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Planejamento
de Campanha
Profa . Heloisa Rosa
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profa. Heloisa Rosa
R788a
Rosa, Heloisa
ISBN 978-65-5663-113-4
ISBN Digital 978-65-5663-108-0
Impresso por:
Apresentação
A comunicação é uma atividade complexa que envolve diversos
aspectos para cumprir seu papel de transmitir uma mensagem. Ao
abordarmos o ambiente organizacional, especificamente, devemos nos
atentar ao conhecimento do cenário para estabelecimento das estratégias e às
particularidades para implantação de campanhas. Desta forma, neste Livro
Didático você aprenderá sobre esses processos analíticos e estratégicos da
comunicação, por meio de discussões sobre as Estratégias de Comunicação
e Mídia. Também, conhecerá os processos operacionais de uma campanha
publicitária em um mercado publicitário composto por anunciantes, agências,
fornecedores e veículos de comunicação.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 – PLANEJAMENTO DE CAMPANHA..........................................................................1
VII
3 ROTEIRO DE UM PLANO DE COMUNICAÇÃO.........................................................................59
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................61
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................64
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................65
VIII
2.1 ANUNCIANTES.............................................................................................................................131
2.2 MEIOS E VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO..............................................................................132
2.3 FORNECEDORES...........................................................................................................................134
3 ESTRUTURA DE UMA AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO........................................................136
3.1 ATENDIMENTO.............................................................................................................................138
3.2 TRÁFEGO........................................................................................................................................140
3.3 CRIAÇÃO........................................................................................................................................140
3.4 PRODUÇÃO....................................................................................................................................141
3.5 MÍDIA...............................................................................................................................................142
3.6 PLANEJAMENTO..........................................................................................................................143
4 REMUNERAÇÃO DA AGÊNCIA ...................................................................................................143
4.1 COMISSÕES ESTABELECIDAS PELA LEI Nº 4.680.................................................................144
4.2 COMISSÕES ESTABELECIDAS PELA LEI COM DESCONTOS PROGRESSIVOS.............145
4.3 FEE MENSAL FIXO........................................................................................................................146
4.4 MARKUP.........................................................................................................................................146
4.5 REMUNERAÇÃO POR RESULTADOS......................................................................................147
4.6 FEE MENSAL ACRESCIDO DE UM PERCENTUAL ..............................................................147
SOBRE OS RESULTADOS...................................................................................................................147
4.7 HONORÁRIOS DE CLÁUSULA DE RESULTADOS................................................................148
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................149
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................151
TÓPICO 3 – BRIEFING..........................................................................................................................173
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................173
2 POR QUE O BRIEFING É FUNDAMENTAL?...............................................................................173
3 O BRIEFING NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE CAMPANHA................................174
4 ROTEIRO DE UM BRIEFING ..........................................................................................................176
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................179
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................182
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................183
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................185
IX
X
UNIDADE 1
PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
DIAGNÓSTICO DE
COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Para que seja possível definir estratégias que entreguem resultados aos
negócios, o Planejamento de Comunicação deve ser iniciado considerando uma
avaliação geral da realidade de negócio. Este conhecimento é fundamental para a
criação de estratégias coerentes e com baixo risco. Afinal, quanto mais conhecemos
uma realidade, menores são os riscos de erro. O diagnóstico de comunicação é a
primeira etapa de um bom planejamento e compreende etapas fundamentais de
compreensão da realidade, avaliando importantes pontos conforme apresentado
na figura a seguir.
FONTE: A autora
2 IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
Entender as características do produto e serviço de uma marca é um dos
pontos fundamentais para entregar ações de comunicação de resultado. Afinal,
atualmente, as marcas passam a entregar produtos cada vez mais semelhantes,
gerando diferenciações em elementos intrínsecos como posicionamento, valores
e experiência.
DICAS
4
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
5
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
6
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
7
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
8
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
3 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA
Um dos pontos importantes de um diagnóstico é o reconhecimento dos
concorrentes. Nesse momento, são identificadas as marcas ou produtos que estão
na competição pela liderança no mercado de atuação. É importante reconhecer os
pontos fortes e fracos da concorrência, possibilitando, assim, a criação de estratégias
competitivas. Como reconhecer os concorrentes?
Por exemplo, imagine uma marca de cosméticos que apresenta grande parte
da sua fatia de vendas em “produtos para presente”. Essa marca identificou que seu
foco de negócio se relaciona muito mais com o “ato de presentear” e consegue gerar
grandes receitas em virtude do posicionamento adotado. Neste mesmo cenário de
produtos para presente, a marca reconhece que determinados produtos podem roubar
a fatia deste mercado de presentes, representados por produtos como chocolates finos
ou sandálias de borracha. Assim, precisa estabelecer estratégias para ser competitiva no
momento de escolha do consumidor sobre qual tipo de produto presentear.
9
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
Esse caso representa um cenário de uma marca que apresenta concorrentes que
fogem do seu segmento de atuação, no entanto, apresentam alto grau de risco à marca,
se colocando, assim, como concorrentes diretos. Dessa forma, a partir da definição dos
concorrentes claros, chega o momento de realizar análises específicas sobre os pontos
competitivos presentes (YANAZE, 2013):
4 PÚBLICOS DE INTERESSE
É comum, ao falar de ações de comunicação, termos em mente
somente um público que deve ser considerado: os consumidores. Esta
lógica considera que o consumidor é o único receptor que deve ser considerado pois
somente ele trará resultados positivos às marcas.
Nesse simples exemplo, com apenas dois públicos de interesse, vemos uma
complexidade de ações que devem ser consideradas para garantir que objetivos
mercadológicos sejam atendidos.
FONTE: A autora
11
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
12
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
A identificação do público-
alvo compreende possíveis
compradores dos produtos, os
Consumidores
usuários atuais, as pessoas ou Consumidores.
finais
grupos que têm poder de decisão
nas compras, ou, ainda, públicos
específicos.
13
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
Dados Características
Hábitos de
compra, uso, Procedimentos usuais, diferenças de comportamento entre
consumo, os diversos públicos.
estilo de vida
14
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
DICAS
DEMANDA DA
DIMENSÃO MOVIMENTO COMUNICAÇÃO
COMPORTAMENTAL PARA COMPRA PROMOCIONAL EM
VÁRIOS ESTÁGIOS
Ações no PDV e transações
Conativo Compra com o varejo.
(O reino dos motivos) Comunicação objetiva e
Ações que estimulem e oferta de “última-chance”.
dirijam os desejos. Convicção Apelo de preço e venda
pessoal.
Comunicação
argumentativa e
Afetivo Preferência
competitiva.
(O reino das emoções)
Ações que mudem atitudes
Trabalhar a imagem.
e sentimentos.
Apelo de status, glamour.
Envolvimento
Ações de comunicação
mais descritivas – uso
Cognitivo de formas chamativas e
(O reino dos sentimentos) Conhecimento marcantes.
Ações que apresentem
informações e fatos. Campanhas de sinalização
da chegada do produto/
Consciência serviço.
FONTE: Belch (2004 apud GALINDO, 2009, p. 200)
15
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
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TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
FONTE: A autora
17
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
Os consumidores são
Aprender sobre a
passivamente expostos
marca com seus
a uma longa lista de
pares. Ser exposto
marcas em função de
ASSIMILAÇÃO inadvertidamente EU SEI
experiências passadas,
à propaganda da
comunicações de
marca. Lembrar-se de
marketing e/ou defesa
experiência passada.
da marca por clientes.
Os consumidores
processam as
mensagens que são
Ser atraídos pelas
expostas – criando
marcas. Criar um
memória de curto
ATRAÇÃO conjunto de marcas EU GOSTO
prazo ou ampliando
que serão levadas em
a memória de longo
consideração.
prazo – são atraídas
somente para uma lista
curta de marcas.
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TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
Pedir conselhos a
Levados pela
amigos. Pesquisar
curiosidade, os
avaliações on-
consumidores
line do produto.
pesquisam ativamente ESTOU
ARGUIÇÃO Contatar central
para obter informações CONVENCIDO
de atendimento.
adicionais dos amigos e
Comparar preços.
da família, da mídia e/
Testar o produto nas
ou direto das marcas.
lojas.
Reforçados pelas
informações adicionais,
os consumidores Comprar na loja física
decidem comprar ou on-line. Usar o
uma marca específica produto pela primeira ESTOU
AÇÃO
e interagem de forma vez. Reclamar de COMPRANDO
mais profunda por um problema. Obter
meio de processos de atendimento.
compra, consumo e/ou
serviço.
Com o tempo, os
consumidores podem
desenvolver uma
Continuar usando a
sensação de forte
marca. Recomprar a
APOLOGIA fidelidade à marca, EU RECOMENDO
marca. Recomendar a
refletida em retenção,
marca a outros.
recompra e defesa da
marca perante seus
pares.
6 OBJETIVOS DE COMUNICAÇÃO
Um dos pontos essenciais para definir as estratégias de
Comunicação é a definição clara dos objetivos. Muitas campanhas,
por vezes, acabam não trazendo resultados positivos por não haver clareza
pela organização sobre qual de fato é o objetivo a ser alcançado. Ainda nesse
contexto, existe uma simplificação de que as ações de comunicação cumprem
19
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
20
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
OBJETIVO DESCRIÇÃO
21
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
22
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICO DE COMUNICAÇÃO
23
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
24
• O reconhecimento dos estágios de uma jornada contribui para o oferecimento
de ações pertinentes às necessidades de cada etapa de envolvimento com a
marca pelo consumidor.
25
AUTOATIVIDADE
3 Para que uma marca tenha força no mercado é necessário que estabeleça
ações de comunicação constantemente, buscando atingir diversos objetivos
distintos de acordo com necessidades específicas. Um consumidor, por
exemplo, apresenta etapas de envolvimento com a marca, que denominamos
como jornada do consumidor. Assim sendo, sinalize as etapas corretas para
cada situação apresentada:
(A) Assimilação.
(B) Atração.
(C) Arguição.
(D) Ação.
(E) Apologia.
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( ) Levados pela curiosidade, os consumidores pesquisam ativamente
para obter informações adicionais dos amigos e da família, da mídia
e/ou direto das marcas.
( ) Os consumidores são passivamente expostos a uma longa lista de marcas
em função de experiências passadas, comunicações de marketing e/ou
defesa da marca por clientes.
( ) Com o tempo, os consumidores podem desenvolver uma sensação de
forte fidelidade à marca, refletida em retenção, recompra e defesa da
marca perante seus pares.
( ) Reforçados pelas informações adicionais, os consumidores decidem
comprar uma marca específica e interagem de forma mais profunda
por meio de processos de compra, consumo e/ou serviço.
( ) Os consumidores processam as mensagens que são expostos - criando
memória de curto prazo ou ampliando a memória de longo prazo -
são atraídos somente para uma lista curta de marcas.
27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
ESTRATÉGIAS DE
COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Você já viu até aqui que existem particularidades no diagnóstico e que
elas influenciam na determinação das estratégias, considerando objetivos claros
das marcas. Neste tópico, você verá como as estratégias de comunicação podem
ser definidas considerando diversos aspectos antes da definição dos canais de
comunicação. Questões como tipo de campanha oferecida, estratégia de campanha
e definição do mix de comunicação são fundamentais antes mesmo de definir
se uma campanha veiculará em televisão aberta ou internet. Essas definições
compreendem a primeira etapa da estratégia de comunicação, podendo ser
organizada conforme os elementos apresentados na figura a seguir.
FONTE: A autora
29
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
2 TIPOS DE CAMPANHAS
Um dos primeiros pontos a serem considerados na definição da estratégia
é a delimitação do tipo de campanha. Essa definição está altamente relacionada
aos objetivos de comunicação e deve ser responsável por nortear as demais
estratégias de abordagem na mensagem e escolha dos canais de comunicação.
Uma campanha pode ser enquadrada em diversos tipos. Lupetti (2012) defende
que as campanhas podem ser enquadradas em características institucionais
e mercadológicas. Para compreender a grande diferença entre estas duas
abordagens, observa os anúncios a seguir.
30
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
31
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
32
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
Até aqui vimos que existem diversos tipos de campanhas que podem ser
considerados em um planejamento. Nessa realidade, devemos compreender que,
considerando as demandas atuais de mercado e a complexidade dos negócios,
uma marca dificilmente trabalhará em uma campanha isoladamente, como
já afirmamos. A realidade que temos hoje demanda que uma marca trabalhe
simultaneamente para garantir o atendimento de diversos objetivos, para diversos
públicos e, principalmente, considerando tipos de campanha diferenciados.
Diferentemente da época de comunicação de massa, focada em produtos e
comunicação unidirecional, as organizações atuais precisam atender diversos
objetivos simultâneos, como: fortalecer sua reputação, garantir reconhecimento
de marca, proporcionar a venda de produtos, queimar estoques, lançar novas
linhas etc. E, nesse caso, a definição do tipo de campanha que irá atender cada
objetivo é fundamental.
3 ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA
Após definir o tipo da campanha necessário, de acordo com os objetivos
do negócio, é hora de definir as estratégias que nortearão a campanha.
Essas estratégias de campanha não dizem respeito às escolhas dos canais de
comunicação, mas sim, da abordagem em que a informação será oferecida aos
stakeholders da campanha (LUPETTI, 2012).
33
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
“Ficou loira” porque bem, descobre-se que no fim da peça criada pela
DPZ&T a personagem vivida pela artista estava apenas usando uma peruca
para se infiltrar numa festa do que parece ser uma máfia russa e extrair uma
digital do líder da organização. Além de mostrar a versatilidade da direção do
veículo, o vídeo intitulado “Aposta” busca passar o novo posicionamento do
Stepway no mercado brasileiro, que agora é vendido pela marca como “O SUV
à altura de sua aventura”. Confira o comercial na íntegra acima.
FONTE: <https://www.b9.com.br/111821/marina-ruy-barbosa-vira-agente-secreta-em-
comercial-da-renault/>. Acesso em: 13 abr. 2020.
34
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
FONTE: <https://www.b9.com.br/107836/mastercard-reune-messi-neymar-ana-ivanovic-e-
outros-atletas-em-nova-campanha/?highlight=neymar>. Acesso em: 13 abr. 2020.
FONTE: <https://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,gradiente-lancou-o-seu-iphone-
em-1999,70003004449,0.htm>. Acesso em: 13 abr. 2020.
35
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
DICAS
Para ilustrar, a seguir você pode ver um caso da marca Havaianas, que utiliza
esta estratégia frequentemente para promover seu produto.
36
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
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UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
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TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
4 MIX DE COMUNICAÇÃO
A partir da definição da Estratégia de Campanha, é possível
definir o Mix de Comunicação que será colocado em prática, ou seja,
como as ações serão compostas. Esta diz respeito à escolha das estratégias que
contribuirão para atender aos objetivos de uma campanha e servem de base para
a seleção das táticas, ou seja, os canais de comunicação que serão utilizados para
cada estratégia. Para entender melhor, veja a figura a seguir, que aponta algumas
estratégias de Mix de Comunicação de uma campanha hipotética.
FONTE: A autora
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UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
4.1 PROPAGANDA
A propaganda tem como objetivo central informar benefícios, características
e atributos de uma marca. É caracterizada pelo envio de mensagem para uma
grande quantidade de pessoas por meio de mídias de massa (PÚBLIO, 2008).
Ocorre em lançamento de produtos, divulgação de eventos ou de uma marca
específica (LUPETTI, 2012). Esta estratégia pode ser definida como estática, ou
seja, não dialoga diretamente com o consumidor pois cumpre o papel de apenas
emitir uma mensagem. Ainda, este formato se caracteriza por ser viabilizado a
partir da compra de um espaço comercial pela marca anunciante, com o intuito
de fixar esta marca. A propaganda pode ocorrer em diversos formatos, conforme
você pode ver a seguir:
FONTE: A autora
40
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
4.2 MERCHANDISING
O merchandising é uma estratégia que visa “construir um cenário
favorável para a compra de um produto no ponto de venda” (LUPETTI, 2012,
p. 21). Esta estratégia está altamente relacionada com conversões de vendas de
consumidores já dispostos a comprar o produto, podendo ser representadas
por experimentação de produto, demonstração de produto e alinhamento da
identidade da marca ao ponto de venda. Veja na imagem a seguir como a marca
Havaianas expôs o produto com o intuito de gerar maior atenção ao consumidor:
41
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
E
IMPORTANT
Merchandising na TV é merchandising?
42
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
É importante ressaltar que para que uma Promoção de Vendas ocorra, ela
dependerá de outras estratégias do Mix de Comunicação, como Propaganda em
mídias segmentadas ou de massa, ações de Merchandising no Ponto de Venda ou
outras ações que você verá neste tópico.
43
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
As ações proativas são ditas como ações provocadas pela marca, com
o intuito de gerar uma imagem positiva sobre ela ou sobre um produto. Neste
contexto, podemos acompanhar dois exemplos de ações proativas em relações
públicas:
DICAS
44
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
• No ano de 2007, a marca Mattel Inc. precisou realizar três grandes recalls
de seus produtos pois apresentavam níveis perigosos de chumbo. Assim, a
marca colocou em prática ações que visavam a substituição dos produtos e
transparência com a comunidade impactada (CRESCITELLI; SHIMP, 2012).
45
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
FONTE: <https://assets.b9.com.br/wp-content/uploads/2013/09/chiquinho5-920x690.jpg>.
Acesso em: 13 abr. 2020.
FONTE: <https://www.b9.com.br/40907/enterro-bentley-chiquinho-scarpa-campanha-
doacao-orgaos/>. Acesso em: 13 abr. 2020.
Essas estratégias que você viu até aqui são alguns exemplos de ações que
podem ser colocadas em prática. No entanto, é importante que você perceba que,
considerando os avanços da tecnologia e mudanças causadas por eles, novas
possibilidades de estratégias no campo da comunicação podem surgir alterando
todo um cenário. É fundamental que você perceba que nenhuma estratégia é
eficaz sozinha, sendo altamente dependente de outras estratégias que cumprem
papeis distintos e específicos aos problemas de comunicação existentes. Dessa
forma, é papel dos profissionais de comunicação compreenderem a existência
das estratégias, dos problemas de negócio para que, com coerência, coloque em
prática as ações mais adequadas dentro do contexto exigido.
46
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
E
IMPORTANT
A dúvida que fica então é “como fazer isso?”. Uma primeira resposta apressada
seria realizando pesquisas de campo, o que de fato é possível, porém é custoso e demanda
um tempo que, na maioria das vezes, acaba sendo lento para retroalimentar as estratégias
de negócios.
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UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
FONTE: <https://www.proxxima.com.br/home/proxxima/how-to/2019/02/19/eficiencia-
de-marketing-como-deixar-de-jogar-no-escuro.html>. Acesso em: 13 abr. 2020.
48
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
49
AUTOATIVIDADE
(A) Propaganda.
(B) Merchandising.
(C) Promoção de Vendas.
(D) Patrocínio.
(E) Relações públicas.
(F) Assessoria de Imprensa.
a) ( ) Estratégias de informação.
b) ( ) Estratégias de testemunho.
c) ( ) Estratégia de posicionamento/reposicionamento.
d) ( ) Estratégias de comparação.
51
52
UNIDADE 1
TÓPICO 3
PLANO DE COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Após compreender que os diferentes critérios de um diagnóstico de
negócio e estratégias de comunicação, chegou o momento de compreender como
podemos colocar tudo isso em prática em um plano de comunicação.
Por fim, você compreenderá que todos os elementos que vimos até aqui,
nesta unidade, estão interligados e são altamente interdependentes. Vamos lá?
53
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
FONTE: A autora
De acordo com Correa (2017), Lupetti (2012), Ferrari (2002), Kunsch (2003)
um Plano de Comunicação deve ser composto por uma análise de cenário, com
levantamento de informações necessárias sobre o negócio, produto, públicos de
interesse e outras questões relevantes ao negócio. Ainda devem ser apresentados
os objetivos e ações que sejam coerentes para o atendimento desses objetivos.
Por fim, devem ser formalizadas as formas de controle das ações. Quais são as
etapas necessárias? Bom, não existem modelos melhores ou piores, mas existem
modelos adequados à realidade do negócio. A seguir você pode identificar as
etapas necessárias de acordo com os quatro autores citados anteriormente.
54
TÓPICO 3 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Estabelecimento de
Posicionamento Posicionamento
estratégias
Definição do
Público-alvo Tema
público-alvo
Objetivos e
Estratégias de Conteúdo básico
estratégias de Objetivos e metas
campanha da comunicação
criação e mídia
ESTRATÉGIAS
Discriminação
de verbas de Definições de Estratégia de
Estratégias
veiculação, mídia comunicação
produção, PDV
Relação
Construção do
das peças
plano de mídia
publicitárias
Determinação
dos sistemas Controle e Controle da Programas de
de avaliação de avaliação execução ação
resultados
GERENCIAMENTO
Cronograma Administração/
de aplicação do coordenação das Recursos
plano áreas da agência
Finalização da
Anexos Controle
campanha
Avaliação de
resultados
FONTE: Adaptado de Correa (2017); Lupetti (2012); Ferrari (2002); Kunsch (2003)
55
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
56
TÓPICO 3 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
Como de fato ocorrem as atividades para cada área? Bom, você aprendeu
até aqui que existem formas de ser analisar o negócio sobre diversos aspectos,
propondo um diagnóstico do negócio. Você viu também, que existem diversos
elementos estratégicos de comunicação, seja na definição do tipo de uma
campanha, estratégias de campanha, escolha de estratégias de comunicação, entre
outros elementos. E viu também que devem existir maneiras de se gerenciar uma
campanha, de maneira que ela ocorra de maneira correta e atinja os resultados
esperados. Apesar do modelo de Julian Cole se colocar de maneira distinta, ele
apresenta diversos elementos que vimos por aqui, em modelos mais tradicionais
de um planejamento de comunicação, conforme você pode ver a seguir.
57
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
58
TÓPICO 3 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
FONTE: A autora
A segunda etapa, por sua vez, será responsável por definir as estratégias,
relacionadas ao tipo de campanha, estratégias de campanha, mix de comunicação
e orçamentos. Perceba que a definição da estratégia compreende tanto ações que
envolvam aspectos de negócio (tipo da campanha), de atenção (estratégia da
campanha) e de contato (mix de comunicação). O agrupamento de todas estas
ações, resultará, por fim, em um orçamento com a apresentação de valores de
planejamento de campanha da agência e outros fornecedores envolvidos na
execução da campanha.
A terceira etapa, por sua vez, diz respeito à aplicação das estratégias
planejadas na segunda etapa. Por isso, é importante compreender que um
planejamento de comunicação de sucesso só é possível mediante a organização
das atividades e distribuição das tarefas dos profissionais envolvidos. Ou seja, de
nada adianta planejar ações que atendam objetivos, se estas ações não conseguem
ser executadas no grupo de trabalho. Ainda, é válido reforçar que a etapa de
59
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
FONTE: A autora
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TÓPICO 3 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Renato Rogenski
CMO da rede, João Branco revela próximos passos da ação que pretende
mostrar a intimidade do público com a marca: "É fácil fazer piada e ser polêmico,
difícil é construir uma relação"
61
UNIDADE 1 | PLANEJAMENTO DE CAMPANHA
Meio & Mensagem — Qual foi o impacto das primeiras etapas dessa campanha?
João Branco — Quando trocamos as fachadas, a repercussão nos surpreendeu
muito. Esperávamos um impacto grande, mas não tão gigantesco como foi.
Inclusive, o próprio engajamento interno dos funcionários foi algo fora do
planejado. Mudei o meu perfil nas redes sociais para “João Branco do Méqui”
e não pedi para ninguém fazer o mesmo, mas várias pessoas resolveram fazer.
Criei também uma montagem com o meu nome na fachada das lojas e depois
abrimos para todos os funcionários, já que recebemos dois mil pedidos, desde
franqueados até os funcionários. De maneira geral, calculamos neste primeiro
momento ter atingido mais de 40 milhões de pessoas de forma espontânea. Foi
uma ação que teve um investimento pequeno de mídia, mas muita força de PR.
M&M — De que maneira essa iniciativa está conectada com o trabalho de marca
que o McDonald’s tem feito nos últimos meses?
João — Temos trabalhado de forma mais intimista com o consumidor, com
uma comunicação mais divertida e institucional. Agora é menos sobre preços e
promoções e mais sobre a relação emocional que temos com as pessoas. E isso está
sinalizado nas últimas ações, como o pacote de batatas gigante que colocamos
recentemente no Largo da Batata, em São Paulo, ou a parceria com o Spotify,
que disponibiliza playlists musicais nas bandejas. Enfim, há uma série de coisas
que está agora em outro tom, mais moderno, jovem, divertido e com menos
comunicação varejista. E isso está se refletindo nos resultados. Estamos tendo
até agora o melhor ano da história, com a maior quantidade de visitas e clientes
em nossos restaurantes no País. Nunca foram consumidos tantos Big Macs por
brasileiros na história.
M&M — O que você pode dizer sobre os cuidados da marca para não ultrapassar
a linha tênue entre ser divertido e forçar a barra?
João — É preciso ser atrativo para o público, mas sem deixar de ser você mesmo.
É essencial entender como o cliente enxerga a sua marca de verdade. É fácil fazer
piada e ser polêmico, difícil é construir uma relação sólida e duradoura com os
consumidores, preenchendo um espaço que ninguém é capaz de preencher. E
mais do que isso, fazer tudo sem atacar ninguém, se comparar ou polemizar
apenas para ser mais falado. Não precisamos forçar a barra para sermos queridos.
Apesar disso, é claro que as pessoas querem que a gente aborde coisas legais,
que estejamos atualizados e que falemos sobre coisas do dia a dia. Isso se reflete,
62
TÓPICO 3 | PLANO DE COMUNICAÇÃO
M&M — Quais são os fatores que estão conectados com os resultados positivos
que você mencionou sobre a empresa neste ano?
João — Tudo é consequência de uma estratégia que está sendo bem sucedida e
que envolve todas as áreas da empresa. Temos trabalhado, por exemplo, com
a modernização de nossos serviços e instalações. Mais da metade dos nossos
restaurantes acabaram de ser reformados e ganhar novas tecnologias com
totens digitais, WiFi, além de um atendimento mais humanizado. É claro que
o marketing, a comunicação e a estratégia de produtos têm ajudado bastante.
Além disso, desenvolvemos departamentos que antes não existiam dentro da
empresa, como CRM, precificação e merchandising. Em março, fizemos também
a integração da conta de on e off na DPZ&T.
FONTE: <https://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/2019/09/11/mcdonalds-
espalha-seus-apelidos-por-todo-o-brasil.html>. Acesso em 23 out. 2019.
63
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O modelo de Julian Cole propõe que o planejamento deve contar com as etapas:
problema de negócio, posicionamento estratégico, ideia de criativa, determinação das
barreiras e tarefas, elementos complementares da arquitetura.
• O problema de negócio apresenta qual problema deve ser resolvido com a comunicação.
• As barreiras apontam quais elementos podem impedir que as ações ocorram com
sucesso.
64
AUTOATIVIDADE
65
3 Durante este tópico você viu diversos modelos de planos de comunicação
que podem trazer resultados positivos às marcas na apresentação de uma
campanha. De acordo com o que foi visto, qual é o melhor modelo a ser
colocado em prática atualmente?
66
UNIDADE 2
PLANEJAMENTO DE MÍDIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1
DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
1 INTRODUÇÃO
Após a definição de todas as estratégias de campanha, apresentadas na
Unidade 1 deste livro didático, chega o momento de discutir estrategicamente
quais canais de comunicação serão escolhidos para a campanha. A escolha
destes canais compreende as etapas de um planejamento de mídia, em que serão
escolhidos os meios e veículos de comunicação mais adequados para dialogar
com o consumidor. Para que isso seja possível, diversos estudos, análises e
cálculos são esperados, conforme você verá nesta unidade.
FONTE: A autora
69
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
FONTE: A autora
70
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
FONTE: A autora
FIGURA 4 – FATOR 1
FONTE: A autora
72
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
FIGURA 5 – FATOR 2
FONTE: A autora
FIGURA 6 – FATOR 3
FONTE: A autora
73
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
UNI
Apesar de ter sido um produto exclusivo de alguns estados do Nordeste até o início
deste ano (2016), a fama do refrigerante fez com que a bebida virasse queridinha também
em outras regiões do país. O Guaraná Jesus era produzido e engarrafado somente pela
Solar BR Coca-Cola (fabricante do Sistema Coca-Cola Brasil) em São Luís, no Maranhão, e
distribuído em três estados do país: o próprio Maranhão, Piauí e Tocantins. Em maio, para
a felicidade dos admiradores da bebida, outro fabricante do Sistema, a Coca-Cola FEMSA,
confirmou a distribuição do refrigerante em São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
Por exemplo, imagine que uma marca de roupas X busca aumentar em 30%
as vendas do produto Y em determinados mercados-alvo. Para que isto aconteça,
a partir de uma verba definida, a marca desenvolve um plano de comunicação
74
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
PROMOÇÃO DE
VENDAS PARA
REVENDEDOR
PROPAGANDA
PARA
CONSUMIDOR
PROMOÇÃO DE
VENDAS PARA
CONSUMIDOR
VENDAS PESSOAIS
PROPAGANDA
PARA
REVENDEDOR
FONTE: A autora
segundo
primeiro grau primeiro grau segundo grau superior
grau
incompleto completo incompleto incompleto
Educação completo
superior
pós-graduação
completo
76
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
Região Região
Localização
Metropolitana Suburbana
Perceba que existem uma série de características que podem ser aplicadas
ao público, com a finalidade de identificar as mídias mais adequadas para se
estabelecer um relacionamento. No entanto, cabe aos profissionais compreenderem
se estas características apresentadas são pertinentes ao negócio e se não existem
outras características que devam ser consideradas para uma maior assertividade.
77
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
Como você pode ver existem particularidades sobre os indivíduos que são
extremamente diferentes das características demográficas. Essas características
sociopsicológicas, como as do exemplo anterior, ditam o comportamento de consumo
de mídia desses indivíduos, fazendo com que estejam em grupos sociais totalmente
distintos, mesmo apresentando características demográficas semelhantes. Por
exemplo, ao abordarmos consumo de informação na internet para estes dois
personagens, podemos supor que o Consumidor A tende a ler, diariamente,
veículos de comunicação da área de negócios. No entanto, o Consumidor B tende a
ler, diariamente, veículos de comunicação da área de turismo e lazer.
NOTA
4 OBJETIVOS DE MÍDIA
Na vida cotidiana temos vivência com inúmeros objetivos.
São objetivos relacionados ao crescimento profissional (Quero
receber uma promoção até o final do ano!) ou pessoal (Vou perder 2 quilos neste
mês!).
78
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
A definição clara destes objetivos, nos ajuda a criar estratégias para atingir
os objetivos propostos, e com o Planejamento de Mídia não é diferente. Nesse
caso, você precisa definir objetivos claros para o plano, de maneira que possa
contribuir para que a marca alcance seus objetivos de marketing e objetivos de
comunicação. Veja a simulação a seguir.
FONTE: A autora
79
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
Para contribuir na definição dos objetivos, considerando que deve ser uma
tarefa complexa envolvendo diversas variáveis de Marketing e Comunicação,
Katz (2003, p.48-49) propõe algumas perguntas que devem ser respondidas
no momento de definir os objetivos de mídia. Para a sua compreensão nesta
disciplina, realizamos uma breve alteração na proposta da autora que você pode
ver na simulação a seguir.
80
TÓPICO 1 | DIAGNÓSTICOS DE MÍDIA
5. Qual é a região
Região norte do país, nos estados
de cobertura da
Y e Z.
campanha?
6. Qual é o prazo da
12 meses.
campanha?
81
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
82
AUTOATIVIDADE
I - Produto.
II - Preço.
III - Praça.
IV - Promoção.
83
3 Definir os objetivos de uma campanha é fundamental para construir as
melhores estratégias durante o processo de planejamento. Neste caso, é
importante definir claramente os objetivos de Marketing, Comunicação e
Mídia. De acordo com o que você viu neste tópico, classifique de maneira
correta os objetivos de Marketing, Comunicação e Mídia apresentados a
seguir.
I - Objetivo de Marketing.
II - Objetivo de Comunicação.
III - Objetivo de Mídia.
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2
CONCEITOS BÁSICOS DE
MÍDIA
1 INTRODUÇÃO
Definir estratégias de mídia é uma tarefa complexa que depende de
inúmeros fatores que devem ser considerados e, portanto, compreendidos.
Toda esta discussão está amparada sob a ótica dos autores Crescitelli e
Shimp (2012) que fornecem conceitos importantes sobre os meios estudados.
85
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
E, para iniciar, vamos a uma pergunta: na sua opinião, qual dos meios
de comunicação a seguir são mais fortes entre a população brasileira? Ou seja,
qual meio de comunicação, alcança mais pessoas?
FONTE: A autora
Como você pode ver, são variados os meios de comunicação. Todos estes
meios apresentam particularidades em públicos específicos. Dessa forma, cada meio
apresenta pontos positivos para cada realidade e pode trazer muitos resultados para uma
campanha publicitária. Vamos retomar a nossa pergunta. Segundo dados de pesquisa
de audiência, alguns meios apresentam maiores possibilidades de alcance, ou seja, são
meios que atingem uma grande quantidade de pessoas. O Mídia Dados Brasil do ano
de 2019 apontou que a TV Aberta ainda é o meio que mais alcança pessoas. No gráfico a
seguir você pode ver o percentual de participação de cada meio na população brasileira.
87
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
a) o público jovem (12/19 e 20/24) é mais presente nesse meio se comparado aos
outros meios;
b) a classe A/B se coloca mais presente em comparação aos outros meios, como
TV aberta e rádio.
Meios Veículos
TV Aberta Rede Globo, Rede Record, SBT.
88
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
2.1 TV ABERTA
Como você já viu até aqui, a televisão predomina na disputa no quesito
alcance. “Os aparelhos de TV estão presentes em um pouco mais de 98% de
todos os lares norte-americanos” (CRESCITELLI; SHIMP, 2012, p. 175) e isso não
se faz muito diferente no Brasil, em que 95% dos lares brasileiros possuem um
aparelho de TV. Apesar de apresentar inúmeros fatores positivos, como alcance e
qualidade na mensagem transmitida, o consumidor deste meio apresenta maiores
possibilidades de distração do espaço publicitário, o que reduz a força de uma
campanha publicitária. Este meio, através de seus veículos e suas repetidoras
locais, apresenta grandes possibilidades para anunciantes nacionais e locais,
pois oferece espaços comerciais distribuídos entre cobertura nacional e local,
garantindo, também, sua sustentabilidade financeira.
Pontos Fortes
Nenhum outro meio pode alcançar os consumidores
simultaneamente por meio dos sentidos auditivo e visual.
Isso considerando, é claro, somente as mídias tradicionais,
Habilidade de pois se considerarmos a Internet essa afirmação já não é mais
demonstração tecnicamente verdadeira, porém, ainda é válida se pensarmos em
termos de cobertura da TV em relação à Internet. Os espectadores
podem ver e ouvir um produto sendo usado, identifica-se com os
usuários do produto, e se imaginar utilizando-o.
Os comerciais de TV envolvem os sentidos da pessoa e atraem a
atenção mesmo quando ela prefere não ser exposta aos anúncios.
Valor de É muito mais fácil evitar um anúncio em revista (simplesmente
intrusão mudando de página), ou em rádio (mudando de estação).
Costuma ser mais fácil ver um comercial de TV em vez de tentar
evitá-lo física ou mentalmente.
89
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
91
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
DICAS
Você sabia que além desses formatos, cada emissora de TV pode desenvolver
seus próprios formatos? Veja a lista de formatos que a Rede Globo oferece, acessando o link
a seguir: https://negocios8.redeglobo.com.br/FormatosComerciais
2.2 RÁDIO
O rádio é um meio presente nos lares e forte entre os anunciantes há muito
tempo. Apesar dos avanços tecnológicos, este meio ainda apresenta muita força,
estando presente em 65% dos lares brasileiros (CRESCITELLI; SHIMP, 2012).
Dentre suas características principais está a tradição e amplo alcance obtido
pelo grande número de emissoras no país. Segundo o Grupo de Mídia SP (2019),
são mais de seis mil emissoras de rádio (AM e FM) oferecendo conteúdo para
as regiões brasileiras. “Apesar do rádio ser uma mídia tradicional e de amplo
alcance, o grande número de emissoras torna o setor altamente competitivo e
com estações cada vez mais segmentadas e audiência extremamente pulverizada”
(CRESCITELLI; SHIMP, 2012, p. 316)
Pontos Fortes
92
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
Pontos Fracos
93
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
DICAS
Você sabia que os veículos oferecem Mídia Kits com dados de audiência para
os anunciantes? Estes Mídia Kits contribuem para informar o anunciante sobre o perfil do
veículo, para que possam decidir sobre os investimentos nestes veículos. Veja o Mídia Kit da
rádio Jovem Pan, neste link: https://jovempan.com.br/panflix/downloads/midia-kit-grupo-
jp-completo.pdf.
2.3 JORNAL
Os jornais, por muito tempo, alcançaram as primeiras posições no
consumo de informação pelos consumidores. Com o passar dos anos e com o
avanço de tecnologias, que proporcionou o surgimento de novas mídias, a leitura
de jornais passou a ceder espaço para o consumo de outros meios, como televisão
(CRESCITELLI; SHIMP, 2012) e internet. No entanto, assim como todos os meios
de comunicação, o jornal apresenta particularidades positivas como, por exemplo,
a forte presença local. Os jornais, assim como as emissoras de rádio, cumprem
papel regional, buscando trazer informação às regiões em que estão inseridos
(CRESCITELLI; SHIMP, 2012).
94
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
Pontos Fortes
DICAS
Você já parou para pensar sobre os custos de mídia para anunciar em grandes
jornais? Muitos veículos de comunicação disponibilizam suas tabelas de preço na internet.
Veja a tabela de preços do jornal Folha de São Paulo, acessando este link: www.publicidade.
folha.com.br/folha/
2.4 REVISTA
Apesar de serem consideradas como mídia de massa, as revistas apresentam
particularidades de acordo com suas temáticas podendo atingir grupos diferentes
de acordo com os interesses e estilos de vida dos consumidores (CRESCITELLI;
SHIMP, 2012). No momento de se planejar a presença do anunciante neste tipo
de mídia, os planejadores se atentam a índices que demonstram o custo benefício
dos veículos. No Brasil, o IVC (Instituto Verificador de Circulação) visa assegurar
a transparência e confiança dos números de circulações de mídias impressas e
96
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
Pontos Fortes
Diferente das outras formas de mídia, as revistas com
frequência são usadas como referência e guardadas por
Vida longa
semanas em casa (e em barbearias, salões de beleza,
consultórios de dentis- tas e médicos etc.).
97
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
98
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
FONTE: <http://publiabril.abril.com.br/uploads/ckeditor/pictures/95/content_spac_2.png>.
Acesso em: 14 abr. 2020.
DICAS
2.5 CINEMA
Além das propagandas exibidas nos filmes, denominadas como
Merchandising, Merchandising Tie-in ou Product Placement, as salas de cinema
passaram a receber outros formatos de anúncios. Como você viu no início deste
subtópico, a participação do Cinema nas ações publicitárias ainda é pequena,
tendo apenas 16% de participação sobre a atenção do público (Grupo de Mídia
SP, 2019). No entanto, anunciar nestes ambientes pode gerar inúmeros resultados,
dependendo do objetivo de mídia pretendido.
100
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
E
IMPORTANT
A marca ainda lançou outros vídeos, que não foram editados em tempo real, mas
que também incluem os telespectadores nas cenas do cinema. Quer conferir esta ação?
Acesse o link no endereço a seguir: https://bit.ly/2Z9EKxL.
FONTE: <https://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/2014/04/14/coca-
cola-pede-sil-ncio-no-cinema.html>. Acesso em: 14 abr. 2020.
101
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
Perceba que o gráfico demonstra que, até o ano de 2016, 64% da população
brasileira tinha acesso à internet.
102
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
FORMATO DESCRIÇÃO
O website de uma marca é um meio valioso
de propaganda para transmitir informações
sobre a empresa e seus produtos, fazer ofertas
promocionais, construir valor de marca e interagir
com os consumidores. Talvez a principal diferença
entre os sites e outros formatos de propaganda on-
WEBSITE
103
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
ANÚNCIOS DE
DISPLAY OU
propaganda na Internet é o anuncio estático conhecido
BANNER
como display ou banner. Os anúncios de banner, um
elemento principal da propaganda na Internet, são
estáticos – de certa forma, análogos aos impressos em
revistas e jornais – e aparecem em sites visitados com
frequência.
104
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
E-MAIL
públicos ou a grupos menores selecionados. Todavia,
essa forma de comunicação on-line foi de certa forma
prejudicada por profissionais de marketing que
enviam junk mail, em uma prática conhecida como
“spamming” (SPAM).
PROPAGANDA POR
105
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
Como você pode ver, o alcance faz parte da cobertura. O alcance se refere
ao número, ou percentual de pessoas que são expostas ao meio de comunicação
analisado. Enquanto a cobertura se refere ao percentual que poderia ser impactado
pela mídia. Em termos práticos podemos considerar um veículo de TV Aberta
que cobre o país inteiro, este veículo tem potencial para cobrir todos os habitantes
do país (cobertura), mas, considerando particularidades dos consumidores desta
mídia, pode alcançar uma parte reduzida dos habitantes do país (alcance).
Vamos ao exemplo prático a seguir. Imagine que quatro, das seis pessoas
a seguir, precisam ser impactadas de maneira agressiva pela campanha X. Neste
cenário, precisaremos obter uma frequência de três exibições da campanha
publicitária para este público. A mídia planejada em mídia aberta obteve o seguinte.
106
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
FONTE: A autora
Como você pôde ver, a mídia planejada tinha uma cobertura potencial de
seis pessoas e alcançou apenas quatro pessoas. No entanto, mesmo com o alcance
planejado, a campanha conseguiu uma frequência planejada em apenas três
indivíduos e não quatro, conforme planejado. Assim, obteve apenas dez exibições
nos quatro indivíduos, conseguindo uma frequência de 2,5 exibições por pessoa.
Já o Share é uma variável que traz uma estimativa do público que assistiu
a um determinado programa, em relação a todos os televisores ligados. Dessa
maneira, o Share contribui para identificar quais são os programas ou veículos
com maior participação, entre o próprio meio (SISSORS; BUMBA, 2003). Para
compreender melhor, veja o esquema a seguir. Imagine que precisamos medir
a audiência e o Share em um público de cinco pessoas, sendo que cada pessoa
consome apenas um meio/veículo específico.
107
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
Programa 1 1 $ 100 50 10 50 10 2
Programa 2 2 $ 60 25 25 50 50 2,4
108
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS DE MÍDIA
No exemplo que você viu, temos dois programas com preços e audiências
específicas, no entanto, mesmo apresentando características específicas, estes
dois programas apresentam a mesma forma, ou seja, apresentam o mesmo GRP.
109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Share é uma variável que traz uma estimativa do público que assistiu a um
determinado programa, em relação a todos os televisores ligados.
110
AUTOATIVIDADE
( ) Rádio. ( ) SBT.
( ) Jornal Extra. ( ) Internet.
( ) Televisão. ( ) Mídia Exterior.
( ) Folha da São Paulo. ( ) Rádio Globo.
111
112
UNIDADE 2 TÓPICO 3
ESTRATÉGIAS DE
MÍDIA
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico, veremos que existem algumas decisões fundamentais
em uma programação de mídia, como a definição da exibição da mensagem em
períodos específicos definida como timing de campanha.
QUADRO 13 – CONTINUIDADE
113
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
QUADRO 14 – FLIGHTING
114
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE MÍDIA
QUADRO 15 – PULSING
115
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
• Parte 1 – informações básicas recebidas pelo cliente: nesta etapa devem ser
consideradas as informações recebidas em um Briefing com o cliente. São
informações essenciais como situação do mercado, concorrência, estratégias
de marketing e comunicação que podem impactar no planejamento de mídia.
Ainda, são esperadas informações operacionais e táticas da campanha como
período de veiculação, regiões que devem ser impactadas (e quais devem ser
priorizadas), verba disponível para a mídia e perfil do público (socioeconômico
e psicográfico).
FIGURA 15 – PARTE 1
116
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE MÍDIA
FIGURA 16 – PARTE 2
117
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
FIGURA 17 – PARTE 3
CRONOGRAMA DE VEÍCULAÇÃO
MEIOS
Objetivo Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Televisão Básico x x x x x x
Rádio Complementar x x
Internet Reforço x x x x
Revista Complementar x
FONTE: A autora
118
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE MÍDIA
119
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Bárbara Sacchitiello
Uma cena exibida nesta semana na novela A Dona do Pedaço chamou a atenção
dos espectadores e de quem comentava a novela nas redes sociais. Com a participação
do personagem Rock, interpretado pelo ator Caio Castro, a Globo exibiu um comercial
da Casas Bahia dentro de uma cena da novela, com direito às vinhetas que separam o
break do conteúdo da programação.
O fato de contar com uma personagem que faz parte do universo das redes
sociais (a Vivi Guedes, interpretada por Paolla Oliveira), trouxe a Globo um universo
amplo de oportunidades de inclusão de marcas na trama. Assim como acontece na
vida real, Vivi Guedes é requisitada para ações publicitárias, tanto nos capítulos
da trama como no Instagram (o perfil @estiloviviguedes, atualmente, conta com
mais de 1,8 milhão de seguidores). A personagem já apareceu em campanhas da
Fiat, Avon e, recentemente, do Globoplay, a plataforma de streaming da emissora.
Não apenas com a influenciadora da ficção que a área comercial da Globo viu
a possibilidade de experimentar outras entregas publicitárias. Além do caso de
Rock com as Casas Bahia, a personagem Maria da Paz também foi utilizada em
ações publicitárias que tiveram participação importante no rumo da trama.
121
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO DE MÍDIA
A relação da Globo com a fintech Stone foi mais além do que uma ação
de merchandising na trama. A marca apareceu em alguns capítulos da novela,
como uma alternativa para facilitar as transações comerciais da loja de bolos
da protagonista. Na mesma época, foi anunciado que o Grupo Globo investiu
33% em uma joint venture com a Stone para a comercialização de máquinas de
processamento de cartões no Brasil.
122
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE MÍDIA
123
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
124
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Timing out.
b) ( ) Pulsing.
c) ( ) Flighting.
d) ( ) Contínua.
e) ( ) Timing in.
2 Um plano de mídia deve contar com diversas etapas. Tais etapas, apresentam
particularidades entre si e devem ser elaboradas com atenção, de maneira
que possam contribuir para as etapas seguintes. Em uma das etapas são
detalhadas as particularidades da programação de cada meio, considerando
os cronogramas detalhados da programação (dias e formatos específicos) e
análises de rentabilidade (audiência, Share, CPP, GRP e TRP). Qual é esta
etapa?
125
126
UNIDADE 3
ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 3 – BRIEFING
CHAMADA
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
MERCADO
PUBLICITÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Para compreendermos as funções do atendimento em uma campanha de
comunicação, precisamos compreender todo o cenário em que este profissional
está inserido: o mercado publicitário. Este mercado é altamente complexo e
depende de inúmeros agentes que garantem que as campanhas sejam entregues
com qualidade, de maneira a atingir os objetivos de Marketing e Comunicação
propostos pela organização. Dessa forma, neste primeiro tópico, compreenderemos
todas as dinâmicas que representam esse mercado.
Por fim, neste tópico, você verá ainda as formas de remuneração de uma
agência. Afinal, para que ela possa ser sustentável financeiramente, é necessário
estabelecer critérios de remuneração. Aqui, veremos que existem alguns modelos
de remuneração e que cabe às agências e anunciantes estabelecerem os melhores
formatos para as suas realidades. Ao todo, veremos os seguintes modelos de
remuneração: comissões estabelecidas pela Lei nº 4.680; comissões estabelecidas
pela lei com descontos progressivos; fee mensal fixo; markup; remuneração baseada
em resultados e participação; remuneração por resultados; fee mensal acrescido
de um percentual sobre os resultados e honorários de cláusula de resultados.
129
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
130
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
2.1 ANUNCIANTES
O anunciante é definido com toda organização que busca comunicar
alguma coisa para um público específico. Atualmente, podemos compreender
que os anunciantes podem ser definidos, conforme seu modelo de negócio, que
impactará diretamente no seu porte, estrutura interna complexas ou simples.
O fato é que não existem modelos de anunciantes que sejam padronizados em
nosso mercado e, essa complexidade, exige que as agências conheçam a fundo
seus clientes para entregar melhores resultados.
131
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
Como você pode ver na citação de Lupetti (2009), a personalização das ações
passa a ser uma exigência para se estabelecer relacionamentos com consumidores.
Logo, se os anunciantes são pressionados a diversificar suas ações de comunicação, as
agências passam a ser pressionadas a oferecer estes serviços aos anunciantes. Nesse
caso, as novas exigências do consumidor, que busca cada vez mais personalização
em seus diálogos, exige cada vez mais diversificação dos seus serviços às agências.
132
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
E
IMPORTANT
Em mais uma etapa do projeto Uma Só Globo, que visa unificar todas as marcas
da empresa em uma única estrutura, a Globo anunciou a unificação de toda a sua área
comercial. Na prática, a emissora não irá mais comercializar, de forma isolada, espaços para
anúncios na TV aberta, nos canais Globosat ou no Globplay. Toda o pilar de publicidade será
integrado para que as negociações com anunciantes contemplem todas as plataformas.
Para complementar a mudança, a Globo também cria uma nova divisão em sua
estrutura comercial, baseada no segmento dos anunciantes. As equipes da emissora serão
estruturadas em núcleos para o atendimento e desenvolvimento de projetos das marcas de
Serviços & Telecom, Bens de Consumo, Financeiro & Auto, Comércio e Governo. Segundo
a Globo, esse novo formato, que passa a valer a partir de 1o de fevereiro, “será pautado pela
inteligência de mercado, aliada ao desenvolvimento de produtos e soluções que atendam
às estratégias de negócios e de comunicação dos clientes, em projetos desenhados em
parceria com suas agências”, como diz a emissora, em nota.
133
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
FONTE: <https://www.meioemensagem.com.br/home/midia/2020/01/28/globo-integra-comercial-e-
cria-divisoes-por-segmentos.html>. Acesso em: 16 abr. 2020.
2.3 FORNECEDORES
Você viu até aqui que existem relações próximas entre agência, anunciante
e veículo de comunicação, que garantirá resultados positivos para todos estes
agentes. Pare para pensar: Será que esses agentes são suficientes para garantir
que você, enquanto consumidor, assista ao VT do anunciante X no veículo Y?
A resposta é: não. Existem diversos fornecedores que contribuem para garantir
que um material seja produzido e entregue ao veículo de comunicação, ou até
mesmo, disponibilizado em um ponto de venda do anunciante conforme aponta
Lupetti (2009, p. 103).
134
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
135
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
136
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
137
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
E
IMPORTANT
Todas iguais?
Apesar da efervescência no setor e do surgimento de novos modelos operacionais,
grandes agências continuam sobrevivendo da remuneração atrelada à compra de mídia.
FONTE: <https://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2020/02/17/todas-iguais.
html>. Acesso em: 16 abr. 2020.
3.1 ATENDIMENTO
O profissional de atendimento em uma agência é responsável por ser o
interlocutor em dois aspectos. Primeiramente, é o interlocutor do cliente na agência,
tomando as decisões sobre o desenvolvimento das campanhas, orientando as
equipes da agência quanto às particularidades do cliente. Da mesma maneira, esse
profissional se coloca como interlocutor da agência no cliente, participando das
reuniões sobre novos produtos ou marcas. Neste ponto, o atendimento dialoga
com os clientes a respeito do que sua agência pode desenvolver, negociando
projetos, prazos e entregas (SANT’ANNA; JÚNIOR, GARCIA, 2002).
Para ter bom atendimento, é preciso ser profundo conhecedor das téc-
nicas de comunicação e saber como, quando e onde aplicá-las. É pre-
ciso possuir amplo conhecimento do mercado em que os seus clientes
atuam, assim como as empresas de seus clientes. O que uma empresa
anunciante espera de uma agência deve ser percebido, entendido e
incorporado pelo atendimento. Ele é, segundo Longo, uma espécie de
Thinker, Doer, e Fallow Upper. (Thinker: um ser que tem capacidade de
pensar, planejar, decidir, tomar decisões e criar soluções. Doer: Tem
de ser capaz de fazer as coisas acontecerem; e Follow Upper: deve ser
capaz de administrar, controlar e revisar) (LUPETTI, 2009, p. 33-34).
138
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
139
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
3.2 TRÁFEGO
Os profissionais responsáveis pelo Tráfego em uma agência (e assim
denominados) são responsáveis pelo controle de “Pedidos Internos de Trabalhos”
(PIT ou JOB). Sua função é próxima ao atendimento, realizando atividades
internas e controlando demandas, de maneira que os prazos sejam entregues,
conforme o acordado entre atendimento e cliente. Dessa forma, o profissional de
tráfego acompanha as demandas, negociando prioridades entre as atividades a
serem realizadas.
3.3 CRIAÇÃO
Por muito tempo esta área foi a mais cobiçada entre os estudantes de
comunicação, com foco em publicidade. Pode-se dizer que é a área mais cobiçada,
visto que a lembrança de uma campanha, muitas vezes, está atrelada à ideia
criativa de uma campanha que, por sua vez, é de responsabilidade deste setor.
140
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
Como você pode ver, existem particularidades no que diz respeito aos
profissionais de Criação. No entanto, todos eles estão diretamente envolvidos
com as peças publicitárias criadas, garantindo que a campanha seja veiculada e
entregue aos públicos-finais.
3.4 PRODUÇÃO
Conforme você já viu anteriormente, além dos veículos de comunicação,
existem agentes importantes no mercado publicitário, denominados fornecedores
de comunicação, podendo ser representados por gráficas, produtoras, fotógrafos,
agências de modelos etc. Dessa maneira, os profissionais alocados em setores de
produção desenvolvem atividades relacionadas a estes agentes, apresentando
contato direto, realizando orçamentos e garantindo a produção dos materiais.
141
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
ATENCAO
3.5 MÍDIA
Durante a Unidade 2 deste livro, falamos muito sobre o profissional de
mídia, que está altamente conectado com os meios e veículos de comunicação,
desempenhando análises às atividades operacionais de compra de espaços em
veículos de comunicação. De maneira geral, as atividades de mídia se resumem às
negociações, requisições e controle do que foi veiculado (SANT’ANNA; JÚNIOR,
GARCIA, 2002).
142
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
3.6 PLANEJAMENTO
A existência de um profissional de planejamento em uma agência de
comunicação dependerá muito da estrutura da agência e dos clientes que atende.
Em determinados casos, pode existir uma área de planejamento. Já em outros, esta
função pode ser diluída em diversos profissionais, como atendimento, criação e
mídia.
Devemos lembrar que planejar não é uma tarefa para uma única
pessoa. É uma tarefa de equipe. Por isso planejar uma campanha requer
esforço conjunto do pessoal da criação, da mídia, do atendimento e da
pesquisa, coordenadas e orientados pelo planejador (LUPETTI, 2009,
p. 33).
4 REMUNERAÇÃO DA AGÊNCIA
A remuneração de uma agência pode ser estabelecida de acordo com
determinadas práticas, que garantem a sustentabilidade do negócio pois diversos
profissionais estão envolvidos e, precisam ser valorizados. A mais comum é o
comissionamento estabelecido por lei, seguido pelo fee mensal. No entanto, não
existe um modelo que seja melhor que outro. Cabe à agência e seus anunciantes
negociaram o formato mais adequado de remuneração dos serviços realizados,
de acordo com suas realidades. Nesta seção, veremos com maior profundidade
alguns modelos de remuneração das agências de comunicação, conforme você
pode ver listados a seguir.
143
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
FONTE: A autora
144
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
COMISSIONAMENTO DE VEICULAÇÃO
Preço cobrado pelo veículo R$1.000,00 100%
Comissão da agência R$ 200,00 20%
Valor pago ao veículo R$ 800,00 80%
COMISSIONAMENTO DE PRODUÇÃO
Preço cobrado pelo fornecedor R$5.000,00 100%
Comissão da agência R$ 750,00 15%
Valor pago ao fornecedor R$ 5.750,00 75%
FONTE: Lupetti (2009, p.120-121)
Como você pode ver, a distribuição dos valores é específica para cada
tipo de serviços e garante a valorização dos profissionais que estão envolvidos no
processo de compra de espaços em mídia e viabilização de materiais produzidos
para uma campanha.
145
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
4.4 MARKUP
Este formato de remuneração não apresenta tanta popularidade no Brasil,
sendo muito utilizado em agências norte-americanas. Ele consiste na definição
de percentuais de remuneração para serviços realizados com terceiros, em que se
deve estabelecer um acordo para percentuais de acordo com serviços frequentes
realizados com veículos ou fornecedores de comunicação. “Normalmente o preço
final a ser cobrando do cliente deve ser mais alto do que o preço cobrado pelos
fornecedores (custos)m afinal, a agência precisa cobrir as despesas operacionais e
ainda gerar lucro. A diferença entre o preço final e o custo é o Markup” (LUPETTI,
2009, p. 123). Nesse modelo, a agência pode definir percentuais para serviços, como
fotografia, produção, veiculação, pesquisa, impressão. Assim, este percentual é
acrescido ao valor cobrado pelo cliente.
146
TÓPICO 1 | MERCADO PUBLICITÁRIO
FONTE: A autora
147
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
Por exemplo, imagine que uma agência está trabalhando em uma campanha
do cliente Y, que busca aumentar em 5% as vendas do produto X. O acordado entre
as partes foi que, se alcançado o objetivo, a agência será remunerada no valor de
R$ 30.000. Tendo o acordo realizado, a campanha é iniciada e o desempenho do
cliente Y extrapola as expectativas, obtendo um aumento de 8% sobre as vendas
do produto X.
148
RESUMO DO TÓPICO 1
149
• Os profissionais de mídia são responsáveis pelo planejamento e execução da
mídia planejada, desenvolvendo relacionamento próximo com os veículos de
comunicação.
150
AUTOATIVIDADE
152
UNIDADE 3
TÓPICO 2
ATENDIMENTO
AO CLIENTE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos alguns elementos essenciais de um bom
profissional de atendimento relacionados a questões comportamentais e
atividades fundamentais deste profissional. Aqui, você entenderá que este
profissional é multifacetado e precisa, cada vez mais, apresentar visão de negócios
e representar o cliente em uma agência. Algumas perguntas básicas, que você
pode ver na figura a seguir, serão respondidas neste tópico.
FONTE: A autora
153
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
2 QUEM É O ATENDIMENTO?
Até aqui você já viu de que maneira o profissional de atendimento pode
se envolver com outros profissionais e com as dinâmicas de uma campanha de
comunicação. Existem muitos outros pontos que podem ser aprofundados sobre
suas características essenciais. Antes de adentrar a estas particularidades, vamos
a um detalhe básico: existem diversas nomenclaturas para esse profissional no
mercado publicitário.
154
TÓPICO 2 | ATENDIMENTO AO CLIENTE
E
IMPORTANT
O caso do ¼ de página
155
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
Em vista deste fato, você poderá pensar que o atendimento perdeu uma
oportunidade de faturar uma verba 4 vezes maior, deixando escapar uma oportunidade só
para fazer bonito frente ao gerente. Muito bem, no curto prazo até se poderia aceitar essa
colocação, mas a consequência foi um sensível aumento de credibilidade por parte do
cliente. Devido a essa postura transparente, sem ganância por parte da agência, foi criado
um clima propício para o anunciante aceitar futuras recomendações, inclusive de aumento
de verbas, como de fato veio acontecer em várias oportunidades.
156
TÓPICO 2 | ATENDIMENTO AO CLIENTE
E
IMPORTANT
O meu primeiro encontro com a nova gerente de uma linha de produtos, que
estava a cargo da agência para a qual trabalhava, foi muito importante para estabelecermos
um bom relacionamento profissional. Meu primeiro objetivo foi colocá-la a par de todas as
ações de comunicação que a agência estava fazendo para cada um desses produtos que
iam ficar sob a sua responsabilidade. Por sua vez, ela começou a explicar o seu método de
trabalho, de como gostava de lidar com a agência e outros pormenores.
Não fazia sentido levar rigorosamente três alternativas somente para seguir uma
regra. Quando ocorressem várias boas ideias, com diferentes abordagens sobre o mesmo
tema, elas seriam apresentadas. Quando houvesse apenas uma solução, da mesma
forma, apenas esta seria levada. O ponto principal estava na qualidade do material ou nas
diferentes formas de solucionar o mesmo problema e não na aceitação de uma regra, neste
caso, o número 3. A gerente compreendeu a minha postura e a aceitou porque percebeu,
inteligentemente, que teria a ganhar muito mais na execução dos trabalhos se fosse flexível.
157
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
DICAS
158
TÓPICO 2 | ATENDIMENTO AO CLIENTE
159
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
160
TÓPICO 2 | ATENDIMENTO AO CLIENTE
5 APRESENTAÇÃO DE CAMPANHAS
Apresentar campanhas planejadas na agência é uma das tarefas realizadas
pelo profissional de atendimento, podendo ocorrer individualmente ou com
apoio dos profissionais de planejamento, mídia ou criação. Ainda, pode haver
a apresentação em conjunto com o fornecedor ou veículo de comunicação. De
qualquer forma, na maioria das vezes, é responsabilidade do atendimento garantir
que a reunião ocorra de maneira produtiva, conduzindo-a (CORRÊA, 2006).
161
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
162
TÓPICO 2 | ATENDIMENTO AO CLIENTE
6 AVALIAÇÃO DA CAMPANHAS
A avaliação de campanhas é um dos momentos vivenciados por
profissionais de atendimento e cliente. E, conforme você já viu até aqui, o
atendimento deve ter os olhos do cliente e realizar avaliações anteriores ao cliente,
buscando entregar as estratégias com maior assertividade. Nesse momento
de avaliação, é fundamental que os profissionais envolvidos deixem de lado
opiniões pessoais e se atentem às particularidades da marca em que a campanha
está focada. Para isso, Corrêa (2006) apresenta alguns critérios que devem ser
levados em consideração, ao se avaliar uma campanha.
163
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
ATENCAO
7 NEGOCIAÇÃO
Negociar é uma prática fundamental para o desenvolvimento das
campanhas e constante em um mercado de comunicação. Isso se dá considerando
que agências de comunicação não oferecem serviços que sejam padronizados,
podendo oferecer um preço fechado aos clientes. Cada agência, fornecedor ou
veículo poderá avaliar seu serviço oferecido e propor um preço que seja coerente
(LUPETTI, 2009).
ATENCAO
164
TÓPICO 2 | ATENDIMENTO AO CLIENTE
165
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
8 PROSPECÇÃO DE CLIENTES
Dentre as atividades realizadas em uma agência, está a prospecção de
novos clientes, que garantirá a sustentabilidade da agência. Geralmente, essa
atividade é desempenhada por profissionais que tenham perfis comerciais e
técnicos da agência, como diretor comercial, ou até o profissional de atendimento
(SANT’ANNA; JÚNIOR, GARCIA, 2002). Essa atividade diz respeito à busca de
novos clientes e envolve a seleção de clientes potenciais, contato e relacionamento.
167
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
• História da agência.
• Métodos de trabalho.
• Habilidades ou experiências do quadro de colaboradores.
• Campanhas de êxito que desenvolveu.
• Anúncios e demais materiais produzidos.
• Situação financeira da agência.
168
RESUMO DO TÓPICO 2
• Existem diversos tipos de clientes que podem ser atendidos, como Bens de
consumo, Serviços, Bens industriais (ou Business to Business), Intermediários,
Entretenimento, Associações e Governo.
169
• Cabe ao profissional de atendimento compreender as particularidades dos
tipos de anunciantes, para oferecer as melhores estratégias.
170
AUTOATIVIDADE
171
a) ( ) Controle de prazos.
b) ( ) Relacionamento com clientes.
c) ( ) Prospecção de novas contas.
d) ( ) Aprovação de campanhas.
e) ( ) Orçamento com veículos de comunicação.
172
UNIDADE 3
TÓPICO 3
BRIEFING
1 INTRODUÇÃO
Você já viu nas Unidades 1 e 2 deste livro que é necessário planejar as ações
de comunicação sob diferentes aspectos, desde as estratégias envolvendo canais
às estratégicas que envolvem uma “sacada” criativa. Viu também que o mercado
publicitário se configura de maneira complexa envolvendo diversos agentes e que
o atendimento é um profissional fundamental em uma agência, exercendo o papel
de “orquestrar” uma campanha, prospectar clientes, estabelecer relacionamento
com clientes e se envolver em negociações importantes.
173
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
1. Primeiramente, um briefing deve ser tão longo e tão curto quanto necessário,
não deixando de lado informações fundamentais, nem, apresentando
informações desnecessárias.
2. Um briefing deve ser seletivo, ou seja, apresentar somente as informações
que sejam relevantes ao processo. Isso contribui para definir foco e evitar
dispersões.
3. Devemos evitar que o briefing seja o objeto final, com demasiadas informações.
Deve ser um instrumento de um objeto final que, no caso, é a campanha de
comunicação.
4. Um bom briefing deve estar completo, fornecendo informações suficientes.
Um briefing muito reduzido, deixa espaço livro para imaginação. Nesse caso,
há o risco de fuga do que foi proposto.
174
TÓPICO 3 | BRIEFING
FONTE: A autora
Dessa forma, vemos que o briefing deve ser coletado e distribuído aos
profissionais de maneira adequada. Como coletar essas informações? Bom,
Sampaio (1999) aponta que o processo de coleta deve considerar uma sequência de
perguntas que devem ser respondidas pelo anunciante em formalizadas em um
documento. Essas perguntas podem estar estruturadas em um checklist que deve
ser preenchido pelo profissional de atendimento, considerando cinco grandes
tópicos: produto (ou serviço), mercado, consumidores, objetivos, estratégia básica.
Todos estes tópicos apresentam relações diretas com etapas do planejamento de
comunicação que, por sua vez, demandam tarefas dos profissionais da agência.
175
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
Etapas do
Etapas do Planejamento Profissionais envolvidos
Briefing
Atendimento, Planejamento,
Estratégias: orçamentos.
Mídia e Produção.
FONTE: A autora
4 ROTEIRO DE UM BRIEFING
Até aqui você já compreendeu que este documento e fundamental para
o início de um serviço em comunicação e que, para que ocorra, é necessário
considerar alguns elementos. Como, de fato, este documento se configura? Bom,
o briefing consiste em um documento que deve ser preenchido considerando
diversas etapas relacionadas à marca do cliente, produto e expectativas.
176
TÓPICO 3 | BRIEFING
177
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
178
TÓPICO 3 | BRIEFING
LEITURA COMPLEMENTAR
Alexandre Alfredo
Não quero ser o cavaleiro do Apocalipse, mas trago más notícias: o modelo
atual das agências de comunicação faliu, morreu e não será ressuscitado. Sim, você
leu certo! As agências de relações públicas (muitas são ainda, na verdade, assessorias
de imprensa) estão com seus dias contados. Explico: como a mentalidade da maioria
delas ainda é focar em atividades envolvendo exclusivamente jornalistas, espécie
em extinção, está chegando a hora em que elas não terão mais com quem falar,
infelizmente. O foco em atividades direcionadas a editores e repórteres é só a ponta
do iceberg. Basta mergulhar um pouco mais para entender que o modus operandi
trincou. Acompanhe a seguir:
1) Fala que eu te escuto: em geral, quando uma empresa vai atrás de uma
consultoria de comunicação é porque está em apuros ou quer vender um determinado
produto ou serviço. E, como o nome consultoria sugere, busca orientação, conselho,
direcionamento. O que acontece na prática é que as agências acabam falando menos
e reagindo mais.
Este approach reativo está calcado no fato de muitas agências ainda terem
pencas de jornalistas em seus quadros de funcionários. E jornalistas sempre foram
treinados para atuar com um chapéu específico: contar histórias no mundo off-line.
Não existe certo ou errado aqui, mas a verdade é que as habilidades necessárias para
vencer em um ambiente de agência vão muito além um bom texto. Faço uma ressalva
aqui. Desde os 12 anos de idade, quis ser jornalista. Me formei na área e exerci a
profissão por vários anos. A verdade dói, mas precisamos reconhecer que nossa
profissão, como foi desenhada inicialmente, virou pó.
179
UNIDADE 3 | ATENDIMENTO PUBLICITÁRIO
Dez em cada dez pitches seguem o mesmo script: os caciques das agências
costumam aparecer frente aos contratantes e discursar sobre como a sua empresa
é diferente, integrada, só trabalha com gente bem preparada para fazer as entregas
necessárias, blá blá blá. O walk the talk dura algumas horas, talvez dias e, passada as
tais reuniões de imersão, os atendimentos são as cabeças que debatem e decidem a
reputação das corporações. Será que alguém com dois ou três anos de experiência
tem capacidade para decidir o posicionamento de uma marca X sobre o universo
LGBTQ+ ou as recentes queimadas na Amazônia? Sobre o uso de canudinhos? Ou
ainda economia circular?
Não estou aqui dizendo que deveria ser diferente. Entendo que, se você quer
ganhar um negócio, tem que ir com o melhor time disponível. Nada mais justo que
esse mesmo time esteja presente sempre que necessário. Raramente é o caso.
Uma segunda leva é formada por aquelas agências que nasceram, cresceram
e se casaram com grupos internacionais (leia-se: foram compradas pelas WPPs e
Omnicoms deste planeta). O próximo passo, como nos ensinou Galileu Galilei em
seu Ciclo da Vida, é morrer. Sim, porque, geralmente, sua essência vira fumaça no
momento que o cheque gordo é depositado na conta bancária dos fundadores.
A terceira e mais populosa turma (estudos apontam que temos hoje mais de
duas mil agências Brasil afora) ainda são empresas familiares. E aí, meus caros, temos
o anjo e o demônio de mão dadas.
O bem se faz presente porque, teoricamente, elas poderiam ser ágeis e astutas
em fazer primeiro. Em desbravar mercados. Em testar novos produtos e formatos
de atendimento. Tudo isso sem ter que passar pelos vários níveis de aprovação que
as agências gringas exigem. Gostou? Faz! Quer testar? Tô dentro! Vamos nessa! E
sem precisar passar por oito calls, seis versões de um plano em Power Point, catorze
reuniões, incluindo gente que se senta em Nova York, São Francisco ou Londres e
que sabe pouco ou nada do mercado local.
Diferentemente das histórias da Disney, aqui o mal prevalece sobre o bem. Isso
porque as agências familiares parecem seguir a mesma cartilha de funcionamento:
decisões lentas (e muitas vezes erradas por serem baseadas puramente em emoções),
falta de processos (o que exige retrabalho e horas gastas com tarefas inúteis feitas por
gente cuja hora laboral é cara e que deveria estar participando de outras atividades
como inovar, por exemplo) e carência de visão estratégica (Hamlet, personagem
180
icônico de Shakespeare, nos fez pensar sobre existir ou não existir ao declamar To be
or not to be, that´s the question). Pois é, as agências nacionais precisam refletir sobre o
que querem ser nesta vida. É oferecer mais do mesmo?
Qual é a sua razão de ser? Sua causa? Seu diferencial? São perguntas que
devem ser respondidas. Até acredito que algumas delas querem discutir seu
propósito. Não sabem como. Tampouco sabem pedir ajuda. É tudo muito caseiro,
tosco e recheado do tal jeitinho. Muitas gritam por socorro quando já estão debaixo
d´água – muito esforço para quase zero resultado. Outras parecem acreditar que,
num passe de mágica, tudo será resolvido.
Não estou aqui cuspindo no prato que comi (já trabalhei em agências de
pequeno, médio e grande porte. E aprendi muito em todas elas. Aprendi a acertar.
E a errar também). Ao contrário. Como disse no início deste artigo, o modelo atual
das agências caducou. Ainda acredito que seja possível proteger e projetar marcas
valendo-se de tecnologias disruptivas, pessoas com capacidade de pensar em
profundidade e, acima de tudo, doses intravenosas de coragem, muita coragem para
arriscar e fazer diferente. Caso contrário, as agências de comunicação viverão para
sempre o seu dia da marmota.
181
RESUMO DO TÓPICO 3
• Os cinco principais tópicos que devem ser considerados no briefing são: produto
(ou serviço), mercado, consumidores, objetivos, estratégia básica.
CHAMADA
182
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Mídia.
b) ( ) Produção.
c) ( ) Planejamento.
d) ( ) Nenhuma das alternativas.
1. Imagem e marca.
2. Influenciadores de compra.
3. Objetivos de marketing.
4. Peças sugeridas e conteúdo básico.
5. Tendências de venda.
183
( ) Produto ou serviço.
( ) Mercado.
( ) Consumidores.
( ) Objetivos.
( ) Estratégia básica.
184
REFERÊNCIAS
AAKER, D. Construindo marcas fortes. São Paulo: Bookman, 2007.
GLOBO. Manual básico de mídia. Rio de Janeiro: Globo, 2015. Disponível em:
https://negocios8.redeglobo.com.br/PDF/MidaKit/Globo_ManualBasico_pages.
pdf. Acesso em:15 jan. 2020.
185
KATZ, H. Media handbook: A complete guide to advertising media selection,
planning, research and buying. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates
Publishers, 2003.
KOTLER, P. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: GMT Editores Ltda., 2017. Disponível
em: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17352/
material/Marketing-4-0-Do-tradicional-ao-digital%20(1).pdf. Acesso em: 23 out.
2019.
186
SIQUEIRA, A. Persona: como e por que criar uma para sua empresa. Resultados
Digitais, Florianópolis, 14 jan. 2019. Disponível em: https://resultadosdigitais.
com.br/blog/persona-o-que-e/. Acesso em:15 jan. 2020.
187