Avaliação Continuada - Etapa 1 - Parte 1 - Conhecendo Os Elementos Da Petição Inicial

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AVALIAÇÃO CONTINUADA – ETAPA 1 – PARTE 1 – PETIÇÃO INICIAL

CONHECENDO OS ELEMENTOS DA PETIÇÃO INICIAL

TEORIA GERAL DO PROCESSO E PROCESSO DE CONHECIMENTO

PROFA. NATALY MORETZSOHN LUNARDI

Imprimir a peça abaixo e identificar elementos da Petição Inicial grifando com lápis de cor ou
canetinha, nas seguintes cores: endereçamento (roxo), partes (azul claro), nome da ação
(vermelho), fatos (amarelo), interesse de agir (verde), fundamentos jurídicos (rosa), pedido
principal (preto), pedidos acessórios (laranja), valor da causa (marrom).

EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DO FORO DA COMARCA DE SÃO

PAULO/SP

(10 linhas)

PRISCILA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de

identidade RG n. ..., inscrita no CPF/MF sob o n. ..., com endereço eletrônico ..., residente e

domiciliada na Rua ..., n. ..., bairro ..., cidade ..., Estado ..., CEP..., vem, respeitosamente, perante

Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, abaixo assinado (instrumento de

procuração anexo), com base no artigo 335, I e II, do Código Civil e nos artigos 539 e seguintes

do Código de Processo Civil, propor a presente

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

em face de WAGNER, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de

identidade RG n. ..., inscrito no CPF/MF sob o n. ..., com endereço eletrônico ..., residente e

domiciliado na Rua ..., n. ..., bairro ..., cidade ..., Estado ..., CEP ..., pelas razões de fato e de direito

abaixo aduzidas.

I. DOS FATOS

A Autora e o Réu celebraram um contrato de compra e venda de veículo, pelo valor

de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais), mediante o pagamento de um sinal no valor de R$


10.000,00 (dez mil reais) e o pagamento da quantia restante em nove parcelas sucessivas de

R$ 2.000,00 (dois mil reais), a cada 30 dias (Doc. XXX).

As parcelas foram pagas regularmente até a sétima, quando a Autora, por ter sido

dispensada de seu emprego, não conseguiu arcar com o valor das duas últimas prestações.

Diante dessa situação, a Autora entrou em contato com o Réu, explicando a situação

e informando que tentaria obter o valor restante para quitar o débito. Ciente dos problemas

enfrentados pela Autora, o Réu foi compreensivo, afirmando, categoricamente, que a Autora

não deveria se preocupar e que aguardaria o pagamento das parcelas, até o vencimento da

última (manifestação registrada por mensagem de texto enviada pelo Réu à Autora – Doc

xxx).

Apesar do acordado, cinco dias antes do vencimento da nona parcela, quando a

Autora obteve um empréstimo com um amigo para quitação das parcelas, a Autora viu-se

impossibilitada de localizar o Réu nos endereços onde comumente dava-se a quitação das

prestações, isto é, sua residência ou seu local de trabalho, ambos na cidade de São Paulo.

Além disso, no mesmo dia, a Autora foi surpreendida com a notícia de que estava

impossibilitada de trabalhar em uma sociedade empresária, pois o Réu incluíra seu nome no

Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em virtude da ausência de pagamento das últimas

parcelas.

A fim de se livrar da restrição, quitando seu débito, a Autora efetuou o depósito de

R$ 4.000,00 (quatro mil reais) no dia do vencimento da última parcela, em uma agência

bancária de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo (Doc. XXX).

No entanto, cientificado do depósito, o Réu, no quinto dia após a ciência, recusou-o,

imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário (Doc. XXX).

Assim, a Autora não teve alternativa senão recorrer à tutela jurisdicional, a fim de

que seja determinada a imediata exclusão de seu nome do cadastro de inadimplentes, bem

como seja reconhecido o integral cumprimento da obrigação.


II. DA TEMPESTIVIDADE DO AJUIZAMENTO DA INICIAL

De acordo com o art. 539, § 3º, do CPC, havendo recusa extrajudicial, a ação de

consignação em pagamento poderá ser proposta dentro de um mês, contado a partir da

recusa manifestada por escrito ao estabelecimento bancário.

No caso em exame, observa-se que a presente ação foi proposta imediatamente

após a ciência da recusa do credor, portanto, dentro do prazo de um mês concedido.

III. DO DIREITO

Conforme dispõe o art. 335, I, do CC, o pagamento em consignação é cabível

sempre que o credor se recusar, sem justa causa, a receber o pagamento ou dar quitação

na forma devida. Além disso, o art. 335, II, do CC estabelece a possibilidade de consignação

em pagamento na situação em que o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar,

tempo e condição devidos.

Da mesma forma, o art. 539 do CPC autoriza a consignação da quantia devida, com

efeito de pagamento, nos casos previstos em lei.

Assim, diante da impossibilidade de realizar o pagamento ao credor, em razão da

recusa extrajudicial manifestada ao estabelecimento bancário, a Autora vale-se da presente

ação de consignação em pagamento, com fulcro nos referidos dispositivos do CPC e do CC.

Não é demais recordar que a Autora, fazendo uso do prazo de favor concedido pelo

Réu, procurou-o para realizar o pagamento das prestações dentro do prazo acordado e nos

locais onde comumente se davam as quitações das parcelas (sua residência e seu local de

trabalho), contudo não o tendo localizado.

Assim, a fim de afastar a mora e em se tratando de prestação em dinheiro, a Autora

valeu-se do procedimento da consignação extrajudicial, com o depósito da quantia devida

em estabelecimento bancário oficial na cidade de São Paulo, nos termos do art. 539, § 1º, do

CPC.

Devidamente notificado acerca do depósito, o Réu manifestou sua recusa, de forma

imotivada, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário, o que justifica a

propositura da presente ação de consignação, nos termos do art. 539, §3º, do CPC.
Desse modo, não há dúvida acerca do cabimento da consignação em pagamento

no caso em exame.

IV. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

Nos termos do art. 300 do CPC, a concessão da tutela provisória de urgência, de

natureza antecipada, dependerá da presença dos seguintes requisitos: (i) a probabilidade

do direito (“fumus boni iuris” ou bons argumentos); e (ii) o perigo de dano ou risco ao

resultado útil do processo (“periculum in mora” ou situação de urgência).

No presente caso, a probabilidade do direito aventado pela Autora resta

evidenciada pela comprovação do depósito das últimas prestações (Doc. XXX), o que reforça

a ilegalidade da inclusão do nome da Autora no cadastro de inadimplentes.

Por sua vez, o perigo de dano está caracterizado pelo prejuízo que a negativação

indevida vem causando à Autora, especialmente para a recolocação no mercado de

trabalho, que, inclusive, chegou a perder uma oportunidade de emprego justamente por ter

tido seu nome incluído no cadastro restritivo de crédito.

Sendo assim, presentes os requisitos ensejadores da concessão da tutela provisória

de urgência, requer seja determinada a imediata exclusão do nome da Autora do SPC.

V. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

(i) Seja concedida a tutela provisória de urgência, nos termos do art. 300 do CPC, a fim de

que seja determinada a imediata exclusão do nome da Autora do cadastro restritivo de

crédito;

(ii) Seja o Réu citado para, querendo, levantar o depósito ou oferecer contestação;

(iii) Ao final, seja a ação julgada procedente, com a confirmação da tutela provisória deferida

e a declaração de extinção da obrigação, conforme dispõe o art. 334 do CC e o art. 546 do

CPC; e

(iv) Seja o Réu condenado ao pagamento das custas processuais e dos honorários

advocatícios, nos termos dos arts. 82 a 85 do CPC.


Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a

juntada dos seguintes documentos, nos termos do art. 539, § 3º, do CPC: a) cópia do contrato

de compra e venda do veículo; b) documento do veículo; c) comprovante do depósito; e d)

recusa escrita manifestada pelo Réu ao estabelecimento bancário.

Em atendimento ao disposto no art. 319, VII, do CPC, a Autora informa que há / não há

interesse na designação de audiência de conciliação.

Dá-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), nos termos do art. 292, I, do CPC.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Cidade, data.

ADVOGADO...

OAB n....

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