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Livro Extra MKT e Tecnologia
Livro Extra MKT e Tecnologia
INICIAIS
Sempre que encontrar esse ícone, Ao longo do livro, você será convida-
esteja conectado à internet e inicie do(a) a refletir, questionar e trans-
o aplicativo Unicesumar Experien- formar. Aproveite este momento.
ce. Aproxime seu dispositivo móvel
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex- EXPLORANDO IDEIAS
plore as ferramentas do App para
saber das possibilidades de intera- Com este elemento, você terá a
ção de cada objeto. oportunidade de explorar termos
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
RODA DE CONVERSA
A cada dia que passa, as pessoas estão ficando mais conectadas e digitais, o mundo
está se transformando em uma velocidade muito rápida e abrupta, esta mudança
envolve, inclusive, os novos estilos de vida, a forma como nos comportamos e o
nosso tipo de consumo, a diversidade de meios e canais que temos, hoje, tam-
bém traz mais participação e envolvimento com os clientes e usuários. E, junto
disso, ocorre, também, o risco da exposição da privacidade, assim, diante deste
cenário atual, trago um questionamento para que façamos uma leve imersão:
qual o impacto dessa mudança no nosso dia a dia e no das empresas? Você tem
acompanhado essa evolução e essas transformações?
Digo mais, como profissional de marketing, você percebeu a evolução dessas
mídias, em seu cotidiano, e está atualizado(a) e preparado(a) para atuar neste
“novo” mercado?
Em um passado recente, tínhamos pouca interatividade entre empresas, ca-
nais e meios, achávamos que aquilo tudo era muito distante, apenas consumía-
mos, de maneira passiva, o que nos era fornecido e, com toda essa transformação,
agora, vemos as possibilidades que foram geradas, desde a interação ao vivo de
qualquer ponto do mundo, até a construção de marcas e produtos, podendo
influenciar, diretamente, a nossa própria opinião bem como a expor. As novas
mídias deram voz ativa aos consumidores, possibilitando as melhores compreen-
são e adaptação de modelos de negócios e produtos, os moldando de acordo com
a necessidade das pessoas.
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UNIDADE 1
O conceito da palavra mídia vem do latim medium, que significa “meio”. Como os
americanos sempre foram pioneiros nos campos do marketing e comunicação, a
palavra media foi “abrasileirada”, ganhando a pronúncia “mídia”. Essa palavra está,
diretamente, relacionada aos campos do jornalismo e da comunicação social, da
publicidade e do marketing, mas, com a entrada da era digital, ganhou um sentido
mais amplo, envolvendo uma série de outras inteligências artificiais, sendo levada
para um novo patamar de compreensão, sob foco estratégico, e, em decorrência
disso, a mídia exige, também, ações táticas de alta performance.
De posse desta conceituação, então, uma das melhores formas de descrever a
ferramenta mídia é como sendo o composto dos diversos meios de comunicação
cujo objetivo é transmitir conteúdos e informações em diferentes plataformas e/
ou canais. Os meios midiáticos têm forte influência nos indivíduos, provocando
mudanças de comportamentos e de valores, além de influenciar tendências, e são
os meios pelos quais a propaganda busca atingir os seus objetivos, por meio da
transmissão da mensagem ao consumidor-alvo de uma marca.
Vários conceitos descrevem a comunicação como uma ativação de mensagem en-
tre duas partes, um emissor e um receptor. A forma pelo qual é conduzida ou enviada
a mensagem é o meio ou canal, o qual também v bode ser interpretado como mídia.
Se buscarmos, então, as primeiras mídias, na história do ser humano, elas foram
os desenhos feitos em cavernas ou em pontos de encontro de grupos, seguidas pelo
sinal de fumaça, adotado, principalmente, por tribos indígenas. Sequencialmente,
houve o processo de disseminação de informação por correspondências escritas,
mas o mundo pedia por velocidade de recepção de informações, principalmente,
as de ordem estratégica (situações de guerra), estimulando o invento de meios que
não dependessem do ser humano para operacionalizar todo o processo manual de
entrega. Assim, surge o telégrafo, em 1835, criado pelo pintor Samuel Morse.
Por consequência, surge o telegrama, a versão da mensagem emitida por có-
digo morse via telégrafo, impressa, e entregue ao destinatário final. As pessoas
queriam, então, ainda mais agilidade e personalização, e esta necessidade propor-
cionou a criação do aparelho de telefone, em 1876, por Alexander Graham Bell.
Outras mídias, como o telex e o fax, surgiram como derivações ou utilizando as
características operacionais de mídias anteriores. Em seguida, a velocidade no
processo de mudanças evolutivas das mídias teve um avanço exponencial.
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PENSANDO JUNTOS
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UNIDADE 1
Na sequência, com a chegada do rádio, houve uma ruptura dos padrões infor-
mativos, inclusive, com as primeiras vendas radiofônicas, ocorrendo a explosão
do número de abertura de emissoras em todo o planeta. Esse meio tinha, também,
como principais vantagens, a interatividade com os ouvintes e a versatilidade
para mudar a propaganda no decorrer de sua programação, inclusive, ao vivo,
em tempo real. E, aqui, vale ressaltar que o rádio facilitou e permitiu uma ampla
revolução para artistas do segmento teatral e musical. Surgem, então, os progra-
mas de auditório e o início de referências (ídolos) às pessoas que tinham acesso
ao meio. Durante décadas, a radiodifusão foi o meio que mais esteve presente nos
lares do mundo. Vizinhos se reuniam para ouvir entretenimento e noticiários e,
como consequência, as primeiras propagandas transmitidas ao vivo.
Houve, neste momento, duas grandes mudanças no processo de comuni-
cação: o estático (impresso) e o interativo. Mas o instinto criativo e provocativo
levou o ser humano a ir além, pois ele queria ver e ouvir ao mesmo tempo. O
que parecia impossível, em 1928, se realizou. Ernst Alexanderson fez a primeira
transmissão televisiva, em preto e branco, chegando ao Brasil, somente, em 1950.
O meio televisão gerou nova rupturas em conceitos, até então, vistos como
imutáveis. Tornou-se possível demonstrar experiências em programas, huma-
nizou-se a comunicação, possibilitou-se olhar nos olhos de quem assistia e vis-
lumbrava um novo cenário de perspectivas. Pode-se afirmar, sem dúvida, que
a inserção dessa mídia, – a qual, atualmente, junto com o rádio, é vista, apenas,
como tradicional, mas a qual participa, também, dos meios digitais –, foi um novo
fator histórico para a evolução de “como se comunicar” com as pessoas. O que,
para nós, hoje, é algo normal (ver artistas e poder segui-los nas redes sociais) para
a devida época, foi um divisor de águas.
Para o segmento artístico certamente foi um novo direcionamento profissio-
nal. O interessante é que para promover os artísticas o campo publicitário teve
que utilizar as emissoras de rádio e meios impressos para darem sustentação ou
mesmo lançar novos “talentos”. A manifestação que, atualmente, ocorre nas redes
sociais, era protagonizada por longas cartas e declarações feitas em cartazes e fai-
xas (hoje posts). O autógrafo (um prêmio para quem conseguisse) foi substituído
pela self, pois dá maior credibilidade e visibilidade. O meio rádio, que chegou a
praticamente todos os lares brasileiros, foi trocado pela televisão pela maioria
esmagadora da população urbana até o início deste século.
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UNIDADE 1
EXPLORANDO IDEIAS
Ao observarmos o cenário atual, poderíamos considerar a internet quase que uma “terra
sem lei”, mas a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) do Brasil é a nova lei de privacida-
de que se aplica a empresas dentro e fora do país as quais processam dados pessoais de
usuários.
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UNIDADE 1
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mídias, levaria algumas horas, talvez, minutos. Mas o grande desafio está em
estabelecer conexão e entretenimento com o aluno para que ele melhore o
seu processo de aprendizagem, não basta ser, apenas, digital e disponibilizar o
conteúdo em plataformas. Os estudantes querem experiência, conhecimento,
porém de forma mais interativa e intuitiva, e os espaços educacionais, a cada
dia, se reinventam, buscando atingir este objetivo.
Conforme a tecnologia se otimiza, com melhores conexões e velocidades
de internet, os conteúdos ganham mais qualidade e se tornam mais comuns,
permitindo mais interatividade e de maneira exclusiva ao usuário. As novas
mídias fizeram o mercado e, principalmente, o marketing, se reorganizarem,
elas mudaram, completamente, a forma e o relacionamento entre cliente e
empresa, pois, hoje, as redes permitem que o consumidor comente, repasse,
avalie, compartilhe, auxilie na criação.
Num relacionamento direto e construtivo, as empresas passaram a ou-
vir mais para entender melhor o novo cliente. Antigamente, o conteúdo era
editado, revisado e julgado por profissionais da área e das suas respectivas
empresas, com as novas mídias, o cliente tem o poder de avaliar, pontuar e
fazer comentários a outros usuários e a futuros clientes, expressando o seu
ponto de vista e a sua opinião.
A conexão proporcionou rapidez na propagação das informações e con-
teúdo, ganhando uma dimensão, antes, inimaginável, por isso, é importante
a agilidade na gestão dessas novas mídias, engajando e aproximando esse
consumidor à marca, não o tratando, apenas, como um espectador, pois os
efeitos negativos podem ter a mesma proporção.
O que podemos observar é o aumento crescente na busca e na concentra-
ção de investimentos nos novos formatos de mídias. As empresas têm aposta-
do no potencial deste formato e na tendência que tem se consolidado a cada
dia que passa, visto que os valores costumam ter boa conversão financeira,
mais acessível que os meios tradicionais.
As vantagens das novas mídias estão no poder de conexão e rastreabilidade,
pois, no mundo digital, por onde você navega, ficam registros e históricos que
servem de subsídio para ações de melhoria em experiência e navegação, assim
como servem de subsídio à leitura comportamental para estímulos de consumo
que serão feitos em campanhas comerciais. Estas tornam-se mais assertivas para
encontrar o cliente ideal a determinado produto ou serviço.
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UNIDADE 1
EU INDICO
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Pensando nisso, as novas mídias têm uma característica que as mídias tra-
dicionais não proporcionam, isto é, citamos a liberdade em diversas situa-
ções. Em relação a datas de início de uma ação ou campanha, com as novas
mídias, você não precisa comprar espaços e horários definidos, no ambiente
digital, você pode dar o start a qualquer momento e deixar pelo tempo
que julgar necessário.
A liberdade geográfica também permite o alcance sem restrições, po-
dendo ser local, regional, nacional ou mundial. A liberdade de escala pode
ser uma campanha para um público específico ou global, oportunizando que
empresas de todos os tamanhos possam utilizar tal liberdade.
E, por último, a liberdade em relação ao formato. As campanhas não
precisam mais seguir padrões e tamanhos determinados pelos meios ana-
lógicos, nas novas mídias, você pode fazer um vídeo com a durabilidade
de tempo desejada, banners digitais do tamanho e formato desejados ou
animados ou estáticos.
Apesar de toda a liberdade concedida, as ações de marketing devem ter a
cautela e se atentarem para ofertar conteúdo relevante e de alto engajamento,
atraindo a atenção do público, pois da mesma forma que a empresa possui a
liberdade de exibir, o cliente tem a liberdade e opção de rejeitar.
Uma pesquisa feita pela Media Dynamics publicada pelo SJ Insights (apud
TRACTO, 2018, on-line), em setembro de 2014, mostra que uma pessoa é ex-
posta a mais de 5 mil marcas por dia, a 362 anúncios e, percebe, em média, 153
deles, retém 86 na memória, mas essa pessoa está disposta a se engajar com 12
deles. O consumidor possui mais autonomia para conceder e decidir o tipo
de informação que deseja receber, ele cria o seu próprio filtro de interesses.
Um estudo feito pela PageFair 2017 Global Adblock Report (apud TRACTO,
2018, on-line) mostra que 615 milhões de aparelhos possuem bloqueadores
de anúncio devido à superexposição de propaganda.
Com estes indicadores e algumas percepções, muitas empresas trocaram
os anúncios e propagandas por geração de conteúdo relevante, por meio de
técnicas de marketing de influência, com o intuito de alcançar o cliente de
maneira mais sutil e customizada, com base no interesse dele, mas com a sua
autorização ou assinatura, evitando, assim, cair em listas de spam.
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isto é, o uso da telemedicina, o qual pude presenciar por meio de um cliente que
é médico dermatologista: houve a videoconsulta de um paciente que morava na
Inglaterra e, por meio de uma chamada em ambiente virtual privado, esse médico
fez todo o diagnóstico e prescreveu o tratamento, inclusive, emitiu a receita com
assinatura digital para a aquisição do medicamento no exterior. Ou seja, uma
quebra de barreira possibilitada pelas novas linguagens e interfaces tecnológicas
disponíveis, sendo possível, então, todo o atendimento.
As ferramentas e tecnologias estão cada vez mais avançadas e, com isso, a
sua acessibilidade. Atualmente, grande parte da população possui um celular
mais avançado, com diversas funcionalidades, tanto que as empresas que criam
materiais e conteúdos fazem, hoje, o caminho inverso: ao invés de construírem
um site, uma ferramenta, um jogo, uma propaganda ou outro item, elas sempre
constroem pensando na sua aplicação mobile em um smartphone e, posterior-
mente, adaptam para a versão desktop, pois estudos constatam que a maioria
das pessoas já não tem um notebook ou computador em suas residências, mas
sim, um tablet ou celular.
As novas mídias oportunizam que clientes sejam alcançados em diversos
formatos. Neste momento, é importante que o marketing da empresa tenha
muita sensibilidade, planejando e escolhendo os elementos de marketing
para selecionar qual o mix ideal de mídias que atendem às necessidades dos
clientes da empresa.
Não existe regra ou fórmula perfeita que funcione para todas as organizações.
O que dá certo para a empresa A pode ser que não funcione em, absolutamente,
nada para a empresa B, então, é importante buscar a informação sobre o cliente
desejado, quais os seus anseios e as suas expectativas, para, assim, criar um rela-
cionamento efetivo e duradouro.
Kotler (2017) explica que houve evolução na orientação do marketing. O iní-
cio foi o marketing 1.0 focado no produto, surgiu o 2.0, centrado no consumidor,
em seguida, o 3.0, centralizado nas interações humanas, e, por fim, o 4.0, que é
focado na horizontalidade, inclusão e socialização em ambiente digital, ou seja,
a era das mídias sociais e dos seus impactos no consumo.
Cada vez mais se torna necessária a presença web. Empresas que não possuem
esta presença digital enfrentam muitas dificuldades em aproximar a sua marca e
o seu cliente. Deve-se pensar: “se as pessoas estão se conectando, por que a minha
empresa está desconectada”?
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UNIDADE 1
Para as empresas, se torna uma atividade cada vez mais complexa man-
terem-se atualizadas nas diversas mídias. Observamos empresas nascerem,
se tornarem potências e, com a entrada de uma nova ferramenta concorren-
te, entrarem em crise e desaparecerem. Exemplos disso foram o Orkut e o
MSN, que foram substituídos pelo Facebook e pelo WhatsApp, ou seja, foi
um processo evolutivo cujas empresas tiveram que mudar os seus hábitos e
reaprenderem a utilizar a nova ferramenta. Possivelmente, na próxima década,
as empresas que acabei de citar nem farão mais parte de nossa existência ou
farão de modo, totalmente, transformado.
Por isso, reforço, aqui, a ideia de que o primeiro passo para a empresa estar
atualizada é ela entender, exatamente, quem é o seu cliente, afinal, ele possui
características que direcionarão as escolhas das ferramentas mais utilizadas no
cotidiano, pois é muito complexo e exige muito tempo ter a operação em todas
as ferramentas, até porque existem milhares de mídias e meios disponíveis.
Outro ponto de reflexão é observar qual dessas ferramentas se adapta à
rotina da empresa e, a partir disso, gerar algum valor ou alguma melhoria no
cotidiano, para que o seu uso faça sentido, pois ela pode atrapalhar o proces-
so e, assim, deixar de ser uma ferramenta, pois a função dessa é otimizar os
processos ao invés de trazer problemas.
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UNIDADE 1
O processo de disrup-
tura foi inevitável, mas,
extremamente, relevante.
O o mercado virou digi-
tal, lojas virtuais coletivas,
individuais, anúncios pa-
trocinados, foco em deli-
very, um mercado pouco
explorado ganhou todos os
holofotes, pois, antes, esse mercado era colocado
em xeque por aqueles que nunca haviam explo-
rado as novas mídias.
Antes do cenário pandêmico, o investimento de publici-
dade no mercado global era projetado em 7,1%, em 2020.
Com esta mudança abrupta, estudos estimam que haja con-
tração de 8,1%, valor que equivale a, aproximadamente, R$
250 bilhões (WARC, 2020), comprovando e endossando a tese da mudança
no mercado de consumo e do seu respectivo comportamento. Mesmo assim, se
considerarmos a expectativa e a projeção dos investimentos, houve grande perda
resultante ao cenário, pois a previsão de crescimento era, aproximadamente, de
US$ 500 bilhões, segundo estudos feitos pela World Advertising Research Center
– WARC (2020), agência internacional especializada em marketing e publicidade.
À medida que empresas anunciantes se adaptam ao aumento do consumo de
mídias, na disputa entre os meios online e tradicionais, observamos a transfor-
mação e o crescimento do meio digital. Os investimentos em todos os tipos de
formatos de mídia tradicionais sofreram e ainda sofrerão declínio em 2020, en-
quanto a maioria dos formatos de mídia online deverá aumentar os investimentos.
As mudanças nos hábitos do consumidor, decorrentes de novas tecnologias,
levaram cinemas ao fechamento, TVs abertas a adesão à internet e a quase extin-
ção de jornais e revistas impressas, ao mesmo tempo, patrocinadores migraram
os seus investimentos em novos meios e formatos de mídias, muito mais versáteis,
econômicos e personalizáveis.
Há pouco tempo, fazer a assinatura de alguns canais fechados parecia, econo-
micamente, inviável e um luxo para a imensa maioria de usuários de meios televisi-
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AGORA É COM VOCÊ
1. Para avaliarmos o seu conhecimento até aqui, vamos criar um mapa mental com
as principais mídias que você recomendou para a empresa, na etapa anterior? O
mapa mental é uma forma de organizar as ideias por meio de palavras-chave, é uma
ferramenta muito utilizada para sintetizar os conceitos e torná-los representativos,
visualmente, facilitando a compreensão.
Para criar o seu mapa mental, você pode utilizar uma ferramenta gratuita: a Gocon-
qr. Não esqueça de pontuar as principais mídias, exemplificando como elas podem
trazer grandes resultados no relacionamento com o público-alvo.
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REFERÊNCIAS
EVANGELISTA, R. Veja 12 previsões acertadas pelos Jetsons sobre a tecnologia do século 21.
Tilt, 4 maio 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/05/04/
11-previsoes-que-os-jetsons-acertaram-sobre-a-tecnologia-no-seculo-21.htm. Acesso em: 11
mar. 2021.
KOTLER, P. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. São Paulo: Prentice Hall, 2017.
KOTLER, P. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
ROCK CONTENT. Conheça a história da Internet, sua finalidade e qual o cenário atual. 27
jan. 2020. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/historia-da-internet/. Acesso em:
11 mar. 2021.
TRACTO. Uma pessoa vê mais de 5 mil marcas por dia. 22 jun. 2018. Disponível em: https://
www.tracto.com.br/marcas-vistas-por-uma-pessoa/. Acesso em: 11 mar. 2021.
WARC. Global Ad Trends: January 2020. [S. l.]: WARC, 2020. Disponível em: https://content.
warc.com/rs/809-PJV-078/images/WARC_Global_Ad_Trends_Sports_Sponsorship_SAMPLE.pdf.
Acesso em: 11 mar. 2021.
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UNIDADE 2
Bruno escolheu o Natal para inaugurar o seu primeiro empreendimento: uma loja
de roupas masculinas, localizada em um movimentado shopping. Ciente de que
a comunicação é parte fundamental deste processo de inauguração e, também,
do bom funcionamento da sua loja, ele precisa de ajuda para tomar algumas
decisões e montar o seu plano de comunicação inicial. O empreendedor já sabe
que a internet mudou, drasticamente, o cenário do marketing e da comunicação.
Mas é importante, também, que ele saiba contextualizar esse processo, e isso
significa saber que se, historicamente, o marketing e a publicidade se pautavam
na produção, distribuição e divulgação de produtos e serviços, todas estas etapas
foram desafiadas pela revolução tecnológica.
E por que é tão importante ter isso em mente? Bem, porque é crucial que o
empreendedor compreenda que, hoje, consumidores dividem o seu tempo entre
aplicativos de celular, tablets, computadores e atividades off-line de forma cada vez
mais fluida e menos previsível. Com tudo isso, além das mudanças nos hábitos de
trabalho, estudo e lazer provocadas pelas tecnologias, a relação com o consumidor
e o mapeamento de seus hábitos passou a ser uma tarefa ainda mais complexa.
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Agora que conhecemos melhor o hábito dos consumidores brasileiros, fica mais
fácil pensar em uma estratégia digital. Tudo o que precisamos fazer, então, é se-
guir um caminho que vem sendo trilhado por diversas empresas, de diferentes
segmentos: desenvolver estratégias capazes de dialogar com o público nestas
várias esferas da vida social na internet. Parece simples, não é? Mas existe uma
infinidade de questões por trás deste desenvolvimento e é preciso conhecer bem o
seu público para saber, exatamente, como se aproximar dele. Por isso, traçaremos
um panorama das características dos principais meios e canais digitais e como
esses canais podem ser operacionalizados no planejamento de marketing.
Como premissa básica, é importante ter em mente que todo plano de mar-
keting deve funcionar, de forma integrada, de modo que cada um dos canais dê
continuidade à conversa entre a marca e o consumidor. E, aqui, temos a primeira
solução que você precisa oferecer para Bruno: quais são os principais canais de
comunicação, atualmente, que poderiam fornecer ao nosso amigo empreendedor
uma conexão eficiente com seu potencial público?
Considerando os dados das pesquisas citadas, anteriormente, a respeito da
relação da audiência com os canais de comunicação, vamos esboçar uma estraté-
gia preliminar? Para isso, precisamos indicar três canais para exposição de marca,
pensando no segmento de vestuário, apontando o vínculo entre eles.
O nosso objetivo é mostrar um pano-
rama das possibilidades que Bruno pode
ter para trabalhar a inserção de sua
marca. Para isso, faça uma lista, citan-
do o canal, a razão que justifica o uso
desse e como ele poderá levar o con-
sumidor ao canal seguinte. Lembre-se
que a sua experiência como usuário
de internet poderá lhe ajudar bastan-
te nesta tarefa! Mesmo que você não
se enquadre no perfil do público-alvo
de Bruno, você pode se perguntar quais
tipos de canais esse público costuma usar
para comprar os seus produtos preferidos na internet e
como você se sente usando cada um deles.
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UNIDADE 2
Logo, temos uma disciplina que se preocupa com produtos de qualidade, bom
preço e capazes de atender às demandas da sociedade.
Essa fase se encerra com o surgimento do marketing 2.0, que aparece,
juntamente, com o amadurecimento dos meios de comunicação de massa,
como a televisão e o rádio. É, também, nessa fase, que a publicidade vive
a sua era de ouro e o marketing se desenvolve como disciplina focada no
consumidor. Note que há mudança de foco: o produto continua sendo peça-
-chave em qualquer campanha de marketing, mas, para o marketing 2.0, o
consumidor é rei. Como dito, é, também, neste período, que o marketing se
desenvolve como disciplina e surgem os famosos 4 Ps da área: preço, praça,
produto e promoção.
A ideia de marketing 3.0 aparecerá, somente, muitos anos após a fase
do marketing focado no “consumidor”. Agora, Kotler, Kartajaya e Setiawan
(2017) defendem uma mudança de paradigma que parece sutil, mas, muito
importante: antes, focado no consumidor, agora, o marketing pensa nas pes-
soas. Em outras palavras, ao invés de pensar, apenas, nas necessidades daquele
que compra produtos e contrata serviços, o marketing começa a se preocupar
com valores, crenças e culturas. A sua versão 3.0 é aquela da visão holística,
se preocupa com a relação entre empresa e sociedade, indo muito além do
produto/serviço.
A chegada do marketing 3.0 está ligada às transformações decorrentes de
processos como a globalização e os avanços das tecnologias da informação e
comunicação (TICs). A comunicação digital tem grande peso nessa mudança,
pois, neste momento, as pessoas passam a ter amplo acesso à internet e a exigir
das empresas um compromisso abrangente com questões sociais e ambientais.
Em outras palavras, o cidadão ganha voz no mercado, e as empresas precisam
ouvir essa voz.
Compreender bem este novo cenário comunicacional e de consumo é
fundamental para que você possa desenvolver uma estratégia de marketing
compatível com as expectativas do seu público. Agora veremos algumas ca-
racterísticas a respeito do marketing 4.0, segundo o modelo proposto por
Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017).
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UNICESUMAR
Segundo os autores, o novo mix de marketing evolui dos 4Ps aos 4Cs. Esta mudan-
ça na “sopa de letrinhas” marca uma transição do marketing baseado em produto,
preço, praça e promoção para um mix baseado em conversa (conversation),
cocriação (co-creation), moeda (currency) e ativação comunitária (commu-
nal activation). Ok, mas o que significa isso tudo? Basicamente, o que os autores
estão propondo com esse novo mix de marketing é que a relação entre empresas
e consumidores evoluiu, por isso, o modelo baseado em escolhas unilaterais da
empresa, como: qual produto produzir (produto), como comunicar (promoção),
onde vender (praça) e, até mesmo, noções de preço, hoje, responde, de forma muito
mais intensa, à participação da sociedade. É neste contexto que emerge o novo mix
de marketing, baseado nos quatro Cs, e o primeiro deles é a cocriação.
Como o próprio nome sugere, a ideia é que os produtos e serviços sejam
desenvolvidos com a participação dos clientes. Esta mudança está, diretamente,
relacionada aos avanços das tecnologias da comunicação, mas não só. O desenvol-
vimento da indústria, hoje, permite um grau muito mais elevado de customização,
tornando viável a produção de produtos mais diversos.
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UNIDADE 2
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Figura 2 - O modelo mental do processo de compra tradicional / Fonte: Lecinski (2011, p. 16).
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UNIDADE 2
ZMOT
ESTÍMULO PRIMEIRO MOMENTO SEGUNDO MOMENTO DA
DA VERDADE VERDADE (EXPERIÊNCIA)
(PRATELEIRA)
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UNIDADE 2
Com esses dados em mãos, você deverá definir uma persona. Esta, como
você deve saber, é uma figura que possui características compatíveis com o seu
consumidor médio, ela me informa os gostos, hábitos e características demo-
gráficas do consumidor (idade, gênero, escolaridade etc.). Digamos que a nossa
persona seja, justamente, Cláudio, um homem de 30 anos, executivo que gosta de
acompanhar as tendências da moda, aprecia cervejas artesanais e corre nos finais
de semana. Além disso, ele usa bastante as redes sociais digitais pelo celular, em
especial, o WhatsApp, para se comunicar com colegas de trabalho, o Instagram,
nos intervalos de trabalho, o Pinterest, para colher referências de roupa e estilo,
e o LinkedIn para acompanhar o mercado. Tudo isso ficamos sabendo na fase
anterior, a pesquisa, e nos permite criar conteúdo para este consumidor “ideal”,
que nada mais é do que uma síntese dos vários dados colhidos por meio de várias
entrevistas e de dados aos quais a empresa teve acesso.
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UNIDADE 2
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Nos posts do blog, lembre-se de criar títulos curtos (até 60 caracteres), uma “me-
tadescrição”, ou seja, uma descrição do texto que poderá aparecer em redes sociais, e
textos não muito curtos (mais de 400 palavras). Nos textos, é importante que você
faça uso das palavras que já citamos, organizando o texto por tópicos, destacando
os principais trechos em negrito. Isso facilita a leitura rápida e orienta o leitor, de
modo que ele possa decidir onde focar a atenção. Não esqueça de incluir, também,
links para os seus próprios blog e site e para conteúdos externos. Os links externos
fortalecem o argumento desenvolvido no seu texto, além de facilitar a vida do leitor,
que pode estar buscando mais informações sobre determinado tema.
Agora, sim, como alimentamos o blog da loja de acordo com estas boas práticas
e mantemos as redes atualizadas com conteúdo relevante para o consumidor, é
provável que Cláudio encontre a nossa empresa em seu momento Z. Ou seja, Cláudio
encontrará a loja de Bruno na rede social e verá conteúdos que o estimularão a co-
nhecer o estabelecimento. Mas, evidentemente, a relação com nosso cliente não pode
parar por aí, afinal, o SEO é uma prática fundamental e a visibilidade da empresa na
internet depende diretamente disso. Por outro lado, é preciso pensar em uma comu-
nicação integrada e capaz de gerar conteúdo relevante para o cliente, de várias formas.
Por fim, listamos, aqui, duas ferramentas que podem ser muito úteis na sua defi-
nição de palavras-chave: Google Trends e Answer The Public. O Google Trends
permite que você faça buscas a respeito dos assuntos mais relevantes em determinado
país ou região. Esta ferramenta é um excelente auxílio na fundamentação da sua
estratégia e, especialmente, útil quando você precisa decidir quais termos adotar na
sua estratégia de SEO.
Já o Answer The Public mostra quais as perguntas mais frequentes a respeito
de determinado assunto. Apesar do nome em inglês, a ferramenta pode ser usada
em português e permite filtros por país e idioma. Esta é uma ótima forma para se
identificar palavras-chave, por exemplo, uma busca pela palavra-chave “moda mas-
culina”, no Brasil, aponta para buscas que relacionam a palavra a termos como “moda
masculina como se vestir bem” ou “o que está na moda em roupa masculina”, o que
indica uma procura por recomendações de estilo por parte dos usuários. Com base
nisso, poderíamos montar textos enfatizando esses termos em frases como “dicas
para combinar camisas masculinas com estilo” ou “vista-se bem em qualquer ocasião”.
Outras buscas menos óbvias apontam para questões como “moda masculina com
tênis”,“moda masculina com boné”, ou, ainda,“moda masculina perto de mim”. Enfim,
são excelentes expressões para postagens em redes sociais, sites e blogs. A partir destes
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UNIDADE 2
insights, você pode montar uma estratégia de postagens que contemplem conteúdos
explicando a homens como combinar as roupas da marca com bonés e tênis, e ex-
plicar quando usar ou não determinados acessórios. Além disso, a busca por “moda
masculina perto de mim”, indica a importância da localização na comunicação.
EU INDICO
Isto feito, discutiremos categorias gerais que ajudam a organizar como você plane-
jará os seus recursos financeiros e humanos. Para isso, usaremos o modelo PESO.
Este foi proposto por Gini Dietrich, autora de Spin Sucks (2014) e especialista
em Relações Públicas e gerenciamento de marcas em redes sociais. Analisando
os tipos de mídia em ambientes online, Dietrich (2014) identificou quatro ca-
tegorias gerais que ajudam a organizar o planejamento de comunicação digital:
mídia paga, conquistada, própria e compartilhada. A partir das iniciais de
cada palavra-chave, em inglês, a autora chamou essa estratégia de modelo PESO
(Paid, Earned, Shared, Owned), e, traduzindo para bom português, seria algo
como PCCP (Paga, Conquistada, Compartilhada, Própria).
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UNIDADE 2
com o seu perfil de consumo na rede, assim, ele só aparecerá para outras pes-
soas com perfil semelhante. Este é o papel da mídia programática: a partir de
dados colhidos na plataforma online, o algoritmo direciona a propaganda de
acordo com o perfil de consumidor contratado pelo anunciante. Quer outro
exemplo? Se você costuma entrar no portal UOL para consumir notícias
sobre esportes ou música, é provável que tenha se deparado com anúncios
que refletem os seus interesses de busca nesse portal. Isto acontece porque
portais de notícias, como o UOL, também oferecem espaço de mídia pro-
gramática aos anunciantes.
Pesquisa da E-Marketer (2018, on-line) mostra que no ano, de 2018, aproxi-
madamente, 80% das vendas de anúncios digitais foram realizadas por meio de
mídia programática. Este dado dá ideia da importância desse tipo de método.
Vale destacar que esse tipo de mídia é característica dos meios digitais
online e possui algumas características que devemos destacar, são elas:
■ É uma mídia automatizada, ou seja, o processo é realizado por algorit-
mos das plataformas digitais onde será feito o anúncio.
■ Por ser automatizada, esse tipo de mídia não exige um intermediário.
A compra é realizada, diretamente, com a plataforma.
■ É um sistema que permite a ultrassegmentação, novamente, uma ca-
racterística da automatização. Como essa mídia se baseia nos algorit-
mos das plataformas, que possuem uma quantidade imensa de infor-
mações sobre o tráfego nessas redes, é possível, por meio do elevado
grau de especificidade, definir o público.
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Por fim, vamos à mídia compartilhada. Esta se refere, basicamente, aos com-
partilhamentos em redes sociais. Naturalmente, o sucesso e a importância desta
tática dependem, diretamente, do esforço da marca em se posicionar nas redes
sociais, de forma a gerar conteúdo “compartilhável”. Isso significa que, embora
a atenção do consumidor seja captada, de forma gratuita, por meio de outros
usuários das redes digitais, a empresa, na verdade, investiu na comunicação capaz
de justificar compartilhamentos, comentários e reações, ou seja, a melhor forma
de impulsionar a “mídia compartilhada” é investir na comunicação criativa e
capaz de engajar. A boa notícia é que isso depende muito mais das boas ideias,
do conhecimento da marca e das linguagens online do que de investimentos
financeiros. O segredo, aqui, é cultivar boas relações com os clientes, as quais
ocorrem desde o primeiro anúncio offline até o ponto de venda. Claro que, neste
caso, a boa gestão de mídias sociais é fundamental!
Descrição da Imagem: carrinho de compras de brinquedo com pequenas caixas de papelão sobre o
teclado de um notebook.
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UNIDADE 2
É possível que sempre que você pense no comércio online, empresas como Ebay,
Amazon e Submarino venham à mente, afinal, são grandes atores do comércio online,
grandes centros de compra e venda de produtos. Se, no entanto, para você, e-com-
merce é “só isso”, melhor repensar as suas ideias sobre esta prática fundamental para
o varejo. Há muito tempo, o e-commerce deixou de se ancorar, apenas, nos grandes
portais virtuais de compra e passou à palma das nossas mãos. Isto é, se algumas
pessoas ainda imaginam a compra pela internet como um processo que envolve
sites e se limita a passagens de avião, livros e eletrônicos, a verdade é que as empresas
mais atentas estão oferecendo os serviços mais triviais por meio de aplicativos para
dispositivos móveis.
Para o varejo, a integração entre os canais online e offline é fundamental. Quer
ver isso com clareza? Basta que lembremos dos dados de uma pesquisa da Harvard
Business Review (SOPADJIEVA; DHOLAKIA; BENJAMIN, 2017) a qual indicou
que 73% dos consumidores americanos usam canais físicos e online. Em outras pa-
lavras, o consumidor prioriza o canal que entende ser mais conveniente para a sua
compra. No Brasil, a realidade é semelhante: a pesquisa The Shopper Story BR (CRI-
TEO, 2017) aponta que 79% dos brasileiros usam mais de um canal para as compras.
Isso significa que, dificilmente, uma grande rede varejista pode se dar ao luxo de
não atuar on e offline. Mais do que isso, é necessário trabalhar de forma integrada!
Um exemplo de atuação omnicanal são as redes varejistas que permitem o consumi-
dor realizar a compra online e retirar o produto no ponto de venda mais próximo. Tal
integração permite que o consumidor economize com o frete, ao mesmo tempo em
que o varejista corta etapas no processo, tornando toda a cadeia, que vai da compra
à entrega, muito mais eficiente.
EXPLORANDO IDEIAS
Um bom exemplo é o aplicativo Cornershop, que está disponível nas lojas online do Google
(GooglePlay) e da Apple (App Store). Ele permite que o usuário escolha a loja onde gostaria de
fazer a compra de alimentos e selecionar produtos, inclusive, definindo se prefere as frutas mais
verdes ou maduras bem como escolher onde e quando esse usuário deseja receber as compras.
Tecnicamente, o que o aplicativo Cornershop faz é enviar uma lista de compras, no forma-
to específico da empresa, a uma loja conveniada. No entanto, para o cliente final, é muito
mais do que isso! Afinal, todo o processo de fazer compras no mercado foi ressignificado
pelo uso de aplicativos assim. Agora, você não precisa sair do trabalho mais cedo, nem
sair de casa para ter as suas compras entregues.
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UNIDADE 2
DESTAQUE
Um exemplo bem-sucedido de e-commerce e integração entre os
canais de varejo digital e offline vem da empresa britânica Tesco. Se
você mora sozinho(a), é provável que tenha passado por uma situação
em que lembrou de algo que faltava na sua geladeira, enquanto voltava
para casa do trabalho. Em uma situação como essa, você tem duas
opções: passar no mercado antes de voltar para casa, ou, simplesmente,
fazer a compra em outro dia. Nenhuma das duas alternativas é muito
agradável e, além disso, é possível que o mercado já esteja fechado.
Agora pense que isso acontece no Brasil, onde as jornadas de
trabalho são de 40 horas semanais. Já pensou se você precisasse
trabalhar 12 horas a mais por semana? É o que acontece na Coreia
do Sul. A fim de resolver o problema de consumidores do país que
têm uma das jornadas de trabalho mais longas do mundo, a Tesco, a
qual também está presente no mercado coreano, decidiu inovar. Ao
invés de exigir que o consumidor fosse até as suas lojas, a empresa
resolveu colocar o seu ponto de venda no trajeto do consumidor.
Como? Ela criou lojas virtuais em pontos de metrô. A ideia é simples:
primeiro, a empresa criou um aplicativo para compras online, em
seguida, equipou as paradas do metrô com papéis de parede que
simulam as prateleiras do mercado, cada seção da prateleira é mar-
cada com um código de barras (QR code) que pode ser lido pelo
aplicativo da Tesco. O passo seguinte é o consumidor apontar o leitor
de código de barras para os produtos, adicioná-los em seu carrinho
virtual e pronto! A lista está feita. Basta definir o horário de entrega
dos produtos, os quais chegarão à casa do cliente.
Se você teve algum contato com a disciplina de Planejamento, deve saber que todo
bom planejamento começa com as perguntas certas. No caso da comunicação
digital, não é diferente. Aliás, as semelhanças também se estendem às perguntas.
Muitas delas, fundamentais para qualquer plano, também se aplicam ao digital:
quem, o quê, quando, onde, como e por quê?
Cada uma dessas perguntas ajudará a definir um ou mais aspectos do seu
plano de marketing e de comunicação. Ilustraremos, uma a uma, essas perguntas,
que serão mobilizadas, de forma mais específica, na nossa discussão tática sobre
como definir e utilizar os canais de comunicação digital.
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UNIDADE 2
Quando: esta é outra questão fundamental que depende da atenção aos nú-
meros. O “quando” é, também, uma das perguntas-chave do marketing que foi,
radicalmente, alterada pela economia digital. Isso porque, antes, a comunicação
dependia da relação com os veículos tradicionais, os quais, por sua vez, tinham
cronogramas rígidos de veiculação. Como você sabe, a campanha veiculada no
intervalo do jornal noturno, por exemplo, depende do horário da rede de tele-
visão ou rádio, e não da relação entre a marca e o consumidor. Com a internet,
a conversa mudou, o “quando” ficou muito mais complexo. Por um lado, ainda é
possível e necessário trabalhar com postagens programadas nas redes sociais e
na mídia programática (paga). Por outro lado, a qualquer momento do dia, um
consumidor pode elogiar ou criticar a sua marca em uma rede social, um blog
ou site de recomendações/reclamações. Tudo isso mostra o quanto o “quando”
do planejamento se multiplicou.
Em relação às redes sociais, não há regra geral sobre quando postar nas mes-
mas. Uma armadilha comum para quem está iniciando o planejamento de comu-
nicação digital, especialmente, o planejamento em redes, é pensar que estatísticas
sobre “o melhor horário para postar no Facebook” ou em qualquer outra rede
social são confiáveis. Estas pesquisas, de fato, são fundamentais e devem servir
de guia para o planejamento, no entanto é preciso ter atenção aos detalhes. Por
exemplo, uma pesquisa pode sugerir que os melhores horários para postar no
Instagram variam entre 11h e 13h e 19h e 21h, os quais se justificariam pelo fato
de as pessoas usarem a rede no horário do almoço e após o trabalho. Mas imagine
que você está lidando com uma audiência jovem, em fase escolar, ou com pessoas
aposentadas, a rotina desses consumidores difere daquela que estabelece o padrão
nessa pesquisa, no caso, adultos inseridos no mercado de trabalho.
Por esta razão, é preciso ter em mente duas questões: primeiro, que as
estatísticas são sempre o melhor ponto de partida! Nunca ignore os dados, o
seu planejamento precisa se basear neles. O segundo ponto é que esses dados
precisam ser considerados à luz da realidade da empresa e, para isso, existe o
monitoramento. Um bom plano é sempre incremental, tenha em mente que
as suas postagens, por exemplo, gerarão dados de performance específicos e
são neles que você deve se basear. Ou seja, a pergunta-chave é: quais horários
funcionam melhor para a conversa da sua marca com o seu público? Será que
esses horários sempre se repetem ou dependem de fatores como período do
ano, tipo de conteúdo, gênero, idade, entre outros? É provável que esses fatores
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UNIDADE 2
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Por fim, ainda que você tenha feito tudo certo, sempre há espaço para
melhorar! Por isso, aperfeiçoe a comunicação, como já falamos, ela é um
processo constante. Enquanto a empresa existir, a mesma precisará se co-
municar com os clientes, o que não depende de um plano de marketing ou
de um orçamento específico. Com isto em mente, é preciso considerar que
essa comunicação permanente precisa, também, ser aperfeiçoada, de forma
constante, assim, o plano também é fundamental. Ao seguir estas instruções,
você terá mapeado os canais de interação com o cliente, definido os princi-
pais canais, pensado a mensagem de forma integrada e colhido informações
sobre a eficiência de sua relação com os consumidores em cada canal. Se bem
realizado, esse processo oferecerá um arsenal de informações que viabilizará
ajustes de curso necessários para elevar, ainda mais, a capacidade da marca
em se comunicar com o público.
Para isso, você precisará ter, ao menos, um profissional dedicado a acompa-
nhar as redes e gerar conteúdo, em geral, este é um trabalho para uma equipe
multidisciplinar. Nesses canais, a empresa postará conteúdos sobre a marca e
novidades bem como interagirá com o público, em resumo, é um trabalho “de
formiguinha”, com base na construção de um relacionamento. Esse trabalho deve
ser guiado pela persona de marca, ou seja, a identidade da marca que falamos,
anteriormente, cujo personagem Cláudio lhe ajudou a visualizar. E vale lembrar:
mesmo no ambiente digital, esta identidade deve ser coerente com o branding e
com a comunicação da marca fora das redes sociais. Afinal, são a “voz” e a imagem
da marca que estão em jogo.
Quer um exemplo de marca que já nasceu digital e que realiza uma ótima
gestão de redes sociais? A Netflix. Sim, ela é um exemplo de empresa que
conhece bem o seu público e sabe formular a comunicação de forma a soar,
absolutamente, genuína.
É provável que essa resposta não tenha surpreendido você, o que é bom!
Significa que você acompanha as redes sociais das marcas que conhece e sabe
reconhecer a boa comunicação de marca. Realmente, quando é bem-feita, é
fácil de identificar.
Vamos ver um exemplo disso, na prática? No lançamento da terceira tem-
porada da série On My Block, a marca postou no Twitter: “A terceira tempo-
rada de On My Block já está disponível” (NETFLIX apud INCRÍVEL CLUB,
[2021], on-line)1.
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UNIDADE 2
Figura 5 - Exemplo de comunicação digital de marca / Fonte: Incrível Club ([2021], on-line)1.
Descrição da Imagem: interação entre cliente e marca via Twitter. Um tuíte da empresa diz “A terceira
temporada de On My Block já está disponível”, ao que um usuário responde: “Finalmente e não cancela,
viu”, resposta rebatida pela frase “Mais alguma coisa, senhor?”.
EU INDICO
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UNIDADE 2
Neste ponto, você pode estar se perguntando: o que preciso saber antes de
comprar o anúncio no Facebook? Bem, basicamente, você precisa respon-
der às perguntas básicas do planejamento. Para montar a sua campanha, é
necessário determinar: a sua audiência (quem), em que plataforma você quer
anunciar (onde), qual o objetivo da campanha, qual o seu orçamento (quanto)
e qual o formato da sua mensagem (como). Como você já deve ter visto, os
anúncios nas plataformas do Facebook podem ter diversos formatos.
Alguns dos formatos mais populares são anúncios com uma única ima-
gem ou vídeo. Em geral, o formato com apenas uma foto, ou vídeo curto, é
recomendável por transmitir a mensagem de forma simples e direta. No caso
do Instagram, uma boa opção são os anúncios nos stories.
Além desses forma-
tos, a plataforma ofere-
ce algumas alternativas
que devem ser usadas
em casos específicos.
Um exemplo desses for-
matos é o “carrossel”, que
permite ao anunciante
exibir diversas fotos de
seu produto ou serviço.
Um exemplo do próprio
material de vendas do
Facebook são os anún-
cios da plataforma de
filmes online Mubi, que
você vê, a seguir. No caso Figura 7 - Exemplo de carrossel, em catálogo da plataforma MUBI
Fonte: o autor.
desse anúncio, o uso de
diversas imagens é favorável porque permite ao consumidor ter uma ideia
da variedade de escolhas oferecidas pelo anunciante. Ou seja, neste caso, o
carrossel é importante porque o Mubi oferece um catálogo de filmes escolhi-
dos sob medida por curadores e, em duas imagens, podem ser apresentados
frames de filmes que chamem a atenção de seu público, endossando o discurso
sobre variedade e qualidade.
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UNICESUMAR
Por fim, os anúncios no Messenger podem ser uma boa opção para quem deseja
começar uma conversa com o consumidor. No caso do Facebook Messenger, uma
nova funcionalidade que tem ganhado importância no mundo do marketing são
os chatbots, robôs que interagem com os consumidores pelo chat da rede social.
Os robôs funcionam como assistentes virtuais que podem fazer o trabalho de re-
lacionamento com clientes por meio da plataforma e, atualmente, muitas marcas
estão usando essa tecnologia para substituir ou complementar landing pages e
formulários. É uma forma amigável de coletar informações sobre os usuários.
EU INDICO
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UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a imagem mostra pessoas de várias idades e gêneros, em fila indiana, em frente
à uma loja da Apple (Apple Store). A logomarca da empresa está em destaque, na fachada do edifício.
Para entender bem esse conceito, basta pensar nos consumidores fiéis da Apple.
Diferentemente de um consumidor comum que, simplesmente, compra um iPho-
ne ou um Macbook, o advogado de marca conhece as características do produto,
as explica, detalhadamente, para os amigos, defende o produto em fóruns da
internet e ostenta a marca em suas redes sociais. Notamos isso nas filas quilomé-
tricas em frente às lojas da Apple sempre que ocorre um lançamento.
O caso da Apple é exemplar do papel dos advogados de marca. Quem já con-
versou com algum parente ou amigo que costuma comprar iPhones, Macbooks
ou quaisquer outros produtos da marca sabe do que se trata. Esses consumidores
não apenas indicam o produto, eles são verdadeiros “evangelizadores”, aliás, a
expressão “evangelizadores de software” foi criada na própria Apple, especifica-
mente, na divisão que criou o Macintosh, produto símbolo da empresa.
Embora uma empresa como a Apple possa se dar ao luxo de fazer fortes
investimentos na relação com influenciadores, note que ela, também, faz muito
esforço para manter a comunidade de fãs do produto. Isso acontece porque a
marca sabe que a base de sua popularidade reside naqueles fãs que a conhecem
bem e a defendem, esta atuação contribui tanto para o crescimento orgânico das
campanhas de comunicação quanto para manter a Apple em evidência, mesmo
quando os investimentos em comunicação são menos intensos.
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UNICESUMAR
Agora você pode estar pensando que o caso de uma grande empresa de tecno-
logia como a Apple é uma exceção, afinal, o contexto dela, realmente, é o grande
case de advocacia de marca, no entanto é um engano pensar assim. Agora, pen-
saremos em um exemplo radicalmente distinto: um restaurante local que possui
apenas uma página no Instagram e não possui verba para investir em mídia paga.
Esse restaurante, embora modesto, tem excelente comida, e os clientes, que são
pessoas do bairro, são fiéis ao tempero do estabelecimento. Em um caso como
este, transformar os clientes em advogados de marca pode ser uma estratégia fun-
damental para o negócio, porque esses clientes, apesar de terem redes de contatos
muito menos abrangentes do que os grandes influenciadores, tendem a conhecer
pessoas daquele bairro, mais propensas a visitar o restaurante. Os clientes também
têm em seus círculos pessoas cujos gosto, renda e hábitos tendem a ser próximos
dos seus, o que significa que a chance de o restaurante agradar aos amigos do
meu cliente é mais elevada, ou seja, consolidar uma relação de confiança com
as pessoas que o restaurante atende é fundamental não, apenas, para manter a
clientela ou para elevar o tradicional “boca a boca”.
Há uma série de razões para nutrir o relacionamento com pessoas que podem
se tornar advogadas de marca, uma delas é o aumento orgânico da visibilidade.
Como comentamos, o advogado de marca tende a mencionar a mesma em suas
redes sociais, o que eleva o alcance e a visibilidade do conteúdo digital da marca,
além disso, essas pessoas podem contribuir para elevação da credibilidade da em-
presa e dos produtos oferecidos por ela. A credibilidade está na base da relação
da marca com seus advogados, por consequência, esses passam a atuar como uma
espécie de embaixadores da marca em seus grupos sociais. Como as pessoas tendem
a confiar mais nos seus próprios contatos do que em publicidade, este tipo de visi-
bilidade é muito valioso, inclusive, porque não pode ser, simplesmente, comprada.
Outro ponto importante é que os advogados de marca tendem a chamar a
atenção da mídia, pois, quando uma marca vira notícia, de forma orgânica, é
possível que ela chame a atenção de veículos de mídia. Quem nunca leu uma re-
portagem sobre o “novo restaurante da moda” ou sobre um produto o qual todos os
consumidores têm falado em determinado momento? A mídia é, em parte, pautada
pelo público, e as redes sociais contribuem, decisivamente, para esse processo. Nova-
mente, a visibilidade em jornais, revistas e programas de rádio, na forma de notícia,
eleva a credibilidade da marca, afinal o consumidor sabe distinguir a publicidade
paga daquela que ocorre, naturalmente, pela qualidade do produto.
77
UNIDADE 2
Além dos advogados de marca, há uma série de outras estratégias que podem
ser usadas para elevar a credibilidade da empresa, são elas: uso de conteúdo ge-
rado por usuários nas redes; participar de eventos ligados à área do produto, por
exemplo, feiras e congressos do setor, sobretudo, quando se tratar de um produto
de nicho; presença orgânica na mídia.
Neste ponto, discutiremos como organizar a sua estratégia de marketing de
forma integrada. Desse modo, pensaremos em uma estratégia integrada, do mul-
ticanal ao omnicanal (omnichannel).
O marketing multicanal é um importante princípio do marketing tradicional.
Esta ideia parte de uma premissa bastante simples: não é possível alcançar todos
os clientes com apenas um canal de comunicação, por esta razão, é necessário
diversificar a comunicação e oferecer múltiplas alternativas ao consumidor, seja
na hora de fazer publicidade, seja no processo de pós-venda. A comunicação mul-
ticanal, portanto, é aquela em
que a marca se faz presente em
diversos canais de marketing,
tanto online quanto offline.
Embora este princípio básico
continue sendo verdadeiro
e relevante, o marketing deu
mais um passo no sentido de
tornar a relação entre empre-
sa e sociedade mais fluida, ágil
e integrada. Este é o objetivo
da comunicação omnicanal,
ou, em inglês, omnichannel.
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UNICESUMAR
A expressão marketing omnicanal foi proposta por Philip Kotler, Hermawan Kartaja-
ya e Iwan Setiawan, com o intuito de descrever estratégias capazes de promover uma
relação integrada entre os canais de marketing para facilitar a experiência do con-
sumidor. Ou seja, a meta da comunicação omnicanal é que o consumidor possa ter
uma experiência consistente com a marca, independentemente da via que ele escolha
para ser atendido, seja ela online, seja offline. E isso tem tudo a ver com a realidade
do mundo digital, porque o grau de integração exigido pela comunicação omnicanal
seria muito complexa e custosa se dependesse, apenas, de tecnologias analógicas.
Agora, com a internet e os grandes bancos de dados, a empresa consegue oferecer
atendimento personalizado por meio de seus diversos canais de atendimento e venda.
Nesse contexto, uma dica-chave é a atenção aos canais móveis. Afinal, a comu-
nicação via dispositivos móveis permite, além da evidente mobilidade, a relação
ágil com o consumidor. O usuário de internet nem sempre têm acesso a um
computador de mesa e nem por isto ele deixa de passar o dia conectado, então, é
fundamental que a empresa esteja acessível em canais mobile. Para você ter ideia
da importância dos dispositivos móveis, a pesquisa We Are Social 2020 ([2021],
on-line) indica que 94% dos brasileiros possuem smartphone, enquanto 38%
realizaram uma compra online por meio de um dispositivo móvel.
Um exemplo disso são os aplicativos de banco, que permitem que o consu-
midor realize uma série de operações que, há alguns anos, só estavam disponíveis
em agências. Outro caso são as empresas de telefonia e provedores de internet que
permitem pagar contas, realizar reclamações ou modificar o plano, diretamente,
pelo celular. Estas são medidas simples, mas que permitem que o consumidor
resolva a sua demanda, de forma ágil e independente.
Para isso, é também importante que você pense em uma estratégia de mar-
keting omnicanal ponto a ponto. Nesta unidade, já falamos sobre as fases da
jornada do consumidor em sua relação com a marca, você deve lembrar que
citamos quatro etapas importantes, a saber: atração, conversão, relacionamento,
recomendação. Pois bem, para elaborar uma estratégia omnicanal, é preciso ma-
pear as possíveis interações do consumidor com a marca em cada uma dessas
fases. A seguir, citamos alguns exemplos de como isso pode ser feito.
Uma boa estratégia omnicanal depende, diretamente, do conhecimento deta-
lhado da jornada do consumidor. É fundamental que a equipe de marketing possua
dados e informações que permitam traçar o percurso do cliente desde a etapa de
atração até a advocacia de marca, considerando os vários tipos de consumidor.
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UNIDADE 2
EXPLORANDO IDEIAS
Depois do nosso panorama sobre os desafios do marketing digital, que tal lembrar algu-
mas ideias-chave que discutimos nesta unidade? A seguir, listamos algumas delas que
você pode explorar mais a fundo.
Marketing 4.0: o marketing 4.0 é a evolução do marketing de acordo com o mundo
em rede. A base desse “novo” marketing é o protagonismo dos consumidores e a mu-
dança na relação deles com as marcas. Isso pode ser ilustrado por uma relação muito
mais “horizontal”, baseada na comunicação em diversos canais, organizados de forma
integrada. Este, aliás, é o conceito de marketing omnicanal, uma parte fundamental da
realidade do marketing 4.0.
Marketing omnicanal: é a estratégia de marketing que atravessa os diversos canais
on e offline, de forma fluida. Na estratégia omnicanal, os canais devem, não, apenas,
se complementar, mas dar continuidade à mensagem um do outro.
Advogado de marca: é um cliente ou parceiro que tem uma relação de confiança com
a marca e a defende publicamente. É uma figura presente em fóruns especializados,
redes sociais e eventos da marca.
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
2. A resposta correta deve considerar as boas práticas de SEO que vimos na unidade.
Ou seja, consulte sites como Google Trends e Answer The Public em busca de insights
sobre termos procurados pela audiência, elabore uma lista de palavras e escreva
um texto claro que repita ideias- chave sem repetir palavras de forma cansativa, ou
seja, use sinônimos. E não esqueça de usar termos-chave para orientar a leitura de
cada trecho do texto!
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REFERÊNCIAS
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quer Negócio. 5 dez. 2017. Disponível em: https://buzzlead.com.br/39-estatisticas-marketing-boca-
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ponto de vista de 10.000 consumidores. São Paulo: Criteo, 2017. Disponível em: https://www.criteo.
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DIETRICH, G. Spin Sucks: Communication and Reputation Management in the Digital Age. Indiana-
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E-MARKETER. More than 80% of Digital Display Ads Will Be Bought Programmatically in 2018.
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HUBSPOT. The Ultimate List of Marketing Statistics for 2020. [2021]. Disponível em: https://www.
hubspot.com/marketing-statistics. Acesso em: 12 mar. 2021.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do Tradicional ao Digital. Rio de Janeiro:
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LECINSKI, J. ZMOT: Conquistando o Momento Zero da Verdade. Mountain View: Google, 2011. Dispo-
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www.forbes.com/sites/stevenrosenbaum/2014/08/05/the=-birth-of-the-referral-economy/?sh-
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SOPADJIEVA, E.; DHOLAKIA, U. M.; BENJAMIN, B. A Study of 46,000 Shoppers Shows That Omnichannel
Retailing Works. Harvard Business Review, Jan. 3 2017. Disponível em: https://hbr.org/2017/01/a-
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VALENTE, J. WhatsApp é principal fonte de informação do brasileiro, diz pesquisa. Agência Brasil. 10
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sil-tem-um-humor-maravilhoso-1106310/. Acesso em: 12 mar. 2021.
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MEU ESPAÇO
UNIDADE 3
O mundo digital oferece uma ampla gama de tecnologias que facilitam as nossas
vidas. Por outro lado, sob o ponto de vista do profissional de marketing, essas
tecnologias são parte de um ecossistema comunicacional que se torna ainda mais
complexo e desafiador. Afinal, é preciso saber, não, apenas, como o meu consumi-
dor se comunica, quais mídias ele consome e o que ele faz na internet. Atualmente,
é fundamental que os profissionais de marketing e comunicação tenham domínio
desta imensa gama de dispositivos e faça uso deles da forma mais eficaz.
Imagine, por exemplo, que um pequeno empreendedor, professor de música,
deseja se comunicar com um público-alvo bastante restrito, localizado, de forma
dispersa, pelo país, ou, ainda, uma grande marca de produtos agrícolas que precisa
usar a tecnologia para assessorar produtores rurais sem, necessariamente, ter que
enviar um profissional até a propriedade rural sempre que houver a necessidade
de interação. São, realmente, muitos os cenários e as formas como as tecnologias
podem contribuir para o aperfeiçoamento de um negócio.
Nesta unidade, mergulharemos em um universo de dispositivos, métodos
e tecnologias e descobriremos como podemos usar as novas tecnologias da in-
formação e comunicação (TICs) a nosso favor. Por exemplo, você já pode ter
refletido sobre o fato de videogames serem uma ótima mídia para se comunicar
com alguns públicos, mas, com quem e como, exatamente? Ao longo desta uni-
dade, encontraremos exemplos e análises que lhe ajudarão a esclarecer dúvidas
como essas, citadas ao longo deste texto, além de compreender como aplicar as
tecnologias em outras situações do seu cotidiano profissional.
Não é novidade que o marketing é uma disciplina orientada para as formas
de produção, consumo e circulação de mercadorias. Também não é novidade
que este mundo mudou, radicalmente, e que as tecnologias da informação e co-
municação pautam a relação entre clientes e empresas. Por outro lado, você já
pode ter ouvido falar que os dados sobre a digitalização da economia e sobre
o universo digital não se aplicam ao Brasil da mesma forma que valem para os
Estados Unidos, por exemplo. Isso pode ser verdade, mas alguns dados sobre o
acesso do brasileiro à internet deixam muito clara a importância do marketing
de comunicação digital em nosso mercado.
Uma pesquisa publicada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI
Brasil, publicada em 2020, revela que 99% dos brasileiros usam a internet a partir
de seus smartphones, os computadores ocupam um distante segundo lugar, com
42%, mas são seguidos, de perto, pelas TVs, com 37%. Outro dado interessante é
86
UNICESUMAR
que os videogames já são usados como forma de conexão à internet por 9% dos
brasileiros, um número bastante expressivo. Em comparação com o ano anterior,
a opção por TVs cresceu 7%, o que consolida uma tendência de conexão por meio
destes aparelhos no país, além disso, é relevante destacar que 58% das pessoas
se conectam à internet apenas pela televisão. Voltando alguns anos, em 2014,
a maioria dos brasileiros se conectava pelo computador (80%), nesta época, os
celulares eram responsáveis por, “apenas”, 76% dos acessos. Note, então, que os
smartphones tiveram um crescimento de mais de 30% na estatística de acesso à
internet (CGI BRASIL, 2020).
Diante dessas informações, é possível chegar a algumas conclusões importan-
tes. Primeiro, ficam claras a popularidade e a importância dos smartphones para o
acesso à internet no Brasil. A pesquisa mostra que os celulares são, basicamente, a
“porta de entrada” e a principal plataforma de acesso dos cidadãos à internet. Isso
não é, apenas, uma realidade no Brasil, em países populosos e desiguais, como a
Índia, os celulares também têm papel fundamental no acesso à informação.
Além disso, a pesquisa aponta para a considerável importância da televisão.
Fica claro que a noção de TV, hoje, é expandida e pode contemplar aplicativos
e plataformas, como Netflix e YouTube, isso é fundamental para começarmos a
pensar estratégias de comunicação online. Por fim, temos que quase 10% dos
brasileiros têm acesso à internet por meio dos videogames e isso não é pouco!
Note que este dado não significa que,“apenas”, 10% dos brasileiros jogam, mas que
10% deles têm consoles de videogame capazes de se conectar à internet. Para uma
plataforma considerada como “nicho” e, em um mercado muito desigual como o
brasileiro, esse dado é muito expressivo.
No que diz respeito ao engajamento, dados da Hubspot ([2021a], on-line)
indicam que vídeos são o segundo tipo de conteúdo mais usado nas mídias so-
ciais para gerar engajamento. Seguindo esta tendência, em 2020, vídeos de en-
gajamento estiveram entre os quatro tipos de audiovisual que mais receberam
investimento por parte de anunciantes (HUBSPOT, [2021a], on-line), ou seja, a
preocupação com engajamento assumiu posição central no marketing, e os vídeos
têm sido peça-chave nesse processo.
Pensando no parágrafo anterior, é possível notar a relação entre o crescimento
de acessos à internet pela televisão (no Brasil) e a tendência global à adoção de
vídeos. Ademais, trata-se de uma mídia amigável para celulares e que atravessa as
diversas plataformas sociais. Com isso em mente, faremos um rápido exercício.
87
UNIDADE 3
Agora que você tem uma ideia a respeito dos hábitos do consumidor bra-
sileiro na internet, use os conhecimentos adquiridos nos módulos e disciplinas
anteriores para propor uma ação de ativação de um produto, contemplando, ao
menos, três mídias distintas, de forma integrada.
Um exemplo disso seria o lançamento de uma marca de tênis para homens
por meio de um comercial de televisão que se desdobra em vídeo para YouTube
e em portal para compra do produto. No exemplo citado, é possível perceber
a integração entre diferentes mídias e canais, além de coerência em termos de
conteúdo, ou seja, o vídeo produzido para televisão pode usar os mesmos atores
e temas na versão para YouTube, este desdobraria a campanha e encaminharia o
consumidor para o site onde ele poderia conhecer mais detalhes sobre o produto
e realizar a compra.
Note que o uso do YouTube, nessa
proposta, não foi casual. Trata-se
de um canal, amplamente, utili-
zado pelos brasileiros, tanto
pelas televisões inteligen-
tes quanto pelos celulares,
é, portanto, uma mídia,
altamente, adaptável à rea-
lidade digital. Além disso, o You-
Tube favorece a segmentação e o
encaminhamento do usuário até
o site do anunciante, por outro
lado, não esquecemos a televisão,
afinal, ela continua sendo uma mídia funda-
mental na vida do brasileiro.
Tendo em vista essa proposta, considere este tipo de
integração e de justificativa para elaborar a sua sugestão de campanha de ativação.
Como se trata de um exercício preliminar, cujo objetivo é aguçar a sua capacida-
de de interpretar os dados da pesquisa citada, priorizaremos questões como os
tipos de mídia e conteúdos, porque são assuntos discutidos até este ponto, nesta
unidade e na unidade anterior.
88
UNIDADE 3
90
UNICESUMAR
Vamos pensar em uma das mídias mais tradicionais: o rádio. Neste meio
de comunicação, se o consumidor deseja responder a um locutor de rádio, por
exemplo, ele teria que enviar uma carta, fazer um telefonema, ou, atualmente,
enviar um e-mail ou mensagem de celular, afinal, o rádio tradicional não estava
equipado para uma relação bilateral, tampouco estava preparado para coletar
dados e informações sobre o consumidor. Além disso, se uma empresa quisesse
ganhar dinheiro por meio do rádio ou da televisão, precisaria passar por uma
complexa negociação com as emissoras. De modo geral, a presença de terceiros
no conteúdo de rádio e televisão tradicional se resumia a anúncios comprados
por meio das agências de publicidade, e isso funcionou durante muito tempo.
91
UNIDADE 3
PENSANDO JUNTOS
94
UNICESUMAR
EXPLORANDO IDEIAS
Um exemplo marcante da conexão entre produtos e dados vem da Nike. Além dos já
conhecidos smartwatches (relógios inteligentes), a empresa lançou um tênis inteligen-
te! Aliás, mais do que um sapato, o Nike Adapt BB, a empresa lançou uma plataforma,
a Nike Adapt, que inclui um tênis. Este, cujo lançamento deve ser feito para diversos
esportes, foi, primeiramente, produzido para as necessidades dos jogadores de bas-
quete, daí o “BB” de basquetebol. O tênis vem acompanhado de um relógio inteligente
e um aplicativo para smartphone cujo jogador pode programar diferentes funcionali-
dades, de acordo com o momento do jogo.
Como você pode imaginar, essa tecnologia, a exemplo dos casos que começamos a
citar e os demais que discutiremos, a seguir, envolve enorme quantidade de dados.
Imagine a quantidade de insights sobre o tênis que a Nike poderá ter a respeito do
desempenho de cada atleta, profissional ou amador, que usa o calçado! São muitos
dados que interferirão, diretamente, na produção e no aperfeiçoamento dos produtos
Nike. Além disso, pelo fato de funcionar integrado a um aplicativo para dispositivos
móveis e a um relógio inteligente (smartwatch), este tipo de produto abre uma nova
rede de possibilidades para a venda de “combos” de produtos da Nike.
Agora que temos noção do poder da coleta de dados, nos mais diversos segmen-
tos, podemos afunilar esse conhecimento e tratar das estratégias de marketing
que esses dados possibilitam criar. Você, certamente, já deve ter ouvido falar e,
talvez, tenha visto, a publicidade em jogos de videogame. É provável, também,
que tenha ouvido ou lido a expressão advergame.
Caso você esteja se perguntando sobre a origem do termo advergame,
nada mais é do que a junção das palavras inglesas para publicidade (adver-
tising) e jogo (game). Nesse ponto, você pode estar se perguntando, também:
então, sempre que um jogo tem publicidade, ele é um advergame, correto?
Quase, mas não é bem assim. Da mesma forma que um comercial de TV é um
filme produzido para divulgar uma marca, o advergame é um jogo produzido
com esta mesma finalidade.
Na imagem, a seguir, é possível identificar a tela do game Magnum Pleasure
Hunt, lançado em 2012 pela marca de sorvetes Magnum. Em Pleasure Hunt, o
objetivo do jogador é conduzir o seu avatar ao longo de uma jornada de busca
pelo prazer. Ao longo da trajetória, além de coletar gotas de chocolate nos mais
diversos cenários, o jogador que chegar ao estágio final encontra um sorvete
Magnum, sugerindo que, ali, ele se deparou com o ápice do prazer.
95
UNICESUMAR
Van Baker (apud GORMAN, 2008, on-line) explica, ainda, que esse perfil de
público é o que chamamos de jogadores hardcore, ou seja, jogadores que passam
boa parte do tempo jogando videogames. São pessoas que se encontram com
amigos para este fim e passam boas horas do dia nesta atividade, em oposição
aos jogadores casuais, que jogam, casualmente, para passar o tempo.
Outra diferença relevante entre os jogadores casuais e os hardcore é que os
últimos tendem a ser pessoas ligadas à subcultura gamer. Esses jogadores não,
apenas, passam tempo jogando, mas também consumindo conteúdo em fóruns
e sites especializados em games, investem em produtos ligados a jogos e a video-
games, ou seja, para o jogador hardcore, o jogo é parte de sua identidade, não só
um passatempo, como é o caso dos jogadores casuais.
Agora que já nos situamos em relação aos tipos de jogadores, podemos voltar
para o caso de Obama, que é interessante de ser destacado porque foi exemplar
em relação ao que chamamos de publicidade in game. A marca usou o espaço de
videogames conhecidos como espaços publicitários da campanha, a publicidade
in game, ou, simplesmente, IGA, pode ser de dois tipos: estática ou dinâmica.
A publicidade estática é aquela nativa do jogo, isto é, contratada durante a
fase de produção do game e sempre aparecerá ali. Um exemplo seriam algumas
placas laterais no campo de futebol de um jogo, ali, é provável que você note que
algumas marcas sempre se repetem.
Já a publicidade dinâmica varia de acordo com as necessidades do anun-
ciante. No caso de Obama, por exemplo, os anúncios só foram exibidos para a
audiência americana, porque, afinal, aquela era a audiência que importava para
as eleições, ou seja, é possível segmentar o anúncio de acordo com critérios geo-
gráficos, como horário e dia da semana.
Tudo isso é viabilizado pelo fato de os jogadores estarem conectados com a
internet, de forma que os servidores do jogo podem programar a inserção dos
anúncios de acordo com diversos critérios. Para o anunciante, isso é fundamental,
já que essas opções permitem mais assertividade em relação à audiência.
No caso da publicidade dinâmica, como se trata de um tipo de anúncio cujas
condições variam ao longo do jogo, é importante destacar algumas boas práticas,
a saber: tempo de exibição do anúncio, tamanho, localização na tela de jogo
e a angulação do anúncio, de forma que ele seja legível e, facilmente, identifica-
do pelo jogador. Na Figura 5, temos um bom exemplo de publicidade dinâmica
in game da marca Subway.
99
UNIDADE 3
O caso é interessante por várias razões. Primeiro, porque é parte de uma campa-
nha integrada que envolve a rede social (Facebook), meios impressos e televisão.
A peça para o Facebook é parte de uma experiência mais ampla que culminou
com o lançamento do filme, além disso, a campanha gerou tráfego para o perfil da
marca na rede social, o que permitiu o retorno mais duradouro para a própria em-
presa, em termos de imagem e engajamento, do que uma campanha tradicional.
Também é interessante destacar que, por estar hospedado no Facebook, o
jogo permitiu à marca ter acesso a algumas informações básicas do usuário, o
qual, inclusive, foi convidado a enviar uma foto e declarar o seu gênero ao fazer
o cadastro no game. São dados, aparentemente, simples, mas que marcam uma
mudança importante em relação à comunicação tradicional.
Lembre-se que, quando se apoiavam, apenas, nos meios offline, os anunciantes
dependiam de pesquisas para conhecer detalhes demográficos dos consumido-
res. Atualmente, isto deixa de ser uma questão, pois basta um simples jogo de
Facebook ou um aplicativo de smartphone para que a marca passe a ter uma
infinidade de informações a respeito de seu target.
Esses exemplos de uso do videogame estão ligados a uma tendência mais
ampla do marketing: a integração entre o universo digital e a realidade concreta.
É isso, aliás, que faz a realidade aumentada. É provável que você a conheça, uma
tecnologia que permite a visualização de imagens, possibilitando visualizar itens
virtuais em ambientes reais. Para entender melhor esta ideia e como ela pode
impactar o marketing, vamos a um exemplo prático.
Imagine que você deseja comprar móveis. Uma vez que tomou a decisão de
qual móvel comprar, uma questão que surge é: será que este novo item ficaria
bem na minha casa? Ou, ainda, será que tenho espaço para este objeto em um
cômodo tão pequeno? Esta pergunta se torna ainda mais pertinente quando se
trata de fazer compras em canais online, pois, em geral, esses canais oferecem
apenas fotos do produto, de forma que a experiência se torna muito mais limitada
em relação à compra física.
Pensando nessas questões do dia a dia do consumidor, a IKEA transformou
um problema em uma solução. A ideia é simples: basta o usuário baixar o aplica-
tivo da empresa e escanear a área onde deseja colocar o seu móvel, em seguida,
é possível consultar o catálogo de produtos da Ikea, selecionar um produto e
posicioná-lo no local desejado. Assim, a tela mostrará, ao mesmo tempo, a sala,
por meio da câmera do celular, e o móvel, via realidade aumentada.
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: em primeiro plano, se vê uma mão segurando um smartphone com a função
câmera ativada. A tela do telefone mostra uma poltrona amarela em 3D, em realidade aumentada, posicio-
nada no centro de uma sala, que aparece pela funcionalidade da câmera. No plano de fundo, desfocado,
a imagem apresenta uma sala com tapete, móveis e plantas.
Além de tudo isso, sob o ponto de vista do marketing da IKEA, esse aplicativo
tem outra vantagem importante: é possível mensurar quais são os móveis mais
buscados e testados pelos consumidores, assim como modelos, tamanhos e cores,
ou seja, tudo que o consumidor faz no aplicativo se transforma em inteligência
para a empresa, que poderá adequar o seu portfólio de acordo com as demandas
dos clientes.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 3
Isso significa que, além das ferramentas que a área de negócios pode contratar
para armazenar o histórico dos clientes, contatos, registrar interações etc., esse
processo pde fazer muito mais. Sobretudo, em uma economia digital, o gerencia-
mento da relação com clientes passa por canais como: redes sociais digitais, apli-
cativos, ferramentas de troca de mensagens instantâneas (WhatsApp e Facebook
Messenger), além de canais como Instagram, Twitter e outros. Isto é, atualmente, a
quantidade de dados que se pode reter sobre clientes é enorme, por isso mesmo,
o desafio de gerenciar todos esses canais também é!
Acompanhando essas tendências, uma ferramenta chamada Social CRM
surgiu com o intuito de dar conta das interações com clientes no universo
das plataformas sociais. O foco do social CRM é sistematizar dados sobre o
desempenho da empresa nas plataformas digitais, com dados sobre tráfego
nas páginas da rede, engajamento, interações e afins.
Uma questão justa é: qual a importância do CRM e, ainda, por que adotar
essa prática na minha empresa? Segundo dados da Salesforce ([2021], on-
-line), maior plataforma de CRM do mundo, essa ferramenta está entre as
três principais tecnologias para a criação de interações personalizadas com
os clientes para promover a fidelidade e o melhor ROI (retorno sobre
investimento) de marketing. Além disso, o CRM oferece aos profissionais
de marketing a visão compartilhada entre o atendimento ao cliente e as
equipes de vendas.
Ainda falando sobre a Salesforce, é importante dizer que a empresa, que
ficou conhecida pelo serviço de CRM, atualmente, integra várias ferramentas
em seu portfólio. Como você pode ter imaginado, a Salesforce também se
adaptou à economia de plataformas e passou a basear boa parte de sua ope-
ração em serviços hospedados na “nuvem” e que atuam de forma integrada.
Na Figura 8, temos um modelo de gráfico de engrenagem que ilustra uma
mudança importante no processo de inbound marketing. Este modelo indica
que a jornada do consumidor precisa ser pensada de forma integrada, com
processos de atração, engajamento e encantamento, sendo apoiados pe-
los diversos departamentos da empresa, como marketing, serviços e vendas.
Mais do que isto, o modelo traz a gestão do relacionamento com os clientes,
o CRM, no centro.
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UNICESUMAR
ESTRANHOS
ATRAIR
CLIENTES EM POTENCIAL
PROMOTORES
CRESCIMENTO
EN
JAR
CA
GA
NT
EN
AR
CLIENTES
Figura 8 - Processo de CRM no modelo Flywheel / Fonte: adaptado de Hubspot ([2021b], on-line).
Descrição da Imagem: a imagem mostra um gráfico em disco. Na parte externa, em cinza, há as seguintes
fases: Promoters, Customers, Prospects, Strangers. Na parte interna do disco, os seguintes termos: Delight
(Encantar), em azul, Attract (Atrair), em amarelo, Engage (Engajar), em verde. No centro do disco, o núcleo
diz Growth (Crescimento), em laranja.
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UNIDADE 3
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UNICESUMAR
109
UNIDADE 3
De um lado, é preciso planejar, mas saiba que esse planejamento precisa ser
baseado em dados, saiba, também, que nenhum planejamento é estático, sobre-
tudo, nos dias atuais. É possível, por exemplo, que você comece a planejar com
uma quantidade limitada de dados e, tudo bem! O importante é que, ao longo
do relacionamento com o cliente, você estruture uma rede de mecanismos que
permitam coletar, armazenar e analisar dados. Com estas novas informações em
mãos, reveja o seu planejamento, que pode mudar a cada minuto, a depender
do mercado e do tipo de inteligência que você pode gerar e analisar.
Vamos a um exemplo desse ciclo entre planejamento, coleta e análise de
dados e implementação de uma nova estratégia. Imagine que um professor de
música, chamado João, deseja oferecer aulas de violão e bateria pela internet. No
planejamento, João decidiu anunciar para o Brasil inteiro, afinal, as aulas são on-
line, no entanto, durante a campanha, ele percebeu que algumas regiões tinham
mais demanda por aulas. Também ficou claro que havia diferença de gênero
entre os alunos: digamos que a pesquisa sugeriu que os homens se interessaram
mais por aprender violão, ao passo que as mulheres preferiram aulas de bateria.
Cruzando os dados apresentados a ele, pelas plataformas onde anunciou,
com os dados das inscrições, ficou claro para João que valeria mais a pena
investir em anúncios, apenas, em algumas regiões específicas. Outro ponto re-
levante é que ele percebeu que poderia fazer conteúdos diferentes para homens
e mulheres, focando nos diferentes instrumentos, além disso, com o passar das
aulas, João, que, como mencionamos, é professor, notou interesse em músicas
específicas. Tudo isso passou a ser usado por ele nas campanhas seguintes.
Para completar, como havia boa demanda por aulas na região onde ele mes-
mo mora, João decidiu oferecer um combo com aulas online gravadas + acom-
panhamento presencial, ou seja, o próprio serviço oferecido mudou em razão da
demanda. Tudo isso com base não, apenas, em dados relativos aos anúncios, mas
tomando, como base, o histórico de relacionamento entre João e seus clientes.
No caso do exemplo apresentado, a situação parece, relativamente, simples
e intuitiva, pois João é um empreendedor individual, responsável pelas diversas
áreas do negócio. Mas já imaginou uma grande empresa, que oferece cursos
de música online? Neste caso, o desafio é muito maior. No entanto, com ferra-
mentas como CRM, e o uso de big data e BI, informações que, antes, ficariam
restritas aos professores ou vendedores, agora, são incorporadas ao banco de
dados das empresas, que passam a basear as decisões em demandas concretas.
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UNICESUMAR
111
UNIDADE 3
antes, não feitos para acessá-la. Como consequência, é cada vez mais viável para o
marketing usar esses aparelhos na coleta de dados, os quais, por sua vez, serão trans-
formados em inteligência para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços.
Na Unidade 2, vimos como os consumidores são parte fundamental para a
elaboração de novos produtos, no entanto a questão vai mais além. Atualmente,
as grandes corporações usam enormes quantidades de dados para aperfeiçoar os
seus produtos e serviços, além de usá-los para realizar anúncios publicitários sob
medida. Pois bem, alguns exemplos de como os dados têm ajudado a melhorar
serviços vêm das grandes plataformas que dominam a economia digital. Essas
empresas estão na ponta de lança do mercado, lançando tendências que, mais à
frente, são adotadas por outras companhias. A seguir, citamos alguns exemplos
de usos de big data nos negócios, começando por uma assistente pessoal que está
se tornando cada vez mais comum nas casas dos consumidores: a Alexa.
112
UNICESUMAR
Um dos usos destas gravações, por exemplo, é permitir que a Alexa compreen-
da diferentes sotaques em uma mesma língua, de forma que o produto possa ser
aperfeiçoado, ou seja, a Alexa usa os próprios consumidores como ferramentas para
testagem e melhoria do produto!
Outro exemplo que mistura inteligência artificial e big data são os aspiradores
de pó inteligentes. Programadas para limpar a casa dos consumidores, estas máqui-
nas, atualmente, não, apenas, limpam, mas mapeiam o ambiente onde estão inseri-
das. Essas informações são, eventualmente, enviadas aos servidores das empresas
que projetaram esses produtos, de forma que elas possuem uma base de dados
imensa com detalhes sobre a planta das casas dos consumidores.
Além de servir para aperfeiçoar os produtos com base nas necessidades dos
usuários, essa base de dados é uma ferramenta de inteligência para a empresa, que
passa a conhecer, intimamente, a vida dos consumidores. Nesse ponto, assim como
acontece no caso da Alexa, é preciso ter atenção às questões éticas que são suscitadas
por esses produtos e serviços, pois a tecnologia deve estar a serviço do consumidor
e não invadir a sua privacidade. Por outro lado, a dataficação do marketing e da
economia, em geral, é uma realidade, cabe às empresas se adaptarem a ela.
Nesse ponto, você já deve ter percebido que a Internet das Coisas (IoT) anda
de mãos dadas com o fenômeno da dataficação. Isto porque, seja nas plataformas
sociais, como Facebook, Twitter e YouTube, seja nos eletrodomésticos, a coleta de
dados é, hoje, um elemento fundamental à economia. Para ilustrar essa relação
entre coleta de dados e desenvolvimento de novos produtos, pensaremos sobre
o caso da montadora de carros americana Tesla Motors.
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UNIDADE 3
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UNIDADE 3
OLHAR CONCEITUAL
CRM
INFORMAÇÕES SOBRE O
QUALIFICAÇÃO DOS
ESFORÇOS DE MARKETING
E DO INVESTIMENTO
AUMENTO NA QUANTIDADE
DE LEADS E AUMENTO NA AUMENTO
NAS VENDAS
EFICIÊNCIA DO MARKETING
HISTÓRICO DOS CLIENTES EM ANÚNCIOS
Como vimos, o CRM é uma ferramenta muito relevante para os esforços de inteligência
empresarial, ou business intelligence (BI). No infográfico, verificamos como obter infor-
mações sobre os clientes, e o seu histórico com a empresa pode ser fundamental para
melhorar as decisões na área de marketing. Isso se manifesta desde a concepção e pro-
dução de novos produtos e serviços até o atendimento ao cliente no pós-venda, além dis-
so, o CRM contribui para qualificar o investimento em comunicação, aumentando a chan-
ce de transformar desconhecidos em leads e, consequentemente, leads em negócios. Em
última instância, significa elevar as chances de sucesso da sua estratégia de marketing e
ter mais eficiência nos investimentos, elevando o retorno sobre investimento (ROI).
EXPLORANDO IDEIAS
116
UNICESUMAR
117
AGORA É COM VOCÊ
5. CRM – Lembra o que significa essa sigla? Este é um bom momento para você di-
zer, em poucas palavras, o que é CRM e por que ele se tornou tão importante no
contexto do marketing na Sociedade de Plataformas.
118
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
2. Ao longo da unidade, vimos que os dispositivos móveis são uma das principais
formas de acesso à internet. Além disso, é possível verificar que o marketing tira
vantagem dessa plataforma de diversas formas, dentre elas, a criação de aplicati-
vos que permitem a interação com clientes e a coleta de dados a respeito de seus
hábitos de consumo.
3. A respeito dos advergames, falamos que esta expressão se refere a jogos criados
com o propósito de transmitir mensagens publicitárias. Além dos advergames,
falamos, também, de publicidade em jogos, ou in game advertising. Esta segunda
categoria pode ocorrer na forma de publicidade estática ou dinâmica. No caso da
publicidade dinâmica, é possível o alto grau de segmentação. Vimos que os adver-
games já são uma realidade em campanhas digitais de grande porte e podem ser
uma ótima ferramenta para lidar com o público de jovens adultos que consomem
pouco conteúdo televisivo.
5. CRM é a sigla para costumer relationship manager. Trata-se de uma ferramenta fun-
damental para a gestão do relacionamento com clientes. São exemplos a respeito
da importância do CRM e citados na unidade: armazenamento de informações sobre
o histórico dos clientes, qualificação dos esforços de marketing e do investimento
em anúncios, aumento na quantidade de leads e na eficiência do marketing bem
como aumento nas vendas. Todos esses pontos podem ser citados para justificar
a importância da ferramenta. Resumidamente, o CRM é um histórico estruturado
de toda a relação entre empresa e cliente.
119
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121
MEU ESPAÇO
UNIDADE 4
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UNICESUMAR
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UNIDADE 4
MÍDIA DIGITAL
Figura 1 - Penetração da internet por mercado em 2019 / Fonte: Grupo... (2020, p. 178).
Descrição da Imagem: gráfico representando a penetração da internet no mercado, no ano de 2019. Nas
principais cidades do país, o universo digital faz parte do dia a dia de mais de 70% das pessoas. Indica que
98,9% dos entrevistados acessam a internet durante a semana, número que cai para 79,2% aos sábados
e 78% aos domingos.
Sob o ponto de vista mercadológico, mais do que um simples dado que apresenta o
acesso às chamadas “novas mídias”, essas informações oferecem indícios sobre opor-
tunidades de mercado, trata-se de uma mudança nas estruturas da comunicação e do
consumo que pode ser aproveitada por empresas e consumidores. Uma prova disso
é a Figura 2, que mostra o ranking dos sites por categoria, ali, chama a atenção o fato
de 95,1% dos brasileiros utilizarem sites de serviços e mais de 50% usarem sites de
varejo. Sob o ponto de vista mercadológico, essas informações são relevantes para
indicar a força da internet e o avanço dos negócios nas plataformas digitais. Por ou-
tro lado, essas mudanças também são importantes para que negócios que possuem
canais digitais fiquem atentos para o crescimento de potenciais concorrentes e, além
disso, tais mudanças no mercado apresentam novos desafios na forma de pensar o
marketing e a comunicação, como começamos a discutir nas unidades anteriores.
126
UNICESUMAR
Figura 2 - Alcance dos sites por categoria / Fonte: Grupo... (2020, p.186).
Descrição da Imagem: ranking de sites mais acessados no Brasil, por categoria. O gráfico apresenta barras
laterais com estatísticas que indicam os acessos a diversos tipos de sites, desde sites multicategoria aos
de entretenimento (menos acessados).
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UNICESUMAR
129
UNIDADE 4
aderir ao universo digital e mitigar a perda de receitas com publicidade. Por outro
lado, alguns grupos pequenos empresários reconhecem, nas grandes plataformas
digitais, oportunidades para abrir negócios ancorados em infraestrutura digital. Isto
é, negócios baseados, primariamente, em plataformas online, minimizando os inves-
timentos em infraestrutura física e em logística.
Para ilustrar as vantagens de um negócio online, listamos, a seguir, algumas
características positivas do comércio online em relação ao modelo tradicional:
130
UNICESUMAR
131
UNIDADE 4
Descrição da Imagem: carro modelo Tata Nano na cor amarela, em uma rua. Ao fundo, se vê um carro
branco, e à frente do carro amarelo, uma moto com duas pessoas.
É importante ressaltar que essas mudanças estão ligadas, sim, às mudanças na tecno-
logia, mas também dizem respeito a uma transformação na postura dessas empresas,
que passaram a dar atenção a outros públicos e a viabilizar produtos para esse grupo
de consumidores. Por isso mesmo, esses exemplos ilustram bem o que acabamos de
ver: ter um carro ou fazer uma cirurgia são possibilidades cada vez mais próximas
do consumidor médio, ou seja, deixam de ser itens ou serviços “exclusivos”. No caso
da cirurgia, é bom lembrar que nem todos os países têm acesso a serviços de saúde
gratuitos, portanto, trata-se de uma mudança, especialmente, relevante!
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UNICESUMAR
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UNIDADE 4
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UNICESUMAR
135
UNIDADE 4
de notícias em sites da internet, por exemplo. Por meio dessa ferramenta, você
pode avaliar a popularidade de notícias e conteúdos da web em plataformas so-
ciais como Facebook, Instagram, Twitter e Reddit. Essa ferramenta pode ser muito
útil para quem trabalha com produção de conteúdo e deseja promover o debate
sobre alguns aspectos do seu negócio.
Descrição da Imagem: print screen de uma página do jornal New York Times, com o plugin Crowd Tangle
aberto, mostrando a interação em aplicativos Facebook, Twitter, Reddit e Instagram.
Outra ferramenta que trabalha com big data é o Google Trends, gratuita e ofe-
recida pelo Google. Para usar, basta fazer a busca pelo nome de ferramenta no
próprio Google e, após acessar a página, digitar, nela, um termo de busca, e o
Google Trends oferecerá diversas estatísticas a respeito do tema. Por exemplo,
nas Figuras 4 e 5, é possível verificar o resultado para a busca por “maquiagem
vegana no Brasil”, na Figura 5, pode-se perceber o interesse no tema de acordo
com cada estado brasileiro. Com esta informação, Larissa pôde perceber que, de
todo país, o Rio Grande do Sul é o estado com maior número de internautas in-
teressados em maquiagem vegana. Tal informação é importante porque o público
da empresária é composto, majoritariamente, por pessoas com amplo acesso à
internet, o que indica que esse gráfico é um bom indício do interesse geral, por
região do país, sobre o tema. Cenário que influenciará os planos de Larissa nos
quesitos de logística e investimento em mídia, por exemplo.
136
UNICESUMAR
Figura 5 - Interesse pelo tema “maquiagem vegana” por estado brasileiro / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: gráfico mostra a relação dos lugares, no Brasil, que mais se interessam pelo assun-
to, sendo, em ordem crescente, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Descrição da Imagem: gráfico em linhas que mostra, no topo, à esquerda, a busca por “maquiagem vega-
na”, à direita, o período “últimos 12 meses no Brasil”, o qual está escrito, em inglês, “Brazil, past 12 months”.
O gráfico mostra a variação de busca sobre o tema entre 23 de fevereiro de 2020 e 24 de janeiro de 2021.
Os casos citados, então, são exemplos de como as quantidades massivas de dados (big
data) podem ajudar a orientar uma estratégia empresarial. Agora, vamos ao segundo
termo que apresentamos: a computação na nuvem. Basicamente, a computação
na nuvem se refere ao armazenamento de informações em servidores na in-
ternet, isso significa, por exemplo, que Larissa pode armazenar informações sobre
estoque e relação com consumidores (CRM), entre outros dados importantes para
o funcionamento do seu negócio online, uma diferença fundamental em relação a
negócios que operam, apenas, localmente, porque, com a computação na nuvem,
negócios como o de Larissa podem funcionar com segurança, sem depender de um
137
UNIDADE 4
138
UNIDADE 4
140
UNICESUMAR
Agora que você está familiarizado(a) com as principais etapas do processo, que
tal nos aprofundarmos, um pouco mais, no modelo Canvas? Se você já viu um
plano de negócios, notará que, em geral, eles são bastante longos, estruturados e
complexos. Isso é ótimo! No entanto este tipo de documento não é o ideal quando
se tem uma empresa em fase embrionária, e você não sabe sequer se a ideia, de
montar uma loja de cosméticos veganos, por exemplo, vingará. Por isso, o modelo
Canvas traz nove pontos-chave que servem como guia para o desenvolvimento
da proposta de valor da empresa e ajudam a estruturar os seus esforços, são eles:
Parcerias principais: são os fornecedores, parceiros na promoção do pro-
duto, na entrega, entre outros. Novamente, vamos a um exemplo prático: se eu
trabalho com vendas pela internet e faço entregas pelos correios, estes são um
parceiro importante na etapa de entregas. Devo considerar, também, os meus
fornecedores, responsáveis pelos produtos que comercializarei, essas relações são
fundamentais para que o produto esteja sempre disponível e chegue até o cliente.
Também é possível citar influenciadores digitais que podem ter uma relação com
a marca e atuar como advogados dela nas redes, por exemplo. A lista de parceiros
dependerá, diretamente, do tipo de mercado e pode ser longa, mas é fundamental
focar naqueles que possuem maior valor estratégico para o seu negócio.
Atividades-chave: quais as principais atividades da empresa? Quais as ações
que geram valor para o cliente e retorno para o empresário? As respostas a essas
questões devem alimentar esta coluna do Canvas. Pensando no comércio de cosmé-
ticos veganos, a atividade principal, claro, é a venda de produtos pelas plataformas so-
ciais. Além disso, contudo, é preciso considerar que para isso acontecer, Larissa deve
trabalhar no relacionamento e na geração de conteúdo em plataformas sociais bem
como na logística, na compra de produtos e no relacionamento com fornecedores.
Estrutura de custos: outro ponto fundamental de qualquer planejamento.
Todo empreendedor, antes de se comprometer com um plano, deve dimensionar,
cuidadosamente, os custos de sua operação. Neste caso, estamos falando, sobretu-
do, dos custos iniciais, aqueles necessários para tirar a empresa do papel. Ao longo
do processo de implementação do negócio, essa e as demais seções do Canvas
poderão e deverão ser atualizadas. Algumas perguntas a serem respondidas, neste
ponto, são: quais os meus custos fixos? Quais os variáveis? Quais são os principais
custos em termos financeiros? Esses custos também são os que agregam maior
valor para o meu negócio? É possível cortar a lista inicial de custos afetando
pouco ou nada a qualidade da minha operação?
141
UNIDADE 4
Proposta de valor: este é o ponto em que você deve identificar, claramente, a ra-
zão pela qual o cliente se interessará pelo seu produto ou serviço. Qual problema o seu
produto resolve? Quais dores ele alivia? Ou, ainda, como ele melhora a vida do cliente?
No caso da marca de maquiagens veganas criada por Larissa, o produto oferece aos
consumidores uma alternativa alinhada com um estilo de vida, trata-se de um tipo de
produto que se diferencia por oferecer algo que a maior parte dos produtos do mesmo
segmento (maquiagens) não oferece: uma composição sem componentes animais e
sem maus tratos à natureza. Embora estes pontos fortes não, necessariamente, inte-
ressem a boa parte do público, são fundamentais para o target do negócio de Larissa,
e isso deve ser destacado na proposta de valor. E o seu negócio, o que ele oferece?
Relacionamento com clientes: esta etapa está, diretamente, relacionada com o
ponto seguinte (canais), contudo, neste ponto, estamos preocupados com o relacio-
namento de forma geral. Isso envolve desde o processo de embalagem, por exemplo,
até o pós-venda do produto. O relacionamento diz respeito a toda interação entre
empresa e cliente e, como principais questões a serem destacadas no modelo Canvas,
considere quais os principais valores que orientam a sua relação com os clientes e
as principais formas de atendimento, por exemplo, a empresa pode se comprome-
ter com uma comunicação transparente (valor) e investir em redes online (canais).
Questões como a garantia de produtos também entram neste quesito, afinal, dizem
respeito à etapa de pós-venda, quando o cliente conquistado terá ou não a segurança
de retornar determinado produto que não cumpra com as especificações.
Canais: os canais são os meios usados pela empresa para estabelecer contato
com o cliente. Lembre-se que, em uma sociedade digital, na era do marketing 4.0,
os 4 Ps do marketing foram substituídos pelos 4 Cs. A promoção se transformou
em “conversa”, ao passo que o P de praça se tornou C de ativação comunitária. Pen-
sando nisso, note que canais não são, apenas, mídias em que faço publicidade, são,
realmente, veículos de comunicação multilateral. Para estruturar o nosso plano, nesta
fase, é importante considerar as seguintes etapas: conhecimento, avaliação, compra,
entrega e pós-venda.
Novamente, nos colocaremos na posição de Larissa: na fase de conhecimento,
ela pretende usar ferramentas como o Facebook Ads, as postagens e a otimização de
mídias sociais para promover o produto, pois ajudará a apresentá-lo ao consumidor
em potencial. Logo, vem a fase de avaliação, ali, a empresa está sendo avaliada pelo
possível cliente, nesta etapa, o conteúdo produzido por ela para as plataformas digitais
é fundamental, e, uma vez convencido, o cliente passa à etapa da compra. Aqui, cabe
142
UNICESUMAR
questionar: como ele poderá ter acesso aos produtos? Larissa precisará responder
a esta questão. A empresária poderá optar pela venda por meio do chat das plata-
formas digitais, ou WhatsApp, por exemplo, ou, ainda, criar uma loja virtual. Tudo
isso são canais que devem entrar no modelo. Após a compra, há, ainda, duas fases: a
etapa, imediatamente, seguinte, é a entrega. Qual canal será usado para entregar os
produtos? Uma sugestão seria usar os correios, mas seria esta experiência satisfató-
ria? É possível para Larissa fazer uso de entregadores ou de bicicleta, por exemplo?
Tudo isso precisa ser levado em conta. Por fim, o pós- venda: um produto como o
de Larissa exige atenção especial a esta fase. Como ela pretende se comunicar com
os consumidores? Neste caso, o uso de plataformas sociais é uma vantagem, afinal,
toda comunicação pode ficar concentrada e registrada nas redes digitais da marca.
Segmento de mercado: quem são as pessoas que eu acredito que terão inte-
resse no meu produto? Em outras palavras, para qual nicho, para qual grupos de
consumidores (segmento de mercado) minha proposta de valor servirá? No caso de
Larissa, já sabemos que ela, inicialmente, trabalhará com o segmento de mulheres
veganas. É possível, também, que Larissa avalie que esse grupo é muito pequeno
e deseje expandir para garotas que tenham afinidade com essa causa. Até aqui, o
plano é, perfeitamente, viável, lembrando que essa é só uma etapa e, para crescer, a
empresária deverá ampliar o seu target, isto é, definir um grupo não significa que
apenas este mercado interessa ao empreendedor, contudo é uma etapa de referência
fundamental para o marketing.
Durante a fase de implementação e dos testes do MVP, Larissa saberá se esse gru-
po abraçará ou não a sua ideia e, saberá, também, se, por acaso, outros grupos, talvez,
diferentes do imaginado por ela, se interessarão pelo produto. Provavelmente, ativis-
tas não veganos, pessoas ligadas aos direitos dos animais ou que tenham alergias ou
que optem por produtos, ambientalmente, corretos. São muitas as possibilidades, por
ora, é importante focar em um segmento prioritário para viabilizar a etapa de testes.
Fonte de receitas: como sugere o termo, este é o ponto em que o empreendedor
deve definir de onde virão as receitas para o negócio. No caso de Larissa, a fonte
primária seria a venda de produtos, mas é possível ter diversas fontes de receita, por
exemplo, a empresa de Larissa poderia oferecer workshops e cursos sobre maquia-
gem vegana. Esta fase, mais do que mera etapa de “preenchimento de dados” serve,
também, para a reflexão sobre possíveis oportunidades de renda e de negócio. Neste
item, a pergunta-chave é: como posso gerar receitas para o meu negócio? As princi-
pais respostas servem de subsídio a esta parte da unidade.
143
UNIDADE 4
ATIVIDADES RELACIONAMENTO
CHAVE PROPOSTA COM CLIENTES
PARCERIAS DE VALOR SEGMENTO
PRINCIPAIS DE CLIENTES
ESTRUTURA RECURSOS
DE CUSTOS PRINCIPAIS CANAIS FONTE
DE RECEITAS
Fonte: Andrade (2018, on-line).
NOVAS DESCOBERTAS
Para criar o seu próprio modelo Canvas, você pode acessar o site do Sebrae
e preencher o template online no link: https://www.sebraecanvas.com/
144
UNICESUMAR
Como vimos, o modelo Canvas pode ser uma ferramenta-chave para o desenvol-
vimento de um negócio, sobretudo, em suas fases iniciais. Isto não significa, po-
rém, que ele se aplica, apenas, aos estágios iniciais da empresa. O mesmo vale para
a noção de startup enxuta: embora focada em empresas que estão começando, a
proposta dessa startup, como falamos, é auxiliar empresas em ambientes de in-
certeza. Essa metodologia pode servir para aqueles que estão começando, por isso,
ainda não têm segurança sobre a viabilidade do negócio, mas também empresas
que atravessam crises, transformações, mudanças de mercado e outras condições
incertas podem se aproveitar desta abordagem. Na base dessa metodologia, está a
filosofia de gestão ágil, um método de gestão, especialmente, pertinente em um
mercado onde as mudanças acontecem de forma, extremamente, rápida.
A gestão ágil é uma forma de a empresa manter a estrutura e os processos
complexos o suficiente para atender às necessidades de sua equipe, de seus par-
ceiros e clientes, mas nunca grande demais a ponto de essa empresa se tornar
lenta e incapaz de reagir às mudanças. Como pontuamos, essa metodologia visa
a auxiliar organizações que enfrentam momentos de incerteza, não só empresas
que estão começando no mercado, mas aquelas envolvidas em fases de transfor-
mação na cultura ou nos processos podem se beneficiar do método.
O fundamental, aqui, é entender que essa abordagem visa a permitir à empre-
sa responder, de forma ágil, às respostas do mercado, por esta razão, as três etapas
citadas são tão importantes. O modelo Canvas, a testagem e o desenvolvimento
ágil são três etapas de um processo único, a filosofia, aqui, é simples: 1) O mo-
delo Canvas permite partir de uma concepção, visualmente, amigável, simples e
clara do propósito da empresa, dos seus valores e principais atributos; 2) a fase
de testagem objetiva oferecer uma resposta rápida ao empreendedor, ou seja,
após conceber um plano simples e rápido, esse deverá ser testado com o mínimo
produto (ou serviço) viável. Se esse produto obtiver boa resposta do mercado, aí
sim, sabemos que vale partir para a fase seguinte; 3) o desenvolvimento ágil diz
respeito a uma forma de produzir focada no maior valor possível, no menor tem-
po possível. Por exemplo, imagine que, para produzir um produto, você precise de
cinco dias, mas que o processo de embalagem leva outros cinco dias, por razões
técnicas, ou, talvez, que essa produção implique 50% do custo, mas a embalagem
e o transporte consomem o restante do orçamento. Nos dois casos, fica evidente
que a embalagem, no primeiro caso, e ela e o transporte, no segundo, consomem
parcela excessiva do investimento.
145
UNIDADE 4
PENSANDO JUNTOS
146
UNICESUMAR
EXPLORANDO IDEIAS
147
UNIDADE 4
148
AGORA É COM VOCÊ
149
AGORA É COM VOCÊ
3. O varejo é uma das áreas mais afetadas pelas mudanças na tecnologia. O fenô-
meno das compras online afetou, intensamente, o varejo tradicional, fato que
foi agravado pela pandemia de Covid-19. Pensando nisso, assinale a alternativa
que melhor corresponde às vantagens apresentadas pelo varejo online a um
empresário:
150
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
3. B. Como apontamos durante a unidade, o varejo online é uma boa opção, justa-
mente, por mitigar custos com estrutura física e estoque.
152
REFERÊNCIAS
ANDRADE, L. Conheça a ferramenta Canvas para ilustrar seu Plano de Negócio. Siteware, 30
jan. 2018. Disponível em: https://www.siteware.com.br/blog/metodologias/modelo-canvas/.
Acesso em: 17 mar. 2021.
GRUPO de Mídia São Paulo. Mídia Dados 2019. São Paulo: Grupo de Mídia São Paulo, 2020.
HELMOND, A. The platformization of the web: Making web data platform ready. Social Me-
dia+ Society, v. 1, n. 2, 2015.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do Tradicional ao Digital. Rio de
Janeiro: Sextante, 2017.
POELL, T.; NIEBORG, D.; VAN DIJCK, J. Plataformização. Fronteiras – Estudos Midiáticos, v.
22, n.1, 2020.
SOPRANA, P. Comércio digital ganha 5,7 milhões de consumidores e varejo diz que eles vie-
ram para ficar. Folha de S. Paulo, 22 jul. 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.
br/mercado/2020/07/comercio-digital-ganha-57-milhoes-de-consumidores-e-varejo-diz-
-que-eles-vieram-para-ficar.shtml. Acesso em: 16 mar. 2021.
SRNICEK, N. Platform capitalism. New Jersey: John Wiley & Sons, 2017.
153
MEU ESPAÇO
UNIDADE 5
Ao longo deste livro, falamos sobre diversas formas de dialogar com o público em
campanhas de marketing e comunicação. Agora, você já conhece termos como
“publicidade in game”, “big data” e “plataformização”, no entanto algumas questões
ainda estão em aberto. Por exemplo, imagine que você é um(a) gestor(a) de mar-
keting e precisa lançar uma nova campanha, pois, agora, é familiarizado(a) com
diversos canais e estratégias possíveis para executar essa campanha e, conhece,
também, vários termos importantes deste processo. No entanto precisamos nos
aprofundar em relação a como fazer a gestão de marketing de uma marca em
ambientes digitais.
Além disso, como sabemos, uma boa gestão de marketing deve ter atenção
ao público interno da empresa, ou seja, é preciso ter atenção aos funcionários,
mantendo-os motivados e engajados nas ações da empresa, para tanto, precisa-
mos compreender métodos e estratégias capazes de mobilizar o público inter-
no e externo, tendo em vista as mudanças estruturais que temos discutido ao
longo deste material. Em outras palavras, é fundamental que o(a) gestor(a) de
marketing seja apto(a) para explorar ferramentas capazes de manter a atenção
e o engajamento de clientes e funcionários em um cenário de fragmentação
da atenção, a qual é causada por múltiplas mídias e plataformas. Cabe ao(à)
gestor(a) estabelecer objetivos, prever e controlar os resultados das ações da
empresa no mercado.
Nesta unidade, apresentaremos formas de realizar uma gestão de marketing
eficiente e alinhada com a realidade digital. Isto não significa, apenas, usar canais
capazes de impactar o público, é necessário, também, estabelecer indicadores que
permitam o acompanhamento dos objetivos de marketing e comunicação. E, com
as plataformas digitais, precisamos aproveitar o enorme potencial desses espaços
para colher informações relevantes para a empresa. Com isto em mente, explora-
remos um universo rico de informações e desafios.
Ao longo desta unidade, acompanharemos a trajetória de Jonas, um gerente
de marketing comprometido com a melhoria dos processos e dos resultados
de seu departamento. Embora seja uma pessoa antenada às tendências do
mercado, Jonas trabalha em uma empresa de varejo sólida, mas que ainda não
se adaptou, plenamente, à realidade digital. O nosso desafio, então, é explorar
as melhores ferramentas e métodos para o desenvolvimento do trabalho de
um gestor que, por sua vez, precisa tornar a empresa um ator relevante nos
ambientes digitais. Ao trabalho!
156
UNICESUMAR
Certamente, você já sabia que o mundo inteiro vive conectado à internet, não é
verdade? Não há nada mais clichê do que a ideia de que estamos todos conectados.
Mas será que você já parou para analisar isso em números? Se deu conta de quão
impressionantes são as estatísticas?
Para ter uma ideia, separamos alguns dados impressionantes do Relatório de
Visão Geral Global Digital 2020, publicado pela We Are Social (KEMP, 2020a,
on-line). Segundo esse relatório, no mundo, há mais de 4,5 bilhões de usuários
de internet. Até aqui, nada, especialmente, impactante, afinal, falamos que “todo
mundo está conectado”, mas você sabia que o número de usuários de redes sociais
já bateu a marca de 3,8 bilhões de pessoas? Impressionante, não? (KEMP, 2020a,
on-line). Além dos números impressionantes em termos de usuários cadastrados
e acessos, as mídias sociais também chamam a atenção pela sua importância para
o marketing. O poder de influência dessas redes é enorme e um exemplo disso é
um dado publicado pela Business Insider, a partir de pesquisa do Internet Adver-
tising Bureau – IAB. Segundo o estudo, 90% dos consumidores recomendam uma
marca após interações nas mídias sociais (GLENDAY, 2013, on-line). O mesmo
estudo também indicou que as pessoas se tornam mais inclinadas a comprar e a
experimentar um produto depois de terem contato com a marca nas redes sociais.
Pensando na realidade brasileira, o We Are Social Brasil (KEMP, 2020b, on-li-
ne) constatou que o país já conta com 140 milhões de usuários de mídias sociais. O
relatório indica, também, que 94% dos internautas do país têm smartphone, 73%
possuem um computador portátil (laptop) ou desktop e 11% possuem um relógio
inteligente (smartwatch) ou pulseira inteligente (smartband). A mesma pesquisa
indica que esses internautas ficam, em média, 9h17min., diariamente, na internet.
Também significativo, em termos de consumo de conteúdo, é o fato de que 98%
dos internautas brasileiros assistem vídeos online, ao passo em que 36% escutam
podcasts. A respeito da confiança do brasileiro em sites e aplicativos online, é signifi-
cativo que a pesquisa indique que 43% dos usuários de internet transferem dinheiro
para amigos e família com seus dispositivos móveis e 38% deles já tenha realizado
uma compra online por meio de um dispositivo móvel (KEMP, 2020b, on-line).
Complementando essas informações, a Figura 1 apresenta a penetração das re-
des sociais no Brasil, de acordo com alguns critérios, como sexo, faixa etária, região
do país e estado, além disso, a pesquisa indica a presença ou não de crianças em casa.
A imagem permite ao(à) gestor(a) de marketing dimensionar o investimento em
redes sociais de acordo com a penetração em cada região do país, faixa etária e sexo.
157
UNIDADE 5
Estados
States
Outros
Pernambuco 20,3 %
2,3 %
Ceará
2,9 %
Distrito Federal
1,9 %
Bahia Rio de Janeiro
3,8 % 10,0 %
Santa Catarina
3,8 %
Minas Gerais
Rio Grande do Sul Paraná 13,2 %
5,7 % 7,2 %
Crianças em casa
Children at home
Não 42,4%
Sim 57,6%
Figura 1 - Distribuição do consumo de redes sociais no Brasil de acordo com sexo, faixa etária, região
do país e estado. / Fonte: Grupo... (2020, p. 195).
Descrição da Imagem: a Figura 1 apresenta, por meio de gráficos em pizza e em barra, a penetração das
redes sociais no Brasil, de acordo com critérios como sexo, faixa etária, região do país e estado, sendo as
maiorias: 53,6% homens; 21,6% de 25-34 anos; 52,7% da região sudeste e 57,6% possuem crianças em casa.
158
UNICESUMAR
Além disso, a mesma pesquisa demonstra que a maior parte dos brasileiros aces-
sam a internet entre 9h e 22h, sendo a maior parte desses acessos por computador
desktop. Outras plataformas relevantes são os smartphones e notebooks.
159
UNIDADE 5
Faturamento do e-commerce
E-commerce revenues
65
61,9
52 53,2
47,7
44,4
39 41,3
35,8
26 28,8
22,5
28%
13 20% 24%
15% 16%
12%
7% 7%
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Variação
160
UNICESUMAR
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UNICESUMAR
165
UNIDADE 5
Com esses objetivos em mente, Jonas passou a ter mais clareza em relação ao que
esperar de sua empreitada. Ficou claro que um objetivo básico a ser atingido, no
seu caso, é elevar o conhecimento da marca em ambientes digitais, pois, como já
vimos, a empresa onde Jonas trabalha não tem tradição nesses ambientes.
É necessário, portanto, elevar o conhecimento de marca ou brand awareness.
Este passou a ser, para nosso empreendedor, o objetivo central (ou principal)
de seus esforços. Igualmente, interessa a Jonas elevar a audiência de seus canais
e este será o objetivo secundário dos esforços do gerente de marketing. Esta
escolha não é casual: como gestor de marketing, Jonas sabe que, para elevar o
conhecimento de sua marca online, ele precisará dos seus canais digitais, logo,
aumentar a audiência dos canais favorece o objetivo principal de elevar o co-
nhecimento da marca. A ordem entre os objetivos, porém, é importante para
pautar as ações do marketing, logo, neste caso, o foco será apresentar a marca e,
secundariamente, atrair o público aos canais digitais.
Isto não significa que Jonas tenha desprezado os demais objetivos citados. Sa-
bendo que não pode estabelecer vários deles de uma só vez, ele decidiu priorizar,
por outro lado, como um gestor comprometido, Jonas também estará atento às
formas de educar a audiência online sobre a sua marca e elevar a credibilidade
dela por meio de ações que aumentem a confiança do consumidor. Além disso, ele
está atento à necessidade de gerar leads, ou seja, à importância de atrair a atenção
de consumidores que poderão fornecer dados para uma posterior conversão.
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UNICESUMAR
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UNIDADE 5
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UNICESUMAR
Observando o Quadro 1, Jonas passou a ter mais clareza em relação à sua ges-
tão. Fica evidente a ele que, para elevar o conhecimento da marca, é relevante
fazer um esforço no sentido de gerar bons conteúdos em mídias sociais. De
forma mais específica, ele optará por conteúdos que apresentem a marca e
mobilizem os consumidores. Seguindo esta lógica, Jonas aprendeu, também,
que é possível mensurar o sucesso dessa iniciativa observando métricas como
compartilhamentos e curtidas em mídia social (Quadro 1). Logo, cabe ao
nosso personagem avaliar, constantemente, as postagens, tendo em vista estes
critérios, e priorizar os assuntos e formatos que tiverem melhor aceitação no
que diz respeito a esses critérios e métricas.
Também é importante notar que essa lógica não vale, apenas, para Jonas e o
seu objetivo de elevar o conhecimento de marca. A elaboração de qualquer tipo de
conteúdo deve seguir objetivos claros, que serão, por sua vez, avaliados de acordo
com métricas, previamente, estabelecidas, e, com elas em mãos, é possível destrin-
char os objetivos em metas específicas. Estas são os indicadores de desempenho
ou KPIs, assim, teremos a visão clara do que está ocorrendo em relação à percep-
ção da marca em ambientes digitais. Esta, aliás, é uma das grandes vantagens dos
ambientes digitais: como falamos, anteriormente, nas plataformas digitais, toda
ação pode ser interpretada, numericamente, de forma que há uma infinidade de
maneiras de mensurar e gerenciar os mais diversos tipos de comportamentos,
interações e, até mesmo, desejos!
Agora, além das métricas típicas das plataformas digitais, discutiremos dois
novos conceitos que auxiliam o entendimento da jornada do consumidor. Eles
não se aplicam, apenas, ao trabalho de marketing digital, mas à gestão de marke-
ting em geral, inclusive, em ambientes digitais. Esses conceitos, em realidade, são
duas métricas criadas por Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), a saber: o coefi-
ciente de defesa da marca (CDM) e o coeficiente de ação de compra (CAC).
O Coeficiente de Defesa da Marca – CDM refere-se aos consumidores
que passam a ser influenciadores, isto é, que defendem a marca em público. Ba-
sicamente, a ideia no coeficiente de defesa da marca é monitorar quantas pessoas
saíram da condição de conhecimento sobre a marca (brand awereness) para a
posição de advogado de marca ou influenciador.
169
UNIDADE 5
A ideia é simples: imagine que João não conhecia os produtos de uma mar-
ca de tênis X. Ao começar a praticar corrida ao ar livre, ele decidiu se informar
sobre quais os melhores tênis para corrida e, em suas buscas, se deparou com
vários anúncios da marca X, descobrindo, por meio de leituras no blog da
marca, de conversas com consumidores e buscas em sites especializados, que
essa marca é referência quando se trata de tênis para tal atividade. Ora, João
decidiu, então, testar o produto da marca X, o qual é, realmente, excelente,
adequado para o nosso personagem, além disso, ela alimenta uma forte rede
de influenciadores em seus canais digitais, assim, João passou a falar sobre a
sua experiência positiva em suas redes. Desse modo, ele percorreu um per-
curso que foi do total desconhecimento em relação à marca até a condição
de um defensor ou advogado dela. O caso de João, portanto, se enquadra nas
estatísticas de Coeficiente de defesa da marca, o CDM (KOTLER; KAR-
TAJAYA; SETIAWAN, 2016).
Já o coeficiente de ação de compra – CAC mensura quanto das pessoas
influenciadas estão consumindo o produto ou serviço, em outras palavras,
o CAC avalia a capacidade da empresa em converter o conhecimento da
marca em compra.
Um exemplo de ação que pretende provocar o consumidor a realizar a
compra é o vídeo postado no perfil de Instagram da Starbucks Brasil. Para
promover, no verão, um de seus drinques refrescantes, a marca usou uma
imagem chamativa do produto, a qual trazia diversos elementos capazes de
apelar ao desejo do consumidor, como é o caso dos ingredientes (leite de
coco, frutas vermelhas) e da própria imagem, que realça o caráter refrescante
e saboroso da bebida. Contudo é no texto que acompanha a imagem que fica
clara a intenção da marca de realizar a conversão da audiência em direção
à compra. Ali, a Starbucks Brasil sugere que o consumidor “experimente o
#VioletDrink”, um chamado para a ação. Além disso, há claras indicações de
onde o consumidor pode encontrar a bebida e o link para mais informações
(na bio). Ou seja, aqui, a marca se aproveita das características do Instagram,
uma rede de amplo apelo visual e muito ligada ao consumo de alimentos e
bebidas, para promover um produto em particular.
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Descrição da Imagem: postagem da marca Starbucks Brasil no seu perfil do Instagram. A imagem, à es-
querda, apresenta um milk shake de frutas vermelhas e a descrição dos ingredientes. Do lado direito, o
texto que acompanha a postagem é o seguinte: “Uma bebida com a cara do verão para começar a semana!
Experimente o #VioletDrink, nosso refreshers™ de frutas vermelhas com um delicioso toque de leite de
coco - peça o seu pela Rappi e faça a sua pausa onde estiver (consulte disponibilidade de estoque e região
do pedido). Link na Bio”.
Neste ponto, é possível que você se pergunte,“ok, mas se CAC e CDM são métricas,
como eu posso fazer esses cálculos?” Bem, para responder a esta questão, reprodu-
ziremos um exemplo dado pelos autores do conceito. Esta ideia pode ser descrita
a partir do seguinte cenário: determinado mercado consiste no universo de 100
pessoas. Desse total (100), a minha marca (X) possui um bom índice de lembran-
ça, afinal, 90 pessoas lembram dela. Considere, agora, que desses 90 que lembram
da marca, 18 efetuam a compra e 9 recomendam a marca, espontaneamente. Isso
significa que o CAC da marca é de 18/90, ou 20%, ou seja, preciso ser lembrado
por 90 pessoas para alcançar o número de 18 compradores, já o CDM seria 9/90
ou 10%. Neste caso, o CDM indica que a cada 90 pessoas que conhecem a marca,
9 delas fazem recomendações, publicamente, sem serem provocadas.
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UNIDADE 5
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ou seja, o meu ROI será igual ao retorno que obtive menos o valor investido
dividido pelo total investido vezes 100. Achou confuso? Tudo bem, ilustraremos
isso com um exemplo.
Imagine que Jonas investiu R$ 150 e obteve R$ 500 de retorno. O cálculo do
ROI, portanto, seria o seguinte:
ROI = 233,3%
NOVAS DESCOBERTAS
Agora que conhecemos o ROI, falaremos de mais algumas métricas básicas para
o trabalho de gestão de marketing em ambientes digitais. Essas métricas fazem
parte de uma espécie de kit básico que deve acompanhar todo(a) gestor(a) de
marketing preocupado(a) com o desempenho de sua marca em plataformas digi-
tais. Afinal, a qualidade de uma campanha ou do posicionamento de determinada
marca não pode ser avaliada, simplesmente, com base na percepção subjetiva
do que seja um bom conteúdo. Pelo contrário, como sempre insistimos ao longo
deste material, os ambientes digitais exigem um marketing apoiado em dados.
Sendo assim, as métricas são um fator-chave para a avaliação do desempenho da
empresa e, consequentemente, da gestão.
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A primeira dessas métricas são as impressões. Esta métrica indica quantas vezes
uma marca ficou visível na timeline ou no feed dos consumidores, assim, as im-
pressões são importantes para dimensionar o volume da campanha, ou seja, se a
marca está obtendo a visibilidade desejada. No caso de Jonas, que deseja elevar
o conhecimento da marca, essa é uma métrica fundamental.
Outro indicador importante é o alcance. Aqui, há uma indicação de quantos
usuários visualizaram a publicação da marca. Embora semelhante às impressões,
o alcance está focado nos usuários, ou seja, as impressões indicam quantas vezes
o anúncio apareceu na rede de um usuário, já o alcance indica quantos usuários
visualizaram esse anúncio. São métricas, sutilmente, distintas.
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Além das impressões e do alcance, outra métrica muito conhecida na área de mídias
sociais é o engajamento. Talvez, “engajamento” seja a palavra mais querida dos pro-
dutores de conteúdo, afinal, é para isso que boa parte dos esforços destes profissionais
se dirige. Essa métrica tende a ser oferecida pelas estatísticas da própria plataforma,
por exemplo, no Facebook, o engajamento pode ser mensurado pelo número de co-
mentários, reações e compartilhamentos. Essa métrica proporciona uma dimensão
da intensidade do envolvimento do consumidor com a marca, pois um consumidor
engajado tende a ser um bom influenciador, um advogado de marca. Um exemplo
desse tipo de estratégia, apresentado na Figura 6, também vem do Starbucks: na pos-
tagem, a marca não se preocupa, diretamente, em promover algum de seus produtos
ou falar, de modo direto, sobre ela mesma, diferentemente do que ocorre no exem-
plo que citamos, anteriormente, também da Starbucks. Isso fica claro no texto que
acompanha a imagem, o qual apresenta a pergunta “E você, já preencheu toda essa
cartela?” Ali, a marca provoca os seguidores a comentarem as suas próprias experiên-
cias durante o verão, suscitando a interação nos termos de uma conversa corriqueira.
Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma postagem do Starbucks Brasil na rede social Instagram.
Essa postagem mostra uma cartela semelhante às utilizadas nos jogos de bingo, com o seguinte título:
“Neste verão você já...”. Nos quadros da cartela, estão escritas diversas atividades ligadas ao verão, como
“tomou sol no final de semana”. Na descrição da imagem, o perfil apresenta o seguinte texto: “O verão está
aí! [seguido de emojis]. E você, já preencheu toda essa cartela?”.
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Taxa de Conversão
PENSANDO JUNTOS
Você já parou para pensar sobre a quantidade de marcas com as quais você se depara,
diariamente, nas suas redes sociais? Que tal parar um minuto e refletir a respeito disso
e, também, a respeito do que, afinal, elas pretendem com esse contato. Tente elencar as
diversas formas de como esse contato ocorre, por exemplo, anúncios (ex.: Facebook Ads),
postagens patrocinadas, postagens do perfil da marca, de amigos que a mencionam (advo-
gados de marca) e, assim, sucessivamente. Pense nisso por alguns minutos e reflita sobre o
impacto desta influência na sua vida. Esta reflexão também pode trazer algumas lições de
como uma marca pode se posicionar, de forma bem integrada, ao cotidiano dos usuários.
NOVAS DESCOBERTAS
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NOVAS DESCOBERTAS
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Caso ainda não tenha ficado claro como a gamificação auxilia a mudança
de comportamentos, basta imaginar a trajetória de um trabalhador. Vamos
supor que esse trabalhador, o Antônio, é responsável por produzir cadeiras
em uma fábrica, em uma indústria tradicional, ele terá uma meta a ser cum-
prida diária ou mensalmente e, caso não bata a meta, pode ser mal avaliado
pela gestão e corre o risco de sofrer algum tipo de punição por parte de seus
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A capacidade de comover está entre as principais razões pelas quais essa es-
tratégia tem se difundido no marketing. Afinal, como já pontuamos, as marcas
buscam, cada vez mais, engajar o seu target por meio de mensagens inspira-
cionais, cujo propósito das marcas aparece em primeiro plano, muito além
da simples proposta de valor baseada em atributos tangíveis. Nesse sentido,
o storytelling é um artifício estratégico para construir uma marca relevante
ao público e à comunidade em que ele se insere.
A respeito da campanha do Spotify, é notável, também, que o vídeo que dá
vida à campanha traga personagens mais diversos, porém muito representati-
vos em relação ao público da marca. Não é casual, por exemplo, que possamos
observar, na imagem que trouxemos para ilustrar a campanha, pessoas no
horário de trabalho e de lazer, praticando esportes ou em momentos de tédio,
como esperar a máquina de lavar roupas finalizar o trabalho. Todas essas
atividades estão ali para ilustrar a amplitude de momentos em que o Spotify
pode ser usado, fazendo companhia aos consumidores. Os tipos humanos da
campanha também são os mais variados, representando, assim, a diversidade
dos clientes e o compromisso da marca com estes diversos gostos e estilos.
Em resumo, seja em uma imagem, em um vídeo ou em uma frase (“escutar
muda tudo”), o Spotify está comprometido em contar uma história e, nessa
narrativa, a marca é um personagem que acompanha o seu público, compar-
tilhando momentos de alegria, tédio, saudade etc., e, mais do que acompanhar,
o Spotify “muda tudo”, muda todos esses momentos para melhor. Uma boa
história, não?
Quer outro exemplo de uso do storytelling? Pois, vamos a ele! Neste caso,
a história foi contada por uma marca de cervejas. O insight da campanha foi
simples: quando se faz uma busca por “cervejeira” no Google, os resultados
apontavam para geladeiras de cerveja, uma ideia preconceituosa que sugere
que, embora haja “cervejeiros” homens, as mulheres não podem ser “cervejei-
ras”. Há, portanto, o apagamento do público feminino nessa busca. Notando tal
distorção, uma cervejaria famosa criou uma campanha em que defende a ideia
de que mulheres são, sim, cervejeiras, por meio da hashtag #CervejeiraSouEu.
Para dar credibilidade à campanha, a marca se associou a influenciadores,
como Joleana, que fez postagens defendendo o fato de que as mulheres gostam
e conhecem cerveja com profundidade.
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(a)
Descrição da Imagem: postagem da influencer Joleana, no Twitter. O texto acima da imagem diz: “ahhh
tendi… olha que a @ambev notou… então pra eu ser uma cervejeira eu não preciso ser uma geladeira?
mulher não gosta de cerveja? mulher não é sommelier? #CervejeiraSouEu #publi #bebacommoderação.
Na imagem, o termo “cervejeira” aparece sobre fundo branco, sugerindo a busca pelo termo na internet.
(b)
Descrição da Imagem: postagem da influencer Joleana, no Twitter. À esquerda, uma postagem da Ambev
apresenta um texto sobre fundo preto: “Dá muito orgulho ver nossas manas cervejeiras mostrando com
toda a força que cervejeira NÃO é eletrodoméstico. Aqui na Ambev, 50% do time de mestres em cerveja
são mulheres. Vem junto que a gente consegue mudar essa história. Não pode existir outro significado.
#CervejeiraSouEu”. Abaixo do texto se vê uma imagem com várias fotos de mulheres sorrindo para a câmera.
À direita, na interface do Twitter, o texto da influencer: “você sabia que 50% do quadro de especialistas cer-
vejeiras da @ambev é mulherada? é, não precisa ter bigode pra produzir cerveja. Saca só #CervejeiraSouEu
#publi #bebacommoderação
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UNIDADE 5
Mais do que uma peça publicitária, o que se observa, nesta série de postagens
no Twitter, é o compromisso de determinada marca com uma causa que é
importante para o seu público. Há, ali, também, um posicionamento de mar-
ca em relação às questões, socialmente, relevantes e o cuidado de lançar este
debate, justamente, no período que contempla o Dia Internacional da Mulher.
Esta data, naturalmente, não foi escolhida por acaso, trata-se de um período
em que as redes estão mobilizadas em torno de uma causa, de modo que este
tipo de conteúdo tende a ganhar mais visibilidade e gerar mais engajamento
com a marca. Tudo isso, contudo, não seria viável se a marca não apresentas-
se esse conteúdo de forma interessante, comprometida com certas questões,
socialmente, impactantes. Também é fundamental a forma como esse con-
teúdo foi apresentado, pois a marca escolheu mulheres como personagens
para vocalizar essa narrativa. Também pediu para que elas compartilhassem
as suas histórias e transformou o tema em um debate nas suas redes. Ao apre-
sentar mulheres que trabalham na própria companhia, a marca compartilha,
igualmente, um pouco da sua própria história. Isso é fundamental para a
credibilidade da campanha!
Se observarmos sob o ponto de vista de uma narrativa tradicional, é pos-
sível verificar que o machismo e os dispositivos em que ele opera se caracte-
rizam como o grande vilão dessa narrativa, as mulheres, por outro lado, são
as heroínas a quem a Ambev se associou. A marca se apresenta como uma
aliada do público feminino nessa história, a qual é, em parte, narrada pelas
mulheres, ainda que provocadas pela marca.
Em resumo, há uma bela narrativa organizada em torno de um propósito
de marca, com isso, é possível engajar o público em uma conversa genuína, afi-
nal, estamos falando de algo que, realmente, desperta o interesse das pessoas.
Cabe a você, agora, pensar em quais histórias gostaria de contar a respeito
de uma marca. Como você faria isso? Quais ações, canais e conteúdos seriam
propostos para contemplar as diversas fases da relação entre cliente e marca?
Quais sentimentos gostaria que essa marca inspirasse? Revise o material da
unidade e pense em como tudo isso poderia ser aplicado à sua realidade.
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AGORA É COM VOCÊ
2. Gamificação – Este fenômeno, que recebeu este nome no ano de 2002 e virou
modismo a partir de 2010, se espalhou pelo mundo empresarial e já deixou de
ser uma tendência para ser uma prática, relativamente, comum e bem integrada
aos processos empresariais. Defina o que é a gamificação e para que ela serve.
3. KPIs – Lembra-se das KPIs? Neste momento, mais do que relembrar o que signi-
fica a sigla, a sua tarefa é indicar como e por que é importante usá-la na gestão de
marketing. Sendo assim, explique qual a importância das KPIs em um planejamento
de campanha digital.
5. Storytelling – É provável que, mesmo antes de abrir este material, você tenha
ouvido essa palavra. O storytelling parece estar em toda parte, e está mesmo! Nas
empresas, nos quadrinhos e no cinema, esse termo virou um jargão. Apesar disso,
o seu uso, no contexto do marketing, possui um sentido específico. Com isso em
mente, responda: o que é storytelling? Por que ele é importante para o marketing?
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CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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REFERÊNCIAS
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KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do Tradicional ao Digital. Rio de Janei-
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