linda, se é que isso é possível.
— Pare, Magno! Você está me deixando constrangida. — Me
empurra com suavidade e sorri com felicidade genuína.
Ficamos nesse clima delicioso até prepararmos nosso jantar.
Arroz branco, batata assada com frango, e salada de tomate-cereja
com alface.
— Cheirosa sua comida, querida. Parece deliciosa. — Ela sorri
e busca um vinho branco.
Enche duas taças e colocamos nosso jantar na mesa. Nunca
me senti tão satisfeito com um programa tão simples. Sempre como
em lugares caríssimos e elegantes, mas nunca me senti assim.
— Lisa, quero te agradecer por sempre me tratar com tanto
carinho. Nunca me senti tão querido como você tem me feito sentir
ultimamente, Borboletinha. Obrigado por tanta gentileza, querida.
Me perdoe se, porventura, fiz algo que possa tê-la magoado, ou
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— Lisa, querida, tenho que ir, amanhã preciso me levantar
cedo. Tenho umas pendências para resolver no trabalho — digo
angustiado, minha vontade é de ficar. Somente conversar com ela
me dá mais prazer do que trepar.
Ela se levanta e me olha triste.
— Pensei que ficaria mais, amanhã é sábado... — Se
aproxima e sinto seu perfume.
— Lisa... — Ela se coloca em minha frente e levanta os olhos.
Sorri.
— Magno, qual sua altura? — Me pega de surpresa essa
pergunta tão fora de hora.
— Tenho 1.98m, e você, pequena borboletinha? — pergunto
com vontade de beijar essa mulher até meu último suspiro.
— Eu tenho 1,58m de naniqueza, a seu dispor, gigantão! Você
é imenso e sempre quis saber sua altura. Estou impressionada,
quase dois metros! — Diz e fica na pontinha dos pequenos pés.
— Magno, eu gostaria muito que me beijasse. — Meu coração
dispara e fico tonto por segundos. Parece que levei uma porretada
na nuca e me sinto sem ar. Não posso beijá-la, porra, acabei de
decidir que sairia de sua vida.
Pego em seus braços macios e a afasto com cuidado.
— Lisa... melhor não. Você é uma mulher centrada e eu um
canalha que não quer compromissos... não quero magoá-la mais,
querida... — digo com dor na voz e no coração.
— E se eu disser que quero somente uma aventura e que
escolhi você? — pergunta seriamente e congelo no lugar.
Ela está me propondo, por livre e espontânea vontade, o que
quis pagar para ter, desde o início? Trapaceei, menti descaradamente
para transar com ela… e tudo o que precisava era somente ser o
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homem com a integridade que ela acha que tenho? Perco rumo por
instantes e fico congelado no lugar.
Preciso sair daqui rápido antes que faça uma besteira e venha
me arrepender mais tarde.
— Eu vou dizer que você está enganada comigo, querida, não
sou o que pensa e...
— Magno — ela me corta. — Para você transar com uma
mulher, ela tem que te convencer, implorando? — pergunta me
olhando fixamente. Estou tremendo.
— Eu... — Sorrio sem graça e fico sem palavras.
— Por acaso você é virgem, Magno? Se for, pode deixar que
serei cuidadosa — diz com matreirice e com um sorriso imenso.
Meu pobre coração está trepidando mais que furadeira, por
essa mulher. Porra de moça encantadora.
— E se for? — Resolvo entrar em sua brincadeira.
— Você é? — pergunta me olhando fixamente.
Sim... Em fazer amor. Somente trepo, pequena, penso com
tristeza.
— Não, Lisa. Infelizmente sou um porco devasso, por isso
mesmo não quero te contaminar. Pense comigo, querida… você
achará um homem que realmente te merecerá e valorizará. Eu não
sou esse homem, Lisa. — Digo me sentindo derrotado e amargurado
em somente pensar em outro tocando nesse anjo.
Ela me olha e relaxa.
— Tudo bem, Magno. Agora que decidi perder a minha
virgindade, vou procurar outro que queira me ajudar. Tem o Artur,
vou pedir a ele, sei que não me negará esse favor.
Engulo em seco e uma ira desmedida me toma e vejo tudo
vermelho. A agarro pela cintura e a ergo até ficarmos olhos nos
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olhos.
— Porra nenhuma que vai procurar Artur ou quem quer que
seja para comê-la ou entregar sua virgindade. Você vai continuar
guardando-a para quem realmente merecê-la, querida. Lisa, isso é
um presente especial pra caralho. O homem que ganhar esse
presente será um sortudo que te amará intensamente. Ouça meu
conselho, querida, espere o momento e o homem certo, pequena.
Devo estar com muita febre e ela já queimou meus miolos…
eu o cafajeste mais fodido da história, dando conselhos a uma
virgem para aguardar o momento certo de se entregar a alguém? A
mulher que persigo feito um alucinado há meses e quando surge a
oportunidade, deixo passar? Aconselhando a se preservar?
Realmente preciso ser internado e estudado com urgência.
Ela estende as mãos e segura meu rosto barbudo.
— É você que escolhi, Magno. — A coloco no chão com
suavidade e saio em disparada.
— Não! Eu não te mereço, Lisa. — Desço as escadas correndo
e vou embora como se estivesse sendo perseguido por demônios.
Covarde dos infernos!
Chego em meu apartamento e ouço o meu celular tocando
sem parar. Olho no visor. Lisa. Porra!
Pego meu telefone e ligo para uma porrada de mulheres.
Vou esquecer essa mulher nem que morra trepando. Vou
esquecer… esquecer… esquecer.
As mulheres chegam. São cinco e passo a noite trepando
igual um louco. Mas só consigo gozar quando penso em Lisa. Pronto,
agora me tornei realmente um imundo. Pensar em Lisa para gozar…
o fundo do poço para mim é pouco. Mergulhei de cabeça na lama e
agora não me sinto digno nem de chegar perto de minha
borboletinha. Atolado na lama, é onde merece morrer e estar.
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— Magno? Quer que eu vá até aí? — Gelo, me sentindo um
lixo.
— Não, querida, estou bem... somente com uma dor forte no
peito... — Massageio o peito que dói tanto que sinto falta de ar.
— Magno, você tem que ir ao médico. Me passe o endereço,
vou com você. — Por que ela tem que ser tão doce? Seria tão mais
fácil se fosse uma fodida como eu.
— Lisa, querida — falo alto tomado pelo desespero. — Estou
bem… — murmuro destruído. — Vou me afastar de você… porque se
ficar perto, vou estragar sua vida. Você não me conhece… vou
deixá-la em paz para poder arrumar alguém que realmente te
mereça. Eu não te mereço. Lisa… por favor, não me ligue mais —
digo chorando silenciosamente e com o coração arrebentado. Melhor
agora do que quando vir sua decepção ao descobrir o merda sem
caráter e mentiroso que sou. O telefone fica sem som e isso me
destrói de vez.
— Ok, desculpe ter insistido. Fique bem, não te incomodarei
mais — diz com voz indiferente e desliga.
Jogo o celular na parede com toda minha força e a porra se
parte em mil pedaços. Assim como está a merda de meu coração:
estilhaçado.
Caio sentado no chão, coloco minha cabeça entre as mãos e
choro dolorosamente com soluços altos e agonizantes. Passo a noite
sentado no chão frio, destruído e completamente quebrado.
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Capítulo 19
Lisa Melo
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enorme está estampada em sua face encovada. Não vou negar que
isso me deixa angustiada. Ele estende as mãos, e as ignoro.
— Magno, você deixou claro que não me queria em sua vida.
— Falo amargamente quando lembro como me descartou.
— Lisa... eu fiz coisas que não são passíveis de perdão…
tenho muito medo de me envolver e te perder. Mas, ao mesmo
tempo, não consigo ficar longe de você. Tentei ficar, eu juro. Mas
não consegui. Me ajuda! — Uma lágrima desce e some entre sua
barba desgrenhada. — Me perdoa, querida, pelo meu passado
sujo... me dê uma chance e se um dia descobrir alguma sujeira
minha… — baixa a cabeça envergonhado. — Eu já te peço perdão
com antecedência. Eu juro a você que me arrependo a cada minuto
de minha vida por tudo que fiz... — Me olha suplicante. — Lisa,
namora comigo? Por favor? Me perdoa? — pergunta baixinho e
limpando as lágrimas que agora descem e abundância. Ele se
ajoelha em plena avenida, baixando a cabeça.
— Magno, por favor, se levante. — O puxo pelos ombros e ele
não se move, o homem é uma montanha.
Ouço vozes e risinhos.
Olho para os lados e vejo uma pequena aglomeração de
pessoas. Coro, estamos dando um show aqui.
— Perdoa ele, mulher louca, ou então me passe, vou adorar
consolá-lo. Vou amar cuidar desse pedaço de homem. — Grita uma
maluca, rindo igual uma hiena.
Olho com desprezo para a vadia oferecida e pego o rosto de
Magno.
— Magno, levante-se, vamos comigo entregar esse pedido e
poderemos conversar no caminho. — Vejo seus olhos avermelhados
pelo choro, brilharem em gratidão e um esboço de um sorriso surgir.
— Obrigado, querida! — Levanta-se com rapidez, pegando
minha mão e a sacola.
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Ele fica ainda mais pálido, chegando a ficar meio esverdeado.
Me forço a ficar firme.
— Me dê somente uma única oportunidade, Lisa, eu te
suplico. Eu mostrarei a você o quanto é importante em minha vida,
Borboletinha. Se você não me achar digno depois de um tempo, te
deixarei em paz. Eu juro. Prometo isso de todo meu coração. Mas
não me negue uma chance de consertar as merdas que fiz… —
implora com um olhar sofrido, as lágrimas em seus belos olhos
esverdeados caem em cascatas.
Baixo a cabeça e sinceramente não sei o que fazer. O
sofrimento dele parece tão real…, mas se baixar guarda e ele me
machucar novamente?
Vou ter que pensar com cuidado e analisar bem. Sei que
Magno é o tipo de homem que quando nos apaixonamos, é
praticamente impossível de esquecer. Tenho que ter cuidado.
Levanto meus olhos e ele me fita com ansiedade e desespero.
— Vou pensar, Magno. A maneira fria com que me tirou de
sua vida, me machucou muito. Você foi o primeiro homem com
quem eu quis realmente me envolver…, mas prometo que vou
pensar com carinho. — Digo, o coração martelando no peito com
força. Vejo em seu rosto pálido, dor, sofrimento e arrependimento
pela forma como agiu comigo.
Ele baixa a cabeça em derrota e quando a levanta, mais
lágrimas deslizam por seu rosto barbudo. O homem vai ficar
desidratado… sinto meu coração doer por ele. Engulo seco, mas me
mantenho firme.
— Eu realmente não mereço você, Lisa. Mas como sou um
filho-da-puta, maldito, vou esperar ansioso que me dê uma nova
chance — sussurra com a voz rouca e triste.
Aceno, segurando para não chorar.
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Capítulo 20
Raul Magno
Essas semanas foram as piores que já vivi em toda a minha
existência inútil. Me senti sujo, acabado e sem lugar no mundo,
depois que tentei tirar Lisa de minha vida. Fui um desgraçado
escroto. Estou tão fodido que me vejo enlouquecendo.
Deletei todos os nomes das ex-amantes do meu celular.
Esperei passar um tempo para me purificar das putarias e sujeiras
que fiz…, me sinto envergonhado.
Lembro com angústia o maldito dia que rejeitei o presente
mais belo que alguém poderia me dar. Porra, Lisa me ofereceu sua
confiança, pureza e a pisoteei como o grande covarde e mentiroso
que sou.
Mas o que me mata de desgosto, tristeza e remorso foi a
merda que fiz… trepar a noite toda achando que a tiraria de minha
mente. Me enganei profundamente… Lisa não estava em minha
cabeça, mas sim, em meu coração. Sei que sou um babaca de
merda e me arrependo amargamente de fazer tantas burradas
seguidas.
Perdi o apetite, quase não comia, mas bebia várias vezes ao
dia até cair desmaiado de tão bêbado. Ainda bem que fiz essas
merdas em minha casa na Vila dos Ipês. Aqui tinha Lili cuidando de
um homem quebrado e cheio de remorsos..., eu.
Ela me viu bêbado, muitas vezes chorando e cuidava de mim
com muito amor e muita paciência. Apesar de não merecer. Me
sentia sujo, imundo por tudo que fiz...
Certo dia eu a vi sorrir e fiquei sem entender o motivo. Lili me
olhava com um imenso sorriso no rosto. Perguntei intrigado, o
porquê ela sorria de minha desgraça. A matreira me fitou
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profundamente e disse que estava feliz. Finalmente eu estava
amando e fui pego pelas bolas. Acho que corei, porra!
Lili pediu para conhecer a mulher que me colocou de quatro,
derrubando e quebrando minha arrogância.
Me senti confiante e abri meu coração vagabundo para minha
protetora.
Contei a ela as merdas que fiz e Lili ficou horrorizada. Me deu
vários petelecos na cabeça, mesmo eu estando arrasado e
mergulhado na lama. Me chamou atenção com raiva e mandou eu
consertar meus erros com Lisa e contar toda a verdade.
Obedecerei, claro. Já iria fazer isso mesmo. Lili me orientou
com paciência e eu ouvi atentamente.
Irei fazer como ela sugeriu... em partes. Vou reconquistar Lisa
primeiro e depois pedir perdão por tudo. Não contarei a ela o que
fiz, isso não! Tenho pavor de pensar que Lisa não me perdoará, e
que poderei perdê-la.
Se eu contar a ela metade das merdas que já fiz, Lisa, jamais
me perdoará e me deixará com certeza. Arrepio só de pensar nisso.
Confesso que não saberia lidar com a perda da única mulher que me
deixa de joelhos e tem meu coração.
Entendo que Lisa, teria toda razão se o fizesse. Eu mesmo
ainda não me perdoei e não sei se algum dia o farei…
Decido que manterei em segredo todas as mentiras que
contei… um dia eu conto tudo a ela… prometo a mim mesmo, sem
muita convicção. Tenho medo e vergonha. Deus como me arrependo
de tudo que fiz!
Dias depois…
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assombrado com medo de que Lisa descubra que esse homem sem
caráter sou eu.
Quero o passado no passado… sou um novo homem. Repito
esse mantra sem parar. Vou provar para Lisa que mudei. Penso
aliviado, pronto para reconquistá-la. A tratarei tão bem e com tanto
amor, que meu passado podre de mentiras não fará diferença em
nossas vidas.
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— Que surpresa te encontrar aqui, Raul. Cadê o gostoso do
Artur? Depois daquele final de semana pecaminoso que passamos,
os três, fiquei somente com Artur, você sumiu. — Ronrona com sua
voz estridente. Enquanto fala sem parar, estende a mão e toca em
meu pau que encolhe de asco.
Pego sua mão com brutalidade e arranco com força de cima
de mim.
— Quem é você, caralho? — Não me lembro dessa infeliz,
aliás não me lembro de nenhuma mulher pós-orgias.
— O quê? Como assim? Esqueceu da nossa orgia àquele final
de semana inteiro? — pergunta, lambendo os lábios e amassando os
seios, vulgarmente. Ela deve achar que está sendo sedutora.
— Não me lembro de você, já comi mulheres demais para me
lembrar de alguma em especial. Agora vaza daqui, sua presença me
incomoda. FORA! — falo sem paciência e ela arregala os olhos.
— Você está falando sério? — Faz biquinho e aperta os seios
gigantes novamente. Qual o problema que essa infeliz tem com seus
peitões?
Olho com desprezo para ela. Se já comi realmente essa
mulher vulgar, o que não duvido, dado meu histórico de prostituto,
tenho vergonha do que já fui e com quem trepei. A mulher transpira
vulgaridade. Me sinto sujo.
Levanto e saio da mesa sem dizer mais nada e volto para
meu carro. Depois acerto com João, sempre venho aqui quando
quero ficar sozinho. Hoje não deu certo. Não olho para ver como
ficou a infeliz oferecida. Foda-se se me importo.
Ligo o carro e vou para meu recanto, Vila dos Ipês.
O abatedouro está fechado. Não tenho mais vontade e nem
quero ir mais naquele local. Meu contrato está prestes a vencer.
Quando isso acontecer não renovarei mais. Já comuniquei à
imobiliária.
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Por favor, perdoe-me
Não posso parar de amá-la...
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Capítulo 21
Lisa Melo
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Após passar algumas semanas desde a nossa ida ao
shopping, resolvi dar uma chance a ele, ou melhor, a nós dois.
Já havia decidido que ele seria meu primeiro homem quando
nos conhecemos. Agora, decidi que daria uma nova chance para
Magno, pois meu corpo e coração queriam somente ele.
Hoje ligarei para ele e o convidarei para sairmos. Sei que
Magno está somente esperando, como sempre faz questão de frisar,
meu sinal verde.
Será dado hoje, penso, finalmente em paz com minha
decisão.
Pego meu celular após separar as pedras novas que
chegaram e ajeitá-las nas araras. Gastei o dia todo para organizá-las
por cores, formatos e peso.
Enquanto isso, Magno me entope de emojis. Meu coração
aquece toda vez que vejo a tela de meu celular apitar. É ele com
seus emojis lindos. Quando vejo a quantidade infinita de mensagens
de Magno, sorrio tão feliz, que sinto que posso voar. Magno está
libertando-se e desprendendo-se bastante de sua vida ranzinza. Está
mais solto e feliz. Quando nos conhecemos, ele era muito travado e
sisudo.
Falava quase que somente de trabalho. Hoje o vejo mais leve,
brincando e sorrindo muito. Arrepio somente de lembrar de seu
sorriso genuíno.
E puta merda, o homem é lindo, penso já ovulando, doida
para dar para essa montanha de músculos deliciosa.
Já chega, cansei de guardar minha pureza. Quero que Magno
coma essa tão resguarda joia, como ele a chama, e não a terra. Já
disse, sou virgem, mas não burra. Sei reconhecer um homem
gostoso de longe. E Magno ocupa o pódio de gostosura. Homem
lindo e cheiroso esse!
Ligo para ele que atende de imediato. Sorrio.
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Corro para tomar um banho para podermos sair. Saio do
banheiro e me seco rápido. Espalho creme de jasmim pelo meu
corpo todo, depilação a laser no jeito. Após secar os meus cabelos,
eles caem por minhas costas, brilhantes e sedosos. Coloco um
conjunto de lingerie rendado, de seda branca, da Victoria Secrets.
Olho no espelho e dou uma volta, me sentindo uma verdadeira
Angel.[5]
Finalmente coloco um vestido longo branco com bainha de
renda rosada e manguinhas bufantes três quartos. Essa peça linda,
nunca usei e guardei para uma ocasião especial. Me sinto uma
princesa nele. Giro, olhando-me no espelho, sentindo-me linda.
Quando pego minha bolsa e caminho para a sala, a sineta toca sem
parar e sei que é Magno. Meu coração está disparado de pura
emoção. Ele parece desesperado para que eu atenda a porta. Meu
coração está disparado e minhas pernas bambas. Merda! Primeiro
namorado, beijo e homem. Não poderia estar de outra forma!
Vou morrer de tanto nervosismo, fecho os olhos e caminho
devagar, respirando fundo.
Abro a porta com uma calma que estou longe de sentir.
Magno entra igual um furacão em dias de tormentosos e me agarra
pela cintura. Ele me beija de uma maneira tão desesperada que
sinto meu mundo girar. Cruzo minhas pernas em volta da cintura
desse homem gigante, um que parece querer me comer viva. Sua
barba me arranha de maneira que meu corpo todo arde de vontade
de tê-lo para mim. Ele beija meu pescoço e passa a barba sem
parar em meu rosto.
— Porra, Lisa, finalmente! Minha namorada, minha! Porra! —
E volta a me beijar com a mesma fome. Me aperta tanto que fico
sem ar. Me esfrego com desespero nele. Sinto seu pau duro feito
aço, Magno me ajeita em cima de sua ereção e se esfrega em mim
com ânsia. Me beijando sem parar.
Sinto meu corpo reagir a esse estímulo delicioso e esquentar
de uma maneira que sei que precede a um delicioso orgasmo.
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— Você fica sempre tão lindo e arrumado em casa? —
pergunto, vendo seu peito estufar de orgulho.
— Você me acha lindo, Borboletinha? — Sorrio e ajeito seus
cabelos macios.
— Magno, você é lindo de qualquer jeito. — Ele cora. CORA!
— Mas fica ainda mais lindo sem gel nos cabelos. — Ele me olha
fixamente e vejo seus olhos castanho-esverdeados brilharem.
— Lisa, eu te amo tanto, tanto… minha pequena! E gel em
meus cabelos? Nunca mais! — Promete mordendo minha orelha. —
A primeira coisa que farei ao chegar em casa é jogar todos no lixo —
diz sorrindo largamente, me olhando com intensidade e amor.
Magno me puxa com desespero e volta a me beijar com
ânsia, gemendo baixinho, como se sentisse dor.
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Capítulo 22
Raul Magno
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Sinto seu cheiro de jasmim, seus cabelos perfumados, seus
lábios macios e rosados, seu pescoço suave... céus, essa doce
mulher me deixa insano. Aperto sua cintura minúscula, enquanto ela
me rodeia com as pernas. Meu mundo sacode quando sinto sua
doce boceta apertar meu pau dolorido e inchado.
Esfrego-a nele com desespero, mas, ao mesmo tempo, com
cuidado, porque sei que minha menina é virgem e inocente. Preciso
ser cauteloso e não assustá-la. Quero que nossa primeira vez, seja
um marco de lembranças cheias de amor e prazer para Lisa. Ela
geme e permaneço esfregando-a com desespero em meu pau
ganancioso e completamente apaixonado por ela. Quando Lisa goza,
meu coração se enche de alegria por vê-la tão à vontade comigo, se
sentindo segura.
Carrego-a até o sofá e sento-a em meu colo com carinho.
Estremeço, fazendo uma careta de dor ao ajeitar meu pau, está
mais duro que pedra.
Quando olho para Lisa, ela está com o rosto vermelho. Minha
menina é muito tímida. Sorrio com carinho e acalmo-a com ternura.
— Amor, não precisa ter vergonha de mim. Sei que é virgem.
Lembra-se que já me contou? — Lisa acena com timidez. — Prometo
a você, querida, que sua primeira vez será quando, onde e do jeito
que você quiser. — Acaricio seu queixo macio e aveludado. — Irei
somente até onde me permitir, meu amor — Vejo seus lindos olhos,
que me fascinam tanto por suas cores diferentes, se encherem de
lágrimas. Meu coração transborda do mais puro amor por essa
coisinha minúscula e preciosa, minha Lisa.
Ficamos sentados no sofá conversando e nos acariciando. De
repente, Lisa, se levanta me puxando pela mão. Olho
interrogativamente para ela sem entender nada.
— Magno, eu me arrumei para sairmos…, mas agora, querido,
quero fazer amor com você, meu precioso namorado — diz me
olhando timidamente, ficando ainda mais vermelha e bela, se é que
isso é possível.
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Desço a cabeça, beijando-a com paixão. Seus lábios macios
se abrem e aprofundo o beijo, gemendo e sentindo suas mãos
macias me acariciarem nos braços e costas. Sinto-a levantando seus
quadris e tentando se esfregar em mim. Meu pau se contorce em
desespero.
Desamarro as alcinhas de seu vestido e puxo com suavidade.
Gemo baixinho, de amor e êxtase, por essa mulher.
Estou diante da mais pura perfeição que já vi em toda minha
vida. Lisa é perfeita em tudo. Seu colo, branco e aveludado, enche
minha boca de água e me deixa zonzo. Tiro seu vestido com
suavidade e o que vejo me alucina. Fecho os olhos e conto até dez
para me acalmar. A lingerie que está usando é de uma pureza e
inocência que me faz ter vontade de colocá-la em um pedestal.
Santa, pura e linda. Minha meiga e doce Lisa. Mas como sou um
fodido pecador, quero comer essa mulher preciosa de todas as
formas possíveis.
— Lisa… meu amor, você é simplesmente perfeita — digo
enfiando o rosto barbudo em seus doces seios e mordendo por cima
do sutiã. Ela geme e me segura pelo topete.
— Quero você, pequena. — Abro o fecho do seu sutiã com
facilidade e rapidez. Quando vejo seus seios nus saltarem livres
diante de mim, gemo baixinho em desespero. São perfeitos, médios,
branquinhos e os biquinhos pontudos e rosados. São meus… só
meus! Caralho!
Desço de boca aberta sobre eles e faço a festa. Chupo tanto
que ela goza somente com meus cuidados em seus doces seios.
Quando ela dá os últimos tremores, olho como um lobo para Lisa,
com a minha boca cheia de água e dentes.
— Quero chupar sua boceta agora, meu amor. Quero que
goze em minha boca. — Digo já descendo, e arranco a calcinha com
os dentes.
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rosto suavemente e vendo seus belos olhos coloridos, brilharem
confiantes em mim.
— Eu confio em você, Magno, meu amor. — Estremeço
emocionado ao ver sua confiança e rendição plena a mim. Agora
minha missão em fazê-la feliz triplicou, penso com um nó na
garganta.
Deito-me em cima de Lisa e esfrego meu pau em sua doce
bocetinha. Ela geme e sinto seu pequeno clitóris ficar durinho,
continuo pressionando com suavidade. Beijo-a com amor e paixão,
descendo ávido para seus dois montinhos de néctar. Mamo e chupo
até os biquinhos ficarem vermelhos, inchados, duros e pontudos.
Assopro as pontinhas e Lisa estremece. Desço a mão e acaricio sua
pequena boceta encharcada, procuro seu pequeno clitóris e está tão
duro que espeta a ponta de meu dedo.
A cabeça de meu pau está em sua entrada, empurro devagar
e tiro suavemente, somente a glande. Continuo massageando seu
clitóris e chupando seus seios, vejo-a endurecer o corpo e seu
clitóris tremular em meu dedo. Seu gozo a sacode e aproveito
enquanto goza entrando em uma única estocada. Assim a dor é de
uma vez.
Gemo alto e alucinado. Beijo-a com amor e desespero quando
sinto sua maciez e calor me envolverem. Ela continua sacudindo o
pequeno corpo em um gozo longo... e eu? Estou aqui, com o pau
enterrado e as bolas pesadas de tanto prazer e desejo. Lisa aperta
sua bocetinha e perco o controle mantido a ferro e a fogo até agora.
Desço a cabeça e abocanho um seio e puxo com tanta força que ela
geme alto.
Meu pau expande, incha, sacode e jorra minha semente
morna dentro da mulher de minha vida, com abundância. Sinto tudo
ficar escuro e um zumbido forte em meus dois ouvidos me faz
desabar em cima de minha menina.
Fico caído, meio desmaiado em cima de Lisa e quando o
mundo volta a fazer sentido para mim, sinto suas pequenas mãos
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me acariciando.
— Eu te amo, Magno — Lisa diz com calma, acariciando meu
topete. Acho que ela se apaixonou por ele sem gel. Sorrio satisfeito
e relaxado.
Tombo para o lado trazendo comigo minha pequena.
Acaricio suas costas macias e beijo o topo de sua cabeça
cheirosa.
Ela se deita em meu peito e sinto seus pequenos seios
macios, esmagados em meu peito duro. Meu pau traidor e sem
consideração sacode avisando que está pronto novamente.
Acaricio suas costas macias.
— Obrigado, meu amor, por esse presente tão lindo que me
deu. Guardarei como um tesouro em meu coração. Sua confiança,
amor e pureza. Enquanto viver, minha missão será fazê-la feliz,
minha amada Lisa. Eu te amo demais, minha menina preciosa. —
Sinto uma imensa vontade de chorar e abraço com força seu
pequeno e doce corpo.
Ela sacode e vejo que meu pau duro novamente a assustou,
sorrio.
— Borboletinha, fique tranquila, eu não vou deixar esse
safado abusar de você querida, prometo. — Sinto seu corpo suave
tremer e ela soltar uma deliciosa gargalhada. Sorrio de orelha a
orelha quando ela me fita com os olhos brilhantes e cheio de amor.
— Eu sei, Magno, que sempre me protegerá… até mesmo de
seu pau safado. — Pisca sorrindo, me deixando boquiaberto com sua
frase tão inusitada. Nunca ouvi de sua doce boquinha, nenhuma
palavra feia. Lisa é sempre tão certinha.
— Minha menina, está aprendendo a falar putarias? Não
pode! Você é minha santa e pura Lisa Melo. — Pisco, esfregando-a
em meu pau descarado e pronto para o ataque. Ela sorri e me beija.
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— Santa, hein? Meu doce pecador... Magno, você já ouviu
aquele ditado, diga-me com quem andas e direi quem tu és? —
sussurra com sua mão agarrando minha barba.
Aceno sorrindo.
— Então, eu virarei um anjo, meu amor. O santo e a
pecadora... hum... gostei. Mas pecadora somente comigo e serei seu
santo enquanto viver. Eu juro, Lisa, que ninguém mais tocará esse
corpão aqui, somente minha santinha do pau oco! — digo com
descaramento e pisco sedutor. Ela gargalha com vontade. Fico
petrificado de tanto amor por essa doce mulher. E mais uma vez
sorrio ao ponto de quase rachar meus lábios. Felicidade é o nome.
— Tomara que a parte boa seja a influenciadora aqui, eu no
caso, Magno — sussurra apertando meu pau. Estremeço. — E
permaneça para sempre. Amém! — fala com cara de sapeca.
— Juro a você, meu amor, que sua parte santa, e inocente,
me contagiou e fui completamente tragado por sua pureza, Lisa. A
safadeza desse ex canalha, acabou, prometo a você, querida. Lisa...
eu te amo tanto que chega a arder essa porra de meu coração.
Ela acaricia meu rosto e me beija com ternura. Ignorando
minha boca suja. Vou me controlar mais.
Levo-a para o banheiro, tomamos banhos juntos e depois
conversamos muito sobre tudo. Lisa é maravilhosa. Me mostrou suas
novas pedras e preparamos uma comida gostosa e simples.
Estava ficando tarde e eu não queria ir embora. Estava
cagado de medo de me mandar dormir em minha casa.
— Magno, está tarde e... — Puxo Lisa para mim, beijando-a
com paixão.
— Deixa-me dormir aqui, Borboletinha, por favor? — Ela me
fita séria. Meu rabo não passa nem sinal de Wi-Fi. Ela vai me
mandar embora, caralho, se vou! Olho-a desgostoso e bato o pé
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Capítulo 23
Lisa Melo
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— Amor? O que foi isso agora? — pergunta com os olhos
arregalados de ansiedade.
— Você, Magno, ficou com muitas mulheres, comeu muitas,
trepou? — digo sem entender essa onda de ciúme que me enche
agora. Infantil? Sim, eu sei, mas puta merda, dói quando o imagino
fazendo com outras tudo o que fez em mim.
Ele se senta na cama rapidamente e segura minhas mãos.
— Amor, eu tenho 43 anos e claro que fiquei com muitas
mulheres, você sabe disso, já te contei. Mas não amei nenhuma. A
única que tem meu coração e alma é você, Lisa. Aliás, você tem
tudo, meu amor, o pacote completo de seu Magno. Você, Lisa, tem
meu amor, alma, pau, boca, coração, tudo, querida, exatamente
tudo. Eu nunca fiz amor em minha vida, a primeira vez foi com
você, querida. Você é mulher que amo, que me ensinou a amar
com sua graciosidade e perfeição. Lisa Melo, eu te amo e quero ficar
o resto de minha vida somente com você, querida. Sei que é cedo
para isso, mas não quero outra mulher em minha vida. Somente
você, meu amor. Lisa Borboletinha é a única que anseio e quero que
seja minha esposa e mãe de meus filhos. — diz com os olhos
avermelhados. Santo Deus, ele é lindo. Me derreto toda e a crise
besta e infundada de ciúmes desaparece depois dessa declaração
tão maravilhosa.
Pulo em seu colo e o beijo com amor. Ele me beija de volta e
sinto todo seu amor e compromisso nesse beijo.
— Desculpe-me, Magno, quando o vi dormindo aí, tão lindo,
imaginei quantas mulheres o viu dormir assim... a maneira que me
deu prazer foi perfeita e pensei nas outras que tiveram o mesmo…
— Ele coloca o dedo em meus lábios com ternura e carinho,
sorrindo.
— Querida, em primeiro lugar, nunca dormi com mulher
alguma, era somente sexo. As despachava assim que terminava. —
Coro quando me conta essas coisas, e vejo ele sorrir. — Pequena
tímida, essa minha Santinha! Segundo lugar, meu anjo, nunca fiz
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felicidade, meu coração se enche de amor por esse homem gigante
e tão carinhoso.
Embalo a peça e a coloco na caixa. Me levanto e caminho
suavemente para não o acordar. Me sento na poltrona ao lado e
acaricio seu rosto barbudo. Ele se mexe e geme baixinho.
— Eu te amo... — sussurro.
— Eu também, pequena — responde com suavidade.
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Capítulo 24
Raul Magno
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Eu seguia os preceitos hipócritas a rigor. Trabalhar sem parar,
ganhar tanto dinheiro que não gastaria nem e vinte vidas e pegar
todas as mulheres que pudesse. Quantidade te faz mais homem aos
olhos de muitos. Uma merda sem precedentes isso. Talvez por isso
tenhamos tantas pessoas deprimidas. Conquistas vazias e inúteis se
você não tem uma pessoa leal e verdadeira com que dividir tudo
isso. Vitórias completamente vazias, nos tornado pessoas sem paz,
felicidade e o pior, gananciosas e egoístas.
Porra! Sorrio de lado, além de estar pronto para escrever
livros de poesias, agora posso me aventurar em escrever livros de
autoajuda. Estou sorrindo feito um pateta, quando penso que toda
essa transformação devo a minha Lisa.
Olho a minha volta e vejo as pessoas que trabalham para
mim, me olharem sem entender porra nenhuma.
Sempre fui um homem austero em meus negócios. Minha
outra face, a de cafajeste devasso e pilantra, aparece somente longe
de meus negócios e geralmente a noite. Aparecia, me corrijo,
satisfeito. Esse verme que fui, sem coração, ficou para trás. Sorrio
feliz demais para me conter.
Ando pela obra, enquanto continuo a pensar.
Hoje mandei a sociedade falsa do caralho se foder. Quero
viver o amor da maneira que me faz feliz. Sugar Daddy? Sim, mas
foda-se! E daí?
Quero fazer minha namorada, Lisa, se sentir amada e feliz, o
resto que vá para a casa do caralho.
Meu dia termina com tudo correndo bem e vou para a Vila
dos Ipês. Quero muito levar minha namorada para conhecer meu
santuário. Sei que Lisa, irá adorar, pois ama plantas tanto quanto eu,
e os ipês estão em franca florada.
Já posso ver a cara de felicidade de Lisa. Suspiro emocionado.
Porra, estou muito feliz!
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— Graças a Deus, meu filho. Você merece sempre o melhor.
— Me olha feio por segundos. — Apesar de fazer muitas loucuras e
bobagens, sei que seu coração é bom. Você, meu menino, em suas
loucuras somente ansiava por uma mulher que te amasse
verdadeiramente... — belisca meu braço e faço uma careta de dor.
— Apesar de afugentar todas com sua libertinagem e devassidão.
Entendo-o, Raul. Era puro medo e covardia. Pobre menino. — Olho-a
assombrado. Quem é essa senhora estranha à minha frente, que
mete o porrete em mim, sem piedade? — Como era um sem-
vergonha, meu filho, só atraia alpinistas safadas. Um bando de
exploradoras que te querem somente pelo seu dinheiro e esse
corpão. Elas te fodiam, querendo seu dinheiro e prestígio. Simples
assim.
— Lili! — Fico horrorizado quando ouço essas palavras torpes
saírem da boca dessa doce senhora. Ela me solta, olhando-me
divertida.
— Raul Magno, eu já fui jovem e gostava da coisa. — Pisca
matreira, voltando a picar as verduras. Sinto meu rosto arder.
— Lili! — Estou abismado. Arregalo os olhos e balanço a
cabeça para não imaginá-la fazendo certas coisas.
— Vai tomar banho, meu filho, e volta rápido para jantar, sabe
que gosto que coma tudo quentinho, não é? — diz, severa.
— Tudo bem — concordo com docilidade. Me sinto melhor
com ela sendo maternal. Vou tomar meu banho, obediente. Sorrio
satisfeito que nossa conversa estranha acabou.
Subo os degraus a cada dois para andar mais rápido. Estou
louco para trazer Lisa para conhecer Lili, a mulher que sempre me
tratou como filho desde que começou a trabalhar para mim.
Na época ainda era um homem sem sentimentos e muito
desconfiado do amor das pessoas. Para mim não existia amor puro e
genuíno. Descobri com Artur e Lili que existe, sim, e agora com
minha preciosa Lisa.
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Capítulo 25
Lisa Melo
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Abro a porta tremendo e ele avança com tudo para cima de
mim. Me agarra e me levanta com força, tomando minha boca com
desespero. Me esfrega em seu pau, tão duro que me deixa
atordoada e mais molhada ainda.
— Eu te amo, Lisa. Porra! Te amo, amo, amo... — murmura
sem parar de me beijar.
Tento dizer que o amo, mas ele continua chupando minha
língua com tanta força que parece que vai arrancá-la.
Magno me carrega e me encosta na parede, sem parar de me
beijar, abre o zíper da calça, empurra minha calcinha de lado e entra
com uma única estocada. Gemo deliciada.
— Caralho de boceta quente e apertada... só minha. Não é,
meu amor? Diz que me ama… que você é minha! — murmura,
gemendo e empurrando com força.
— Eu te amo… Magno… — gemo e sinto sua grossura me
alargando.
— Fala, gostosa… meu único e grande amor. Está bom, hein?
Quer mais forte ou mais suave? Me diz, querida — geme, entrando e
saindo sem parar.
— Forte, bem forte, Magno… — Ele me segura com força, me
beija com ganância e mete com força. Sinto minhas costas baterem
na parede e seu pau engrossar ainda mais. Magno levanta minhas
pernas e bate em um ponto que me faz gemer e estremecer.
Ele sabe o que está fazendo, vejo seus olhos brilharem. Ele
estoca com desespero, batendo nesse ponto que faz a ponta de
meus dedos enrolarem.
Sinto um calor intenso me tomar e reviro meus olhos quando
sou tomada por um gozo que me faz tremer e gemer alto. Enquanto
Magno entra em desespero, estocando com uma velocidade que
reforça ainda mais meu gozo.
Sinto ele inchar e me encher de seu gozo morno e espesso.
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— Sério? E você? Não vai trabalhar? — Fico alegre com a
possibilidade de ficar mais tempo com ele.
— Eu gosto mais de trabalhar em casa, Lisa. Saio somente
quando sou chamado para resolver alguma coisa mais grave ou
apareço de surpresa em alguma obra. Tenho equipes que resolvem
quase todos os problemas que surgem. A maioria do tempo
monitoro tudo de casa, querida — diz sorrindo e apertando minha
cintura. — E então, você me daria essa honra? — Me olha ansioso e
em expectativa.
— Sim, claro que vou. Mas preciso levar minha maleta de
trabalho, querido. Não gosto de sair sem ela, pois as ideias chegam
em momentos inusitados, então as desenho e as produzo
imediatamente. — Ele sorri tão largamente que meu coração dispara
emocionado. Nos sentamos e começamos a tomar nosso café com
calma e sorrisos.
— Claro, meu amor, vou arrumar um lugar na casa para você
ter total privacidade para trabalhar e...
— Não! — engulo o café e o corto. — Não quero que tenha
nenhum trabalho comigo. Faço meu trabalho em qualquer cantinho
— digo, constrangida.
Ele me olha bravo.
— Está maluca, pequena? É seu trabalho e farei, sim, um
lugar apropriado para você trabalhar, afinal, te quero lá todo o
tempo que puder. — Finaliza e pisca para mim, coro.
Passamos o dia juntos e fazemos amor várias vezes. Estou
me viciando em Magno. Homem gostoso e carinhoso esse meu
namorado!
À tarde, arrumamos minhas roupas e a maleta com meus
materiais para trabalhar. Finalmente fomos para o lugar que,
segundo Magno, eu iria amar. É seu lugar favorito para recarregar
suas energias e poderei recarregar as minhas também, penso
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Capítulo 26
Raul Magno
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olhos de desgosto quando me lembro disso. A tratei como uma
qualquer, fui um imundo. Artur sempre teve razão.
Porra, Lisa é a mulher mais doce e pura que já conheci em
meus quarenta e três anos de vida.
Desço e vou para a cozinha, gosto de fazer as refeições com
Lili.
Ela já colocou a mesa e me sento, triste e carrancudo.
— Posso saber o porquê dessa carranca, senhor Raul Magno?
— Não! — resmungo, grosso.
— Me fale, agora, seu malcriado! — diz com as mãos na
cintura gordinha, com cara de brava.
Sorrio e corto um pedaço de pão fresquinho que ela faz todos
os dias. Essa mulher me mima demais. A amo muito.
— Lisa — falo, simplesmente.
— Sua namorada? — pergunta com um sorriso de orelha a
orelha.
— É. — Não estou com vontade de conversar, estou com
saudades de Lisa. Quero beijá-la muito e ficar com ela... agarradinho
e cheirando seu pescoço perfumado. Me recuso a pensar em
safadezas nesse momento. Somente abraçá-la já me deixaria em paz
e feliz. Porra!
— Tem gente aqui hoje que está mal-humorado, hein?
Levanta essa bunda musculosa da cadeira e vai atrás de sua
namorada, homem mole! — diz com cara de brava. Olho para ela e
de repente sinto o mundo ganhar cores e calor. Sorrio com tanto
prazer que doem os músculos do meu rosto. Me levanto num pulo,
corro, beijo Lili e saio em disparada. A ouço murmurar:
— Esses meninos! — Sorrio ao ouvir ela se referir a mim e ao
Artur como meninos. Dois homens maduros com mais de quarenta
anos no lombo.
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minha casa. Prometo. — Digo, fazendo suspense e ela me olha
curiosa.
— Me conta. — Pisca sedutora e gargalho. Ela acaricia meu
braço piscando sem parar e sorrindo.
— Não falo! É surpresa, menina curiosa! Garanto que certa
abelhinha vai surtar e produzir muito mel para mim... — Falo cheio
de malícia, deixando-a ainda mais curiosa. Estamos quase chegando.
Viro a rua arborizada e cheia de ipês coloridos e ela suspira
de prazer. Olho para ela em expectativa.
— Magno! Meu Deus! — Ela coloca a mão na boca,
encantada. — Olha o chão, querido, parece um tapete de flores. —
Seus olhos brilham de encantamento, dá para ver a alegria
estampada em seu rosto delicado.
Reduzo a velocidade para que ela possa apreciar melhor.
— Posso descer e ir a pé até sua casa, meu amor? —
Gargalho alto com seu jeitinho doce de falar.
— Depois voltaremos, querida, e você pode passear o quanto
quiser — prometo, tomado de amor por essa pequena mulher.
— Combinado. — Segura minha mão, e quando paramos em
frente à minha casa de vidro, vejo ela engolir em seco.
— Meu Deus! Morri e estou no paraíso! Magno? Tem árvores
dentro de sua casa? Como assim? — fala abrindo a porta e sai
correndo, parando em frente à minha casa com as mãos na boca.
— Deus! — continua, estou parado ao seu lado, me sentindo
o homem mais feliz do mundo. Ela sente o mesmo que eu ao chegar
aqui, todas às vezes me encanto com o projeto arquitetônico dessa
casa. Engenhoso e belo. Sua integração com a natureza a torna
única.
— Então, minha doce namorada, gostou? — Seguro-a pela
cintura, por trás, e esfrego meu pau inchado em sua doce bunda.
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— A intenção é exatamente essa, querida. Venha, vou te
apresentar a Lili, minha segunda mãe e te mostrar o resto da casa.
Vai amar a parte de cima, da sacada dá para você colher cachos de
ipês — digo sabendo que ela vai adorar essa experiência.
— Colher flores da sacada? — pergunta com os olhos
brilhantes.
— Sim, pequena. Vem, vamos conhecer uma das mulheres
mais especiais de minha vida. — Ela me olha fixamente.
— Mulheres? — pergunta baixo e carrancuda. Sorrio, sem que
perceba, Lisa está com ciúmes. Ela entenderá com o tempo que não
precisa. Minha doce menina, matou-me para outras mulheres,
graças a Deus. Amo Lisa, mais que a mim mesmo. Renunciaria a
tudo que conquistei em minha vida por ela. Minha doce Lisa, meu
único amor.
— Sim, querida. — Digo simplesmente. — Você e ela são as
mulheres da minha vida. — Sorri mais relaxada e me estende a mão
cheia de flores. Caminhamos e deixamos um rastro de flores
amarelas, até chegarmos à cozinha. Me sinto em paz e tão feliz que
não tenho como dimensionar.
— Lili, trouxe minha pequena borboletinha para você
conhecer. Ela adora flores. — Vejo Lili sorrir de orelha a orelha.
Lisa, fica encabulada e muito corada. — Lili, minha namorada, a
mulher que conquistou meu coração, amor e fidelidade. Lisa, Lili, a
mulher que cuidou de mim quando mais precisei — falo engasgado
de emoção por ver juntas as duas mulheres que mais amo no
mundo.
Lili, mais desinibida, anda rápido e abraça minha pequena.
— Prazer, minha filha, não sabe como fico feliz por ver que
finalmente meu menino tomou juízo e arrumou uma mulher
decente.
— Lili! — falo sem jeito e com receio de Lisa ficar brava
comigo.
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— Prazer, Lili. Sei que esse jovem senhor não foi flor que se
cheire. Mas agora espero de coração que tenha tomado jeito. Pois
não gosto de mentiras e traições. — Diz abraçando Lili e não vê o
quanto fico pálido.
Me encosto na parede e sinto falta de ar. Abaixo a cabeça
suando muito. Passo as mãos tremulas pelos cabelos e quando
levanto o olhar, vejo-as me olhando assustadas.
— Magno! — Lisa corre para meu lado e me olha assustada.
— Raul! — Lili chega rápido e coloca a mão em minha testa.
Lisa me olha e franze a testa, me arrepio até a alma.
— Raul? — Pergunta baixo, olhando-me fixamente. Me sinto
mal, completamente fodido.
— Raul Magno, filha — responde Lili, preparando um copo
com água para mim.
Olho para Lisa com o coração na mão e falo rapidamente o
que vem em minha cabeça.
— Lisa… — engulo seco. — Eu detesto esse nome, Raul.
Somente Lili o usa — digo, olhando feio para Lili. Ela me olha
consternada e balança a cabeça, como se me dissesse que comecei
mal, mentiras não prestam.
— Você não gosta de seu nome Raul Magnum? É um nome
tão lindo — diz passando a mão com suavidade em meu rosto e a
culpa me dilacera.
Lili me olha com censura e pede licença. Baixo a cabeça,
envergonhado.
— Filha, fica à vontade, vou fazer um almoço caprichado para
você e depois quero que experimente um doce de milho-verde que
fiz — diz para Lisa e me olha com desgosto. Me encolho e puxo Lisa
rápido, para sairmos dali. Meu coração espanca meu peito. Medo e
pavor.
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Sinto que vou perder Lisa com tantas mentiras que já contei.
A desgraça é ter que ir criando mais mentiras para cobrir as
primeiras. Fungo em agonia. Caralho! Entro em desespero e minha
vontade é de pegar minha menina e sumir com ela para um lugar
onde ninguém nos conheça. Preciso arrumar a porra dessa merda
que me enfiei até a cabeça. Estou atolado de mentiras até a alma.
Levo-a para o andar de cima.
Ela fica encantada com as paredes de vidro e corre para a
varanda. Pega nos galhos de Ipês que estão pesadas devidos aos
imensos cachos de flores.
— Magno! — grita segurando na mão um cacho gigante de
ipê-branco. — Esse é branco! O de baixo é amarelo. São lindos e
perfumados.
— Tem a cor rosa também, pequena, venha que te mostro. —
A levo até outra parte da casa, em outro quarto, onde o pé de ipê-
rosa está pesado de flores. Ela estende a mão e passa com
suavidade nos cachos. Vejo lágrimas descendo de seu pequeno
rosto. Como pode existir tanta perfeição em uma única mulher?
— Magno, nem se viver mil anos verei beleza como essa. —
Vem correndo e me abraça. — Obrigada por me proporcionar esses
momentos tão especiais e únicos.
Sinto como se uma faca fosse cravada bem fundo em meu
coração e meus olhos se enchem de lágrimas. Remorso e nojo de
mim mesmo, inundam minha alma. Essa mulher não merece um
mentiroso como eu. Porra! Mas não consigo abdicar dela, nem se
minha vida depender disso. Fungo e ela levanta a cabeça, e me olha
com seus lindos e ternos olhos coloridos.
— O que foi, amor? — Limpa meu rosto com suavidade.
— Nada... Lisa... abelhinha, não sei se te mereço. Você é
perfeita demais, meu amor. Tão pura e tão nova para mim... — Ela
coloca o dedo em minha boca.
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Capítulo 27
Lisa Melo
Não entendi o comportamento de Magno desde que cheguei
aqui. Ele está agindo de um modo estranho. Aquela alegria genuína
de quando saímos de meu apartamento parece que se perdeu logo
que chegamos em sua casa. Tem alguma coisa incomodando-o e ele
ter me omitido seu primeiro nome foi estranho. Aliás, tem algo muito
esquisito nesse meio e sinto uma fisgada dolorida em meu peito.
Está tudo perfeito demais. Arrepio com um presságio ruim.
Ele me disse que se chamava Magnum, depois Magno e agora
descubro que é Raul, seu primeiro nome… não gosto disso.
Quero uma explicação sobre isso. Mas resolvo deixar por
hora. Magno está muito abalado com algo e tenho que ajudá-lo no
momento e não cobrar algo. Nunca o vi assim.
Desço a procura dele e como não o encontro, vou à cozinha
onde Lili está terminando o jantar.
— Com licença... — peço educadamente — Ela se vira e me
olha com carinho.
— Oi, filha, tudo bem? — Olha-me preocupada quando vê
minha aflição.
— Não. O Magno ficou estranho de repente e desceu as
escadas quase correndo... não entendi o porquê. Gostaria de
conversar com ele, mas não o acho. Por acaso, você sabe onde ele
poderia estar? — pergunto, angustiada. Ela chega até mim e pega
minhas mãos.
— Sei, sim, filha. Magno sempre vai para lá quando quer ficar
sozinho e está com algum problema. — Me olha fixamente, vejo dor
em seus olhos. — Lisa, ele nunca namorou, está meio atrapalhado
e... — Olho incrédula para ela. Magno me disse, mas achei que
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estava sendo somente gentil em um momento de ciúmes de minha
parte.
— Ele nunca namorou? Com mais de quarenta anos? — Ela
sorri e sacode a cabeça afirmativamente.
— Sim, nunca namorou. Meu pobre menino, no quesito
relacionamento sério, é muito inocente. Isso está deixando-o
desestruturado e confuso. Magno sabe agir com perfeição somente
em relacionamentos sem compromisso, onde existe somente sexo —
me conta apertando minhas mãos com suavidade.
Meu coração sacode de amor por esse homem que quer
amar, mas não sabe bem como fazê-lo.
— Me leve até onde ele está, Lili? — peço, ansiosa para
encontrá-lo.
— Claro, filha. Venha, vou levá-la até a metade do caminho.
— Puxa-me pela mão e quando saio da casa, me encanto com o
tapete de flores que contorna o lugar. Que lugar esplendoroso é a
casa de Magno.
Caminhamos entre os Ipês e ela aponta uma árvore com
alguns frutos vermelhos.
— Lá, filha, debaixo do pé de maçã. Magno adora aquele
lugar. — Vejo-o sentado no banco com a cabeça nas mãos.
— Cuida bem dele, Lisa. Esse homem já sofreu muito na
vida. Apesar de às vezes fazer muitas merdas e meter os pés pelas
mãos, agindo impensadamente. Meu Magno tem um coração de
ouro. — Sorri com tristeza e lágrimas nos olhos, saindo em seguida.
Caminho sem fazer barulho até chegar perto da macieira.
Paro e meu coração quebra quando o vejo soluçar alto. O que será
que está machucando tanto esse homem?
— Amor... — chamo baixinho e com carinho.
Ele retesa o corpo e fica imóvel.
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coisa, me dará chance de explicar e me redimir? — Estranho essas
perguntas, mas como quero vê-lo feliz e tirar esse peso que vejo em
seus olhos, concordo.
— Prometo, sim, meu amor. Só te peço que nunca me traia
ou minta para mim, por favor. — Odeio traições e mentiras. A pouco
cor que tem no rosto, some. Ele fica esverdeado. Pobre, Magno.
— Prometo a você que jamais mentirei... — Raul baixa a
cabeça muito pálido e vejo lágrimas em seus belos olhos. — Juro
sempre te dizer a verdade, e minha fidelidade é sua enquanto eu
viver, meu amor. Eu juro. E já te peço perdão, adiantado, por tudo
que fiz em relação a você e a outras pessoas no meu passado fodido
— sussurra consternado. Pego suas mãos frias e trêmulas.
Sorrio feliz e o puxo para um abraço.
— Combinado! Agora quero que me mostre tudo aqui, esse
lugar é lindo demais, Magno. Um verdadeiro paraíso. — Ele me beija
com desespero.
— Quero você, Lisa, eu preciso estar dentro de você, meu
amor, ou juro que vou morrer... — Levanta-me e abre seu zíper,
coloca seu pau duro e inchado para fora, levanta meu vestido e
empurra a calcinha para o lado.
Passa a ponta do dedo em minha boceta que está úmida e
pronta desde cedo, fecha os olhos e sorri feliz.
— Sempre molhadinha e pronta para mim. Não é, meu amor?
Me segura e entra todo de uma vez, fica quietinho dentro de
mim. Tremendo de prazer. Começo a rebolar em seu pau, ele fecha
os olhos e geme alto. Beijo sua barba molhada com suas lágrimas e
sinto seu dedo massageando meu clitóris. Meu corpo sacode de
prazer, sinto ele desabotoar meu vestido e chupar meus seios com
força.
— Perfeitos. Lisa, seus seios são perfeitos! Brancos como leite
e bicos rosados e pontudos como adoro, meu amor. — Chupa
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Capítulo 28
Raul Magno
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que todas as porras das propostas indecorosas foram feitas por mim.
Estremeço.
Já quis contar a ela várias vezes, mas o medo de Lisa me
deixar sempre vencia no final. E com isso ia adiando...
Hoje estamos em minha casa, ela adora vir para cá. Lili a
paparica demais e enche meu peito de orgulho ver as duas tão
unidas.
Já tomei banho e estou aqui de pau duro esperando minha
menina.
Ela não tomou banho comigo, estava ajudando Lili a testar
uma nova receita.
Quando a vejo sair do banheiro vermelha devido ao banho
quente, meu pau sacode com força.
Ela sorri e pisca para mim.
— Vem cá, meu amor, senta em pau... — Pisco e pego meu
mastro duro, balançando malicioso para ela. Quando cora, não
resisto e pulo da cama pegando e jogando-a na cama.
— Sua gostosa provocadora. — Arranco a toalha, olho com
desejo seus seios médios, deliciosamente quentes e macios. Agarro
os dois e amasso com gosto, ela geme e esfrega sua bocetinha
depilada e macia em minha perna.
Meu pau anseia entrar, mas vai ter que esperar. Hoje quero
minha borboletinha gozando somente comigo chupando seus seios.
Começo o ataque sem dar tréguas a Lisa.
Sei que adora quando a faço gozar mamando com desespero
e luxúria. Chupo seus seios, mordendo-os com força. Assopro e sugo
com gula somente o bico inchado, sinto ela tremer e sacudir o
pequeno corpo gozando deliciosamente. Aproveito, entrando com
tudo em sua bocetinha ainda mais apertada pelo gozo. Estoco com
desespero e força, vejo seus seios inchados subirem e descerem
enquanto estoco, à procura de meu prazer. Ela fecha os olhos e
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gemo alto. Meu pau engrossa e despejo dentro dela minha seiva
morna e grossa.
Desabo em cima de minha mulher e fico quietinho. Viro-me
para o lado, arrastando-a comigo.
— Eu te amo, minha Lisa. Você é meu coração e único amor,
até meu último suspiro de vida. — Digo a ela com emoção.
— Eu também, meu príncipe gostoso — fala, acariciando meu
topete. Sorrio, Lisa sempre repete o quanto é lindo meu topetão!
Vou deixá-lo arrastar no chão. Sorrio de lado e mordo seu pescoço.
Ela dá uma risadinha luxuriosa e começamos tudo
novamente. Mulher gostosa da porra, essa minha santa deliciosa.
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contar tudo para Lisa. Essa omissão está me incomodando demais e
o simples pensamento de perdê-la me deixa insano.
Tem noites que perco o sono pensando nisso. Já tentei contar
a ela várias vezes, mas não consigo. Travo sempre.
— Quero visitar minha amiga Lisa, perdi o contato com ela.
Acho que trocou o número do telefone. — Quando diz isso, me
lembro que a presenteei com um iPhone. Aproveitei e sugeri a Lisa
trocar o número. Não foi por malícia, mas para ela ter um pouco de
sossego. Muitas pessoas ligavam para ela querendo uma ou outra
peça. Lisa sempre tinha que justificar, dizendo que tinha contrato de
exclusividade com a loja que trabalhava. Vi que isso a incomodava.
Mas como Lisa, era muito educada para mandá-los se foderem, às
vezes ficava muito tempo no celular explicando o porquê não
trabalhava assim. Às vezes chegavam até a agredi-la com palavras
quando dizia que não podia fazer.
E isso calhou, porque assim, Artur não poderia falar com
minha Abelhinha… até eu consertar as merdas que fiz. Eu adicionei
todos os contatos, menos o dele, e como Artur disse a ela que ficaria
um tempo sem entrar em contato, ela não desconfiou. Mais uma
mentira. Merda!
Eu mesmo iria contar tudo a ela. O mais rápido possível. E se
Lisa metesse o pé no meu rabo miserável, a reconquistaria, nem que
para isso levasse minha vida toda rastejando.
— Vou organizar aqui e ver como estão as coisas por aí, e
retorno em breve, combinado, Artur? — Tento fazê-lo desistir por
hora dessa ideia de vir para cá. Vou resolver tudo antes, se ele vem
sem eu contar a verdade para Lisa, estou fodido.
— Combinado, Raul, e como anda as orgias sem seu amigão,
aqui? — pergunta, debochado.
Sinto o sangue fugir de meu rosto quando vejo Lisa na porta
sorrindo suavemente.
— Bem, muito bem... — Entro em pânico.
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Capítulo 29
Lisa Melo
Os dias vão passando e cada dia que passa amo ainda mais
Magno. Ele se tornou essencial em minha vida e agora fico mais em
sua casa do que em meu apartamento. Quando digo que vou ficar
um final de semana em meu apartamento, meu namorado
possessivo surta.
Pego meu Iphone, presente de Magno e passo a lista de
conhecidos. Estranho. Cadê o Artur?
Meu amor se esqueceu de adicionar o número de Artur em
meu novo telefone. Ainda bem que conferi e corrigi esse
esquecimento. Quero muito conversar com meu amigo, sinto
saudades de nossas longas conversas.
Aproveito e ligo para Artur e conversamos muito, conto a ele
que estou namorando e ele fica muito feliz por mim. Me disse que
conheceu uma mulher muito especial no Rio e que está adorando
trabalhar em outro estado.
— Quando você virá me visitar, Artur? — pergunto, sentindo
muitas saudades dele.
— Em breve, querida. Estou todo enrolado com essa mulher e
ela está me dando muito trabalho — diz divertido.
— Artur Campelo! Nada de safadeza com a mulher, respeite-
a, ouviu? Não seja influenciado pelo mau-caráter de seu chefe —
digo, carrancuda e com ranço do patrão de Artur.
— Claro que não, Lisa. Isso não faz parte de minha essência e
do meu caráter — fala baixinho e triste. — Mas meu amigo é uma
boa pessoa, querida. Tirando o complexo de deus, é um ser
humano, incrível. É um homem prestativo e justo. E quando ele
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ama, a pessoa tem sua devoção e fidelidade eterna, já te disse isso.
O caso com você foi um vacilo que ele cometeu. — Artur defende o
amigo, asqueroso e cafajeste.
— Não quero falar desse homem, tenho asco dele. Odeio
pessoas que acham que dinheiro pode comprar tudo. Vamos mudar
de assunto. — Digo, ficando nervosa quando lembro do sem-
vergonha que queria pagar para transar comigo. Infeliz pervertido!
— Ok, querida, pode se acalmar, vamos mudar de assunto —
fala, rapidamente.
Conversamos mais de uma hora de tudo um pouco, e por fim,
desligamos, prometendo ligar novamente em breve.
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pessoas que trabalham para ele.
Muitas vezes o vi gritando nervoso ao telefone, com um
funcionário que trabalha para ele em outro estado.
Teve uma noite que acordei e ele estava de pé na sacada
chorando baixinho.
— Magno, o que aconteceu, meu amor? — Ele simplesmente
me abraçou, me pegou no colo e dormiu agarrado comigo, me
dizendo sem parar que me amava.
Comecei a notar que ele fica assim todas às vezes que
conversa ao telefone com seu empregado… aquele que trabalha em
outro estado. Perguntei se havia algum problema e ele negou
veementemente. Disse-me que era somente um contratempo nas
obras. Sua palidez, mãos e voz tremulas diziam o contrário.
Comecei realmente a ficar atenta, tinha algo muito errado e
iria descobrir.
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Capítulo 30
Raul Magno
Vou contar tudo a ela esse final de semana. Sem falta. Ela
saberá em como fui um canalha com ela. Engulo seco e um gemido
agoniado sai de minha garganta.
Faço esse juramento e me sinto com um pouco mais de paz…
mentira, estou apavorado.
Minha menina não merece viver comigo sem saber de tudo,
preciso virar homem e resolver logo isso.
Hoje Lisa se levanta cedo, claro que fazemos amor antes de
levantarmos. Não perco nenhuma oportunidade de estar dentro de
Lisa. Ela é meu mundo.
Minha Borboletinha foi entregar suas mercadorias e não me
deixou levá-la. Disse que passaria em seu apartamento e daria uma
boa faxina nele. Aproveitaria e deixaria as janelas abertas para
arejar o ambiente. Escolheria mais pedras para trazer para cá, pois
tinha vários desenhos de novos projetos para fazer.
Com o coração na mão, vejo Lisa partir em seu carro. Fico
atormentado para trás, com minha rede de mentiras. Sinto falta de
ar e inspiro fundo várias vezes para me acalmar. Toda vez que ela
sai sem mim, fico com a impressão de que estou perdendo-a. Deve
ser o remorso de viver em meio a tantas mentiras e omissões.
Fico um tempo aqui para me acalmar, com a certeza de que
não deixarei mais passar desse final de semana. Finalmente contarei
toda a verdade para Lisa. Quero me casar com ela, mas antes
preciso resolver esse poço de lama que mergulhei…
Ainda que o medo e pavor esteja me consumindo por dentro.
Quando contar tudo a ela, aproveito e peço-a em
casamento… claro se ela me perdoar e não me mandar para o
inferno.
Lisa é tudo para mim, ela não fará isso comigo. Repito isso
sem parar.
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Me levanto, pego uma maçã e mordo, me lembrando do dia
em que Lisa veio aqui e me viu quebrado. Sorrio tristemente. Meu
coração transbordando de amor por essa mulher.
— Esse sorriso eu conheço, é de um homem completamente
apaixonado e entregue. — Congelo no lugar ao ouvir a voz que tem
me tirado o sono ultimamente.
— Artur? Mas que porra faz aqui? — pergunto suando frio,
coração retumbando, e irado ao mesmo tempo.
— Não sabia que tinha que pedir permissão para visitar meu
irmão — diz com desgosto, me olhando sério. Me arrependo e tento
me justificar.
— Porra! Não me avisou... e deixou o trabalho no Rio... —
falo, mas sem argumento algum.
— Tranquilo, irmão, está tudo sob controle. Agora vem, me
conta quem foi a sortuda que laçou o homem mais puto e
escorregadio da terra. — Puxa-me para um abraço. Se fosse em
outra época o abraçaria com prazer, mas agora o desespero me
toma. Medo de Lisa descobrir tudo e receoso de Artur me partir a
cara. Porra, estou fodido! Vou magoar e perder as pessoas que mais
amo no mundo… engulo seco, em desespero.
Ele me puxa e saio andando igual a um robô, o medo me
paralisa, corta meus movimentos fluidos.
— Lili! — Entra já gritando na cozinha e abraça nossa mãe,
enchendo-a de beijos.
— Artur! Que saudades, meu menino! Você está mais magro.
Não comeu direito? — diz, brava e zelosa, como sempre.
— Estou bem, Lili, só trabalhando demais. — Sorri e a beija
no topo da cabeça.
— Ainda bem que estou fazendo uma canja bem temperada
com galinha caipira. Quero ver vocês três comendo muito! — fala,
satisfeita.
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que voo na parede e caio sentado. Sinto o sangue escorrer de meu
nariz e pingar em minha camisa branca.
Fico calado, olhando Artur impotente e deixo-o descarregar
sua raiva com toda razão em cima de mim. Ele me puxa novamente
e me acerta mais socos no rosto sem dó.
— Caralho, tanta mulher para você comer e tinha que
continuar com seu plano de destruir a vida da Lisa? Maldito
desgraçado, fodido! Você, Raul Magno, não vale nada! Te implorei
tantas vezes para desistir... — Mais murros, eu já estou ficando
tonto, mas não reajo, Artur tem toda razão. Eu sou um escroto e
mereço ir para o inferno. Choro baixinho e as lágrimas se misturam
com o sangue, minha camisa e calça estão avermelhadas.
Sinto meu rosto e peito arderem pelos murros que recebo de
Artur. Mas somente baixo minha cabeça e ouço-o me destruir com
palavras, calado, derrotado e desejando morrer nesse momento. Vou
perder a única mulher que amei em toda minha vida e tudo por
culpa de minha obsessão e mentiras. Soluço. Sinto meu coração
doer com força e lágrimas me cegam com abundância.
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Capítulo 31
Lisa Melo
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Abro um pouquinho a porta e pela pequena greta, vejo Artur
dar um murro tão forte em Magno que ele despenca no chão, e
sangue jorra de seu nariz, em abundância. Artur o segura pelo
colarinho e o puxa com brusquidão. Ele está gritando como um
louco e com uma ira descomunal. Nunca o vi assim, sempre foi tão
dócil.
— Raul? Cara? Não vai me dizer que… porra! Porra! Seu
desgraçado, maldito! — grita irado e muito vermelho. — Você fez
exatamente o que disse que faria! Filho da puta miserável! — O
vejo dar um murro na mesa com força, gritando e avançando sobre
Magno com ira.
O que me deixa encabulada e sem entender é a aceitação de
Magno em relação à ira de Artur. Os dois são gigantes e se Magno
quisesse, poderia ter revidado com facilidade. Mas ele não reage e
vejo lágrimas descendo de seus olhos. Quero entrar e tirar meu
amado dessa situação tenebrosa, mas algo me segura...
— Caralho, tanta mulher para você comer e tinha que
continuar com seu plano de destruir a vida da Lisa, cacete! Você,
Raul Magno, não vale nada! Te implorei tantas vezes para desistir...
— Minha alma gela e começo a tremer. Me agacho, porque minhas
pernas fraquejam. Continuo ouvindo os dois, mas suas vozes
pareciam vir de longe. Meu coração racha de uma maneira
angustiante. Ouço mais murros sendo dados em Magno… Raul… ou
Magnum? Afinal, qual é seu nome verdadeiro? Meu Deus, são tantas
mentiras.
Lágrimas já descem em cascatas por meu rosto. O homem
que vejo e não conheço, que chamo de namorado, não reage, e
Artur continua espancando-o. E ele continua calado, com a
expressão de derrota estampada em seu rosto todo machucado e
coberto de sangue… já começando a inchar.
— Eu me apaixonei por ela, Artur, eu juro — Magno diz com
voz baixa e com um soluço que sacode seu corpo grande e muito
machucado.
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que namorava, e me entreguei por inteiro, me tratou como
mercadoria barata, mentiu, traiu... meu namorado... Magno.
Abaixo a cabeça e enfio entre os joelhos, e choro com berros
angustiantes. Meu coração está doendo, quebrado, sangrando e
ainda me sinto suja e usada.
Ouço passos correndo e alguém me puxa para cima, olho e
vejo Artur me amparar e Magno, Raul, Magnum... sei lá o nome
certo desse desgraçado, me encarar com um olhar assombrado.
Suas lágrimas misturam-se com o sangue que escorre de seu
nariz e sua camisa branca está vermelha.
Ele me estende a mão e vejo que está tremendo.
— Lisa... me perdoe, eu te amo... — Olho para ele com tanta
decepção e desgosto que ele desvia os olhos. Artur me aperta os
ombros com suavidade.
— Conta para ela todas as suas mentiras e tramoias, Raul,
seja homem! — Artur ordena, irado.
— Lisa... — Magno cai de joelhos e coloca as mãos postas,
ele me olha de baixo para cima.
— Me perdoe, meu amor. Eu não sabia o que era amar, nunca
namorei. Só trepei. — Seu rosto inchado e azulado está muito
machucado, mas não tanto quanto meu coração. — Trocava de
mulheres como mudo de roupas, não as valorizava. Fiz coisas que
me envergonho somente de pensar. Fui um verme, menti, trapaceei,
queria te comer... desculpe, queria você a todo custo quando te vi
pela primeira vez… naquele sinal, perto de sua casa, com dois
grandes buquês. Mandei Artur te seguir e descobrir tudo sobre você.
Tenho um dossiê...
Meu coração continua sendo esmagado a cada palavra que
sai de sua boca e sinto tanta dor que parece que vou ter um infarto
aqui e agora. Coloco as mãos no coração e fecho os olhos. Ele
hesita, mas toma impulso e continua falando e chorando.
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foi você, somente você, Lisa. Me perdoe, por tudo que é mais
sagrado nesse mundo. Deixe-me te mostrar meu amor e
arrependimento, Lisa. Eu apaixonei-me por você, seu carisma, sua
honestidade, carinho e amor. Artur… perdoe-me também, meu
amigo. Me ajuda… diz para ela que nunca amei outra mulher. Você
me conhece. Por favor, me ajude! — Magno olha de mim para Artur,
com sofrimento, rasgando e distorcendo seu rosto.
— Raul, eu te avisei tanto, meu amigo. Porra, por que não me
ouviu? — Limpa os olhos molhados e me olha com compaixão.
— O que você quer fazer, pequena? — Olho para baixo e
enxugo minhas lágrimas, quero esquecer esse casulo de mentiras
que vivi com esse homem.
Caminho até Raul e olho bem dentro de seus olhos.
— Raul Magno, eu te amei, confiei em você, me doei por
inteira. Dei tudo de mim, meu corpo, coração, confiança, lealdade.
Mas você pisou em tudo isso com esse emaranhado tão grotesco de
mentiras. Eu não vou negar, ainda te amo, mas a partir de hoje, juro
a você que minha missão de vida será tirá-lo de meu coração e vida.
Você, Raul Magno, está morto para mim a partir de agora. — Vejo-o
empalidecer mais ainda, se encostar na parede e tombar a cabeça
sem forças. Observo à minha frente um homem que se perdeu e se
quebrou em meio a tantas mentiras e arrogância.
Viro para Artur.
— Me tire daqui, Artur, por favor. — Caminho para fora
daquela casa maldita com a cabeça erguida e o coração em
pedaços. Olho para trás e vejo Magno prostrado, me olhando sem
brilho nos olhos, o rosto inchado e coberto de sangue. Suas lágrimas
descendo em cascatas por seu rosto castigado. Seus olhos sem
brilho e mortiços ainda me assombrarão por muito tempo.
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Capítulo 32
Raul Magno
O preço de minha covardia e rede de mentiras sai caro. Perdi
a única mulher que amei na vida.
Lisa descobriu tudo da pior maneira possível. Não deu para
explicar, ou melhor, eu adiei por medo. Lisa não quis me ouvir. Eu
sabia que ela agiria assim, pois odeia mentiras. Por isso protelei
tanto.
Tinha medo de acontecer exatamente isso. Ela me deixar…
me sinto morto por dentro, sujo e sem esperanças. Acabado.
Sozinho. Vazio.
Levanto-me de onde Lisa me deixou horas atrás e arrasto até
meu escritório. Tento ligar para ela com desespero, dezenas de
vezes, deixo montes de mensagens... e nada. Clamo, suplico e
imploro seu perdão. Ela não responde, nem visualiza as mensagens.
Ligo em desespero para Artur que também me ignora.
Pego uma garrafa de uísque e bebo no gargalo mesmo,
quando percebo o líquido já está no fim. Fecho os olhos e meu
estômago arde. Vomito no chão, pois estou sem comer há horas. Me
levanto e pego outra garrafa e saio me arrastando. Tento subir as
escadas e caio batendo a cabeça na quina. Sinto o sangue descendo
por meu rosto e pescoço, morno e pegajoso. Olho para o chão que
começa a tingir-se de vermelho. Sorrio e jogo a garrafa na parede.
— FODA-SE!
Vejo Lili correndo e me olhando escandalizada, sua cesta de
frutas cai espalhando maçãs e laranjas para todos os lados. Sorrio e
soluço, Lisa adora maçãs, assim como eu.
— Raul, meu filho! O que aconteceu? — pergunta já
chorando, limpando meu rosto ensanguentado e muito machucado
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com delicadeza.
— Lisa me deixou, mãe… Artur a levou de mim. Filho da puta!
Eu vou matá-lo, assim que me recuperar e Lisa voltar para mim. —
Tento me levantar e tudo roda. — Quero Minha Lisa de volta, vou
buscá-la, agora. — Tento me levantar mais uma vez e meu
estômago embrulha novamente. Vomito somente a bebida que
ingeri… Olho a merda que fiz, caio na risada. De repente começo a
chorar sem parar. Estou uma bagunça e com nojo de mim mesmo.
Podre em todas as áreas. O grande Raul Magno, CEO milionário,
mentiroso do caralho e puto ao extremo… mergulhado em uma poça
de vômito e chorando igual um desgraçado derrotado que é. De que
adianta tanto dinheiro se o que realmente quero e importa para
mim, meus milhões não pode comprar? Daria tudo para ter minha
Lisa, seu amor e perdão de volta. Começo a chorar novamente sem
controle algum, alto e bradando aos gritos por Lisa, sem vergonha
alguma. Lili respeita meu desespero. De repente, raiva me toma e
começo a esbravejar.
— Sou um lixo, Lili. Um verme imundo e asqueroso. Perdi a
mulher da minha vida, a única que amei, por ser um desgraçado,
puto e vagabundo. — Ela me fita com tristeza, mas não me
interrompe. Continuo a jorrar merdas pela boca. — Porra! Eu sou
um obcecado, prostituto e mentiroso do caralho. Lisa me disse que
morri para ela. — Soluço e recomeço a chorar. Lili me olha agora
com pena e tenta me levantar, sem sucesso, é claro. Sou grande
demais e muito pesado, ainda mais bêbado.
— Não, Raul... tudo nessa vida tem jeito. O importante é que
você mudou, meu filho. — Tenta me consolar.
— Para mim, não, a merda que fiz foi muito grande. Ela não
vai me perdoar nunca, Lili. Menti, tripudiei, manipulei, a tratei como
uma prostituta, no início. Minhas intenções iniciais eram vis,
maquiavélicas. A coloquei no mesmo nível de minha devassidão, a
tratei como tal... não vou me perdoar, nunca! Artur me avisou, ele
me avisou, Lili. — Ela vai correndo para a cozinha e volta com um
pano úmido e um copo com água.
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— Toma, meu filho. — Pego a água e bebo, enquanto isso Lili
limpa meu rosto com suavidade, dói pra porra.
— Lili, liga para ela e diz que me arrependi, me ajuda... por
favor! — imploro completamente desesperado.
— Calma, Raul, vamos subir, você vai tomar um banho e
amanhã tudo parecerá melhor que hoje. Prometo a você. — Tenta
me consolar.
— Não vai, Lili. Sem Lisa em minha vida, nada será bom.
Nunca mais! Ela levou meu coração. — Coloco a cabeça entre as
mãos e choro com desespero. Meus olhos ardem inchados, minha
garganta está machucada devido aos berros que dei. A porra da
cabeça dói tanto que parece que estão enfiando brocas nela por
todos os lados. Continuo murmurando o quanto sou um verme
imprestável.
Lili me ouve com paciência enquanto lamurio e choro sem
parar. Finalmente consegue me levar para o banheiro me obrigando
a tomar um banho.
Quando termino saio tonto, com muito enjoo, tombo na cama
e apago.
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Capítulo 33
Lisa Melo
Saio da casa de Raul Magno, destruída e amparada por Artur.
Ele me leva para casa em silêncio. Quando chegamos, me olha
pedindo permissão para subir e deixo. Chegamos e entramos.
— Lisa, nunca concordei com as atitudes de Raul em relação
a você, sabe bem disso, não é? — Balanço a cabeça em
concordância, me sentindo vazia. — Mas, pequena, ele agiu feito um
louco com você. Sinceramente não entendi tanto empenho para ter
uma mulher. — Olho para ele com raiva. — Ele baixa a cabeça
constrangido. Quando me olha nos olhos vejo sinceridade e tristeza
genuína em Artur. — Raul surtou de uma maneira irracional,
pequena, e passou a agir de uma maneira descontrolada.
Sinceramente Lisa, nunca vi meu amigo, ser tão imprudente na vida.
Ele é sempre ponderado e frio em relação a tudo em sua vida. —
Artur suspira e seus olhos avermelham. — Lisa, nunca vi Raul fazer
esse tipo de coisa tão engenhosa e elaborada para ficar com uma
mulher. Querida, ele sempre teve todas que quis com muita
facilidade... — Murmura constrangido e com olhos assombrados. —
Mas com você, ele agiu de maneira totalmente diferente e
imprudente. Teve que lutar, ainda que de maneira insana e
desonesta. — Uma lágrima escorre de seus olhos. Artur segura meu
queixo com suavidade e fita meus olhos com seriedade. — Raul
realmente sentiu algo diferente por você, Lisa. Mesmo que no início
não tenha admitido. Conheço meu amigo. — Enrijeço. Ele percebe.
— Querida, não estou defendendo o Raul aqui, sei que ele foi longe
demais em seus planos… mas por favor, pare e pense. Se ele não
tivesse um interesse diferente e genuíno por você, acha que teria
elaborado um plano tão complicado e mexido com tantas pessoas
para atingir seu objetivo? Pequena, o homem me mandou para o Rio
de Janeiro e nunca me deixava voltar. E olha que insisti, viu? —
tenta brincar, mas não acho graça. — Quando conversávamos, eu
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sentia um Raul diferente, mais alegre, mais satisfeito. Ele sempre foi
carrancudo, frio, centrado e vivia somente para o trabalho. — Choro
sem me conter. Uma dor silenciosa toma conta de minha alma.
Lágrimas deslizam de meus olhos em um grito silencioso de dor e
coração esmagado.
— Ele ia para orgias e tinha mulheres aos montes... — Dói
pensar em Raul com outras mulheres.
— Sim, meu doce anjo, eu também sou um puto e nem por
isso você me condena — fala, tentando brincar.
— Mas você não era meu namorado — sussurro , sentida,
dolorida.
— Sim, meu interesse em você sempre foi diferente de Raul,
pequena. Ele te vê como uma mulher maravilhosa, perfeita e sua
futura esposa. Anjo, ele faltou te pedir em casamento hoje. —
Sorrio sem felicidade alguma.
— Ele morreu para mim hoje, Artur — digo totalmente
quebrada. — E só não te risco da minha vida porque ele te enganou
também — arremato. Ele estremece. Endureço o coração. — Não
quero mais falar desse homem — falo limpando as lágrimas e
querendo encerrar esse capítulo feio da minha vida. Artur sorri com
tristeza e acena concordando.
— Tudo bem, querida, não vamos mais falar sobre ele hoje.
Estou doido para tomar um café. — Muda de assunto. Aceno e subo
para fazer seu café, Artur me segue. Conversamos sobre temas
mais fáceis, enquanto preparo a bebida.
Quero me deitar e nunca mais acordar. Só não peço ao meu
amigo para ir embora porque ele está tão baqueado quanto eu.
Necessito ficar sozinha.
Finalmente, Artur vai embora prometendo me ligar no dia
seguinte e me fazendo prometer ligar para ele se precisasse de
qualquer coisa.
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Minha noite foi infernal, chorei a noite toda enquanto me
lembrava das mentiras de Raul.
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Capítulo 34
Raul Magno
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verdadeiramente por ela. Somente um homem apaixonado faz
tantas merdas como você fez! — Troça o maldito. — E só vou
ajudar porque vejo que minha menina sofre por você, seu cafajeste
do caralho, obcecado e mentiroso — diz com um sorriso que
somente meu amigo dá, sincero e leal. Sinto meu coração aquecer
com suas palavras.
Sinto uma gota de esperança no meio do caos. Artur, voltando
a me tratar como amigo, além de, é claro, saber que minha menina
ainda me ama.
Me sento na cama e olho para Artur, o vejo meio distorcido,
bebi demais esse último mês.
Acho que estou mijando álcool, penso com desgosto.
— Ela disse que me ama? — indago, suando frio, com o
coração de quase meio século disparado no peito.
— Não, ela disse que te odeia. Mas consigo ver o que ela não
diz, ou seja, que te ama. A bichinha está sofrendo muito. Venhamos
e convenhamos, você foi um jumento desgraçado com a menina,
concorda? — fala baixinho e corado de raiva, me olhando dentro dos
olhos, sem piscar.
— Sim, fui um verme asqueroso, você tem toda razão, Artur.
Mas eu já a amava e não sabia. Por isso tanto trabalho para ficar
com ela, e quando vi que estava me envolvendo demais, disse a ela
que não dava para continuar e fugi. — Rasgo meu coração para ele,
sendo o mais verdadeiro possível.
— Gostei de ver esse pequeno traço de hombridade em você,
Raul. — Diz com uma pitada de zombaria e raiva. — Ela te deixou de
quatro, meu amigo, desde o primeiro dia em que a viu. Sabe que
nunca agiu assim com mulher alguma. — Concordo com Artur.
— Verdade. O que posso fazer para reconquistá-la? Se não
recuperar meu amor, que é minha Lisa, não tenho a menor vontade
de viver, Artur. Ela se tornou me mundo inteiro. — Arremato com
angústia e lágrimas nos olhos.
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Capítulo 35
Lisa Melo
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Mas Artur só fala de Raul quando eu pergunto algo…
disfarçadamente é claro.
Pego o imenso e cheiroso buquê, vejo que nele tem um
cartão. Abro e congelo no lugar. Meu pobre coração dispara e
começo a suar frio.
“Me perdoe, Lisa meu amor, te amo mais que minha vida.
Raul Magno.”
Fico irada com a ousadia desse ser que vive enfiado na
mentira. Verme! Jogo seu cartão de merda no lixo… as flores
também, com pesar e o coração na mão. Elas são tão lindas! Corro
para não vê-las no lixo.
Chego em meu ateliê e tento trabalhar. Mas não consigo fazer
nada, minha mente está no buquê e cartão…
Quando não resisto mais, desço correndo, pego o imenso
arranjo de flores e o cartão e releio mil vezes. Suspiro, sentindo um
calor delicioso no coração.
Coloco as flores em um jarro com água e guardo o cartão em
uma gaveta em meu quarto.
Será que ele desistiu? Finjo que está tudo bem e fico
esperando alguma manifestação de Raul... algo novo.
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Capítulo 36
Raul Magno
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Mando maçãs frescas, colhidas no pomar.
Não funciona.
Mando um gato siamês que sei que ama.
Não funciona.
Mando mais um monte de coisas e NADA FUNCIONA.
Começo a perder as esperanças e a beber novamente. Artur
tenta me consolar, juntamente com Lili. Mas estou machucado
demais para dar crédito a eles.
— Cara, você tem que ter paciência, depois de toda a teia de
mentiras que teceu em volta dela, o que queria?
Estou magro, descabelado, quebrado e quero morrer para
acabar logo com essa dor excruciante.
— Exatamente, filho. Você agiu com imprudência com a
menina e agora tem que ter paciência, como disse Artur.
Ouço eles falarem e baixo a cabeça arrasado e sem
esperanças. Lágrimas caem em abundância.
— Ela não vai me perdoar. Não vai… Porra! Já tem meses
que tento reconquistá-la, quando penso que estou conseguindo ela
se fecha. Eu fui desprezível... a entendo, e isso está me matando
aos poucos. Lisa... ela nunca quer falar comigo, nunca atende
minhas chamadas ou retorna as mensagens — falo, com a cabeça
entre as mãos, em completo desespero.
Lili e Artur se levantam e me abraçam. Soluço, sem
esperanças. Quebrado e arrasado.
Artur, como o grande amigo que é, está cuidando dos
negócios, não tenho cabeça para nada, somente reconquistar Lisa.
Estou obcecado, sou obcecado. Caralho de vida sofrida e miserável a
minha!
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perder a única mulher que amei para cair na realidade e ver o verme
que fui ao longo de minha vida de merda.
Olho a minha camisa branca folgada e calça jeans caindo,
mesmo usando um cinto. Emagreci muito nesses meses. Também,
só bebia e quase não comia. Tenho sorte de ainda estar de pé,
graças aos meus amigos fiéis e sempre presentes, Artur e Lili.
Pego minha carteira, chaves do carro e celular. Vou sair pela
primeira vez depois que levei um pé no rabo para aprender a virar
homem.
Desço as escadas, vejo Lili e Artur rindo de orelha a orelha,
contei a eles meu plano de reconquistar Lisa.
— Me desejem sorte, porque não sei quando volto. — Eles
vêm até mim e me abraçam.
— É isso aí, Raul. Você vai conseguir trazer Lisa novamente
para casa. — Artur fala e me dá tapas doloridos nas costas.
— Vem, meu filho, me dê um abraço e não volte sem Lisa.
Entendeu? — Aceno. Lili me beija, me sinto forte e preparado para
buscar minha menina. Já sei o preço alto que terei que pagar e
estou disposto. Fiz merdas demais.
Escolho o maior carro que tenho, Hyundai i30 preto e olho se
Lili colocou tudo que pedi. Confiro: saco de dormir, cobertores e
roupas. Beleza.
Entro no carro satisfeito e com muita esperança de que Lisa
me perdoe e me dê uma chance de mostrar a ela que prefiro morrer
a perdê-la novamente.
Coloco uma playlist que adoramos e já ouvimos muitas vezes
juntos. Para minha eterna vergonha, a primeira música que toca é
Mentira, de Adriana Calcanhotto. Caralho, o mundo não perdoa.
Que é pra ver se você volta.
Que é pra ver se você vem.
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— Vocês não estão mais namorando? — pergunta ,
desconfiado.
— Bem... — Coço a cabeça, decidindo contar a ele parte da
verdade e esperando que por um milagre que me ajude.
— Ela é minha namorada, mas me dispensou devido a umas
merdas que fiz..., mas adianto, não foi traição, ao menos com outras
mulheres — digo rapidamente.
— Você a trai com homens, então? — pergunta, pálido e dá
um passo para trás.
Não consigo controlar e dou uma gargalhada tão alta que
algumas pessoas que passam na rua me olham, assustadas.
— Não! Eu gosto de mulheres, cara. Foram certas omissões
de minha parte... bem, é isso! Preciso de sua ajuda, ela não quer
nem me ver, e isso está me matando aos poucos.
Ele me olha demoradamente e solta a merda que me afunda
mais um pouco.
— Realmente você está acabado, com cara de velho. Mas se
Lisa te dispensou, ela deve ter seus motivos e sou amigo dela e não
seu — o maldito diz, virando as costas e indo embora.
Chamo já desesperado.
— Lúcio... por favor! Eu preciso subir e conversar com ela,
explicar tudo novamente, e dessa vez vou convencê-la com meu
amor e sinceridade. — Ele continua andando.
— Não. — Fecha a portaria e entra. Safado, filho da puta! Eu
sabia que não iria ter sua colaboração, por isso o carro grande e
saco de dormir. Vou acampar nessa porra até Lisa se condoer e me
receber. Vou tentar explicar o inexplicável..., tenho certeza que meu
amor falará por mim.
Arrasto a bunda sem cueca no asfalto, se for preciso, para
Lisa me aceitar de volta. Para ter seu perdão e amor novamente,
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Capítulo 37
Lisa Melo
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Balanço a cabeça, faço um chá e volto a produzir meus
colares.
Horas depois, me levanto. Olho o relógio, já são quase duas
da manhã. Vou até a janela e vejo o carro de Magno no mesmo
lugar. Meu coração sacode, puta merda, ele está dormindo no carro,
mesmo! Sorrio e desço para dormir com uma alegria que me faz
querer cantar e pular.
Eu me deito e não consigo dormir. Só de pensar no
desconforto que Magno deve estar sentindo, me deixa agitada e
triste.
Me levanto, vou até a janela e vejo o carro coberto de sereno.
Deve estar gelado lá dentro. Tadinho. Volto para a cama e me forço
a ficar nela até o dia clarear, porque dormir será impossível.
Vou ficar firme, ele mentiu, trapaceou, me enrolou. Merece
sofrer mais um pouco.
Quando amanhece eu tomo banho, faço meu café e olho pela
janela discretamente. Vejo ele de pé em frente ao carro, olhando
para cima e meu coração dispara.
Deus, eu amo demais esse homem. Vejo-o tomando café em
um copo de plástico branco e comendo um biscoito. Termina,
jogando no lixo o copo vazio e entra no carro.
Fico de olho, percebo que nos horários de almoço e janta ele
vai para o shopping.
Já tem três dias que Magno está acampado em frente ao
prédio. De manhã ou à tarde ele sai e volta com os cabelos úmidos e
com roupas diferentes, acho que está tomando banho em algum
lugar.
Meu novo vício é ficar olhando e babando no homem da
minha vida. Raul Magno. Confesso que estou por um fio para descer
correndo e trazê-lo para eu cuidar e amar. Vejo que ele está magro e
pálido, mesmo de longe.
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Capítulo 38
Raul Magno
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— Fica tranquilo, Lúcio, não é uma gripezinha besta que vai
me derrubar. Meu caro, já passei por tantas coisas nessa minha vida
que essa dorzinha em meu corpo e cabeça não é nada — falo para
tranquilizá-lo. Mas me sinto moído de tanta dor no corpo e cabeça.
Dói até minhas bolas. Estou fodido. Minha vontade é de me deitar e
cobrir, estou sentindo muito frio.
Ele dá de ombros.
— Você é quem sabe, mas te aconselho a pensar melhor. —
Volta para dentro do prédio e fecha a portaria.
Entro no carro e sinto a ventania balançá-lo. Caralho, hoje o
céu vai desabar e provavelmente acontecerá um novo dilúvio na
Terra. Estou tremendo de frio dentro dessa porra gelada, mesmo
com o aquecedor ligado.
A chuva desaba e o mundo alaga, nunca vi tanta chuva em
toda minha vida. Tremo de frio, me enrolo em um cobertor
espirrando sem parar. Minha cabeça parece que vai explodir
enquanto o mundo explode lá fora de tanta chuva.
Deito e me enrolo ficando quieto, assim tanto a cabeça
quanto o corpo parecem doer menos.
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Capítulo 39
Lisa Melo
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— Alô? — Sua voz é fria, sei que não conhece esse número.
Soluço desesperada e tento falar.
— Lisa, aconteceu alguma coisa? — Fungo alto. — Querida?
— Pergunta agora temeroso e assustado.
— Sim, Artur, o Magno... — me descontrolo, caindo num
choro com soluços altos e doloridos de desespero.
— Lisa? O que aconteceu com Raul, pelo amor de Deus? —
Não consigo falar, Lúcio pega o telefone e fala com ele.
— Ele estava com febre e tossindo muito ontem. Hoje ele
continua no carro… já chamamos, batemos e ele não deu sinal
algum. — Vejo Lúcio ficar mais pálido ainda.
Me estende o telefone e pego.
— Lisa, você não sabia que ele estava passando mal? — Fico
calada com a consciência doendo por agir com tanta falta de
empatia e amor.
— Sabia…— Faz-se um silêncio assustador do outro lado.
A voz fria e cortante de Artur chega até mim e me quebra de
vez.
— Será que me enganei tanto assim com você, Lisa? Será que
aconselhei meu amigo a se humilhar para um monstro? — Choro
arrasada por saber que ele tem razão, fui um monstro.
— Não... eu o amo. Não fale assim, por favor... — ele desliga
e fico olhando o telefone com um arrependimento tão grande que
parece que meu coração vai ser arrancado sem anestesia.
O chaveiro chega e tenta abrir o carro, mas não consegue.
Nessa hora já estou sentada no chão, toda molhada e as mãos
sangrando de tanto bater no carro.
Vejo um veículo se aproximando em alta velocidade e assim
que para, Arthur pula do carro correndo para onde estamos.
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Trago rapidamente e quando entro no quarto, Magno já está
nu. Artur seca as partes de seu corpo que molharam.
Forramos a cama com um cobertor elétrico e macio e
cobrimos Magno com o outro. Busco paracetamol líquido, Artur e eu
conseguimos fazer com que Magno engula um pouco.
Busco álcool e vou fazendo compressas em sua testa, sem
parar. Magno está ardendo de febre. E assim passamos o restante
do dia e a noite. Quando amanhece, a febre de Magno finalmente
cede. Mas ele continuava dormindo, estava muito fraco e debilitado.
Subo correndo para fazer o café da manhã. Coloco a mesa e
como rápido alguma coisa, desço com o café para Magno. Aproveito,
peço a Artur para subir e tomar seu café.
Fico sozinha com Magno que ainda dorme, agora respirando
com mais facilidade e sem a maldita febre.
Passo a mão suavemente em seu rosto encovado e em suas
olheiras imensas. Engulo seco de tristeza. Pego seu imenso topete
coberto de fios brancos, que antes não existiam. Aliso com carinho
sua barba agora imensa, que também está coberta de fios grisalhos.
Sua expressão mesmo dormindo é sofrida. Tadinho do meu Raul
Magno, como meu amor sofreu. Meus olhos ardem.
— Como fui má com você, não é meu amor? — sussurro com
o coração apertado.
O quanto fiz esse homem sofrer? Penso com um nó na
garganta e vontade de chorar sem parar.
— Lisa... me perdoe... — Ouço sua voz baixa e fraca, mas
continua dormindo.
Sinto meu mundo afundar mais uma vez... acho que não vou
conseguir sair com vida desse sofrimento.
Pego sua mão grande e magra.
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garganta. Ele está começando a esquentar novamente e entro em
pânico.
— Fique calma, Lisa, vou passar um antibiótico para ele e
assim que começar a tomar, melhorará. Aconselho a comprarem o
mais rápido possível. — O médico conversa algum tempo com Artur,
mas não ouço nada. Pego a receita e vou comprar os remédios.
— Ei, aonde você vai, pequena? — Artur me barra e
pergunta.
— Buscar os remédios para Raul, ele precisa tomar rápido —
digo com a voz rouca de tanto chorar.
— Eu busco, querida, aproveito e acompanho Gustavo até o
carro. — Me beija e me despeço do médico. Corro para o quarto e
faço mais compressas de álcool na testa quente de Raul.
Canto, converso e peço perdão a ele sem parar. Me deito ao
seu lado e como tem duas noites que não durmo, adormeço
rapidamente de exaustão. Mas sem soltar a mão de Raul.
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Capítulo 40
Raul Magno
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— Sim, amor, sou eu. Artur foi buscar seus remédios, você
está com febre devido à garganta inflamada. — Murmura e acaricia
meu topetão. Arrepio de emoção.
— Lisa? — Repito seu nome baixinho. Ainda sem realmente
acreditar que é ela. Sou um homem perdido e sem esperanças… um
que cruzou o inferno devido a tantas mentiras.
— Sim, meu amor. Sou eu em carne e osso… com o coração
pesado por não tê-lo ouvido, e perdoado há mais tempo. Poderia ter
evitado todo esse sofrimento… — diz com tristeza estampada nos
olhos inchados.
— Lisa, é você mesmo? Estou em sua casa? Em sua cama?
Você me perdoou? — pergunto, sem realmente acreditar. Não quero
dar falsas esperanças ao meu pobre coração, já tão quebrado, e
depois ter que arrancá-las novamente.
— Sim, querido, você passou mal no carro. Artur, Lúcio e eu
o tiramos de lá com febre e desacordado. — Me conta com lágrimas
descendo e parando em seu queixo delicado.
— Me carregaram até aqui? — pergunto, incrédulo.
— Sim, e colocamos você peladinho para se aquecer nos
cobertores elétricos. Também fizemos você tomar paracetamol
durante a noite, fiz compressas e ao amanhecer sua febre cedeu,
mas voltou em seguida. O Artur chamou um médico, ele viu que sua
garganta estava inflamada e receitou antibiótico. Artur foi à farmácia
buscar, mas já deve estar voltando — fala de uma vez, sem parar
para respirar.
Olho encantado e com adoração para a mulher que me olha
com amor, minha doce Lisa. Quando penso em tudo que fiz e no
quão perto eu cheguei de perdê-la, gemo alto.
— Raul! — Se levanta, sentando-se ao meu lado.
Tento sorrir, mas dói tudo e fico sério e quieto.
Ela pega um copo de suco de laranja e me entrega sorrindo.
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melhorar, provavelmente ela irá desidratar — diz e sorri de orelha a
orelha. Meu coração está tão disparado que massageio o peito sem
perceber. Procuro-a com os olhos com ansiedade e uma pergunta no
olhar. Artur me olha com carinho e aponta para a porta com o
queixo.
— Ela foi preparar uma canja… não queria comer de jeito
nenhum. Tive que ameaçar e dizer que contaria a você e que isso o
deixaria triste… — Sorrio tão pateta que meu rosto arde.
— Então… Lisa, me perdoou? — pergunto baixinho , com
vontade de pular de alegria e ir atrás de minha menina.
— Perdoou, sim, filho da puta sortudo! E ainda se culpa por
você estar nesse estado deplorável, magro, pálido e feio pra cacete
— diz com seriedade, mas seus olhos brilham de satisfação em me
ver melhor.
— Ela não tem culpa de nada, eu que fui um merda e
mentiroso do caralho. Lisa é inocente. — Defendo-a com todo meu
coração. Tento me levantar para explicar para minha Lisa que ela
não tem culpa de nada.
Artur me empurra na cama.
— Nada disso, o senhor não aguenta no momento nem uma
gata pelo rabo. Então sossega sua bunda magra aí na cama. Daqui a
pouco ela estará aqui com uma canja e vocês conversam, estarei na
sala. Aliás, eu estou dormindo aqui no quarto de hóspedes. Me sinto
parte da família. — Pisca matreiro e sai rindo de sua piada besta.
Aguardo ansioso por Lisa. Quando ela entra, carrega uma
bandeja com uma tigela branca cheia de canja, suco de laranja e
fatias grossas de pão. Meu tão sofrido coração dispara faltando sair
pela boca de tanta emoção, amor e carinho. Como pude ser tão
miserável com essa perfeição de pessoa? Lisa, minha doce
borboletinha.
Nem que eu viva mil anos vou entender o miserável que fui
com ela. O que posso fazer é amá-la com tudo que tenho até meu
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último suspiro de vida. Isso eu posso e farei com prazer, será minha
meta de vida.
Sorrio tanto que dói meu maxilar.
Ela vem equilibrando a bandeja e não posso ajudar, não
consigo nem levantar os braços de tão fraco que estou.
— Olha a canja quentinha para meu amor — diz sorrindo e
me olha com seus olhos coloridos, transbordando amor e carinho.
Meu coração fica quentinho e coro de felicidade. Lisa me aceitou de
volta. Caralho! Ela me perdoou! Agora é meu momento de falar
tudo, sem omitir nada. Quero começar tudo do zero, somete com
verdades e amor.
— Lisa... amor... me perdoe por tudo... juro que jamais
mentirei para você... juro que a amarei enquanto viver... juro que
serei eternamente fiel a você... juro que será minha única mulher...
juro que morrerei te amando... você me perdoa, minha pequena? Eu
te amo tanto que chegar doer, Borboletinha. — Desabafo com medo
e lágrimas nos olhos.
Ela coloca a bandeja na mesinha ao lado da cama, se senta,
pega em minhas mãos e me olha nos olhos.
— Raul Magno, eu te perdoo de todo o coração, meu amado.
Eu te amo mais que tudo nessa vida, querido, viverei para te
mostrar isso. E te peço perdão por ser tão dura com você, meu doce
topetudo. — Coloco o dedo em seus lábios com o coração
transbordando amor.
— Não, amor, não diga isso, eu que fui o escroto da história.
Você foi só uma vítima inocente de um homem corrompido pelo
desrespeito com você e outras pessoas. Mas juro, Lisa, aprendi a
lição e você nunca se arrependerá de ter me dado uma segunda
oportunidade — digo com ardor e sinceridade em cada palavra
proferida. Falo do fundo do meu coração, com devoção e amor
genuíno.
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— Acredito em você, querido. Vamos combinar uma coisa,
agora para valer. Deixaremos o passado no passado e nos
concentraremos no presente. Viveremos com respeito e da melhor
forma possível, assim teremos um futuro brilhante e cheio de
alegrias — diz minha pequena, com sabedoria. Sorrio largamente.
— Trato feito, meu amor. A verdade, sempre a verdade, eu
juro. — Ela se inclina e beija meu rosto coberto de barba
emaranhada.
— Agora vamos comer essa canja deliciosa, que fiz
especialmente para o meu amor. Claro que comi também e está uma
delícia. Quero que fique curado logo, querido. — Derreto-me todo,
de amor, por minha Lisa. Ela senta-se ao meu lado e me dá
colheradas com suavidade, a canja mais gostosa que já comi em
toda minha vida. Que Lili jamais me ouça. Sorrio emocionado.
Quando eu termino de comer, suspiro saciado e feliz. Tomo
com prazer o suco de laranja com abacaxi que minha Lisa fez. Bebo
tudo, fitando-a nos olhos e dizendo, com meu olhar, que a amo mais
que tudo nessa vida, e em outras, se houver.
Ela limpa minha boca com carinho, usando um guardanapo
branco. Sinto meu peito expandir de felicidade e amor por essa
mulher. Fecho os olhos por um momento… agradecendo aos céus
pela oportunidade que estou tendo de reconquistar o que perdi com
minhas burrices, obsessão e mentiras.
Sinto o sono me tomar devagar, fecho os olhos feliz,
segurando a mão da mulher da minha vida com força. O medo de
perdê-la enquanto estou dormindo me faz agarrar sua mão e
prendê-la a mim.
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Capítulo 41
Lisa Melo
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— Não, somente a deixei na casa de uma conhecida por um
tempo… até superar o Raul. Era esse meu pensamento na época.
Toda vez que a via, chorava toneladas e sentia muitas saudades
dele. Como achei que não iríamos voltar, a deixei na casa dessa
colega por um tempo. — Digo triste por mim e Raul, sofremos tanto.
— E vocês voltaram? — Pergunta me olhando atentamente.
— Sim, resolvemos nos perdoar. Sinceramente, eu quero o
passado no passado, Artur. E meu Magno quer o mesmo — digo
sonhadora e quando percebo, sou esmagada em um abraço
apertado.
— Graças a Deus! Finalmente meu amigo e amiga terão paz.
— Sorri de orelha a orelha, me coloca no chão e me empurra.
— Agora vá, querida. Vai buscar a Lisinha antes que Raul
acorde. Porque se ele não te encontrar aqui, surtará com toda a
certeza do mundo.
— Claro, daqui a uns dez minutos estarei de volta. — Saio
quase correndo para buscar a gatinha.
Ligo para minha colega e digo que vou buscar a gatinha. Ela
me recebe na portaria com a gatinha, agradeço e volto quase
voando para casa. Devo ter demorado menos de dez minutos, com
certeza.
Quando chego, ouço gritos vindos de meu quarto.
— Cadê a Lisa? Onde caralho ela está? — Raul grita nervoso
e descontrolado. — Fale a verdade, porra, para de me enrolar, Artur.
Ela foi embora, não foi? Cacete! Vou atrás. Ela me perdoou,
caralho! Aconteceu alguma coisa enquanto eu dormia? — grita
alucinado.
— Já falei que ela foi buscar a Lisinha, você está surdo, cara?
— Artur responde com calma.
— Mentira! Ela deve ter pensado melhor e viu que não valia a
pena me perdoar, seu filho da puta! — Ouço ele fungar e entro
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— Sim, com você perto de mim, meu amor, eu sou feliz. Lisa,
eu sonho com você dormindo ou acordado. Nós dois fazendo amor,
casados, com filhos, envelhecendo juntos. Tudo com somente você,
querida. Somente você, meu amor. Quero tudo com você, Lisa Melo,
minha borboletinha, abelhinha e santinha! Você é meu mundo
inteiro, Lisa Melo. Eu te amo tanto... — Acaricia meu rosto.
Olho com carinho e amor para esse homem que teve que
atravessar um vale de trevas e espinhos para reconhecer seus erros.
Eu o amo ainda mais, por sua humildade em reconhecer suas falhas
e por sua firme perseverança.
— Simmmm! — respondo, transbordando de felicidade. —
Aceito! Quero tudo com você também, Raul Magno! Se isso não foi
um pedido de casamento, eu acabei de fazê-lo a você. Mas vou
repetir para não ter dúvidas. Raul Magno aceita ser meu esposo, pai
de meus filhos e que possamos envelhecer juntos e nos amarmos
até a eternidade? — Sorrio e vejo seus olhos se avermelharem.
— Simmm! Foi um pedido, sim, amor. E obrigada por me dar
essa segunda chance, Borboletinha. Enquanto viver, farei de tudo
para me redimir de tudo que te fiz. Prometo que te farei feliz. E
reforçando, adoraria ser seu esposo e pai de seus filhos. Vou adorar
fazê-los. Sinto saudades de sua bocetinha suave, macia, rosada e
quentinha — diz com cara de tarado, me beijando com ardor. Sorrio
e retribuo, mostrando a ele que estou mais que disposta em
colaborar.
Quando nos afastamos, me levanto com pesar e vou preparar
algo para Raul comer.
— Está na hora de seu antibiótico, amor, Artur te trouxe algo
para comer?
— Não, nada. Ele quer me matar de fome, meu amorzinho —
diz com um bico gigante e manha até na alma.
Artur grita da sala.
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Capítulo 42
Raul Magno
O tempo passa. Estou me fortalecendo da gripe e dor que me
assolava a alma de maneira desgraçada e miserável.
Lisa, minha borboletinha, me entope de comida e carinho.
Estou me sentindo um rei.
Quando Artur vem me zoar, Lisa o repreende severamente.
Ele sai de mansinho me fitando com olhos que prometem revanche.
Levanto meu dedo do meio todas às vezes sem Lisa ver, é claro.
Estou adorando ser paparicado por ela.
Converso todo dia com Lili, agora ela está mais tranquila,
sabendo que Lisa me perdoou. Elas conversam muito. Finalmente
vejo minha família feliz. Meus olhos ardem… virei um bundão
chorão, após Lisa. Sorrio satisfeito, adoro ser assim.
Estou me sentindo muito bem. Sei que já engordei um pouco
e Lisa me diz que já estou corado e ficando forte a cada dia que
passa. Concordo humildemente. Ser paparicado por ela não tem
preço.
Na verdade, me sinto ótimo, mas ainda finjo estar fraco para
continuar sendo o centro de suas atenções. Tudo bem, sou um velho
safado. Mas porra, é bom demais ter comida na boca, beijos,
carinhos e ainda proteção contra Artur, esse ser desnaturado.
Ele já descobriu minha safadeza e sempre ameaça de contar
à Lisa. E eu o ameaço de mandá-lo embora se ousar.
Agora, o único problema é que estou louco e pronto para
fazer amor com minha menina. Mas tenho que segurar, senão ela
pode me mandar embora. Já bati tantas punhetas enquanto tomo
banho que meus dedos estão calejados. Está ficando difícil.
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Artur está cuidando de obras desde que Lisa me abandonou.
E continua firme. Ele, sim, é um amigo de verdade, um irmão. Agora
que viu que me estabilizei, tanto na área emocional, quanto na
saúde, voltou a monitorar as obras, saindo todos os dias cedo e
voltando tarde.
Hoje ele teve que fazer uma pequena viagem de negócios e
estou sozinho com Lisa. A vontade de fazer amor com ela está me
tirando o sono e a calma.
— Amor, como você está? — Ela entra no quarto e me vê
deitado, acabei de tomar banho.
— Estou ótimo, só meu corpo e cabeça que ainda doem um
pouco... — digo sem olhar em seus olhos.
— Raul, é melhor irmos ao médico porque não é normal ficar
quase um mês com gripe — diz e me olha séria.
— Sim…, mas no meu caso não foi só gripe, meu amor, foi
emocional também, você mesma disse... — murmuro e olho para
fora da janela, não tenho coragem de encará-la. Não quero ir
embora, porra!
Eu a vejo ir para o banheiro e ouço quando liga o chuveiro.
Só de imaginá-la nua meu pau fica duro igual aço. Porra! Aperto
meu comprimento inchado com força e ralho com ele.
— Comporte-se! Quer que ela nos expulse daqui? — Quando
levanto a cabeça, vejo-a me olhando de forma estranha. Lisa está
com uma toalha branca envolvendo seu doce corpo. Porra! Estou
fodido.
Começo a luta para me controlar… vamos lá. Penso na calçola
de minha tataravó que nunca conheci, penso em pessoas
vomitando, brigando, xingando… tudo isso para ver se meu pau
colabora e murcha. E nada. Ele fica ainda mais duro. Atrevido o
maldito. Mas o entendo. É o efeito Lisa.
Ela caminha e para em minha frente.
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— Minha vez, meu amor. Quero que seu primeiro gozo seja
enquanto chupo seus seios deliciosos, o segundo enquanto chupo
sua doce bocetinha e o terceiro com meu pau atolado em sua
boceta, até as bolas. — Sorrio como lobo e parto para o ataque.
Ataco sua boca sem dar a ela chance de falar. Desço para seu
pescoço e o chupo, marcando-o. MINHA! Depois dou atenção para
seus seios, que amo de paixão, e sugo até minha abelhinha gozar e
molhar meu pau, que está deslizando em suas dobras molhadas,
sem penetrá-la.
Beijo sua cintura delicada, enfio a língua em seu umbigo.
Chego no montinho branco e macio… meu paraíso. Abro suas pernas
e cheiro gemendo de prazer.
Passo minha língua por seus grandes lábios e vejo seu clitóris
inchado e vermelho, apontando para minha boca. Minha boca
começa a salivar e ali mesmo me deleito em seu sabor, sugando com
tanta força que rapidamente Lisa goza, gritando meu nome
roucamente.
— Amo você, pequena — sussurro, com seu clitóris ainda em
minha boca.
Subo e a beijo com todo amor e devoção que sinto por ela.
Lisa segura meu topetão e sorrio de lado orgulhoso. Céus, como
senti falta disso!
Desço minha mão até a sua entrada e percebo que seu
pequeno clitóris está durinho novamente, o massageio com carinho
e suavidade e ela geme em minha boca.
Continuo aquela tortura sensual e quando sinto que ela está
prestes a gozar, paro os movimentos fazendo-a soltar um gemido de
insatisfação. Encaixo meu pau em sua pequena entrada e estoco
com força. Gememos alto, sinto suas paredes macias e quentes me
apertarem. Fico parado, quietinho enquanto Lisa massageia meu
pau com sua doce bocetinha, estremecendo e gozando com força.
Ela me aperta tanto que gemo sem controle algum, entro em
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Epílogo
Raul Magno
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Valeu a pena, as duas fizeram a maior festa quando as
presenteei. Morro e vivo por elas.
Minha filha é a miniatura perfeita da mãe, tem os mesmos
olhos coloridos, que tanto me fascinam. Lisandra tem somente uma
manchinha no bumbum, igualzinha uma que tenho no mesmo lugar.
Além disso, segundo Lisa, nós temos o mesmo sorriso torto, quando
vamos aprontar alguma traquinagem.
Sorrio envaidecido. Puta merda! Sou um sortudo da porra!
Duas mulheres lindas, que são meu mundo inteiro. Quando
alguém fala que Lisandra se parece mais com a mãe, menciono logo
a marca que ela tem de nascença e o lugar. Nossa bunda. Lisa
sempre cora. Adoro provocá-la.
Hoje estamos sentados na sala e nossa pequena provoca o
casal de gatos, sim, a gatinha Lisinha, agora tem um gatão Magno
para chamar de seu.
Eles se acasalaram e deram uma pequena ninhada de dois
filhotes, um macho e uma fêmea.
Os bichinhos sofrem com a pequena Lisandra. Nossa filhinha
os arrasta para todo lado, mas eles não a machucam. Parece que
entendem que ela é somente um bebê.
— Amor, olha como nossa filha interage com os bichinhos —
digo orgulhoso de Lisandra mimando os filhotes.
— Querido, ela ama esses gatos, sim, mas está com um
sorriso estranho no rostinho, parecido com o seu quando vai
aprontar... — Lisa diz com sabedoria, não demora segundos para a
pequena Lisandra pegar um dos gatinhos que estava mamando e
sair em disparada. A mãe do gatinho roubado se arrepia toda e nos
levantamos num salto, com medo da gata arranhar a bebê. Nossa
filhinha o coloca na cestinha, cobrindo-o com cuidado. Arrasta a
cesta até onde está o outro gatinho. Pega ele com zelo colocando-o
na mesma cestinha.
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sei que ela ama também a minha imensa barba grisalha. Diz isso
várias vezes ao dia e cada vez recebo com mais carinho do que
antes. Nosso mundo é perfeito.
Fecho os olhos de puro prazer e contentamento. Sou feliz e a
cada dia que me levanto cumpro a promessa que fiz a minha Lisa,
viver para fazê-la feliz juntamente com nossa filhinha. Elas são meu
mundo.
Puxo o celular e aperto o play. Sorrio com ternura para Lisa,
meu grande amor. Nossa música enche o ar.
Donato Y Estefano”. Estoy apaixonado.
Ela sorri e seus olhos enchem de lágrimas. As minhas já estão
escorrendo pelo meu rosto.
— Eu te amo, Lisa, minha borboletinha… — sussurro
emocionado. Ela diz baixinho que me ama e sou seu mundo. Abraço,
minhas meninas e fecho os olhos.
Quero beber os beijos da sua boca
Como se fossem gotas de orvalho
E ali no ar desenhar seu nome
Junto com o meu…
E num acorde doce de violão
Passear loucuras em seus sentimentos
E no sutil abraço de uma noite
Você saiba o que eu sinto
Porque estou apaixonado
E o seu amor me faz grande
Porque estou apaixonado
E que bem…
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A Deus por tudo. Cada ideia, cada novo projeto, cada dia de
vida, cada respirar, devo a Ele.
Vivo para celebrar cada milagre que opera em minha vida.
Testifico sua grandeza a cada respirar.
Abençoe meus inimigos com sua misericórdia.
Abençoe meus amigos com bençãos duplicadas.
Te agradeço por tudo que fez, faz e fará em minha vida.
Obrigada Senhor!
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Série Pais Protetores
Livro 01 - O Viúvo, a Babá Virgem e o Bebê Bento
Livro 02 - O Grego Devasso, a Secretária Virgem, o Papagaio Solimões e o Bebê
Ian
Livro 03 - CEO Entre Dois Amores: Meu bebê Romeu e a Babá
---------------------
Série Malvados
Livro 01 - Maximus: Meu CEO Malvado Favorito Imperfeito
Livro 1.5 - Maximus: Vou Ser Pai Novamente - Conto
Livro 02 - Davi: Meu CEO e Senhor Luxúria
Livro 03 - Angelus: Meu Anjo Quebrado
Livro 04 - Otto e a Vizinha Virgem: Meu Amor Pornô
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Série Homens Devassos
Livro 01 – Kim Barcellos: O Cafajeste - Redenção
Livro 02 – Hugo Barcellos: O Safado - Perdão
Livro 03 – Átila Barcellos: O Canalha – Obsessão
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Romances Únicos Darks Sombrios
A Bela e a Fera
A Virgem do Sugar Dark
Carrasco Caim
Perigo: Os 7 Suspeitos da Rua 7
Sinfonia do Relógio Quebrado
Monstro Perverso: Alma Sombria
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Comédia Romântica Hot Clichê
A Escolhida: Um bebê para CEO Cowboy
Rejeitada pelo Cowboy Indomável
O Juiz Viúvo: Livre para Amar
Meu Vizinho Odeia Rosa
Obsessão e Mentiras do CEO
O Segredo do Ceo: A Virgem e o Ladrão de Cenouras
Segredos de um Pecador Devasso
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Comédia Romântica Sobrenatural
Khefer K’hall
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Romances Cristãos
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Livro 01 – Lázaro Cambrini
Livro 02 – Theodoro Valentim
Livro 03 – Frederico Falcão
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Box Athos Medeiros
Contos de um Assassino
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Outras Obras
Amoras e Feijões
Rastros
Poemas Inversos
Príncipe Não Encantando
Lágrimas: Vida Voa
Segredos para uma Vida Plena e Feliz
Orando por um Objetivo Específico - Deus Ouve sua Oração!
O Poder da Oração
Eu e Eu: Uma Reunião Comigo Mesmo
A menininha de Olhos Jabuticaba
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[1]
O Diamond Mall, estilizado como DiamondMall, é um shopping center da cidade
de Belo Horizonte, de propriedade do Clube Atlético Mineiro e da Multiplan,
inaugurado em 1996. Localiza-se na Avenida Olegário Maciel, no bairro de
Lourdes, ao lado da sede social do clube.
[2]
Chamada de heterocromia iridis ou apenas de heterocromia, esta é uma
condição em que os olhos do paciente apresentam uma alteração e cada olho
possui uma cor ou um dos olhos possui duas cores.
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[3]
Romance - Trilogia da autora E.L.Jame. Christian Grey é o
protagonista da trama.
[4]
Expressão em inglês que significa “selva urbana”. Refere-se a um
estilo de decoração que busca trazer elementos da natureza para
dentro de ambientes urbanos, como casas e apartamentos. Trazendo
assim o verde para dentro de casa.
[5]
Modelos exclusivas da marca Victoria Secrets
[6]
Old Lady: Mulher com status de "casada" aos olhos do Clube de motoqueiros.