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Apaixonada Pelo Meu Melhor Amigo_Thamy Oliver_nodr
Apaixonada Pelo Meu Melhor Amigo_Thamy Oliver_nodr
Apaixonada Pelo Meu Melhor Amigo_Thamy Oliver_nodr
Thamy Oliver
Copyright © 2024 Thamy Oliver
ISBN-13: 9781234567890
ISBN-10: 1477123456
Esta é uma obra de ficção. Nomes, lugares ou qualquer evento descrito nela é produto da imaginação
da autora. Qualquer semelhança com pessoas, lugares e eventos reais é mera coincidência.
A violação dos direitos autorais é crime previsto na lei nº 9.610/98 e punida pelo artigo 184 do
código Penal.
APRESENTAÇÃO
Sejam bem-vindas a minha nova história.
Será uma história leve, engraçada, com um pouco de drama, porque
quem me acompanha sabe que eu gosto de fazer o povo sofrer, e muitas
cenas excitantes, que eu sei que vocês adoram.
Ela se passará em Florianópolis - Santa Catarina. Contará a história
de amor entre duas pessoas que se amam como amigos, mas, no decorrer
dessa amizade, descobrirão que esse amor vai além da amizade. Porém,
para ficarem juntos terão de enfrentar algumas dificuldades.
Espero que gostem do meu novo livro e não se esqueçam de deixar a
avaliação ao terminar a leitura.
Beijos.
Estava de frente para o mar e fechei os olhos
Ansiava por algo e queria muito ter
Ouvi um som e sorri.
Será que meu desejo vai se realizar? — questionei-me,
ansiosa.
Abri os olhos com rapidez e foquei no barulho.
Meu sorriso se desfez quando percebi
Não era o meu desejo ali, mas apenas o vento
Eu continuava sozinha.
THAMY OLIVER
CONTENTS
Title Page
Copyright
Apresentação
Epigraph
Sinopse
Suspiros
Uma revelação
Uma briga
Reparando demais
Ganhando nossa corrida
Sentindo ciúmes?
Só você pode?
Confuso
Provocação
Ela com outro?
Controlando-me
Em família
Nosso salto de paraquedas
Festa surpresa
Jantando com outro?
Nossa viagem
Aproveitando
Ainda na nossa viagem
Mudando
Curtindo
Esclarecendo as coisas
Um evento
Se descontrolando
Decisão
Novas Experiências
Novas Escolhas
Pensando
Férias
Novos Amigos
De Volta
Bônus: Adam e Maria
Momento
Conhecendo
Uma corrida
Entre Amigos
Uma Noite
Nossa Noite
Juntos
Amando-nos
Bônus: Adam e Maria
Enfim, namorados.
Felizes
Revelando segredos
Nosso amor
Nosso Final Feliz
AGRADECIMENTOS
Um pouco sobre a autora
SINOPSE
O que se faz quando se apaixona pelo seu melhor amigo?
É o que Raquel, uma jovem tímida, que ama ler, e fora dos padrões,
se pergunta diariamente após ser recebida ao chegar na empresa onde
trabalha por Zyan, seu melhor amigo. Eles cresceram juntos, pois seus pais
também são melhores amigos. Mas o sentimento que ela nutre por ele vai
além da amizade.
Zyan é lindo, amante de esportes radicais, carinhoso, protetor, que
vive ao máximo desfrutando o melhor da vida e fica com toda as mulheres
que quer, mas sem se apegar a nenhuma.
Ele faz de tudo para que Raquel esteja feliz e sorrindo, mas o que
ele não sabe é que o que a faria a pessoa mais feliz do mundo seria ser
notada por ele como a mulher de sua vida e não apenas sua melhor amiga.
Será que Zyan vai descobrir o verdadeiro sentimento que Raquel
sente por ele?
Será que Raquel vai sair de sua concha e mostrar ao seu melhor
amigo que ela é a mulher certa para ele?
Descubra nesse delicioso romance entre melhores amigos que vai
fazer você sorrir, surtar e ficar quente a cada acontecimento.
Viro na cama ficando de barriga para cima, olho para o teto do meu
quarto, torno a suspirar, contudo, dessa vez mais pesado que o suspiro
anterior. Terminei de ler mais um livro de romance e como sempre assim
que termino de ler a realidade me abate.
Ter 23 anos, ser solteira e sem nunca ter namorado, é difícil não
ficar na bad após ler um livro de romance onde a protagonista vive aquilo
que eu tanto desejo e sei que nunca viverei, pelo menos não com quem eu
realmente desejo.
Ela tem um homem lindo que a ama e faz todas as suas vontades,
sem falar na pegada bruta e no sexo selvagem que só em pensar já me deixa
acesa.
Merda! É tão frustrante querer algo que não está ao seu alcance.
Rolo na cama mais uma vez e fecho os olhos tentando dormir. O que
não é possível quando o desejo toma conta do seu corpo e tudo o que você
quer é transar.
Uma foda bem intensa que me deixe de pernas bambas e respiração
ofegante, como a protagonista do livro que acabei de ler.
— Maldito período fértil. — Resmungo chutando as cobertas e indo
tomar um banho gelado para baixar o fogo que me consome.
Eu poderia resolver esse meu problema me masturbando, mas não
quero isso, pois sempre visualizo Zyan me tocando até me fazer gozar em
seus dedos e isso só me prejudica ainda mais.
Tomo um banho frio xingando até minha décima geração por ser
obrigada a fazer isso e após me enxugar e vestir uma camisola de seda leve,
eu volto a me deitar e dessa vez consigo dormir.
Acordo pela manhã com o despertador gritando em meus ouvidos e
resmungo por não ter as horas devidas de sono. Estico-me na cama e bocejo
piscando os olhos várias vezes para despertar completamente. Jogo os pés
para fora da cama e levanto me alongando para despertar e destravar meu
corpo.
Sigo para o banheiro, faço minha higiene e tomo um banho morno
para despertar completamente e enfrentar mais um dia de trabalho.
Ao terminar me enrolo na toalha e vou até meu closet procurar uma
roupa para vestir.
Escolho um conjunto de lingerie de algodão confortável, uma calça
jeans na cor azul escura e uma blusa cinza de mangas longas. Como hoje o
trabalho seria fora da empresa, eu não precisava estar vestida muito formal.
Fui até a sapateira e peguei um tênis Slip On na cor preta, me
coloquei de frente para o espelho e comecei a me vestir.
Visto a lingerie fazendo uma careta para as gordurinhas que sobram
na minha barriga e costas. Minha bunda é relativamente grande, mas eu não
me incomodo do tamanho dela. Também tenho seios grandes e que sempre
acabam marcando nas blusas que visto.
— Talvez a academia e um regime deixem meu corpo mais bonito.
— Digo apertando meus pneuzinhos.
— Quem sabe um corte de cabelo e usar mais maquiagem. —
Analiso-me na tentativa de ver o que posso mudar para me sentir melhor
com minha aparência.
— Vou a minha dentista e ver se ela pode tirar o aparelho e quem
sabe eu também mude os óculos por um mais estiolo.
Abaixo a cabeça e olho a roupa em meu corpo, depois volto a me
olhar no espelho.
— Até que não está tão mal. — digo torcendo os lábios para a
imagem refletida nele.
Dou de ombro e pego minha bolsa. Olho se está tudo certo e se
tenho tudo o que preciso dentro dela e saio do meu quarto.
Desço as escadas e entro na cozinha para tomar café.
— Bom dia, pai, mãe.
— Bom dia, princesa. — diz meu pai.
— Bom dia, meu amor. Seu café já está pronto. — minha mãe avisa.
Caminho até ela e lhe dou um beijo de bom dia. Faço o mesmo com
meu pai.
Sento-me à mesa e me sirvo de um pedaço de bolo e suco de laranja.
Eu não gosto de café, então todas as manhãs tomo suco, iogurte, ou apenas
leite com chocolate. Sim, leite com chocolate e não achocolatado
industrializado.
— Vai trabalhar na empresa hoje ou vocês têm algum esporte para
fazer fora? — meu pai pergunta.
— Temos Rapel na Trilha do Santinho hoje, pai, então, nós não
vamos ficar na empresa. Zyan vai direto para lá e eu vou me encontrar com
os participantes da trilha e do Rapel no Costão do Santinho (Hotel
Internacional) e seguir com eles até o início do trajeto onde Zyan estará nos
esperando.
— Cuidado, filha. Cuide-se e não tente fazer nada sem proteção. —
Minha mãe pede.
Ela é aventureira como eu, mas sempre se preocupa quando fazemos
trilha ou algum outro trabalho fora da empresa.
Coisa de mãe.
— Não farei, mãe. — Afirmei. — Zyan já está com tudo pronto e a
segurança dos equipamentos bem reforçada para que nossos clientes não
sejam postos em risco. Temos instrutores para todos os participantes e com
tudo devidamente organizado para que acidentes não aconteçam.
— Fico mais tranquila em saber os detalhes. — Sorrio para ela e
volto a comer.
Termino de comer e olho no relógio conferindo as horas.
— Preciso ir. — falei me pondo de pé. — Tchau!
— Bom trabalho, filha.
Dou tchau com uma mão, mando um beijo no ar para eles, pego as
chaves do meu carro no aparador da sala e saio de casa.
Caminho até a garagem. Desligo o alarme do meu carro, abro a
porta do carona e coloco minha bolsa sobre o banco.
Dou a volta e entro no carro. Ponho o cinto de segurança e dou
partida nele passando pelo portão da minha casa e seguindo para o meu
destino.
A Trilha do Santinho - no Morro das Aranhas, fica localizado na
região nordeste de Florianópolis, a trilha tem uma extensão de 600 metros,
com altitude variando de 0 a 50 metros. O início da trilha é na comunidade
do Santinho, no costão sul, e vai até à pedra do Calhau Miúdo.
O caminho até lá apresenta pedra com paredes de 10 a 20 metros de
altura e possui vias para uma boa escalada. As inscrições rupestres e
oficinas líticas são os atrativos a mais, além, é claro, da visão panorâmica e
do banho de mar para quem deseja desfrutar da praia que fica no final da
trilha.
O passeio apresenta grau de dificuldade fácil e demora cerca de três
horas para ser percorrido. O rapel é feito em uma parede de inclinação
negativa de vinte metros, é ideal para iniciantes, recomendado para maiores
de doze anos.
Paro o carro na frente do hotel e já posso avistar nossos clientes de
hoje.
— Bom dia! — cumprimento-os com um sorriso após estacionar o
carro e me aproximar deles.
Eles me cumprimentam de volta e seguimos nosso destino até a
trilha, que se localiza bem próximo ao Resort do Costão do Santinho.
Fomos caminhando e conversando sobre a trilha e o Rapel. Eu os
expliquei como tudo iria funcionar e ao chegarmos ao local, Zyan veio até
nós.
— Bom dia! Prontos para um dia de diversão e adrenalina? — ele
perguntou com os olhos brilhando e o sorriso maior do mundo.
Zyan amava tudo isso e era lindo de ver como seu jeito alegre e
carismático aflorava quando estava falando dos esportes radicais que tanto
amava.
Seguimos conversando por um desvio na trilha, tomando cuidado
onde pisávamos com os galhos de árvores e arbustos que tinham pelo
caminho para não sofrermos nenhum tipo de acidente, e repassando
algumas das instruções até chegarmos ao mirante natural da pedra do urubu
onde seria realizado o Rapel.
Nós estávamos em um grupo de sete pessoas, três participantes, eu,
Zyan e mais dois instrutores. Paramos em cima da pedra e eu fiquei
maravilhada com a vista como sempre acontecia quando tínhamos trilha e
rapel naquele lugar lindo.
— Prontos? — Zyan perguntou aos nossos clientes.
Eles já estavam devidamente paramentados com o equipamento de
segurança e o instrutor ao lado deles conferindo e auxiliando em tudo. Eles
confirmaram e se posicionaram na ponta da pedra para realizar a descida.
Tudo ocorreu bem e era lindo constatar a felicidade deles em conseguir
realizar algo tão incrível e eletrizante como o Rapel.
— O que achou de hoje, Quel? — Zyan me pergunta assim que
deixamos os clientes no hotel e nos arrumamos para ir para casa.
Já tínhamos nos despedidos dos outros instrutores e estávamos
apenas nós dois, sentados na traseira de sua Fiat Toro (seu carro precisava
ser uma picape, pois os equipamentos eram sempre ele que os trazia)
comendo um Xtudo com coca. Sim, apesar de ele ter um corpo malhado e
bem definido, nós sempre nos dávamos o prazer de comer coisas calóricas,
mas muito gostosas.
E, esse era o maior problema que eu enfrentava. Comíamos as
mesmas coisas, mas ele perdia peso bem rápido, enquanto eu, só engordava
e demorava a perder os quilos que ganhava ao comer as porcarias gostosas.
— Foi tudo muito incrível e a vista sempre me deixa encantada. —
Respondo, sorrindo, após mastigar e engolir o pedaço do meu lanche.
— Sim, eu também amo aquela trilha e tudo o que ela nos
proporciona. Seria uma bela ideia transar em cima daquela pedra ao pôr do
sol. — ele suspirou como se imaginasse realizando tal coisa.
— Zyan! — Reclamei ao visualizar a cena como ele.
Meu centro contraiu em expectativa.
Eu era virgem, mas tinha um fogo que não baixava nunca.
— Você leva tudo para a putaria.
— Não mais do que você com aqueles seus livros. — Ele sorriu. —
Ou pensa que eu não sei que os livros que você lê são livros excitantes e
eróticos? Francamente, paçoquinha, que vergonha, que vergonha. — disse
em tom de brincadeira.
Arregalei os olhos, chocada com seu comentário. Nunca pensei que
ele soubesse os tipos de livros que eu leia.
— Seu rosto vermelho não a deixa mentir. Pecadora! — Disse a um
centímetro do meu rosto e eu quis muito beijá-lo.
— Olha só quem fala. Eu fico só nos livros, já você… — me calei,
pois não queria falar dele com outras mulheres. — E como sabe o estilo de
livro que eu leio?
— Fiquei com uma menina um dia e ela lia um dos livros que fui
com você comprar. Ela me pediu para refazer uma cena com ela. — Ele me
deu um sorriso cafajeste e eu quis bater nessa cara linda dele.
— Todas as leitoras de livros excitantes querem reproduzir as cenas
que leem. — falei como se não fosse nada de mais.
— Você é uma delas? — Ele perguntou isso muito próximo de mim.
Próximo até demais.
— Não vou mentir, eu sou, mas ainda não achei um cara que me
faça desejar reproduzir alguma cena. — Isso era uma grande mentira,
porque eu queria reproduzir todas as cenas que eu lia com ele, mas o
mesmo não precisava saber disso.
— Posso te fazer uma pergunta? Promete não ficar chateada?
— Está me assustando. — Sorrio, mas ele está sério, então paro de
brincar.
— Pode fazer. Prometo que não ficarei chateada. — levanto a mão
em forma de juramento.
Ele respira fundo e olha no fundo dos meus olhos.
— Você ainda é virgem, Quel? — Sua pergunta me faz engasgar
com o pedaço do sanduíche que acabara de colocar na boca.
— Por que isso agora, Zyan?
— Desculpe se estou sendo invasivo, mas é que apesar de sermos
melhores amigos, nunca falamos sobre sexo abertamente. Quer dizer, eu
falo das minhas aventuras, mas você…
— Eu nunca me senti atraída por alguém o suficiente para querer ir
para cama com ele. — confesso com o rosto quente pela conversa tão
íntima.
— Então está confessando que nunca transou? Que é virgem? — Ele
parecia espantado, sem acreditar no que afirmei.
— Não entendo o espanto, Zyan. Eu nunca namorei. — dei de
ombros.
— Não é isso… Só que… Bom, deixa para lá. Só me responda mais
uma pergunta. É por isso que agora você vive falando que quer alguém?
Quer perder a virgindade?
— Não é só isso. — deixo meu lanche de lado e cruzo as pernas. —
Eu só me sinto sozinha às vezes. Deve ser carência.
— Eu não entendo… — ele divagou, pensativo.
— Vamos deixar essa conversa para outro dia, Zyan. Estou cansada
e com sono.
Desconverso e pulo da traseira de sua picape.
Ele não fala mais nada e recolhe o resto do nosso lanche indo jogá-
lo na lixeira que tem próximo de onde estamos.
Despeço-me dele com um beijo em sua bochecha e sigo para o meu
carro.
Entro ponho o cinto e dou partido indo para minha casa dormir
sozinha e sonhar que estou nos braços dele de novo.
Nos meus sonhos ele sempre será mais que meu melhor amigo.
UMA BRIGA
Zyan
Dias Depois…
Raquel
Horas Mais Tarde…
Bufo frustrada e me jogo na cama com as mãos no rosto.
— Merda! Eu não tenho uma roupa descente para vestir hoje. —
resmungo chateada.
— O que houve, filha? Por que tanto resmunga? — minha mãe
pergunta da porta do meu quarto.
Ela entra e se senta na beirada da minha cama.
— Eu não tenho uma roupa descente para ir à balada com o Zyan
hoje, mãe.
— Você na balada? Que coisa boa, filha! Fico feliz que esteja se
abrindo para coisas novas.
Minha mãe sempre insistiu que eu deveria sair mais e conhecer
novas pessoas ao invés de ficar só trabalhando ou lendo meus livros.
— Zyan que insistiu. — confessei — Conversei com ele há alguns
dias e disse querer arrumar alguém. Eu me sinto sozinha, às vezes mãe, eu
quero ter um namorado.
— E você já conseguiu esquecer seu amor pelo Zyan?
— Mãe! — exclamei chocada, pois pensei que ela não tinha
percebido o que realmente sinto por ele.
— Sei que sempre gostou dele mais que um amigo, minha filha, sou
sua mãe e te conheço como a palma da minha mão.
— Acho que nunca conseguirei tirá-lo do meu coração, mãe, mas
Zyan me vê apenas como sua melhor amiga. — falo com tristeza.
— Então se abra para novas pessoas. Se descubra e aproveite o que
a vida tem de melhor para lhe oferecer.
— Estou ponderando mudar, mãe. Talvez assim eu me sinta melhor.
Sei lá… Ando tão confusa.
— É que você está percebendo que a vida está passando diante dos
seus olhos e não viveu nada, meu amor. Você já tem 23 anos e precisa de
algo que lhe instigue a ser melhor.
— Deve ser isso mesmo, mãe. Preciso ter um alvo, uma meta e me
redescobrir. Curtir mais, fazer novos amigos e beijar na boca. — falei a
última frase sorrindo.
Ela sorri e se deita ao meu lado.
— Minha menina está crescendo. Estou feliz por você querer isso,
por querer mudar por si mesma, para se sentir melhor e não para agradar
aos outros.
Ela ficou de lado e me olhou nos olhos.
— Mude, mas mude por você. Seja sempre você e só faça aquilo
que te deixar feliz minha menina. Eu te amo minha princesinha.
Virei-me para ela e a abracei.
— Eu também te amo mãe, eu não poderia ter tido mãe melhor.
Ela me apertou forte em seus braços e beijou meu rosto.
— Agora vamos escolher sua roupa e deixar você ainda mais linda
para arrasar os corações dos boys dessa balada.
Disse se levantando e me puxando para ficar de pé também. Ela foi
até meu closet e me auxiliou na escolha da roupa. Minutos depois eu já
estava pronta.
Escolhemos uma calça jeans de cintura alta com alguns rasgos na
perna e na cor preta. Um cropped com um decote discreto e mangas longas
na cor branca, coisa que foi um custo aceitar vestir por conta das
gordurinhas que tenho na barriga, mas minha mãe acabou me convencendo
a usar.
Uma sandália baixa e soltei meu cabelo deixando-o caído em ondas.
Minha mãe me ajudou com os cachos na babyliss. Fiz uma maquiagem
discreta com apenas pó, rímel e um batom rosa-claro que era quase a cor da
minha boca.
Ouvi a campainha da minha casa, tocar e sabia ser Zyan. Peguei
minha bolsa com celular, carteira, pó e batom. Coloquei meus óculos, pois
sem eles eu não enxergo nada e segui para fora do meu quarto.
— Nossa! Como você está linda, Quel. — Exclamou ele assim que
me viu.
— Obrigada, Zyan. Você também não está nada mal. — falei
sorrindo.
— Cuide bem da minha menina, garoto. Ou você vai ficar sem essa
coisa minúscula entre as pernas e costuma chamar de pau. — falou meu pai
com cara de mau.
— Pode deixar tio Vitor. Mas sinto informá-lo que meu pau é bem
grande e quem tem o prazer de tê-lo em si, não reclama, pelo contrário,
pede sempre por mais. — Zyan falou na maior cara de pau como se sua fala
fosse algo corriqueiro e normal.
— Zyan! — exclamei chocada.
A última coisa que eu precisava era ter a imagem de seu pau grande
na minha mente.
— Some da minha frente antes que eu te dê uns cascudos, seu
garoto abusado. — meu pai falou em um tom bravo, mas sei que ele está se
segurando para não rir.
— Divirtam-se crianças. — disse minha mãe
— Pode deixar, tia Cintia. Bora, paçoquinha? — Zyan me oferece o
braço.
Confirmo com a cabeça e enlaço meu braço no dele.
— Tchau, mãe, tchau, pai.
— Tchau, princesa e se cuida. — meu pai fala e me dá um beijo na
testa.
Saímos da minha casa e entramos no carro do Zyan que estava
parado na porta da minha casa.
A minha casa era bem grande e tínhamos uma área vasta na frente
onde podia se estacionar depois que atravesse os portões dela.
Chegamos na balada minutos depois e logo nos encontramos com os
amigos dele.
Eu gostos dos amigos do Zyan, eles sempre foram gentis comigo em
todas às vezes que nos encontramos e nunca me trataram mal.
Eu estava curtindo a noite com ele, mas depois que uma garota
siliconada ficou dando em cima de Zyan e se esfregando nele, mesmo sem
ele retribuir o flerte, eu me estressei a dispensei por ele.
Na verdade, eu fiquei com ciúmes e quis tirar a piranha de cima dele
na base da tapa, mas me controlei e fui diplomática a dispensando com
sutileza ao derrubar 'sem querer' meu drink na blusa dela. Afinal, acidentes
acontecem e sempre estamos suscetíveis a eles, não é? Pois bem, um
pequeno acidente aconteceu com ela, obrigando-a a se retirar.
Depois desse pequeno 'incidente', a noite se seguiu divertida e até
um rapaz, que, por sinal, era muito bonito, veio falar comigo e tivemos um
papo legal, mas aí a amiga dele chegou, me humilhou e eu parti para cima
dela.
Agarrei seu cabelo e dei algumas tapas na cara de puta dela. Eu não
curto violência, mas ela pediu por isso. E como eu não tenho um gênio
muito calmo… Digamos que juntou a fome com a vontade de comer e eu
acabei rolando no chão com ela, com as minhas mãos em seu cabelo e
minhas unhas em seu rosto. Marcelo, o cara com quem eu estava
conversando, foi quem me tirou de cima da garota que veio implicar
comigo.
Minha noite acabou ali e eu fui embora para casa em um táxi sem
nem esperar por Zyan. Eu estava frustrada por acontecer isso logo na
primeira vez que tento ser mais sociável e não queria brigar com ele. Ele
havia sido legal ao me convidar para me divertir junto dele e de seus
amigos, mas como sempre acontece na minha vida: tudo dá errado.
Talvez eu devesse continuar com estou e me contentar com meu
amor pelo Zyan sem que ele o retribua. Tenho sua amizade e isso basta para
mim. Bom, é o que tento fazer meu coração e mente, acreditar.
REPARANDO DEMAIS
Zyan
— É bom ver que está confiante, pois, assim, será mais divertido ver
sua cara quando perder. — Zombou.
— Há, há, há, sou eu quem vai rir da sua, Zyanzinho. — Ele odeia
ser chamado assim.
Dei um soco em seu braço e saí do quarto com ele rindo enquanto
me seguia.
— Prontos, garotos? — meu pai perguntou assim que chegamos a
sala.
— Ela que vai comer poeira hoje, mas deixem-na pensar que vai
ganhar. — disse Zyan, puxando meu cabelo de leve.
— Oi, Adam! É claro que eu vou. Está preparado para comer muita
poeira?
Ele era um homem muito bonito, alto, loiro, corpo musculoso, mas
nada muito exagerado. Seus olhos são verdes e ele tem uma boca linda, bem
desenhada e com lábios carnudos que dá vontade de beijar em quem olha
para ele.
Bobo, eu sei.
Tia Rana já tinha o Zyan quando se casou com o tio Ryan, após
terminar o ensino médio, e minha mãe engravidou um mês depois que se
casou com meu pai.
Eles ainda são bem jovens e eu sou muito ciumenta com meu pai e
já briguei muito com minhas amigas por ficaram secando-o quando elas iam
lá na minha casa para fazermos os trabalhos da escola.
Ele fazia isso direto e eu sempre me sentia de volta aos seis anos
quando tinha as bochechas bem redondas por ser gordinha.
Passamos um dia bem divertido e eu, que não sou besta nem nada,
zoei muito o Zyan.
SENTINDO CIÚMES?
Raquel
No Outro Dia…
Ele vai me dar uma carona e depois vamos juntos para a empresa.
Zyan mora próximo da minha casa, com alguns quarteirões de distância
daqui para o seu apartamento. Então eu estou sempre indo e vindo com ele
da empresa.
— Mãe, pai, eu já vou. Até a noite. — falo para eles que estão na
cozinha preparando o almoço.
Arrr.
— Oieee.
— Você está muito focada em beijos e sexo, Quel. — seu tom muda
e demonstra que ele está bravo. — A vida é bem mais que isso.
— Nunca será só sexo para você, Quel, nós dois sabemos bem disso.
Sim, eu sabia.
Ele era um homem lindo, alto e com olhos cor de mel, seria um
avatar incrível para os livros de romance que leio onde os protagonistas são
lutadores.
Sorri para ele quando nossos olhos se cruzaram, mas uma garota
com o corpo perfeito se aproximou dele. Fiquei tensa com ela alisando-o e
comecei a acelerar nas pedaladas até ficar quase sem fôlego.
O modo como ele sorria para a menina que o tocava de forma bem
explicita e sem vergonha alguma, me deixou com muita raiva e Denis
precisou parar a bicicleta para que eu não me machucasse.
— Tudo bem. Acho que por hoje já estamos bons de treino, amanhã
iniciaremos a musculação com abdominais, pernas e braços. Colocarei
exercícios leves só para que você sinta como é a pegada dos treinos e pegue
o jeito da prática de cada série.
— Não entendo como isso não acontece direto com você, Raquel. É
uma mulher muito bonita. — Ele sorriu de lado e tenho certeza de que
minhas bochechas coraram ainda mais.
— Espero que não sejam muito pesadas. Sou iniciante nessa coisa
de trabalhar o corpo e não quero ter que sair correndo daqui. — brinquei e
os dois gargalharam.
— Seu corpo será bem trabalhado por nós, não se preocupe, Raquel.
A deixaremos com a respiração ofegante e as pernas bambas todos os dias
se quiser.
Eu estava sorrindo, mas meu sorriso morreu assim que suas palavras
se fixaram na minha mente e eu entendi o duplo sentido delas. Pensei em
falar algo, mas Zyan chegou com cara de poucos amigos e nos interrompeu.
— Eles são iguais a você e é por isso que são amigos. Três putos
que só pensam em entrar nas calças da primeira mulher que vêm na sua
frente.
— Sim, sou um puto e amo sexo, mas você não é assim e é por isso
que me preocupo.
— Não quero me apaixonar, Zyan, eu sei que isso não é para mim,
ou talvez só não queria me machucar. Contudo, quero saber como é ter
prazer no sexo. Quero saber como é ser devorada com beijos quentes e
molhados, eu quero descobrir como é se sentir desejada. Quero sentir todas
as sensações que vivencio nos livros que leio. Será que é tão errado assim
eu querer isso?
Zyan tocou no meu braço, mas estava magoada com ele e não queria
olhar em seu rosto. Sabia que choraria ao encontrar pena em sua expressão.
Afastei-me dele e entrei no banheiro para tomar banho e irmos trabalhar.
Uma boba que não podia dar um passo que logo cairia e precisaria
de seus braços para erguê-la. Talvez o fato de eu ser tão insegura e tímida
tenha mais a ver com ele e sua super proteção do que de fato comigo.
— Nem você e ela não o larga por nada. E sobre não querer só sexo,
acho que se engana Zyan. Raquel tem fogo nos olhos e só precisa do cara
certo para fazê-la soltá-lo e sair pegando geral por aí.
— Vocês são uns putos. Antes nem a olham, agora todos querem
levá-la para cama. — reclamei raivoso.
— Você já reparou! Reparou e é por isso que está assim tão puto.
Mas acho bom se conformar, pois agora que ela começou a cuidar mais do
corpo e quer dar um Up no visual, vão chover, homens… como nós… —
ele apontou entre mim e ele. — querendo levá-la para cama.
— Raquel é uma menina sensata e não vai se deixar seduzir por
caras mulherengos e galinhas como nós.
Ele tinha razão. Quel estava se tornando uma mulher linda com
aquelas curvas que enlouqueciam quem as viam. Ela era um mulherão e
todos os homens que já a desejavam irão cair em cima dela depois que ela
mudar e ficar ainda mais linda.
Eu não devo olhá-la dessa forma. Eu não devo focar no seu corpo
gostoso e sim na nossa amizade. Eu…
Ela havia lavado o cabelo e ele estava solto. Sua roupa era mais
colada ao seu corpo e destacava cada curva sua. Não lembro quando ela
renovou o guarda-roupa, mas com certeza essas não eram as roupas que ela
usava antes.
Sua saia era curta e justa e ia só até o meio de suas coxas, sua blusa
era de seda com uma leve transparência que desenhava perfeitamente seu
sutiã de renda na cor preta. Sua blusa era de botões e com manga longa,
mas colada ao seu busto e os três primeiros botões estava aberto formando
um decote discreto e deixando o alto dos seus seios fartos a mostra.
— Essa era a intenção. Não que você me cheirasse, claro, e sim, que
minhas possíveis fodas sentissem o desejo de me agarrar devido ao meu
perfume.
Decidi que deixarei de lado o que sinto por ele e viver a minha vida.
Estou gostando muito dessa minha nova versão e trabalhando a minha
mente para eu me aceitar e me achar bonita. Estou seguindo a dieta que
Vinicius me passou e até que gostei do meu primeiro dia de exercícios.
Com relação aos óculos, não tirarei, só passarei a usar lente quando
for a alguma festa e escolhi uma armação mais estilosa que combine com
meu rosto.
— Lendo putaria?
— Era uma cena boba. — Desconverso, mas aposto que meu rosto
está vermelho como um tomate maduro.
Reclamo, mas ele não liga e começa a ler a cena em voz alta.
— 'Pode me mostrar o que é capaz hoje! Está disposto, senhor
Christopher?' Puxo a palavra senhor na língua e mordo o lóbulo de sua
orelha, fazendo-o ofegar e segurar meu braço me puxando para si.
Eu queria só provocá-lo, confesso, mas a forma como agarrou
minha cintura e tomou minha boca me fez se desmanchar em seus braços.
Eu o desejava e não tinha como negar.
A máscara só cobria meus olhos, deixando minha boca livre para
ser devorada pela sua. Gemi em sua boca e circulei meus braços em seu
pescoço, aprofundando o beijo. Ele segurou minha bunda e a apertou me
colando a ele e fazendo-me sentir sua ereção.
Eu sabia que ele era bem-dotado e meu centro se contraiu com a
lembrança dele dentro de mim.
— Quer ser tomada assim e devorada por um cara que vai foder seus
miolos enquanto você se agarra a ele e grita seu nome? — minha respiração
estava ofegante e meu centro pulsava forte.
Sim, eu queria!
Queria que ele fizesse isso, que reproduzisse essa cena com todos os
detalhes e até mais coisas.
Eu só queria que ele subisse a mão que está na minha coxa e tocasse
minha boceta que pulsa e dói querendo seus dedos nela.
Trato de limpar a minha mente e fingir que não sou afetada por ele.
— Eles são uns putos e você não deveria se envolver com eles. —
Sua feição mudou completamente.
Agora ele está bravo e seus dedos apertam o volante com força.
— São seus amigos, Zy, não sei por que fala assim deles. — o
recriminei.
Zyan ainda me olhou por alguns minutos, mas logo tratou de ligar e
o carro e o colocar em movimento. Minutos depois, nós já estávamos na
empresa.
◆ ◆ ◆
Zyan
Preciso muito de uma foda. Essa é a primeira coisa que penso depois
que termino a reunião.
Quel agora sorrir mais e se porta como uma mulher decidida e dona
de si. Ela está linda e sua áurea de mulher fatal, que sabe o que quer, está
fazendo todos babarem ao seu redor.
— Acho que sim. Estou precisando de uma boa noite de sexo para
me livrar da tensão do dia. — estalei o pescoço e estiquei os braços, me
alongando um pouco.
Certifiquei-me logo de quem iria estar, pois não quero ter que passar
a noite toda ao lado de alguém que eu não gosto ou que me trata mal. Mas
quem estará são os amigos de Zyan apenas, Denis, Caio, Cristiano, Vinicius
e Adam.
— Você está linda, filha. — meu pai vem até mim e me dá um beijo
na testa.
— Você é linda filha. E ainda não sei como não tem um monte de
urubu aqui na minha porta pedindo para namorar você.
— Devo preparar meu coração, então? Logo alguém vai roubar você
de mim e eu terei que te dividir com outro. — ele fez bico.
Beijei os dois e saí de casa quando nosso segurança avisou que meu
táxi havia chegado.
— Uau! Que gata, Quel. — Zyan veio me abraçar assim que me viu
chegar.
— Não fiz por mal, você que tem uma maravilhosa pegada. — falei
enquanto rebolava em sua pélvis. Senti algo duro e sabia que nossa dança o
estava excitando.
Sua expressão era de pura luxúria e o que pensara antes foi para o
espaço. Ele estava mesmo excitado por minha causa.
Ele me desejava!
— Adoro seu cheiro. Você está muito gostosa, Quel. Não sei como
conseguiu isso, mas está irresistível. Mas somos melhores amigos e não
devemos misturar as coisas.
— Parabéns.
Queria mostrar para mim mesmo que sou, sim, desejada, que posso
ter um homem bonito como Adam, que posso esquecer Zyan e desfrutar a
vida com pessoas que me querem, que não arrumam desculpas para fazer
aquilo que desejam.
De desfrutar.
Eu me conhecia bem e sabia que assim que ficasse com ele em seu
apartamento minha insegurança com relação ao meu corpo viria com tudo e
eu não conseguiria ir adiante. Isso era um dos fatos de só ter beijado até
hoje, o outro fato importante era que só queria perder minha virgindade
com o Zyan.
Ele segurou minha cintura com uma mão e com a outra tocou meu
centro por cima da calcinha de renda.
Eu podia ser virgem, mas sabia o que era o prazer de uma boa
masturbação. Já tinha gozado várias vezes para aplacar o tesão que me
consumia todos os dias e principalmente no período fértil, ainda mais
depois que comecei a ler os livros hots e eróticos. Era impossível não me
tocar depois de ler uma cena tão bem descrita de sexo que eu chegava a
escorrer de tão excitada que ficava.
— Raquel…
— Está tudo bem, Adam. Não tem problema, foi só o susto de ser
invadida sem aviso. — segurei seu rosto e tomei sua boca na minha.
Ele parecia bem grande e estava tão duro que só o toque de nossos
sexos, por cima da roupa, nos fazia gemer alto. Afastei-me dele por alguns
instantes e abri o zíper de sua calça, libertando seu pau da cueca.
— Sei que você não quer, também não quero. Mas eu já gozei e
você também precisa.
— Nossa! Isso foi demais. — falou ele tocando meu rosto e depois
me puxou de volta para seu colo.
Adam olhou para o que prendia meu olhar e suspirou ao ver Zyan
com os olhos cravados em nós.
— Ele vai me bater assim que eu pôr os pés para fora do carro. —
Adam comentou, soltando uma risada contida e ainda me abraçando. Os
vidros do carro estavam embaçados e qualquer pessoa que tivesse um bom
raciocínio saberia o que estávamos fazendo.
— Não tem por que ele fazer isso. Somos apenas melhores amigos.
Aposto que ele também estava fodendo alguma gostosa por aí também.
— Sei que gosta dele e não só como amigo, Raquel, todos percebem
isso ao estar ao lado dos dois, mas eu sempre me senti atraído por você e
não podia deixar passar a chance de te ter em meus braços, nem que fosse
apenas uma vez. — Ele sorriu triste.
— Eu quis estar assim com você e Zyan não tem nada a ver com a
minha vida. Eu te acho lindo e sempre quis te beijar.
Zyan
Não consigo me mexer, isso é a primeira coisa que percebo quando
tento dar um passo adiante. Meus pés estão pregados no chão e meus olhos
estão pregados no carro à minha frente, onde Raquel está com Adam.
— Mais uma vez digo que você está se enganando, Zyan. Raquel
não é boba, é uma mulher linda, gostosa, que quer sexo. E não há nada de
errado nisso. Você estragará a amizade de vocês, se continuar impedindo-a
de viver.
Ouvi o carro ser ligado e voltei a focar minha atenção nele. Adam
saiu do estacionamento e meus olhos o seguiram até ele se perder de vista.
Quel: Oieee. Bom dia para você também, meu chefinho favorito.
Sorrio.
Seu modo de me cutucar por não ser educado com ela sempre me
faz rir.
Eu: Eu sou seu único chefe, paçoquinha. Kkkkk. Está bem! E, bomm
diaa, minha linda. Espero que tenha dormido bem e nos vemos na pista do
tio Vitor onde eu farei você comer poeira. Tchau, paçoquinha.
Quel: Eu que vou te fazer comer poeira mais uma vez, chefinho.
Beijos até daqui a pouco.
Dias Depois…
Saio do carro e bato a porta. Paro na porta da casa da Quel e toco a
campainha.
— Parabéns, Zyan. — disse tia Cintia ao abrir a porta.
— Obrigado, tia. Onde Quel está?
Hoje era nosso aniversário e iríamos comemorar pulando de
paraquedas.
— Ela está terminando de se arrumar, pode subir para o quarto dela
se quiser.
— Não, eu vou esperar aqui mesmo. — entrei e passei por ela me
sentando no sofá.
Já tinha se passado alguns dias desde o modo como tratei Quel eu
prometi a mim mesmo que não voltaria a agir daquela forma com ela. Mas
para isso eu não poderia ficar da mesma forma que antes com ela.
E eu estava conseguindo. Nós continuávamos fazendo nossos
programas juntos, mas sem nenhum tipo de conversa ou brincadeira de
cunho sexual. Voltaríamos a ser os mesmos melhores amigos de antes.
Peguei meu celular e falei com o instrutor de voo para conferir se
estava tudo certo.
Ele me mandou uma mensagem de texto confirmando, então relaxei
e passei a zapear pelo Instagram. Comentei na foto que Raquel tinha
postado e repostei as que ela tinha colocado em seus Stories do Instagram,
eram fotos antigas nossas, de nossas farras no meu apartamento, comendo
besteiras nos nossos dias de cinema. Algumas nas nossas corridas de
Motocross e outras nas últimas vezes que saímos com os meninos.
Ela estava cada dia, mais envolvida com os meus amigos e ficou
mais duas vezes com Adam essa semana, sei disso porque os vi em um dia
quando fui até a casa dela chamá-la para tomar um sorvete comigo no ponto
do seu Pedro. Não os interrompi e voltei para casa.
Repostei todas as fotos e com emojis engraçados e palavras de como
eu estava feliz por sua amizade.
— Vamos? — a voz dela me fez tirar os olhos do celular e olhá-la.
Ela estava linda como sempre.
— Sim. Parabéns. — a abracei e inspirei seu cheiro.
— Parabéns para nós. — ela sorriu e eu peguei sua mão.
— Nós já vamos, mãe.
— Cuidado, filha. E tirem muitas fotos. Tenho saudades de saltar
também.
— Outro dia podemos marcar salto grupal. Aí a senhora, tio Vitor e
meus pais podem saltar com a gente.
— Sim, faremos isso.
Nós nos despedimos da tia Cintia e saímos de casa. Meu carro
estava parado na porta, então, só o destravei e entramos nele.
— Nervosa?
— Um pouco. Ainda acho loucura isso, mas sabe que não fujo de
um desafio.
— Pois eu estou louco para o salto, mal consegui dormir de tão
ansioso que estava.
— Você gosta de esportes radicais mais que eu, Zyan.
— Verdade. — sorri e coloquei o carro em movimento.
O Salto Duplo de Paraquedas acontece no Aeroclube de São José,
há distante 40 km de Florianópolis. É uma experiência emocionante e que
nos presenteia além da emoção e da adrenalina com o visual fantástico vista
dos céus da Tijuca.
Não precisa de um treinamento avançado para saltar de paraquedas,
pois o salto será duplo, cada um com seu instrutor. É uma experiência
segura, incrível e com um choque de adrenalina alto.
Horas mais tardes já estávamos na parte do aeroporto onde
subiremos no avião de pequeno porte para fazer o salto.
— Olá, sejam bem-vindos. — um dos instrutores nos cumprimenta e
logo começa a passar as instruções.
Ele nos explica de forma bem clara e simples. Depois fazem um
treinamento rápido e prático no solo antes de ser equipado e encaminhado
ao avião.
Toco a mão da Quel e vejo que está gelada.
— Vai ser bom. Não fica tensa e só relaxa.
— Estou tentando, é só o nervosismo por nunca ter saltado antes.
— É compreensivo o nervosismo, mas é tudo muito seguro, não
precisa ter medo.
O instrutor falou tentando deixá-la mais confiante para o salto.
Quel sorriu para ele que sorriu de volta. Ele estava flertando tanto
com ela na cara dura.
Respirei fundo e levei a mão dela até meus lábios, depositando um
beijo nela.
— Eu estou feliz que tenha topado isso comigo. Sei que sempre
aceita fazer essas loucuras comigo e não imagina o quanto isso é importante
para mim.
— Eu também gosto de adrenalina, não se ache muito. — brincou.
— E gosto desses momentos com você.
— Prontos? — o instrutor nos perguntou.
— Sim!
Subimos no avião e levantou voo.
Quando chegou há 10.000 pés (Ca. 3 km) de altitude (3.000 metros),
o instrutor se posicionou com conosco a sua frente e saltamos. Saltei
primeiro e Quel logo em seguida.
Assim que senti o vento forte em meu rosto, gritei sentindo a
sensação de liberdade me tomar. A vista era incrível e a sensação melhor
ainda. Olhei para Raquel e vi seu sorriso. Eu estava com uma câmera nas
mãos gravando tudo e pegando cada detalhe do nosso salto.
Após a queda livre de quase um minuto, mas que parece bem mais
tempo, o instrutor acionou e abriu o paraquedas. Logo já estávamos no solo.
Tomamos o cuidado para não nos machucarmos na aterrissagem e assim
que me vi livre do instrutor corri para abraçar minha melhor amiga.
— Foi incrível — falou ela com um sorriso de orelha a orelha
enfeitando seu belo rosto.
Raquel tinha se livrado dos óculos, e usava lentes quase o tempo
todo, e cortado o cabelo em um corte mais radical, o deixando acima do
ombro. Seu lindo rosto agora estava mais aparente.
— Sim, muito incrível.
Beijei sua bochecha e a segurei pela cintura. Fomos até os
instrutores e tiramos o equipamento de proteção.
— Gravou tudo?
— Sim, nossos pais vão ficar bobinhos com a vista e querer vir com
toda a certeza.
Ela sorriu e começou a ver o vídeo enquanto eu colocava o carro em
movimento e nos levava para casa.
FESTA SURPRESA
Raquel
Zyan: E quero passar com você como todos os anos. Por mim
estaríamos dando uma festa, mas você se negou a ter uma.
Eu posso surtar?
Porque eu estou surtando.
Porra! Como eu posso não ser apaixonada por alguém que me trata
assim?
Eu: Ainda é cedo, então vou me arrumar e pegar um táxi até aí.
Meus pais foram jantar fora.
Zyan
Praguejo e pisco os olhos várias vezes para ter certeza de que o que
eu estou vendo não é um sonho ou uma miragem. Tudo isso porque eu não
estou crendo no que meus olhos estão vendo. Raquel está nua da cintura
para baixo e de pernas abertas enquanto se fode com os dedos.
Meu pau endurece na hora e um ofego fica preso na minha garganta.
O toco por cima da calça de moletom e o aperto para conter o pulsar dele.
Estou quase gozando nas calças ao ver a expressão de prazer dela.
Eu vim até o quarto dar um beijo de boa noite como sempre faço
quando ela vem dormir aqui e sou presenteado com essa imagem que nunca
mais sairá da minha mente.
Eu deveria fechar a porta e deixá-la gozar em paz. Afinal é um
momento íntimo, mas não consigo, não posso. Meus olhos estão em cada
movimento seu, minha boca saliva de vontade de tirar seus dedos e eu
mesmo fazê-la gozar. Tomar seu gozo e depois a foder como ela vem
querendo há dias.
Porra! Ela é muito linda e gostosa.
Seus gemidos chegam até meus ouvidos e eu retiro meu pau para
fora da calça e o toco diretamente. Controlo meus gemidos para não
atrapalhá-la e me masturbo assistindo-a se dar prazer. Raquel, geme,
arqueia as costas e se contorce flexionando os pés e apertando as mãos em
sua boceta com as pernas ao gozar. Acelero os movimentos de minha mão
em meu pau e gozo vendo-a com as pernas abertas e a boceta escorrendo
seu gozo.
Seguro na parede quando o orgasmo começa a dar sinal de que logo
chegará e dou mais duas bombadas no meu pau, gozando em seguida e
melando toda a parede, minha calça e minha mão a com minha porra.
Deus!
Fecho a porta e me encosto na parede respirando com dificuldade.
Gozei tão forte que minhas pernas ficaram fracas. Suplico internamente
para que ela não saia mais hoje do quarto e assim eu possa limpar a bagunça
que fiz sem que ela veja.
Minha mente está nublada de sentimentos confusos, mas tudo o que
sei e tenho certeza é que será muito difícil vê-la, tocá-la e beijá-la sem a
tomar em meus braços e a foder duro e selvagem.
Porra! Eu estou fodido.
Confiro que ela está no banho, o que prova que não sairá mais do
quarto. Vou até o banheiro, pego uma toalha, volto e limpo a parede, que
para minha sorte é pintada com tinta óleo, o que me permite limpar a sujeira
facilmente, e depois de tudo limpo, vou para meu quarto tomar banho. Após
refrescar o corpo com um banho demorado, visto uma cueca e deito. Levo
um tempo para pegar no sono, mas quando finalmente durmo só acordo às
9h do outro dia.
JANTANDO COM OUTRO?
Raquel
Dias Depois…
Pego na mão do Vinicius e desço do seu carro. Ele entrega a chaves
para o manobrista e caminhamos para dentro do restaurante. Hoje é meu
jantar com ele. Vini me conduz durante todo o trajeto com a mão nas
minhas costas, me causando um leve arrepio.
— Ainda não me acostumei com sua beleza esta noite.
— Obrigada! — sorri e ele beijou minha mão.
Eu estou usando um vestido vermelho colado ao meu corpo, que vai
até a altura dos joelhos. Ele é de mangas, mas tem um decote em coração
que deixa meu colo todo de fora.
— Sério, Raquel, você é muito linda. Não sei como Adam ainda não
te pediu em namoro.
— Porque o que temos é só curtição.
Entramos no restaurante e ele dá seu nome para a recepcionista que
chama um garçom e ele nos guia até nossa mesa.
— Obrigada!
— Obrigado!
O garçom nos dá o menu e se retira.
— O que vai querer comer?
— O que meu nutricionista permitir. Ele é bem rigoroso com minha
dieta. — brinco.
— Ele deve estar cuidando de sua saúde, mas aposto que como ele é
gente boa te deixou escolher um dia para comer alguma besteira que gosta
muito.
— Sim, ele fez isso. E não conte a ele, mas eu realmente meto o pé
na jaca e como tudo o que gosto.
— Pode deixar, minha boca é um túmulo. — ele faz como se
passasse um zíper na boca e dou uma risada não muito alta.
— Podemos pedir uma massa com camarões e queijo e um vinho
branco para acompanhar. — ele sugere.
— Excelente escolha.
Ele faz sinal para o garçom que vem nos atender e receber nossos
pedidos.
— Me conte um pouco sobre você, Quel.
— Quer me conhecer? — brinquei. — Gosto de ler, esportes
radicais, assistir filmes de ação e comer besteiras enquanto os assisto.
— Não é muito saudável e esse é meu lado médico falando, mas é
algo bom e muito gostoso passar o dia de bobeira e se deliciando de coisas
gostosas. — a forma como as palavras dançaram em sua boca deixou claro
o duplo sentido de todas elas.
— E você do que gosta? — perguntei.
— Bom, eu gosto de…
Vinicius me falou seus gostos, me fez rir com suas gracinhas e
flertes. Ele era um cara muito legal e gentil. Nós comemos e nos deliciamos
com nossos pedidos enquanto conversávamos de forma bem descontraída e
agradável.
Após finalizarmos o nosso jantar, ele pagou a conta e fomos embora.
— Obrigado! — disse ele pegando as chaves de seu carro com o
manobrista.
Vini abriu a porta do carro e me ajudou a entrar nele. Quando ele se
acomodou no banco do motorista, se inclinou em minha direção e segurou
minha nuca me puxando para um beijo quente.
— Estava louco para fazer isso. — disse antes de tomar minha boca
na sua.
Abri a boca para receber sua língua e me deliciar com ela. Vinicius
beijava muito bem e até me excitei um pouco com seu beijo quente e
molhado.
— Vamos para minha casa? — pediu ofegante após finalizarmos o
beijo por falta de ar.
Olhei em seus olhos o vendo injetados de desejo e me deixei
vivenciar mais essa experiência.
— Vamos.
Ele sorriu de lado e colocou o carro em movimento. Em minutos,
estamos em sua casa. Vinicius nem me deixou entrar direito nela e logo
estava com suas mãos grandes em minha cintura e atacando minha boca.
Suas mãos me tocavam em todos os lugares de forma afoita com se eu fosse
fugir dele a qualquer momento.
Ele soltou meus lábios e passou a beijar meu pescoço.
— Tem certeza de que o que tem entre você e o Adam é só curtição?
Não quero brigar com meu amigo por você. — perguntou.
— Sim, ele até já está ficando com outra pessoa. Não quero um
relacionamento, Vini.
— Talvez não com ele. — murmurou baixo, mas eu ouvi.
— Como?
— Nada. — ele voltou a me beijar e me levou até o sofá.
Pôs-se sobre mim e beijou meu colo.
— Eu estava louco para ficar contigo, Raquel.
Ele puxou meu vestido desnudando meus seios e estremeci com sua
boca neles.
— Vinicius. — eu tentava dizer que ele estava indo muito rápido,
que eu não estava acostumada com toda essa selvageria, mas ele não me
dava tempo. Ele chupou um seio e depois o outro. Contorci-me embaixo
dele sentido meu tesão aflorar. Mas quando ele levantou meu vestido para
puxar minha calcinha, chamei por ele em um tom mais alto.
— Vinicius.
— O que foi? Você não quer? — perguntou ele parando de me
beijar.
— Eu sou virgem, Vini, e você está indo rápido demais. — falei sem
graça.
Sentia minhas bochechas queimarem em constrangimento.
— Me desculpe, Raquel. — ele se levantou sem graça. — Eu não
sabia.
Ele estava tão desnorteado quanto eu.
Endireitei-me no sofá e arrumei minha roupa. Ele se sentou ao meu
lado e me olhou nos olhos.
— Sei que não. Mas não estou acostumada com essa forma intensa e
rápida como você faz as coisas. — sorri para quebrar o clima estranho que
se instaurou entre nós.
— Desculpe mesmo. É que desejei tanto ficar com você que não
consegui me controlar.
Ele se pôs de pé Levantei-me e toquei seu rosto.
— Tudo bem. Você tem uma pegada gostosa e seu jeito intenso deve
deixar todas as mulheres loucas de tesão e ansiando para serem tomadas por
você, sou eu que não estou acostumada com isso.
— Então nada de sexo? — perguntou sorrindo de lado. — Para
quem você está se guardando, Quelzinha? É para o Zyan, não é? Você gosta
dele mais que como um amigo, não é isso?
Volto a sentar no sofá e arrumo meu vestido, que por ser um pouco
curto, tornou a subir revelando minhas coxas.
— Está tão na cara assim? — sorri sem graça.
Ele me sorriu de volta, se sentou ao meu lado e pegou minhas mãos
beijando o dorso delas com carinho.
— Todos que estão perto de vocês vêm à forma como você o olha.
Sei que sou amigo dele, mas Zyan é um idiota por não te pegar para ele e
nem enxergar o amor que você sente.
— As coisas entre nós, são complicadas. Nós nos conhecemos de
toda uma vida e sempre nos vimos e nos tratamos como amigos. Mas as
coisas mudaram tanto de um tempo para cá que às vezes nem sei como agir
perto dele.
— É por isso sua mudança? Para que ele te note?
— Não! Eu não estava satisfeita com minha aparência e sabia que
precisava mudar. Eu quis mudar, não foi devido ao que eu sinto por ele.
— Você já tentou falar o que sente para ele? Talvez ele sinta o
mesmo, é notável o ciúme que ele sente de você.
— Tenho medo de ele não sentir o mesmo e depois que eu falar a
nossa amizade acabe ou fique estremecida.
— Duvido muito. Acho que você se surpreenderia se confessasse
seus reais sentimentos por ele.
— Você sabe de algo?
— Eu sou observador, Raquel, e já peguei coisas no ar que você
ficaria surpresa. — ele sorri convencido.
— Então me diga o que "pegou no ar". Sou um pouco lerda,
confesso.
Ele gargalhou.
— Você é uma mulher incrível, Raquel. Agora eu vou te levar para
casa antes que me arrependa de ser cavalheiro e te convença a ser seu
primeiro homem.
— Você não tem jeito, Vinicius. Vamos. — disse me levantando.
— Esse é meu charme. — ele deu uma piscadela e eu sorri.
Vinicius pegou a chaves do carro e fechou sua casa. Entramos em
seu carro e ele me levou para casa.
— Já que não pude te foder, eu quero mais um beijo para
compensar. — falou ao parar o carro em frente ao portão da minha casa.
— Mas é muito puto mesmo. — falei e me inclinei beijando-o.
Nosso beijo foi mais calmo dessa vez, porém quente, e Vini suspirou
passando as mãos no rosto ao terminar o beijo
— Deus! Como é difícil ser cavalheiro hoje em dia. Você acaba com
a sanidade de qualquer homem, Quelzinha.
Sorri e me despedi dele.
— Tchau! — disse já fora do carro na calçada da minha casa o
vendo ir embora.
— Boa noite! Raquel. — a voz de Zyan surgiu do nada me fazendo
pular de susto.
— Que susto, Zyan. Como chega assim do nada? — reclamei
fazendo uma careta em sua direção.
— O jantar foi bom? Vi que a sobremesa foi. — falou sarcástico.
Raiva começou a aflorar.
— Estava me vigiando? — perguntei incrédula e um pouco
resentida.
— Não. Eu estava indo até sua casa, pois meus pais estão lá, e te vi
no carro com o Vinicius.
O modo como falou o nome do amigo deu-me certeza de que não
gostou de eu ter ido jantar com ele. Preferi ignorar sua infantilidade e segui
conversando normalmente.
— Ah, sim. O jantar foi muito bem e o beijo dele melhor ainda, é
isso que quer saber? Agora vamos entrar que está frio.
Virei-me apertei a campainha de casa e logo o portão foi aberto.
— Está muito linda nesse vestido. Muito mesmo. — ele soltou um
suspiro longo.
— Obrigada! — fui até ele e o abracei.
— Te amo, minha paçoquinha. — falou beijando minha cabeça e
inspirando meu cheiro.
— Também te amo, Zyan.
Entramos na minha casa, ainda abraçados. Cumprimentamos nossos
pais e eu subi para tomar banho e trocar de roupa.
Meus pais e os tios Ryan e Rana estavam em uma noite de cinema e
logo eu me juntei a eles. Assistimos a dois filmes e comemos pizza.
Zyan e seus pais dormiram na minha casa e no outro dia fomos para
o trabalho juntos. Eles tinham um quarto com algumas roupas na minha
casa, pois sempre fazíamos noites de pizza e cinemas com nossos pais.
Na próxima semana iríamos viajar para a Serra do Rio do Rastro,
onde faríamos uma excursão por toda a serra e passaríamos quatro dias lá.
NOSSA VIAGEM
Raquel
Uma Semana Depois…
— Boa viagem, filha. Cuidado e tirem muitas fotos de todo o local.
— Pode deixar, mãe, pai. Amo vocês e nos vemos em quatro dias.
Fui até eles e beijei-os. Zyan já tinha pegado minha mala e a
colocado em seu carro junto a sua. Eu falei com os pais dele por
videochamada antes dele sair de casa.
— Pronta? — perguntou Zyan pondo o cinto de segurança.
— Muito pronta.
Sorrimos e saímos da minha casa. Zyan colocou nossa playlist para
tocar e seguimos estrada fora, cantando nossas músicas, julgando quem
passava por nós e rindo de nossas bobagens. Quase quatro horas depois, já
estávamos na serra.
Tínhamos acabado de chegar ao Resort onde ficaríamos os três de
excursão. Ele ficava próximo ao local onde encontraríamos as outras
pessoas iriam se aventurar conosco nas belezas da Serra do Rio Rastro.
A serra do Rio do Rastro é uma das serras de Santa Catarina,
localizada no sul do estado. É cortada pela rodovia SC-390. E cercada por
muitas matas e cachoeiras, a vista durante todo o trajeto da Serra é incrível,
cheio de curvas e um dos cartões-postais mais lindo do estado catarinense.
Ela se Localiza no município de Lauro Müller, a mais de 1421
metros de altitude. Em seu topo há um mirante que nos proporciona uma
visão panorâmica de todo o local.
O ponto mais elevado, próximo da sua descida a sudeste, é o morro
da Ronda, onde há um banco de frente ao cânion de mesmo nome e
possibilita o acesso pela rodovia, a sul (cerca de 500 m da SC-438) que leva
ao interior de Bom Jardim da Serra, junto aos Aparados da Serra, com 1507
m de altitude.
Dele, avista-se o ponto mais elevado do estado do Rio Grande do
Sul (Monte Negro com 1398 m) em dias claros, sempre se olhando ao S. Ao
N-NW, avista-se um dos três pontos mais elevados de SC, o Morro da
Igreja com 1822 m de altitude é o principal passo de montanha ligando o
litoral e o planalto catarinense.
Eu e Zyan estamos programando essa viagem desde o ano passado.
Era um sonho meu conhecer a Serra e todas as belezas que ela tem e ele se
programou para fazer a viagem comigo. E foi por isso que não quis festa de
aniversário esse ano, eu queria gastar meu dinheiro com nossa viagem.
Ele deixou seus sócios Caio e Cristiano à frente da empresa nesses
quatro dias que ficaremos fora. Digo quatro dias, porque a viagem é longa e
só lá na serra passaremos três dias para podermos desfrutar de cada ponto
turístico e suas belezas.
Pretendo conhecer A Villa Francioni, que é uma das mais belas
vinícolas do Brasil e que conta com mais de 15 rótulos de vinho para todos
os gostos. Inclusive, o vinho rose, caiu no gosto da Madonna (sim, ela
mesma!). Diz a lenda, que depois que ela degustou o vinho, a cantora
comprou várias caixas em uma das viagens que fez ao Brasil. E eu como
não sou boba irei experimentá-lo.
Também não perderei a oportunidade de visitar o Cânion das
Laranjeiras que fica em uma área dentro da Fazenda Santa Cândida.
Apesar de a entrada ser aberta ao público, precisa-se pagar uma taxa
para o proprietário. O passeio é feito com um guia credenciado, pois a
estrada até a fazenda é saliente, que pode nos pregar peças se nós formos
descuidados.
E, como não queremos que aconteçam acidentes, então ir com um
guia que conheça bem o local é o ideal. O passeio também deve ser feito em
carro 4×4, por a estrada ser íngreme, de rochedos, mato, e conter certa
facilidade para se perder.
Há uma empresa especializada, que trabalha em conjunto com o
hotel que organiza toda a expedição: a Tribo da Serra Ecoturismo.
— Aqui é tudo muito lindo. — comentei maravilhada com o que
via.
O Resort tem uma decoração mais rústica feita para que você se
sinta aconchegante e como se estivesse em uma grande fazenda.
Ele possui vários chalés onde cada pessoa, família ou casal pode se
sentir a vontade em um lugar só seu por quantos dias quiser, há também um
restaurante onde comidas típicas da região são servidas, mas que eles
também preparam algo que você deseje comer.
É luxuoso e requer que desembolsemos um bom dinheiro para
passar alguns dias aqui, mas só em vê a beleza do lugar ainda na chegada já
sei que valeu muito a pena.
Nós viemos em sua picape e ela estava estacionada no
estacionamento do Resort, pois será com ela que faremos a excursão pelo
Cânion das Laranjeiras amanhã depois do café. Nós iremos visitar o Cânion
e as cachoeiras. No outro dia será a vinícola e no último dia faremos uma
trilha até o mirante onde poderemos contemplar a mata vasta que cerca todo
o local.
O local é bem frio por ser de altitude elevada, então precisamos
estar bem agasalhados.
— Sim, é muito lindo. Serão os três dias mais incríveis que teremos.
Concordei com a cabeça e ele me abraçou forte e beijou o topo dela.
Seguimos para o chalé, arrumamos nossas coisas e depois voltamos
para o restaurante do hotel. Jantamos e voltamos para nosso chalé. Vimos o
anoitecer deitados em uma das espreguiça na varanda e depois entramos
para dormir e descansar para curtirmos nosso dia de excursão ao
amanhecer.
O chalé tinha uma lareira, a qual Zyan acendeu, e também
aquecedor, pois a serra era um lugar bem frio. Fui tomar banho primeiro e
Zyan ficou me esperando deitado na cama vestido apenas uma calça de
moletom com todo seu peito musculoso, com belas tatuagens desenhadas
em sua pele bronzeada, a mostra e me fazendo babar.
Uma tortura, eu sei!
E para provocá-lo eu tomei um banho quente e saí do banheiro
vestindo apenas calcinha e sutiã. Ele me olhou de cima a baixo por alguns
segundo e notei seus olhos ficarem escuro de desejo. Ele se sentia afetado
por mim assim como eu por ele.
Porém, não esperava que ele fosse realmente tomar uma atitude com
relação ao desejo que sentíamos, por mais que eu quisesse que ele me
tomasse em seus braços, e foi por isso que dei um passo recuando quando
ele veio para cima de mim como um leão prestes a devorar sua presa.
— Eu não aguento mais.
É tudo o que ele diz antes de atacar minha boca. Suas mãos seguram
minha cintura de forma possessiva e ele gruda nossos lábios. Seu beijo é
urgente, apressado, necessitado. Batemos os dentes e ele morde e chupa
meus lábios.
Zyan me impulsiona para subir em seu colo e vai dando passos
desgovernados até me ter prensada em uma parede. Gemo com o toque das
minhas costas nuas na parede gelada e ele solta um som quase como um
rugido.
Ele desce beijos pelo meu pescoço e colo. Contorço-me em seus
braços me deliciando de cada toque seu. Seu membro duro contra meu sexo
e gemo enlouquecida de prazer e necessitada de um contato maior para
aplacar o calor que me consome. Zyan me tira da parede e me joga ma
cama.
— Zyan…
— Eu quero muito te provar, Quel, muito mesmo.
Ele não me dá tempo de retirar minha lingerie e a rasga. Sim, ele a
deixa em pedaços e depois caiu de boca em meus seios, chupando um e
depois o outro sem me dar tempo de raciocinar e apenas me entregar ao
prazer que sua língua afiada está me proporcionando.
— Porra! — exclamo agarrando seus cabelos.
— Gostosa demais.
Ele chupa um e depois o outro. Aperta, lambe e mama em meus
seios como se não se alimentasse há dias. Arqueio as costas da cama e me
esfrego em sua ereção, rebolando sem vergonha alguma até que gozo
gritando seu nome.
Zyan larga meus seios e desce beijando minha barriga, beija e lambe
o piercing que há em meu umbigo, me enlouquecendo ainda mais, até
chegar em minha boceta e rasgar a calcinha como fez com o sutiã. Ele é
selvagem, duro, cru, carnal e tudo o que eu faço é gemer alto e me entregar,
deixando que ele faça tudo o que quer comigo.
Zyan abre minhas pernas o máximo possível e fica olhando minha
boceta com um sorriso torto nos lábios.
— Não me olha assim, Zyan. — Tampei meu rosto. — Eu tenho
vergonha.
— Não tenha. Você é linda. Sua boceta é linda. E eu estou apenas
admirando a perfeição que ela é.
Céus eu vou morrer hoje!
Busco minha voz e digo:
— E vai ficar só olhando?
— Não, vou comê-la e degustar cada pedacinho dela. — Falou
passando os dedos de leve e me fazendo gemer.
— Isso é tortura.
— Tortura fora eu te ver com as pernas abertas e tocando essa
belezinha aqui e não poder fazer nada. — ele beliscou meu clitóris me
fazendo gemer alto.
— Você me viu se masturbando? Que feio, Zyan. Deveria ter
entrado no quarto e… Porra!
Parei de falar quando sua boca me atacou. Ele abriu meus grandes
lábios deixando a mostra meu clitóris e o chupou com vontade. Agarrei o
lençol e minhas pernas quiseram se fechar em um reflexo, mas Zyan não
deixou e me manteve aberta e com o quadril preso a cama.
Ele lambeu, chupou e mordeu de leve meu nervo pulsante até me ter
enchendo sua boca com meu gozo. Finalizou o oral com pequenos beijos na
minha vulva e entre as minhas coxas.
— Foi ótimo. — falei sorrindo ao tê-lo com o rosto sobre o meu.
— Sei que foi.
Ele se levantou, tirou a calça, a cueca e pôs o preservativo em seu
membro ereto.
— Você é muito convencido.
— Sou realista, é diferente.
Abri minhas pernas e ele se colocou entre elas encaixando seu sexo
no meu.
— Antes de seguir com o que eu tanto desejo, eu preciso saber se é
isso que quer?
— Eu quero que você seja meu primeiro Zyan!
— Me sinto muito honrado em ter sua confiança Quel. Sei que para
muitas mulheres a primeira vez é especial.
— A minha é especial porque está sendo com você. — fechei os
olhos ao sentir seu toque em meu clitóris.
Ele voltou a estimular meu ponto sensível para que minha excitação
voltasse e minha lubrificação aumentasse. Zyan me masturbava e chupava
meus seios até me ter a beira de um novo orgasmo e só então ele me
penetrou.
Eu não senti dor, apenas um leve incomodo, mas nada de dor. O
prazer foi maior que tudo e podia sentir o pau de Zyan me preencher por
inteira. Ele começou a se movimentar, depois de um tempo parado, me
levando ao céu.
Era ótimo ser tomada por ele, porque Zyan era calmo, mas com as
estocadas certeiras e o piercing em seu pênis dava uma sensação muito
gostosa toda vez que batia nas paredes da minha vagina.
Nós nos beijamos e eu prendi as pernas ao redor de sua cintura, o
fazendo ir mais fundo. Ele beijava todo meu pescoço e colo enquanto
acelerava suas investidas em meu centro.
— Zyan… — gritei seu nome quando meu prazer aumentou com o
movimento circular que ele vez com a pélvis e tocou meu ponto G.
Gozei cravando as unhas em seus braços e ele mordeu meu ombro.
— Porra! — exclamou quando o apertei dentro de mim. Minha
vagina contraia sugando seu pau e fazendo prolongar o orgasmo.
— Mais um, minha linda, goza mais uma vez.
— Zyan…
Ele tocou meu clitóris e deu mais uma rebolada dentro de mim.
Arqueie as costas. Empurrei sua bunda com os pés fazendo-o entrar mais.
Revirei os olhos, tremendo por inteira, ao ter meu corpo tomado por um
orgasmo ainda mais intenso.
— Céus… Goze, Zyan, pelo amor de Deus. — pedi, não aguentando
mais gozar.
Eu já estava mole em seus braços e minhas pernas começavam a
arder e doer pela posição. Ele tinha uma resistência incrível.
Ele sorriu e tomou minha boca na sua enchendo a camisinha com
seu gozo. Ele ainda permaneceu dentro de mim por alguns segundos e só
então caiu para o lado respirando com dificuldade.
— Nossa! Não sinto as minhas pernas. Como é mesmo que se
respira? — virei à cabeça para o lado. — Morri.
Uma gargalhada gostosa ecoou pelo chalé e me peguei rindo
também. Ele se levantou, foi ao banheiro e voltou sem o preservativo e com
uma toalha nas mãos.
— Eu te machuquei? — perguntou enquanto me limpava e beijava
de leve meu monte de Vênus.
Eu sentia uma leve ardência em minha vagina, mas nada que um
bom descanso não resolvesse.
— Não! Foi maravilhoso. — ele me deu outro beijo e voltou ao para
o banheiro.
— Agora entendo o porquê das mulheres não te largarem por nada.
— disse quando ele se deitou ao meu lado.
— Eu sou incrível, eu sei. — ele me puxou para seus braços.
— Faltou o humilde. — beijei seu peito e fiz círculos com o dedo
em seus mamilos. Ele se arrepiou.
— Foi ótimo, Quel, e fico feliz que você tenha aproveitado e sentido
prazer em tudo.
— Não poderia ter sido melhor. Obrigada!
— Não agradeça. Agora me diga como ficaremos?
— Como assim? — me deitei sobre seu peito, lhe dei dois beijos em
seus mamilos e levantei a cabeça para o olhar.
Minha cabeça ficou apoiada sobre meu braço.
— Somos amigos, Quel. Não quero que nada abale nossa amizade,
mas eu não namoro e você é muito nova na questão de relacionamentos.
Tentei não me abalar com suas palavras, mas isso não foi possível.
— Eu não estou te pedindo em namoro, Zyan. — tento sair de seu
abraço, mas ele me impede.
— Não. Vamos nos resolver, não quero mal-entendido entre nós. O
que eu estou falando, Raquel, é que eu quero que você viva tudo aquilo que
a vida tem para lhe oferecer. Amei ser seu primeiro, mas não mereço ser o
único. Eu já fiquei com várias mulheres e você merece ficar com vários
homens se assim quiser. Você acabou de fazer 24 anos, Quel, tem muita
coisa que viver ainda.
— Entendo o que você está dizendo, Zyan, e também não quero que
nada estrague a nossa amizade, mas nos sentimos atraído um pelo outro.
— Não poderia ser diferente, você é muito gotosa — ele me deu
uma tapa na bunda.
Estava de lado e com uma perna sobre a dele.
— Sei que sim. — me fiz de autossuficiente e ele deu uma risada.
Depois soltou um suspiro e eu sabia que ele voltaria com o discurso
de que não quer estragar nossa amizade, que não namora, e isso acabaria me
chateando.
— Mas eu quero que tenha suas próprias experiências. Que quando
chegar lá na frente não se sinta triste por não ter aproveitado sua juventude
ou frustrada por não ter experimentado outros corpos.
— O seu é bem gostoso. E trabalha muito bem. — fiquei sobre ele.
Eu queria que ele parece de falar, pois isso estava começando a
estragar as coisas entre nós.
— Mas agora que eu já perdi a virgindade, o medo de sentir dor e de
não ser prazeroso, passou. Agora eu sei como sexo é bom e quero fazê-lo
sempre. — rebolei em cima dele, pagando de desapegada e mostrando para
ele que só queria sexo. Era uma mentira, uma grande mentira, mas eu teria
de fazer com que ela se tornasse verdade
— Céus! Criei uma ninfomaníaca.
Ele gargalhou e me tirou de cima dele.
— Vamos tomar um banho e descansar. Amanhã nós praticamos
mais. — saiu da cama e me puxou pelos pés.
— Vamos transar muito nessa viagem? — fiquei de pé na sua frente.
— Se você aguentar, sim. Vou te preparar para o mundo.
— Ganhei um professor de foda, então? — ergui uma sobrancelha.
— Sim, e gosto de alunas bem aplicados. Terá que se esforçar para
passar nas provas com nota máxima.
— Está me desafiando senhor Zyan, o "deus do sexo"? — cruzei os
braços, projetando os seios para frente.
Eu não tinha vergonha de ficar nua na frente dele. Seus olhos
escureceram.
— Sim, três dias de aula intensiva de sexo para você enlouquecer
suas futuras foda.
— Pois eu vou me esforçar ao máximo em cada aula e superar o
professor. Serei uma deusa do sexo e deixarei todos babando por mim.
— Eles já babam. — murmurou ele.
Fingi que não ouvi e entrei no banheiro.
Tomamos banho juntos e depois dormirmos abraçados.
Essa viagem me traria muitas coisas boas
APROVEITANDO
Zyan
Atualmente…
Entro no meu quarto na casa dos meus pais e me jogo na cama
dando murros nela e escondendo o rosto no travesseiro para que ninguém
escute meu grito de frustração e raiva.
Já mais calmo me viro ficando de barriga para cima e encaro o teto.
Ouço a porta se abrir e sei que é meu pai antes mesmo de ele abrir a
boca. Sempre foi assim, quando algo não estava bem comigo ele vinha
conversar e me ajudar a resolver os problemas mesmo eu não dizendo nada
a ele ou lhe pedindo ajuda. Porém, dessa vez ele não vem calmo para
somente conversar e sim pedir explicações pelo modo como agi minutos
atrás.
— Por que fez aquilo, Zyan? Não foi essa a educação que eu e sua
mãe lhe demos. Como pôde falar assim com a Raquel?
Permaneço calado sem nem lhe dirigir um olhar. Estou com muita
vergonha por tudo o que fiz e mereço todas as broncas que ele me der,
assim como mereci as que tio Vitor me deu.
Ele respira fundo para se acalmar e volta a falar.
— O que está acontecendo com você, meu filho? — pergunta se
sentando na minha cama.
— Nada, pai. — Desconverso.
Ele levanta uma sobrancelha em um claro questionamento
silencioso e que minha resposta não é verdadeira.
— Por que falou daquela forma com a Raquel? Vocês estão
estranhos há um tempo eu já havia notado, mas depois da viagem que
fizeram isso ficou mais aparente. Vitor e Cintia também já começaram a
perceber. E agora isso. — Ele soltou uma respiração profunda. — Vocês
transaram, não foi?
Pergunta de uma vez me pegando de surpresa. Não pensei que o que
tinha acontecido comigo e a Quel na viagem estivesse tão aparente.
— Sim! — não tinha por que mentir. — Eu fui o primeiro homem
dela e agora tudo entre nós mudou. Não era para ser assim, pai. Não era
para eu tratá-la assim. — Uma aflição toma conta do meu peito.
— Sempre fomos amigos, quase irmãos e agora tudo está tão
confuso entre nós, dentro de mim, eu… — suspirei. — Eu não consigo
distinguir o que sinto. E isso tem me feito agir como um babaca imbecil.
— Eu entendo perfeitamente, filho. Você não a vê mais como a
menininha que precisa ser protegida e cuidada para que os meninos não a
machuquem. Raquel se tornou uma mulher, uma muito bonita que te
despertou desejos, os quais não conseguiu controlar.
— Sim, ela mudou muito e agora eu não a vejo mais como só minha
amiga entende? Eu sinto ciúmes quando a vejo com outro homem, eu quero
abraçá-la e não largar nunca mais, eu quero que seus sorrisos sejam
somente meus e que eu seja seu único homem, quero quebrar a cara dos
filhos da puta que a olham, eu quero bater nos meus amigos, pai. — Me
altero.
— Mas ao mesmo tempo quero que ela se descubra, que adquira
novas experiências e aproveite esse desejo de conhecer coisas novas. Ela
está mais feliz que nunca, — sorrio ao lembrar de seu sorriso. — Saindo
mais, conhecendo outras pessoas e ficando com alguns caras. — Minha
boca amarga nas últimas palavras.
— Chegamos à raiz do problema. Você não quer dividi-la com
outros, com seus amigos, eu entendo, você sempre foi o único garoto e
agora primeiro homem da vida dela e seu instinto possessivo aflorou com
ela. Mas você a ama como mulher? O que sente realmente? Porque o jeito
que está agindo está deixando claro que sente algo mais que só amizade.
— Não sei, pai. Eu amo Raquel não tenho dúvidas disso, mas tenho
medo de estar confundindo as coisas. De que não seja amor de homem e
mulher e somente desejo por ela ser uma mulher linda e atraente. Que o fato
dela ter me escolhido para ser seu primeiro homem tenha me feito querer tê-
la só para mim, mas que isso passe com o tempo. Medo de magoá-la ao
fazê-la pensar que a amo além da amizade, ou que eu realmente a ame e
essa coisa possessiva que aflorou com ela me faça impedi-la de viver.
— Você quer tê-la para você, mas ao mesmo tempo quer que ela
viva para o mundo?
— Eu disse, é confuso. — confuso pra caralho.
— Eu ouvi você falando que não quer confundir as coisas, que não
quer prendê-la e deixar que viva, e acho isso muito bonito da sua parte
filho, mesmo que não esteja conseguindo. — ele sorri e eu bufo. — Porque
aquela cena lá embaixo e o que disse foi puro ciúme. Você não conseguiu
controlar o sentimento e quis feri-la, magoá-la.
— Sei que não deveria agir como um babaca e falar daquela forma
com ela, mas eu não consigo me controlar. Eu não consigo me controlar,
pai, e é isso que tenho medo. — minha a voz é aflita.
Eu quero chorar por tê-la magoado.
— Vou ser sincero, Zyan, vocês são muito dependentes um do outro.
Dependente física e emocionalmente e isso não é bom, não está sendo bom
para nenhum dos dois. Essa briga que tiveram hoje nos mostrou isso. Você
sente ciúmes e não está conseguindo se controlar. E pelo que eu vi, mesmo
não querendo você a está machucando.
— Pai… — minha voz embarga.
— E vai continuar machucando-a enquanto não entender o que
realmente sente por ela. Você quer que Raquel seja livre, mas não quer
soltá-la. Vocês sempre viveram um para o outro e isso se deve ao fato de
não terem irmãos. Vocês foram isso durante toda a infância e adolescência
amigos/irmãos, confidentes que se apoiavam em tudo. Não precisavam de
mais ninguém, de mais nada, porque tinham um ao outro, mas isso não é
bom. Essa dependência os impediu de viver.
— Mas eu vivi, ela que não viveu.
— Mesmo? Quantas vezes você deixou de sair e ficar com alguma
menina para ficar com a Raquel? Quantas vezes você deixou de viajar e
conhecer pessoas novas só porque Raquel não poderia ir e não queria deixá-
la sozinha? Você nem pensou duas vezes antes de convidá-la para ser sua
assistente quando assumiu a empresa.
— Porque ela era a pessoa indicada para o posto. — defendo-me. —
Ela ama esportes radicais e me conhece o suficiente para saber de como eu
gosto que as coisas sejam feitas.
— Mas existem muitas outras pessoas que amam esportes radicais
como vocês e que com o tempo saberiam realizar as tarefas como você
gosta.
— Mas não seria a Raquel. — sussurrei entendo suas palavras.
— Não. E isso não te deixou ver e dar oportunidades a outras
pessoas. Ela também aceitou sem nem pensar. E se não fosse realmente isso
que ela queria? E outra, ela será para sempre sua assistente? Não vai crescer
profissionalmente?
— Pai… — digo seu nome não querendo ouvir mais nada.
Deus! Como eu não percebi isso?
— Como eu disse, vocês são dependentes emocionalmente um do
outro, filho. E só agora essa dependência está começando a pesar e a
interferir em suas vidas.
— E o que eu faço? Tiro-a da minha vida assim do nada? Eu não
posso ficar sem a Quel!
— Não! Claro que não, mas que para vocês se descobrirem de
verdade tem que se afastar.
— Eu não posso me afastar da Raquel, pai. Não posso. — meu peito
sufoca só com a ideia.
— Não será para sempre, Zyan. Só até as cosias ficarem claras na
mente dos dois. Por que você não tira umas férias? Desde que assumiu a
empresa há dois anos não tirou férias e os quatros dias que viajou com a
Raquel não conta. Um amigo me disse que está tendo curso de
paraquedismo no centro de aviação de São Paulo, sei que você gosta de
saltar e sempre quis aprender a saltar sozinho agora é a chance. Sem falar
nos esportes que você pode praticar lá, vivenciar coisas novas e colocar a
cabeça em ordem.
— Um mês longe da Quel? — perguntei, sentido meu peito
comprimir em tristeza.
— É o melhor para os dois. Eu posso assumir a empresa nos dias
que você ficar fora e Caio e Cristiano podem me auxiliar no que surgir.
— Ela ficará triste. Nunca ficamos tanto tempo longe.
— Porque antes não precisava, mas agora precisa. Será para o bem
dos dois.
— Eu sei que sim. — Digo derrotado.
— Então veja sua viagem e do que precisa e tire um tempo para
você. Raquel ficará bem e esse tempo longe um do outro os ajudará a
esclarecer seus pensamentos.
— Obrigado, pai!
— Sempre estarei aqui para o que precisar filho. — Ele me abraça e
se levanta em seguida. — Agora descanse.
Assenti e ele saiu.
Voltei a deitar na cama, pois eu tinha me sentado para conversar
com ele, e fechei os olhos. Meu pai está certo. Eu preciso me afastar para
entender o que estou sentindo, para colocar meus pensamentos em ordem e
deixar Raquel organizar os dela.
Eu jurei não a magoar, mas o fiz hoje e isso está me matando.
Um mês longe será bom para nós dois.
Precisa ser.
Pego meu celular, abro o aplicativo de mensagem e envio uma para
ela.
Perdoe-me pelo que fiz hoje, paçoquinha. Estou muito
arrependido e não deveria ter dito o que disse a você.
Perdoe-me. Eu sou um babaca e se não quiser nunca mais me
olhar na cara.
Ou falar comigo eu irei entender.
Só me perdoe.
Também quero dizer-lhe que amanhã entrarei de férias, Preciso
pensar e colocar os meus sentimentos em ordens.
Meu pai assumirá a empresa pelo mês que ficarei fora. Nunca
se esqueça que te amo.
Cuide-se, paçoquinha.
Envio a mensagem e espero por sua resposta, resposta que não vem
e que me mostra o quanto eu a magoei. Fiz o que prometi nunca fazer:
machuquei-a. E agora terei que lidar com as consequências disso.
Viro-me para o lado na cama e me entrego ao choro que tanto estava
prendendo. Eu não queria magoá-la e nem me afastar dela, mas não tenho
escolha.
Não posso continuar assim!
Preciso descobrir o realmente sinto.
Agora eu iria passar um mês longe e quando voltar nós
esclareceremos o que realmente sentimos um pelo outro.
Eu só espero de coração que nossa amizade permaneça firme até lá.
DECISÃO
Raquel
Assim que meu pai para o carro na frente de nossa casa, eu desço
praticamente correndo.
— Pode ir parando por aí, dona Raquel. — A voz do meu pai saiu
firme. — Não vai se trancar no quarto antes de nos explicar o que está
acontecendo entre você e o Zyan.
— Pai…
— Nada de pai! Quero saber tudo. — Ele cruza os braços em frente
ao peito largo.
— Eu não sei por que o Zyan falou aquilo. Ele deve estar com
ciúme de amigos.
— Aquilo não era ciúme de amigos e algo aconteceu com vocês. Por
que estão agindo assim?
Ele arqueou uma sobrancelha em questionamento e eu suspirei em
derrota e decidi contar o que tinha acontecido.
— Nós transamos. — falei logo a verdade. Não adiantaria esconder
isso por mais tempo. — Eu me entreguei a ele na viagem e agora nossa
amizade está estremecida.
Ele ficou me olhando como se o que eu disse não fosse uma
novidade para ele. Minha mãe escutava tudo calada ao seu lado.
— Vocês já desconfiavam. — Não era uma pergunta.
— Nós sempre percebemos a forma como você olhava para ele,
filha. Zyan era e é seu mundo, mas confesso que achei que isso era apenas
uma paixão adolescente.
— Mas não era. — Confirmei.
— Não. Você sempre achou que ele iria descobrir que te amava e te
pediria em namoro, não foi?
— Sim, pai. Na minha cabeça de menina boba, quando eu me
entregasse a ele, Zyan descobriria que me amava como eu o amo e
viveríamos juntos como um casal para sempre.
— Filha… — disse minha mãe com pesar.
— Mas isso não aconteceu. Vivemos belos momentos na viagem,
mas ao final dela tudo voltou a ser como antes.
— Zyan não namora, filha. Ele é um espírito livre que ama viver
sozinho e apenas desfrutando do que a vida lhe oferece de bom. Ele já tem
26 anos e nunca namorou mesmo estando com várias mulheres.
— Eu sei, mãe. — Eu queria chorar — Mas não se manda no
coração e nem se controla o que sente.
— Você está saindo com os amigos dele para fazer ciúmes? —
questionou meu pai e sua expressão não era das melhores.
— Não, pai, claro que não. Eu gosto de Adam e do Vinicius, eles
são caras legais. Eu decidi sair com eles porque percebi que ficar sobre a
sombra do Zyan me fazia mal. Eu precisava viver, eu não podia viver
chorando e esperando que ele se descobrisse apaixonado por mim e me
pedisse em namoro, então passei a sair mais e ficar com outras pessoas.
— Mas aí ele não gostou. — meu pai afirmou.
— Parece que não, eu não entendo. Ele me diz para viver, me manda
ficar e conhecer outras pessoas, diz que sou nova para namorar e que tenho
que ter novas experiências e quando eu saio com algum cara ele fica assim.
— Ciúme. Ele sente ciúmes. E sobre ser nova, não acho que seja. Eu
e seu pai nos casamos ao terminar o ensino médio e logo tivemos você.
— Eu sei que não sou nova para namorar, mãe, mas eu queria que
fosse Zyan a me pedir em namoro e não outros.
— Não sei se isso será possível, filha. A relação que ele tem com
você sempre foi de amizade, de irmão, você é a menininha dele, a que ele
pegou nos braços quando chegou da maternidade, por quem ele pulou na
piscina sem mal saber nadar para salvar, por quem ele quis entrar em uma
mata fechada e passou horas chorando achando que iria perder. Ele te ama e
todos nós sabemos disso, mas não sei se o que sente é amor de homem e
mulher, entende? — meu pai diz calmo.
— Mas ele pode me amar, não pode? Ele sente ciúme, ele me quer
só para ele. Eu sei que sim.
— Você não pode viver sua vida à espera de que ele descubra o que
realmente sente, filha. Você tem que descobrir o que gosta de fazer sem ele,
o que quer para sua vida sem que Zyan esteja sempre em suas escolhas. Não
pode continuar dependente dele.
— Mas é difícil. — O abraço e escondo meu rosto em seu peito.
Minhas lágrimas molham sua camisa.
— Sei que sim, minha princesa, mas por mais que não queira, você
precisa viver sem esperar por ele. Tem de deixar de ser dependente dele e
construir sua própria vida, Raquel, ter suas próprias escolhas.
— Vou fazer isso, pai. Vou viver sem esperar que Zyan decida por
mim ou me diga o que fazer. — disse o olhando e ele enxugou minhas
lágrimas.
— Isso. Sei que agora já tem mais amigos, já conhece mais pessoas,
então vá viver. E quando ele souber o que quer da vida vocês conversam e
se entendem.
— Obrigada por sempre me apoiarem.
— Sempre estaremos com você, sempre pode contar conosco para
tudo.
Eu os abracei e beijei o rosto de ambos. Subi para meu quarto e me
deitei na cama para pensar. Eu estava exausta emocionalmente e acabei
pegando no sono.
Acordei-me já começando a escurecer, peguei meu celular, que
estava desligado, o liguei e fui olhar as mensagens que tinha recebido.
A primeira que vi foi de Zyan, mesmo com raiva e minha mente
pedindo para não entrar em sua conversa e ler a mensagem, eu a abri e
comecei a ler sentindo a vontade de chorar querendo voltar.
Assim que termino de ler, coloco o celular sobre meu peito e choro.
Ele decidiu ir embora, ao invés de acertar as coisas entre nós,
preferiu fugir.
Um mês sem o Zyan.
Mas talvez fosse melhor assim, talvez precisemos disso, desse
tempo. Eu preciso saber quem eu sou sem ele, descobrir o que gosto sem
que ele me mostre ou diga.
Talvez, só talvez, ele tenha razão e esse tempo longe faça bem a nós
dois.
Mesmo que eu sofra sem poder, tocá-lo, vê-lo, ouvir sua voz e sentir
seu cheiro. Ouvir sua risada rouca e gostosa. Sentir seus abraços ao redor do
meu corpo e ouvir suas palavras de carinho.
Eu preciso me afastar, sei que sim. Mas não é o que meu coração
quer.
Na verdade, não é o que eu quero.
Respiro fundo e limpo meu rosto.
Não vou ficar chorando por ele, ele quer tirar férias, pois bem, eu
vou me divertir também.
Entro na conversa com o Adam e o convido para tomar um shop.
Ele topa na hora e diz que passará aqui para me pegar.
Levanto-me e vou tomar um banho e me trocar para esperá-lo.
Eu não vou passar a noite chorando, não, eu vou fazer algo melhor.
Transarei mais uma vez com Adam. E com todos que desejar.
Se Zyan quer se afastar e negar o que sente por mim, o problema é
dele.
Mas eu vou abrir minhas pernas para quem eu quiser.
E foda-se o que a merda do meu tolo coração quer.
NOVAS EXPERIÊNCIAS
Raquel
No Outro Dia…
Acordei um pouco mais animado e disposto a aproveitar minhas
férias. Hoje irei ao centro de paraquedismo e farei minha inscrição nas aulas
de paraquedas.
Antes de sair do hotel, mandei uma mensagem para os meus pais
avisando-os, que estou bem e que eles não precisam se preocupar comigo.
Pago a corrida e desço do táxi, cumprimento os seguranças e entro
no centro de paraquedismo
— Olá! Bom dia, eu vim me inscrever para as aulas de salto solo.
— Bom dia! Pode me passar os seus dados?
Entrego os documentos a recepcionista e ela faz minha inscrição.
Pago todo o curso a vista e pego o recibo. Minha aula começará amanhã no
período da tarde.
Agradeço a ela e saio do centro. Resolvo caminhar um pouco e
colocar a cabeça em ordem.
Paro em uma praça e vejo um ponto de açaí. Sorriu ao lembrar da
Raquel lambuzada com o doce todas as vezes que o comia. Caminho até lá
e peço um copo médio.
Pego o copo com o doce e o pago. Dou alguns passos e me sento em
um dos bancos da praça e fico observando as pessoas conversando e rindo,
as crianças brincando com outras crianças e alguns cachorros.
Por um momento me pego pensando em como seria ter uma família
minha. Esposa, filhos, animais de estimação, uma casa grande e cheia de
bagunça.
Sorrio ao ver uma mulher muito parecida com a Raquel brincando
com uma menina, provavelmente mãe e filha. Ela seria uma excelente mãe.
Raquel sempre gostou de crianças e vivia pedindo aos seus pais que
tivessem mais filhos.
— Imaginando a mulher que ama? — Uma senhorinha me pergunta
se sentando ao meu lado.
— Está tão na cara assim? — sorriu para ela.
— Não se pode esconder o amor. E seu rosto é de quem está
apaixonado. Ela está aqui? — perguntou olhando em volta.
— Não. — falei triste. — Nós brigamos e eu tirei um tempo para
pensar.
— Pensar é bom. Esclarecer o que sente se é muito necessário às
vezes.
— Tudo entre nós está confuso. Eu fui um babaca e a magoei. Ela é
minha melhor amiga. A pessoa mais importante para mim depois dos meus
pais.
— Nada está perdido quando se ama e está arrependido dos erros
que cometeu. Assumir que errou é o primeiro passo para obter o perdão.
— Eu já pedi desculpa, muitas vezes, na verdade, mas ela não me
responde, não consegue me perdoar.
— Então dê tempo a ela. Não insista e apenas espere a mágoa
passar. Se vocês se amam de verdade, tudo ficará bem no final. O tempo
sempre é o melhor remédio.
— Obrigado. Não me disse seu nome. O meu é Zyan, prazer em
conhecê-la.
— O meu é Raquel. — Não aguento a coincidência e começo a rir.
— Meu nome é engraçado? – ela me pergunta confusa, mas não
brava.
— Não, é um nome lindo. É o mesmo nome da mulher que habita
minha mente e coração.
— Ah, sim, então não deixe minha chará escapar, rapaz. Conquiste-
a e depois que tudo estiver resolvido entre vocês, volte aqui e me apresente
a ela.
— A senhora mora aqui perto?
— Sim. Naquela casa.
Ela apontou para uma casa de portão grande na cor cinza. Era uma
casa de andar e com uma varanda cheia de flores.
— Aquela ali é minha neta, Noemi. — Ela apontou para a mulher
que se parecia muito com a Raquel. — E a menina com ela é minha bisneta.
— Linda família.
— Obrigada. Agora eu já vou indo, pois meu ciático está
começando a reclamar.
Sorri e me despedi dela. Passei mais um tempo observando a praça e
peguei o celular para pedir o táxi.
Conferi se Raquel tinha respondido minhas mensagens e suspirei ao
ver que não.
Guardei o celular e terminei meu açaí, que já tinha derretido durante
minha conversa com a senhora Raquel.
O táxi chegou e eu voltei para o hotel.
FÉRIAS
Zyan
Dias Atuais…
Desço do voo e fecho os olhos respirando fundo e absorvendo o
clima da minha cidade. Eu estava com saudades daqui e não vou negar isso.
Quarenta dias longe de onde vivi por anos é muito para mim.
Ao chegar ao portão de desembarque vejo minha mãe e meu pai, a
minha espera e praticamente corro até eles pegando minha mãe nos braços e
a abraçando forte.
— Ai que saudade, meu filho. — ela fala me cheirando e depois que
a coloco no chão ela beija meu rosto várias vezes.
— Mãe… — reclamo, mas estou amando ser mimado.
— Eu estava com saudades de você seu ingrato. — ela faz seu
drama nos fazendo rir.
— Bem-vindo de volta, filho. — meu pai me abraça.
— Também estava com saudades, pai. — o abraço e beijo seu rosto.
— Onde está Raquel e os tios Vitor e Cintia? — pergunto.
— Não puderam vir, mas, mais tarde, eles irão lá em casa jantar com
a gente. — minha mãe responde.
Concordo com a cabeça, ela cruza seu braço no meu e saímos do
aeroporto tagarelando sem parar. Conto tudo o que me aconteceu nesses 40
dias e ela se empolga pedindo ao meu pai que eles façam uma viagem
também.
Apesar de estar feliz por estar com meus pais, meu coração está
triste pela Raquel não ter vindo com eles me buscar no aeroporto.
Sei que é tolice e que estamos bem, pois conversamos durante quase
toda a minha viagem, mas eu queria chegar e já poder tomá-la em meus
braços e acabar com essa saudade e necessidade que tenho de vê-la, senti-
la, estar com ela.
Mas, pelo visto, essa necessidade era só minha.
Minutos depois paramos na frente da minha casa e assim que desço
do carro minha mãe volta a agarrar meu braço.
— Estou com saudade da sua comida, mamãe. O que preparou para
o almoço? — pergunto sorrindo enquanto entramos em casa, mas meu
sorriso se transforma em surpresa com o que encontro na sala da casa dos
meus pais.
— Bem-vindo. — todos os presentes gritam e meu sorriso volta ao
meu rosto ainda mais largo.
Do meio dele um furacão lindo, de curvas matadoras e cabelos
castanhos, sai e vem correndo para meus braços que os abro para recebê-la.
— Zyannn. — Raquel grita, pulando em cima de mim que a abraço
forte e escondo meu rosto em seus cabelos sentindo o cheiro que tanto amo.
— Que saudade, paçoquinha. Está mais linda que nunca. — a aperto
em meus braços, enquanto ela se agarra a mim como se não quisesse me
soltar nunca mais. Suas pernas estão ao redor da minha cintura e seus
braços do meu pescoço, ter seu corpo quente e delicioso colado ao meu me
faz queimar de desejo.
— Também queremos cumprimentá-lo, Raquel — Vinicius fala com
voz divertida nos fazendo rir.
— Não quero soltá-lo. — resmunga ainda colada a mim.
— Depois passaremos um tempo só nós dois, paçoquinha. Agora eu
preciso cumprimentar as outras pessoas.
Sorrio e beijo seu rosto, mas louco para beijar sua boca e me perder
nos seus lábios macios e carnudos.
Ela me solta e eu a coloco no chão e meu pai a puxa para seus
braços. O primeiro que cumprimento é o Vini, depois Adam, o Caio, Denis
e o Cristiano. Depois é a vez do meu tio Vitor e minha tia Cintia.
— Bem-vindo de volta, menino. — tio Vitor diz ao me abraçar
— Obrigado, tio, e mais uma vez me perdoe pelo modo como agi
antes da viagem. — peço mais uma vez, eu já tinha ligado para ele para me
desculpar assim que cheguei em São Paulo.
— Isso é passado, filho. Já o desculpei há tempo. Agora aproveite
sua festa de Boas-vindas e vamos comer que eu estou com fome.
Sorri e fui com ele até a área externa da casa dos meus pais. Eles
tinham feito um churrasco para o almoço e todos já estavam lá.
Vi Raquel ao lado dos meninos e caminhei até lá a puxando para
meus braços e beijando sua cabeça.
— Vejo que já estão bem. — comentou Adam.
— Sim, minha vida não tem sentindo se a Raquel não estiver nela.
— disse e a abracei de lado beijando sua bochecha.
Adam olhou para nós e deu uma piscadela.
Nós nos sentamos nas espreguiçadeiras e eu me apossei totalmente
da Quel a puxando para meu colo e a mantendo comigo o tempo todo.
Conversamos e contamos o que nos aconteceu com cada um de nós
durante esse tempo que fiquei em São Paulo.
Caímos na risada com as brigas que a Raquel contou que presenciou
entre Adam e Maria, a filha do seu chefe. Ela falou de como está seu
trabalho na ONG e que suas aulas começarão no próximo mês e fiquei
sorrindo como um bobo ao ouvir sua empolgação ao contar tudo.
— Estou tão feliz por você, paçoquinha. — a viro ficando sobre ela
e começo a fazer cócegas em sua barriga.
— Para, Zyan, meninos me ajudem. — ela pede, mas todos só
fazem rir da nossa criancice.
— Ninguém vai salvá-la de mim, paçoquinha. — digo levantando
sua blusa e beijando sua barriga e continuando com as cócegas.
Nós esquecemos totalmente quem está ao nosso redor e nos
perdemos no olhar e no sorriso um do outro. Ela sorri e aperta meu ombro
me fazendo soltá-la e corre até os meninos.
— Me salva, Vini. — pede atrás dele.
— Pode deixar Raquel, ele não vai te pegar.
Ela me dá língua e fica sentada no colo dele. Pisco para os meninos
e eles se afastam.
— Aonde vocês vão? — ela pergunta assustada.
Eles sorriem e eu me levanto.
— Está calor né? — pergunto tirando a camisa.
— O que você vai fazer, Zyan? — sorrio de lado e Vinicius se
afasta.
— Banho de piscinaaaa. — grito e a pego no braço a jogando por
cima do ombro e corro pulando dentro da piscina.
Não me preocupo em molhar a roupa dela, pois sei que a Quel tem
roupas reservas aqui na casa dos meus pais. E como seria churrasco, os
meninos já sabiam que acabaríamos na piscina, então vieram de sunga.
A gargalhada é unanime aos protestos dela e as tentativas de me
afogar. Logo tudo se transforma em uma grande brincadeira e todos estão
pulando na piscina.
Raquel tira seu vestido me presenteando com seu corpo gostoso
somente coberto por um biquíni pequeno e a pego a colocando sobre meus
ombros.
Risos, gargalhadas, brincadeiras e muita alegria. Era disso que eu
sentia falta.
E é apenas disso que eu quero que seja a minha vida.
A nossa vida.
BÔNUS: ADAM E MARIA
Adam
Dias Depois...
Eu amo ser advogado, sempre sonhei em exercer essa profissão
desde muito pequeno. Meu pai queria que eu seguisse a carreira de
administrador e assumisse seu cargo como presidente da empresa têxtil de
nossa família. Mas fui contra a sua vontade e cursei direito.
Formei-me com louvor e hoje trabalho no escritório de advocacia do
senhor Francisco Ranieri e sou muito grato por ele me dar uma
oportunidade assim que saí da universidade.
Minha relação com todos no escritório é muito boa, apesar de
sermos advogados e muitos dizerem que advogados são egocêntricos,
prepotentes e arrogantes, nós do Ranieri Advocacia somos boas pessoas e
nos damos bem com todos.
Mas, ultimamente, uma pessoa em especial tem me tirado do sério,
ela tem o dom de me irritar só com sua presença.
Maria, a filha do chefe, tem me dado nos nervos. Ela é mimada,
arrogante, prepotente, linda, gostosa, com um nariz empinado e ar de
superior que me desperta uma vontade insana de colocá-la sobre meus
joelhos e espalmar aquela bunda grande e redonda que ela tem.
Arrr!
Bufo irritado com esses pensamentos contraditórios que insistem em
povoar minha mente.
— Algum problema, Adanzinho? — a pessoa que nasceu única e
exclusivamente para me irritar adentra minha sala com sua área petulante
— Sim, um problema e dos grandes. — respondo rude.
— Algo que posso ajudar? — pergunta sarcástica.
— Acho que não, mas pode tentar. — me aproximo dela
sorrateiramente.
Ela respira, fundo, e tenta manter a postura altiva.
— É algo com relação a algum cliente?
— Não, está mais para algo relacionado a um colega de trabalho. —
fico cara a cara com ela.
— Com quem andou brigando, Adanzinho?
— Aqui não tem nada de pequeno, Maria, mas você pode ver se
quiser. — sorrio malicioso.
Ela ri sarcástica e revira os olhos.
— Acho que a única coisa grande em você é seu ego. — retruca.
Fecho os olhos e clamo aos céus para me controlar e impedir que eu
agarre seu pescoço e a esgane agora mesmo.
— O que você quer, Maria? — pergunto tentando me recompor.
— Nada, só te encher o saco mesmo. — ela ri e eu juro por tudo que
é mais sagrado que se ela fosse homem eu tiraria seu sorriso no soco.
— Na verdade, eu vim saber se está tudo certo para a festa anual do
escritório, eu pai me disse que você ficou de falar com nossos clientes
importantes.
— Sim, já tenho tudo certo com os clientes e boa parte deles
confirmou a presença.
— Muito bem, até que você sabe fazer seu trabalho direito.
— Não só é meu trabalho que eu faço direito, linda. Mas isso é uma
conversa para a qual você não foi convidada. — pisco para ela que bufa e se
vira indo embora.
Jogo-me na cadeira respirando fundo para acalmar meu coração que
bate forte.
Eu não sou um cara rude e nem babaca, mas com ela eu não consigo
ser diferente.
Ela parece uma bruxa feiticeira com dom de me tirar do sério, mas
isso é falta de umas boas palmadas e quem vai dar sou eu assim que tiver a
oportunidade.
Vou mostrar a ela quem é pequeno.
◆ ◆ ◆
Meu pai cruzou os braços e fez cara de mal, mas eu sabia que era só
fachada. Meu pai não me prendia e sempre me apoiava em tudo, só me
aconselhava a não sair com caras babacas e sempre me proteger para não
pegar uma doença.
— Não é nada pai, mamãe que se confundiu. — sorri amolecendo o
coração dele. Ele veio até mim e me abraçou e beijou meus cabelos.
— Não quero que se envolva com caras errados. Te amo e não quero
vê-la sofrendo. — falou com os olhos em Zyan. Ele tinha se afastado e
apenas observava nossa interação.
— Não estou com ninguém, pai. Fiquei com o Arthur uma vez e só.
— Tudo bem, princesa. E falando nele, onde ele e as meninas estão
que não chegaram ainda? — meu pai conheceu o Arthur, pois o convidei
um dia para almoçar lá na casa da minha avó junto com as meninas. Eles se
deram bem com minha família.
— Estamos aqui senhor Vitor. — a voz grossa de Arthur se vez
ouvir atrás de nós.
Ele é um negro espetacular.
Meu pai foi cumprimentar ele e as meninas, depois todos se
cumprimentaram e começamos a conversar.
— Está linda, Raquel. — falou Arthur me dando um abraço
apertado.
Eu me sentia uma formiga perto dele. O cara era bem alto. O mais
alto da turma.
— Obrigada! — sorri e me afastei dele após o abraço.
Fui cumprimentar sua irmã, Iara e Yasmim.
— Vocês estão lindas.
Elas vestiam calça jeans coladas ao corpo marcando suas bundas
grandes e desenhando suas cinturas. Iara vestia um cropped de renda que
deixava sua barriga de fora e Yasmim uma blusa de alças finas
Iara estava rindo e dizendo o quanto estava louca para me ver correr,
mas seu sorriso morreu ao ver Vinicius, uma de suas paqueras o tinha
chamado e ele fora falar com ela.
— Iara?
— Vinicius.
Ambos ficaram se olhando e vi uma sombra de tristeza passar pelos
olhos de Vinicius.
— Não sabia que se conheciam. — comentei fazendo ambos
quebrarem o contato visual e olharem para mim.
— Faz alguns anos. Nós nos conhecemos quando eu fui fazer uma
especialização no Rio de Janeiro, Yasmim morava lá e nos conhecemos em
um bar no dia de happy hour que eu fui com alguns amigos.
— Vocês ficaram juntos, então? — questionei olhando de um para o
outro.
— Sim, ficamos juntos pelos meses que ele ficou fazendo a
especialização, mas no final não deu certo e cada um seguiu seu caminho.
— respondeu Iara.
— Isso, tínhamos objetivos diferentes. — Vini falou com certa
amargura. — Nunca passaria por minha mente que você viria aqui para
Florianópolis e nem que conhecia Raquel.
— Eu conheci Ayna em um congresso e me encantei por seu projeto
com a ONG, como nada me prendia no Rio de Janeiro, eu vim para cá e
passei a trabalhar na ONG.
— Pena que não pensou assim naquela época. Mas fico feliz por
você.
Ela só assentiu com um balançar de cabeça e Vinicius de afastou
indo até os outros competidores.
— Pelo visto a história entre vocês não acabou nada bem. —
comentei ao ficar sozinha com ela, Maria e Yasmim.
Os outros tinham ido se preparar para a corrida. Eu participaria na
segunda rodada com meu pai e Zyan.
— Não, na época Vinicius disse estar apaixonado por mim, mas eu
não queria compromissos. Eu era muito jovem e queria aproveitar minha
juventude e namoro ou compromisso sério não estava nos meus planos.
Vinicius queria que eu viesse para cá e que morássemos juntos como eu não
aceitei, ele foi embora sem nem se despedir.
— Caramba, mas creio que ele ainda sente algo por você. A forma
como ele a olhou assim que a viu mostrou isso. — comentei.
— Eu ainda gosto dele, confesso. Meu coração bateu forte ao vê-lo,
tudo entre nós foi tão intenso e apaixonante. Nosso encaixe foi perfeito e eu
conheci um Vinicius incrível, gentil, amoroso, engraçado, um cara que é
capaz de fazer qualquer mulher se apaixonar por ele. Mas eu não queria
deixar minha vida de farra e entrar em um relacionamento, então o perdi.
Sinto falta dele e desde que cheguei aqui pensava em procurá-lo, porém a
dor que vi em seus olhos a me ver me mostrou que não temos mais volta.
— Nada está perdido quando se ama. E vejo que o sentimento ainda
está vivo em ambos. Ele ainda está magoado, mas acredito que se ambos
conversarem e se derem uma chance algo de muito lindo pode nascer. —
disse Yasmim.
Ela era uma mulher sensível e apaixonada, ela amava a vida, os
amigos, o trabalho. Doava-se de corpo e alma a tudo que se propunha em
ter e fazer, isso era bom, mas têm pessoas que não sabem dar o devido valor
as pessoas maravilhosas como ela e acabam machucando-as.
— Quando eu tiver a oportunidade eu irei falar com ele, precisamos
conversar e nos acertar, falar sobre o que tivemos e se não for para ficarmos
juntos que pelo menos sejamos amigos.
— Isso aí. Agora vamos ver Raquel correr e fazer esses marmanjos
comer poeira. — Maria bateu palmas atraindo a atenção dos meninos para
nós que nos olharam sorrindo.
Vi o brilho nos olhos de Adam, ao olhar para ela e ela não estava
indiferente a ele. Algo tinha acontecido entre eles, mas por alguma razão
que desconheço estavam escondendo isso.
Depois de mais algum tempo de conversa e a primeira rodada da
corrida ser encerrada eu deixei as meninas no local separado para assistir à
corrida e fui me juntar aos competidores dessa rodada.
Na rodada anterior Vinicius vencera e nessa eu estava apostando em
mim que não sou boba. Mas algo me dizia que meu pai me venceria como
em todas as vezes que competimos juntos.
Ao chegar ao local da largada depois de pegar minha moto,
provoquei meu pai e Zyan para não perder o costume, fechei a viseira do
capacete e nos posicionamos a espera da largada.
O responsável por narrar à corrida começou a fazer a apresentação
dos competidores e uma breve explicação de como era feita a corrida.
Eu pedi para que isso fosse feito, pois as meninas nunca tinham
assistido a uma corrida e não queria que elas ficassem perdidas no decorrer
de cada ultrapassagem e manobra.
No final da narração os minutos foram contados e ao final da
contagem a largada foi dada. Aceleramos praticamente no mesmo tempo e
eu saí pela pista de barro a todo gás fazendo manobras e dando pulos ao
passar pelas curvar e lombadas.
Meu pai estava logo atrás de mim assim como Zyan e Caio. Acelerei
o máximo que pude fiz algumas manobras.
Ouvia o narrador dizer que eu estava à frente, mas em uma das
curvas fui ultrapassada por meu pai que acelerou sua moto e fez uma
manobra impressionante com um pulo tão alto que me deixou boba e eu não
consegui ter o mesmo ritmo na corrida.
Ele acelerou o máximo que sua moto pode ao ter suas rodas de volta
ao chão e ganhou a corrida. Xinguei frustrada e com raiva, pois ele sabia
que eu sempre me impressionava com suas manobras e isso o faria ganhar a
corrida.
No final, e depois de muita poeira levantada por nossas motos, eu
atravessei a lista de chegada em terceiro lugar. Sim, terceiro lugar. Meu pai
em primeiro e Zyan em segundo.
Tirei meu capacete e olhei para meu pai que tinha um lindo sorriso
enfeitando seu belo rosto.
Todos estavam ao lado dele o cumprimentando, a ele e ao Zyan.
— E não é que a princesa das motos comeu poeira. — Zyan como
sempre foi o primeiro a me zoar.
— Se me zoar eu vou dar na sua cara. — falei brava arrancando
risadas de todos a nossa volta.
Eu queria ter ganhado do meu pai pelo menos essa vez.
Meu pai veio até mim e me pegou nos braços.
— Eu sempre irei ganhar de você, minha princesinha, mas não fique
com raiva, meu amor, pois você sempre ganha do pé no saco do Zyan.
— Tio! — exclamou meu amigo, nos fazendo rir ainda mais.
Meu pai me deu um beijo na testa depois de me pôr no chão e foi
par aos braços da minha mãe que tascou um beijão nele.
Foi o (com o maiúsculo) beijo e logo assovios preencheram todo o
lugar.
— Eita! Isso que é um beijo, hein, tio Vitor. — gritou Vinicius
fazendo sinal de ok e no arrancando risadas.
— É como dizem. — falou Iara com um sorriso de lado. — Isso é
elite, não tem erro. — Piscou para minha mãe que riu, mas concordou com
a cabeça.
— Está dando em cima do pai da Raquel na frente da mulher dele,
Iara? — Vinicius perguntou, chocado.
— Claro que não idiota, só elogiando. Mas se bem que o pai da
Raquel é um homem lindo e de tirar o fôlego. Com todo o respeito dona
Cintia.
Iara é uma pessoa pra cima, alegre e sempre com um sorriso
estampado no rosto. Ela e minha mãe se deram tão bem que até já
marcaram uma saída à balada com todas nós.
Eu, minha mãe, minha tia Rana, Yasmim, Maria e ela. Já prevejo o
desastre que será nós juntas em uma balada, mas minha mãe e tia Rana
ficaram muito animadas por minhas amigas as incluírem em uma noite
nossa.
Minha mãe e tia Rana ainda são novas e possuem corpos de dar
inveja a qualquer novinha por aí.
Elas gostam de praticar exercícios e vão a academia pelo menos 4
vezes na semana e sempre acompanhadas com seus maridos, pois
desconheço homens mais ciumentos que eles.
Não é a toa que ao se apaixonarem por elas logo se casaram sem
nem se portarem por terem acabado de sair do ensino médio.
— Sim, — respondeu minha mãe abraçando meu pai. — Vitor é um
homem lindo e de tirar o fôlego, e como ele tira meu fôlego, hein. — sorriu
maliciosa e meu pai lhe deu outro beijo tão intenso como outro.
— Mãe! — exclamei chocada.
— É isso aí, também se eu fosse casada com um homem como o seu
eu não sairia de cima dele. — Iara comentou fazendo minha mãe corar.
— Você falando em marido e casamento? — questionou Vinicius,
havia uma mágoa e sua voz ao falar isso.
— As pessoas mudam Vinicius, assim como o que desejamos para
nossa vida e nosso futuro.
O clima deu uma mudada com essa rusga dos dois, então tratei logo
de mudar de assunto e voltar ao clima de antes.
— O que acham de irmos à churrascaria aqui perto e comemorar a
vitória do meu pai? — perguntei sorrindo e indo abraçá-lo.
— Vamos adorar. — respondeu Maria.
Analisei-a e a vi sorri para Adam que a olhava com cara de bobo.
Estranhei, pois os dois, mal se suportam. Sempre que se encontram brigam
e agora estão sorrindo um para o outro. Na verdade, estão assim desde que
ela chegara.
Estranho!
— Eu infelizmente não vou poder. — Denis disse com pesar. —
Fiquei de almoçar com minha irmã e minha sobrinha. É aniversário dela e
vamos passar o dia em família.
Não deixei de notar os olhares que ele trocou com Yasmim desde a
hora que ela chegou, e sabia que se ela lhe desse qualquer tipo de abertura,
Denis cairia matando. Ele era um puto e Yasmim uma mulher linda com o
corpo cheio de curvas e que não tinha medo de usar roupas mais ousadas
que a valorizavam e deixava ainda mais linda e gostosa, como muitos caras
falam.
Eu até entendia o porquê de Zyan ter ficado com ela uma noite, ela é
linda e ele nunca deixou uma mulher bonita passar sem a levar para a cama.
No início quando eu soube do rolo dos dois fiquei com ciúmes e raiva por
ele ter transado com alguém que estava se tornando uma amiga para mim,
mas eu não podia ser hipócrita e questioná-lo sendo que eu fiquei com os
amigos deles e até transei com os três de uma vez só.
Tinha medo de pensar como ele reagiria ao saber, afinal eu não pedi
segredo aos meninos até porque não é um segredo na verdade. Sou solteira
e os meninos também, Zyan mesmo disse que eu deveria curtir a vida e foi
isso que eu fiz. Ele não tem o direito de ficar com raiva de mim por ter feito
sexo a quatro.
— Um puto em um dia em família? — comentou Vinicius as
gargalhadas. — Só sua irmã para conseguir isso.
— Olha quem fala. Você é mais puto que eu Vini, o que me faz
questionar porque ainda está aqui.
— Marquei de sair com uma gostosa só à noite, meu dia está livre e
vou almoçar com a Raquel e os outros.
Assim que as palavras saíram da sua boca Iara ficou tensa e seu
sorriso sumiu. Ela ainda gostava dele, pelo visto.
— Beleza, bom almoço para vocês. — Denis se despediu de todos e
se foi.
— Mesmo chegando em terceiro você correu muito bem,
paçoquinha. — Zyan me abraçou e beijou minha bochecha.
Encostei minha cabeça em seu peito e desfrutei da sensação
maravilhosa que era estar em seus braços.
— Obrigada. Estou feliz por competir com meu pai. Eu estava com
saudades de nossas corridas, de ficar com nossos amigos e passar um dia
assim entre risos e brincadeiras.
Olhei para minha frente e sorri ao ver que todos conversavam
amigavelmente, sorriam e implicavam um com o outro como amigos
sempre fazem.
Meses atrás eu só tinha Zyan como amigo e agora eu tenho muitos
outros e sou feliz por ter conseguido isso ao decidir mudar e ser mais social.
Eu ainda gosto de passar os meus dias sozinha, e de ler os meus
livros, de refletir durante um banho relaxante de banheira, mas também
estou amando estar rodeado de amigos, viver coisas novas, estudar e
trabalhar em algo que ganhou meu coração por completo.
— Eu estou feliz por você, paçoquinha. Eu te amo.
Zyan me apertou em seus braços e inspirou meu cheiro. Ele o amava
assim como eu amava o cheiro dele. Na verdade eu amava tudo nele e estar
em seus braços era meu lugar preferido no mundo.
— Vamos almoçar, crianças. — tia Rana chamou.
Zyan me soltou, segurou minha mão e nos juntamos aos outros.
Fomos assim até o estacionamento e depois cada um entrou em seu
carro e voltamos a nos juntar no restaurante.
Eu realmente estava feliz!
UMA NOITE
Raquel
No Outro Dia…
Chego na boate onde Maria, Iara e Yasmim esperam a mim, minha
mãe e minha tia Rana.
Nós viemos juntas e de táxi, pois iríamos beber e não misturamos
bebida e direção.
Meu pai e tio Ryan queria nos trazer, mas eu sabia que se eles
viessem não nos deixariam sozinhas e como não era isso que queríamos,
nós viemos de táxi mesmo.
Há uma empresa de táxi confiável e sempre solicitamos os
motoristas dela para nos levar a lugares nos quais iremos acabar bebendo.
Assim que nós chegamos à boate, eu avisto as meninas e sigo junto
a minha mãe e minha tia para junto delas.
— Olá, meninas. — Minha mãe as cumprimenta com dois beijos no
rosto.
Tia Rana faz o mesmo e depois sou eu quem as cumprimenta.
— Vocês estão lindas. — Elogia Iara, as meninas concordam com
elas.
— Maravilhosas. — afirma Yasmim.
— Vocês também estão um arraso. Lindas demais. — sorrio e bato
palmas quando elas dão um giro mostrando seus looks.
Maria veste um body rendado na cor branca e um short jeans cintura
alta na cor azul, nos pés ela optou por uma Anabele baixa.
Yasmim veste um macacão curto onde a parte de baixo é composta
por dois babados que o deixa parecendo um vestido, ele é de na cor com
manga curta e tem um decote traçado na parte da frente.
Iara está vestindo um body em renda na cor preta, ele tem renda no
busto com transparência pelo resto da peça e duas tiras na frente que
desenham ainda mais os seios. Seu look se completa com uma minissaia
com um leve brilho na cor preta e uma sandália de salto nos pés.
Hoje eu optei por um conjunto de short e cropped em malha. O
tecido é na cor cinca escuro com brilhos. O short vai até ao meio das coxas
com bolsos nas laterais e cintura alta, o cropped é de manga curta, vai até
um pouco abaixo dos seios com decote transpassado.
Minha mãe e tia Rana optaram por calças e blusas de alças. Minha
mãe veste uma calça de coro preta e uma blusa na cor rosa e tia Rana uma
calça jeans na cor azul escura e uma blusa preta. Ambas estão calçando
saltos, mas não muito alto.
— Vocês já pediram as bebidas? — pergunto.
— Pedimos drinks, mas vocês podem ver o que tem de bebida
disponível ou pedirem cerveja. — Maria respondeu.
Minha mãe e tia Rana quiseram drinks com vodca e eu com Gin
Tonica. Vodca é muito forte para eu começar a tomar ainda no início. Elas
estão acostumadas a beber, mas eu não e sempre fui fraca para bebidas
alcoólicas.
Pegamos nossas bebidas e depois que as tomamos fomos dançar.
Ao chegarmos na pista de dança, nós deixamos a música nos
envolver e começamos a dançar sem se importar com quem está ao nosso
redor. Rebolo sensualmente e depois ondulo o corpo no ritmo das batidas. A
música que toca é eletrônica, mas logo muda para músicas da Rihanna,
Maluma e Jennifer Lopez.
Iara se colocou atrás de mim e passamos a dançar juntas, dando um
show para quem nos assiste e sonha em ver duas mulheres se pegando.
Ele agarrou minha cintura com força e me fez colar meu corpo ao
dela, depois ia me conduzindo a dançar a música no ritmo da batida nos
fazendo descer até o chão.
Olhei para o lado e minha mãe e tia Rana estavam do mesmo jeito
assim como Maria e Yasmim.
Maria rodopiou Yasmim e depois a segurou de frente, ondulando seu
corpo ao dela de uma forma tão provocante que seria impossível quem
gosta de mulher não ficar com tesão.
Assovios começaram a ser ouvidos e isso as instigou a se soltar
ainda mais.
Depois Maria inclinou Yasmim para frente e deslizou os dedos de
leve por suas costas e ao final deu uma tapa ardida na bunda. Segurou em
seu cabelo e puxou de volta, colocando a mão na barriga dela e voltando a
dançar sensualmente até o chão.
— Gostosas. — muitos homens começaram a gritar, mas elas só
estavam interessadas em dançar.
Finalizaram a dançar com um rodopio da Maria e a Yasmim
agarrando sua cintura e lhe dando um selinho, o que fez gritos ecoar por
todo o ambiente.
Elas se abraçaram e Yasmim deu uma tapa na bunda da Maria. Elas
se separam e de mãos dadas foram para o bar pedir mais drinks.
Voltei a dançar com a Iara, mas após dançar mais uma música nós
fomos pegar mais drinks e nos sentar para descansar um pouco as pernas.
Nós nos sentamos nas banquetas e ficamos observando as pessoas
dançaram. Trocamos olhares com alguns carinhas bonitos que estavam
próximo a nós, mas tínhamos separado essa noite apenas para curtir entre a
gente.
Estávamos conversando quando alguns rapazes chegaram em nós.
— Será que podemos fazer companhia a essas belas mulheres? —
um cara loiro e muito bonito perguntou.
— Obrigada, mas estamos curtindo entre amigas, gato. Homens
estão fora do nosso radar hoje. — respondeu Maria lhe dando uma
piscadela.
— Que pena, gata, mas deixe-me dizer que amei a dança de vocês e
se quiserem a participação de algum homem para essa curtição entre vocês
pode nos chamar. — sorriu malicioso com seus olhos dançando pelo corpo
dela.
Abrir um sorriso largo porque eu sabia o que vinha por aí.
— Desculpe, lindo, mas minha mulher não curte compartilhar, e
ainda mais com um homem. — Ela se pôs na frente da Yasmim e beijou os
lábios dela de leve, porém de forma demorada.
— Bem que eu imaginei que vocês curtiam bocetas pela forma que
dançaram. Que desperdício. — resmungou o terceiro cara que nos
incomodavam para que terminássemos a noite com eles.
— Desperdício seria se eu deixasse de ficar com uma mulher
gostosa como essa. — ela alisou a bunda da Yasmim para dar ênfase. —
para ficar com caras como você que não sabem levar um não, agora vaza
antes que eu chame o dono da boate e ele os coloque para fora daqui por
nos perturbar.
Maria era bastante conhecida tanto por ser filha de um dos maiores
advogados daqui como por ser uma advogada implacável, fria e que sempre
consegue que condenem os criminosos que o escritório de seu pai é
contratado para colocar na prisão.
O cara a olha com o rosto tomado por raiva, mas seus amigos tocam
o braço dele e eles vão embora.
— Babacas. — resmunga Iara tomando um gole de seu drink.
— Vamos deixar esses broxas babacas para lá e voltar a dançar. —
Disse Maria pegando a minha mão e me levando de volta para a pista de
dança.
Todas nós voltamos a dançar, só que agora eu estava dançando com
a Maria. Nós começamos a dançar de forma sensual e eu mais uma vez me
deixei envolver com a música.
Logo a batida mudou e uma música quente e sensual começou a
tocar e as mãos de Maria que estavam na minha cintura foram trocadas por
mãos grandes e fortes. A pegada na minha cintura me fez gemer e fechar os
olhos.
Lábios tocaram minha orelha, me fazendo arrepiar, e uma mão
possessiva se concentrou no meu baixo ventre apertando de leve enquanto a
pessoa em questão nos mexia envolvidos pela música.
Eu senti algo duro em minha bunda e não consegui controlar os
outros gemidos que saíram cada vez que ele roçava sua ereção em minha
bunda.
— Quero ouvir esses gemidos à noite toda enquanto eu me enterro
todo em sua boceta gostosa. Quero ouvir seus gritos ao ter meus lábios ao
redor do seu clitóris o chupando até que você esteja gozando enlouquecida
na minha boca. E essa bunda linda e gostosa que você está esfregando no
meu pau vai terminar a noite marcada por minhas mãos, pois eu vou bater
nela toda vez que me afundar em você por trás. Essa noite você vai suplicar
para que não pare de te foder e eu te foderei tanto que amanhã não
conseguirá andar em linha reta. Hoje você é minha, Raquel!
Ele mordeu minha orelha e depois me virou tomando minha boca
com volúpia e luxuria.
Perdi-me em seus braços e me entreguei à sensação deliciosa de ter
meus lábios consumidos pelos seus.
Sim, eu suplicaria a noite toda para ser fodida por ele.
Que ele me foda até eu esquecer meu nome e não possa me sentar
amanhã.
Essa noite eu serei dele! Só dele!
NOSSA NOITE
Zyan
Horas Antes…
Há dias eu estou com a cabeça um limbo só.
No dia da corrida eu fiquei observando a interação da Raquel com
nossos amigos e os seus.
Ela está mais linda que nunca, sua felicidade a deixou com um
brilho especial.
Raquel está leve, feliz, mais solta. Ela deixou de ser aquela menina
retraída, tímida, que vivia com a cara enfurnada nos livros e só saía para ir
trabalhar ou participar das nossas corridas.
Hoje ela tem amigos, quis fazer faculdade para ter uma profissão,
profissão essa que passou a amar assim que teve contato com ela e começou
a trabalhar na ONG.
Eu estou feliz por ela, mas minha felicidade só será completa
quando ela me aceitar como o único homem de sua vida. Eu lhe dei tempo
para pensar.
A deixei curtir com outros caras, pois eu estava confuso e sem saber
o que verdadeiramente sentia por ela. Contudo, já faz um mês que eu voltei
das minhas férias e sei o que quero.
Eu quero a Raquel para mim.
Quero-a como minha namorada.
Minha esposa.
Minha mulher!
Quero que construamos uma vida juntos, quero vê-la de noiva
caminhando até mim, que estarei esperando-a no altar com um sorriso
estampado no meu rosto.
Quero ver sua barriga grande com nosso filho se desenvolvendo
dentro dela e envelhecermos juntos e felizes.
Eu quero tudo com ela.
Quero viver para ela e a fazer feliz até o último dia de nossas vidas.
E é com esse pensamento que eu decidi ir até ela na boate onde ela
foi com sua mãe, a minha e as outras meninas e a tomar para mim. Hoje a
paçoquinha não me escapa e eu vou me fartar em seu corpo como venho
desejando desde a nossa primeira vez.
Entro na casa do tio Vitor onde ele está tomando uma cerveja com
meu pai e assistindo ao jogo de futebol.
— Boa noite, tio Vitor, pai.
— Boa noite, garoto. Boa noite, filho. — eles respondem juntos.
— Quer dizer que enquanto as suas esposas estão rebolando a bunda
em uma boate, vocês estão aqui bebendo cerveja? — comento rindo.
Sento-me no sofá ao lado do meu pai.
— Somos maridos delas, não donos, meu filho. Elas também têm o
direito de curtirem com as amigas sem que fiquemos a noite toda em cima
delas.
— Sei que sim. Elas se deram bem com as amigas da Quel e estão
felizes.
— Sim, a chegada dessas meninas deu uma rejuvenescida nelas,
sem falar que minha princesa está mais feliz que nunca. — tio Vitor fala
sorrindo.
— Ela está feliz, não é? — sorri, mas meu sorriso não alcançou os
olhos.
— Sim, ela está, mas e você Zyan? Notei que desde sua volta das
férias não tem a mesma alegria de antes. Minha filha tem a ver com isso?
— Eu amo a Raquel, tio Vitor. Fui um babaca com ela e reconheço
isso e já pedi perdão a ela e continuarei a pedir. Minha vida não tem sentido
sem ela. — sou sincero.
— Sinto sua falta na empresa, pois passávamos o dia juntos
praticamente. Embora eu esteja feliz por ela, sinto falta de quando ela era só
minha, quando passávamos o dia só nós. Sinto falta do antes.
— Você a ama como mulher filho? — meu pai pergunta. — A ama
para ser sua mulher, para construir uma vida com ela?
— Sim, pai. Eu a amo com tudo que há em mim. Tudo o que eu
mais quero é ter a Quel como minha esposa e mãe dos meus filhos.
— Então por que você não diz isso a minha filha? Eu gosto muito de
você garoto e ficaria feliz se vocês se acertarem, casarem e nos encherem
de netos. Sei que minha filha também o ama, isso não é segredo para
ninguém.
— A última vez que conversamos, ela me disse querer voltar ao
antes, a nossa amizade. Eu a magoei e temo que seu amor por mim acabe.
— Não acabou, eu sei que minha filha ainda o ama, ela só teme que
você não sinta o mesmo e depois que ficarem juntos se arrependa como da
outra vez.
— Mas, meus sentimentos já não estão mais confusos, descobri que
a amo ainda durante minha viajem para São Paulo, então nós conversamos e
ela disse para deixar tudo no campo da amizade. Eu disse que a amo quando
ela foi lá para meu apartamento e dormiu lá, contudo ela não acreditou que
eu a amasse como mulher.
— Creio que vocês deveriam conversar. Expor seus sentimentos,
falar o que realmente sentem um pelo outro. Não dá para continuar assim,
vocês estão se magoando, se negando a viver algo que ambos almejam:
ficarem juntos.
— Será que eu ainda tenho chance de fazê-la minha? Eu a amo!
— Só saberá se tentar, meu filho. Vá até ela e se entendam de uma
vez. — ele bateu no meu ombro.
— Vocês sabem onde é essa boate que elas foram?
— Sim, nós iremos lá buscar nossas esposas.
— Mas vocês estão bebendo.
— Cerveja sem álcool e é apenas uma garrafa. — responde tio Vitor.
— Então, vamos atrás das nossas mulheres. — falo decidido já me
pondo de pé.
— Nada de minha mulher, Raquel só será sua se ela assim quiser,
mas já vou logo avisando que se pisar na bola com ela novamente, eu te
castro, fui claro? — ele aponta para meu pau e faz o sinal de o cortando
com uma faca.
— Entendi perfeitamente, tio Vitor. Mas não pretendo pisar na bola
com a Quel nunca mais. Já aprendi a lição e não a quero ver nunca mais
chorando por minha causa.
Ele concorda e pega a chave do carro. Saímos de sua casa e
seguimos para os carros entro o meu e meu pai entra no do tio Vitor,
Minutos depois nós estamos na boate onde elas estão.
Ao chegarmos à boate nos deparamos com uma cena que de início
nos choca, mas depois ficamos apenas a observando.
— Deixa elas aproveitarem mais um pouco. — diz meu pai quando
eu dou um passo para ir até a Quel que está dançando de forma sensual com
a Iara.
— Todos os caras daqui estão babando nelas.
— Eu sei, mas enquanto eles babam, nós as temos. — diz tio Vitor
com um sorriso malicioso dançando em seus lábios.
Minha mãe estava dançando com tia Cintia, Yasmim com a Maria e
Raquel com a Iara. De repente todos param de dançar e abrem uma roda
deixando as meninas darem seu show.
Porra!
A forma como dançam deixa qualquer um de pau duro. O meu está
quase estourando a calça. Controlo o gemido que quer escapar de meus
lábios quando meus olhos se ficam nos movimentos dos quadris da minha
paçoquinha.
Ela está gostosa pra caralho, e tudo que eu quero é deixá-la nua e
devorar seu corpo. Enterrar-me até o fundo de sua boceta gostosa e fodê-la
até perder os sentidos.
— Porra! — uma exclamação chocada bem próxima de mim quase
me faz pular de susto e desviar o olhar da única mulher que povoa meus
pensamentos.
— O que vocês estão fazendo aqui? — questiono vendo Vinicius,
Adam e Denis de boca aberta ao assistir à dança das meninas.
— Hoje é sexta e a gente sempre vem curtir aqui nessa boate. —
Adam responde, com os olhos cravados em cada movimento que a Maria
faz.
— Caralho. — sua respiração fica ofegante quando ela empurra
Yasmim para frente e passeia suas mãos pelas costas delas e depois alisa sua
bunda e lhe dá uma tapa.
— Aposto não haver um cara aqui que não esteja duro ao ver isso.
— Denis deu um gemido dolorido.
Maria agarrou os cabelos da Yasmim e a levantou, girou-a e ondulou
seu corpo no dela de forma sensual. Depois sorriu e lhe deu um beijo casto
ao finalizar a música. Todos bateram palmas e elas sorriram e foram para o
bar pegar mais bebidas.
Ficamos observando-as e vimos o momento em que três caras se
aproximaram delas, eu quis ir lá, mas um pai disse que apenas
observássemos, pois elas colocariam os caras no seu devido lugar. E assim
fizeram, Maria e Yasmim os puseram para correr ao fingirem ser um casal
lésbico.
Depois, tomaram mais um drink e voltaram para a pista de dança.
Elas voltaram a dançar de forma sensual, mas dessa vez Raquel dançava
com a Maria. Não consegui me controlar mais e fui até elas.
Maria sorriu a me ver chegar, porém, a Quel estava de olhos
fechados, então não me viu chegar próximo a elas. Com um aceno de
cabeça pedi silenciosamente a Maria que me permitisse dançar com a
Raquel e ela saiu me deixando com ela. Levei minhas mãos até a cintura da
Raquel e a puxei colando nossos corpos.
Ela ofegou, soltando um gemido baixo, ao sentir meu pau duro roçar
na sua bunda gostosa, mas continuou de olhos fechados, grudei meus lábios
em seu ouvido e disse:
— Quero ouvir esses gemidos à noite toda enquanto eu me enterro
todo em sua boceta gostosa. Quero ouvir seus gritos ao ter meus lábios ao
redor do seu clitóris o chupando até que você esteja gozando enlouquecida
na minha boca. E essa bunda linda e gostosa que você está esfregando no
meu pau vai terminar a noite marcada por minhas mãos, pois eu vou bater
nela toda vez que me afundar em você por trás. Essa noite você vai suplicar
para que eu não pare de te foder e eu te foderei tanto que amanhã não
andará em linha reta.
— De agora em diante, você é minha, Raquel. — Decretei.
Mordi sua minha orelha e depois a virei, deixando-a de frente para
mim e tomo sua boca em um beijo desesperado, demonstrando através dele
o quanto a desejo e a quero. Ela se entrega e abre a boca deixando minha
língua dominar cada canto dela. Devoro seus lábios, chupo sua língua e
agarro sua nuca puxando seu cabelo em uma pegada mais forte que a faz
gemer.
Bebo seus gemidos e desfruto do sabor de seus lábios até não poder
mais e nos faltar e ar obrigando-nos a nos separar. Olho em seus olhos ao
desconectar nossos lábios e levo minhas mãos ao seu rosto o segurando
com ternura enquanto me perco na beleza de seus olhos.
— Eu te quero, Quel. Preciso de você como o preciso do ar para
respirar. Nos dê uma chance. Deixa-me te mostrar o quanto eu mudei, o
quanto eu te amo. Sei que agi como um babaca idiota e te peço perdão por
isso. Pedirei perdão pelo resto da minha vida, mas fica comigo, seja minha,
só minha. Não quero só sua amizade, pois descobri que te amo com
loucura. Eu a quero como minha namorada. Como minha mulher!
— Zyan… — seus lábios tremem e as lágrimas que estão em seus
olhos começam a escorrer por suas bochechas.
Grudo nossas testas.
— Eu te amo. Eu te amo, minha paçoquinha. Eu te amo com tudo o
que há em mim. Fui cego por não ver isso desde o início e mais uma vez te
peço perdão. Só aceite ser minha, pois tudo o que eu quero é ser seu. Ser
seu e te fazer feliz pelo resto da vida.
Seguro sua nuca e a beijo com ainda mais intensidade que o beijo
anterior. Nós não nos importamos com as pessoas ao nosso redor, só
existimos nós dois nesse momento.
Queria que o tempo parasse e ela ficasse para sempre em meus
braços e com sua boca colada a minha. Há muito custo nós desgrudamos
nossas bocas e eu olho em seus olhos.
— Vamos para o meu apartamento, quero te ter nos meus braços a
noite toda, quero dizer olhando em seus olhos o quanto eu te amo enquanto
me enterro em você e nós fazemos amor. Eu quero fazer amor com você,
Quel, e depois te foder com loucura até que estejamos tão exaustos que mal
conseguiremos sair da cama. Seja minha.
— Eu sempre sonhei com esse dia, com o dia que você descobriria
me amar e me pedira para ser sua, apenas sua. — sua voz embarga pelas
lágrimas que rolam por seu lindo rosto. — Eu sempre fui sua, Zyan. A
minha vida toda eu só quis você e isso nunca mudou. Mesmo depois de
tudo o que vivemos nos últimos meses, meu coração insiste em ser só seu,
em ter apenas você nele. Eu já sou sua e sempre serei. Eu te amo.
Sorrio e volto a tomar seus lábios. Assovios e palmas se ouvem ao
nosso redor e isso é nossa deixa para nos separarmos e irmos para o meu
apartamento.
Pego sua mão e vou até nossos pais e amigos.
— Nós vamos para o meu apartamento. — aviso.
— E só a devolverei no domingo a noite. — sorrio quando Raquel
cora ao olhar para seus pais.
◆ ◆ ◆