Apaixonada Pelo Meu Melhor Amigo_Thamy Oliver_nodr

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A PA I X O N A D A P E L O

MEU MELHOR AMIGO

Thamy Oliver
Copyright © 2024 Thamy Oliver

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, compartilhada, distribuída ou transmitida por
qualquer forma ou meio, incluindo fotocópias, gravação, ou outro método eletrônico sem a prévia
autorização da autora.

ISBN-13: 9781234567890
ISBN-10: 1477123456

Apaixonada pelo melhor amigo


Primeira edição - 2024

Autora: Thamy Oliver


Revisão: Yonara Santana
Capa: Thamy Oliver
Diagramação: Thamy Oliver

Esta é uma obra de ficção. Nomes, lugares ou qualquer evento descrito nela é produto da imaginação
da autora. Qualquer semelhança com pessoas, lugares e eventos reais é mera coincidência.

A violação dos direitos autorais é crime previsto na lei nº 9.610/98 e punida pelo artigo 184 do
código Penal.
APRESENTAÇÃO
Sejam bem-vindas a minha nova história.
Será uma história leve, engraçada, com um pouco de drama, porque
quem me acompanha sabe que eu gosto de fazer o povo sofrer, e muitas
cenas excitantes, que eu sei que vocês adoram.
Ela se passará em Florianópolis - Santa Catarina. Contará a história
de amor entre duas pessoas que se amam como amigos, mas, no decorrer
dessa amizade, descobrirão que esse amor vai além da amizade. Porém,
para ficarem juntos terão de enfrentar algumas dificuldades.
Espero que gostem do meu novo livro e não se esqueçam de deixar a
avaliação ao terminar a leitura.
Beijos.
Estava de frente para o mar e fechei os olhos
Ansiava por algo e queria muito ter
Ouvi um som e sorri.
Será que meu desejo vai se realizar? — questionei-me,
ansiosa.
Abri os olhos com rapidez e foquei no barulho.
Meu sorriso se desfez quando percebi
Não era o meu desejo ali, mas apenas o vento
Eu continuava sozinha.

THAMY OLIVER
CONTENTS

Title Page
Copyright
Apresentação
Epigraph
Sinopse
Suspiros
Uma revelação
Uma briga
Reparando demais
Ganhando nossa corrida
Sentindo ciúmes?
Só você pode?
Confuso
Provocação
Ela com outro?
Controlando-me
Em família
Nosso salto de paraquedas
Festa surpresa
Jantando com outro?
Nossa viagem
Aproveitando
Ainda na nossa viagem
Mudando
Curtindo
Esclarecendo as coisas
Um evento
Se descontrolando
Decisão
Novas Experiências
Novas Escolhas
Pensando
Férias
Novos Amigos
De Volta
Bônus: Adam e Maria
Momento
Conhecendo
Uma corrida
Entre Amigos
Uma Noite
Nossa Noite
Juntos
Amando-nos
Bônus: Adam e Maria
Enfim, namorados.
Felizes
Revelando segredos
Nosso amor
Nosso Final Feliz
AGRADECIMENTOS
Um pouco sobre a autora
SINOPSE
O que se faz quando se apaixona pelo seu melhor amigo?
É o que Raquel, uma jovem tímida, que ama ler, e fora dos padrões,
se pergunta diariamente após ser recebida ao chegar na empresa onde
trabalha por Zyan, seu melhor amigo. Eles cresceram juntos, pois seus pais
também são melhores amigos. Mas o sentimento que ela nutre por ele vai
além da amizade.
Zyan é lindo, amante de esportes radicais, carinhoso, protetor, que
vive ao máximo desfrutando o melhor da vida e fica com toda as mulheres
que quer, mas sem se apegar a nenhuma.
Ele faz de tudo para que Raquel esteja feliz e sorrindo, mas o que
ele não sabe é que o que a faria a pessoa mais feliz do mundo seria ser
notada por ele como a mulher de sua vida e não apenas sua melhor amiga.
Será que Zyan vai descobrir o verdadeiro sentimento que Raquel
sente por ele?
Será que Raquel vai sair de sua concha e mostrar ao seu melhor
amigo que ela é a mulher certa para ele?
Descubra nesse delicioso romance entre melhores amigos que vai
fazer você sorrir, surtar e ficar quente a cada acontecimento.

Obs: História de conteúdo adulto: contêm cenas descritas de


sexo e palavras de baixo calão.
SUSPIROS
Raquel

O que se faz quando você se apaixona pelo seu melhor amigo? É o


que eu me pergunto diariamente após ser recebida ao chegar na empresa
onde trabalho com Zyan, meu melhor amigo. Crescemos juntos, pois nossos
pais são amigos de infância, mas o meu sentimento por ele vai além da
amizade.
Zyan é lindo, carinhoso, protetor. Faz de tudo para que eu esteja
sempre feliz e sorrindo, mas o que ele não sabe é que, o que me faria ser a
pessoa mais feliz desse mundo é ser notada por ele como a mulher de sua
vida e não como apenas sua melhor amiga.
Bem, enquanto eu não respondo a essa pergunta, vou levando minha
vida da melhor forma possível. E é o que estou fazendo nesse exato
momento.
Olho para a sala, a minha frente e suspiro mais uma vez ao olhar
para o meu chefe. Ele é tão lindo que deveria ser considerado crime
inafiançável possuir tal beleza.
Deveria ser assim:
✓ Artigo 1º da Lei de n.º 123. Primeiro parágrafo:
✓ Pessoas que possuem beleza acima do normal para um ser humano
devem pegar prisão perpétua e serem excluídos do convívio em
sociedade. Pois, sua beleza surreal pode causar paixões avassaladoras.
Tendo por consequências, dias e noites de puro sofrimento para os
meros mortais com pouca, e/ou beleza alguma (o que é o meu caso) e
que nunca poderão sequer receber um sorriso de um ser tão belo
quanto os deuses.’
Eu aprovaria essa lei imediatamente se assim pudesse.
Está bem! Na parte do sorriso, eu exagerei por meu chefe ser meu
melhor amigo e vive sorrindo das minhas piadas sem graça. O que dificulta
e muito meu coração e a minha mente de não se apaixonarem por ele.
— O que tanto suspira, Quel? Está apaixonada e não me contou ou
só está se lembrando de mais um de seus “namorados” fictícios? — O dono
dos meus suspiros e meu melhor amigo, Zyan, me pergunta sorrindo.
E que sorriso!
— Nada, Zyan, apenas suspirando de cansaço mesmo.
— Sei. — Responde sem acreditar nas minhas palavras.
Ele me conhece muito bem.
Zyan vem até mim e me abraça por trás.
Sim! Nossa amizade é à base de toques, carinho e beijos.
Oh, tortura essa minha vida, viu!
O cara não basta ser lindo (quase um deus grego de tão perfeito) e
gostoso para um caralho, tem que ser gentil, carinhoso e sua linguagem do
amor tinha que ser o toque.
Porra! Não tem como piorar.
— Que tal uma noite de cinema na minha casa? — pergunta
sorrindo, ainda abraçado a mim.
— Você não tem nenhuma garota gostosa para pegar hoje? —
pergunto sorrindo, mas com meu coração doendo e pedindo para a resposta
ser não.
— Eu até tenho uma gata para encontrar hoje, não vou mentir, mas
remarco com ela. Você sempre virá em primeiro lugar, paçoquinha. — Ele
fala apertando minhas bochechas.
Sim, ele me trata como um bebê e me põe apelidos fofos.
Impossível não se apaixonar.
É, eu estou fodida e não do jeito bom.
— Odeio quando me chamam assim e sabe disso, Zy. — Reclamo
fazendo bico.
Ele apenas ri e aperta meu nariz.
— Mas eu adoro te chamar assim! E é por saber que não gosta que
continuo te chamando. Agora, deixa de birra e vamos para minha casa
comer pizza com Coca-Cola e assistir ao novo filme do Vin Diesel ou talvez
maratonar velozes e furiosos de novo.
Sorrio para ele, guardo as coisas na minha bolsa, desligo o
computador e pego sua mão, indo em direção ao elevador da empresa.
Como eu queria que ele me visse com outros olhos e, ao invés de ir
assistir filme, passássemos a noite toda fodendo como loucos. Eu queria
colocar em prática as cenas dos livros que leio com ele. Meu melhor amigo
e amor platônico.
Crescemos juntos. Zyan e eu somos filhos de amigos e nossos pais
são inseparáveis, mas cada um com seu par. Tenho 23 anos e ele 25 e
acabou de assumir a empresa de esportes radicais de seu pai, como éramos
muito amigos ele me chamou para ser sua assistente pessoal.
Zyan é muito cuidadoso e protetor comigo e faz de tudo para me ver
bem e sorrindo. Temos quase tudo em comum. Gostamos do mesmo gênero
de filme, de esportes radicais e das mesmas comidas. Só meu amor pela
leitura que ele não tem e eu, a sua beleza, é claro.
— Qual filme vai querer ver hoje? — ele me pergunta assim que
entramos em seu apartamento.
Deixo minha bolsa no aparador, tiro meus sapatos e caminho até o
sofá me sentando nele com as pernas cruzadas como um Buda.
— Pode ser Velozes e Furiosos. Nunca me canso de assisti-los. —
Digo sorrindo.
— Qual o filme da franquia? — ele pergunta da cozinha.
Ele foi pegar Coca-Cola para tomarmos.
— Você escolhe. — Pego meu celular e começo a zapear pelas
minhas redes sociais.
— Obrigada! — Digo quando ele se senta ao meu lado e me entrega
o refrigerante.
— De nada, minha paçoquinha. — Reviro os olhos diante do
apelido e ele ri. — Vou colocar o nove, tudo bem?
— Um, hum! Os efeitos de ação são bem maneiros, às vezes fora da
casinha, mas bem eletrizantes.
Ele ri e coloca o filme para assistirmos, mas sem apertar o play.
— Vou pedir a pizza. Me espere chegar para dar play! — Pediu se
pondo de pé.
— Entendido, chefia. — Bato continência e sorrio.
— Palhaça. — Ele ri, toca meu nariz e vai para o quarto.
Fico tomando minha coca e mexendo no meu celular até ele voltar.
Mas acabo percebendo que isso é uma péssima ideia. Não há nada de
interessante nas minhas redes sociais. Todos os comentários que recebo são
de meninas elogiando Zyan nas fotos que tiro com ele, alguns falando da
minha aparência e do quanto nós nos destoamos um do outro no quesito
‘beleza’.
É, eu sofro bullying por ser amiga de alguém tão belo quanto ele e já
briguei com um bocado de gente por isso. Sou esquentada (Para não dizer
barraqueira, como muitos dizem por aí) e não levo desaforo para casa,
então, sempre que alguém fala algo que me ofende, parto para cima sem me
importar com nada ou ninguém.
Isso já me colocou em vários problemas, devo confessar.
Eu deveria não me importar com a opinião alheia? É claro que sim,
mas é mais forte do que eu e, no final, sempre acabo na bad após ouvir ou
ler as críticas e os insultos direcionados a mim por eu não ser uma mulher
'padrão'.
Zyan sempre foi o cara lindo, enquanto eu sempre fui a menina
estranha que usava óculos de garrafa, parelho nos dentes (Eles são feios e
tortos) rechonchuda (Gorda, na verdade) e com sardas (Hoje eu as amo,
mas antes as odiava) e com um metro e sessenta (Algo que me incomodava
por sempre me destacar entre as outras pessoas).
Ele tem um e oitenta e cinco, pele clara, olhos azuis intensos,
cabelos castanho-claro, mandíbula bem desenhada, dentes perfeitos com um
corpo lindo, bem trabalhado e esculpido, com músculos definidos que
deixam qualquer um babando por ele.
Não há nada de feio nele.
Enquanto eu amo roupas folgadas e não me atento muito à moda,
Zyan é estiloso e anda sempre atento as tendências do momento e cores que
o valorizam. Ele é um cara que se cuida e acho lindo isso nele, pois ele não
se cuida para os outros, mas para se sentir bem com seu corpo e mente.
Coisa que deveria ser o objetivo de todo ser humano (Deixo claro que estou
me incluindo nesse grupo).
Ele é gentil, carinhoso e pé no chão, não se acha mais que ninguém
e sempre trata a todos com respeito e empatia.
Ele é realmente apaixonante!
Tem dias que penso que ele é de mentira de tão perfeito que é.
Afinal, eu vivo uma vida de fics e poderia muito bem ter criado ele na
minha cabeça e acreditado que é real, não é?
Com certeza, isso seria possível, pois eu acho, não, tenho certeza, de
que não sou boa da cabeça. Talvez eu tenha caído e batido ela quando ainda
era um bebê e meus pais não viram (Eu não era o que se podia chamar de
criança quieta ou modelo de obediência). Mas, para meu total desespero,
Zyan Mendes é real. E eu sou apaixonada pelo meu melhor amigo.
— Pronto, agora podemos assistir. — Quase pulo de susto com sua
chegada repentina, o que lhe arrancou uma risadinha.
Zyan se senta no sofá e dá play.
— Zyan?
— Sim, paçoquinha do meu coração. — Responde sem tirar os
olhos da TV.
Sorriu boba, mas logo volto a ficar séria.
— Acha que sou muito feia? — Pergunto olhando para a latinha de
refrigerante em minha mão.
— O quê? Por que isso agora? — ele pausa o filme e me olha, sua
expressão é de espanto
— Sei lá… Só que vejo todo mundo com alguém, seja namorando
ou ficando e nunca aparece ninguém interessado em mim. — fixo meus
olhos nos dele.
— Será que eu não sou nem um pouco atraente para chamar a
atenção de alguém?
— Você é linda Quel! — Toca meu rosto com carinho. — Só não
tem muita sorte para romances e nem tenta, não é? — sorrimos. — Já que
vive com a cara nos livros e não gosta de sair.
Solto um suspiro e faço gestos com as mãos.
— Mas é que nos livros é tudo tão mais fácil, Zy. É simples e
sempre aparece um cara lindo, legal e apaixonado sem a protagonista fazer
o mínimo esforço para conquistá-lo. — Faço bico.
— Porque isso é mentira e criação de uma autora que gostaria que
nossa vida fosse assim, simples, mas não é. Para conquistarmos algo,
precisamos fazer o mínimo de esforço, Quel. Nada cai do céu.
— Sei… É só que… Ah, sei lá. — Falo, meio confusa.
— Nossa! Excelente explicação, paçoquinha. Entendi tudo. — Ele
implica e me dá um soco de leve no braço.
Depois me puxa para os seus braços e beija o topo da minha cabeça.
— Não se preocupe com isso, Quel. Quando menos esperar, seu
amor aparecerá na sua vida e você vai ter que aturá-lo para sempre.
— Para sempre? — Grito, saio de seus braços e faço uma careta. —
Como vou aturar alguém que eu não conheço para sempre, Zy? E as
manias? E se eu me enjoar da cara dele em menos de uma semana, eu me
enjoou fácil das coisas, sabe disso, né? — ele assente.
— E se ele enjoar de mim em semanas? — coloco a mão na boca,
com a mente dando várias piruetas.
É, eu já estava surtando.
Zyan não se aguentou, começou a gargalhare me puxou para seu
colo (estava com o tronco sobre suas coxas e a cabeça encostada em seu
peito). Meu corpo estremeceu, tanto por sua risada quanto por estar com
minha pele grudada à dele, já que o dono dos meus pensamentos mais
pervertidos estava sem camisa e apenas com uma calça de moletom.
— Você não existe, Quel. — Apertou minha bochecha. — E é por
isso que eu te amo. — Meu coração errou as batidas com suas palavras.
Ele se inclinou e beijou minha bochecha. Deixou-me deitada em seu
colo, deu o play no filme e começou a fazer cafuné em minha cabeça, me
fazendo suspirar com a massagem relaxante que seus dedos me
proporcionavam.
Alguns minutos depois a pizza chegou e comemos em meio a risos e
brincadeiras.
Minha vida seria tão mais simples se ele percebesse que eu o amo
além da amizade.
Eu só queria que ele me enxergasse como uma mulher que o faria
bem e feliz. Como sua esposa e que tivéssemos um futuro juntos.
Só queria que ele me amasse da mesma forma que eu o amo.
Só queria ser dele.
Apenas dele.
UMA REVELAÇÃO
Raquel

Viro na cama ficando de barriga para cima, olho para o teto do meu
quarto, torno a suspirar, contudo, dessa vez mais pesado que o suspiro
anterior. Terminei de ler mais um livro de romance e como sempre assim
que termino de ler a realidade me abate.
Ter 23 anos, ser solteira e sem nunca ter namorado, é difícil não
ficar na bad após ler um livro de romance onde a protagonista vive aquilo
que eu tanto desejo e sei que nunca viverei, pelo menos não com quem eu
realmente desejo.
Ela tem um homem lindo que a ama e faz todas as suas vontades,
sem falar na pegada bruta e no sexo selvagem que só em pensar já me deixa
acesa.
Merda! É tão frustrante querer algo que não está ao seu alcance.
Rolo na cama mais uma vez e fecho os olhos tentando dormir. O que
não é possível quando o desejo toma conta do seu corpo e tudo o que você
quer é transar.
Uma foda bem intensa que me deixe de pernas bambas e respiração
ofegante, como a protagonista do livro que acabei de ler.
— Maldito período fértil. — Resmungo chutando as cobertas e indo
tomar um banho gelado para baixar o fogo que me consome.
Eu poderia resolver esse meu problema me masturbando, mas não
quero isso, pois sempre visualizo Zyan me tocando até me fazer gozar em
seus dedos e isso só me prejudica ainda mais.
Tomo um banho frio xingando até minha décima geração por ser
obrigada a fazer isso e após me enxugar e vestir uma camisola de seda leve,
eu volto a me deitar e dessa vez consigo dormir.
Acordo pela manhã com o despertador gritando em meus ouvidos e
resmungo por não ter as horas devidas de sono. Estico-me na cama e bocejo
piscando os olhos várias vezes para despertar completamente. Jogo os pés
para fora da cama e levanto me alongando para despertar e destravar meu
corpo.
Sigo para o banheiro, faço minha higiene e tomo um banho morno
para despertar completamente e enfrentar mais um dia de trabalho.
Ao terminar me enrolo na toalha e vou até meu closet procurar uma
roupa para vestir.
Escolho um conjunto de lingerie de algodão confortável, uma calça
jeans na cor azul escura e uma blusa cinza de mangas longas. Como hoje o
trabalho seria fora da empresa, eu não precisava estar vestida muito formal.
Fui até a sapateira e peguei um tênis Slip On na cor preta, me
coloquei de frente para o espelho e comecei a me vestir.
Visto a lingerie fazendo uma careta para as gordurinhas que sobram
na minha barriga e costas. Minha bunda é relativamente grande, mas eu não
me incomodo do tamanho dela. Também tenho seios grandes e que sempre
acabam marcando nas blusas que visto.
— Talvez a academia e um regime deixem meu corpo mais bonito.
— Digo apertando meus pneuzinhos.
— Quem sabe um corte de cabelo e usar mais maquiagem. —
Analiso-me na tentativa de ver o que posso mudar para me sentir melhor
com minha aparência.
— Vou a minha dentista e ver se ela pode tirar o aparelho e quem
sabe eu também mude os óculos por um mais estiolo.
Abaixo a cabeça e olho a roupa em meu corpo, depois volto a me
olhar no espelho.
— Até que não está tão mal. — digo torcendo os lábios para a
imagem refletida nele.
Dou de ombro e pego minha bolsa. Olho se está tudo certo e se
tenho tudo o que preciso dentro dela e saio do meu quarto.
Desço as escadas e entro na cozinha para tomar café.
— Bom dia, pai, mãe.
— Bom dia, princesa. — diz meu pai.
— Bom dia, meu amor. Seu café já está pronto. — minha mãe avisa.
Caminho até ela e lhe dou um beijo de bom dia. Faço o mesmo com
meu pai.
Sento-me à mesa e me sirvo de um pedaço de bolo e suco de laranja.
Eu não gosto de café, então todas as manhãs tomo suco, iogurte, ou apenas
leite com chocolate. Sim, leite com chocolate e não achocolatado
industrializado.
— Vai trabalhar na empresa hoje ou vocês têm algum esporte para
fazer fora? — meu pai pergunta.
— Temos Rapel na Trilha do Santinho hoje, pai, então, nós não
vamos ficar na empresa. Zyan vai direto para lá e eu vou me encontrar com
os participantes da trilha e do Rapel no Costão do Santinho (Hotel
Internacional) e seguir com eles até o início do trajeto onde Zyan estará nos
esperando.
— Cuidado, filha. Cuide-se e não tente fazer nada sem proteção. —
Minha mãe pede.
Ela é aventureira como eu, mas sempre se preocupa quando fazemos
trilha ou algum outro trabalho fora da empresa.
Coisa de mãe.
— Não farei, mãe. — Afirmei. — Zyan já está com tudo pronto e a
segurança dos equipamentos bem reforçada para que nossos clientes não
sejam postos em risco. Temos instrutores para todos os participantes e com
tudo devidamente organizado para que acidentes não aconteçam.
— Fico mais tranquila em saber os detalhes. — Sorrio para ela e
volto a comer.
Termino de comer e olho no relógio conferindo as horas.
— Preciso ir. — falei me pondo de pé. — Tchau!
— Bom trabalho, filha.
Dou tchau com uma mão, mando um beijo no ar para eles, pego as
chaves do meu carro no aparador da sala e saio de casa.
Caminho até a garagem. Desligo o alarme do meu carro, abro a
porta do carona e coloco minha bolsa sobre o banco.
Dou a volta e entro no carro. Ponho o cinto de segurança e dou
partida nele passando pelo portão da minha casa e seguindo para o meu
destino.
A Trilha do Santinho - no Morro das Aranhas, fica localizado na
região nordeste de Florianópolis, a trilha tem uma extensão de 600 metros,
com altitude variando de 0 a 50 metros. O início da trilha é na comunidade
do Santinho, no costão sul, e vai até à pedra do Calhau Miúdo.
O caminho até lá apresenta pedra com paredes de 10 a 20 metros de
altura e possui vias para uma boa escalada. As inscrições rupestres e
oficinas líticas são os atrativos a mais, além, é claro, da visão panorâmica e
do banho de mar para quem deseja desfrutar da praia que fica no final da
trilha.
O passeio apresenta grau de dificuldade fácil e demora cerca de três
horas para ser percorrido. O rapel é feito em uma parede de inclinação
negativa de vinte metros, é ideal para iniciantes, recomendado para maiores
de doze anos.
Paro o carro na frente do hotel e já posso avistar nossos clientes de
hoje.
— Bom dia! — cumprimento-os com um sorriso após estacionar o
carro e me aproximar deles.
Eles me cumprimentam de volta e seguimos nosso destino até a
trilha, que se localiza bem próximo ao Resort do Costão do Santinho.
Fomos caminhando e conversando sobre a trilha e o Rapel. Eu os
expliquei como tudo iria funcionar e ao chegarmos ao local, Zyan veio até
nós.
— Bom dia! Prontos para um dia de diversão e adrenalina? — ele
perguntou com os olhos brilhando e o sorriso maior do mundo.
Zyan amava tudo isso e era lindo de ver como seu jeito alegre e
carismático aflorava quando estava falando dos esportes radicais que tanto
amava.
Seguimos conversando por um desvio na trilha, tomando cuidado
onde pisávamos com os galhos de árvores e arbustos que tinham pelo
caminho para não sofrermos nenhum tipo de acidente, e repassando
algumas das instruções até chegarmos ao mirante natural da pedra do urubu
onde seria realizado o Rapel.
Nós estávamos em um grupo de sete pessoas, três participantes, eu,
Zyan e mais dois instrutores. Paramos em cima da pedra e eu fiquei
maravilhada com a vista como sempre acontecia quando tínhamos trilha e
rapel naquele lugar lindo.
— Prontos? — Zyan perguntou aos nossos clientes.
Eles já estavam devidamente paramentados com o equipamento de
segurança e o instrutor ao lado deles conferindo e auxiliando em tudo. Eles
confirmaram e se posicionaram na ponta da pedra para realizar a descida.
Tudo ocorreu bem e era lindo constatar a felicidade deles em conseguir
realizar algo tão incrível e eletrizante como o Rapel.
— O que achou de hoje, Quel? — Zyan me pergunta assim que
deixamos os clientes no hotel e nos arrumamos para ir para casa.
Já tínhamos nos despedidos dos outros instrutores e estávamos
apenas nós dois, sentados na traseira de sua Fiat Toro (seu carro precisava
ser uma picape, pois os equipamentos eram sempre ele que os trazia)
comendo um Xtudo com coca. Sim, apesar de ele ter um corpo malhado e
bem definido, nós sempre nos dávamos o prazer de comer coisas calóricas,
mas muito gostosas.
E, esse era o maior problema que eu enfrentava. Comíamos as
mesmas coisas, mas ele perdia peso bem rápido, enquanto eu, só engordava
e demorava a perder os quilos que ganhava ao comer as porcarias gostosas.
— Foi tudo muito incrível e a vista sempre me deixa encantada. —
Respondo, sorrindo, após mastigar e engolir o pedaço do meu lanche.
— Sim, eu também amo aquela trilha e tudo o que ela nos
proporciona. Seria uma bela ideia transar em cima daquela pedra ao pôr do
sol. — ele suspirou como se imaginasse realizando tal coisa.
— Zyan! — Reclamei ao visualizar a cena como ele.
Meu centro contraiu em expectativa.
Eu era virgem, mas tinha um fogo que não baixava nunca.
— Você leva tudo para a putaria.
— Não mais do que você com aqueles seus livros. — Ele sorriu. —
Ou pensa que eu não sei que os livros que você lê são livros excitantes e
eróticos? Francamente, paçoquinha, que vergonha, que vergonha. — disse
em tom de brincadeira.
Arregalei os olhos, chocada com seu comentário. Nunca pensei que
ele soubesse os tipos de livros que eu leia.
— Seu rosto vermelho não a deixa mentir. Pecadora! — Disse a um
centímetro do meu rosto e eu quis muito beijá-lo.
— Olha só quem fala. Eu fico só nos livros, já você… — me calei,
pois não queria falar dele com outras mulheres. — E como sabe o estilo de
livro que eu leio?
— Fiquei com uma menina um dia e ela lia um dos livros que fui
com você comprar. Ela me pediu para refazer uma cena com ela. — Ele me
deu um sorriso cafajeste e eu quis bater nessa cara linda dele.
— Todas as leitoras de livros excitantes querem reproduzir as cenas
que leem. — falei como se não fosse nada de mais.
— Você é uma delas? — Ele perguntou isso muito próximo de mim.
Próximo até demais.
— Não vou mentir, eu sou, mas ainda não achei um cara que me
faça desejar reproduzir alguma cena. — Isso era uma grande mentira,
porque eu queria reproduzir todas as cenas que eu lia com ele, mas o
mesmo não precisava saber disso.
— Posso te fazer uma pergunta? Promete não ficar chateada?
— Está me assustando. — Sorrio, mas ele está sério, então paro de
brincar.
— Pode fazer. Prometo que não ficarei chateada. — levanto a mão
em forma de juramento.
Ele respira fundo e olha no fundo dos meus olhos.
— Você ainda é virgem, Quel? — Sua pergunta me faz engasgar
com o pedaço do sanduíche que acabara de colocar na boca.
— Por que isso agora, Zyan?
— Desculpe se estou sendo invasivo, mas é que apesar de sermos
melhores amigos, nunca falamos sobre sexo abertamente. Quer dizer, eu
falo das minhas aventuras, mas você…
— Eu nunca me senti atraída por alguém o suficiente para querer ir
para cama com ele. — confesso com o rosto quente pela conversa tão
íntima.
— Então está confessando que nunca transou? Que é virgem? — Ele
parecia espantado, sem acreditar no que afirmei.
— Não entendo o espanto, Zyan. Eu nunca namorei. — dei de
ombros.
— Não é isso… Só que… Bom, deixa para lá. Só me responda mais
uma pergunta. É por isso que agora você vive falando que quer alguém?
Quer perder a virgindade?
— Não é só isso. — deixo meu lanche de lado e cruzo as pernas. —
Eu só me sinto sozinha às vezes. Deve ser carência.
— Eu não entendo… — ele divagou, pensativo.
— Vamos deixar essa conversa para outro dia, Zyan. Estou cansada
e com sono.
Desconverso e pulo da traseira de sua picape.
Ele não fala mais nada e recolhe o resto do nosso lanche indo jogá-
lo na lixeira que tem próximo de onde estamos.
Despeço-me dele com um beijo em sua bochecha e sigo para o meu
carro.
Entro ponho o cinto e dou partido indo para minha casa dormir
sozinha e sonhar que estou nos braços dele de novo.
Nos meus sonhos ele sempre será mais que meu melhor amigo.
UMA BRIGA
Zyan
Dias Depois…

Saio da cama, onde deixei minha foda da noite ainda dormindo, e


vou tomar um banho. Tenho uma reunião com alguns sócios para rever os
contratos dos fornecedores de equipamentos de segurança para minha
empresa e não posso atrasar.
Sou formado em Educação Física e dono de uma empresa de
esportes radicais, a Radcsportes. Cuidar do corpo é o que gosto, porém, não
mais do que a adrenalina que cada esporte radical me proporciona.
Melhor que isso só sexo, e se unir os dois então…
Meu nome foi escolhido por minha mãe: ela ama nomes diferentes e
com significados bonitos. O meu nome é bíblico e significa terra prometida,
cheio de beleza, adorno. O nome do meu pai é Ryan e significa pequeno rei
e da minha mãe Rana que significa objeto atraente, rainha. E modéstia à
parte, eu sou mesmo muito bonito.
Mas não é porque sei da minha beleza que sou escroto ou me acho
melhor que os outros. Tenho muito bem os pés no chão e sempre faço o
meu melhor pelos meus amigos, minha família e as gatas, aleatórias, com
quem saio e transo durante minhas noites de tesão.
Comecei minha vida sexual aos 15 anos e de lá para cá não deixei
de ter minhas noites de aventuras e sexo intenso, mas sempre com
segurança para não pegar doenças ou engravidar alguma das minas que eu
pego.
Sexo seguro sempre!
Abro o chuveiro e coloco meu corpo embaixo dele. A água está
gelada e gemo assim que ela toca minha pele. Eu sempre tomo banho assim
para poder acordar totalmente e livrar meu corpo de qualquer resquício de
sono e cansaço que possa existir mesmo depois de uma boa noite de sono.
Após finalizar o banho, pego a toalha, enxugo o cabelo e depois a enrolo
em minha cintura. Saio do banheiro e me aproximo da cama para acordar
minha foda da noite passada.
— Oi, linda, está na hora de ir embora.
— Quero dormir mais um pouco, Zyan.
— Nada disso, Rafaela. Pode sair que eu já estou atrasado.
Ela se mexe na cama e se senta, o lençol escorrega revelando seu
corpo nu, magro e definido pelas horas que passa na academia.
— Beleza, eu só vou tomar uma ducha rápida e já, já caio fora. —
Fala chateada já se pondo de pé.
— Não quero que fique chateada, mas eu realmente preciso ir.
Ela concorda com a cabeça e vai em direção ao banheiro tomar um
banho para ir para casa.
Eu não sou um cafajeste para dispensar minhas conquistas as
mandando embora do meu apartamento após fodermos. Mas eu sempre
deixo claro para quem aceita passar a noite comigo que não me envolvo e
tudo é puramente físico.
Eu só quero o sexo delas, assim como elas só tem apenas isso de
mim.
A única mulher que trato com carinho e amor é minha melhor amiga
Raquel.
Pensar nela me faz sorrir. Ela é bem doidinha e me tem nas mãos
para me fazer de seu escravo a hora que quiser. Crescemos juntos e somos
muito unidos.
Eu a amo demais!
Termino de me vestir no mesmo instante que Rafaela sai do
banheiro já vestida. Levo-a até a porta e depois sigo para a cozinha para
tomar meu café da manhã. Tomo minha vitamina de Whey protein e como
duas fatias de pão integral com 2 ovos fritos. Gosto de cuidar do meu corpo
e busco sempre me manter saudável. Bem, eu ainda tenho o vício por Coca-
Cola que não consigo largar, mas em minha defesa a bebida é ótima e eu
compenso treinando pesado depois.
Lavo o que sujei ao tomar meu café e subo para o meu quarto para
escovar os dentes e terminar de me arrumar para ir à empresa. Minutos
depois já estou saindo do elevador da Radcsportes.
— Bom dia, paçoquinha. — paro em frente à mesa da Raquel e
aperto sua bochecha.
Ela odeia que façam isso com ela e sempre acaba me dando uma
tapa na mão como está fazendo agora.
Sorrio.
— Bom dia, seu chato. Não me chama assim ou vou te dar um chute
no saco.
Volto a sorrir do bico bravo e muito lindo que ela faz.
— Pelo visto não acordou de bom humor hoje. Você precisa se livrar
de toda essa tensão, Quel. — a olho sugestivo. — Que tal irmos a uma
balada hoje?
— Não curto, balada e você sabe muito bem disso, Zyan.
— Mas você não disse querer mudar? Que queria arrumar um
ficante ou um namorado? Nada melhor do que sair à noite para que isso
aconteça.
— E quero! Eu só não me sinto confortável nesses lugares que você
vai.
— Mas isso vai mudar hoje. Vou te ajudar nessa nova fase e você
será mais sociável. Sairá comigo todo final de semana!
— Zyan… — tenta me fazer mudar de ideia, mas eu não deixo.
— Nada de Zyan. Já está decidido.
Ela suspira em derrota.
— Tudo bem, mas se eu não estiver gostando da noite vou embora.
— negocia.
— Ok, mas tenta pelo menos aproveitar cada momento lá e se
enturmar com todos. Agora proponho trabalharmos que tenho um monte de
contrato para assinar e reuniões a tarde.
— Sim, chefe. — ela bate continência nos fazendo sorrir.
— Palhaça.
— Você me ama. — grita, quando começo a caminhar até minha
sala.
— Amo mesmo, mas continua sendo uma palhaça. — ela me dá
língua e eu entro em minha sala ainda sorrindo de nossa implicância.
Concentro-me no trabalho e depois ligo para os meninos os
convidando para um hall hour na nossa balada favorita e eles aceitam na
hora.
Espero que a Quel não desista, pois quero que ela se enturme com
meus amigos e pare de se sentir excluída e sozinha.
Quero vê-la bem e feliz!
◆ ◆ ◆

Raquel
Horas Mais Tarde…
Bufo frustrada e me jogo na cama com as mãos no rosto.
— Merda! Eu não tenho uma roupa descente para vestir hoje. —
resmungo chateada.
— O que houve, filha? Por que tanto resmunga? — minha mãe
pergunta da porta do meu quarto.
Ela entra e se senta na beirada da minha cama.
— Eu não tenho uma roupa descente para ir à balada com o Zyan
hoje, mãe.
— Você na balada? Que coisa boa, filha! Fico feliz que esteja se
abrindo para coisas novas.
Minha mãe sempre insistiu que eu deveria sair mais e conhecer
novas pessoas ao invés de ficar só trabalhando ou lendo meus livros.
— Zyan que insistiu. — confessei — Conversei com ele há alguns
dias e disse querer arrumar alguém. Eu me sinto sozinha, às vezes mãe, eu
quero ter um namorado.
— E você já conseguiu esquecer seu amor pelo Zyan?
— Mãe! — exclamei chocada, pois pensei que ela não tinha
percebido o que realmente sinto por ele.
— Sei que sempre gostou dele mais que um amigo, minha filha, sou
sua mãe e te conheço como a palma da minha mão.
— Acho que nunca conseguirei tirá-lo do meu coração, mãe, mas
Zyan me vê apenas como sua melhor amiga. — falo com tristeza.
— Então se abra para novas pessoas. Se descubra e aproveite o que
a vida tem de melhor para lhe oferecer.
— Estou ponderando mudar, mãe. Talvez assim eu me sinta melhor.
Sei lá… Ando tão confusa.
— É que você está percebendo que a vida está passando diante dos
seus olhos e não viveu nada, meu amor. Você já tem 23 anos e precisa de
algo que lhe instigue a ser melhor.
— Deve ser isso mesmo, mãe. Preciso ter um alvo, uma meta e me
redescobrir. Curtir mais, fazer novos amigos e beijar na boca. — falei a
última frase sorrindo.
Ela sorri e se deita ao meu lado.
— Minha menina está crescendo. Estou feliz por você querer isso,
por querer mudar por si mesma, para se sentir melhor e não para agradar
aos outros.
Ela ficou de lado e me olhou nos olhos.
— Mude, mas mude por você. Seja sempre você e só faça aquilo
que te deixar feliz minha menina. Eu te amo minha princesinha.
Virei-me para ela e a abracei.
— Eu também te amo mãe, eu não poderia ter tido mãe melhor.
Ela me apertou forte em seus braços e beijou meu rosto.
— Agora vamos escolher sua roupa e deixar você ainda mais linda
para arrasar os corações dos boys dessa balada.
Disse se levantando e me puxando para ficar de pé também. Ela foi
até meu closet e me auxiliou na escolha da roupa. Minutos depois eu já
estava pronta.
Escolhemos uma calça jeans de cintura alta com alguns rasgos na
perna e na cor preta. Um cropped com um decote discreto e mangas longas
na cor branca, coisa que foi um custo aceitar vestir por conta das
gordurinhas que tenho na barriga, mas minha mãe acabou me convencendo
a usar.
Uma sandália baixa e soltei meu cabelo deixando-o caído em ondas.
Minha mãe me ajudou com os cachos na babyliss. Fiz uma maquiagem
discreta com apenas pó, rímel e um batom rosa-claro que era quase a cor da
minha boca.
Ouvi a campainha da minha casa, tocar e sabia ser Zyan. Peguei
minha bolsa com celular, carteira, pó e batom. Coloquei meus óculos, pois
sem eles eu não enxergo nada e segui para fora do meu quarto.
— Nossa! Como você está linda, Quel. — Exclamou ele assim que
me viu.
— Obrigada, Zyan. Você também não está nada mal. — falei
sorrindo.
— Cuide bem da minha menina, garoto. Ou você vai ficar sem essa
coisa minúscula entre as pernas e costuma chamar de pau. — falou meu pai
com cara de mau.
— Pode deixar tio Vitor. Mas sinto informá-lo que meu pau é bem
grande e quem tem o prazer de tê-lo em si, não reclama, pelo contrário,
pede sempre por mais. — Zyan falou na maior cara de pau como se sua fala
fosse algo corriqueiro e normal.
— Zyan! — exclamei chocada.
A última coisa que eu precisava era ter a imagem de seu pau grande
na minha mente.
— Some da minha frente antes que eu te dê uns cascudos, seu
garoto abusado. — meu pai falou em um tom bravo, mas sei que ele está se
segurando para não rir.
— Divirtam-se crianças. — disse minha mãe
— Pode deixar, tia Cintia. Bora, paçoquinha? — Zyan me oferece o
braço.
Confirmo com a cabeça e enlaço meu braço no dele.
— Tchau, mãe, tchau, pai.
— Tchau, princesa e se cuida. — meu pai fala e me dá um beijo na
testa.
Saímos da minha casa e entramos no carro do Zyan que estava
parado na porta da minha casa.
A minha casa era bem grande e tínhamos uma área vasta na frente
onde podia se estacionar depois que atravesse os portões dela.
Chegamos na balada minutos depois e logo nos encontramos com os
amigos dele.
Eu gostos dos amigos do Zyan, eles sempre foram gentis comigo em
todas às vezes que nos encontramos e nunca me trataram mal.
Eu estava curtindo a noite com ele, mas depois que uma garota
siliconada ficou dando em cima de Zyan e se esfregando nele, mesmo sem
ele retribuir o flerte, eu me estressei a dispensei por ele.
Na verdade, eu fiquei com ciúmes e quis tirar a piranha de cima dele
na base da tapa, mas me controlei e fui diplomática a dispensando com
sutileza ao derrubar 'sem querer' meu drink na blusa dela. Afinal, acidentes
acontecem e sempre estamos suscetíveis a eles, não é? Pois bem, um
pequeno acidente aconteceu com ela, obrigando-a a se retirar.
Depois desse pequeno 'incidente', a noite se seguiu divertida e até
um rapaz, que, por sinal, era muito bonito, veio falar comigo e tivemos um
papo legal, mas aí a amiga dele chegou, me humilhou e eu parti para cima
dela.
Agarrei seu cabelo e dei algumas tapas na cara de puta dela. Eu não
curto violência, mas ela pediu por isso. E como eu não tenho um gênio
muito calmo… Digamos que juntou a fome com a vontade de comer e eu
acabei rolando no chão com ela, com as minhas mãos em seu cabelo e
minhas unhas em seu rosto. Marcelo, o cara com quem eu estava
conversando, foi quem me tirou de cima da garota que veio implicar
comigo.
Minha noite acabou ali e eu fui embora para casa em um táxi sem
nem esperar por Zyan. Eu estava frustrada por acontecer isso logo na
primeira vez que tento ser mais sociável e não queria brigar com ele. Ele
havia sido legal ao me convidar para me divertir junto dele e de seus
amigos, mas como sempre acontece na minha vida: tudo dá errado.
Talvez eu devesse continuar com estou e me contentar com meu
amor pelo Zyan sem que ele o retribua. Tenho sua amizade e isso basta para
mim. Bom, é o que tento fazer meu coração e mente, acreditar.
REPARANDO DEMAIS
Zyan

Minha amizade com a Raquel sempre foi muito forte. Vivemos


sempre juntos desde que seus pais a tiveram.
Ela sempre foi uma menina espevitada e aprontava muito. Recordo-
me da vez em que seus pais quase enfartaram após termos mentido que
iríamos à casa de um colega estudar, mas, na verdade, demos uma de
pesquisadores mirim e nos embrenhamos na mata próxima a nossa casa.
Raquel acabou se perdendo e desesperada por estar sozinha, pois eu
havia conseguido sair da mata com nossos colegas, ela acabou caindo e
quebrando o braço. Foi um dos piores dias da minha vida e um dos que
mais chorei também. Eu me culpava por tê-la colocado em risco e também
sofria com a possibilidade de nunca mais a ver.
Nossos pais mobilizaram o corpo de bombeiro e logo ela foi
resgatada. Ficamos de castigo sem nos ver por duas semanas por nossa
traquinagem. Foram dias terríveis, pois sempre fomos muito unidos e nunca
havíamos ficado longe um do outro por tanto tempo.
Eu a amo demais e não consigo passar um dia se quer sem vê-la ou
falar com ela.
Volto ao presente com a voz de Fê vindo da minha frente. Estamos
em uma balada que viemos tomar um drink, mas a noite não saiu como o
esperado e agora estou pensando em qual será o meu próximo passo.
Raquel brigou com outra garota há poucos minutos e eu ainda não
entendo o porquê de ela ter agido assim. Sei que algo aconteceu e ela não
quis me dizer. Quel não leva desaforo para casa e se ela partiu para agressão
foi porque a outra garota disse algo grave a ela.
— Essa menina é apaixonada por você, Zyan. Ela te quer!
Fernanda é uma amiga que fiz na época da faculdade. Já demos uns
pegas, mas sempre sem compromisso, pois não me amarro a ninguém.
— Claro que não, Fernanda, não viaja. Raquel é minha melhor
amiga e ela agiu assim porque se preocupa comigo.
Falo isso, ao entender o que a Raquel quis fazer ao me dispensar e ir
para casa sozinha. Ela o fez para que eu não me desentendesse com os
outros amigos da menina com quem ela brigou, para que eu não se metesse
em confusão ela acabou me deixando de lado na sua briga. Ela sabe que eu
tomaria partido a seu favor e a coisa ficaria bem feia.
Raquel também não foi com a cara de uma das minhas paqueras da
noite e deixou isso bem claro quando a menina se aproximou e ela a
dispensou por mim. Houve um pequeno 'acidente' com a garota, o que a fez
ter de ir embora. Eu não queria ficar realmente com a menina que estava
dando em cima de mim e Quel percebeu isso. Ela só quis facilitar meu lado.
— Às vezes você se faz de cego, Zyan, só pode ser. — não perdi o
tom raivoso na sua voz.
— Ué? — exclamei, confuso, sem entender seu surto.
— Você vai ficar ou quer que eu te leve para casa? — pergunto.
— Vou ficar com o Jorge e a Maria Clara.
— Ok, eu já vou.
Dou um beijo em sua bochecha e aviso aos outros que eu já estou
indo.
Saio da balada e, no caminho até o carro, envio uma mensagem para
Raquel. Ela visualiza e não responde, o que me mostra o quanto, chateada,
ela está. Ainda não entendi o que causou toda aquela confusão mais cedo,
mas vou à casa dela para descobrir.
Entro no meu carro colocando o cinto de segurança e dou partida.
Preciso conversar com ela e saber o que houve.
Minutos depois já estou em sua casa.
— Boa noite, tio Vitor, desculpe o incômodo há essa hora, mas eu
queria falar com a Raquel. — Digo ao pai dela assim que ele abre a porta.
— Não é incômodo algum garoto, pode entrar. Ela está no quarto,
chegou chateada com algo e não quis conversar.
— Ela brigou com uma menina lá na balada e veio embora sem me
esperar.
— Sabe o que a menina fez com ela? — Tia Cintia, mãe da Raquel,
me pergunta assim que me vê passar pela porta.
— Não sei, tia Cintia, mas ela saiu de lá bem brava. Por isso vim
conversar com ela.
— Pode ir lá no quarto dela. Raquel está trancada desde que chegou.
Não quis nos falar nada.
— Valeu. — Digo e subo para o quarto da minha paçoquinha.
Passo pelo corredor indo até à porta no final dele onde fica o quarto
dela.
Bato, mas a Raquel não fala nada.
— Por favor, sou eu paçoquinha, abre a porta.
— Não quero ver ninguém, Zyan, me deixe em paz. — Escuto sua
voz abafada.
— Se não abrir, eu vou ficar aqui parado até ter câimbra nas pernas
e você será obrigada a cuidar de mim. — ameaço.
— Você é muito chato, sabia? — ouço seus bufos e sorrio.
Ela arrasta os pés até a porta e sei que faz isso deliberadamente, ao
saber que odeio isso, e logo a porta de seu quarto é aberta.
— O que você quer? — ela pergunta na maior gentileza (só que não)
e eu toco seu nariz a ouvindo resmungar.
— Vim saber o que aconteceu e por que não me atendeu quando
liguei ou respondeu minhas mensagens.
Entro em seu quarto e ela fecha a porta.
— Nada. — ela fala ainda emburrada.
— O que houve Quel? Por que brigou com aquela menina?
— Ela riu de mim e me chamou de gorda ridícula por estar querendo
pegar o amigo dela. Disse que eu não era mulher para ele e que eu deveria
fazer o favor de sumir ao invés de continuar passando vergonha.
— Ela era uma filha da puta mesmo. — falo com raiva.
— Sim, ela era.
— Você queria ficar com o Marcelo? — Eu conhecia o amigo da
menina com quem ela brigou de vista, mas sabia que ele era mó galinha e
não quero a Quel envolvida com ele.
— Queria e até estávamos tendo uma conversa legal, mas aí ela
chegou e me ofendeu e como você sabe que não levo desaforo para casa, eu
bati na cara dela e foi aquela confusão toda.
— Tudo bem, eu não vou brigar com você por se defender porque a
menina mereceu realmente as tapas. Mas também acredito que ela te fez um
favor ao impedir que ficasse com o amigo dela, pois o Marcelo não presta.
Mas o que realmente me fez vir até aqui foi você ter saído daquele jeito sem
me esperar ou falar direito comigo. — falo, chateado.
— Me desculpe. — Ela pediu e eu a abracei.
— Fiquei muito preocupado com você, paçoquinha. Eu não quero
que nada ou ninguém te machuque.
Ela se afasta um pouco e olha nos meus olhos.
Ela é linda!
— Sei que me ama, Zy, mas preciso resolver minhas coisas, sozinha.
Preciso ver a vida como ela realmente é e estou até cogitando arrumar um
namorado.
— É o quê? É serio isso? Você está realmente preocupada porque
nunca namorou?
Ela dá de ombros e fica calada.
— Por que isso agora, Quel?
— Nada, Zyan, eu só quero ter alguém, não posso?
— É claro que pode é só que… — o que eu poderia falar? É a vida
dela. Ela já tem 23 anos, tem que ficar e namorar também.
— Tudo bem, Quel, se é isso que você quer, eu te apoio.
— Sério? Mesmo que eu vá pegar seus amigos? — falou sorrindo e
eu senti algo estranho no peito.
— Eles não são os homens certos para você, Quel. São idiotas e
mulherengos.
— Iguais a você, então. — Provocou-me se sentando na cama.
Sentei-me ao seu lado.
— Eu não sou idiota. Mulherengo, sim, mas idiota não.
— Sei que não, Zy. — ela abriu um sorriso lindo. — Gosto de você
e você é a melhor pessoa do mundo.
Ela me abraçou e retribui seu abraço sentindo seu cheiro.
Eu amava o cheiro da minha paçoquinha!
— Também gosto muito de você, Quel. Vamos tomar um açaí no
ponto do seu Pedro?
Ainda não eram nem 22:00 horas e seu Pedro sempre fechava o
ponto depois das 23:00. O local ficava a duas quadras do nosso
condomínio, não, de fato, seria tão perigoso assim ir até lá há essa hora.
— Agora? — perguntou com cara de tédio.
— Sim. — Comecei a fazer cócegas nela e sua blusa subiu um
pouco, revelando sua barriga branca um pouco avantajada e com o piercing
que colocamos juntos.
Foi no dia do seu aniversário de 20 anos. Ela colocou na barriga e
eu… Bem coloquei em um lugar bem estratégico, digamos assim.
— Tudo bem, vamos. — Ela falou se levantando. — Eu só vou
colocar outra roupa.
— Beleza, eu vou esperar lá embaixo com seus pais.
— Não precisa, Zyan, eu já me troquei na sua frente antes mesmo.
— deu de ombros, sem grande importância. Porém, agora era diferente,
Raquel era uma mulher e... algo me incomodou ao sugerir que ficasse e a
visse se trocar na minha frente, porém não consegui sair e fiquei.
Quel, sem inibição alguma, tirou a camisa do baby-doll que estava
usando, ficando só de sutiã na minha frente, os seus grandes quase
escapando da peça.
Virei meu rosto para o outro lado, querendo dar-lhe privacidade,
mas algo me fez voltar o rosto na sua direção e conferi o momento em que
ela tirou o short jeans curto que usava e ficou só de calcinha e sutiã.
Não eram peças de renda sexy e nem das mais caras. Eram simples e
bem-comportadas, tendo em vista que já vi mulheres com peças que as
deixavam praticamente nuas, com estampas de coração e na cor rosa-claro.
Fiquei olhando tempo demais para ela, vestida apenas com as peças
íntimas, e reparei em cada detalha de seu corpo. Parecia que ela tinha
ganhado mais curvas e seu corpo estava mais desenhado, não sei… explicar.
Mas ela estava mais linda e muito gostosa!
Não vá por esse lado Zyan ela é sua melhor amiga — lembrou-me
meu subconsciente.
— Acho que preciso fazer um regime, não é? — ela perguntou
ficando de frente para mim e me dando a visão de seus seios cheios e quase
escapando do sutiã.
A calcinha era consideravelmente grande e com um lacinho na
frente, mas dava para ver o volume ali também. Ela tinha aquela região
carnuda, bem gordinha e apetitosa.
Olha o que estou reparando, cara.
Ela é minha melhor amiga e eu estou encarando sua região íntima
como um tarado, louco para abrir sua boceta e chupá-la todinha.
Porra! Devo estar ficando louco.
Deve ter sido aquela conversa sobre virgindade que estive com ela
dias atrás. Eu não deveria ter ido por aquele caminho e agora estou
confundindo as coisas.
Bufei e balancei a cabeça, chateado comigo mesmo.
— Você está bem, Zyan?
— Hã, há… — limpei a garganta e cocei a nuca sem jeito. — Estou,
sim. Por quê?
— Nada. Só que você ficou me olhando estranho, fazendo careta e
mexendo a cabeça. Não respondeu a minha pergunta.
— Besteira, mas… me desculpe, qual pergunta mesmo?
— Sobre eu precisar fazer um regime. — Ela falou sem paciência e
apontou para seu corpo curvilíneo que eu estava reparando até demais.
— Claro que não, Quel. Você é linda assim, mas se sua saúde não
estiver boa, nós podemos começar a se exercitar juntos. — ofereci, animado
com a possibilidade de tê-la como companhia nos meus treinos.
— Eu e você na academia? — Ela perguntou pegando uma calça
folgada de moletom e a vestindo.
— Sim, o que tem de mais?
— Não sei se estou preparada para enfrentar uma academia cheia de
periguetes dando em cima de você. Provavelmente farei os exercícios,
sozinha, enquanto você fode alguma gostosa no banheiro. — Ela vestiu uma
blusa de alças finas e calçou uma sandália de dedo.
— Eu nunca faria isso, Quel. Você vem antes de qualquer uma. —
Levantei-me e fiquei na frente dela, segurando seus braços para olhar nos
meus olhos.
— Você sempre será a garota mais importante na minha vida. —
falei com firmeza, enfatizando algo que nunca escondi ou esconderia.
Raquel sempre foi e seria importante na minha vida. Não há uma
vida feliz sem ela na ao meu lado.
Nossos olhos estavam conectados e intensamente. Sorri e ela
retribuiu o sorriso, piscando algumas vezes. Ela era uma graça e suas sardas
eram seu charme.
Ela se desvencilhou e voltou a arrumar a roupa.
— Talvez eu passe a frequentar sua academia para definir meu
corpo e perder uns quilinhos. Lá tem muitos caras gato e gostoso, não é? —
eu ainda a analisava.
— Seria um ótimo inventivo. — bateu palmas e sorriu de lado.
— Lá vem você com isso. — Resmunguei — Já está pronta? — Ela
fez que sim com a cabeça. — Então vamos.
Peguei em sua mão e saímos do seu quarto. Ela já tinha pegado o
celular e prendido o cabelo em um rabo de cavalo despojado.
— Para onde vocês vão uma hora dessas? — tio Vitor nos perguntou
assim que chegamos à sala.
— Tomar um açaí no ponto do seu Pedro. — avisei, puxando Quel
para minha frente e a abraçando por trás.
Tio Vitor revirou os olhos e Raquel deu uma risadinha. Eu gostava
de provocá-lo ao ficar agarrando sua princesinha na sua frente. Ele era
ciumento e possessivo. Bem, comigo nem tanto, mas mal deixava os caras
se aproximarem da Quel.
— Traz para mim também. — tia Cintia pediu.
— Trago, sim, mãe. — disse Raquel, se afastando e se colocando ao
meu lado.
— Tchau! — Despedi-me deles, segurei a mão da minha melhor
amiga e saímos de casa.
Fomos andando até o ponto do açaí e logo estávamos acomodados
em uma das mesas a espera da nossa sobremesa gelada.
Conversamos e logo ela seguiu pelo caminho da sua mudança. Que
queria melhorar a aparência, mesmo eu assegurando que era linda e não
havia nada para mudar, que talvez fizesse alguns cursos, ou até faculdade.
Apenas a ouvi e ri de sua faladeira. No final do passeio, a levei de
volta para casa e segui para o meu apartamento. Ao me ver sozinho e no
meu refúgio, tomei banho, sequei e me deitei, fitando o teto.
Soltei um suspiro e mudei de posição, ficando de lado.
Fechei os olhos.
— Algo me diz que essa sua nova fase me dará muita dor de cabeça.
— resmunguei e busquei dormir.
E sim, eu não podia estar mais certo.
GANHANDO NOSSA CORRIDA
Raquel
Dias Depois…

Hoje é dia de campeonato de Motocross. A Radcsportes oferecia


Rapel, Escalada e Trilha. Mas a cada dois meses nós participávamos de um
campeonato de Motocross oferecido pela empresa de motos do meu pai.

Alguns de nossos clientes, que amavam ainda mais adrenalina,


sempre se inscreviam para participar dessas corridas e os dias antes do
evento eram bem movimentados aqui na empresa. Tinha até cliente nosso
que já deixava a vaga preenchida um mês antes do evento para não a perder.

Zyan e eu sempre participávamos do campeonato e eu até já ganhei


algumas de corridas nossas.

— Pronta para comer poeira hoje, Quel? — Zyan perguntou


entrando no meu quarto.

Tínhamos essa abertura de sempre estar no quarto um do outro.

— Você que vai comer poeira hoje, Zy. — Falei terminando de


fechar o macacão e pegando meu capacete.

— É bom ver que está confiante, pois, assim, será mais divertido ver
sua cara quando perder. — Zombou.

— Há, há, há, sou eu quem vai rir da sua, Zyanzinho. — Ele odeia
ser chamado assim.

Sorrio da cara feia que ele faz ao ouvir seu apelido.

Dei um soco em seu braço e saí do quarto com ele rindo enquanto
me seguia.
— Prontos, garotos? — meu pai perguntou assim que chegamos a
sala.

— Eu já nasci pronta, pai. — Joguei meu cabelo para o lado em


forma de deboche, o fazendo quase bater no rosto de Zyan que estava ao
meu lado, e meu pai e meu tio Ryan, pai de Zyan, deram risadas altas.

— Só você, princesa, só você. — Tio Ryan beijou minha cabeça.

— Ela que vai comer poeira hoje, mas deixem-na pensar que vai
ganhar. — disse Zyan, puxando meu cabelo de leve.

— Tio Ryan, eu acredito fielmente que hoje o senhor voltará para


casa sem filho. — Zyan me deu língua e nossos pais sorriram.

— Vocês parecem que continuam na pré-adolescência pela forma


que implicam um com o outro. — Tia Rana falou vindo me dá um beijo.

— Ele (ela) que começou. — Eu e Zyan falamos juntos.

— Vamos, crianças. — Minha mãe pegou na mão do meu pai e tia


Rana na do tio Ryan.

Zyan pegou na minha e saímos da minha casa. Eu subi na minha


moto e Zyan na dele. Meu pai e tio Ryan em suas motos com suas esposas
na garupa.

— Te vejo na pista, paçoquinha. — Zyan provocou e acelerou a


moto, fazendo o ronco de seu motor chegar aos meus ouvidos e me arrancar
risadas.

Liguei a minha e dei partida saindo logo atrás dele, apostando


corrida pelas ruas de Floripa. Era domingo e as ruas estavam calmas a
despeito do movimento de carros que acontece durante a semana.

Eu amava isso, amava sua amizade e nossos momentos de


cumplicidade. Amava sentir o vento bater em meu rosto ao andar de moto e
sentir a adrenalina que os esportes radicais que nós realizávamos nos
davam.
Eu e Zyan, éramos o complemento um do outro e seria assim para
sempre, independente do que nos acontecesse no futuro. Estaríamos sempre
juntos.

Alguns minutos depois já estávamos na pista de Motocross do meu


pai.

— E aí, Zyan, vai competir hoje? — perguntou Adam ao se


aproximar de nós.

— Oi, Adam! É claro que eu vou. Está preparado para comer muita
poeira?

— Acredito que é você quem vai comer poeira hoje, hein. —


Provocou.

— A Quel disse a mesma coisa. — disse Zyan fingindo tristeza.

— Vai competir, Quel? — Adam me perguntou com um lindo


sorriso em seus lábios cheios.

Ele era um homem muito bonito, alto, loiro, corpo musculoso, mas
nada muito exagerado. Seus olhos são verdes e ele tem uma boca linda, bem
desenhada e com lábios carnudos que dá vontade de beijar em quem olha
para ele.

Na verdade, todos os amigos de Zyan são lindos. E eu poderia ficar


com alguns deles se não fosse tão travada com relação a isso e nem nutrisse
a esperança de Zyan me notar como mulher e dizer ser apaixonado por
mim.

Bobo, eu sei.

— Vou, sim, Adam. E vou fazer o Zyan comer poeira.

— É isso aí, garota, manda ver e deixa esse moleque metido no


chinelo. — Tio Ryan diz me abraçando.

— Vamos parar de conversa e ir para a ação?


Zyan colocou o capacete, pegou a moto e a levou até o início da
pista de corrida. Fiz o mesmo. Nós já tínhamos passado pelo Box e
conferido nossas motos. Estava tudo certo e pronto para a corrida.

Parei ao lado dele e dos outros participantes na largada e montei na


moto.

— Te vejo na chegada, Zyan. — Gritei colocando o capacete e


sorrindo ao ligar a moto e fazer seu motor roncar alto.

— Boa sorte com isso, paçoquinha. — Gritou de volta.

Ele fechou a fivela do capacete e se posicionou a espera da largada.


Os minutos foram contados e no final a largada foi dada. Aceleramos
praticamente no mesmo tempo e eu saí pela pista de barro a todo gás
fazendo manobras e dando pulos ao passar pelas curvar e lombadas.

Mais a frente eu dei uma derrapada, porém, mantive o comando da


moto firme e não caí. Vi deixar os outros participantes para trás e vibrei
internamente por essa conquista.

Dei alguns pulos e rasteiras que faziam a poeira subir e continuei


acelerando. Eu sorria, meu corpo quente pela adrenalina e o coração
disparando de emoção.

Continuei acelerando mais e mais e logo vi Zyan quase me


ultrapassar. Empinei a moto pegando mais velocidade e o ultrapassei
passando por mais uma curva e vencendo a corrida.

Parei a moto no final da chegada e levantei os braços comemorando


a vitória. Eu estava suja de barro e poeira, mas não me importei e apenas
comemorei minha conquista.

— Eu sou demais, porra. — Vibrei descendo da moto e indo abraçar


meus pais e tios.

Joguei-me nos braços do meu pai que me abraçou apertado e me


rodou. Meu pai era um cara forte e muito bonito, assim como minha mãe.
Eles e meus tios Ryan e Rana são amigos de infância e começaram a
namorar ainda muito jovens. Eles estavam no colégio quando cada um fez
seu par e se casaram no mesmo dia.

Tia Rana já tinha o Zyan quando se casou com o tio Ryan, após
terminar o ensino médio, e minha mãe engravidou um mês depois que se
casou com meu pai.

Eles ainda são bem jovens e eu sou muito ciumenta com meu pai e
já briguei muito com minhas amigas por ficaram secando-o quando elas iam
lá na minha casa para fazermos os trabalhos da escola.

— Parabéns, princesa. — Eles me felicitaram.

— Realmente me fez comer poeira, hein, Quel. — Zyan veio até


mim e me abraçou apertado me girando no ar.

— Parabéns, paçoquinha. — Ele apertou meu nariz e beijou minha


testa.

— Eu disse que eu ia ganhar, Zyan. — Dei um soco em seu braço e


ele resmungou dizendo que foi forte demais.

— Essa é minha princesinha — Tio Ryan beijou minha testa e


apertou minhas bochechas.

Ele fazia isso direto e eu sempre me sentia de volta aos seis anos
quando tinha as bochechas bem redondas por ser gordinha.

Após comemorar minha vitória com nossos pais e amigos, nós


fomos almoçar em uma churrascaria próxima de onde nós estávamos.

Passamos um dia bem divertido e eu, que não sou besta nem nada,
zoei muito o Zyan.
SENTINDO CIÚMES?
Raquel
No Outro Dia…

Paro em frente ao grande espelho que há em meu quarto e analiso


todo meu corpo. Tirando minha barriga um pouco avantajada, até que ele
não é tão feio. Hoje eu resolvi começar minha mudança e ir à academia com
Zyan. Não é somente pelo meu corpo que eu estou indo, mas boa parte da
minha decisão tem a ver com a minha saúde.

Eu não estava feliz com minha aparência, então procurei um


nutricionista para emagrecer de forma saudável, para que nada com relação
a minha mudança de hábito afetasse minha saúde física, e um psicólogo
para lidar melhor com minha mudança. Às vezes a mente pode ser o seu
maior obstáculo quando o assunto é mudança e eu não quero que isso
aconteça comigo.

Na minha ida ao nutricionista eu me senti bem com suas orientações


que ele passou para mim e fiz todos os exames que ele me solicitou. Seu
diagnóstico com relação ao meu corpo foi bom, pois ele não me fez se
sentir horrível e foi muito gentil ao me fazer entender o que eu preciso
mudar.

Eu só estou 15 quilos acima do meu peso ideal.

Descobri isso com a soma da minha altura multiplicada pelo meu


peso. O nutricionista chamou de cálculo de IMC. Que é o índice de massa
corpórea. Ele é quem diz o quanto de gordura você precisa perder para que
seu corpo corresponda à altura que cada pessoa possui.

O doutor Vinícius também me falou meu tipo corporal, por


existirem três tipos de corpos: Ectomorfo, Endomorfo e o Mesomorfo. O
meu tipo é o Mesomorfo:
As pessoas que apresentam um padrão de corpo mesomorfo tem
uma estrutura óssea grande, músculos mais fortes, naturalmente um tipo
físico de atleta.

Os mesomorfos apresentam um tipo físico que se encaixa melhor


em atividades como o fisiculturismo e muitas outras. Para pessoas com esse
tipo de corpo é muito fácil ganhar e perder peso. São naturalmente fortes, e
isso ajuda muito na construção de músculos.

As características físicas típicas de pessoas com corpos mesomorfos


são: tipo físico atlético, corpo forte, músculos definidos, padronagem de
corpo de forma retangular, facilidade para ganhar músculos e também
ganham gordura com certa facilidade.

Nos exames que fiz, mostrou-se que os níveis de colesterol ruim e


triglicerídeos estavam altos, então ele me passou algumas dietas mais
restritivas com relação a gorduras, massas e acrescentou muitas verduras,
frutas e fibras. O doutor Vinicius é um encanto de pessoa e dono de um
sorriso muito lindo e matador. Ele é um dos amigos de Zyan e me
convenceu a ir malhar na academia com eles. Que é justo o lugar para onde
eu estou indo hoje.

Confiro minha roupa e prendo o cabelo em um rabo de cavalo no


alto da cabeça e pego minha bolsa e minha garrafinha de água. Já vou
vestida com a roupa de malhar e lá tomarei banho e me trocarei para ir
trabalhar.

Zyan disse como não tínhamos muitos compromissos para hoje eu


só precisaria ir à tarde já que ele só trabalhará nesse período.

Estamos vendo um salto de paraquedas para a próxima semana. Na


verdade, ele que nos me dar isso de presente. Faremos aniversário na
próxima semana e iremos trocar a festa pelo salto de paraquedas. É muito
mais emocionante e eu estou muito ansiosa.

Completamos anos no mesmo mês com diferença de 7 dias do meu


aniversário para o dele. Então, nós sempre fazemos nossa comemoração
juntos.
— Raquel, o Zyan já chegou e está te esperando no carro. — minha
mãe avisa, do corredor do meu quarto.

Ele vai me dar uma carona e depois vamos juntos para a empresa.
Zyan mora próximo da minha casa, com alguns quarteirões de distância
daqui para o seu apartamento. Então eu estou sempre indo e vindo com ele
da empresa.

— Já estou descendo, mãe.

— Certo. Vou avisar a ele.

Ouço seus passos ao se afastar e confiro a minha roupa. Estou


usando uma calça legging e um blusão com mangas porque não gosto de
mostrar meu corpo e, por ser gordinha, eu tenho minha região íntima bem
avantajada e não seria nada agradável chamar a atenção para essa parte do
meu corpo. Passo manteiga de cacau nos lábios para não ficar com eles
ressecados e saio do meu quarto fechando a porta atrás de mim.

— Mãe, pai, eu já vou. Até a noite. — falo para eles que estão na
cozinha preparando o almoço.

Meu pai sempre gostou de cozinhar e a maioria das nossas refeições


é ele quem faz, minha mãe só o auxilia. E também sei que ela tem um
fetiche em vê-lo cozinhar, pois a mesma já me disse isso várias vezes, eu
também já os peguei em cenas nada apropriadas para uma pessoa inocente
como eu.

Eca.Balanço a cabeça para espantar os pensamentos.

— Até, minha princesa. Cuide-se. — eles me lançam beijos no ar e


eu retribuo.

Abro a porta e saio de casa vendo Zyan em seu carro mexendo no


celular.

Deve estar conversando com algumas de suas quengas.

Arrr.
— Oieee.

— Oi! Paçoquinha. — ele me dá um lindo sorriso e tenho que me


controlar para não suspirar e babar em cima dela. — Até que não demorou
dessa vez.

— Eu nem demoro. — reclamo entrando no carro. — Sou uma


pessoa bem prática.

— Sim, sei. — ele liga o carro e o coloca em movimento.

Revirei meus olhos, me acomodei no banco do carona e pus o cinto


de segurança.

— Pronta para o primeiro dia de malhação? — ele pergunta


enquanto observa ao redor para passar pelo portão da casa dos meus pais.

— Muito. — falei empolgada, só que não. — Estou louca para ver o


que tanto tem de interessante em uma academia que você não sai de lá.

— Se me provocar, eu vou colocar os exercícios bem pesados para


você.

— Você não pode! Eu sou iniciante e é minha primeira vez. Você


tem que pegar leve comigo e ir com carinho na hora de me introduzir nas
rotinas de exercícios.

Ele arregalou os olhos depois que terminei de falar e só então


percebi como saiu com duplo sentido a minha frase.

— Quer carinho na introdução, Quel? — perguntou com um


sorrisinho cafajeste dançado em seus lábios grossos.

Por que ele tinha que ser tão lindo?

— Você sempre pega tudo e leva para seu lado pervertido.

— Você que começou a falar de primeira vez e introduzir na mesma


frase.
— O doutor Vinícius vai estar lá. — mudo de assunto.

— Vejo que se deu bem com ele.

— Sim, ele é bem simpático e muito bonito. Quem sabe eu não


fique com ele e tire meu atraso de beijos.

Eu só fiquei com dois meninos até hoje e preciso de alguém para


ganhar prática na minha vida sexual.

— Você está muito focada em beijos e sexo, Quel. — seu tom muda
e demonstra que ele está bravo. — A vida é bem mais que isso.

— Eu sei e já vivi muita coisa, além disso, mas agora eu quero


beijos, pegada forte e muito sexo.

— Pretende perder a virgindade com ele? — ele me olha e algo


diferente passa por seus olhos.

— Não sei. — dou de ombros. — Se tivermos química e eu sentir


desejo, quem sabe.

— A primeira vez de uma mulher tem que ser especial, Quel, e eu


não quero que a sua seja com alguém que não a trate como merece.

— Eu já esperei essa pessoa especial e ela nunca chegou, Zy. Agora


quero só curtir mesmo. É só sexo.

— Nunca será só sexo para você, Quel, nós dois sabemos bem disso.

Sim, eu sabia.

E a pessoa para quem eu queria me entregar pela primeira vez era


para ele. A pessoa com quem eu queria ter uma noite especial era meu
melhor amigo, mas isso nunca seria possível e eu tinha que aceitar isso.

— As pessoas mudam, Zyan. Eu quero que seja só sexo e vou ficar


bem se isso acontecer. Não se preocupe que assim que acontecer você
saberá.
Sorri para ele, mas ele não me sorriu de volta e apenas acenou com a
cabeça. Seguimos o caminho em silêncio até a academia que ele
frequentava.

Algo me dizia que esse seria um dia atípico na nossa relação, eu só


não sabia que seria tanto e que me revelaria tantas coisas a respeito da nossa
amizade.
SÓ VOCÊ PODE?
Raquel

Assim que Zyan parou o carro no estacionamento da academia, eu


abri a porta e saí. O clima entre nós havia ficado entranho depois da nossa
conversa sobre eu perder a virgindade com o Vinicius, mas tentei não me
abater com isso.

Nossa amizade é mais forte que qualquer briguinha boba.

Ele pegou minha mão, ao sair do carro e apertar o alarme, e colocou


minha bolsa junta com a dele em seu ombro.

— Parecemos um casal andando assim. — comento em tom de


brincadeira, mas Zyan não acha graça.

— Te incomoda ser vista de mãos dadas comigo?

Por que ele estava tão bravo?

O que falei para ele ficar tão arredio assim comigo?

— Claro que não, Zyan, só que pode espantar alguma de suas


conquistas aqui da academia se você entrar comigo parecendo sermos
namorados.

— Não me importo com a opinião dos outros. Gosto de estar com


você e de pegar na sua mão… — ele sorriu para mim e depois tocou meu
rosto. — Tocar em você e dizer o quanto te acho linda.

— Está tudo bem com você, Zyan?

— Claro! Por que não estaria?

Fiquei analisando seu rosto em busca de algo, contudo, não achei


nada diferente.
— Nada. Só… Deixa para lá. — disse e seguimos caminhado.

Entramos na academia e ele me apresentou a recepcionista que fez


meu cadastro. Anderson, amigo de Zyan, e, o dono da academia, logo se
juntou a nós e me deu as boas-vindas.

Todos me tratavam superbem e eu sabia que era por eu ser melhor


amiga do Zyan, pois eu não era uma pessoa muito social e não conseguia
fazer amigos tão rápido como deveria.

Ele nos encaminhou para os aparelhos de musculação e me explicou


como cada um funcionava. Tinha um personal trainer que ficaria à minha
disposição e ele também foi muito simpático ao falar comigo e me explicar
qual seria minha rotina de exercício.

Denis era um cara muito bonito e bem forte. Ele parecia um


daqueles homens que fazem fisiculturismo. Seus braços eram cheios de
tatuagens e havia piercing na sua orelha.

Perguntei-me se não poderia haver outros em partes mais


interessantes de seu corpo esculpido em músculos, mas contive minha
curiosidade.

— Vamos começar com uma corrida leve na esteira para aquecer e


depois passamos para bicicleta. Na sua próxima vinda aqui, nós a
iniciaremos na musculação — Denis fala gentilmente e com um lindo
sorriso em seus lábios finos.

Ele era um homem lindo, alto e com olhos cor de mel, seria um
avatar incrível para os livros de romance que leio onde os protagonistas são
lutadores.

Eu era uma admiradora assídua de homens bonitos.

— Ok. Agora é oficial. — Fiz biquinho. — Vamos malhar.

— Você vai se sair bem, Quel. — Zyan me abraçou por trás. — Vá


para sua esteira que vou para meu supino.
Sorri e fui com Denis até a área das esteiras. Corri nelas durante 30
minutos, pois estava começando e não tinha resistência suficiente para ir,
além disso. Depois descansei por 10 minutos e fui para a bicicleta
ergométrica.

Assim que me sentei na bicicleta, olhei para o Zyan que agora


trabalhava os membros superiores com halteres.

Ele era um espetáculo malhando, com seus braços fortes flexionados


e o suor escorrendo por todo seu corpo.

Sorri para ele quando nossos olhos se cruzaram, mas uma garota
com o corpo perfeito se aproximou dele. Fiquei tensa com ela alisando-o e
comecei a acelerar nas pedaladas até ficar quase sem fôlego.

O modo como ele sorria para a menina que o tocava de forma bem
explicita e sem vergonha alguma, me deixou com muita raiva e Denis
precisou parar a bicicleta para que eu não me machucasse.

— Você é iniciante Raquel, não pode pedalar assim ou seu joelho


pode sofrer alguma lesão.

— Me desculpa, Denis, eu me distraí e não reparei que estava


colocando força demais nas pedaladas.

— Tudo bem. Acho que por hoje já estamos bons de treino, amanhã
iniciaremos a musculação com abdominais, pernas e braços. Colocarei
exercícios leves só para que você sinta como é a pegada dos treinos e pegue
o jeito da prática de cada série.

— Tudo bem. — falei focando no que ele falava e tentando esquecer


a vadia que tocava Zyan despretensiosamente. — Então, até amanhã, Denis.

— Até amanhã, Raquel. — Ele me deu um beijo na bochecha e


fiquei sem graça com sua atitude. Ele percebeu e me olhou sem graça.

— Desculpe. Eu não quis ser invasivo.


— Tudo bem, é que eu não estou acostumada com muita atenção e
homens me beijando assim do nada. — Tenho certeza de que eu estava
vermelha ao falar isso.

— Não entendo como isso não acontece direto com você, Raquel. É
uma mulher muito bonita. — Ele sorriu de lado e tenho certeza de que
minhas bochechas coraram ainda mais.

— Ah… Obrigada! — sorri e enxuguei um pouco de suor que


escorreu do meu pescoço até o alto dos meus seios e não pude deixar de
notar que ele acompanhou meu movimento.

— Raquel? Que bom que veio começar os treinos! — Vinicius


chegou por trás de mim e tomou minha atenção para ele.

— Oi, Vinicius, sim, vim com o Zyan realizar minha matrícula e


comecei hoje mesmo nos exercícios. Foi apenas uma corrida na esteira e
algumas pedaladas na bicicleta, mas que me deixaram bem cansada.

Ele colocou a mão na minha cintura e me deu beijo no rosto. Era


estranho para mim, ter homens me tocando e me beijando do nada, mas isso
se deve pela falta de costume com outros homens além de Zyan.

— Suponho que Denis seja seu personal?

Ele perguntou a mim, mas seus olhos estavam em Denis.

— Sim, eu sou o personal dela e já estou preparando as séries de


exercícios que ela fará.

— Espero que não sejam muito pesadas. Sou iniciante nessa coisa
de trabalhar o corpo e não quero ter que sair correndo daqui. — brinquei e
os dois gargalharam.

— Seu corpo será bem trabalhado por nós, não se preocupe, Raquel.
A deixaremos com a respiração ofegante e as pernas bambas todos os dias
se quiser.
Eu estava sorrindo, mas meu sorriso morreu assim que suas palavras
se fixaram na minha mente e eu entendi o duplo sentido delas. Pensei em
falar algo, mas Zyan chegou com cara de poucos amigos e nos interrompeu.

— Creio que se a série já terminou, nós podemos ir embora, não é,


Quel?

— Não vai se pegar com a sua conquista do dia no banheiro da


academia? — era para ser uma brincadeira, mas minha voz saiu seca e rude
sem que eu pudesse evitar.

Eu estava com raiva e não consegui disfarçar.

— Não, se bem me lembro, nós temos trabalho a fazer na empresa,


não é? — retrucou sarcástico.

Respirei fundo e olhei para Vinicius e Denis.

— Preciso ir, meninos. Nós nos vemos amanhã.

— Beleza. Bom te ver também, Zyan.

— E aí, Vini? — Ele tocou na mão do amigo, se despediram e


Vinicius foi embora com Denis.

— Como foi seu primeiro dia? — ele perguntou enquanto


caminhávamos para o vestiário.

— Até que foi tranquilo. Denis é um ótimo personal e pegou leve


comigo hoje.

— Não poderia diferir, é seu primeiro dia.

— Verdade. Acho que em todas as minhas primeiras vezes pegarão


leve comigo. — Sorri de lado e seu semblante mudou.

— Você quer que te peguem de leve, Quel? — Zyan me encostou na


parede e ficou com o rosto bem próximo ao meu. — Quer que sejam
carinhosos ao trabalhar seu corpo e te deixar ofegante e com as pernas
bambas?
— Estava ouvindo nossa conversa? — perguntei, incrédula.

— Vocês não estavam falando baixo e eu conheço aqueles dois


muito bem para saber que a conversa deles são sempre de duplo sentido. —
resmungou, chateado.

— Eles são iguais a você e é por isso que são amigos. Três putos
que só pensam em entrar nas calças da primeira mulher que vêm na sua
frente.

— Sim, sou um puto e amo sexo, mas você não é assim e é por isso
que me preocupo.

— Mas não precisa! Sei me cuidar sozinha e se eu quiser que eles


deixem as minhas pernas bambas após me darem um belo orgasmo, você
não tem nada a ver com isso. sou de maior e posso fazer o que bem
entender da minha vida.

Ele ficou em silêncio. Soltei um suspiro e não o olhei quando as


próximas palavras saíram da minha boca.

— Não quero me apaixonar, Zyan, eu sei que isso não é para mim,
ou talvez só não queria me machucar. Contudo, quero saber como é ter
prazer no sexo. Quero saber como é ser devorada com beijos quentes e
molhados, eu quero descobrir como é se sentir desejada. Quero sentir todas
as sensações que vivencio nos livros que leio. Será que é tão errado assim
eu querer isso?

Zyan tocou no meu braço, mas estava magoada com ele e não queria
olhar em seu rosto. Sabia que choraria ao encontrar pena em sua expressão.
Afastei-me dele e entrei no banheiro para tomar banho e irmos trabalhar.

Estava com raiva e magoada. Zyan tinha me magoado e suas


desculpas não seriam aceitas agora. Era incrível como ele podia fazer tudo,
mas quando se tratava de mim, ele fazia eu me sentir uma menina ingênua
que deveria ser protegida do mundo.

Uma boba que não podia dar um passo que logo cairia e precisaria
de seus braços para erguê-la. Talvez o fato de eu ser tão insegura e tímida
tenha mais a ver com ele e sua super proteção do que de fato comigo.

Eu gostava dele (o amava, na verdade), mas Zyan não sentia o


mesmo que eu. Ficar empatando que eu tenha alguém só me deixava com
raiva, frustrada e aflorava meu espírito de rebeldia. Eu já não consigo me
conectar com alguém como consigo com ele e isso já me fez perder muito
tempo.

Quero viver e descobrir os prazeres da vida e se ele não entende isso


só lamento, mas não deixarei de me descobrir e me tornar quem quero ser
por causa dele. Zyan terá que lidar com essa minha nova versão.
CONFUSO
Zyan

Encostei-me na parede do corredor que dava para o banheiro da


academia e puxei uma respiração profunda enquanto passava as mãos pelo
rosto. Eu estava confuso para caralho e meus sentimentos pela Raquel
estavam uma verdadeira bagunça. Sempre a vi como amiga, tenho por ela
um sentimento fraternal, mas, de alguns meses para cá, algo entre nós tem
mudado.

Ela tem mudado.

Hoje, quando a vi conversando bem animada com Denis e Vinicius,


eu senti ciúmes, sim, fora ciúmes o que senti e tenho certeza disso. Antes
sua atenção era só minha e agora com essa sua repentina mudança sinto que
ela pode se afastar de mim ao conhecer novas pessoas. Que pode me trocar
por outro homem ao se apaixonar por ele.

Não quero que nenhum imbecil a iludindo ou machucando seu lindo


e puro coração. Quel é luz, é meiga e gentil. Linda por dentro e por fora e
merece o melhor dos homens ao seu lado. Merece que quem tiver seu
coração a ame e a trate como merece: como uma rainha.

— Não sabia que está pegando a Raquel. — a voz do Vinicius me


tira de meus questionamentos e me faz focar no presente.

— Eu não tenho nada com a Quel, além da amizade, claro.

— Aquela cena de ciúmes que demonstrou enquanto eu e Denis


conversávamos com ela não mostrou isso.

— Eu só não quero que ela se envolva com caras galinhas como


vocês.
— Ela não é tão inocente como parece, Zyan. — ele revirou os
olhos.

— Ela não é mulher de apenas uma noite, Vinicius. Raquel é meiga


e sonhadora, quer um romance e alguém que lhe dê flores e chocolates e
nem você, Denis ou qualquer um daqui é disso.

— Nem você e ela não o larga por nada. E sobre não querer só sexo,
acho que se engana Zyan. Raquel tem fogo nos olhos e só precisa do cara
certo para fazê-la soltá-lo e sair pegando geral por aí.

— E você quer ser essa pessoa? — Eu estava a ponto de dar um


soco na cara dele. — Você é o médico dela, não podem se envolver!

— No consultório não, mas fora dele… Aí é outra história. — ele


deu de ombros. — E sobre ser essa pessoa a fazê-la se soltar, sim, eu quero
ser. E não sou só eu, eu vi os olhares que Denis estava dando a ela durante
os exercícios. Não só ele, Adam também estava malhando e não tirava os
olhos dela.

— Vocês são uns putos. Antes nem a olham, agora todos querem
levá-la para cama. — reclamei raivoso.

Não quero que eles dando em cima dela.

Eles não a merecem!

— E quem disse que não reparávamos nela? Você já viu a amiga


gostosa que tem, Zyan? O corpo dela? Aqueles lábios carnudos? Aquela
bunda que nos dá vontade de apertar e dá algumas tapas enquanto a
fodemos?

— Acho melhor calar a porra da boca antes que eu o faça calar! —


apertei os punhos.

— Você já reparou! Reparou e é por isso que está assim tão puto.
Mas acho bom se conformar, pois agora que ela começou a cuidar mais do
corpo e quer dar um Up no visual, vão chover, homens… como nós… —
ele apontou entre mim e ele. — querendo levá-la para cama.
— Raquel é uma menina sensata e não vai se deixar seduzir por
caras mulherengos e galinhas como nós.

— Bom, se você quer acreditar nisso, o problema é seu, mas depois


não diga que eu não te avisei.

Ele seguiu para o banheiro masculino e me deixou sozinho com suas


palavras rondando minha mente.

Ele tinha razão. Quel estava se tornando uma mulher linda com
aquelas curvas que enlouqueciam quem as viam. Ela era um mulherão e
todos os homens que já a desejavam irão cair em cima dela depois que ela
mudar e ficar ainda mais linda.

Eu teria que me esforçar para não cair na tentação também, pois eu


já a tinha visto só de lingerie várias vezes e sabia muito bem o que ela
escondia debaixo daquelas roupas.

Depois que a vi só de calcinha e sutiã naquele dia, a sua imagem não


saía da minha mente. Aqueles peitos fartos, a bunda grande que com certeza
deve ser macia, as coxas grossas que deve ser maravilhoso ao redor da
minha cintura enquanto me enterro naquela bocetinha carnuda e virgem.

— Porra! — praguejei dando um soco de leve parede.

Eu não devo olhá-la dessa forma. Eu não devo focar no seu corpo
gostoso e sim na nossa amizade. Eu…

— Vamos, Zyan. — a voz da mulher que tem tornado meus dias


uma tortura chega aos meus ouvidos junto à fragrância gostosa de seu
sabonete.

Ou seria seu xampu de rosas?

Era difícil escolher, ambos os cheiros eram maravilhosos e me


davam uma vontade louca de cheirá-la inteira e degustar toda sua pele para
ter a certeza de qual fragrância eu gostava mais.
— Eu ainda não tomei banho. — falei para que meus pensamentos
fossem para outro lugar que não o seu corpo gostoso e cheiroso.

Ela havia lavado o cabelo e ele estava solto. Sua roupa era mais
colada ao seu corpo e destacava cada curva sua. Não lembro quando ela
renovou o guarda-roupa, mas com certeza essas não eram as roupas que ela
usava antes.

Sua saia era curta e justa e ia só até o meio de suas coxas, sua blusa
era de seda com uma leve transparência que desenhava perfeitamente seu
sutiã de renda na cor preta. Sua blusa era de botões e com manga longa,
mas colada ao seu busto e os três primeiros botões estava aberto formando
um decote discreto e deixando o alto dos seus seios fartos a mostra.

Ela estava um verdadeiro pecado.

— Zyan? Será que dá para parar de olhar para os meus peitos e ir


tomar logo o seu banho? Temos uma reunião agora à tarde e não podemos
nos atrasar.

— Sim, claro. — ela me tirou do transe de inspecionar seu corpo. —


E eu não acho que essa roupa seja apropriada.

É definitivamente eu estava me comportando como um imbecil.

— Por que não? — ela olhou para a própria roupa. — Eu estou me


achando linda nela. O que é raro. E pela forma que você me olhou também
gostou.

— É claro que eu vou sempre gostar da forma que está vestida,


Quel, você é linda e a roupa é apenas um detalhe. — Fui sincero.

Ela era realmente linda!

O que me deixava chateado, pois ela não se via assim.

— Mas me preocupo de que alguns homens se sintam no direito de


te desrespeitar de alguma forma pela roupa que está vestindo.
— Não se preocupe com isso, Zyan. Se algum engraçadinho mexer
comigo, você quebra a cara dele. — ela sorriu lindamente e meu coração
acelerou.

Tive vontade de beijá-la e provar de sua boca carnuda, como disse


Vinicius.

— Sim, eu quebro. Vou tomar banho agora. — me aproximei e fiz o


que queria desde o momento que ela saiu do banheiro e veio até mim. —
Está muito cheirosa. E eu terei que me esforçar para não passar o dia
agarrado a você sentindo o seu cheiro.

Ela se arrepiou e deu um longo suspiro. Eu a afetava também. Nossa


amizade estava indo para outro lado e nós dois estávamos nos dando conta
disso.

Afastei-me dela sorrindo e vi seu rosto corado. Ela endireitou


postura, me olhou nos olhos e sorriu de lado.

— Essa era a intenção. Não que você me cheirasse, claro, e sim, que
minhas possíveis fodas sentissem o desejo de me agarrar devido ao meu
perfume.

Fechei a cara e ela aumentou o sorriso. Raquel queria me provocar e


sentia que ela ainda me causaria um infarto com essa sua nova versão. E eu
era muito novo para morrer.

— Vou tomar banho, me espere no carro.

Entreguei as chaves a ela e me virei entrando no banheiro.

O dia hoje não seria fácil.


PROVOCAÇÃO
Raquel

Assim que Zyan entrou no banheiro da academia para tomar banho,


eu saí de lá e caminhei até seu carro. No caminho ainda pude ver Adam que
estava malhando e Denis que estava passando as instruções de uma série de
abdominais para uma aluna.

Confesso que a atitude do Zyan mexeu comigo e não foi de um jeito


bom. Ele sai por aí pegando geral, não para com uma mulher sequer. Dorme
quase todos os dias com mulheres diferentes e fica reclamando porque dei
atenção aos seus amigos? Pois que se foda ele.

Decidi que deixarei de lado o que sinto por ele e viver a minha vida.
Estou gostando muito dessa minha nova versão e trabalhando a minha
mente para eu me aceitar e me achar bonita. Estou seguindo a dieta que
Vinicius me passou e até que gostei do meu primeiro dia de exercícios.

Já marquei o cabeleireiro para hoje após encerrar meu expediente e


minha dentista tirará o aparelho daqui a dois dias. Já faz dez anos que uso
aparelho e já está mais do que na hora de eu me livrar dele.

Com relação aos óculos, não tirarei, só passarei a usar lente quando
for a alguma festa e escolhi uma armação mais estilosa que combine com
meu rosto.

Assim que chego ao estacionamento desligo o alarme do carro e o


destravo. Entro, me sento no banco do carona e fico mexendo no celular até
que Zyan chegue e nos leve para a empresa. Distrai-me lendo um novo livro
que baixei no meu Kindle e não notei a presença de Zy ao meu lado.

— Lendo putaria?

— Que susto, Zyan. — Reclamei com a mão no coração e o


sentindo acelerado. — Quase me mata.
Ele sorri e dá a volta entrando no carro.

— Isso porque você estava entretida nesses seus livros safados.


Aposto que é uma cena de pegação bem quente pela forma como você
mordia os lábios.

Ele fala enquanto coloca o cinto de segurança.

— Era uma cena boba. — Desconverso, mas aposto que meu rosto
está vermelho como um tomate maduro.

— Então deixa eu ver. — diz já pegando meu celular das minhas


mãos.

— Me dá isso, Zy. Darei na sua cara por ser tão invasivo.

Reclamo, mas ele não liga e começa a ler a cena em voz alta.
— 'Pode me mostrar o que é capaz hoje! Está disposto, senhor
Christopher?' Puxo a palavra senhor na língua e mordo o lóbulo de sua
orelha, fazendo-o ofegar e segurar meu braço me puxando para si.
Eu queria só provocá-lo, confesso, mas a forma como agarrou
minha cintura e tomou minha boca me fez se desmanchar em seus braços.
Eu o desejava e não tinha como negar.
A máscara só cobria meus olhos, deixando minha boca livre para
ser devorada pela sua. Gemi em sua boca e circulei meus braços em seu
pescoço, aprofundando o beijo. Ele segurou minha bunda e a apertou me
colando a ele e fazendo-me sentir sua ereção.
Eu sabia que ele era bem-dotado e meu centro se contraiu com a
lembrança dele dentro de mim.

Ele lê o livro com sua voz grossa e de forma sussurrada, me fazendo


quase gemer ao visualizar a cena sendo protagonizada por nós dois.

— Qual é o nome do livro? — ele pergunta, mas não espera que eu


responda e toca na aba que contém o nome do livro.

— Cedendo ao prazer! Bem sugestivo, Quel. Quer ceder ao prazer


dessa forma? — pergunta se inclinando sobre mim e colocando uma mão na
minha coxa.
Acho que estou tendo um ataque de tão acelerado que meu coração
está.

Ele sorri de lado e seus olhos demonstram desejo. Ou talvez seja o


que quero que eles demonstrem.

— Quer ser tomada assim e devorada por um cara que vai foder seus
miolos enquanto você se agarra a ele e grita seu nome? — minha respiração
estava ofegante e meu centro pulsava forte.

Sim, eu queria!

Queria que ele fizesse isso, que reproduzisse essa cena com todos os
detalhes e até mais coisas.

Que ele me devorasse, me chupasse e fodesse como o protagonista


fodia a mulher que amava.

Eu só queria que ele subisse a mão que está na minha coxa e tocasse
minha boceta que pulsa e dói querendo seus dedos nela.

Que me fizesse gozar na sua boca e me fizesse sua aqui mesmo.

— Sim, eu quero isso. Quem sabe o Denis ou o Vinicius não se


habilitam a reproduzir essa cena comigo?

Trato de limpar a minha mente e fingir que não sou afetada por ele.

— Eles são uns putos e você não deveria se envolver com eles. —
Sua feição mudou completamente.

Agora ele está bravo e seus dedos apertam o volante com força.

— São seus amigos, Zy, não sei por que fala assim deles. — o
recriminei.

Os meninos são uns amores e me tratam muito bem. Adam só falta


me pôr no colo e impedir que suje os pés ao pisar no chão. Todos os amigos
de Zyan me tratam como uma princesa delicada, o que me dá raiva às
vezes, e não merecem que ele os xingue ou os acuse de serem sem caráter.
— E é por serem meus amigos que digo isso. Não quero que te
iludam e machuquem seu coração, Quel.

— Eles jamais fariam isso e outra, eu não vou me apaixonar.


— afirmei, e... porque eu já te amo. Completei na minha mente.

— Eu só quero sexo e você já está começando a me irritar com esse


seu ciúme bobo de amigo. Eu não empato as fodas, e olha que você sempre
ficou com meninas que eram amigas minhas, então não empate as minhas.

— Tudo bem, eu não vou mais me meter na sua vida amorosa.


Somos apenas amigos e você também precisa curtir, namorar e ficar com os
caras por aí, inclusive os meninos. — Quis rir da careta que ele fez, mas me
contive. — Só toma cuidado para não sofrer. Para não se machucar.

— Obrigada por me entender. E eu não se preocupe que ser sua


amiga me deixou vacinada contra os caras maus. — ele estreitou os olhos
na minha direção.

Uma risada me escapou.

— Agora vamos para a empresa que já está quase na hora da


reunião.

Zyan ainda me olhou por alguns minutos, mas logo tratou de ligar e
o carro e o colocar em movimento. Minutos depois, nós já estávamos na
empresa.
◆ ◆ ◆

Zyan

Preciso muito de uma foda. Essa é a primeira coisa que penso depois
que termino a reunião.

Não foi fácil me controlar e não quebrar a cara de todos os homens


que participaram da reunião dessa tarde.
A forma como eles devoravam a Raquel com os olhos estava me
deixando muito incomodado. É notável como ela está radiante com sua
nova mudança, parece outra pessoa até.

Quel agora sorrir mais e se porta como uma mulher decidida e dona
de si. Ela está linda e sua áurea de mulher fatal, que sabe o que quer, está
fazendo todos babarem ao seu redor.

Cristiano e Caio, meus sócios, só faltavam pular em cima dela todas


às vezes que ela passava por eles ou explicava algo na reunião.

Raquel é inteligente, graciosa e sua conduta em conduzir reuniões


sempre me encantou. Foi por isso que não pensei duas vezes antes de
chamá-la para ser minha assistente pessoal quando eu assumi a empresa de
esportes radicais da minha família.

Agora que tudo já foi resolvido e a reunião finalizada, eu preciso me


distrair e foder alguma gostosa para me livrar de toda essa tensão que está
em meu corpo.

— Vamos? — ela me chama entrando na minha sala.

— Sim, tudo o que eu mais quero é um banho e relaxar a noite toda.

— Vai chamar uma de suas fodas casuais para te ajudar a relaxar?


— não perdi o deboche em sua voz suave e doce.

— Acho que sim. Estou precisando de uma boa noite de sexo para
me livrar da tensão do dia. — estalei o pescoço e estiquei os braços, me
alongando um pouco.

— Entendo. — Ela mordeu os lábios, mania que fazia sempre que


estava entediada, receosa ou com raiva, e desviou o rosto.

— Você pode me deixar no salão da Andressa antes de ir para o seu


apartamento? Tenho hora marcada com ela hoje e como você sabe, eu não
vim de carro.
— Claro, deixo sim. — Pego minhas chaves e o celular e caminho
até ela. — Vai cortar o cabelo?

— Sim. E quem sabe eu mude a cor dele também. Estou querendo


dar um up no visual.

— Vai ficar ainda mais linda. — Falei sorrindo.

Saímos da minha sala e entramos no elevador. Assim que as portas


se fecharam, seu cheiro me inebriou e uma vontade súbita de prensá-la
naquelas paredes de metais me dominou.

— No sábado é o aniversário do Adam e ele marcou de


comemorarmos em uma balada. Quer ir?

— Não vou incomodar? — nossos olhos se conectaram e notei


insegurança neles

— Claro que não, Quel. Ficarei feliz se for comigo. — A abracei


por trás e beijei seu rosto. Ela soltou uma risadinha que aqueceu meu
coração.

Eu só queria vê-la sorrir. Amava seus sorrisos, isso me deixava


feliz.

— Tudo bem, eu vou. — Ela se virou, ficando de frente e me


abraçou, descansando a cabeça em meu peito, que bateu mais rápido por tê-
la colada a mim.

Eu gostava muito de toque. Essa era minha linguagem do amor. E,


tocar Raquel era tudo para mim.

Ficamos abraçados até o elevador chegar ao térreo e seguirmos de


mãos dadas em direção ao meu carro. Entramos nele, colocamos o cinto e
minutos depois, eu estava parando meu carro em frente ao salão da
Andressa, amiga de Raquel, e a deixando lá para ela dar continuidade a sua
mudança de visual.
Ainda parado em frente ao salão e a vendo sorrir enquanto abraçava
a amiga, eu liguei para Fernanda e a convidei para uma foda no meu
apartamento. Minha noite foi regada a muito sexo e orgasmos, mas algo em
mim não se satisfez com isso.

Foder mulheres aleatórias já não me fazia feliz como antes.


ELA COM OUTRO?
Raquel
Sábado…

Hoje é o aniversário do Adam e o comemoraremos em uma balada.


Marquei de ir de táxi, pois planejo beber. Zyan até se ofereceu para vir me
buscar, mas não achei necessário ele se deslocar do seu apartamento até
aqui se posso muito bem ir de táxi e encontrá-lo lá com os outros.

Certifiquei-me logo de quem iria estar, pois não quero ter que passar
a noite toda ao lado de alguém que eu não gosto ou que me trata mal. Mas
quem estará são os amigos de Zyan apenas, Denis, Caio, Cristiano, Vinicius
e Adam.

Digo amigos dele, porque não sou de conviver muito com os


meninos para considerá-los meus amigos também. Apesar de que, nessa
última semana, eu tenha me aproximado mais deles, na verdade, eles que
têm se aproximado de mim.

Para hoje, escolhi um vestido tubinho preto, com a saia é mais


rodada e justo no busto. Ele vai até meio das coxas e o tecido tem certa
transparência. A manga é longa e me permite esconder as gorduras dos
braços.

Escolhi uma sandália preta de salto bloco.

Deixei meus cabelos soltos e passei uma maquiagem leve.

— Você está linda, filha. — meu pai vem até mim e me dá um beijo
na testa.

Acabei descer do meu quarto e me sentei no sofá para esperar o táxi.

— Obrigada, pai. — sorri-lhe.


— Está de olho em algum amigo do Zyan para estar tão linda assim?
— ele pergunta sorrindo.

— Não, ainda não. Eu só quis me sentir bonita.

— Você é linda filha. E ainda não sei como não tem um monte de
urubu aqui na minha porta pedindo para namorar você.

— Confesso que não dou muita abertura para os homens se


aproximarem de mim, pai, mas cogito mudar isso a partir de hoje.

— Devo preparar meu coração, então? Logo alguém vai roubar você
de mim e eu terei que te dividir com outro. — ele fez bico.

Meu pai pode ser bem dramático quando quer.

— Não faz drama, Vitor. — minha mãe entra na sala sorrindo. —


Está linda filha.

— Obrigada mãe. E não se preocupe, pai, o senhor sempre será meu


homem preferido.

Beijei os dois e saí de casa quando nosso segurança avisou que meu
táxi havia chegado.

Entrei no táxi e cumprimentei o taxista.

Passei-lhe o endereço e minutos depois, já estava na balada.

— Uau! Que gata, Quel. — Zyan veio me abraçar assim que me viu
chegar.

— Você também está lindo. Aposto que já deve ter um monte de


mulheres se jogando aos seus pés.

— Nem tantas assim, e a principal mulher que me interessava


acabou de chegar. — suas palavras fizeram meu coração acelerar, mas não
dei bandeira do que sentia mediante a elas.
— Então não sofra mais, pois eu já estou aqui. — beijei sua
bochecha e peguei sua mão indo até o bar.

— Está linda, Raquel. — os meninos me cumprimentaram com


beijos no rosto.

Zyan pediu minha bebida e ficamos conversando e dançando ainda


no bar. Tomei dois drinks com vodca, mas eles estavam fracos, pois não
costumo beber, e depois peguei a mão do Zyan e o levei para a pista de
dança.

Ele agarrou minha cintura e passamos a dançar. Curtimos juntos a


nossa própria dança, pois, sim, tínhamos uma maneira de dançar um pouco
peculiar. Na verdade, Zyan dançava, eu parecia alguém com dor de barriga
ou alguém tomando um choque ao invés de dançando.

Rimos ao trombarmos em algumas pessoas e depois de três músicas


agitadas, uma música bem lenta começou a tocar. Era uma do Maluma com
a Shakira — Clandestino, dançante e bem envolvente.

Zyan segurou minha cintura numa pegada forte e começamos a


dançar no ritmo da música. Ondulávamos no corpo um do outro com nossas
testas coladas. Já estávamos começando a suar, mas não nos importávamos.
Nada nos importava que não os nossos olhos fixados um no outro.

Ele segurou minha mão e depois me virou me deixando com as


costas grudadas em seu peitoral forte e sua mão apertou minha barriga
possessivamente. Um gemido me escapou sem querer e eu quis enfiar
minha cabeça no primeiro buraco que aparecesse.

— Se gemer assim de novo, eu não vou me controlar. — sua voz era


rouca e meu corpo todo se arrepiou.

— Não fiz por mal, você que tem uma maravilhosa pegada. — falei
enquanto rebolava em sua pélvis. Senti algo duro e sabia que nossa dança o
estava excitando.

Quis gritar de emoção por saber que ele, de algum modo, me


desejava, que estava excitado por mim, mas me controlei. Poderia ser
apenas uma coincidência, ou ele estava há muito tempo sem transar e por
isso não conteve a ereção ao estar sarrando em uma bunda, por mais que
essa bunda fosse a minha. No fim, poderia não ser nada e não quis pagar de
emocionada.

— Sim, eu tenho. — ele me girou de novo e me deixou de frente


para ele.

Sua expressão era de pura luxúria e o que pensara antes foi para o
espaço. Ele estava mesmo excitado por minha causa.

Ele me desejava!

— Você é muito convencido.

Ele sorriu e colocou o rosto em meus cabelos. Eles estavam mais


curtos e mais claros.

— Adoro seu cheiro. Você está muito gostosa, Quel. Não sei como
conseguiu isso, mas está irresistível. Mas somos melhores amigos e não
devemos misturar as coisas.

E aquilo foi um balde de água fria em mim e quis me afastar dele na


mesma hora, mas mantive minha postura e apenas sorri, sem demonstrar o
quanto estava abalada.

Eu também podia ser fria e esconder meus sentimentos quando


queria. Fiz isso a minha vida toda, não seria diferente agora.

— E quem lhe disse que quero misturar as coisas? Quero curtir e


pegar todos os caras que eu desejar, amigo. Nunca tive a intenção de mudar
a nossa relação, Zyan. Sempre seremos apenas amigos. — frisei a palavra e
vi sua feição mudar na mesma hora.

Ele ficou mudo, mas sabia que queria rebater, ou mesmo se


desculpar pelo que falou, porém, beijei seurosto, tanto para ele não
desconfiar de que tudo isso me doía e que o que eu falara era uma grande
mentira, como também para não lhe dar tempo de seguir me magoando.
Assim que música acabou, (o que casou de ser logo após a minha
resposta ao seu comentário), o empurrei levemente e retirei minhas mãos de
seus ombros.

Zyan soltou minha cintura e tomei a maior distância possível dele.


Saí da pista de dança e fui até o bar pegar outra bebida, porém, uma mais
forte do que as últimas que eu havia ingerido. Eu estava triste e frustrada e
precisava de algo para me fazer se sentir melhor.

— Não me parabenizou, Raquel. — Adam chegou por trás de mim e


circulou minha cintura.

Virei-me para ele e lhe abracei o felicitando e lhe dando um beijo no


rosto.

— Parabéns.

Sorri e ele apertou minha cintura.

— Se eu pedir um beijo como presente, você me dá? — sussurrou


no meu ouvido.

— Só um beijo? E se eu quiser mais que isso, você me dá? —


devolvi a pergunta.

Talvez a bebida tenha me dado essa coragem, ou tenha sido a mágoa


causada pelo fora que Zyan me deu, ou talvez tenha sido os dois.

— Não brinca com isso, Raquel. Eu não sou homem de negar um


pedindo vindo de uma mulher tão linda e gostosa como você.

— Vamos dançar primeiro e quem sabe no final da noite eu te dê


algo de presente.

Pisquei para ele, que sorriu de lado e segurou minha mão me


levando de volta para a pista de dança. Procurei Zyan com o olhar, mas ele
não estava mais a vista. Deveria ter ido foder alguma de suas amigas
‘gostosas’.
Concentrei-me em Adam e dancei com ele duas músicas. Senti o
quanto ele estava excitado ao me ter se esfregando nele e logo pedi para
irmos a outro lugar. Ele se despediu dos seus amigos e saímos da balada
com ele agarrado a minha cintura.

Não procurei saber onde estava Zyan e apenas me deixei viver o


momento.

— Tem certeza de que não quer ir para meu apartamento? —


perguntou Adam beijando meu pescoço enquanto eu rebolava em seu colo.

Estávamos no carro dele, mas ainda no estacionamento da balada.


Adam queria ir logo para seu apartamento, contudo, eu queria tirar a
sensação do toque do Zyan de minha pele e comecei a beijá-lo e tocá-lo
aqui mesmo.

Queria mostrar para mim mesmo que sou, sim, desejada, que posso
ter um homem bonito como Adam, que posso esquecer Zyan e desfrutar a
vida com pessoas que me querem, que não arrumam desculpas para fazer
aquilo que desejam.

Eu podia e iria me livrar dessa paixão idiota pelo meu melhor


amigo.

— O que queremos fazer, podemos fazer aqui. Só me beija e me faz


gozar. — pedi me esfregando em sua ereção ainda coberta pela calça.

Talvez fosse loucura, talvez insanidade, mas que se fodesse. Estava


farta de ser a menina certinha, a menina que temia tudo e todos. Estava
cansada de não me permitir e depois ficar sofrendo pelas chances perdidas.

Estava na hora de viver.

De desfrutar.

De ser realmente feliz.

— Tem certeza? Quer transar aqui? — perguntou mordendo um dos


meus seios por cima do vestido.
Olhei pela janela do carro, me certificando de estarmos sozinhos.
Para minha surpresa e felicidade, não havia ninguém por perto. Não tinha
uma viva alma para ver a pervertida que eu tinha me tornado depois do fora
que levei da minha paixão de adolescência.

Voltei a olhar para Adam e o beijei.

— Transar não, apenas gozar. Preciso gozar agora ou não terei


coragem de ir adiante depois que o tesão passar. — fui sincera.

Eu me conhecia bem e sabia que assim que ficasse com ele em seu
apartamento minha insegurança com relação ao meu corpo viria com tudo e
eu não conseguiria ir adiante. Isso era um dos fatos de só ter beijado até
hoje, o outro fato importante era que só queria perder minha virgindade
com o Zyan.

— Tudo bem. Eu me contento com isso.

Ele segurou minha cintura com uma mão e com a outra tocou meu
centro por cima da calcinha de renda.

— Já está molhada. — ele gemeu, mas minha excitação havia sido


causada pela dança que tivera com Zyan e de sua pegada bruta que acendeu
todo meu corpo.

— Isso. — rebolei em sua mão quando ele afastou minha calcinha


para o lado e tocou minha boceta diretamente.

Eu podia ser virgem, mas sabia o que era o prazer de uma boa
masturbação. Já tinha gozado várias vezes para aplacar o tesão que me
consumia todos os dias e principalmente no período fértil, ainda mais
depois que comecei a ler os livros hots e eróticos. Era impossível não me
tocar depois de ler uma cena tão bem descrita de sexo que eu chegava a
escorrer de tão excitada que ficava.

— Oh, céus. Mais rápido, Adam. — Pedi, manhosa, fazendo


movimentos de vai e vem em seu colo. Sem esperar, ele me penetrou com
dois dedos em uma estocada dura e meu corpo se retraiu involuntariamente,
me soltar um grito e ficar estática em seu colo.
— Te machuquei? — perguntou, preocupado, tocando meu rosto
com delicadeza.

Voltei a rebolar em seu colo e seus dedos voltaram ao trabalho de


antes.

— Não… É… Só… Sou virgem. — Ele parou de me tocar assim


que ouviu.

— Raquel…

— Está tudo bem, Adam. Não tem problema, foi só o susto de ser
invadida sem aviso. — segurei seu rosto e tomei sua boca na minha.

O beijei ferozmente, o fazendo se esquecer desse detalhe e continuar


de onde nós paramos. O beijo nos esquentou e logo ele já estava me
tocando de novo e me fazendo gozar e estremecer em seus braços.

— Adam… — sussurrei seu nome com o rosto escondido em seu


pescoço e sentindo meu corpo convulsionar com a intensidade do orgasmo
que ele me deu.

Seus braços estavam ao meu redor e seus lábios em minha orelha,


me elogiando, sugando e beijando.

— Linda. — desceu a mão para a minha bunda e me esfregou em


sua ereção.

Ele parecia bem grande e estava tão duro que só o toque de nossos
sexos, por cima da roupa, nos fazia gemer alto. Afastei-me dele por alguns
instantes e abri o zíper de sua calça, libertando seu pau da cueca.

— Você disse que não ia transar. — falou entre gemido enquanto eu


o masturbava. — Não quero que sua primeira vez seja em um carro.

— Sei que você não quer, também não quero. Mas eu já gozei e
você também precisa.

Rodei o dedo na coroa de seu pênis e Adam ofegou e abriu mais as


pernas.
— Vai me fazer gozar assim? — seus olhos estavam em minhas
mãos brincando com sua masculinidade e o fazendo estremecer e gemer
baixo.

— Não, na minha boca. — respondi, saí do seu colo e me sentei no


banco do carona do seu carro, me preparando para abocanhá-lo.

Eu nunca havia feito um boquete na vida, mas já tinha lido tantos


livros e assistido vídeos ensinando que sabia que me sairia bem.

— Porra! — Exclamou ao ter minha língua em volta do seu membro


que pulsava e babava se parar.

Adam agarrou meu cabelo e passou a foder minha boca. Chupei,


lambi e masturbei o resto que não coube em minha boca. Rodava a língua e
alternava chupadas fortes até tê-lo se desmanchando em minha boca.

— Nossa! Isso foi demais. — falou ele tocando meu rosto e depois
me puxou de volta para seu colo.

Nós nos beijamos mais um pouco, ele gemeu ao me sentir se


esfregar nele, que ainda estava duro, apesar de ter gozado em minha boca.
Sentindo-me ainda excitada, era realmente excitante dar prazer a um
homem, passei a me esfregar nele e assim tive meu segundo orgasmo.

Descansei a cabeça em seu peito, ouvindo nossos batimentos


acelerados e depois a virei para a janela, queria conferir se seguíamos
sozinhos, sem plateia para as peripécias sexuais que havíamos acabado de
fazer, e meu olhar travou e meu corpo ficou rígido assim que os meus olhos
focaram nos de Zyan, que estava ao lado de Vinicius.

Ele me olhava incrédulo e senti minha garganta fechar por alguns


instantes.

Adam olhou para o que prendia meu olhar e suspirou ao ver Zyan
com os olhos cravados em nós.

— Ele vai me bater assim que eu pôr os pés para fora do carro. —
Adam comentou, soltando uma risada contida e ainda me abraçando. Os
vidros do carro estavam embaçados e qualquer pessoa que tivesse um bom
raciocínio saberia o que estávamos fazendo.

— Não tem por que ele fazer isso. Somos apenas melhores amigos.
Aposto que ele também estava fodendo alguma gostosa por aí também.

Ajeitei-me e quis sair do colo de Adam, contudo ele me manteve


colada a ele, tocou meu rosto e me fez olhar em seus olhos.

— Sei que gosta dele e não só como amigo, Raquel, todos percebem
isso ao estar ao lado dos dois, mas eu sempre me senti atraído por você e
não podia deixar passar a chance de te ter em meus braços, nem que fosse
apenas uma vez. — Ele sorriu triste.

Abalou-me saber disso, pois nunca pensei que um homem lindo


como ele e que vivia rodeado de mulheres lindas, se sentia atraído por mim.

— Eu quis estar assim com você e Zyan não tem nada a ver com a
minha vida. Eu te acho lindo e sempre quis te beijar.

Sorri e ele apertou minha cintura, tomando minha boca em beijo


cheio de desejo e ternura.

— Vou te levar para casa.

Endireitei-me no banco e ele arrumou a roupa. Em seguida, deu


partida no carro.

Cheguei em casa me sentindo bem em ter tido uma experiência


sexual com outra pessoa.

Gozar com um homem me tocando e me dizendo o quanto sou linda


e gostosa me fez imensamente feliz.

Senti-me desejada pela primeira vez e levarei esse dia sempre em


minha mente.
◆ ◆ ◆

Zyan
Não consigo me mexer, isso é a primeira coisa que percebo quando
tento dar um passo adiante. Meus pés estão pregados no chão e meus olhos
estão pregados no carro à minha frente, onde Raquel está com Adam.

E, pela forma como está agarrada a ele, como os vidros estão, me


revela que eles não estavam, ou estão, apenas conversando.

Eu estava indo em direção ao meu carro, já tinha dado a noite por


encerrada e estava puto por a Raquel ter ido embora sem mim e por Adam
ter abandonado seus convidados para foder alguma garota aleatória, quando
me deparei com a cena a minha frente.

Algo se agita em meu peito e minha respiração falha diante da cena


que sou forçado a presenciar.

— Cara, o aniversariante é um puto mesmo. Precisava sair para


foder no meio de sua festa de aniversário? — Vinicius resmungou, parando
ao meu lado.

Eu estava saindo, quando me deparei com Vinicius na saída da


balada e seguimos juntos para o estacionamento. Ele havia parado por um
momento para atender o telefone, mas já tinha me alcançado.

— Cara, o que você… Uou. — exclamou ao ver o que havia tomado


a minha atenção.

— Porra! Ele está pegando a Quel. — As palavras de Vini me fazem


desviar os olhos da cena explicita e olhá-lo.

— Raquel não é um objeto para ele a pegar. — enfatizei. — Adam


deve ter insistido muito e ela acabou cedendo.

— Mais uma vez digo que você está se enganando, Zyan. Raquel
não é boba, é uma mulher linda, gostosa, que quer sexo. E não há nada de
errado nisso. Você estragará a amizade de vocês, se continuar impedindo-a
de viver.

— Eu não a estou impedindo de viver. Ela está na porra do carro do


Adam, fazendo sabe-se lá Deus o quê, como estou impedindo-a de viver?
— fechei os punhos com raiva.

— Deus e nós sabemos muito bem o que eles estão, ou estavam


fazendo. E por que está tão puto?

Bufei e fechei as mãos em punhos. Minha respiração estava agitada


e minha cabeça começava a doer.

Ouvi o carro ser ligado e voltei a focar minha atenção nele. Adam
saiu do estacionamento e meus olhos o seguiram até ele se perder de vista.

— Deixa a menina, cara. Raquel é uma mulher decidida e não quis


ficar na sua sombra a noite toda. Você saiu para foder a Raissa e a deixou o
resto da noite sozinha. Algo aconteceu durante a dança de vocês e você
fugiu. — acusou.
— Eu não fugi! — rugi entre dentes, me defendendo de sua
acusação descabida.
— Fugiu sim! E ela não ia passar a noite te esperando. Deixe-a se
descobrir e aceite vê-la fodendo seus amigos. Estarei na fila para quando ela
se cansar do Adam.
— Você está tratando a Raquel como uma vadia que sai por aí
pegando geral. Quel não é assim! São vocês que estão se aproveitando dela.
— acusei-o.
— Não! Nós a estamos tratando como a mulher solteira e
desimpedida que ela é! Você que está se doendo por ser o Adam a estar com
ela e não você!
Respirei fundo para não continuar brigando com ele e acabar lhe
dando um soco por falar tanta besteira.
— Vocês são cafajestes e não quero que a machuquem. Que a
enganem, a usem, ou se aproveitem dela! Sei que a Quel é solteira, que ela
pode sim ficar com quem quiser, que quer se descobrir, mas tem que ser
logo com você? Não admito isso!
— Não nos tire por moleques, Zyan, podemos ser putos, ficar com
várias mulheres, mas jamais as enganamos. Todas as mulheres que passam
pela nossa cama sabe que só terá sexo de nós. Aceito que me chame de
puto, de safado, até de cafajeste, mesmo eu não sendo isso, mas não me
acuse de ser desonesto. Eu nunca usaria a Raquel ou a enganaria só para
levá-la para cama. Eu não sou assim!
Ele estava alterado e sabia que tinha pisado na bola.
Respirei fundo e busquei me acalmar.
— Eu sei… Só… É a Quel, entende? Não quero que ela sofra.
— E nenhum de nós quer isso, Zyan. Nós nos atraímos pela Raquel
e não é de hoje, mas ela nunca nos viu, nunca nos deixou se aproximar. Falo
por mim e pelos outros também porque sei como pensam e o que sentem.
Raquel é linda, é bem humorada, gentil e amável, porém tímida e nunca nos
deu abertura para nada. Sempre tivemos que a admirar de longe. Você
mesmo a colocou em uma bolha e afastou todos os possíveis pretendentes
dela. Mas ela cresceu, amadureceu e quer viver o que a vida lhe oferece de
bom e isso não é errado.
— É claro que não!
— Mas você está fazendo com que ela se sinta assim! Está fazendo
com que ela se feche em si mesmo. Raquel sabe o que quer, e ela quer
viver!
— Mas… Por que vocês a querem? Tem tantas mulheres por aí! Por
que a minha Quel?
— Nós gostamos dela e ela gosta da gente. Não a estamos forçando
a nada, apenas a deixando a vontade para se descobrir. Eu, Denis, Adam e
qualquer outro amigo seu jamais faria mal a Raquel. Ela é sua amiga, quase
irmã! — algo se agitou em mim ao ouvir isso dele.
Remexi-me incomodado com a comparação.
— Sei que não fariam mal a ela, eu conheço vocês, não seriamos
amigo se fosse o contrário. Só acredito que não deveriam ficar em cima
dela como gaviões prestes a dar o bote.
Vinicius riu.
— Talvez ela queira receber o bote. Queira ser a presa.
— Vinicius!
— Ok. Nós não vamos cair matando em cima dela, mas também não
ficaremos distantes. Queremos ser amigo dela, conhecê-la melhor. Se rolar
algo, bom, se não, teremos nos tornado amigos, pois gostamos de verdade
dela. Nós gostamos da Quel e queremos o bem dela. Acredito que Adam até
sinta mais que apenas desejo, mas isso só ele pode afirmar.
— Adam gosta da Raquel? — Minha pergunta soou incrédula, visto
que Adam nunca gostou, no sentido de ser mais que desejo físico, de
mulher alguma.
Vinicius fez que sim.
Soltei uma respiração pesada. Minha cabeça estava em desordem,
confusa, e eu precisava deixar as coisas claras para não foder com tudo.
— Sei que jamais a machucariam, mas… não posso simplesmente
não cuidar dela. Raquel é especial para mim, é meu tudo depois dos meus
pais e a ver sofrendo acabará comigo.
— Mas, se olharmos pelo lado bom, por outra ótica, ao estarmos
colados nela, nós podemos evitar que caia nas garras de gaviões mal-
intencionados que só querem se aproveitar dela e a machucar. Você não
pode viver o tempo todo colado nela e quanto mais amigos ela tiver, mais
segura estará.
Ergui a sobrancelha e o olhei com ar de deboche.
— Segura com amigos que querem entrar em sua calcinha? Por
favor, Vinicius, não me tire por idiota.
— Querer e conseguir são coisas completamente diferentes, Zyan.
Só pare de ser um idiota ou ela se magoará de verdade e isso acabará
afetando a amizade de vocês para sempre. Controle seu ciúme e a deixe
viver.
— Estou deixando e é por isso que agora ela está sabe se Deus onde
com Adam. — minha boca ficou amarga.
— Ele cuidará bem dela, apenas lhe deu uma carona. — piscou.
— Não fode, Vini.
Por mais que eu queira estar fodendo alguém, não sou eu quem está
fazendo isso.
O olhei com a cara fechada, tomado por raiva e vontade de esganá-
lo.
— Já deu a minha hora. Até mais, Zyan. — foi sábio e caiu fora
antes que eu quebrasse sua cara.
— Te vejo amanhã na pista de corrida de Motocross. — Vini falou
ao passar, já dentro do carro, por mim.
Havíamos marcado uma corrida para amanhã na pista do tio Vitor.
Competirei com Raquel, Adam, Vinícius, Denis e Caio.
Forcei minhas pernas a se mexerem e caminhei até meu carro.
Entrei nele e encostei minha cabeça no volante.
Porra, porra, porra
Por que me dói te ver com outro, Quel?
Por que se somos apenas amigos?
Quando esse sentimento mudou?
Quando passei a te enxergar de outra forma?
Sei que ela tem de aproveitar a vida e curtir sua juventude, descobrir
os prazeres do sexo. Pegar geral. Sei disso e aprovo sua conduta. Eu mesmo
já peguei tanta mulher, já fodia tantas bocetas que perdi as contas. Mas, por
que me dói te ver com outro?
Não era para ser assim.
Não era!
CONTROLANDO-ME
Zyan

Ouço o despertador e resmungo sem querer me levantar da cama.


Algo em mim não está bem e minha mente está mais confusa do que antes.
Ontem, quando eu cheguei em meu apartamento, me senti vazio e
sozinho.
Tudo o que eu queria era ligar para a Quel e a chamar para
assistirmos a um filme e passar a noite comendo besteiras, abraçados no
meu sofá enquanto assistíamos ao filme de ação preferido.
Mas eu não podia fazer isso, pois não era tão filho da puta assim
para estragar a noite dela com Adam.
Há essa hora ela já deve ter deixado de ser virgem, está feliz nos
braços dele e nem deve estar se lembrando de mim.
Merda!
Viro-me na cama ficando de barriga para cima e fito o teto. Eu sei
que preciso deixar que ela tenha suas próprias experiências tanto no sexo
como na vida, mas confesso que não está sendo fácil ver que minha melhor
amiga, a menina que cresceu ao meu lado, está se tornando uma mulher.
Uma linda e muito gostosa mulher.
A menina de cabelos de Maria Chiquinha, óculos fundo de garrafa e
aparelho, agora cresceu e está pegando geral, e esse geral, era os meus
amigos que, até ontem, nem a olhavam direito.
Tenho medo de que Raquel se machuque, que eles a machuquem.
Queria guardá-la de todo o mal do mundo e fazê-la apenas sorrir.
Eu a amo demais para vê-la chorando pelos putos dos meus amigos.
Ontem, depois que tomei banho ao terminar de bater uma bela
punheta ao me lembrar da nossa dança, de como meu corpo reagiu ao dela e
de como nos encaixamos com perfeição, (sim, eu fiz isso e não me orgulho
disso) eu decidi que não vou me meter em sua vida e vou deixá-la viver.
Vou suportar o meu ciúme e apoiá-la em tudo nessa nova fase de sua vida.
Raquel é meu tudo e não posso perder nossa amizade por um
simples capricho da minha parte e muito menos esse modo possessivo que
se aflorou em mim nos últimos dias. Quel precisa viver e eu serei seu
suporte todas às vezes que ela precisar.
Tiro o lençol de cima de mim e me ponho de pé conferindo as
horas. Tenho duas horas para me arrumar e encontrar os caras na pista de
Motocross do tio Vitor.
Sigo direto para o banheiro e tomo um banho de água gelada para
despertar completamente. Saio dele e vou até meu closet pegar a roupa que
usarei hoje.
Também colocarei a roupa que usarei no almoço na casa dos avós de
Raquel, pois hoje é domingo e sempre temos almoço em família lá.
Visto minha cueca boxer, um jeans na cor azul-escuro e uma
camiseta preta. Separo uma calça de moletom preto e uma camiseta branca.
Coloco meus chinelos na mochila e meus produtos de higiene. Estarei em
família, então não vou precisar ficar formal.

Após pronto, pego meu celular e abro o aplicativo de mensagem


para falar com a Quel.

Eu: Já está pronta? Quer que eu vá te buscar na sua casa?

Quel: Oieee. Bom dia para você também, meu chefinho favorito.
Sorrio.
Seu modo de me cutucar por não ser educado com ela sempre me
faz rir.

Quel: Sim, já estou pronta, mas não precisa vir me buscar, eu te


encontro lá com os outros.

Eu: Eu sou seu único chefe, paçoquinha. Kkkkk. Está bem! E, bomm
diaa, minha linda. Espero que tenha dormido bem e nos vemos na pista do
tio Vitor onde eu farei você comer poeira. Tchau, paçoquinha.

Quel: Eu que vou te fazer comer poeira mais uma vez, chefinho.
Beijos até daqui a pouco.

Bloqueio o celular, o coloco no bolso e saio do meu quarto indo até


a cozinha para tomar meu café. Abro a geladeira, tiro o pão integral, ovos e
queijo cottage. Frito os ovos, preparo uma vitamina de bananas com whey
protein e esquento duas fatias de pão integral, coloco tudo em um prato e
me sento para comer.
Após finalizar meu café da manhã lavo tudo o que sujei e volto para
meu quarto para escovar os dentes e pegar minha mochila.
Saio do meu apartamento o fechando com chave e entro no
elevador. Assim que as portas do elevador se abrem no térreo, eu caminho
na direção da minha moto e subo nela. Dou partida e minutos depois já
estou no local onde será a corrida de Motocross.
◆ ◆ ◆

— E aí, cara? — Vinicius fala, batendo nas minhas costas.


— Porra! Isso dói. — Reclamo, mas ele apenas sorri de lado.
Puto!
— Pronto para perder hoje?
— Você que vai perder. E cadê o Denis que ainda não chegou?
Pensei que ele participaria hoje.
— E vai, mas saiu com uma gostosa ontem à noite e perdeu a hora.
— Ele olha no relógio — Ele já deve estar chegando.
— Adam, meu lindo. — fala ao Adam.
Vinicius é o deboche em pessoa, eu sei.
Adam chegou primeiro que eu, mas não puxei muita conversa com
ele e apenas ficamos no celular.
Vini segue até Adam e o cumprimenta com um toque aqui.
— Nos conte como foi sua noite. Aposto de deve te sido incrível.
O infame, que chamo de amigo, fala tudo olhando para mim numa
clara provocação. Contudo, controlo-me para não fazer uma cena e dar na
cara do Vini por me fazer lembrar do que presenciei ontem.
— Cara, eu não vou falar da minha noite com a Raquel e nem
adianta insistir.
— Você é muito chato, Adam. Mas não precisa me dizer por que
pela forma como vocês estavam grudados, eu sei que foi bom.
Eu vou dar nesse puto.
Não, melhor, matá-lo.
Ninguém vai sentir falta dele mesmo.
Eu pelo menos não vou.
— Acho melhor mudarmos de assunto. — Interrompo-os não
querendo ter a imagem de Raquel com Adam na minha mente mais uma
vez.
— Dois chatos. Mas eu quero saber se o que está rolando entre você
e a Quel é sério?
— Nada, só curtição. — Adam pegou de desapegado. Talvez o Vini
estava errado sobre ele ser apaixonado pela Quel.
— E depois do que aconteceu no meu carro eu a levei para casa.
Alívio. É isso o que eu sinto ao ouvir as palavras que saem da boca
do Adam.
Eles continuaram a conversar e depois Caio se juntou ao grupo.
Minutos depois, Quel chegou e o dia ficou dez vezes melhor. Ela estava
linda e muito gostosa dentro do macacão de corrida. Sempre o vestíamos
para não sujar nossas roupas de barro.
— A rainha das pistas acabou de nos presentear com sua beleza
rapazes. — Vini soltou indo até Quel e a abraçando por trás.
Vi que ela ficou sem graça, pois não era dada a essas demonstrações
de carinho por outras pessoas que não eu e sua família.
— Solta ela, seu puto. Vem, Quel. — Peguei a mão dela e a puxei
para mim.
Ela relaxou automaticamente ao estar em meus braços e eu fui
golpeado por seu delicioso cheiro de rosas. Não me controlei e baixei o
rosto, colocando o nariz em seu pescoço e inspirando seu cheiro.
— Amo seu cheiro. — Repeti as palavras que nunca cansava de
dizer.
Ela me deu um lindo sorriso e eu sorri de volta, perdido na beleza de
seus olhos.
— E acha que vai ganhar hoje, Quel? — A voz de Vinicius nos faz
quebrar o contato visual.
— Mas é claro que eu vou ganhar.
— Vamos fazer uma aposta? Se eu ganhar, você me paga o dobro na
próxima consulta e terá de jantar comigo, e se você ganhar, terá a próxima
consulta grátis e um jantar em qualquer restaurante de Floripa por minha
conta. — Ele estende a mão.
O olhei com raiva. O puto sairia ganhado de qualquer forma. Talvez
nem a Raquel tenha se dado conta do que ele estava fazendo com essa
aposta infundada.
— Apostado! — ela segura a mão dele. — Mas já aviso que vai sair
perdendo. Tanto o dinheiro como a corrida. — sorriu, docemente.
— Pois eu acho que vou ganhar, coisa linda, e você me pagará a
consulta e sairá comigo para jantar.
— Ele quer furar seu olho, Adam. — Denis, que acabara de chegar,
provocou.
— Nós não temos nada. Ontem foi só curtição. — Raquel disse e
piscou para o Adam.
Ok. Essa não é a Raquel que eu conheço, tenho que admitir.
— Agora larga ela, Zyan, que eu tenho uma corrida para ganhar.
Revirando os olhos, desfiz o abraço em Raquel e subi na minha
moto. Ela sorriu e subiu na dela colocando o capacete. Seguimos para a
largada e nos posicionamos. Cada um tomou seu lugar e foi dada a largada.
Saí na frente com Quel, mas logo Vinicius nos alcançou.
Ele acelerou a moto e conseguiu me ultrapassar quando me
desequilibrei quase indo ao chão. Quel olhou para trás preocupada comigo e
se eu tinha caído e me machucado, dando uma boa margem para Vini
ultrapassá-la e ganhar a corrida. Ele chegou em primeiro, Raquel em
segundo e eu em terceiro.
O filho da puta tinha ganhado a corrida e a aposta.
Ele levaria Raquel para jantar e depois a transformaria na sua janta.
Mas que porra!
EM FAMÍLIA
Raquel

Gargalho da felicidade do Vinicius que me segura pela cintura e me


roda no meio da pista.
— Me larga, seu louco. Se eu soubesse que ficaria tão feliz assim
em sair comigo, eu já tinha te chamado há muito tempo.
— E era? Que burro eu fui, então. — Fala, rindo, e me coloca no
chão.
— Perdeu, Adam, garota mais bonita de Floripa, agora é minha. —
Ele beija minha bochecha e se afasta, indo até o amigo.
Eles adoram se provocar.
— Fiquei preocupada com você. — disse ao Zyan quando ele veio
me abraçar.
— Acabei me distraindo, mas consegui evitar a queda.
Ele sorriu e eu bati em seu braço.
— Bobo. Eu não quero que se machuque, Zy. Sofro ao vê-lo
machucado ou doente, sabe disso.
— Desculpa, paçoquinha. — Ele beijou meu rosto. — Vamos?
— Sim. — Saí de dentro de seus braços e peguei sua mão.
— Nós já vamos, meninos. Até mais.
Caminhamos até nossas motos e subimos nela. Hoje iríamos
almoçar na casa dos meus avós e os pais de Zyan já estavam lá.
— Bom dia, família. — falei entrando na casa dos meus avós e indo
beijar os pais de Zyan e meus avós. Meus tios estavam no quintal assando a
carne do churrasco.
— Vão tomar banho e tirar essa roupa de lama. — Reclamou, minha
mãe, saindo da cozinha.
Eu e Zyan tínhamos deixados nossas botas na área externa da casa e
entrado descalços para não sujar nada.
— Nós já estamos indo, tia. — Zyan deu um beijo na testa dela e
subimos para o quarto que eu tinha na casa dos meus avós.
Eu sempre passava minhas férias aqui com Zyan e dividíamos o
quarto. Os avós do Zyan por parte de pai já faleceram e os por parte de mãe
moram em São Paulo.
— Vou tomar banho primeiro.
Avisei indo até meu guarda-roupa e pegando uma roupa leve para
vestir.
— Tudo bem, Quel. — Ele colocou a mochila na cama e se sentou
mexendo no celular.
Peguei um short moletom, calcinha e um top, uma blusa de alças e
meu chinelo de dedo. As toalhas sempre ficavam no armário no banheiro.
Já estava com o pé no banheiro quando Zyan me chamou.
— Quel? — Me virei para olhá-lo, porém, arregalei os olhos ao ver
o que estava em sua mão.
— Parece que isso é seu. — falou sorrindo e balançando minha
calcinha de renda.
Ela deve ter caído quando tentei equilibrar as roupas nas mãos.
— Me dá isso, Zy. — Fui até ele e tentei pegar a calcinha, mas o
safado a escondeu atrás do corpo, não me deixando pegá-la.
— Não sabia que usava esse tipo de lingerie. — Sorriu de lado.
— E eu não usava, mas se quero ter uma vida sexual ativa, preciso
ter peças mais sensuais.
Ele me olhou de um jeito que me deixou desconcertada. Zyan
encarou meu corpo e seu olhar escureceu por alguns instantes.
— Se quer ficar com minha calcinha que fique. Posso muito bem
ficar sem ela por baixo do short, dizem que nossa… Um, você sabe… —
fiquei sem graça. — Precisa respirar.
— A pessoa quer sair por aí fodendo geral, mas não tem coragem de
dizer a palavra boceta na frente do melhor amigo.
— Tenho coragem, sim, só que não sou desbocada como você.
Ele se aproximou de mim, ficando com o rosto quase colado ao
meu. Encurralando-me com seu corpo grande e me fazendo sentir seu calor
e seu cheiro.
— O que vai dizer enquanto estive sendo fodida, Quel? Vai falar
palavrão? Vai pedir para enfiarem o pau na sua boceta e te foderem com
força? Que te chupem e te façam ir ao céu? Vai dizer em alto em bom som,
enquanto geme enlouquecida com um pau te comendo com gosto, me foda?
— Zyan… — minha respiração estava falha e eu me sentia
inebriada, tanto pelo seu cheiro como pelo calor que emanava dele e me
consumia de desejo e tesão.
Eu estava ficando muito excitada com suas palavras. Ele queria-me
por medo, mas só o que estava fazendo era me deixar mais desejosa por
fazer exatamente isso que ele dizia.
Fazer isso com ele.
— Vai pedir para enfiarem o pau na sua boca e te foderem? Que te
peguem por trás e te comam com brutalidade até que você não consiga
andar no outro dia?
— Pare… — supliquei, com as penas bambas por sua proximidade.
Mais um pouco e nossos lábios se tocariam.
— Quer mudar, mas ainda não está preparada para isso, Quel. Você
ainda é muito inocente para a perversidade que existe no mundo e,
principalmente, no sexo.
Ele se afastou, me entregou a calcinha e se sentou na cama, voltando
sua atenção para o celular.
Fiquei sem reação por alguns instantes apenas olhando para ele.
— Por que fez isso? Qual o seu problema, Zyan? Por que está
agindo assim?
Minha voz prendeu na garganta e a vontade de chorar se apossou de
mim.
— Eu só não quero que se machuque. — desdenhou. Sua
indiferença ao meu estado foi pior que um tapa. Ele me provocou, me
instigou, me encurralou, e estava agindo como se não tivesse sido nada.
Agindo como um verdadeiro babaca.
— Eu não vou me machucar! — gritei. — Eu só quero viver e curtir.
— Então esteja preparada para o que vier com isso. — seu tom
também se elevou.
— Sexo casual não é tão simples assim, Raquel. Se envolver sem se
apegar a alguém exige muito de você. A maioria dos caras são uns babacas
que não respeitam as mulheres, que as tratam como lixo! Sou homem e sei
o que eles acham das mulheres, eles me falam delas depois das transas. E eu
não quero que um idiota/escroto/babaca fira o seu coração. Sei que quer
mudar e te apoio, mas não ficarei sentado apenas observando você ir por
um caminho que não te fará bem.
— Sei me cuidar. — Tornei a gritar.
— Não sabe e está sendo idiota por pensar assim! — gritou e isso
me chocou ainda mais. Zyan não gritava, bom, não comigo, e isso me feriu,
me machucou.
— Até ontem você mal saia de casa. Era um trabalho te levar para
sair à noite comigo. Você não é de baladas e noitadas, Quel, não faça o que
não gosta ou o que quer só para se encaixar na vida de alguém que até
ontem nem olhava direito para você! Não seja uma boba só para ganhar
algumas olhadas de caras que só querem entrar na sua calcinha!
Limpei uma lágrima que caiu sem que eu pudesse contê-la e me
virei, indo para o banheiro.
Ele não sabia de nada!
Era tão difícil para mim mudar e sair da minha zona de conforto,
buscar algo a mais que nem eu mesmo sabia o que era. Eu estava disposta a
mudar e tenho noção de que cada mudança tem suas consequências. Não
sou tão boba e inocente assim. Não sou uma menina tola que não sabe o que
é a vida. Sei e quero viver isso.
Fechei a porta, coloquei minha roupa na bancada da pia e liguei o
chuveiro me colocando debaixo dele. Deixei que a água morna lavasse a
tristeza que queria se abater sobre mim.
A vida é complicada de uma forma desgastante. Minha amizade
com Zyan é forte, eu sei disso e que não são as brigas por coisas bobas que
acabará com ela, mas essas brigas me abalam demais.
Esgotam-me.
Entendo o lado dele e sei que está certo. Não posso me deixar
seduzir por palavras bonitas porque o que tem de homem ruim que só
querem humilhar e ferir as mulheres não se pode contar, mas ele também
precisa me dar um pouco mais de confiança e credibilidade.
Eu não sou uma boba!
Eu não sairei por aí me deixando envolver por qualquer um, até
porque eu não quero um cara escroto e abusivo no meu pé, só quero viver
mais, curtir, beijar na boca. Fazer sexo.
Qual o problema nisso?
Por que eu não posso fazer o que muitas mulheres e homens fazem?
Eu o amo e não é só amor de amigos, é amor de alma. Mas não vou
me prender a isso e me afundar em tristeza e solidão enquanto ele sai, por
aí, comendo todas as mulheres que quer. Ele não pode me impedir de viver
o que ele já vive há anos.
Termino meu banho, visto a minha roupa e saio do banheiro.
— Me perdoe, Quel. — é a primeira coisa que ele diz assim que
abro a porta.
— Você me magoou, Zyan. Sua falta de confiança em mim me dói.
O modo como me tratou, como me encurralou, com agiu, foi escroto
demais. Você agiu como um babaca.
— Confio em você, só não confio neles. Você é minha menina,
minha paçoquinha, a princesa do meu castelo. Eu agi mal, me perdoe. —
Estava sendo sincero.
— E você, meu príncipe. — O abracei.
Brincávamos disso quando éramos crianças.
— Tenho medo de que mude. — Confessou. — Tenho medo de que
quebrem seu coração. Que te façam mudar a ponto de deixar de ser quem é.
Me afastei um pouco e olhei em seus olhos.
— Eu não vou deixar que façam isso.
Ele tocou meu rosto. Meu corpo se agitou com seu toque.
— Você é linda e merece ser tratada sempre da melhor forma. Sei
que fui um babaca e te peço perdão, mas me prometa que nada e nem
ninguém destruirá nossa amizade. Prometa-me que não deixará que homem
nenhum diga o que deve ou não fazer, que a trate mal e isso se aplica a mim
também.
— Pode deixar. Da próxima vez que me fizer se sentir mal, vou dar
na sua cara. — falei séria.
— E eu não fugirei da tapa. Eu te amo, paçoquinha.
— Também te amo, Zyan. Agora vai tomar banho para almoçarmos,
pois estou faminta.
Ele sorriu e beijou o topo da minha cabeça me dando um abraço
bem forte. Inspirei seu cheiro e ele fez o mesmo comigo.
Depois nos separamos e ele pegou minha mão a beijando e seguindo
para o banheiro.
Respirei fundo e fui até a penteadeira passar perfume e pentear o
cabelo.
Minutos depois ele saiu do banheiro já vestido e descemos para o
almoço. Rimos, brincamos e no final do dia acabamos todos na piscina.
Não voltamos a brigar e apenas aproveitamos o dia com nossa
família.
Eu o amava, mas não podia viver em função dele.
NOSSO SALTO DE
PARAQUEDAS
Zyan

Depois que Raquel entrou no banheiro, eu quis me bater. Porra! Eu


não sou assim. Eu não sou de me impor sobre ela, encurralá-la e fazer com
que se sinta mal.
Não sou machista! Porra, eu não sou um babaca escroto. Por Deus,
eu não sou! Então por que estou agindo assim? Por quê?
Sei que meu maior medo é de perder nossa amizade caso ela se
envolva com alguém que eu não me dê bem, mas eu não posso agir assim
com ela. Ela é uma das mulheres mais importantes na minha vida e não
posso e nem devo tratá-la mal.
Quel não merece isso.
Jogo-me para trás me deitando na cama dela. Seu cheiro sempre está
em tudo porque ela passa muito tempo aqui.
Meu celular apita, mas não me preocupo em saber quem é, até
porque eu sei que deve ser uma das minhas fodas querendo um repeteco.
Espero Raquel tomar banho e sair do banheiro. Levanto-me e vou
até ela me desculpando pela forma estúpida com a qual falei com ela.
Depois vou para o banheiro e tomo banho. Quando saio ela está
mexendo no celular.
Chamo-a e descemos para almoçar.
Apesar de como eu agi com ela no quarto, nós passamos um dia
bem divertido com nossa família. Já quase próximo do sol se pôr me deitei
em uma das espreguiçadeiras e Quel se deitou com a cabeça no meu peito.
Fiquei alisando seu cabelo enquanto encarava o céu e prometia em
silêncio nunca voltar a agir como um babaca com ela e fazê-la chorar. Sei
dos meus erros e falhas e sempre quando cometo algum erro e percebo-o
tento não tornar a cometê-lo.
Sou humano e erro, mas não admito agir de forma errada com quem
eu amo. Não, não posso e não devo.
— Me perdoe. — peço com o peito doendo.
— O quê? — ela me olha confusa.
— Me perdoe por mais cedo. Fui um escroto com você. Falo tanto
que não quero a ver machucada por ninguém e eu sou quem a está
machucando.
Sinto vontade de chorar.
Sempre me sinto mal por briga com ela. Parece que perdi um pedaço
meu. Ela se deita no meu peito de novo e começa a alisá-lo.
Arrepio-me com seu toque suave.
— Eu entendi seu lado e o que queria me mostrar com aquelas
palavras, Zyan, eu sei que não estou preparada para enfrentar o modo como
muitas pessoas banalizam o sexo, mas também não é isso que eu quero.
Ela me olha.
— Só quero sair mais, estar com amigos, viajar, ficar e aproveitar
mais a vida. Viver.
— E você merece fazer tudo isso, Quel. Eu é que estou sendo um
péssimo amigo e agindo como um babaca com você. Sua mudança foi
repentina e me pegou desprevenido, mas eu juro, prometo, que não vou
voltar a te tratar daquele jeito. Só me perdoe porque o remorso está me
matando.
Sentamo-nos e a abracei. Inspirei seu cheiro e isso me acalmou um
pouco.
— Eu te amo demais. Foi como se uma faca entrasse em meu peito
quando vi aquela lágrima cair de seus olhos após como falei com você.
Desculpa-me, meu coração.
— Eu te perdoo Zyan. Sei que minha mudança foi do dia para a
noite e que continua se acostumado com minha nova versão. Sei que você
não é um babaca e que nunca me tratou mal.
— E não tornarei a tratar!
— Não se martirize porque eu não estou com raiva, fiquei magoada,
sim, mas já passou. Só não volte a falar daquele jeito comigo ou não
conseguirei continuar sendo sua amiga.
Beijei sua cabeça e a prendi nos meus braços. Eu me sentia em paz
agora.
Tornamos a deitar na espreguiçadeira e ficamos vendo o pôr do sol e
o aparecer das estrelas.
Eu amava sua companhia.
Eu a amava!
◆ ◆ ◆

Dias Depois…
Saio do carro e bato a porta. Paro na porta da casa da Quel e toco a
campainha.
— Parabéns, Zyan. — disse tia Cintia ao abrir a porta.
— Obrigado, tia. Onde Quel está?
Hoje era nosso aniversário e iríamos comemorar pulando de
paraquedas.
— Ela está terminando de se arrumar, pode subir para o quarto dela
se quiser.
— Não, eu vou esperar aqui mesmo. — entrei e passei por ela me
sentando no sofá.
Já tinha se passado alguns dias desde o modo como tratei Quel eu
prometi a mim mesmo que não voltaria a agir daquela forma com ela. Mas
para isso eu não poderia ficar da mesma forma que antes com ela.
E eu estava conseguindo. Nós continuávamos fazendo nossos
programas juntos, mas sem nenhum tipo de conversa ou brincadeira de
cunho sexual. Voltaríamos a ser os mesmos melhores amigos de antes.
Peguei meu celular e falei com o instrutor de voo para conferir se
estava tudo certo.
Ele me mandou uma mensagem de texto confirmando, então relaxei
e passei a zapear pelo Instagram. Comentei na foto que Raquel tinha
postado e repostei as que ela tinha colocado em seus Stories do Instagram,
eram fotos antigas nossas, de nossas farras no meu apartamento, comendo
besteiras nos nossos dias de cinema. Algumas nas nossas corridas de
Motocross e outras nas últimas vezes que saímos com os meninos.
Ela estava cada dia, mais envolvida com os meus amigos e ficou
mais duas vezes com Adam essa semana, sei disso porque os vi em um dia
quando fui até a casa dela chamá-la para tomar um sorvete comigo no ponto
do seu Pedro. Não os interrompi e voltei para casa.
Repostei todas as fotos e com emojis engraçados e palavras de como
eu estava feliz por sua amizade.
— Vamos? — a voz dela me fez tirar os olhos do celular e olhá-la.
Ela estava linda como sempre.
— Sim. Parabéns. — a abracei e inspirei seu cheiro.
— Parabéns para nós. — ela sorriu e eu peguei sua mão.
— Nós já vamos, mãe.
— Cuidado, filha. E tirem muitas fotos. Tenho saudades de saltar
também.
— Outro dia podemos marcar salto grupal. Aí a senhora, tio Vitor e
meus pais podem saltar com a gente.
— Sim, faremos isso.
Nós nos despedimos da tia Cintia e saímos de casa. Meu carro
estava parado na porta, então, só o destravei e entramos nele.
— Nervosa?
— Um pouco. Ainda acho loucura isso, mas sabe que não fujo de
um desafio.
— Pois eu estou louco para o salto, mal consegui dormir de tão
ansioso que estava.
— Você gosta de esportes radicais mais que eu, Zyan.
— Verdade. — sorri e coloquei o carro em movimento.
O Salto Duplo de Paraquedas acontece no Aeroclube de São José,
há distante 40 km de Florianópolis. É uma experiência emocionante e que
nos presenteia além da emoção e da adrenalina com o visual fantástico vista
dos céus da Tijuca.
Não precisa de um treinamento avançado para saltar de paraquedas,
pois o salto será duplo, cada um com seu instrutor. É uma experiência
segura, incrível e com um choque de adrenalina alto.
Horas mais tardes já estávamos na parte do aeroporto onde
subiremos no avião de pequeno porte para fazer o salto.
— Olá, sejam bem-vindos. — um dos instrutores nos cumprimenta e
logo começa a passar as instruções.
Ele nos explica de forma bem clara e simples. Depois fazem um
treinamento rápido e prático no solo antes de ser equipado e encaminhado
ao avião.
Toco a mão da Quel e vejo que está gelada.
— Vai ser bom. Não fica tensa e só relaxa.
— Estou tentando, é só o nervosismo por nunca ter saltado antes.
— É compreensivo o nervosismo, mas é tudo muito seguro, não
precisa ter medo.
O instrutor falou tentando deixá-la mais confiante para o salto.
Quel sorriu para ele que sorriu de volta. Ele estava flertando tanto
com ela na cara dura.
Respirei fundo e levei a mão dela até meus lábios, depositando um
beijo nela.
— Eu estou feliz que tenha topado isso comigo. Sei que sempre
aceita fazer essas loucuras comigo e não imagina o quanto isso é importante
para mim.
— Eu também gosto de adrenalina, não se ache muito. — brincou.
— E gosto desses momentos com você.
— Prontos? — o instrutor nos perguntou.
— Sim!
Subimos no avião e levantou voo.
Quando chegou há 10.000 pés (Ca. 3 km) de altitude (3.000 metros),
o instrutor se posicionou com conosco a sua frente e saltamos. Saltei
primeiro e Quel logo em seguida.
Assim que senti o vento forte em meu rosto, gritei sentindo a
sensação de liberdade me tomar. A vista era incrível e a sensação melhor
ainda. Olhei para Raquel e vi seu sorriso. Eu estava com uma câmera nas
mãos gravando tudo e pegando cada detalhe do nosso salto.
Após a queda livre de quase um minuto, mas que parece bem mais
tempo, o instrutor acionou e abriu o paraquedas. Logo já estávamos no solo.
Tomamos o cuidado para não nos machucarmos na aterrissagem e assim
que me vi livre do instrutor corri para abraçar minha melhor amiga.
— Foi incrível — falou ela com um sorriso de orelha a orelha
enfeitando seu belo rosto.
Raquel tinha se livrado dos óculos, e usava lentes quase o tempo
todo, e cortado o cabelo em um corte mais radical, o deixando acima do
ombro. Seu lindo rosto agora estava mais aparente.
— Sim, muito incrível.
Beijei sua bochecha e a segurei pela cintura. Fomos até os
instrutores e tiramos o equipamento de proteção.
— Gravou tudo?
— Sim, nossos pais vão ficar bobinhos com a vista e querer vir com
toda a certeza.
Ela sorriu e começou a ver o vídeo enquanto eu colocava o carro em
movimento e nos levava para casa.
FESTA SURPRESA
Raquel

Assim que Zyan me deixou em casa, depois do nosso salto, passei


pela porta praticamente pulando de felicidade.
Foi ótimo. Incrível. Sensacional.
A sensação de liberdade, a adrenalina de estar voando é incrível.
Já sei que farei outras vezes.
— Filha, como foi lá? — minha mãe pergunta, ansiosa por saber
minha opinião sobre o solto de paraquedas.
— Foi incrível, mãe. Nossa! Melhor sensação. — ainda estava
radiante pelo que acabara de vivenciar.
— Sim, sei como é. Tenho saudade de saltar.
— Poderíamos fazer um salto grupal.
— Sim, seria ótimo.
Viro-me e começo a tirar meus sapatos.
— Vai sair hoje? — minha mãe pergunta.
— Não, vou ficar em casa.
— Eu queira muito ficar com você, já que é seu aniversário, mas seu
pai me chamou para jantar.
— Tudo bem, mãe. — lhe dou um beijo no rosto.
Ela saiu do meu quarto e eu fui para o banheiro tomar banho.
Já está quase anoitecendo, então me deitei e fiquei mexendo no
celular.

Uma mensagem do Zyan chegou e eu abri o aplicativo para lê-la.


Zyan: Está dormindo, Quel?

Eu: Não, estou sem sono, à adrenalina do salto continua presente


em meu corpo.

Zyan: Também estou assim. Quer vir para cá e jantar comigo?


Depois podemos maratonar alguma série.

Eu: Não vai sair para pegar alguma gostosa e comemorar o


aniversário na zona?

Zyan: Não ando na zona.

Sorrio, pois sei que ele está revirando os olhos.

Zyan: E quero passar com você como todos os anos. Por mim
estaríamos dando uma festa, mas você se negou a ter uma.

Eu: Não quero festa. Contento-me com sua companhia.

Zyan: Oh! Que declaração linda! Também te amo, paçoquinha.

Eu: Não se ache.

Zyan: Não preciso, pois já me encontrei ao seu lado.

Eu posso surtar?
Porque eu estou surtando.
Porra! Como eu posso não ser apaixonada por alguém que me trata
assim?

Eu: Ainda é cedo, então vou me arrumar e pegar um táxi até aí.
Meus pais foram jantar fora.

Zyan: Os meus também. Acho que aproveitaram que não fizemos


festa e foram fazer um programa entre amigos.
Eu: Creio que sim. Eu te vejo daqui a pouco. Tchau!

Bloqueio o celular e vou trocar de roupa. Saio do meu quarto e


percebo que meus pais já saíram. Tranco a porta e entro no táxi que já
estava me esperando. Eu permiti o acesso dele a minha casa assim que o
motorista me mandou uma mensagem me dizendo que havia chegado.
Eu poderia ir de carro até o apartamento de Zyan, mas não estou a
fim de dirigir.
Sorrio ao entrar no táxi e ver nossas fotos no insta. Nossa amizade é
tão linda que tenho medo de que um dia isso mude. Eu não completo ano no
mesmo dia que ele, Zyan completa ano sete dias antes que eu, porém ele
deixa para comemorar junto comigo.
Ele fala que houve um equívoco nas datas e por sua mãe estar
ansiosa por ver sua beleza apressou o parto.
Humilde, eu sei.
Cerca de 5 minutos depois, eu já estou na porta de seu apartamento.
Toco a campainha e espero que ele abra.
Assim que a porta se abre, eu estranho o escuro que toma conta de
todo o ambiente, contudo, antes que eu o questione, as luzes se acedem e
ouço gritos.
— Surpresaaa.
— O quê?
— Achou que deixaríamos passar em branco seus 24 anos de vida,
Quel? — Zy me abraça e beija minha bochecha.
— Parabéns, filha.
— Mãe, pai.
— Não podíamos deixar passar sem comemorar o dia que você
nasceu e deu mais cor e vida a nós, minha pequena. — meu pai fala me
abraçando e beijando o topo da minha cabeça.
Depois que meus pais se afastaram, fora a vez dos pais de Zyan.
Recebi abraços e cumprimentos deles, meus avós, Denis, Caio e Cristiano.
— Parabéns, Raquel. — Adam vem me abraçar e me dá um beijo no
rosto.
— Obrigada!
— Se quiser, eu posso retribuir o presente que me deu no meu. —
Estremeci com suas palavras sussurradas no meu ouvido e suspirei.
— Eu deveria aceitar por ser uma proposta tentadora, mas hoje meu
dia é do Zyan.
— Compreendo, mas não nos faltarão oportunidades.
— Sim. — dei mais um abraço nele e fui falar com os outros
convidados.
— Parabéns, Quelzinha. — Vini veio me abraçar e me pegou nos
abraços me rodopiando.
Gargalhei.
— Me solta, Vinícius. — bati em seu ombro e ele apenas riu.
— Solta-a, Vini. Se você derrubar a Quel com esses braços finos, eu
vou te dar um soco. — Zyan chegou por trás de nós e Vinícius me soltou.
Olhei ao redor e vi como estava tudo decorado.
— Está lindo. — fui até a mesa de doces e peguei vários
brigadeiros.
— Não sabia que se dariam ao trabalho de fazer uma festa surpresa
para mim.
— Claro que faríamos. Você é nossa princesinha. — Tio Ryan me
abraçou de lado e beijou minha testa.
Passamos a noite curtindo, comendo e bebendo. Depois todos foram
embora e eu fiquei com o Zyan.
— Obrigada pela surpresa.
— Você merece isso e muito mais.
Ele beijou minhas mãos e nos sentamos no sofá.
— Quando vocês fizeram tudo isso?
A decoração era de esportes radicais. E o bolo com tema de corrida
de Motocross.
— Hoje. Nossas mães aproveitaram as horas que passamos no salto
de paraquedas para arrumar tudo.
— Ficou tudo muito lindo.
Ele cheirou minha cabeça
— Vai arrumar a bagunça agora? — falei, olhando ao redor.
— Não. Amanhã nós arrumamos. Quer assistir algo ou dormir? —
ele ainda parecia bem agitado e sem resquícios de sono.
— Pior que eu estou com sono. — falei, bocejando.
— Então vamos dormir. — Assenti, queria mesmo uma boa noite de
sono.
Nós nos levantamos e fui para o quarto de hóspedes e Zyan para o
dele.
Fechei a porta e tomei uma respiração profunda. Eu queria correr até
ele e me jogar nos seus braços. Beijar sua boca e me deliciar nela. Beijar
todo seu corpo e depois me sentar nele e sentir o piercing que ele tem no
pau me tocando por dentro enquanto me fode forte e duro.
Céus! Eu estremeço só de imaginá-lo me tocando tão intimamente.
Chupando-me e me fazendo gozar com sua boca. O sono vai embora
automaticamente e aperto minhas pernas uma na outra para controlar a
pulsação que toma conta do meu sexo sedento por algum tipo de alívio.
O tesão me toma e irradia por todo meu corpo, se concentrado em
meu sexo.
Caminho até a cama e me arrasto até ficar no meio dela. Retiro meu
short e minha calcinha. Não posso ficar assim ou não conseguirei dormir.
Abro as pernas e desço a mão até minha boceta que clama por um toque.
Abro meus grandes lábios e toco meu clitóris já inchado, levo a outra mão
até meus seios e toco um e depois o outro por cima da blusa.
Gemo alto deliciada pelo prazer e arqueio as costas da cama me
abrindo mais. Levo meus dedos até minha entrada e passo a me foder com
eles enquanto minha palma alisa meu ponto de prazer com círculos. Acelero
os movimentos e me contorço na cama.
— Zyan… Gemo seu nome e me desmancho em um orgasmo
intenso.
Fico imóvel por alguns minutos com as pernas abertas e respirando
pesado. Após me recompor, levanto-me e sigo para o banheiro. Tomo um
banho, visto um conjunto de dormir de algodão e me deito pegando no sono
logo em seguida. Nada melhor do que dormir após gozar. O corpo relaxa e
sua mente fica leve, o sono chega mais rápido e tranquilo.
◆ ◆ ◆

Zyan

Praguejo e pisco os olhos várias vezes para ter certeza de que o que
eu estou vendo não é um sonho ou uma miragem. Tudo isso porque eu não
estou crendo no que meus olhos estão vendo. Raquel está nua da cintura
para baixo e de pernas abertas enquanto se fode com os dedos.
Meu pau endurece na hora e um ofego fica preso na minha garganta.
O toco por cima da calça de moletom e o aperto para conter o pulsar dele.
Estou quase gozando nas calças ao ver a expressão de prazer dela.
Eu vim até o quarto dar um beijo de boa noite como sempre faço
quando ela vem dormir aqui e sou presenteado com essa imagem que nunca
mais sairá da minha mente.
Eu deveria fechar a porta e deixá-la gozar em paz. Afinal é um
momento íntimo, mas não consigo, não posso. Meus olhos estão em cada
movimento seu, minha boca saliva de vontade de tirar seus dedos e eu
mesmo fazê-la gozar. Tomar seu gozo e depois a foder como ela vem
querendo há dias.
Porra! Ela é muito linda e gostosa.
Seus gemidos chegam até meus ouvidos e eu retiro meu pau para
fora da calça e o toco diretamente. Controlo meus gemidos para não
atrapalhá-la e me masturbo assistindo-a se dar prazer. Raquel, geme,
arqueia as costas e se contorce flexionando os pés e apertando as mãos em
sua boceta com as pernas ao gozar. Acelero os movimentos de minha mão
em meu pau e gozo vendo-a com as pernas abertas e a boceta escorrendo
seu gozo.
Seguro na parede quando o orgasmo começa a dar sinal de que logo
chegará e dou mais duas bombadas no meu pau, gozando em seguida e
melando toda a parede, minha calça e minha mão a com minha porra.
Deus!
Fecho a porta e me encosto na parede respirando com dificuldade.
Gozei tão forte que minhas pernas ficaram fracas. Suplico internamente
para que ela não saia mais hoje do quarto e assim eu possa limpar a bagunça
que fiz sem que ela veja.
Minha mente está nublada de sentimentos confusos, mas tudo o que
sei e tenho certeza é que será muito difícil vê-la, tocá-la e beijá-la sem a
tomar em meus braços e a foder duro e selvagem.
Porra! Eu estou fodido.
Confiro que ela está no banho, o que prova que não sairá mais do
quarto. Vou até o banheiro, pego uma toalha, volto e limpo a parede, que
para minha sorte é pintada com tinta óleo, o que me permite limpar a sujeira
facilmente, e depois de tudo limpo, vou para meu quarto tomar banho. Após
refrescar o corpo com um banho demorado, visto uma cueca e deito. Levo
um tempo para pegar no sono, mas quando finalmente durmo só acordo às
9h do outro dia.
JANTANDO COM OUTRO?
Raquel
Dias Depois…
Pego na mão do Vinicius e desço do seu carro. Ele entrega a chaves
para o manobrista e caminhamos para dentro do restaurante. Hoje é meu
jantar com ele. Vini me conduz durante todo o trajeto com a mão nas
minhas costas, me causando um leve arrepio.
— Ainda não me acostumei com sua beleza esta noite.
— Obrigada! — sorri e ele beijou minha mão.
Eu estou usando um vestido vermelho colado ao meu corpo, que vai
até a altura dos joelhos. Ele é de mangas, mas tem um decote em coração
que deixa meu colo todo de fora.
— Sério, Raquel, você é muito linda. Não sei como Adam ainda não
te pediu em namoro.
— Porque o que temos é só curtição.
Entramos no restaurante e ele dá seu nome para a recepcionista que
chama um garçom e ele nos guia até nossa mesa.
— Obrigada!
— Obrigado!
O garçom nos dá o menu e se retira.
— O que vai querer comer?
— O que meu nutricionista permitir. Ele é bem rigoroso com minha
dieta. — brinco.
— Ele deve estar cuidando de sua saúde, mas aposto que como ele é
gente boa te deixou escolher um dia para comer alguma besteira que gosta
muito.
— Sim, ele fez isso. E não conte a ele, mas eu realmente meto o pé
na jaca e como tudo o que gosto.
— Pode deixar, minha boca é um túmulo. — ele faz como se
passasse um zíper na boca e dou uma risada não muito alta.
— Podemos pedir uma massa com camarões e queijo e um vinho
branco para acompanhar. — ele sugere.
— Excelente escolha.
Ele faz sinal para o garçom que vem nos atender e receber nossos
pedidos.
— Me conte um pouco sobre você, Quel.
— Quer me conhecer? — brinquei. — Gosto de ler, esportes
radicais, assistir filmes de ação e comer besteiras enquanto os assisto.
— Não é muito saudável e esse é meu lado médico falando, mas é
algo bom e muito gostoso passar o dia de bobeira e se deliciando de coisas
gostosas. — a forma como as palavras dançaram em sua boca deixou claro
o duplo sentido de todas elas.
— E você do que gosta? — perguntei.
— Bom, eu gosto de…
Vinicius me falou seus gostos, me fez rir com suas gracinhas e
flertes. Ele era um cara muito legal e gentil. Nós comemos e nos deliciamos
com nossos pedidos enquanto conversávamos de forma bem descontraída e
agradável.
Após finalizarmos o nosso jantar, ele pagou a conta e fomos embora.
— Obrigado! — disse ele pegando as chaves de seu carro com o
manobrista.
Vini abriu a porta do carro e me ajudou a entrar nele. Quando ele se
acomodou no banco do motorista, se inclinou em minha direção e segurou
minha nuca me puxando para um beijo quente.
— Estava louco para fazer isso. — disse antes de tomar minha boca
na sua.
Abri a boca para receber sua língua e me deliciar com ela. Vinicius
beijava muito bem e até me excitei um pouco com seu beijo quente e
molhado.
— Vamos para minha casa? — pediu ofegante após finalizarmos o
beijo por falta de ar.
Olhei em seus olhos o vendo injetados de desejo e me deixei
vivenciar mais essa experiência.
— Vamos.
Ele sorriu de lado e colocou o carro em movimento. Em minutos,
estamos em sua casa. Vinicius nem me deixou entrar direito nela e logo
estava com suas mãos grandes em minha cintura e atacando minha boca.
Suas mãos me tocavam em todos os lugares de forma afoita com se eu fosse
fugir dele a qualquer momento.
Ele soltou meus lábios e passou a beijar meu pescoço.
— Tem certeza de que o que tem entre você e o Adam é só curtição?
Não quero brigar com meu amigo por você. — perguntou.
— Sim, ele até já está ficando com outra pessoa. Não quero um
relacionamento, Vini.
— Talvez não com ele. — murmurou baixo, mas eu ouvi.
— Como?
— Nada. — ele voltou a me beijar e me levou até o sofá.
Pôs-se sobre mim e beijou meu colo.
— Eu estava louco para ficar contigo, Raquel.
Ele puxou meu vestido desnudando meus seios e estremeci com sua
boca neles.
— Vinicius. — eu tentava dizer que ele estava indo muito rápido,
que eu não estava acostumada com toda essa selvageria, mas ele não me
dava tempo. Ele chupou um seio e depois o outro. Contorci-me embaixo
dele sentido meu tesão aflorar. Mas quando ele levantou meu vestido para
puxar minha calcinha, chamei por ele em um tom mais alto.
— Vinicius.
— O que foi? Você não quer? — perguntou ele parando de me
beijar.
— Eu sou virgem, Vini, e você está indo rápido demais. — falei sem
graça.
Sentia minhas bochechas queimarem em constrangimento.
— Me desculpe, Raquel. — ele se levantou sem graça. — Eu não
sabia.
Ele estava tão desnorteado quanto eu.
Endireitei-me no sofá e arrumei minha roupa. Ele se sentou ao meu
lado e me olhou nos olhos.
— Sei que não. Mas não estou acostumada com essa forma intensa e
rápida como você faz as coisas. — sorri para quebrar o clima estranho que
se instaurou entre nós.
— Desculpe mesmo. É que desejei tanto ficar com você que não
consegui me controlar.
Ele se pôs de pé Levantei-me e toquei seu rosto.
— Tudo bem. Você tem uma pegada gostosa e seu jeito intenso deve
deixar todas as mulheres loucas de tesão e ansiando para serem tomadas por
você, sou eu que não estou acostumada com isso.
— Então nada de sexo? — perguntou sorrindo de lado. — Para
quem você está se guardando, Quelzinha? É para o Zyan, não é? Você gosta
dele mais que como um amigo, não é isso?
Volto a sentar no sofá e arrumo meu vestido, que por ser um pouco
curto, tornou a subir revelando minhas coxas.
— Está tão na cara assim? — sorri sem graça.
Ele me sorriu de volta, se sentou ao meu lado e pegou minhas mãos
beijando o dorso delas com carinho.
— Todos que estão perto de vocês vêm à forma como você o olha.
Sei que sou amigo dele, mas Zyan é um idiota por não te pegar para ele e
nem enxergar o amor que você sente.
— As coisas entre nós, são complicadas. Nós nos conhecemos de
toda uma vida e sempre nos vimos e nos tratamos como amigos. Mas as
coisas mudaram tanto de um tempo para cá que às vezes nem sei como agir
perto dele.
— É por isso sua mudança? Para que ele te note?
— Não! Eu não estava satisfeita com minha aparência e sabia que
precisava mudar. Eu quis mudar, não foi devido ao que eu sinto por ele.
— Você já tentou falar o que sente para ele? Talvez ele sinta o
mesmo, é notável o ciúme que ele sente de você.
— Tenho medo de ele não sentir o mesmo e depois que eu falar a
nossa amizade acabe ou fique estremecida.
— Duvido muito. Acho que você se surpreenderia se confessasse
seus reais sentimentos por ele.
— Você sabe de algo?
— Eu sou observador, Raquel, e já peguei coisas no ar que você
ficaria surpresa. — ele sorri convencido.
— Então me diga o que "pegou no ar". Sou um pouco lerda,
confesso.
Ele gargalhou.
— Você é uma mulher incrível, Raquel. Agora eu vou te levar para
casa antes que me arrependa de ser cavalheiro e te convença a ser seu
primeiro homem.
— Você não tem jeito, Vinicius. Vamos. — disse me levantando.
— Esse é meu charme. — ele deu uma piscadela e eu sorri.
Vinicius pegou a chaves do carro e fechou sua casa. Entramos em
seu carro e ele me levou para casa.
— Já que não pude te foder, eu quero mais um beijo para
compensar. — falou ao parar o carro em frente ao portão da minha casa.
— Mas é muito puto mesmo. — falei e me inclinei beijando-o.
Nosso beijo foi mais calmo dessa vez, porém quente, e Vini suspirou
passando as mãos no rosto ao terminar o beijo
— Deus! Como é difícil ser cavalheiro hoje em dia. Você acaba com
a sanidade de qualquer homem, Quelzinha.
Sorri e me despedi dele.
— Tchau! — disse já fora do carro na calçada da minha casa o
vendo ir embora.
— Boa noite! Raquel. — a voz de Zyan surgiu do nada me fazendo
pular de susto.
— Que susto, Zyan. Como chega assim do nada? — reclamei
fazendo uma careta em sua direção.
— O jantar foi bom? Vi que a sobremesa foi. — falou sarcástico.
Raiva começou a aflorar.
— Estava me vigiando? — perguntei incrédula e um pouco
resentida.
— Não. Eu estava indo até sua casa, pois meus pais estão lá, e te vi
no carro com o Vinicius.
O modo como falou o nome do amigo deu-me certeza de que não
gostou de eu ter ido jantar com ele. Preferi ignorar sua infantilidade e segui
conversando normalmente.
— Ah, sim. O jantar foi muito bem e o beijo dele melhor ainda, é
isso que quer saber? Agora vamos entrar que está frio.
Virei-me apertei a campainha de casa e logo o portão foi aberto.
— Está muito linda nesse vestido. Muito mesmo. — ele soltou um
suspiro longo.
— Obrigada! — fui até ele e o abracei.
— Te amo, minha paçoquinha. — falou beijando minha cabeça e
inspirando meu cheiro.
— Também te amo, Zyan.
Entramos na minha casa, ainda abraçados. Cumprimentamos nossos
pais e eu subi para tomar banho e trocar de roupa.
Meus pais e os tios Ryan e Rana estavam em uma noite de cinema e
logo eu me juntei a eles. Assistimos a dois filmes e comemos pizza.
Zyan e seus pais dormiram na minha casa e no outro dia fomos para
o trabalho juntos. Eles tinham um quarto com algumas roupas na minha
casa, pois sempre fazíamos noites de pizza e cinemas com nossos pais.
Na próxima semana iríamos viajar para a Serra do Rio do Rastro,
onde faríamos uma excursão por toda a serra e passaríamos quatro dias lá.
NOSSA VIAGEM
Raquel
Uma Semana Depois…
— Boa viagem, filha. Cuidado e tirem muitas fotos de todo o local.
— Pode deixar, mãe, pai. Amo vocês e nos vemos em quatro dias.
Fui até eles e beijei-os. Zyan já tinha pegado minha mala e a
colocado em seu carro junto a sua. Eu falei com os pais dele por
videochamada antes dele sair de casa.
— Pronta? — perguntou Zyan pondo o cinto de segurança.
— Muito pronta.
Sorrimos e saímos da minha casa. Zyan colocou nossa playlist para
tocar e seguimos estrada fora, cantando nossas músicas, julgando quem
passava por nós e rindo de nossas bobagens. Quase quatro horas depois, já
estávamos na serra.
Tínhamos acabado de chegar ao Resort onde ficaríamos os três de
excursão. Ele ficava próximo ao local onde encontraríamos as outras
pessoas iriam se aventurar conosco nas belezas da Serra do Rio Rastro.
A serra do Rio do Rastro é uma das serras de Santa Catarina,
localizada no sul do estado. É cortada pela rodovia SC-390. E cercada por
muitas matas e cachoeiras, a vista durante todo o trajeto da Serra é incrível,
cheio de curvas e um dos cartões-postais mais lindo do estado catarinense.
Ela se Localiza no município de Lauro Müller, a mais de 1421
metros de altitude. Em seu topo há um mirante que nos proporciona uma
visão panorâmica de todo o local.
O ponto mais elevado, próximo da sua descida a sudeste, é o morro
da Ronda, onde há um banco de frente ao cânion de mesmo nome e
possibilita o acesso pela rodovia, a sul (cerca de 500 m da SC-438) que leva
ao interior de Bom Jardim da Serra, junto aos Aparados da Serra, com 1507
m de altitude.
Dele, avista-se o ponto mais elevado do estado do Rio Grande do
Sul (Monte Negro com 1398 m) em dias claros, sempre se olhando ao S. Ao
N-NW, avista-se um dos três pontos mais elevados de SC, o Morro da
Igreja com 1822 m de altitude é o principal passo de montanha ligando o
litoral e o planalto catarinense.
Eu e Zyan estamos programando essa viagem desde o ano passado.
Era um sonho meu conhecer a Serra e todas as belezas que ela tem e ele se
programou para fazer a viagem comigo. E foi por isso que não quis festa de
aniversário esse ano, eu queria gastar meu dinheiro com nossa viagem.
Ele deixou seus sócios Caio e Cristiano à frente da empresa nesses
quatro dias que ficaremos fora. Digo quatro dias, porque a viagem é longa e
só lá na serra passaremos três dias para podermos desfrutar de cada ponto
turístico e suas belezas.
Pretendo conhecer A Villa Francioni, que é uma das mais belas
vinícolas do Brasil e que conta com mais de 15 rótulos de vinho para todos
os gostos. Inclusive, o vinho rose, caiu no gosto da Madonna (sim, ela
mesma!). Diz a lenda, que depois que ela degustou o vinho, a cantora
comprou várias caixas em uma das viagens que fez ao Brasil. E eu como
não sou boba irei experimentá-lo.
Também não perderei a oportunidade de visitar o Cânion das
Laranjeiras que fica em uma área dentro da Fazenda Santa Cândida.
Apesar de a entrada ser aberta ao público, precisa-se pagar uma taxa
para o proprietário. O passeio é feito com um guia credenciado, pois a
estrada até a fazenda é saliente, que pode nos pregar peças se nós formos
descuidados.
E, como não queremos que aconteçam acidentes, então ir com um
guia que conheça bem o local é o ideal. O passeio também deve ser feito em
carro 4×4, por a estrada ser íngreme, de rochedos, mato, e conter certa
facilidade para se perder.
Há uma empresa especializada, que trabalha em conjunto com o
hotel que organiza toda a expedição: a Tribo da Serra Ecoturismo.
— Aqui é tudo muito lindo. — comentei maravilhada com o que
via.
O Resort tem uma decoração mais rústica feita para que você se
sinta aconchegante e como se estivesse em uma grande fazenda.
Ele possui vários chalés onde cada pessoa, família ou casal pode se
sentir a vontade em um lugar só seu por quantos dias quiser, há também um
restaurante onde comidas típicas da região são servidas, mas que eles
também preparam algo que você deseje comer.
É luxuoso e requer que desembolsemos um bom dinheiro para
passar alguns dias aqui, mas só em vê a beleza do lugar ainda na chegada já
sei que valeu muito a pena.
Nós viemos em sua picape e ela estava estacionada no
estacionamento do Resort, pois será com ela que faremos a excursão pelo
Cânion das Laranjeiras amanhã depois do café. Nós iremos visitar o Cânion
e as cachoeiras. No outro dia será a vinícola e no último dia faremos uma
trilha até o mirante onde poderemos contemplar a mata vasta que cerca todo
o local.
O local é bem frio por ser de altitude elevada, então precisamos
estar bem agasalhados.
— Sim, é muito lindo. Serão os três dias mais incríveis que teremos.
Concordei com a cabeça e ele me abraçou forte e beijou o topo dela.
Seguimos para o chalé, arrumamos nossas coisas e depois voltamos
para o restaurante do hotel. Jantamos e voltamos para nosso chalé. Vimos o
anoitecer deitados em uma das espreguiça na varanda e depois entramos
para dormir e descansar para curtirmos nosso dia de excursão ao
amanhecer.
O chalé tinha uma lareira, a qual Zyan acendeu, e também
aquecedor, pois a serra era um lugar bem frio. Fui tomar banho primeiro e
Zyan ficou me esperando deitado na cama vestido apenas uma calça de
moletom com todo seu peito musculoso, com belas tatuagens desenhadas
em sua pele bronzeada, a mostra e me fazendo babar.
Uma tortura, eu sei!
E para provocá-lo eu tomei um banho quente e saí do banheiro
vestindo apenas calcinha e sutiã. Ele me olhou de cima a baixo por alguns
segundo e notei seus olhos ficarem escuro de desejo. Ele se sentia afetado
por mim assim como eu por ele.
Porém, não esperava que ele fosse realmente tomar uma atitude com
relação ao desejo que sentíamos, por mais que eu quisesse que ele me
tomasse em seus braços, e foi por isso que dei um passo recuando quando
ele veio para cima de mim como um leão prestes a devorar sua presa.
— Eu não aguento mais.
É tudo o que ele diz antes de atacar minha boca. Suas mãos seguram
minha cintura de forma possessiva e ele gruda nossos lábios. Seu beijo é
urgente, apressado, necessitado. Batemos os dentes e ele morde e chupa
meus lábios.
Zyan me impulsiona para subir em seu colo e vai dando passos
desgovernados até me ter prensada em uma parede. Gemo com o toque das
minhas costas nuas na parede gelada e ele solta um som quase como um
rugido.
Ele desce beijos pelo meu pescoço e colo. Contorço-me em seus
braços me deliciando de cada toque seu. Seu membro duro contra meu sexo
e gemo enlouquecida de prazer e necessitada de um contato maior para
aplacar o calor que me consome. Zyan me tira da parede e me joga ma
cama.
— Zyan…
— Eu quero muito te provar, Quel, muito mesmo.
Ele não me dá tempo de retirar minha lingerie e a rasga. Sim, ele a
deixa em pedaços e depois caiu de boca em meus seios, chupando um e
depois o outro sem me dar tempo de raciocinar e apenas me entregar ao
prazer que sua língua afiada está me proporcionando.
— Porra! — exclamo agarrando seus cabelos.
— Gostosa demais.
Ele chupa um e depois o outro. Aperta, lambe e mama em meus
seios como se não se alimentasse há dias. Arqueio as costas da cama e me
esfrego em sua ereção, rebolando sem vergonha alguma até que gozo
gritando seu nome.
Zyan larga meus seios e desce beijando minha barriga, beija e lambe
o piercing que há em meu umbigo, me enlouquecendo ainda mais, até
chegar em minha boceta e rasgar a calcinha como fez com o sutiã. Ele é
selvagem, duro, cru, carnal e tudo o que eu faço é gemer alto e me entregar,
deixando que ele faça tudo o que quer comigo.
Zyan abre minhas pernas o máximo possível e fica olhando minha
boceta com um sorriso torto nos lábios.
— Não me olha assim, Zyan. — Tampei meu rosto. — Eu tenho
vergonha.
— Não tenha. Você é linda. Sua boceta é linda. E eu estou apenas
admirando a perfeição que ela é.
Céus eu vou morrer hoje!
Busco minha voz e digo:
— E vai ficar só olhando?
— Não, vou comê-la e degustar cada pedacinho dela. — Falou
passando os dedos de leve e me fazendo gemer.
— Isso é tortura.
— Tortura fora eu te ver com as pernas abertas e tocando essa
belezinha aqui e não poder fazer nada. — ele beliscou meu clitóris me
fazendo gemer alto.
— Você me viu se masturbando? Que feio, Zyan. Deveria ter
entrado no quarto e… Porra!
Parei de falar quando sua boca me atacou. Ele abriu meus grandes
lábios deixando a mostra meu clitóris e o chupou com vontade. Agarrei o
lençol e minhas pernas quiseram se fechar em um reflexo, mas Zyan não
deixou e me manteve aberta e com o quadril preso a cama.
Ele lambeu, chupou e mordeu de leve meu nervo pulsante até me ter
enchendo sua boca com meu gozo. Finalizou o oral com pequenos beijos na
minha vulva e entre as minhas coxas.
— Foi ótimo. — falei sorrindo ao tê-lo com o rosto sobre o meu.
— Sei que foi.
Ele se levantou, tirou a calça, a cueca e pôs o preservativo em seu
membro ereto.
— Você é muito convencido.
— Sou realista, é diferente.
Abri minhas pernas e ele se colocou entre elas encaixando seu sexo
no meu.
— Antes de seguir com o que eu tanto desejo, eu preciso saber se é
isso que quer?
— Eu quero que você seja meu primeiro Zyan!
— Me sinto muito honrado em ter sua confiança Quel. Sei que para
muitas mulheres a primeira vez é especial.
— A minha é especial porque está sendo com você. — fechei os
olhos ao sentir seu toque em meu clitóris.
Ele voltou a estimular meu ponto sensível para que minha excitação
voltasse e minha lubrificação aumentasse. Zyan me masturbava e chupava
meus seios até me ter a beira de um novo orgasmo e só então ele me
penetrou.
Eu não senti dor, apenas um leve incomodo, mas nada de dor. O
prazer foi maior que tudo e podia sentir o pau de Zyan me preencher por
inteira. Ele começou a se movimentar, depois de um tempo parado, me
levando ao céu.
Era ótimo ser tomada por ele, porque Zyan era calmo, mas com as
estocadas certeiras e o piercing em seu pênis dava uma sensação muito
gostosa toda vez que batia nas paredes da minha vagina.
Nós nos beijamos e eu prendi as pernas ao redor de sua cintura, o
fazendo ir mais fundo. Ele beijava todo meu pescoço e colo enquanto
acelerava suas investidas em meu centro.
— Zyan… — gritei seu nome quando meu prazer aumentou com o
movimento circular que ele vez com a pélvis e tocou meu ponto G.
Gozei cravando as unhas em seus braços e ele mordeu meu ombro.
— Porra! — exclamou quando o apertei dentro de mim. Minha
vagina contraia sugando seu pau e fazendo prolongar o orgasmo.
— Mais um, minha linda, goza mais uma vez.
— Zyan…
Ele tocou meu clitóris e deu mais uma rebolada dentro de mim.
Arqueie as costas. Empurrei sua bunda com os pés fazendo-o entrar mais.
Revirei os olhos, tremendo por inteira, ao ter meu corpo tomado por um
orgasmo ainda mais intenso.
— Céus… Goze, Zyan, pelo amor de Deus. — pedi, não aguentando
mais gozar.
Eu já estava mole em seus braços e minhas pernas começavam a
arder e doer pela posição. Ele tinha uma resistência incrível.
Ele sorriu e tomou minha boca na sua enchendo a camisinha com
seu gozo. Ele ainda permaneceu dentro de mim por alguns segundos e só
então caiu para o lado respirando com dificuldade.
— Nossa! Não sinto as minhas pernas. Como é mesmo que se
respira? — virei à cabeça para o lado. — Morri.
Uma gargalhada gostosa ecoou pelo chalé e me peguei rindo
também. Ele se levantou, foi ao banheiro e voltou sem o preservativo e com
uma toalha nas mãos.
— Eu te machuquei? — perguntou enquanto me limpava e beijava
de leve meu monte de Vênus.
Eu sentia uma leve ardência em minha vagina, mas nada que um
bom descanso não resolvesse.
— Não! Foi maravilhoso. — ele me deu outro beijo e voltou ao para
o banheiro.
— Agora entendo o porquê das mulheres não te largarem por nada.
— disse quando ele se deitou ao meu lado.
— Eu sou incrível, eu sei. — ele me puxou para seus braços.
— Faltou o humilde. — beijei seu peito e fiz círculos com o dedo
em seus mamilos. Ele se arrepiou.
— Foi ótimo, Quel, e fico feliz que você tenha aproveitado e sentido
prazer em tudo.
— Não poderia ter sido melhor. Obrigada!
— Não agradeça. Agora me diga como ficaremos?
— Como assim? — me deitei sobre seu peito, lhe dei dois beijos em
seus mamilos e levantei a cabeça para o olhar.
Minha cabeça ficou apoiada sobre meu braço.
— Somos amigos, Quel. Não quero que nada abale nossa amizade,
mas eu não namoro e você é muito nova na questão de relacionamentos.
Tentei não me abalar com suas palavras, mas isso não foi possível.
— Eu não estou te pedindo em namoro, Zyan. — tento sair de seu
abraço, mas ele me impede.
— Não. Vamos nos resolver, não quero mal-entendido entre nós. O
que eu estou falando, Raquel, é que eu quero que você viva tudo aquilo que
a vida tem para lhe oferecer. Amei ser seu primeiro, mas não mereço ser o
único. Eu já fiquei com várias mulheres e você merece ficar com vários
homens se assim quiser. Você acabou de fazer 24 anos, Quel, tem muita
coisa que viver ainda.
— Entendo o que você está dizendo, Zyan, e também não quero que
nada estrague a nossa amizade, mas nos sentimos atraído um pelo outro.
— Não poderia ser diferente, você é muito gotosa — ele me deu
uma tapa na bunda.
Estava de lado e com uma perna sobre a dele.
— Sei que sim. — me fiz de autossuficiente e ele deu uma risada.
Depois soltou um suspiro e eu sabia que ele voltaria com o discurso
de que não quer estragar nossa amizade, que não namora, e isso acabaria me
chateando.
— Mas eu quero que tenha suas próprias experiências. Que quando
chegar lá na frente não se sinta triste por não ter aproveitado sua juventude
ou frustrada por não ter experimentado outros corpos.
— O seu é bem gostoso. E trabalha muito bem. — fiquei sobre ele.
Eu queria que ele parece de falar, pois isso estava começando a
estragar as coisas entre nós.
— Mas agora que eu já perdi a virgindade, o medo de sentir dor e de
não ser prazeroso, passou. Agora eu sei como sexo é bom e quero fazê-lo
sempre. — rebolei em cima dele, pagando de desapegada e mostrando para
ele que só queria sexo. Era uma mentira, uma grande mentira, mas eu teria
de fazer com que ela se tornasse verdade
— Céus! Criei uma ninfomaníaca.
Ele gargalhou e me tirou de cima dele.
— Vamos tomar um banho e descansar. Amanhã nós praticamos
mais. — saiu da cama e me puxou pelos pés.
— Vamos transar muito nessa viagem? — fiquei de pé na sua frente.
— Se você aguentar, sim. Vou te preparar para o mundo.
— Ganhei um professor de foda, então? — ergui uma sobrancelha.
— Sim, e gosto de alunas bem aplicados. Terá que se esforçar para
passar nas provas com nota máxima.
— Está me desafiando senhor Zyan, o "deus do sexo"? — cruzei os
braços, projetando os seios para frente.
Eu não tinha vergonha de ficar nua na frente dele. Seus olhos
escureceram.
— Sim, três dias de aula intensiva de sexo para você enlouquecer
suas futuras foda.
— Pois eu vou me esforçar ao máximo em cada aula e superar o
professor. Serei uma deusa do sexo e deixarei todos babando por mim.
— Eles já babam. — murmurou ele.
Fingi que não ouvi e entrei no banheiro.
Tomamos banho juntos e depois dormirmos abraçados.
Essa viagem me traria muitas coisas boas
APROVEITANDO
Zyan

Quando eu me propus a fazer essa viagem com a Raquel, nem


imaginava os rumos que ela iria tomar. Ela é uma mulher linda, tem um
corpo gostoso e só um cego não veria isso. E eu como homem que gosta de
mulher não consegui conter a atração e o desejo que ela vem me
despertando nos últimos dias.
Tentei focar na nossa amizade, nos momentos de companheirismo
que vivemos durante todos esses anos, mas não consegui ficar indiferente a
sua mudança.
Porra! A mulher é linda, engraçada, tem os mesmos gostos que os
meus e muito, muito gostosa. Não tinha como eu conseguir resistir e não a
foder.
Assim que ela saiu do banheiro só de calcinha e sutiã, me dando a
visão deliciosa de sua boceta gordinha e dos seus seios fartos, e eu não pude
fazer outra coisa que não ir para cima dela e devorá-la inteira. Degustei
cada pedacinho daquela preciosidade que ela tem entre as pernas e depois
fui ao céu ao me enterrar nela.
Nunca senti tanto prazer ao comer uma mulher como senti com a
Raquel. Sentir sua boceta me apertar, ouvir seus gemidos, suas unhas
cravadas em mim ao me ter a fodendo duro foi a melhor sensação que já
tive. Eu pensei que já tinha sentido prazer no sexo, mas nada se comparou
ao que senti ao ter Quel em meus braços sendo minha por completo.
Foi ótimo ter sido seu primeiro homem e ter a feito sentir o prazer
que sentiu e gozar da forma que gozou. E será ainda melhor ter que mostrar
como o sexo pode ser feito de formas diferentes e ainda mais intenso e
prazeroso.
— Por Deus, Raquel! Eu estou já caindo da cama. — Resmunguei
quando ela me deu outro empurrão.
Ela tinha tomado todo o espaço da cama.
— Cala a boca, Zyan, me deixa dormir.
— Já está tarde e temos uma viagem para aproveitar. — Dei uma
tapa na bunda dela.
Quel estava de bruços toda esparramada na cama e com aquela
bunda grande e maravilhosa em minha total visão. Eu adoraria fodê-la
naquela forma.
— Para de bater na minha bunda que ela não é pandeiro. E vai para
lá. — Ela me deu outro empurrão e dessa vez fui ao chão.
— Porra! — Praguejei. — Isso doeu.
Levantei-me e subi em cima dela.
— Já que não me quer ao seu lado, vai ter que me suportar em cima
de você.
— Me larga Zyan, eu preciso fazer xixi.
— Só depois que eu tomar meu café da manhã.
— O que quer dizer com isso?
Sorri e abri as pernas dela.
— Você, vai-me… Fazer de comida? — Ela gritou quando puxei sua
calcinha e caí de boca na sua boceta gostosa.
Chupei, lambi, mordisquei, sedento e louco de desejo para tomar
tudo dela. Quel gozou lindamente, matando o desejo que eu tinha de sentir
seu gosto mais uma vez em minha língua.
Saí de cima dela e me levantei a pondo de pé também.
— Só não te vou foder agora porque sei que está dolorida, mas, mais
tarde, você não me escapa e eu vou te comer no chão, ao lado da lareira
enquanto tomamos um vinho. Na verdade, eu vou tomá-lo em você.
— Assim eu vou voltar para casa desidratada, Zy. — Ela reclamou,
porém, seus olhos brilhavam de excitação.
— Está reclamando? Estamos em uma aula intensiva de sexo, se
esqueceu? Você tem que aprender e se comportar como uma boa aluna.
— Longe de mim, reclamar. Foi só um comentário mesmo.
Ela apertou meu pau sob a cueca e eu resmunguei.
— Se continuar me apertando assim, eu vou fazer você chupá-lo.
— Isso eu sei fazer. E muito bem por sinal, Adam adorou minha
chupada.
Provocou com um sorrisinho bobo nos lábios. Estreei os olhos.
Saber que ele tinha sido o primeiro a receber um boquete seu me deixou
com raiva. Queria que tivesse sido meu pau a estar em sua boca pela
primeira vez.
— Ajoelha. — Mandei sem conseguir me controlar.
Raquel obedeceu e puxou minha cueca, libertando meu pau que já
estava duro.
— Abre a boca e o coloque nela. Chupe a glande, primeiro, e depois
o resto. Masturbe o que não couber e só o largue depois que eu encher essa
sua boquinha gostosa com a minha porra.
Ordenei sério, mas um praguejo me escapou quando sua boca
carnuda envolveu meu pau. Raquel o tomou quase todo e controlei a
vontade de perguntar onde ela aprendeu a fazer isso.
Gemi e depois agarrei seus cabelos em um rabo de cavalo e passei a
foder sua boca. Ela chupava com uma vontade que eu precisei me controlar
ao máximo para não gozar rápido.
— Quel… — chamei seu nome quando ela começou a apertar
minhas bolas de leve e rodou a língua na cabeça do meu pau me fazendo
revirar os olhos de prazer.
Não consegui me conter e gozei em sua boca. Ela bebeu tudo e
depois ficou de pé com um sorrisinho de lado a me ver mole e sentado na
cama.
— Não vai falar nada? Perdeu a voz?
— Quando eu te pegar de jeito, Raquel, você vai se arrepender de
me desafiar assim. — falei ainda tentando controlar a respiração.
— Estou contando com isso. — Ela sorriu de lado e foi para o
banheiro tomar banho.
Fiquei admirando seu corpo e quando ela fechou a porta me joguei
para trás me deitando na cama.
— Porra, isso não vai ser fácil. — sussurrei com as mãos no rosto.
Eu que vou acabar me fodendo no final, tenho certeza disso.
Fiquei o tempo que ela levou tomando banho deitado na cama ainda
nu. Estava mexendo no celular quando ela saiu vestida apenas de calcinha e
sutiã.
— Colocar uma roupa é bom, né!
— Chupa meu pau, Quel. — brinquei o apertando.
Ela o olhou, virou o rosto e foi até sua mala pegar uma roupa.
— Já chupei, não é mais novidade.
Abri aboca chocado com sua audácia e retruquei.
— Você já foi uma amiga melhor.
— Vai tomar banho, Zyan. Já estamos atrasados e eu estou com
fome.
— Tinha me esquecido do seu mau-humor quando está com fome.
Sua linda! — dei uma tapa na bunda dela e entrei no banheiro rindo de seus
resmungos.
Essa viagem nos marcaria para sempre.
AINDA NA NOSSA VIAGEM
Zyan

Após tomar banho e vestir uma roupa quente, peguei a mão da


Raquel e saímos do nosso chalé para tomar café no restaurante do Resort.
Estávamos com muita fome depois e toda a atividade que fizemos
durante a madrugada e início da manhã, então nós caprichamos em nossos
pratos.
Raquel nunca foi dessas mulheres que deixava de comer por conta
da aparência e sempre come tudo o que gosta. Eu sempre amei vê-la se
deliciar com a comida, a alegria em seu rosto e os pequenos gemidos de
satisfação que solta a comer uma boa comida me fascinava, porém, o que
aconteceu hoje foi diferente.
Antes eu tinha uma imagem de Quel, uma imagem de amiga, eu não
via nada sexual em suas ações, mas hoje a cada gemidinho de prazer que ela
dava eu me remexia na cadeira: eles iam direto para o meu pau que se
agitava com as lembranças dela gemendo embaixo de mim.
Na hora que um pouco do molho da panqueca que comia escorreu
por sua boca, tudo o que me vinha a mente era de me inclinar, passar a
língua por ela e chupar seus lábios para saber qual seria o sabor daquela
comida junto ao de sua boca.
E quando ela levou a língua até o canto da boca e lambeu o molho
eu quase tive um AVC, pois imagens daquela mesma língua em volta do
meu pau não pararam de pipocar na minha cabeça. Estava bem difícil tirar
desvincular a imagem da mulher que fodi ontem a noite da minha amiga de
anos.
Eu estava bem fodido!
Depois do nosso café voltamos para o chalé, escovamos os dentes.
Raquel pegou sua bolsa e eu minha carteira e celular. Abracei-a de lado e
fomos nos encontrar com o guia para a visitarmos o Cânion das Laranjeiras.
Faríamos uma trilha até o local e Raquel estava muito animada em conhecer
cada recanto e a cachoeira que se encontrava durante o percurso até a
chegada do Cânion.
Nós iríamos de carro até o início da trilha e depois seguiríamos a pé.
— Meu Deus! Como é lindo aqui, Zyan.
A alegria da Quel me fazia sorrir. Seu rosto iluminava a cada coisa
que via e eu registrava tudo através da minha câmera. Não sou fotógrafo
profissional, mas sempre curti tirar fotos e meus momentos com Raquel
estão no topo da lista de coisa que guardo através da lente da minha câmera.
Ela fazia poses em cada ponto importante da trilha e eu clicava várias vezes
pegando todos os momentos e os guardando.
Caminhamos por mais alguns minutos e chegamos à Cascata da
Barrinha. A pequena cachoeira, localizada perto do mirante, fica abaixo do
nível da estrada e é um lugar perfeito se refrescar depois da trilha. Todavia
não o fizemos, pois a água estava bem gelada. Mas tiramos muitas fotos e
ainda colocamos as mãos e os pés na água. Raquel deu um gritinho quando
a peguei no colo e fingi jogá-la na água, arrancando risadas do guia e das
outras pessoas que nos acompanhavam na trilha.
Seguimos viagem e minutos depois já estávamos contemplando
nosso destino
A vista era perfeita e eu tirei inúmeras fotos.
— É tudo tão lindo! — Exclamou Raquel ao meu lado.
Abracei-a e beijei o topo da sua cabeça.
— Obrigado por insistir nessa viagem.
— Obrigada por topar vir comigo. Está mais que perfeita porque é
você aqui comigo.
Ela apertou meus braços ao redor de sua cintura e deitou a cabeça
em meu peito.
Sim, estava perfeito porque era com ela. Éramos nós dois naquela
infinidade bela. Naquele lugar de belezas incontáveis onde uma delas estava
nos meus braços.
Eu amava tudo aquilo, amava o esporte, a adrenalina e amava ainda
mais Raquel.
Passamos alguns minutos contemplando cada beleza daquele lugar e
depois voltamos pela mesma trilha até o carro. Entramos no carro e
seguimos de volta para o Resort.
◆ ◆ ◆

Nós já tínhamos jantado e agora estávamos deitados nas


espreguiçadeiras na varanda do chalé. A noite estava linda e cheia de
estralas apesar do frio.
Raquel se remexeu em meus braços e apertou minhas mãos.
— Zyan, eu estou com frio. — Reclamou apertando os braços
tentando se esquentar.
— Vem aqui. — me levantei e a peguei no colo, abraçando-a forte.
Entrei no chalé, a coloquei sobre a cama e fui conferir se a mesma
estava quente. Olhei a temperatura do aquecedor e a lareira colocando mais
lenha nela.
Raquel olhava tudo com atenção e após deixar tudo em uma
temperatura confortável para nós dois, eu fui até ela me deitando ao seu
lado.
Toquei seu rosto traçando cada detalhe dele e pousei meu dedo em
seus lábios. Ela sorriu de leve e eu me inclinei para beijá-la.
É um beijo calmo, suave. Mas que logo se torna em um beijo quente
e urgente. Fico sobre ela que abre as pernas para me acomodar entre elas e
nos devoramos. Seus gemidos logo se tornam mais altos e ela começa a se
esfregar em mim, fazendo minha ereção crescer ainda mais.
— Nós precisamos nos esquentar e qual melhor forma do que com
sexo? — falo me ajoelhando na cama e a puxando para tirar sua roupa.
— Você é tão safado. — ela sorri e levanta o quadril para tirar a
calça.
— E você gosta.
— Pior que, sim.
Ela me presenteia com sua nudez e eu faço o mesmo com ela. Fico
nu com meu pau ereto que pulsa a cada olhada sua. Ela o toca e o aperta de
leve, me fazendo gemer.
— Agora vem e me fode. Temos aulas para pôr em prática.
Ela se deitou abrindo as pernas e me dando a visão perfeita de sua
boceta gordinha que já brilhava com sua lubrificação.
— É pra já.
Agarrei suas coxas abrindo ainda mais e caindo de boca naquela
delícia.
Abri seus grandes lábios e passei a língua de cima a baixo, sendo
recebido com os seus gemidos e o sabor maravilhoso da sua boceta. Beijei
toda a extensão dela e depois me concentrei em seu ponto de prazer, que
estava inchado e pulsando, fazendo movimentos circulares e de vai e vem
nele.
— Zyan… — ela choramingou e começou a se contorcer agarrando
o lençol a cada chupada e lambida que eu dava em seu clitóris.
Levei minha língua até sua entrada e passei a fodê-la com ela
enquanto estimulava seu clitóris com meus dedos. Belisquei de leve seu
ponto de nervos quando ela prendeu minha cabeça e sua boceta e senti suas
pernas tremerem e seu gozo em minha boca.
Raquel gozou com um gemido alto e estremecendo toda. Ela caiu
languida na cama e eu me afastei pondo o preservativo e a penetrando com
uma estocada só.
— Céus… Ainda estou sensível, Zyan. — disse ela agarrando-se a
mim e beijando meu peito.
— Desculpe, mas eu estava louco para me enterrar em você de
novo.
Peguei suas pernas e as coloquei ao redor da minha cintura. Assim
eu conseguia ir mais fundo e a preencher totalmente.
Ficamos nessa dança de estocadas firmes e duras, com nossos
corpos suados e seus gemidos preenchendo todo o chalé, até que Raquel
com um movimento nos mudou de posição, me retirando de seu interior e
depois me montando de uma vez.
— Porra! — ela sorriu de lado e passou a rebolar de forma leve.
Ela ficou assim por alguns segundos e depois começou a me
cavalgar intensamente.
Segurei sua cintura e a ajudei com os movimentos. Seus seios fartos
balançavam na minha frente, então os tomei em minhas mãos e os coloquei
na boca.
— Ahhh…
Seus gemidos se intensificaram e eu estava a ponto de gozar, mas
queria que ela gozasse de novo para que eu pudesse me libertar e encher a
camisinha com minha porra.
Mamei em seus peitos enquanto ela rebolava esfregando o clitóris
em minha pélvis até gozar, apertando, sugando meu pau e desfalecendo
sobre mim. Soltei seus seios e passei a estocar de baixo para cima até gozar
também.
— Se esquentar assim é bem melhor. — sussurrou cansada.
Eu nos coloquei de lado e beijei sua boca. Saí de dentro dela e fui
até o banheiro descartar o preservativo. Liguei a banheira e deixei enchendo
com a água morna, coloquei sais de banho para fazer espuma e depois
voltei para o quarto
Raquel estava quase dormindo quando me aproximei da cama.
— Vamos tomar banho primeiro, Quel. Estamos suados e
precisamos nos refrescar.
Ela resmungou que eu era mal quando a peguei no colo e gargalhei
escondendo o rosto em seus cabelos e inspirando seu cheiro.
Coloquei-nos na banheira e com ela na minha frente e massageei
suas costas. Peguei o elástico que tinha em sua mão direita e prendi seus
cabelos para que não molhassem.
Beijei seu ombro, costas e pescoço ouvindo os gemidos de
satisfação dela. Levei minha mão até os seios e os massageei também,
porém dando uma atenção maior aos bicos intumescidos
Desci a outra mão por sua barriga até alcançar o triangulo entre suas
pernas e ela suspirou.
— Está sensível. — sussurrou com a cabeça em meu peito.
— Eu sei e quero que se sinta bem. — fiz uma massagem leve entre
suas dobras.
— Amo quando me toca assim. — ela abriu mais as pernas. — E
quando cuida de mim.
Beijei seu pescoço ainda a masturbando com carinho e suavemente.
— Como será quando essa viagem acabar?
Eu saiba qual era seu receio, pois era o meu também. A atração que
sentíamos um pelo outro era inegável, mas não podíamos ficar juntos. Não
de forma romântica pelo menos.
— Seguiremos nossas vidas como antes. Você sendo a minha Quel e
eu seu Zyan, dormindo em minha casa, fazendo nossas maratonas de filmes
de ação enquanto comemos besteiras. Fazendo nossas corridas de
Motocross com o tio Vitor e trabalhando muito para nossa empresa crescer.
— Sem sexo?
— Se você quiser, por mim não há problema.
Ela soltou uma risada e estremeceu gozando.
— Amigos com benefícios? — perguntou após se recuperar.
— Sim, já compartilhamos tudo, podemos compartilhar nossos
corpos também.
— Mas é muito safado mesmo. Vou te fazer de meu consolo. — ela
apertou meu pau me arrancando gemidos.
— Vou amar ser usado por você, minha Quel. Posso continuar sendo
seu professor de sexo por quanto tempo quiser.
Ela ficou de frente para mim e me beijou.
Comecei a me masturbar e gozei em seus peitos e barriga. Nós nos
beijamos enquanto eu espalhava meu gozo por seus mamilos e os apertava
entre os dedos.
Nós nos lavamos no chuveiro, nos enxugamos e caímos na cama,
adormecendo logo em seguida.
MUDANDO
Raquel

Assim que o carro para na porta da minha casa, eu tiro o cinto de


segurança e desço indo abraçar meu pai, minha mãe e meus tios. Foram
apenas quatro dias fora, mas que me deixaram com saudades deles.
— Ai, meu Deus! Meu bebê voltou. — falou meu pai fazendo seu
drama e me rodopiando como sempre fazia quando eu era criança.
— Para de graça pai. — falei entre risos. — E para de me rodar ou
eu vou cair.
— Está vendo, Cíntia? Apenas quatro dias fora em sua primeira
viagem sozinha, já não quer que eu a trate como a minha princesinha. — ele
fez bico e foi abraçar minha mãe.
Todos ao nosso redor ríamos de sua forma dramática de ser.
— Pois é, tio Vitor. Parece que sua menininha cresceu. — Zyan me
abraçou por trás e beijou meu rosto.
Eu sabia ao que ele se referia. Eu era oficialmente uma mulher e ele
tinha sido meu primeiro homem.
— Bem-vindos, meus amores. — minha mãe veio nos abraçar e os
pais de Zyan fez o mesmo.
— Vamos entrar. Eu preparei uma lasanha e um escondidinho de
carne seca para nosso almoço.
— Deus! Tia Cíntia. — Zyan gemeu. — Minha barriga roncou só
em ouvir essas belas palavras.
— Menino guloso. — tia Rana deu enganchou seu braço no deles e
saiu andando.
Abracei meu pai de lado e entramos em casa. Minha mãe cruzou seu
braço em tio Ryan e nos seguiu.
Almoçamos em nosso clima de sempre. Com brincadeiras, risos e
muita conversa sobre tudo o que vivenciamos na viagem.
Eu amava de mais a minha família.
Contamos e mostramos as fotos de todos os nossos momentos, mas
deixando de fora os detalhes do nosso sexo. Nossos pais não precisavam
saber disso.
— Quel? — ouvi Zyan me chamar do corredor dos quartos.
— Oi, Zy. — respondi de dentro do meu quarto, em um tom alto
para ele ouvir.
Ele abriu a porta e entrou. Eu estava deitada lendo meu livro. O
mesmo que ele leu uma cena da outra vez.
— Eu já vou. Marquei com os meninos uma saída para a balada
mais tarde, você vai?
Sentou-se na minha cama ao meu lado e espiou o que eu estava
lendo.
— Sim, estou com saudades deles.
— Deles ou do Adam? — perguntou com a sobrancelha erguida.
— De todos, Zyan. — revirei meus olhos. — Que horas marcaram?
— 21h. Eu passo aqui ou você nos encontra lá?
— Eu encontro vocês lá.
— Ainda aquele livro? Gostou mesmo dele, não é? — ele sorriu de
lado, me despertando coisas.
— Gosto, sim.
— Qual é a cena dessa vez? — estiquei minha mão e entreguei meu
Kindle para ele ler.
Eu estava com meu rosto queimando de vergonha, mas eu queria
que ele lesse a cena e desse a sua opinião.
Zyan se encostou na cabeceira da minha cama e começou a ler a
cena na qual eu tinha parado.
‘’Ele se afastou de mim, retirou a roupa me dando visão de seu pau
e pegou um preservativo que foi entregue por Chris. Seu pênis era bonito e
com veias por toda sua extensão. A cabeça era rosada e robusta e ele era
mais longo que o do Christopher, mas o do homem da minha vida era bem
mais grosso e o meu preferido.
— Pronta para ser fodida?
— Já nasci pronta.
Ele sorriu, abriu minhas pernas colocando meus joelhos próximos
ao meu rosto e entrou em mim em uma estocada só me roubando o ar.
— Porra! — gritei ao ter minha vagina preenchida por ele. Brandon
estocou sem pena, me fazendo gemer ainda mais alto.
— Delícia de boceta. Aperta-me e suga meu pau, com ela ruiva.
Eu contraí a vagina e foi a vez dele de gemer. Suas estocadas são
rápidas e duras e o som dos nossos corpos se chocando preenche o quarto,
elevando ainda mais nosso tesão. Estamos suados e ofegantes, mas tudo o
que eu quero são suas investidas certeiras e violentas em meu centro que o
suga com vontade e desejoso de mais orgasmos.
— Isso… Assim… — Peço suplicante inebriada de prazer.
Ele me mudou de posição em um movimento rápido e me pôs de
quatro. Primeiro eu pensei que ele queria-me foder assim, mas depois vi
que Christopher queria foder minha boca’.
Ao final da leitura ele estava ofegante.
— Raquel é isso que você ler? Ela está sendo fodida por dois
homens! — sua voz saiu uma mistura de indignação e surpresa.
— Qual o problema? Eu bem que queria saber como é ser fodida por
dois homens ao mesmo tempo.
Zyan arregalou os olhos e eu pensei por alguns instantes que eles
iriam pular para fora de seu rosto.
— O que fizeram com a minha amiga?
Sorri de lado e ele se tocou que ele era o responsável.
— Se não quer ler, me dê que eu preciso terminar.
— Não, eu preciso saber o final da cena. — disse e voltou a ler, mas
agora com uma voz sussurrada que me deixou muito excitada.
‘Ele retirou os dedos que tinha posto dentro de mim e me pôs de
quatro. Gemi com o contato de sua boca em minha boceta e depois com seu
pau me preenchendo.
Agarrei em seus braços ao senti-lo me alargar. Eu adorava a forma
como seu pau se encaixava em mim e me preenchia por completo. Ele
passou um tempo me fodendo enquanto Brandon se masturbava e ficava
pronto para me foder também.
Depois se retirou de mim e mudou nossa posição. Ele ficou por
baixo e Brandon por cima e iam revezando as penetrações, me fazendo
delirar e estremecer a cada estocadas brutas que davam em minha boceta.
Eu gozei novamente quando a pélvis de Brandon tocou meu clitóris
durante suas investidas e arranhei suas costas ao me segurar nele enquanto
a deliciosa sensação do orgasmo tomava meu corpo e me fazia gritar e
tremer entre os dois.
Eles inverteram a posição mais uma vez e eu estava tão mole e
satisfeita que parecia uma boneca de pano nas mãos deles.’
— Não posso ler mais… — falou bruscamente. — ou terei que te
foder e não quero ser pego por seus pais.
— Zyan… — Gemi apertando as pernas. Eu estava muito excitada.
— Céus! Como eu vou sair daqui com uma ereção monstruosa
dessa. — ele apertou o próprio pau e gemeu.
— Nossos pais estão conversando, não vão ouvir nada. É só irmos
rápido.
— Quel…
— Eu estou tão excitada quanto você.
— Não podemos correr o risco, Quel. Eles vão achar que estamos
namorando e escondemos deles.
— Eu sei…
— É melhor eu ir embora e nos vemos mais tarde na balada.
— Tudo bem, até mais tarde.
Beijei o canto de sua boca e ele deu um suspiro longo. Olhou para
minha boca e não podendo se controlar mais, agarrou minha nuca e tomou
meus lábios. Gemi em sua boca e o puxei para cima de mim. Abri minhas
pernas, ele se encaixou entre elas. Esfreguei-me em sua ereção e gemi pelo
prazer que sentia.
Zyan desceu a mão entre nós e colocou os dedos para dentro do meu
short.
— Porra! Sem calcinha, Quel. — ele gemeu em minha boca.
Seus dedos trabalharam com bastante afinco em meu clitóris e eu
mordi minha boca para não gemer alto e chamar a atenção de nossos pais.
Zyan largou minha boca e colocou a cabeça entre minhas pernas. Puxou o
short com tudo e as abriu caindo de boca em meu sexo. Não aguentei muito
suas chupadas fortes e gozei em sua boca.
— Eu quero me enterrar em você, preciso, na verdade, mas não
tenho camisinha comigo aqui.
— Goza na minha boca, então.
Ele se deitou e eu puxei sua calça libertando seu pau grande o
grosso. O coloquei na minha boca e o chupei com vontade.
Babei bastante em seu pau e toquei suas bolas aumentando os
estímulos. Zyan não durou muito e encheu minha boca com seu gozo.
Tomei tudo e me deitei sobre ele o beijando e misturando nossos gostos.
— Estou mole. — falou nos fazendo rir.
— Zyan? — seu pai o chamou e ficamos tensos. — Nós já vamos.
Vai com a gente?
Pelo som da voz do tio Ryan, ele estava no final da escada. Pulei
para fora da cama e vesti meu short. Olhei-me no espelho para ver se não
tinha vestígio do que acabamos de fazer e abri a porta. Zyan tinha entrado
no meu banheiro para se limpar e ficar mais apresentável.
— Ele está no banheiro, tio, mas disse que vai com vocês e me
pediu para avisá-los. Outro dia nós terminamos o filme.
— Tudo bem, minha princesa. Vou esperá-lo lá embaixo.
— Certo, tio, tchau. — mandei um beijo no ar e ele o pegou e
colocou no coração.
Tio Ryan desceu as escadas e eu entrei em meu quarto fechando a
porta.
— Filme é? — Zyan perguntou com deboche da minha desculpa.
— E o que queria que eu dissesse? Que terminaremos a foda
depois?
— Não podemos fazer mais isso, Quel. Nossos pais não vão gostar.
Fomos criados como primos, quase irmãos.
— Eu sei que não, Zy. Não quero que nossos pais nos olhem
estranhos e imaginem coisas.
— Sim, é melhor deixarmos de nos pegar. Vamos voltar ao que
sempre fomos, ao que somos. Melhores amigos.
Balancei a cabeça em concordância e ele caminhou até onde eu
estava, encostada a porta, e deu um beijo na minha testa. Assim que ele
saiu, fechei a porta e escorreguei até o chão colocando minha cabeça entre
as pernas. Não podia mais viver dependente dele e o amando assim.
Eu precisava seguir minha vida, conhecer novas pessoas, descobrir
coisas novas e aproveitar minha juventude. Eu precisava viver sem a
sombra de Zyan sobre mim. E começaria hoje.
CURTINDO
Raquel

Após tomar um banho relaxante e passar hidratante por todo o meu


corpo, entro no meu closet e pego um conjunto de minissaia e um cropped
de manga transparente. O tecido é brilhoso na cor preta, a blusa soltinha e a
saia justa e com duas tiras nas laterais.
Tirei a toalha e vesti a lingerie de renda na cor preta. O sutiã não
tem bojo o que o deixa muito confortável e a calcinha apesar de ser de
renda era bem confortável e não muito pequena.
Coloquei o conjunto e me sentei na cadeira da penteadeira para fazer
a maquiagem e o cabelo. Fiz um rabo de cavalo alto e uma maquiagem de
olhos esfumados e boca nude.
Olhei-me no espelho grande no qual eu podia me ver de corpo
inteiro e sorri com o que vi.
Eu estava bonita.
Calcei uma sandália Anabela de salto baixo. Coloquei celular e
carteira na bolsa, assim como um batom e um pó, e saí do meu quarto.
— Ai, meu Deus! Que linda, filha. — exclamou minha mãe com a
mão na boca.
— Um arraso! Temo que logo alguém a roubará de mim. — meu pai
fez seu drama habitual.
— Eu sempre serei sua princesa, papai. — dei um beijo em seu rosto
e outro na minha mãe.
— Não sei se voltarei ainda hoje para casa. Vou sair com Zyan e
outros amigos.
— Tudo bem, meu amor. Só se cuida e se proteja.
— Está certo. Beijo. Tchau!
Saí de casa e entrei no meu carro. Minutos depois já estava na
balada que Zyan estava com os outros.
— Porra! Que coisa mais linda, Quel! — o primeiro a me ver foi
Adam, que me elogiou com um belo sorriso e os olhos dançando por meu
corpo.
— Estava com saudades de você Adam. — o abracei e ele me
apertou em seus braços me tirando do chão.
Gargalhei com a forma espontânea que me recebeu.
— E da gente não sentiu falta? — perguntou Vini fazendo bico e
Adam me pôs no chão.
Fui até ele e o abracei da mesma forma que Adam. Ele cheirou meu
pescoço e depois que me pôs no chão me deu um beijo no cantinho da
minha boca.
— Está linda e gostosa pra caramba, Quel.
— Obrigada!
Sorri para os demais que estavam com eles e cumprimentei com um
beijo no rosto Caio e Cristiano, os sócios de Zyan.
— Oi! Raquel — Zyan disse de onde estava.
Sentado em uma das banquetas do bar com uma mulher muito
bonita entre suas pernas.
Havia outras mulheres com eles, mas apenas Zyan estava com uma
de forma tão íntima.
— E aí? Como foi a viagem? — Perguntou Adam segurando minha
cintura e beijando meu ombro.
Todos sabiam que tínhamos ficado algumas vezes então não
estranharam a forma como ele me agarrou. Contei a eles por cima tudo o
que vi e vivi lá na Serra do Rio Rastro e depois fomos dançar. Evitei
completamente Zyan e sua companhia e foquei em aproveitar minha noite.
Na pista de dança me deixei envolver pela música e me entreguei
aos movimentos que ela me fazia dar com a batida. Um par de mãos fortes
segurou minha cintura e eu passei a dançar com o homem que me segurava.
— Essa sua bunda balançando dessa forma está me deixando louco.
Um arrepio desceu por minha nunca e espinha ao sentir o roçar dos
lábios de Vinícius em minha orelha. Empinei minha bunda na direção de
sua virilha e ele apertou minha cintura com mais força, gemi em resposta.
— Vamos para minha casa?
Virei-me tomando seus lábios e concordei.
— Vamos.
Ao longe vi Adam beijando uma menina e Zyan atracado com sua
conquista da noite.
Vinicius pegou minha mão e nos levou para fora da balada.
— Eu estou de carro. — avisei.
— Que bom porque eu vim com o Adam.
Eles moravam no mesmo condomínio.
Caminhamos até o estacionamento e entramos no meu carro. Ainda
dentro do carro nos devoramos com um beijo delicioso e quente e após
desgrudar nossas bocas eu dei partida no carro.
Não demoramos muito para chegarmos em seu apartamento. Mal
entramos e voltamos a nos beijar desesperadamente.
— Deus. Eu quis muito te ter.
Falou enquanto beijava meu pescoço. Levantei os braços para ele
tirar minha blusa e Vini logo atacou meus seios os chupando por cima do
sutiã. Eles estavam pesados, sensíveis e com os bicos duros pela excitação.
— Vini… — gemi seu nome, necessitada de toques em meu clitóris
que pulsava enlouquecido.
Ele segurou minha cintura e me impulsionou me fazendo circular as
pernas em sua cintura. Depois me colocou no chão ao chegar no quarto e
puxou minha saia me despindo.
Colocou a cabeça entre minhas pernas, inspirou meu cheiro ainda
por cima da calcinha, segurei em seus ombros para não cair, pois elas já
estavam começando a ficar fracas com sua pegada.
Vinicius se pôs de pé e tomou minha boca. Demos alguns passos até
cairmos na cama rindo.
— Céus! — exclamei, ofegante.
— Eu preciso saber seu gosto.
Ele tirou minha calcinha a levando ao nariz e cheirando-a antes de
colocá-la no móvel ao lado da cama.
— Ficará de lembrança. — sorri e gemi quando ele abriu minhas
pernas e soprou meu sexo agora descoberto.
Agarrei sua cabeça e meu quadril se afastou dele em um reflexo ao
sentir sua língua quente por toda a extensão da minha boceta.
Ele agarrou minhas pernas as prendendo na cama e grudou os lábios
em meu clitóris, o chupando com uma vontade que me fez gritar e revirar os
olhos.
— Vinicius.
Ele me lambia, chupava, mordia e fodia com sua língua que me
fazia suplicar para parar. Contorci-me na cama e agarrei o lençol levantado
o tronco e prendendo sua cabeça entre minhas pernas ao ter meu corpo
tomado por um orgasmo intenso, que me deixou mole e com a respiração
ofegante.
Caí na cama sem forças e com espasmos por minhas pernas. Minha
vagina se contrai e pulsava sem parar.
Ele pairou sobre mim e sorriu e lado.
— Está viva?
— Seu puto. — falei rindo. — Sugou até minha alma.
Ele levou a mão até o meio das minhas pernas e passou os dedos por
minhas dobras me fazendo gemer baixo.
— Agora vou foder essa beleza aqui. Vou comê-la como venho
sonhando há muito tempo.
Ele se levanta e começa a se despir. Levanto o tronco ficando com
os cotovelos na cama e observo a forma sensual com a qual ele tira a roupa.
Quando seus dedos chegam à calça, mordo meus lábios em
expectativa para ver seu membro. Ele deve ser grande, pois Vinicius é um
homem alto e o corpo de músculos bem definidos.
Ele tira a calça com a cueca e encaro a ereção grossa e cheia de
veias por segundos incontáveis. É maior do que eu esperava, e eu devo estar
com a boca aberta, pois ele sorri enquanto põe o preservativo.
Murmuro o seu nome quando ele se ajoelha entre as minhas pernas e
volta a espalhar a minha lubrificação com os dedos. Mantém-me bem
aberta, encarando a minha vagina o tempo todo enquanto dedilha o meu
clitóris. Seu toque volta a me excitar e volto a rebolar sem controle, ele
continua me estimulando com seus dedos até que os substitui pelo seu
pênis.
Engasgo assim que ele começa a entrar em mim e depois solto um
gemido alto, as minhas costas arqueiam e afundo as unhas no colchão
buscando me segurar em algo enquanto ele me preenche com cada
centímetro de seu pau.
Após estar todo dentro de mim, Vinicius começa e estocar
aumentando a velocidade de suas estocadas e eu o acompanho nos
movimentos, me entregando ao prazer e gemendo cada vez mais alto.
Vinicius me castiga com penetrações duras e depois se retira de
mim, me põe de quatro e dá algumas tapas em minha bunda, que fazem
meu centro se contrair em necessidade, e se coloca para dentro de mim
novamente. Agarra meu rabo de cavalo e me ergue. Beija, morde meu
pescoço e belisca o bico dos meus seios, elevando o meu prazer.
Depois toma a minha boca na sua e sinto seu pau inchar dentro de
mim. Suas pernas ficam tensas, deixando claro de que seu orgasmo está
perto. Ele nos coloca de lado, levantando as minhas pernas, e acelera as
estocadas.
— Se toque, se masturbe e me dê mais um orgasmo porque eu estou
muito perto de gozar, Quel.
Ofego, descendo a mão até meu clitóris, e faço movimentos
circulares, rápidos, e o beliscando vez ou outra, até que mais um orgasmo
me rompe, tomando meu corpo com uma sensação deliciosa de prazer.
Dou algumas batidinhas em minha boceta, prolongando a sensação e
Vinicius goza com um urro escapando de sua garganta e o rosto escondido
no meu pescoço.
Ele solta a minha perna, se retira de mim e se deita de barriga para
cima, respirando com dificuldade.
— Nossa, Quel. Uau!
Sorri e me virei o abraçando e colocando a cabeça em seu peito.
— Foi ótimo, incrível.
Ele me beijou e depois saiu da cama indo descartar o preservativo.
— Você não me parou dessa vez, sinal que não é mais virgem. —
disse se deitando e me abraçando. — Zyan foi seu primeiro?
— Sim, nós transamos na viagem. Mas foi só sexo.
— Mesmo? — ele me olhou desconfiado. — Pensei que fosse
apaixonada por ele.
— E sou. — não tinha porque mentir. — Mas ele não namora e
disse que eu preciso aproveitar a vida. Acabei de me descobrir no sexo e já
engatar um romance não seria bom para mim. — torci o lábio, ainda me
incomodava suas palavras.
— Concordo com ele nisso. Você ainda é nova e tem muito que
viver, desfrutar, aproveitar e curtir. Namorar agora só iria te prender a
alguém e te impedir de vivenciar coisas novas.
— Eu entendi isso e não fico chateada dele não me pedir em
namoro.
Mentirosa. Gritou a vozinha em minha mente.
— Eu quero conhecer novas pessoas e vivenciar coisas novas. Mas
meu coração ainda pertence a ele e por mais que minha mente diga uma
coisa, meu coração quer outra.
— Sei como é. — algo em sua voz demonstrou que ele já viveu algo
parecido.
— O bom de tudo isso é que você é livre e podemos curtir bastante.
— ele sorriu e me beijou.
— Podemos sim. — sorri em sua boca e logo eu já estava o
cavalgando e tendo mais um delicioso orgasmo.
Depois tomamos banho e dormimos. Tomei café com ele no outro
dia e fui para casa. Era domingo, então iria aproveitar para dormir e
descansar para mais a semana que se iniciaria na segunda.
ESCLARECENDO AS COISAS
Raquel
Passo a mão pelos meus cabelos o puxando para o lado na tentativa
de cobrir meu pescoço.
Eu sabia que a foda com Vini tinha sido ótima, pois eu passei o dia
ontem ainda sentindo os vestígios dela. O meio das minhas pernas ardia um
pouco e uma dor gostosa me fazia lembrar a pegada bruta dele.
Assim que cheguei em casa pela manhã e fui tomar banho, percebi
meu corpo marcado pelos chupões que ele me deu. Contudo, eu não
imaginei que um tinha ficado tão aparente e a vista de outras pessoas até
hoje pela manhã.
Havia uma marca que agora ficava roxa em meu pescoço e todos
que a viam tinham a certeza de que eu tinha tido uma foda bem louca na
qual eu saí toda marcada.
Escondi dos meus pais, hoje pela manhã. Não que eu precisasse,
pois eles sabiam que eu tinha começado a ter uma vida sexual mais ativa ao
chegar às 9h do outro dia, com o cabelo molhado e a mesma roupa. Tanto
eles como meus tios sabiam, mas eu ficaria constrangida de aparecer na
frente deles com o pescoço todo marcado por chupões.
Eles tinham ido almoçar lá na minha casa, mas Zyan não foi o que
me deixou triste, pois sempre almoçávamos em família no domingo.
Mesmo sem querer as coisas entre nós estava começando a mudar.
Solto um suspiro triste ao pensar em como nossa amizade
estremeceu depois de transarmos e na mesma hora Zyan entra no meu
campo de visão.
— Voltamos com os suspiros, Quel? — pergunta me presenteando
com seu lindo sorriso. — Qual o novo crush literário da vez?
— Você não foi no almoço de família ontem. — acusei ignorando
sua fala.
— Sim, não deu.
— Não deu? — minha voz saiu mais alta. — Sempre almoçamos
juntos, Zy. É tipo um ritual e você o quebrou ontem.
Ele parecia triste e desviou os olhos do meu.
— Eu não pude, Quel. Não deu para mim.
— Por quê?
— Porque os meninos me chamaram para sair.
— E sair com eles era mais importante que nosso jantar familiar?
— Não, claro que não, mas o Cristiano estava mal e não queria
deixá-lo sozinho. Quel, eu...
— Zyan, o Ângelo me ligou e pediu para nossa reunião ser na
empresa dele. Ele não vai poder vir até aqui, mas não quer remarcar a
reunião. — Cristiano sai de sua sala e nos interrompe.
Zyan vira e lhe dá atenção.
— Tudo bem, Cris. Não temos mais assuntos para resolver agora
pela manhã. Vou pegar minha pasta e nós vamos até à empresa dele.
Cristiano concordou e ficou próximo a mim, esperando Zyan voltar.
— Está muito bonita, Raquel. — elogiou.
— Obrigada, Cristiano. Vocês saíram ontem? — sondei.
— Não. Até queríamos, mas Zyan não se animou para sair.
— Ah, sim. Entendi. — respondi sorrindo na tentativa de esconder
meu desconforto.
Zyan mentiu para mim.
— Vamos? — Zyan se aproxima de nós e se despede de mim,
sorrindo.
Sorri de volta, mesmo que meu desejo seja segurar seu braço e
confrontá-lo por mentir. Mentiras nunca fizeram parte da nossa relação.
Quer dizer, elas não faziam até ontem.
Sentindo a tristeza me dominar, me sento de volta em minha cadeira
e fecho os olhos. Lembranças de nossos momentos vêm a minha mente e
uma vontade súbita de chorar me toma.
Minha risada ecoa pelo jardim da casa dos meus avós. Estamos em
mais um almoço com a nossa família toda reunida.
— Você não me pega, La, La, La. — faço uma careta para Zyan e
finge estar bravo e vem atrás de mim. Eu tinha apenas cinco anos e ele sete
anos.
Corro gargalhando com nossa brincadeira. Olho para trás para ver
se ele está perto de me alcançar e não vejo que me aproximo da piscina.
Zyan está mais próximo e sei que ele me fará cócegas se me pegar
até minha barriga doer e eu pedir clemência, então eu corro o mais rápido
que consigo com minhas pernas curtinhas e em um passo em falso acabo
caindo dentro da piscina.
Não sei nadar, me desespero. A água entra pelo meu nariz, boca e
me debato em busca de ar.
— Quel. — Zyan grita desesperado e logo pula dentro da piscina
para me salvar. Ele faz aulas de natação há três anos e nada muito bem.
— Ai meu Deus! — alguém exclama, acho que é a mamãe.
— Quel. — Zyan pega minha mão, ele está chorando.
Tenta me puxar, mas eu sou pesada e afundo.
Mais pessoas pulam na piscina e de repente braços fortes me
levantam me tirando dela.
Eu não consigo respirar e meu peito dói. Sei que passei poucos
minutos dentro da água, mas parece que foram horas.
— Quel… — ouço a voz aflita e chorosa de Zyan, enquanto alguém
tentava me fazer respirar.
Meus olhos estão cheios de lágrimas e ardem assim como minha
garganta. Uma pressão é feita na minha barriga e me encurvo colocando a
água que engoli para fora. Choro mais alto e meu pai me abraça.
— Obrigado! — ele agradece a alguém, mas não sei quem, está
tudo confuso a minha volta.
Sou tirada do chão e levada para dentro da casa dos meus avós.
Mudam minha roupa e me deitam em algo macio, deve ser meu quarto.
Minha mãe ainda chora assim como minha vó e tia Rana.
Minutos se passam, eu acho, e mãos pequenas apertam a minha e
beijam. Lágrimas a molham e viro meu rosto vendo Zyan chorar.
— Desculpe por correr atrás de você.
— Eu que caí, Zyan. — sorri e ele me deu um sorriso triste.
— Eu sempre vou te proteger. — prometeu.
Meus olhos começaram a pesar e os fechei tocando seu rosto.
Adormeci aquele dia segurando sua mão. E desde estão nunca mais ele
deixou nada me acontecer.
Foi impossível controlar as outras lágrimas que vieram com a
lembrança.
Por que tudo não tinha que ficar só na amizade?
Por que eu fui me apaixonar por ele?
Por quê?
Tento me recompor e foco no trabalho do dia. Temos muitas
reservas de escalada e trilha para essa semana. Zyan chega com o Cris logo
após a hora do almoço. Hora essa que perdi por estar com a cabeça cheia de
pensamentos confusos.
— Pensei que tinha ido almoçar. — falou parando ao lado da minha
mesa.
Não o olhei.
— Me atolei em trabalho e perdi a hora. — minto, pois eu tinha
perdido era a fome.
— Vou pedir algo para você comer. — ele disse e eu fiz que sim
com a cabeça ainda olhando para o computador a minha frente.
Minutos mais tarde meu lanche chegou e eu fui comer na sala dele,
mesmo contrariada ele insistiu nisso, pois alegou estar com saudade de
almoçar comigo.
O tempo estava quente, então para me refrescar um pouco e comer
sem o cabelo me atrapalhando o prendi. O movimento chamou a atenção de
Zyan, que fixou os olhos no meu pescoço. Na marca do chupão deixado por
Vini.
— Vejo que a noite de sábado foi ótima. — sua voz saiu rouca,
raivosa.
— Sim, ótima. — sorri de lado e ele apertou as mãos na quina da
mesa soltando um suspiro pesado.
— Por que mentiu para mim, Zyan? — perguntei sem conseguir me
controlar.
— No que se refere?
— Sobre o almoço de ontem. Você não saiu com os meninos, Cris
me disse que não quis sair.
— Raquel, Eu…
— Desde quando nossa amizade é baseada em mentiras?
— Eu não podia ir.
— Por quê? Por que não podia ir passar o dia comigo e meus pais
como todos os domingos?
— Porque não ia conseguir te ver após ter ficado com outro. Não ia
conseguir me controlar e não te magoar, pois, com certeza, surtaria e te diria
coisas que não quero dizer.
— Por que iria me magoar? Algo está estremecendo nossa amizade,
Zy, e eu não sei o que é.
Ele se pôs de pé e virou as costas para mim.
— Porque eu sabia que você tinha transado com o Vini. Eu sabia
que você tinha feito com ele as mesmas coisas que tinha feito comigo na
nossa viagem. O beijado e se entregado sem reservas e temi descontar
minha frustração em você.
— Você estava com uma mulher no sábado também. Você transou
com ela! — acusei. — Você mesmo me disse para eu curtir.
— Disse e vou continuar dizendo.
— Então por que está agindo assim agora?
— Porque estou com ciúmes! — confessou em tom alto. — Porque
eu quis te tirar dos braços dele na hora em que vocês estavam dançando.
Porque você estava linda e gostosa para um caralho naquela roupa e tudo o
que eu queria era te tirar dali e te foder a noite toda. Porque ver esse chupão
em seu pescoço me faz ter raiva, desperta algo em mim que eu mesmo
desconheço, Raquel!
— Você quis assim, Zyan. Você me disse para aproveitar, para curtir.
É o que estou fazendo.
— Eu sei o que eu disse, Quel. Por Deus! Eu estou puto comigo
mesmo por sentir isso. Estou confuso, com um ciúme fodido que não me
deixa pensar direito, uma vontade de te tomar nos meus braços e te foder
até não conseguir andar no outro dia só para descontar toda a raiva que
sinto por ele ter te tocado!
— Não pode ser assim. — murmurei com a respiração afetada por
suas palavras.
— Não, não pode. Você me conhece mais que ninguém e sabe como
eu não suporto homem escroto que se impõe para uma mulher e não a deixa
viver. Que eu abomino todo tipo de abuso e opressão e eu não quero me
tornar um homem assim.
Ele parecia angustiado.
— Você nunca seria assim, Zyan. — caminhei até ele e toquei seu
rosto. — Você é doce, gentil, amoroso, protetor. Um cara incrível, que ama
a natureza e toda sua beleza. Que me ama, sempre me protegeu e cuidou de
mim.
Ele grudou nossas testas.
— Eu prometi cuidar de você no dia que se afogou na piscina da
casa dos seus avós. Eu nunca tive tanto medo como tive aquele dia. Eu
morro se te perder, Quel, morro se algo te acontecer. Eu não quero te
machucar com a confusão que está na minha mente, esse ciúme que me
domina e me dá medo, Quel. Não quero me tornar um babaca possessivo
que esconde a mulher que ama do mundo e não a deixa viver. Eu vi como
você estava feliz ao lado dos meninos no sábado, você transou com outro
cara e descobriu novos prazeres.
Sorri, corando.
— Você tem uma menina inexperiente dentro de você que clama por
novas descobertas, Raquel. Que quer saber e viver as coisas que lê, que
quer beijar e se entregar a quem deseja sem se apegar. Eu estou amando sua
nova fase, a forma como está mais solta, te ver sair mais e conviver com
novas pessoas, curtir. Você teve sua primeira viagem. — ele sorri, me
fazendo rir também.
— Eu amei viver aquilo.
— E merece viver mais. Eu só preciso controlar meu ciúme e essa
possessividade que tenta me dominar quando você está com outros homens,
mas eu vou conseguir.
— Não vai voltar a mentir para mim?
Ele me abraçou apertado.
— Nunca mais vou mentir, eu prometo. Sempre que algo me
incomodar eu vou te dizer.
Circulei os meus braços envolta de sua cintura e ele cheirou meu
pescoço.
— Senti tanta falta do seu cheiro. De te abraçar e te sentir assim. Eu
te amo, Quel.
— Também te amo, Zyan.
Nós separamos e voltamos a nos sentar. Ele ficou me olhando
terminar de comer e depois começamos a trabalhar.
Meu peito estava aliviado por saber o motivo dele não ter ido ao
almoço e uma centelha de esperança de ele me amar como eu o amo e me
fazer só dele ficou mais forte que nunca.
Enquanto ele não decide o real amor que sente por mim, eu vou me
descobrindo e vivenciando tudo o que eu tenho para viver.
UM EVENTO
Raquel
Dias Depois…
Era quinta-feira e eu tinha acabado de chegar de uma escalada com
Zyan e novos clientes. Eu não tinha escalado, apenas ido acompanhá-los
para gravar e verificar se tudo estava em prefeita ordem.
Passamos o dia quase todo fora e agora tudo o que eu queria era um
banho quente e minha cama, mas tenho que ir à academia, pois já
procrastinei muito e os dias que passei de viagem com Zyan eu saí
totalmente da dieta.
Afinal, eu estava em uma viagem em um local novo para mim e
com muitas coisas gostosas para provar, eu não ia deixar de degustá-las por
conta de uma dieta. Agora terei que correr, literalmente, atrás do prejuízo.
Pesei-me ontem e notei que engordei dois quilos. A droga de dois quilos.
Muitos podem falar: Ah! Raquel fora somente dois quilos. Mas para
quem vive uma briga interminável com a balança como eu, ganhar dois
quilos é um pesadelo até finalmente conseguir perdê-los.
Merda de vida!
Tudo o que como se acumulava em meu corpo e se transforma em
gordura. Mas agora não adianta ficar reclamando ou chorando pelos quilos
ganhos e sim ir correr atrás do prejuízo. Correr literalmente.
Entro na academia com a maior coragem do mundo e sou recebida
pelo sorriso de dentes brancos e retos de Denis. A muralha de músculos se
coloca na minha frente e me cumprimenta feliz. Acho que nunca o vi triste
desde que se tornou amigo do Zyan.
— Olá, Raquel. Resolveu finalmente aparecer? — me repreende em
tom de brincadeira.
Depois da minha primeira vinda aqui há quase três semanas, eu não
voltei pôr os pés na academia.
— Pois é, Denis, mas a verdade é que eu não queria estar aqui. —
Faço um bico, desanimada.
Ele sorriu, fazendo ‘não’ com a cabeça e me conduziu para os
aparelhos que eu iria usar hoje.
— Vamos começar aquecendo o corpo com uma caminhada mais
rápida na esteira, uns 30 minutos e 20 repetições de abdominais e
finalizaremos com agachamentos.
Notei que a academia estava com pouca gente e subi na esteira.
Caminhei por 30 minutos e depois me deitei no colchonete, que ele havia
estendido, para fazer as abdominais.
Deitei-me. Denis se colocou entre minhas pernas, as segurando e me
ajudando a fazer as repetições.
Eu já estava muito suada e ofegante quando acabei.
— Denis, eu já estou morta. — resmunguei quando ele me estendeu
a mão para me ajudar a levantar.
— Você mal começou. E o treino hoje foi bem leve, Raquel.
— Eu odeio fazer exercício.
— Dizer isso dentro de uma academia é um pouco contraditório
não? — perguntou sorrindo.
Apoiei-me nele.
— Não, não é. Eu realmente odeio isso e estou começando a me
arrepender de ter inventado essa história de malhar e academia.
— Vamos lá, Raquel, pense na sua saúde.
— E é só nisso que penso quando venho aqui.
Ele tornou a rir, mas logo voltou ao modo personal e me colocou
para fazer os exercícios.
— Vamos começar os agachamentos. Primeiro será apenas com o
peso do seu corpo, mas quando pegar o jeito e ele já não fizer efeito
acrescentarei peso e depois a colocarei no aparelho.
Concordei e comecei a fazer os agachamentos. Denis ficou ao meu
lado, me explicando a maneira certa de agachar. Ele me mandava abaixar
tanto que sentia minhas pernas arderem e doer.
— Isso, Raquel, está indo bem.
— Não dá Denis, está doendo. — reclamei fazendo uma careta.
Ele se abaixou e tocou minha perna.
— Abaixa mais. Pernas firmes e presas ao chão, calcanhar alinhado
e joelhos bem flexionados para não ocorrer lesões. Contrai o abdômen.
Não sei quantas repetições eu fiz, mas ao finalizar eu não conseguia
dar um passo. Minhas pernas pareciam pesar uma tonelada, doíam muito e
os músculos queimavam me fazendo gemer.
— Eu não volto mais aqui. — Disse me segurando nele, que ria da
forma como eu estava andando.
— 24 anos sem fazer agachamentos e prefiro continuar sem fazer.
— continuei a resmungar.
— É assim porque é a primeira vez, Raquel. Com o tempo você se
acostuma.
— É mentira. — uma voz familiar disse atrás de nós.
— Adam. — sorri-lhe.
— Oi, Raquel. O Denis está pegando pesado?
— Sim, ele acabou com as minhas pernas.
— Ele costuma fazer isso mesmo. Também gosto de deixar as
mulheres de pernas bambas e doloridas depois de uma sessão de
agachamentos. — Ele sorriu de lado.
— Ué? Mais você é advogado e não personal. — digo confusa e seu
sorriso se alarga.
— Raquel. Raquel. Raquel — meu nome dançou em seus lábios
enquanto eu ouvia a gargalhada de Denis ao meu lado.
— Seu puto. — disse ao perceber o que havia por trás de suas
palavras.
— Também gosto de deixar as mulheres ofegantes e de pernas
bambas da forma como Adam faz, é bem mais prazeroso, — Denis
cochichou em meu ouvido. — Mas por enquanto o seu será só no exercício
mesmo. — Sorriu, cafajeste espelhando o sorriso de Adam.
— Vocês são dois putos insensíveis. Eu aqui com dor e vocês
pensando em putaria.
— Posso fazer uma massagem. — Ofereceu Adam malicioso.
— Passo. Vou para casa, tomar um banho e dormir.
— Que pena, eu adoraria te acompanhar em um banho. — sussurrou
Denis.
— Faço minhas as palavras dele. — arregalei os olhos.
Eles estavam mesmo me oferecendo uma foda no banheiro da
academia?
— Vou fingir que não ouvi isso para manter a amizade.
Eles sorriram como dois predadores prontos para abater sua presa e
um arrepio gostoso passou por minha nuca, descendo por minha coluna,
parando direto em meu clitóris que pulsou de desejo.
Porra!
Eu precisava transar.
— Acho melhor eu ir. — disse sentindo o rosto esquentar assim
como meu corpo com toda essa conversa.
Céus!
Eu estava me tornando em uma pervertida que só pensa em sexo.
Tentei sustentar minhas pernas e fui até os armários pegar minha
bolsa. Tomei um belo gole de água para me recuperar e Adam parou na
minha frente.
— Raquel.
— Sim?
— Eu gostaria de te convidar para me acompanhar em um evento
que terá dado pelo escritório de advocacia ao qual trabalho no sábado à
noite?
— Eu? Mas… Por que eu? — eu não saia para jantares e nem
eventos de luxos. Minha vida sempre foi resumida a minha casa, empresa e
uma ou outra balada, ou barzinho.
— Por que não seria você? É uma mulher linda, simpática, gentil e
muito inteligente. Seria um prazer enorme te ter ao meu lado a noite toda.
— não deixo de notar a forma sensual como ele diz "a noite toda".
— Tem certeza? Eu nunca fiquei em um lugar cheio de advogados.
— Não precisa ficar apreensiva, eu estarei ao seu lado a todo o
momento e sua simpatia e beleza encantará a todos. — coro com seu elogio.
Adam é tão gentil, galante, que é quase impossível não ceder as suas
investidas.
Sem falar que seu beijo é uma delícia e sua pegada me esquenta só
de relembrar.
— Tudo bem. Eu aceito ser sua companhia nesse evento.
— Não irá se arrepender. — ele beija o canto da minha boca. —
Farei de tudo para sua noite ser incrível.
Sorrio e me despeço dele. Saio da academia e entro no meu carro
seguindo em direção a minha casa.
◆ ◆ ◆

Não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei a sugestão da


minha mãe e comprei esse vestido. Ele é realmente lindo, mas me sinto
quase nua com nele.
Meus braços, colo e pernas estão todos de fora.
É um vestido em cetim azul-marinho, de alças e drapeado na parte
da frente marcando a cintura. Ele é colado ao meu corpo o desenhando-o e
por ser cruzado na frente deixa uma fenda bem no meio das minhas pernas
mostrando-as a cada passo que dou.
Mas isso não é o pior e sim a fenda que mal cobre a parte da frente
das minhas pernas fazendo-me quase mostrar a calcinha ao andar.
Nos pés coloquei um salto de tiras transparentes que deixa minhas
pernas mais longas. Fiz um rabo de cabelo para deixar meu pescoço a
mostra e meu colo mais bonito, uma maquiagem mais elaborada com os
esfumados e boca marcando. Coloquei minhas joias e me virei para minha
mãe.
— Ai, meu Deus! Como você está linda filha.
— Obrigada, mãe.
— Adam já chegou filha. Uau! — disse meu pai entrando no meu
quarto.
— Está maravilhosa. — Ele veio até mim e beijou minha testa.
— Obrigada!
Sorri para eles e saímos do meu quarto.
— Está linda, Raquel. — disse Adam com os olhos brilhando ao
passeá-los por todo meu corpo coberto pelo vestido que estou vestindo.
— Obrigada!
— Cuide da minha filha, rapaz.
— Cuidarei, senhor Vitor.
Ele me estendeu o braço e o peguei saindo da casa dos meus pais
logo em seguida.
— Você está realmente muito linda.
Ele sorriu e beijou meu ombro desnudo ao entrarmos em seu carro.
Sorri de volta e ele deu partida no carro nos levando para o evento.
Estava nervosismo aumentou assim que ele parou o carro em frente
ao local do evento.
— Vai ser uma noite divertida e agradável, não precisa ficar
apreensiva.
— Sei que sim, mas não consigo evitar. Não estou acostumada com
eventos assim e nem em estar na presença de tanta gente importante.
— Compreendo, mas todos ali dentro são boas pessoas e se houver
alguém que te destrate pode-me falar que tomarei providências.
— Obrigada!
— Não me agradeça, é o mínimo que eu devo fazer.
Sorri-lhe e ele beijou minha mão.
Descemos de seu carro e ele entregou as chaves para o manobrista.
Era um evento realmente grande pela quantidade de carro de luxos que
havia.
Adam colocou a mão na base da minha coluna e me conduziu para
dentro do salão de festas elegante onde acontecia o evento.
Assim que entramos fui presenteada com a beleza do lugar e o quão
grande era. Tudo era bem decorado e luxuoso. Ele cumprimentou muitas
pessoas e me apresentou como sua amiga, afinal éramos apenas isso, depois
nos sentamos em uma mesa e o jantar foi servido.
Houve alguns discursos breves e entrega de alguns prêmios.
Bebemos, dançamos e conversamos com algumas pessoas conhecidas dele.
No final do evento eu estava feliz por aceitar seu convite.
— O que achou? — Ele pergunta ao ligar o carro e colocá-lo em
movimento.
— Foi incrível. Gostei do evento e me diverti muito.
— A esposa do meu chefe amou você.
— Ela é um amor de pessoa e apesar de ser rica e famosa, é bem
humilde e trata todos muito bem.
— Sim, Ayna é uma mulher incrível. Seu trabalho com a ONG
"Filhas de Maria" é impressionante. Ela cuida tão bem das crianças que
vive lá. Sinto orgulho em trabalhar para pessoas de bom coração.
A ONG que a esposa de seu chefe tem para cuidar e alimentar
crianças carentes. Ela me falou sobre o trabalho e me encantei por ele.
Também me convidou a visitá-la algum dia.
— Eu quero visitá-la. — disse me referindo a ONG.
— Eu posso levá-la o dia que quiser.
— Mesmo? — pergunto, empolgada.
— Sim, agora o mais importante da noite.
Ele para o carro em uma rua não muito movimentada e se inclina
sobre mim, tomando minha boca em um beijo necessitado que me acendo
inteira.
— Adam… — gemo em sua boca.
Ele aperta minha cintura com uma mão e leva a outra com até minha
coxa apertando-a. Ele brinca e faz círculos no interior delas me fazendo
estremecer.
Ele sobe as mãos ao notar que eu separo as pernas e toca minha
calcinha, resvalando os dedos grossos sob ela e aumentando a quentura
tomada por todo meu corpo.
Minha respiração começa a pesar e me esfrego em seus dedos na
buscando alívio para o pulsar do meu clitóris.
— Eu quero muito te foder. — Sussurra em meu ouvi e depois
morde o lóbulo enviando arrepios por todo meu corpo.
Gemo e rebolo com mais vontade em seus dedos quando ele afasta
minha calcinha para o lado e me toca diretamente. Adam me beija e
continua seu trabalhar em meu ponto de prazer até me ter gozando em seus
dedos e o molhando com meus fluidos.
Ele retira os dedos de mim e os leva a boca.
— Delícia. — diz sorrindo de lado. — Vamos para o meu
apartamento. — Disse e voltou a me beijar.
Podia sentir um pouco do meu gosto misturado com o sabor de seus
lábios.
— Vamos. — disse ao finalizar o beijo e ele voltou a colocar o carro
em movimento e nos levando para o seu apê.
Assim que entramos neles, mãos grandes e ásperas me prenderam na
parede, assaltando minha boca com loucura. Ele me levantou e circulei
minhas pernas em sua cintura para não cair. Nós nos devoramos e nos
esfregamos por um tempo até ele me levar até seu sofá e me depositar nele.
— Não sabe quanto eu desejei te ter assim. Entregue para meu
deleite e ansiando por meu toque.
Seus olhos estavam escuros e o jeito de me olhar conseguia me fazer
se sentir a mais linda das mulheres. Adam era lindo, mas sua maior beleza
era a de dentro. Seu jeito calmo, gentil, amoroso e decidido era capaz de se
fazer render qualquer mulher.
— Adam… — seu nome escapou dos meus lábios como uma
súplica, eu o queria em mim, dentro de mim e me fazendo delirar de prazer.
Ele beijou meu queixo, pescoço, colo. Depois me pôs de pé e me
virou, deixando-me de costas para ele. Senti seus lábios em minha nuca e
ombros. Suspiros de prazer me escapavam e me sentia mole com seus
toques. Entregue e suplicante.
Ele não era selvagem em tomar uma mulher, percebi isso desde a
primeira vez que ficamos, mas, ao mesmo tempo, o seu toque nos fazia
suplicar por mais e mais.
Adam resvalou os dedos de leve por minha pele, me fazendo
arrepiar e abriu o zíper do meu vestido a fazendo cair aos meus pés.
— Linda! Você é linda Raquel.
Eu estava começando a acreditar ser realmente linda, após ouvir
essa palavra ser repetida diversas pela boca de belos homens.
Eu não me sentia linda, mas estava começando a me sentir.
Adam se virou e me sentou em seu sofá, retirou minha calcinha,
levando-a em seu nariz e inspirando meu cheiro. Depois agarrou meus seios
os colocando em sua boca lambendo ao redor do bico intumescido para
depois o sugar entre os lábios e chupar um e depois o outro como uma
criança faminta me fazendo gritar de prazer e me levar à loucura.
Após desfrutar dos meus seios, desceu beijando minha barriga e
abriu minhas pernas, colocou a cabeça entre elas e beijou seu interior antes
de soprar e lamber meu sexo já molhado e sedento por ele.
Adam chupou e lambeu cada pedacinho da minha boceta,
degustando-a até que eu gozasse em sua boca. Após me dá uma última
chupada se pôs de pé e começou a se despir, me dando a bela visão de seu
corpo bem definido.
Adam não era malhado, cheio de músculos como Vinicius e Denis,
que era o mais forte do grupo, ele era mais magro, com o corpo esculpido
em músculos suaves e que marcavam na roupa social que sempre estava
vestindo por conta do seu trabalho. Seu pênis também era menor que o de
Vinicius, porém mais grosso. Eu creio ser do tamanho do Zyan.
Merda, eu não posso pensar nele agora.
Adam me levantou do sofá, tomou meu lugar. Bateu em sua perna e
percebi que ele queria que eu o montasse. Abri as pernas e me sentei sobre
ele com uma perna de cada lado do seu corpo e me sentei sobre seu pau
coberto pela camisinha.
— Ohhh… — gemi ao tê-lo me preenchendo e comecei a me
movimentar em cima dele.
Adam cravou as mãos em minha cintura e me ajudou a subir e
descer em seu pau. Colocou meus seios em sua boca e os chupou enquanto
eu quicava e rebolava em seu colo. Já estava começado a cansar quando
diminui os movimentos e fiquei só rebolando de vagar e fazendo
movimentos de vai e vem e circulares.
— Adam… — gemi seu nome quando sua mão começou a me
masturbar e senti meu ventre se contrair assim como meus dedos e a
sensação do orgasmo me dominar inteira.
Ele tomou o controle da situação e estocou de baixo para cima com
rapidez e força até gozar enchendo a camisinha.
Caí cansada em seu peito e ele me abraçou beijando o topo da minha
cabeça.
Após um belo descanso começamos tudo de novo, mas dessa vez
em sua cama com ele me fodendo de quatro.
Foram três rodadas de sexo bem quente até cairmos exaustos depois
de um banho com direito a boquete e ele gozando nos meus seios.
SE DESCONTROLANDO
Raquel

Assim que Adam me deixou na porta da casa do tio Ryan, Zyan


estava a minha espera nela. Ele não estava de bom humor e isso era
evidente em suas feições.
A forma como me olhou de cima a baixo me causou um mal-estar
danado.
— Olha só quem resolveu dar o ar da graça. — falou com deboche.
Hoje o almoço de domingo era na casa dos pais dele.
— Bom dia para você também, Zyan. — devolvi o deboche.
Passei por ele e entrei em sua casa sem dizer mais nada. Eu odiava
quando ele se portava assim e ultimamente isso estava se tornando
frequente.
— Oi, tio Ryan, oi, tia Rana.
Beijei os dois e depois beijei meu pai e minha mãe.
— Deixei sua roupa no quarto de hóspedes. — avisou minha mãe.
Subi para o quarto de hospedes e me troquei. Já tinha tomado banho
na casa do depois que fizemos sexo ao acordar. Olhei no relógio e vi que já
passava das onze da manhã e devia ser por isso que Zyan soltou aquela
piada de mau gosto.
— Como foi o evento de ontem princesa? — perguntou meu pai me
abraçando e me puxando para me sentar ao seu lado.
— Foi muito incrível, pai. Conheci muita gente importante e Adam
foi gentil ao ficar ao meu lado o tempo todo.
— Eu conheço o dono do escritório para o qual ele trabalha e a
esposa do Francisco faz um belo trabalho na ONG que possui. — comentou
tia Rana.
Ela é formada em direito, mas nunca exerceu a profissão.
— Sim, é incrível o trabalho e ela me convidou para ir lá visitar.
— Nossa, eu quero ir também. — disse minha mãe.
— E, na certa, Adam vai levá-la? — havia deboche na pergunta feita
por Zyan.
— Sim! Ele vai me levar. Como eu disse, ele foi gentil ontem e
nossa noite foi maravilhosa.
Zyan deu uma risada debochada e disparou maldoso.
— Todo homem é gentil quando quer entrar nas calcinhas de uma
mulher, Raquel. — todos nós na sala focamos nele. — Vai pagar a gentileza
abrindo as pernas para ele novamente?
Eu estava sem palavras mediante as quais saíram da boca dele.
— Zyan! — foi sua mãe que o repreendeu.
— Olha como fala com minha filha, garoto. — Meu pai falou
furioso. — Não é porque cresceu que pode se achar um imbecil e falar com
ela desse jeito.
— Desculpe, tio Vitor. — pediu sincero.
— Não é a mim que você deve desculpas.
— Deixa, pai. Quer saber, Zyan, não me importo se terei de abrir as
pernas para ele para pagar sua gentileza. — disse alterada. — Se não se deu
conta, tanto eu como Adam somos solteiros e podemos nos divertir como
quisermos. Agora se me dão licença eu irei para minha casa. — Me
levantei.
— Raquel. — Zyan me chamou tocando meu braço.
— Não me toque. — Vociferei. — Não lhe dei o direito de me tratar
como uma pessoa qualquer só porque é meu amigo. Eu te amo, Zyan, te
amo mesmo, mas jamais vou admitir que volte a me tratar como vagabunda.
— Me desculpe, eu…
— Foda-se as suas desculpas. Primeiro me faz se sentir mal ao se
impor sobre mim, mente para mim e agora me trata como uma vagabunda?
— Zyan! — nossas mães exclamam juntas.
— Me desculpe, por favor, me desculpe. — pediu aflito, mas já era
tarde demais ele já tinha me magoado.
— Não hoje, Zyan, não agora.
Dei-lhe as costas e subi correndo para o andar dos quartos, entrei no
quarto de hospedes, peguei minha bolsa e desci encontrando meu pai dando
um esporo em Zyan.
— Ser amigo dela não lhe dá o direito de tratá-la como qualquer
uma. Eu te amo como um filho, Zyan, e sempre foi assim desde que nasceu,
mas o que fez hoje me magoou muito, não vou permitir que se imponha
sobre a minha filha e a destrate. Nunca mais a trate assim ou esquecerei
quem é seu pai e quebrarei sua cara. — Ordenou meu pai e me estendeu a
mão.
Zyan escuta tudo de cabeça baixa sem dizer uma palavra para
defender-se. Até porque o que fez não tem defesa.
— Me desculpem tios, mas não posso ficar aqui. Perdi a fome. —
Os pais deles me abraçaram e pediram desculpa pelo o que o filho me falou.
Dei um último olhar duro a Zyan que me olhou com semblante triste
e derrotado e saí de sua casa. Assim que entrei no carro dos meus pais me
permiti chorar.
Minha mãe me amparou falando palavras de conforto. Mas nada do
que dizia era capaz de tirar a decepção que senti com Zyan.
Logo ele, meu melhor amigo, o que sempre cuidou de mim e me
protegeu, o que vive dizendo que não quer que me machuque, o homem que
eu amo é o que mais está me machucando.
É o que mais está me fazendo sofrer. Eu o amo, mas não o perdoarei
assim tão fácil.
◆ ◆ ◆
Zyan
Dias Antes…
Assim que Raquel sai da minha sala para voltar ao trabalho eu dou
um murro na mesa.
Porra!
A raiva que eu estou sentindo por ela ter transado com o puto do
Vinicius me dá vontade de quebrar tudo. Esse ciúme está me matando e me
tornando quem eu não quero ser: um babaca.
Ver a marca que ele deixou nela me causou um mal-estar e tudo o
que eu queria era agarrar o cabelo da Raquel e tomar sua boca na minha.
Debruça-la sobre minha mesa e espalmar aquela bunda grande e gostosa
que ela tem.
Céus!
Eu iria marcar sua bunda com minhas tapas até tê-la bem vermelha e
com as marcas das minhas mãos cravadas nela. Depois iria rasgar sua
calcinha, abrir suas pernas e devorar aquela boceta gordinha que ela tem até
vê-la suplicar para parar. Eu ia comê-la com a raiva que eu estou e depois
que tomar todo seu gozo eu iria me enterrar tão profundamente nela e foder
até suas pernas ficarem bambas e sua boceta assada e vermelha de tanto que
meu pau iria entrar e sair dela.
Estou fodido!
Levanto-me, passo a mãos no rosto e suspiro apertando meu pau
duro sob a calça. Está fodido ter que controlar esse desejo que a Raquel está
me despertando. Tudo o que eu quero quando a vejo é me enterrar nela,
marcá-la como minha, fodê-la de todas as formas até estar saciado e depois
voltar a fodê-la mais e mais.
Foda-se!
Nem consegui transar com a Rafa no sábado. Nós até fomos para
meu apartamento, mas assim que a tive sob mim e pronta para ser fodida.
As imagens de Raquel vieram a minha mente, imagens de todas as
vezes que a fodi na viagem, de sua primeira vez e de como nosso encaixe
foi perfeito, do nosso corpo suado e da forma como nós nos devoramos, e
eu simplesmente não consegui transar com a Rafaela.
Foi a pior sensação que eu tive ao olhar para ela e dizer-lhe que não
conseguia. Eu já tinha ficado com Rafaela outras vezes e nada me impediu,
mas naquele dia eu não consegui.
Era a primeira mulher com quem eu ficava depois da Raquel e eu
não consegui fodê-la. Pedi desculpa e para que ela não saísse sem ganhar
nada, já que eu havia prometido uma noite de muitos orgasmos, eu fiz sexo
oral nela até tê-la gozando duas vezes na minha boca.
Mas somente Raquel com seu corpo delicioso vinha à mente
enquanto eu chupava a Rafaela. É fodido de tantas formas isso que está me
pondo louco.
Tomei mais uma respiração profunda e voltei a me concentrar no
trabalho, foquei no que era importante no momento, na vã tentativa de
esquecer o desejo de foder a Quel mais uma vez.
O que era impossível.
◆ ◆ ◆

Atualmente…
Entro no meu quarto na casa dos meus pais e me jogo na cama
dando murros nela e escondendo o rosto no travesseiro para que ninguém
escute meu grito de frustração e raiva.
Já mais calmo me viro ficando de barriga para cima e encaro o teto.
Ouço a porta se abrir e sei que é meu pai antes mesmo de ele abrir a
boca. Sempre foi assim, quando algo não estava bem comigo ele vinha
conversar e me ajudar a resolver os problemas mesmo eu não dizendo nada
a ele ou lhe pedindo ajuda. Porém, dessa vez ele não vem calmo para
somente conversar e sim pedir explicações pelo modo como agi minutos
atrás.
— Por que fez aquilo, Zyan? Não foi essa a educação que eu e sua
mãe lhe demos. Como pôde falar assim com a Raquel?
Permaneço calado sem nem lhe dirigir um olhar. Estou com muita
vergonha por tudo o que fiz e mereço todas as broncas que ele me der,
assim como mereci as que tio Vitor me deu.
Ele respira fundo para se acalmar e volta a falar.
— O que está acontecendo com você, meu filho? — pergunta se
sentando na minha cama.
— Nada, pai. — Desconverso.
Ele levanta uma sobrancelha em um claro questionamento
silencioso e que minha resposta não é verdadeira.
— Por que falou daquela forma com a Raquel? Vocês estão
estranhos há um tempo eu já havia notado, mas depois da viagem que
fizeram isso ficou mais aparente. Vitor e Cintia também já começaram a
perceber. E agora isso. — Ele soltou uma respiração profunda. — Vocês
transaram, não foi?
Pergunta de uma vez me pegando de surpresa. Não pensei que o que
tinha acontecido comigo e a Quel na viagem estivesse tão aparente.
— Sim! — não tinha por que mentir. — Eu fui o primeiro homem
dela e agora tudo entre nós mudou. Não era para ser assim, pai. Não era
para eu tratá-la assim. — Uma aflição toma conta do meu peito.
— Sempre fomos amigos, quase irmãos e agora tudo está tão
confuso entre nós, dentro de mim, eu… — suspirei. — Eu não consigo
distinguir o que sinto. E isso tem me feito agir como um babaca imbecil.
— Eu entendo perfeitamente, filho. Você não a vê mais como a
menininha que precisa ser protegida e cuidada para que os meninos não a
machuquem. Raquel se tornou uma mulher, uma muito bonita que te
despertou desejos, os quais não conseguiu controlar.
— Sim, ela mudou muito e agora eu não a vejo mais como só minha
amiga entende? Eu sinto ciúmes quando a vejo com outro homem, eu quero
abraçá-la e não largar nunca mais, eu quero que seus sorrisos sejam
somente meus e que eu seja seu único homem, quero quebrar a cara dos
filhos da puta que a olham, eu quero bater nos meus amigos, pai. — Me
altero.
— Mas ao mesmo tempo quero que ela se descubra, que adquira
novas experiências e aproveite esse desejo de conhecer coisas novas. Ela
está mais feliz que nunca, — sorrio ao lembrar de seu sorriso. — Saindo
mais, conhecendo outras pessoas e ficando com alguns caras. — Minha
boca amarga nas últimas palavras.
— Chegamos à raiz do problema. Você não quer dividi-la com
outros, com seus amigos, eu entendo, você sempre foi o único garoto e
agora primeiro homem da vida dela e seu instinto possessivo aflorou com
ela. Mas você a ama como mulher? O que sente realmente? Porque o jeito
que está agindo está deixando claro que sente algo mais que só amizade.
— Não sei, pai. Eu amo Raquel não tenho dúvidas disso, mas tenho
medo de estar confundindo as coisas. De que não seja amor de homem e
mulher e somente desejo por ela ser uma mulher linda e atraente. Que o fato
dela ter me escolhido para ser seu primeiro homem tenha me feito querer tê-
la só para mim, mas que isso passe com o tempo. Medo de magoá-la ao
fazê-la pensar que a amo além da amizade, ou que eu realmente a ame e
essa coisa possessiva que aflorou com ela me faça impedi-la de viver.
— Você quer tê-la para você, mas ao mesmo tempo quer que ela
viva para o mundo?
— Eu disse, é confuso. — confuso pra caralho.
— Eu ouvi você falando que não quer confundir as coisas, que não
quer prendê-la e deixar que viva, e acho isso muito bonito da sua parte
filho, mesmo que não esteja conseguindo. — ele sorri e eu bufo. — Porque
aquela cena lá embaixo e o que disse foi puro ciúme. Você não conseguiu
controlar o sentimento e quis feri-la, magoá-la.
— Sei que não deveria agir como um babaca e falar daquela forma
com ela, mas eu não consigo me controlar. Eu não consigo me controlar,
pai, e é isso que tenho medo. — minha a voz é aflita.
Eu quero chorar por tê-la magoado.
— Vou ser sincero, Zyan, vocês são muito dependentes um do outro.
Dependente física e emocionalmente e isso não é bom, não está sendo bom
para nenhum dos dois. Essa briga que tiveram hoje nos mostrou isso. Você
sente ciúmes e não está conseguindo se controlar. E pelo que eu vi, mesmo
não querendo você a está machucando.
— Pai… — minha voz embarga.
— E vai continuar machucando-a enquanto não entender o que
realmente sente por ela. Você quer que Raquel seja livre, mas não quer
soltá-la. Vocês sempre viveram um para o outro e isso se deve ao fato de
não terem irmãos. Vocês foram isso durante toda a infância e adolescência
amigos/irmãos, confidentes que se apoiavam em tudo. Não precisavam de
mais ninguém, de mais nada, porque tinham um ao outro, mas isso não é
bom. Essa dependência os impediu de viver.
— Mas eu vivi, ela que não viveu.
— Mesmo? Quantas vezes você deixou de sair e ficar com alguma
menina para ficar com a Raquel? Quantas vezes você deixou de viajar e
conhecer pessoas novas só porque Raquel não poderia ir e não queria deixá-
la sozinha? Você nem pensou duas vezes antes de convidá-la para ser sua
assistente quando assumiu a empresa.
— Porque ela era a pessoa indicada para o posto. — defendo-me. —
Ela ama esportes radicais e me conhece o suficiente para saber de como eu
gosto que as coisas sejam feitas.
— Mas existem muitas outras pessoas que amam esportes radicais
como vocês e que com o tempo saberiam realizar as tarefas como você
gosta.
— Mas não seria a Raquel. — sussurrei entendo suas palavras.
— Não. E isso não te deixou ver e dar oportunidades a outras
pessoas. Ela também aceitou sem nem pensar. E se não fosse realmente isso
que ela queria? E outra, ela será para sempre sua assistente? Não vai crescer
profissionalmente?
— Pai… — digo seu nome não querendo ouvir mais nada.
Deus! Como eu não percebi isso?
— Como eu disse, vocês são dependentes emocionalmente um do
outro, filho. E só agora essa dependência está começando a pesar e a
interferir em suas vidas.
— E o que eu faço? Tiro-a da minha vida assim do nada? Eu não
posso ficar sem a Quel!
— Não! Claro que não, mas que para vocês se descobrirem de
verdade tem que se afastar.
— Eu não posso me afastar da Raquel, pai. Não posso. — meu peito
sufoca só com a ideia.
— Não será para sempre, Zyan. Só até as cosias ficarem claras na
mente dos dois. Por que você não tira umas férias? Desde que assumiu a
empresa há dois anos não tirou férias e os quatros dias que viajou com a
Raquel não conta. Um amigo me disse que está tendo curso de
paraquedismo no centro de aviação de São Paulo, sei que você gosta de
saltar e sempre quis aprender a saltar sozinho agora é a chance. Sem falar
nos esportes que você pode praticar lá, vivenciar coisas novas e colocar a
cabeça em ordem.
— Um mês longe da Quel? — perguntei, sentido meu peito
comprimir em tristeza.
— É o melhor para os dois. Eu posso assumir a empresa nos dias
que você ficar fora e Caio e Cristiano podem me auxiliar no que surgir.
— Ela ficará triste. Nunca ficamos tanto tempo longe.
— Porque antes não precisava, mas agora precisa. Será para o bem
dos dois.
— Eu sei que sim. — Digo derrotado.
— Então veja sua viagem e do que precisa e tire um tempo para
você. Raquel ficará bem e esse tempo longe um do outro os ajudará a
esclarecer seus pensamentos.
— Obrigado, pai!
— Sempre estarei aqui para o que precisar filho. — Ele me abraça e
se levanta em seguida. — Agora descanse.
Assenti e ele saiu.
Voltei a deitar na cama, pois eu tinha me sentado para conversar
com ele, e fechei os olhos. Meu pai está certo. Eu preciso me afastar para
entender o que estou sentindo, para colocar meus pensamentos em ordem e
deixar Raquel organizar os dela.
Eu jurei não a magoar, mas o fiz hoje e isso está me matando.
Um mês longe será bom para nós dois.
Precisa ser.
Pego meu celular, abro o aplicativo de mensagem e envio uma para
ela.
Perdoe-me pelo que fiz hoje, paçoquinha. Estou muito
arrependido e não deveria ter dito o que disse a você.
Perdoe-me. Eu sou um babaca e se não quiser nunca mais me
olhar na cara.
Ou falar comigo eu irei entender.
Só me perdoe.
Também quero dizer-lhe que amanhã entrarei de férias, Preciso
pensar e colocar os meus sentimentos em ordens.
Meu pai assumirá a empresa pelo mês que ficarei fora. Nunca
se esqueça que te amo.
Cuide-se, paçoquinha.
Envio a mensagem e espero por sua resposta, resposta que não vem
e que me mostra o quanto eu a magoei. Fiz o que prometi nunca fazer:
machuquei-a. E agora terei que lidar com as consequências disso.
Viro-me para o lado na cama e me entrego ao choro que tanto estava
prendendo. Eu não queria magoá-la e nem me afastar dela, mas não tenho
escolha.
Não posso continuar assim!
Preciso descobrir o realmente sinto.
Agora eu iria passar um mês longe e quando voltar nós
esclareceremos o que realmente sentimos um pelo outro.
Eu só espero de coração que nossa amizade permaneça firme até lá.
DECISÃO
Raquel

Assim que meu pai para o carro na frente de nossa casa, eu desço
praticamente correndo.
— Pode ir parando por aí, dona Raquel. — A voz do meu pai saiu
firme. — Não vai se trancar no quarto antes de nos explicar o que está
acontecendo entre você e o Zyan.
— Pai…
— Nada de pai! Quero saber tudo. — Ele cruza os braços em frente
ao peito largo.
— Eu não sei por que o Zyan falou aquilo. Ele deve estar com
ciúme de amigos.
— Aquilo não era ciúme de amigos e algo aconteceu com vocês. Por
que estão agindo assim?
Ele arqueou uma sobrancelha em questionamento e eu suspirei em
derrota e decidi contar o que tinha acontecido.
— Nós transamos. — falei logo a verdade. Não adiantaria esconder
isso por mais tempo. — Eu me entreguei a ele na viagem e agora nossa
amizade está estremecida.
Ele ficou me olhando como se o que eu disse não fosse uma
novidade para ele. Minha mãe escutava tudo calada ao seu lado.
— Vocês já desconfiavam. — Não era uma pergunta.
— Nós sempre percebemos a forma como você olhava para ele,
filha. Zyan era e é seu mundo, mas confesso que achei que isso era apenas
uma paixão adolescente.
— Mas não era. — Confirmei.
— Não. Você sempre achou que ele iria descobrir que te amava e te
pediria em namoro, não foi?
— Sim, pai. Na minha cabeça de menina boba, quando eu me
entregasse a ele, Zyan descobriria que me amava como eu o amo e
viveríamos juntos como um casal para sempre.
— Filha… — disse minha mãe com pesar.
— Mas isso não aconteceu. Vivemos belos momentos na viagem,
mas ao final dela tudo voltou a ser como antes.
— Zyan não namora, filha. Ele é um espírito livre que ama viver
sozinho e apenas desfrutando do que a vida lhe oferece de bom. Ele já tem
26 anos e nunca namorou mesmo estando com várias mulheres.
— Eu sei, mãe. — Eu queria chorar — Mas não se manda no
coração e nem se controla o que sente.
— Você está saindo com os amigos dele para fazer ciúmes? —
questionou meu pai e sua expressão não era das melhores.
— Não, pai, claro que não. Eu gosto de Adam e do Vinicius, eles
são caras legais. Eu decidi sair com eles porque percebi que ficar sobre a
sombra do Zyan me fazia mal. Eu precisava viver, eu não podia viver
chorando e esperando que ele se descobrisse apaixonado por mim e me
pedisse em namoro, então passei a sair mais e ficar com outras pessoas.
— Mas aí ele não gostou. — meu pai afirmou.
— Parece que não, eu não entendo. Ele me diz para viver, me manda
ficar e conhecer outras pessoas, diz que sou nova para namorar e que tenho
que ter novas experiências e quando eu saio com algum cara ele fica assim.
— Ciúme. Ele sente ciúmes. E sobre ser nova, não acho que seja. Eu
e seu pai nos casamos ao terminar o ensino médio e logo tivemos você.
— Eu sei que não sou nova para namorar, mãe, mas eu queria que
fosse Zyan a me pedir em namoro e não outros.
— Não sei se isso será possível, filha. A relação que ele tem com
você sempre foi de amizade, de irmão, você é a menininha dele, a que ele
pegou nos braços quando chegou da maternidade, por quem ele pulou na
piscina sem mal saber nadar para salvar, por quem ele quis entrar em uma
mata fechada e passou horas chorando achando que iria perder. Ele te ama e
todos nós sabemos disso, mas não sei se o que sente é amor de homem e
mulher, entende? — meu pai diz calmo.
— Mas ele pode me amar, não pode? Ele sente ciúme, ele me quer
só para ele. Eu sei que sim.
— Você não pode viver sua vida à espera de que ele descubra o que
realmente sente, filha. Você tem que descobrir o que gosta de fazer sem ele,
o que quer para sua vida sem que Zyan esteja sempre em suas escolhas. Não
pode continuar dependente dele.
— Mas é difícil. — O abraço e escondo meu rosto em seu peito.
Minhas lágrimas molham sua camisa.
— Sei que sim, minha princesa, mas por mais que não queira, você
precisa viver sem esperar por ele. Tem de deixar de ser dependente dele e
construir sua própria vida, Raquel, ter suas próprias escolhas.
— Vou fazer isso, pai. Vou viver sem esperar que Zyan decida por
mim ou me diga o que fazer. — disse o olhando e ele enxugou minhas
lágrimas.
— Isso. Sei que agora já tem mais amigos, já conhece mais pessoas,
então vá viver. E quando ele souber o que quer da vida vocês conversam e
se entendem.
— Obrigada por sempre me apoiarem.
— Sempre estaremos com você, sempre pode contar conosco para
tudo.
Eu os abracei e beijei o rosto de ambos. Subi para meu quarto e me
deitei na cama para pensar. Eu estava exausta emocionalmente e acabei
pegando no sono.
Acordei-me já começando a escurecer, peguei meu celular, que
estava desligado, o liguei e fui olhar as mensagens que tinha recebido.
A primeira que vi foi de Zyan, mesmo com raiva e minha mente
pedindo para não entrar em sua conversa e ler a mensagem, eu a abri e
comecei a ler sentindo a vontade de chorar querendo voltar.
Assim que termino de ler, coloco o celular sobre meu peito e choro.
Ele decidiu ir embora, ao invés de acertar as coisas entre nós,
preferiu fugir.
Um mês sem o Zyan.
Mas talvez fosse melhor assim, talvez precisemos disso, desse
tempo. Eu preciso saber quem eu sou sem ele, descobrir o que gosto sem
que ele me mostre ou diga.
Talvez, só talvez, ele tenha razão e esse tempo longe faça bem a nós
dois.
Mesmo que eu sofra sem poder, tocá-lo, vê-lo, ouvir sua voz e sentir
seu cheiro. Ouvir sua risada rouca e gostosa. Sentir seus abraços ao redor do
meu corpo e ouvir suas palavras de carinho.
Eu preciso me afastar, sei que sim. Mas não é o que meu coração
quer.
Na verdade, não é o que eu quero.
Respiro fundo e limpo meu rosto.
Não vou ficar chorando por ele, ele quer tirar férias, pois bem, eu
vou me divertir também.
Entro na conversa com o Adam e o convido para tomar um shop.
Ele topa na hora e diz que passará aqui para me pegar.
Levanto-me e vou tomar um banho e me trocar para esperá-lo.
Eu não vou passar a noite chorando, não, eu vou fazer algo melhor.
Transarei mais uma vez com Adam. E com todos que desejar.
Se Zyan quer se afastar e negar o que sente por mim, o problema é
dele.
Mas eu vou abrir minhas pernas para quem eu quiser.
E foda-se o que a merda do meu tolo coração quer.
NOVAS EXPERIÊNCIAS
Raquel

Esfreguei uma mão na outra no intuito de me aquecer do frio que


fazia em Floripa, enquanto esperava Adam chegar. Ele estava um pouco
atrasado do horário que marcamos, mas disse que precisou revisar e enviar
um caso de última hora para seu chefe, o que o fez passar um pouco do
horário marcado.
Olhei no relógio e conferi as horas ao avistar o carro dele se
aproximando. Ele se atrasou quase meia hora depois, e eu já estava preste a
desistir de sair. Não estou com ânimo, mas acho que é melhor do que ficar
em casa pensando no que aconteceu entre mim e Zyan.
— Desculpe-me pelo atraso. — pediu me abraçando e beijando
minha boca.
Fiquei sem reação por alguns instantes por sua atitude espontânea e
ele percebeu.
— Fiz algo errado? — ele me olhava confuso.
— Não, está tudo legal. — Não, não estava nada legal.
Sorri e ele me devolveu o sorriso. Parece que o que aconteceu com
Zyan mais cedo estava me fazendo voltar a ser a Raquel de antes, a tímida e
sem jeito na frente dos outros.
Merda!
Eu tinha transado com ele a noite toda ontem, então não deveria me
sentir estranha ao receber um beijo seu.
Ele abriu a porta do carro e eu entrei. Pusemos o sinto e ele
começou a dirigir.
— Eu estava na academia quando você me ligou e convidei o Vini e
o Denis para sair com a gente, tudo bem? Eu chamei o Zyan, mas ele não
está na cidade.
— Ele viajou para São Paulo, tirou umas férias.
— Aconteceu algo entre vocês? Estou sentindo que você não está
bem.
— Nós brigamos. — disse apenas.
— Uau! Tá aí uma coisa que eu nunca pensei que veria de vocês.
— Parece que isso tem se tornado rotineiro entre a gente.
— Por que da briga? Se não for incomodo me contar, claro.
— Não é. Nós brigamos porque eu saí com você. Ele me acusou de
pagar sua gentileza de me levar ao evento abrindo as pernas.
— Porra! — ele socou o volante. — Zyan não disse, eu… Eu não
acredito que ele te tratou assim.
Dei uma risada sem humor.
— Pois é, nem eu.
— Ele está com ciúme. Ele não quer te dividir com os amigos dele.
— Eu não sou propriedade dele para que ele me divida com alguém.
Ele me disse para viver e curtir e agora fica fazendo isso. Se impondo,
mentindo e me tratando mal. E eu não quero falar dele. Ele decidiu ir
embora e agora eu vou curtir sem ele.
— Vocês precisam conversar, se entender. São anos de uma amizade
sólida que não pode acabar por conta de uma foda.
— Eu não quero acabar nossa amizade! Ele que não sabe lidar com
o ciúme.
Adam me olhou por alguns instantes e depois se concentrou no
trânsito. Virei minha cara para a janela.
O carro parou em frente ao bar e antes de sairmos segurei o braço
dele.
— Eu não quero falar sobre nada que envolva o Zyan esta noite. Eu
só quero esquecer e aproveitar. Quero pensar que toda essa minha mudança
está valendo a pena. Mostre-me que vale a pena Adam, não quero me
arrepender de querer mudar. — pedi olhando em seus olhos.
— Quel…
— Só curtir, Adam. Nada mais.
— Essa curtição vale tudo? O que você quer viver e descobrir,
Raquel?
Mordi o lábio, pensativa, e ele acompanhou o movimento, segurou
minha nuca e me puxou para tomar minha boca na sua.
— Tudo. Eu quero viver tudo. — disse após finalizar o beijo.
Ele sorriu de lado e me deu mais um beijo antes de nós sairmos de
seu carro.
Entramos no bar e fomos direto para onde os meninos estavam.
— Oi, Quel. — me cumprimentaram.
— Olá, meninos.
Eles me deram um beijo na bochecha e nos sentamos em uma das
mesas para beber e curtir o som.
Tomei alguns goles de cerveja, conversamos e comemos. Animei-
me a ir para a uma área que tinha para a dança e arrisquei alguns passos de
samba desengonçado com Vinicius enquanto Denis e Adam nos olhavam.
Aposto que todos no bar estavam nos julgando por ser uma mulher entre
três homens, mas não liguei.
Desliguei minha mente de tudo a minha volta e apenas curti o
momento.
— Vamos para um lugar mais reservado. — disse Vini ao meu
ouvido e depois me dando uma mordida na pontinha da minha orelha.
— E os outros?
— Vão com a gente. — disse sorrindo de lado.
Olhei para ele e depois para Adam, ele concordou com a cabeça.
Céus! Ele estava me respondendo silenciosamente o que eu pedi.
Ele iria me dar e mostrar tudo.
Engoli em seco ciente da loucura na qual estava entrando e sorri
segurando a mão de Vinicius.
— Vamos.
Saímos da pista de dança.
— Vamos levar essa bela dama para viver uma noite inesquecível,
meninos?
Perguntou Vinicius ao chegar a nossa mesa.
— Claro. — concordaram e pagaram a conta.
Saímos do bar e seguimos na direção onde seus carros estavam
estacionados.
— Você vai com Adam para o apartamento dele e nós o seguiremos.
— Disse Denis já entrando em seu carro.
Agora eu entendi o porquê eles estarem bebendo cerveja sem álcool.
Ele ligou o carro e o pôs em movimento. Vi o carro dos outros nos
seguindo e depois começamos a conversar enquanto não chegávamos ao
seu apartamento.
— Muito nervosa? Se não quiser, nós podemos só ir para sua casa.
Eu mando uma mensagem para eles avisando.
— Não, eu quero. Só estou um pouco nervosa com o que está por
vir. — senti minhas bochechas esquentarem.
— Nunca transou com mais de um homem?
— Até ontem eu era virgem, Adam, se esqueceu?
— Verdade.
Sorrimos.
— Mas você quer isso? — eu achava linda a forma como ele se
preocupava comigo. Sempre cuidadoso e pendente do que eu realmente
queria.
— Eu sempre quis saber como era fazer sexo com dois homens, não
vou mentir. — meu rosto voltou a esquentar de vergonha. — Como devem
saber, eu sou uma leitora assídua de livros de romance e sempre quis viver o
que elas relatavam nos livros.
— Livros de romance com ménage? — sua testa franziu em
confusão. — Isso e novidade para mim. — ele sorriu.
— Livros de romance erótico. Ou de putaria, como muitos falam.
— Ah, sim, mas se você quiser seremos nós três dividindo você
Raquel. Serão três homens te comendo a noite toda.
— Céus! — apertei as pernas quando meu centro pulsou forte.
— Está excitada? Ser comida por mais de um homem te deixa
molhada? Te faz pingar de desejo? — sussurrou com voz rouca, elevando
ainda mais o meu estado de excitação.
— Adam…
Ele conduziu o carro com uma mão e a outra levou até minha coxa e
deslizou os dedos sobre a calça.
— Se eu colocar meus dedos na sua boceta carnuda e gostosa, eu
vou encontrá-la escorrendo? Pedindo por vários paus nela?
— Adam…
— Responda o que eu perguntei, Raquel. — mandou apertando
minha coxa com força.
— Sim, eu quero três paus nela, três paus a fodendo a noite toda. Eu
quero o seu pau nela me comendo como fez ontem. — disse me sentindo
solta, leve e ardendo de desejo.
— Porra! Odoro sua boca suja. — ele apertou ainda mais minha
coxa e eu sorri de lado em provocação.
Ele acelerou o carro e logo estávamos no estacionamento de seu
apartamento. Entramos os quatro no apartamento e antes que eu dissesse
algo, um par de mãos fortes me prendeu contra a parede e grudou os lábios
nos meus em um beijo selvagem.
Abri minha boca para receber os lábios de quem me beijava e
percebi que ainda não tinha beijado aquela boca. Denis me tomou
totalmente para si e me consumiu com beijo de tirar o fôlego.
— Vamos com calma. — Vini falou sorrindo. — Temos a noite toda.
Denis me soltou e ele me pegou nos braços me levando para o
quarto de Adam.
— Vamos com calma. — pedi ainda afetada pelo beijo. — É minha
primeira vez com mais de um homem.
— Vamos pegar leve. — afirmou Vinicius e tomou minha boca na
sua em um beijo calmo.
Curti seu beijo e seu toque até ter mais um par de mãos me tocando
e outra boca beijando meu ombro. Gemi e fiquei mole entre os dois. Estava
de olhos fechados só aproveitando todo o prazer que eles estavam me
dando.
Fui girada e meus braços levantados para que meu casaco e blusa
fossem tirados.
Vinicius retirou minha roupa enquanto Adam me beijava
enlouquecido.
— Eu ainda não transei com ela, então, nada mais justo de que seja
eu o primeiro a fodê-la. — disse Denis.
— Concordo, mas ela vai gozar na minha boca, primeiro. — disse
Vini.
Ele retirou minha calça junto à calcinha e me deitou na cama com as
pernas apertas. Sua cabeça logo foi encaixada no meio delas e meu sexo
lambido de cima a baixo. Gemi e agarrei seu cabelo, o mantendo bem em
cima do meu clitóris, onde ele chupou e circulou a língua com rapidez até
me ter se desfazendo e gozando em sua boca.
Após me recuperar, Vinicius me estendeu a mão e me levantou.
Denis, que já estava nu, se deitou na cama e me chamou para se
sentar nele. Montei em seu colo, uma perna de cada lado, e ele abriu meus
grandes lábios pincelando seu pênis já coberto pelo preservativo e o
encaixou em minha entrada. Seu pênis era do tamanho do Vinicius e eu me
sentei nele devagar para que não me machucasse.
Eu já estava bem lubrificada após gozar na boca do Vini, então seu
pau deslizou sem dificuldade para dentro de mim. Gemi ao me sentir
preenchida e comecei a rebolar.
Adam se ajoelhou na cama e me ofereceu seu pênis para que eu o
chupasse. Vinicius nos olhava de longe esperando sua vez de me foder
também.
Segurei o pênis de Adam e abri meus lábios para chupá-lo. Relaxei a
garganta e o tomei até onde consegui, e com a mão masturbei o que sobrou.
Circulei a língua por sua extensão e suas mãos foram para o meu cabelo
para ditar o ritmo das chupadas. Ele não me forçou, mas me mostrou como
queria.
Denis intensificou as investidas e eu precisei retirar o pau de Adam
da minha boca para gemer e retribuir as quicadas na mesma intensidade.
Vendo que não conseguiria voltar a chupar Adam, passei a masturbá-lo com
mais rapidez e pressão.
Vinicius veio para junto de nós e tocou meu clitóris circulando o
dedo em movimentos rápidos e de vai e vem. Rebolei em sua mão fazendo
o pau de Denis ir mais fundo e tocar terminações nervosas que havia na
minha vagina e me fazer gritar de prazer.
Meu corpo se espichou, minhas costas arquearam, os dedos dos pés
flexionaram e meu baixo ventre se contraiu. Fui arrebatada por um orgasmo
tão intenso que pensei que morreria devido a todas as sensações pela qual
meu corpo foi tomado.
Minha respiração ficou suspensa em meus pulmões e eu me tremia
inteira. Vinicius continuou me tocando e prolongando a sensação do
orgasmo, o que me fez gritar e cravar as unhas nos braços fortes de Denis.
Esse, que tinha parado de estocar, voltou com tudo, me abrindo para recebê-
lo e logo gozou, me apertando.
Vinicius me retirou de cima dele e me deitou de barriga para cima.
Adam começou a se tocar com rapidez e os jatos de seu gozo atingiram meu
rosto e seios. Depois sorriu e levou suas mãos grandes até eles e apertou os
bicos me fazendo gemer.
— Depois, eu vou colocar meu pau aqui fodê-los. — disse se
inclinando e me arrebatando com um beijo.
Ele saiu e Vinicius abriu minhas pernas e me penetrou em uma
estocada só, me fazendo se encurvar para frente. Adam voltou com uma
toalha, me limpou e deixou que Vinicius me fodesse até gozar.
Ele me pôs de quarto e me chupou antes de me penetrar novamente
e estocar, dando pequenas reboladas até que gozei, apertando seu pau e o
fazendo gozar também. A noite foi regada a suor, gemidos e cheiro do
nosso sexo louco que tomou conta de todo o ambiente. No final, os quatro
exaustos e eu tão mole que mal conseguia me mexer.
Eu tinha transado com três homens. Realizado minha fantasia de ser
tomada e fodida de todas as formas, mas o vazio pela partida do Zyan ainda
se fazia presente em mim.
E vazio foi tudo o que eu senti ao voltar para casa no outro dia. Eu
estava curtindo e vivendo o que tinha vontade, mas aquilo não estava me
fazendo feliz.
Não era o Zyan a estar comigo. Não era o Zyan o homem que me
tocava, que me tinha em seus braços.
Não era o homem quem eu amava a me possuir por completo, então,
infelizmente, não havia como ficar feliz com isso.
NOVAS ESCOLHAS
Raquel

Saio do banheiro apertando o cabelo com a toalha para secá-lo. Hoje


eu acertei com o Adam para ele me levar a ONG de Ayna, esposa do seu
chefe. Já tinha se passado três dias desde a, viajem do Zyan e eu estava
tentando preencher minha mente com outras coisas.
Ele me manda mensagem todos os dias perguntando-me como estou
e pedindo desculpa pelo que me falou no domingo. Confesso que ainda
estou magoada com ele e não respondi nem uma de suas mensagens. O que
deve estar matando-o. Nunca ficamos sem nos falar ou se ver. Mas ainda
estou muito magoada com que ele me disse e fez. Eu o queria aqui comigo
e não longe curtindo férias.
Pego a roupa que está em cima da cama e me troco. É uma roupa
leve e simples, até. A visita será pela tarde e o clima hoje está bem
agradável. Já pronta, pego minha bolsa e saio do meu quarto.
— Olá! – cumprimentei Adam que me esperava na sala da minha
casa.
— Oi, Raquel, boa tarde. Está linda. — disse gentil me dando um
beijo no rosto.
— Obrigada. Até mais tarde, mãe. — Ela estava fazendo companhia
ao Adam.
— Até, princesa. — Ela me deu um beijo e saímos de casa.
Meu pai está trabalhando em sua loja de motos. Teremos uma
corrida de Motocross no próximo final de semana e está tudo bem corrido
para ele.
Adam abriu a porta do carro para mim e o agradeci. Ele deu a volta
e entrou no carro. Pusemos o cinto e ele deu partida nos levando para a
ONG.
— Nossa! Aqui é tudo muito bonito e organizado. — disse olhando
ao redor ao entrar na ONG.
Via-se ao longe como tudo era bem-organizado. Cuidado e que
possuía uma gama de recursos para ajudar todas as crianças que a ONG se
propunha.
— Sim, as crianças são bem tratadas e tem de tudo. Desde as aulas
para as que não podem ir à escola a acompanhamento médico e psicológico.
— É um trabalho incrível, realmente. Estou encantada. — falei
sorrindo amplamente ao ver cada cantinho do prédio bem decorado.
Assim que chegamos em uma área aberta, ouvimos as risadas e
gritos das crianças. Cumprimentamos algumas pessoas no caminho e
seguimos para a sala da Ayna.
Antes mesmo que chegarmos até a sala dela, ela veio até nós.
— Que bom que aceitou meu convite. — falou sorrindo.
Nós nos abraçamos, eu e ela, Adam e ela, e começamos a andar.
Ela iria me mostrar todo o ambiente e onde as crianças ficavam.
— Eu estou encantada com tudo. É tudo bem aconchegante,
organizado e com uma estrutura que se vê ao longe que foi feita para o
bem-estar e o cuidado de cada criança.
— Sim, fiz tudo pensando nelas. Desde muito nova sonhava em
ajudar as crianças menos favorecidas e quando cresci coloquei meu sonho
em prática.
— Eu pensei que você tinha criado a ONG depois do casamento.
Ela riu.
— Não, muitos acham isso por meu marido ser rico, mas não ligo
mais para as fofocas.
— Me desculpe. — Pedi sem graça.
— Tudo bem. Quando eu me casei com Francisco eu já tinha a
ONG, foi assim que nos conhecemos, através dela. Só que ela não tinha a
estrutura que tem hoje, era algo mais simples. Ele se encantou com meu
trabalho e começou a fazer doações recorrentes. Passamos a conviver e nos
apaixonamos.
— Que história linda.
— Sim. Nós nos casamos um ano após nos conhecermos, mas eu
não podia ter filhos. Pensei que ele iria ficar triste, mas em um dia em que
eu estava bem triste ao saber que não podia engravidar, Francisco chegou
com nosso primeiro filho.
— Nossa! — eu estava amando ouvir a história dela.
Ela tornou a rir.
— Nosso Arthur. Ele era um menino lindo, negro, cabelos Black e
muito esperto. Tinha 4 anos e acabado de perder a mãe. Inicialmente nossa
ONG só aceitava meninas, mas com o passar do tempo e o crescimento dela
nós criamos uma só para meninos. Depois do Arthur, eu adotei a Maria e o
Ricardo.
— Sua história é linda, Ayna. O seu amor por essas crianças, sua
dedicação a elas é incrível e muito linda.
— Vejo que se encantou. — comentou com os olhos brilhando. —
Você não se interessa em ser voluntaria? Ou até mesmo trabalhar aqui?
— Não tenho formação. — falei triste. Nunca pensara em ser outra
coisa que não trabalhar com o Zyan. Vejo que me prendi muito a ele.
— Mas não tem interesse por nenhuma área?
— Eu ainda não tinha pensado nisso. — Confessei. — Eu amo
crianças.
— Nós temos um time de professores aqui. Pedagogos e
psicopedagogos para ensinarem as crianças que não podem ou não querem
ir para a escola. Muitas crianças sofriam bullying e não querem mais voltar
a estudar.
— Pedagogia é uma linda profissão. — comentei.
— Concordo. Você não gostaria de tentar? Já que você gosta de
crianças e se encantou pela estrutura da nossa ONG, já teria onde fazer seus
estágios. Eu iria amar ter você trabalhando conosco.
— Eu vou pensar…
— Tiaaa Ayna. — Uma menina loira gritou por ela e veio correndo
em nossa direção.
— Não corra, Ingrid, você pode cair.
— Oi! — cumprimentei-a.
— Olá! — ela deveria ter uns 8 anos.
— A senhora vai nos dá aula hoje?
— Não, minha linda, a aula hoje é com a tia Iara.
— Tudo bem, eu já vou. Tchau! — ela acenou com a mão e voltou
para junto das outras meninas correndo.
Sorrimos para seu jeito alegre.
— Você é professora? — perguntei.
— Sim, pedagoga. Vamos conhecer a criançada e o resto.
Seguimos andando e ela me explicando cada coisa que havia na
ONG, conheci os funcionários e todos me trataram muito bem. Conheci as
crianças e ainda brinquei com ela.
Eu realmente estava amando conhecer tudo. Nunca pensara em
trabalhar em uma ONG, em estar rodeada de crianças.
Eu estava pensando na profissão que ela me falou e após assistir
uma das aulas dadas lá eu me interessei ainda mais.
Já no final da tarde, eu e Adam, nos despedimos de todos e fomos
embora.
— Você gostou muito do trabalho feito pela Ayna, não foi? —
perguntou Adam.
Já estávamos a caminho da minha casa.
— Eu amei. Estou bastante balançada em aceitar o convite dela.
— É um trabalho incrível e você vai se sair muito bem. Você é uma
mulher incrível, Raquel.
— Obrigada.
— Mas se você aceitar o convite e trabalhar na ONG, vai deixar de
trabalhar para o Zyan? E vocês já estão se falando?
— Sim, sairei da Radcsportes e me concentrarei só na ONG e na
universidade. E não, não fiz as pazes com ele ainda.
— Raquel. Eu sei que ele cometeu um deslize, mas vocês são
amigos desde sempre.
— Eu sei, Adam. E falarei com ele, só estava esperando a mágoa
baixar, entende?
— Entendo, mas não acabe uma amizade tão linda como a de vocês
por não saberem definir seus sentimentos.
— Eu sei o que sinto por ele.
— Mas nunca o falou. Você escondeu o que sentia, Raquel, não
tinha como o Zyan saber que você o amava como homem e não como
amigo.
— Porque ele é lerdo. Eu sempre demonstrei sentir mais por ele.
— Nem sempre só demonstrar é o suficiente. Vocês precisam
conversar e esclarecer o que sentem e se não for para ser, que tentem
retomar a amizade de onde pararam.
— Eu vou conversar com ele e esclarecer tudo. Quero que minha
vida seja leve, estou realmente interessada em fazer um curso superior, a
trabalhar em outra coisa do que sempre trabalhei. Descobrir meus limites e
do que gosto.
— Fico feliz por você. Isso é válido e muito proveitoso para sua
vida e seu futuro.
— Depois da nossa noite eu quis perguntar algo, mas não tive
coragem. — falei depois de um momento em silêncio.
— Pergunte. — falou sorrindo.
— Vocês costumam compartilhar mulheres. Sempre? — essa
curiosidade estava me consumindo há dias.
— Não sempre. Apenas quando no interessamos pela mesma
mulher. Na verdade, isso acontece mais com o Vini e o Denis. Eu só entro
ocasionalmente para sair da rotina e fazer uma coisa diferente.
— Ah, entendi. O Zyan também faz isso? — Não pude controlar a
pergunta.
Ele deu uma risada voluntaria.
— Não. Zyan nunca topou compartilhar. Ele é uma cara que vive e
aproveita a vida, mas sem perversão, entende? Nunca tratou mal uma
mulher ou a iludiu e sempre deixou claro que não se apega a ninguém.
— Ele me disse que não namora. – Resmunguei.
— Na verdade, ele não se apega porque ele tem você como sua
prioridade, Quel. Não vou mentir e dizer que ele é um babaca só porque eu
gosto de você, Raquel. Zyan sempre deixou claro que você está acima de
tudo e que não éramos para magoá-la nunca. Que ele mata e morre por
você.
— Sinto saudade dele. — Confessei com a voz querendo embargar.
— Sei que sim. Você o ama. Eu queria ser o dono desse amor, não
vou negar, mas sei que não sou e por isso não me iludo.
— Eu nunca quis te ilidir. Eu gosto de você, Adam. Gosto mesmo.
— Mas ama o Zyan, eu sei. Tudo isso de mudar, ficar com outras
pessoas está te fazendo bem, Raquel? Você está feliz?
— Não me faz triste, mas não me preenche, entende? É prazeroso,
incrível até, mas quando passa tudo volta ao mesmo. É só um momento.
Quando eu comecei a querer descobrir os prazeres do sexo, acreditei que
diferiria, que isso me deixaria completa.
— Compreendo. O sexo não é tudo na nossa vida, é bom e algo
importante, sim, mas não tudo. Estar completa vai além de ter um sexo bom
ou com uma, ou várias pessoas. Você estava com a gente, mas não era isso
que realmente queria, não era?
— Adam…
— Não estou cobrando nada de você, Raquel. Eu amei as vezes que
transamos e nosso sexo a quatro foi incrível, mas temo que se perca no que
realmente quer. Você não quer transar com todos os homens que estão a fim
de você e sim com o que é dono do seu coração.
— Mas não posso passar minha vida esperando que Zyan descubra
que me ama.
— Ele já sabe e foi por isso que tomou esse tempo longe. Ele te
ama, mas teme que o ciúme que sente por você a prenda. Ele quer que você
curta a vida, mas o que ele não sabe é que você quer curtir a vida com ele.
Que quer ser apenas dele, estar só com ele.
— Nós fizemos uma burrada não foi? — sorrio sem graça. —
Confundimos tudo, eu quis mostrar poder ficar com quem queria igual a ele
e no meio de tudo isso creio que nos perdemos um do outro. Nossa amizade
que era tão linda e pura se quebrou e temo não voltar ao antes.
— Vocês vão voltar, é apenas uma fase. Quando ele chegar vocês
irão conversar e se entender. Busquem voltar pelo menos à mesma amizade
de antes.
— Você é um cara incrível, sabia? A mulher que for merecedora do
seu amor será uma sortuda.
— Não sei se isso será possível. Eu só me ferro quando o assunto é
amor. — ele sorriu, mas o sorriso não alcançou os olhos.
— É porque ainda não chegou a pessoa que o merece. Você é um
homem lindo, gentil, amoroso e ser humano ímpar e essa mulher tem que
merecer estar ao seu lado.
— Obrigado.
Sorrimos e deitei minha cabeça em seu ombro.
Eu tinha um novo melhor amigo.
PENSANDO
Zyan
Dias Antes…
Deixo minha mala no chão e me viro fechando a porta do quarto de
hotel onde estou hospedado. Tiro meus sapatos e me jogo na cama. Tiro
meu celular do bolso e o ligo.
Entro no aplicativo de mensagem e verifico se Raquel me
respondeu. Meu coração se aperta ao confirma o que eu temia: ela não me
respondeu.
Tomo uma longa respiração e ligo para meus pais para avisá-los que
eu cheguei bem. Converso com eles e os tranquilizo de que estou bem.
Conversamos por alguns minutos e meu pai me fala que as coisas na
empresa estão bem e Raquel o ajudando em tudo.
Pergunto como ela está e ele me diz que ela está levando bem minha
viagem. Finalizo a ligação e me levanto indo até minha mala. Coloco-a na
cama e a desfaço guardando todos os meus pertences. Separo uma cueca e
depois de tudo devidamente arrumado vou tomar um banho.
Entro debaixo do chuveiro e deixo a água levar a tristeza que estou
sentindo. Não consigo entender em que momento as coisas entre mim e
Raquel desandaram tanto. Em um momento estávamos felizes,
aproveitando da companhia um do outro, brincando, curtindo o que
gostamos juntos e em outro momento estávamos distantes, brigando e eu a
magoando com palavras.
Uma linda amizade cheia de belos momentos, mas que deixou de ser
assim em um passe de mágica.
— Por que eu tinha que estragar tudo? — murmuro controlando
para não cair no choro mais uma vez.
Quando voltará a falar comigo, Quel. Eu te amo.
Fecho os meus olhos, e uma lágrima me escapa.
Eu a amo.
Eu te amo, Raquel. Eu te amo.
Deixo o choro vir e lavar a dor que sinto por tê-la magoado. Deixo
meus sentimentos virem à superfície e me mostrar o que sinto de verdade
por ela.
Relembro nossos momentos, nossas risadas, nossos beijos. Seu
corpo sob o meu, seus gemidos e suas palavras me pedindo para a foder.
Suas piadas sem graça, suas gargalhadas quando vê ou ouve algo
engraçado.
Sua cabeça sobre meu peito quando estamos assistindo a um filme.
Seu cheiro que eu tanto amo, sua voz, seu corpo.
Eu a amo por completo. Eu a amo do jeitinho que ela é.
Raquel, minha Quel. Minha melhor amiga, meu amor.
Levanto o rosto embaixo do chuveiro com a água caindo nele e
choro. Choro como não faço desde o dia que pensei que a perderia naquela
mata fechada, como pensei que a perderia quando éramos crianças.
Respiro fundo tentando controlar minhas emoções e finalizo o
banho. Enrolo-me na toalha e saio do banheiro. Enxugo-me, visto a cueca e
me jogo na cama novamente.
Não vou sair para jantar, pois não tenho fome. Pego meu celular e
mando outra mensagem para ela.

Sei que ainda está magoada comigo, mas estou te mandando


essa mensagem para avisar que cheguei bem. Mais uma vez me
perdoe pelo que fiz e espero que esteja bem.
Já estou com saudade.
Tenha uma boa noite, Quel.
Amo-te.
Envio a última mensagem e espero que ela me responda ou pelo
menos visualize, mas nada disse acontece.
Desligo o celular e me viro na cama escondendo o rosto no
travesseiro. A tristeza volta a me dominar e meus olhos a arderem por mais
lágrimas, contudo dessa vez eu não choro. Não adianta mais, eu já estraguei
tudo.
Fico assim até o cansaço me vencer e adormecer com ela em meus
pensamentos.
◆ ◆ ◆

No Outro Dia…
Acordei um pouco mais animado e disposto a aproveitar minhas
férias. Hoje irei ao centro de paraquedismo e farei minha inscrição nas aulas
de paraquedas.
Antes de sair do hotel, mandei uma mensagem para os meus pais
avisando-os, que estou bem e que eles não precisam se preocupar comigo.
Pago a corrida e desço do táxi, cumprimento os seguranças e entro
no centro de paraquedismo
— Olá! Bom dia, eu vim me inscrever para as aulas de salto solo.
— Bom dia! Pode me passar os seus dados?
Entrego os documentos a recepcionista e ela faz minha inscrição.
Pago todo o curso a vista e pego o recibo. Minha aula começará amanhã no
período da tarde.
Agradeço a ela e saio do centro. Resolvo caminhar um pouco e
colocar a cabeça em ordem.
Paro em uma praça e vejo um ponto de açaí. Sorriu ao lembrar da
Raquel lambuzada com o doce todas as vezes que o comia. Caminho até lá
e peço um copo médio.
Pego o copo com o doce e o pago. Dou alguns passos e me sento em
um dos bancos da praça e fico observando as pessoas conversando e rindo,
as crianças brincando com outras crianças e alguns cachorros.
Por um momento me pego pensando em como seria ter uma família
minha. Esposa, filhos, animais de estimação, uma casa grande e cheia de
bagunça.
Sorrio ao ver uma mulher muito parecida com a Raquel brincando
com uma menina, provavelmente mãe e filha. Ela seria uma excelente mãe.
Raquel sempre gostou de crianças e vivia pedindo aos seus pais que
tivessem mais filhos.
— Imaginando a mulher que ama? — Uma senhorinha me pergunta
se sentando ao meu lado.
— Está tão na cara assim? — sorriu para ela.
— Não se pode esconder o amor. E seu rosto é de quem está
apaixonado. Ela está aqui? — perguntou olhando em volta.
— Não. — falei triste. — Nós brigamos e eu tirei um tempo para
pensar.
— Pensar é bom. Esclarecer o que sente se é muito necessário às
vezes.
— Tudo entre nós está confuso. Eu fui um babaca e a magoei. Ela é
minha melhor amiga. A pessoa mais importante para mim depois dos meus
pais.
— Nada está perdido quando se ama e está arrependido dos erros
que cometeu. Assumir que errou é o primeiro passo para obter o perdão.
— Eu já pedi desculpa, muitas vezes, na verdade, mas ela não me
responde, não consegue me perdoar.
— Então dê tempo a ela. Não insista e apenas espere a mágoa
passar. Se vocês se amam de verdade, tudo ficará bem no final. O tempo
sempre é o melhor remédio.
— Obrigado. Não me disse seu nome. O meu é Zyan, prazer em
conhecê-la.
— O meu é Raquel. — Não aguento a coincidência e começo a rir.
— Meu nome é engraçado? – ela me pergunta confusa, mas não
brava.
— Não, é um nome lindo. É o mesmo nome da mulher que habita
minha mente e coração.
— Ah, sim, então não deixe minha chará escapar, rapaz. Conquiste-
a e depois que tudo estiver resolvido entre vocês, volte aqui e me apresente
a ela.
— A senhora mora aqui perto?
— Sim. Naquela casa.
Ela apontou para uma casa de portão grande na cor cinza. Era uma
casa de andar e com uma varanda cheia de flores.
— Aquela ali é minha neta, Noemi. — Ela apontou para a mulher
que se parecia muito com a Raquel. — E a menina com ela é minha bisneta.
— Linda família.
— Obrigada. Agora eu já vou indo, pois meu ciático está
começando a reclamar.
Sorri e me despedi dela. Passei mais um tempo observando a praça e
peguei o celular para pedir o táxi.
Conferi se Raquel tinha respondido minhas mensagens e suspirei ao
ver que não.
Guardei o celular e terminei meu açaí, que já tinha derretido durante
minha conversa com a senhora Raquel.
O táxi chegou e eu voltei para o hotel.
FÉRIAS
Zyan

Hoje eu acordei mais animado e até feliz possamos dizer assim.


Darei início as minhas aulas de paraquedas e isso me deu ânimo depois de
ser ignorado pela Raquel por vários dias.
Aceitei o conselho da dona Raquel, a senhora do parque ontem, e
vou dar um tempo a ela. Quando ela estiver pronta ela irá me procurar.
Levanto da cama e tomo um banho caprichado. Passarei o dia fora e
só retornarei ao hotel a noite. Já programei meu dia para passá-lo curtindo
esportes.
Tem uma competição de alpinismo em são Bento do Sapucaí e irei
assistir. Poderia participar, mas minha cabeça não está boa para fazer uma
escalada de alto risco e muito menos competir com alpinistas profissionais.
Após pronto, pego minha carteira e celular e saio do quarto de hotel.
Vou até o restaurante e tomo café da manhã. Alimentado e disposto há
aproveitar o dia, eu saio do hotel e entro no táxi que eu pedi.
— Bom dia. — Cumprimento a recepcionista ao entrar no centro de
paraquedismo.
— Olá! Bom dia! Suas aulas no curso começam hoje?
— Isso. — Confirmei sorrindo. — Tem muitos alunos?
— Alguns. Essas aulas são bem concorridas. Existem mais pessoas
do que pensamos que curtem adrenalina
— Verdade. — Ela era simpática e corou a me ver rindo de suas
palavras.
Eu sei o que causo nas mulheres, sou um homem bonito, simpático e
de presença marcante. Não me julguem por falta de humildade, sou
humilde, mas sei que afeto as mulheres de maneira boa.
Excitante.
Ela me entregou a guia me liberando a participar do curso e me
despedi indo em direção a sala para a aula teórica. O curso de paraquedismo
se resume em aula prática e aula teórica.
São 10 horas de aula teórica sobre todas as técnicas necessárias à
prática segura do esporte, incluindo o funcionamento do paraquedas, suas
partes, posição de queda livre, acionamento e pilotagem do paraquedas e
procedimentos diante de alguma emergência. Contempla ainda simulações
por meio de equipamentos suspensos horizontal e vertical, para dar ao aluno
confiança para a parte prática.
Já a aula prática é dividida em 7 níveis. Para cada nível, o aluno
receberá um treinamento específico de aproximadamente 30 minutos e após
o salto será submetido a uma avaliação para ver se ele tem condições de
seguir com o curso e por consequência saltar sozinho.
O aluno nos três primeiros níveis, estará acompanhado por dois
instrutores, e nos demais, somente por um. Eles o auxiliarão a manter uma
boa posição e estabilidade em queda livre para serem cumpridos todos os
objetivos, até o comando solo do paraquedas.
— Bom dia! Aluno novo? — um dos instrutores me pergunta.
Confirmo com a cabeça e entro na sala onde terá a aula teórica.
Serão três dias de aula teórica e quatro dias de aula prática. No final da
semana, terei meu salto solo.
Ao ter a aula prática dada por encerrada, saio da sala e sigo para fora
do centro. Peço um táxi e passo o endereço de onde acontecerá a
competição de escalada.
Ao chegar no meu destino pago o taxista e desço do taxi. Já posso
ver o movimento de carros, motos e até bicicletas.
Quem me avisou dessa competição foi Felipe, um amigo meu lá de
floripa, mas que atualmente mora aqui em São Paulo com Júlia, sua esposa.
— E aí, cara. — Felipe vem me cumprimentar assim que me ver.
— Beleza? — pergunto o abraçando.
Também cumprimentei quem estava com ele.
— Tudo ótimo. E com você? Lembrou dos meros mortais?
Falou rindo. As meninas, da nossa época do colégio, comparavam a
minha beleza aos deuses da Grécia e ele e nossos amigos me zoavam com
isso. Nunca gostei de ser comparado a esses deuses: ele tem pau pequeno. O
que está muito longe de ser o meu caso.
— Pois é. Tive que sair do meu templo para ver o que vocês
estavam fazendo. — zoei de volta, fazendo todos ao nosso redor caíram na
gargalhada.
Com ele estavam sua esposa, Mario, Daniel e Ruben. Eu já os
conhecia e sempre praticávamos esportes juntos quando eu vinha aqui para
São Paulo.
— É um puto mesmo. — Felipe falou ainda rindo.
— Onde está a Raquel? Não veio com você? — Júlia perguntou,
elas (meio) que se tornaram amigas depois que ela se casou com o Felipe.
— Não, eu vim sozinho. Estou tirando umas férias.
— Largou Raquel sozinha em floripa com aqueles putos que você
chama de amigos? — inquiriu Felipe.
Precisei me controlar para que minha imaginação não me traísse, me
fazendo lembrar dela com o Adam e meu ciúme não vir à tona.
— Ela já é bem grandinha e sabe se cuidar.
— Já entendi. — exclamou Júlia. — Vocês brigaram e você veio
para São Paulo fugindo dela.
— Tivemos um pequeno desentendimento, sim, não vou mentir,
Júlia, mas nada que não possa ser resolvido. É como dizem, o tempo cura
tudo, e eu e ela estamos tomando nosso tempo.
— Eu pensei que a essa altura do campeonato vocês já estariam
namorando ou até casados.
Ele abraçou a esposa e alisou sua barriga. Júlia estava grávida de
seis meses.
— Sempre fomos apenas amigos. — minha boca amargou ao dizer
isso.
— Só da sua parte, porque todos sabem que Raquel sempre quis ser
mais que sua amiga, porém você sempre foi cego com relação a isso, Zyan.
Júlia me jogou a real me deixando sem fala. Passei a mão na cabeça
um pouco desconfortável com o rumo da nossa conversa e Felipe mudou de
assunto, nos chamando para começar a competição. Ele, assim como eu,
amava adrenalina e sempre estava em contado com as empresas de esportes
radicais para realizarem competições de diversos esportes.
Fui com a Júlia e as outras pessoas para o local separado para
assistirmos à competição e os competidores se posicionaram em frente à
parede de rocha que seria escalada.
Eram em média cinco competidores que escalariam a parede de
rocha de 5 metros de altura e 15 de largura. Todos estavam bem equipados
para que acidentes não acontecessem e o dia estava ensolarado nos
proporcionando uma tarde agradável e em segurança para quem iria
competir.
Todos se prepararam e a largada foi dada. Eles começaram a escalar
e o primeiro a chegar ao topo foi o Daniel, seguido por Felipe e Ruben.
A todo o momento meu coração batia acelerado e o desejo de estar
ali era imenso. Cogitei pedir para escalar também, mas acabei desistindo e
só curtindo a competição.
Final do dia nós fomos para um bar tomar uma cerveja e comemorar
a vitória do Daniel e já por volta das 20h eu voltei ao hotel. Tomei um
banho relaxante na banheira e após me enxugar caí na cama e apaguei.
Eu estava bem cansado.
◆ ◆ ◆

Ouvi o som do despertado e resmunguei, queria continuar dormindo.


O dia ontem foi puxado e eu ainda estava cansado.
Eram as minhas férias, mas parecia uma semana normal com o tanto
de coisa que me propus a fazer para não ficar com minha mente voltada
para a Quel.
Levantei-me da cama e fui para o banheiro escovar os dentes e
tomar um banho para ir ao centro de paraquedismo para mais uma aula
teórica. No banheiro fiz minha higiene, escovei os destes e tomei um banho.
Saí do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e fui até o
telefone que fica na mesinha próxima à cama. O peguei e disquei o número
da recepção solicitando o serviço e quarto. Não estava com vontade de
comer no restaurante do hotel.
Após solicitar o serviço de quarto, fui até o guarda-roupa e peguei
uma cueca e uma calça, as vestindo em seguida. Depois de vesti-las, me
sentei na cama e peguei meu celular para ver as mensagens que recebi do
dia anterior.
Assim que cliquei no aplicativo de mensagem e ele abriu meu
coração disparou no peito. Raquel tinha me respondido e suas mensagens
eram as primeiras me revelando que ela tinha acabado de mandá-las. Eu
deveria só ler a mensagens e me contentar com sãs respostas, mas minha
mão tomou uma atitude diferente da minha mente e quando dei por mim já
estava solicitando uma chamada de vídeo para ela.
Eu precisava vê-la.
Passaram alguns segundos antes de seu lindo rosto aparecer na tela e
por um momento senti meu coração errar as batidas. Não nos víamos há
dias, mas que pareciam ser semanas, meses até.
— Oi, Zyan. — ela disse tímida.
Não parecia a minha amiga de anos falando.
— Oi, Raquel. Que bom te ver! — sorri e ela me sorriu de volta. —
Eu estava com saudade.
— Eu também. Vejo que acabou de acordar. — comentou sorrindo.
— E você também. — ela ainda estava com cara de sono e vestida
com seu baby-doll de malha na cor cinza.
— Dormi tarde ontem, como está aí?
— Antes de dizer como estão minhas férias, eu quero te pedir
perdão mais uma vez, Quel. Sei que me portei como um babaca com você e
estou arrependido de coração.
— Eu já o perdoei, Zyan, ou não teria respondido suas mensagens e
atendido sua ligação. Fiquei muito magoada com a forma que me tratou,
mas já passou. Sei que algo em nós, mudou depois que transamos e isso vai
marcar nossa amizade para sempre. Contudo, vamos tentar levar nossa
amizade como era antes, eu o amo e não quero ficar brigada com você.
Meu coração aqueceu ao ouvi-la dizer que me ama. Que me perdoa.
— O que eu mais quero é poder voltar ao que era antes, Raquel.
Quero voltar a te ter nos meus braços ao maratonar nossos filmes. Quero
voltar a te fazer rir e rir de suas piadas sem graça…
— Sem graça, são as suas. — me interrompeu nos fazendo rir.
— Quero sempre ver esse sorriso em seu rosto, paçoquinha. Quero
estar ao seu lado em suas conquistas, quero te ver feliz e não chorando
ainda mais se as lágrimas forem por minha causa, você quis se descobrir e
experimentar. Quis estar com outras pessoas. — concluí.
— E fiz isso em cima de você, Zyan. Eu quis mudar e você me
apoiou, então eu vi nisso uma forma de você me enxergar. Eu o queria
como homem Zyan, não apenas como meu amigo.
Eu estava em choque com suas palavras.
Ela soltou uma respiração profunda e tronou a falar. Nosso olhar se
encontrava pela tela do celular e eu podia ver a tristeza que havia nos olhos
dela.
— Eu guardei isso por anos, sonhava no dia em que você
descobrisse que me amava como mulher, que me desejava, mas isso não
aconteceu, então eu fiz da nossa amizade um jogo de sedução onde ambos
perdemos. Eu reconheço os meus erros, Zy. Eu o quis como homem e você
me viu como mulher, eu me entreguei a você e você me mostrou o prazer
mais carnal, porém isso nos distanciou. Eu fiz com que nos
distanciássemos. E agora tudo o que eu quero é que possamos voltar ao
antes. Melhores amigos para sempre.
Ela me quer apenas como amigo.
Só como amigo.
Isso repetia na minha mente e eu não tinha palavras para dizer
diante de sua revelação.
— Você quer deixar tudo no campo da amizade, é isso? Descobriu
que seu amor por mim, é somente de amigo?
— Não, não vou mentir e dizer que o amo apenas como amigo,
Zyan, porque eu estaria mentindo para nós dois. Mas não quero que
fiquemos brigando e que isso estremeça ainda mais nossa amizade, uma tão
linda e de tantos anos, de toda uma vida praticamente. Eu quero estar com
você sem ficar esperando que me ame na mesma intensidade que o amo,
não quero exigir algo de você que não está disposto a dar. Não o quero te
prender a mim e nem me prender a você.
— Mas eu quero estar com você, paçoquinha. Eu quero você.
Eu a amo. Gritou meu subconsciente.
— E você me tem, Zyan, sou sua amiga e sempre serei. Contudo,
cada um com sua vida e em seu caminho, quero que tenha suas conquistas
e não deixe de viver por medo de me ver sozinha. Eu tenho amigos agora,
já não vivo somente em casa com a cara enfurnada nos livros, estou indo à
academia e passando a gostar do meu corpo…
— Está ainda mais linda. — afirmei.
— Obrigada! Você também está lindo. — sorrimos. — Eu posso
dizer que agora estou aprendendo a viver por mim mesma, me descobrindo
e fazendo o que gosto.
— Fico feliz. — sorri, mas meu sorriso não alcançou os olhos.
Algo me mim se apagou com o que ela dizia. Eu estou feliz por ela,
de verdade, mas é como se ela estivesse pondo uma barreira entre nós,
como se me dissesse que eu não estou incluído em suas conquistas.
— Eu estou feliz, Zyan. Encontrei-me, finalmente. Devo isso a você
também, pois sempre me deu apoio e me disse para eu buscar o que era
melhor para mim. Agora me diga como estão suas férias. — mudou de
assunto.
Ela me deu um sorriso tão lindo que tudo o que eu queria era estar
ao seu lado para tomar seus lábios nos meus e amá-la o dia todo.
Eu a queria e não era apenas como minha amiga, mas eu descobri
isso tarde demais e agora era a Raquel que só queria amizade.
— Eu fico feliz por você, paçoquinha. Muito feliz mesmo. Quero
sempre a ver assim, feliz, sorrindo porque eu te amo. Amo-te.
Ela sorriu e concordou com a cabeça.
Passei a contar tudo o que vivi nesses dias e das aulas de
paraquedas. Falei que ontem encontrei Felipe e a Júlia. E Raquel me disse
que assim que se estabilizar na ONG da esposa do chefe do Adam, pois ela
iria trabalhar lá, coisa que me surpreendeu bastante, mas eu estava feliz por
ela se descobrir profissionalmente, ela viria para São Paulo e faria uma
visita a eles.
Ficamos conversando por alguns minutos e depois finalizamos a
ligação com a promessa de nos falarmos amanhã.
Suspirei e me joguei na cama, pensando em tudo o que
conversamos.
Sei que Raquel agora só quer ser minha amiga, mas ela não será isso
por muito tempo. Perdi tempo ao não perceber que a amava como mulher,
mas agora me retratarei e estarei ao seu lado dando meu apoio e
demonstrando o quanto a amo, o quanto a quero.
Ela pode se colocar como minha melhor amiga hoje, mas em breve
será minha esposa e a mãe dos meus filhos.
NOVOS AMIGOS
Raquel
Um Mês Depois…
Parei meu carro no estacionamento em frente à ONG e desci dele
após desligá-lo, apertei o alarme e caminhei para dentro do prédio. Eu
estava a uma semana trabalhando como voluntária aqui e estava amando.
Depois de muito pensar, eu resolvi fazer um curso superior.
Começarei as aulas no próximo mês na turma do segundo semestre. Estou
muito ansiosa e Ayna ficou mais feliz que eu por aceitar sua sugestão.
— Bom dia, Yasmim. — cumprimentei a recepcionista.
— Bom dia, Raquel. — me cumprimentou sorrindo.
Passei pela recepção e fui direto para a área externa onde as crianças
brincavam antes das aulas.
— Oi, Raquel. — Iara me cumprimentou.
— Oi, Iara, tudo bem?
— Sim. Preparada para mais um dia?
— Estou, sim. Quais as atividades para hoje?
Ela me passou seu planejamento e depois seguimos para a sala de
aula. Eu era tipo sua assistente e a ajudava a aplicar as atividades das
crianças menores.
Hoje o dia seria ao ar livre com histórias e brincadeiras lúdicas.
No final da manhã eu estava cansada, mas bem contente e me
sentido bem em ajudar e a contribuir com o aprendizado dessas crianças.
— Topa sair mais tarde? — ela me perguntou ao terminarmos a
aula.
— Vamos, tem algum lugar especial? — hoje era sexta, então não
nos preocuparíamos em acordar cedo no outro dia.
— Podemos ir a uma balada. — sugeriu
— Eu conheço algumas, mas tenho amigos que as conhecem melhor
que eu.
Iara era recém-chegada na cidade. Ela morava em outra cidade e
veio para floripa para trabalhar na ONG a convite de Ayna.
— Podemos ir com eles, por mim não tem problema. Você acerta
com eles e depois me manda a localização.
— Beleza, eu já vou indo. Tchau!
— Tchau, Raquel.
Entrei no meu carro e fui para a empresa do Zyan. Eu ainda
trabalhava lá, mas já tinha decidido que não continuaria por muito mais
tempo. Ele voltaria na próxima semana e não via a hora de o ver.
Eu tinha respondido suas últimas mensagens e nos acertados.
Tivemos uma conversa franca por chamada de vídeo mesmo e colocamos
tudo em ordem. Não quero quebrar minha amizade com ele por Zyan não
retribuir meu amor na mesma intensidade.
Fui sincera e confessei que o amava e quis ser vista por ele como
mulher. Ele prolongou a viagem, pois estava em negociação com uma
empresa interessada em ser sua sócia e trazer novos esportes aqui para
floripa.
Estou ansiosa por esse nosso reencontro, não vou mentir, mas
apenas porque quero retomar nossa amizade, voltar ao antes.
Não quero ficar brigada com ele e acabar uma amizade de anos por
que não soubemos esclarecer nossos sentimentos.
Depois que nos falamos e esclarecemos, fizemos as pazes e todas as
noites Zyan me ligava e conversávamos por horas sobre como havia sido
nosso dia.
Meus pais e os pais de Zyan, já estão cientes da minha decisão de
deixar de ser assistente do Zyan para me dedicar totalmente a minha
profissão e a ONG. Eles me apoiaram e ficaram felizes de eu estar me
descobrindo e me dedicando a algo meu e que eu gosto.
Minha amizade com os meninos se fortaleceram nesse um mês que
passamos juntos, mas não fiquei com mais nenhum deles. Ainda troquei uns
beijos com Denis na academia, porém não passou disso.
Depois que Adam disse ter sentimentos por mim, eu preferi deixar
as coisas apenas no campo da amizade. Não quero iludi-lo e nem o fazer se
apegar ainda mais a mim. Vinicius é um puto que não pode ver um rabo de
saia, mas, no fundo, sei que seu coração já pertence, ou pertenceu a alguém.
Na semana passada conheci o filho da senhora Ayna e flertamos. Ele
é um negro espetacular de corpo escultural, um metro e noventa de altura e
uma barba rente que deve deixar qualquer mulher louca ao tê-lo esfregando-
a entre suas pernas.
Nós nos demos muito bem e quem sabe eu não fique com ele. Já
estou a um bom tempo sem sexo e ele pode matar meu tesão.
Ao dar o expediente por encerrado, fui para casa me arrumar para a
noite. Hoje optei por um vestido de malha leve na cor preta. Uma sandália
de salto baixo, eu fiz um rabo de cavalo despojado e uma maquiagem leve
caprichando no batom vermelho.
Já na hora de sair de casa aviso meus pais que provavelmente não
dormirei em casa e saio. Entro no taxi que havia pedido, pois iria beber e
não me arriscaria em ir no meu carro, e minutos depois chego no meu
destino.
— Oi, meninos. — cumprimento Adam e os outros ao chegar à
balada.
Nós ficamos de nos encontrar aqui.
— Oi, Raquel. Está linda. — diz Adam.
Vou até ele e dou um beijo nele e nos outros.
— Muito linda. — confirma os outros.
— Obrigada. Já pediram as bebidas?
— Sim. — Respondeu o Denis já me entregando um drink leve no
teor alcoólico.
Passo um tempo bebendo com eles até Iara chegar com Yasmim,
Arthur e Maria.
— Que bom que chegaram. — vou até eles e cumprimento-os com
um beijo no rosto.
— Está linda. — me elogia Iara e os outros concordam.
— Obrigada. Vamos dançar.
Os chamo e todos nós vamos para a pista de dança.
Começamos a dançar e logo sinto as mãos do Arthur na minha
cintura. Sorrio para ele e me viro tomando sua boca na minha.
Ficamos nos beijando e dançando colado até nos dá sede. Voltamos
ao bar e pedimos cervejas.
— Você está muito gostosa Raquel. — ele sussurra em meu ouvido,
me causando arrepios.
— Você também está muito gostoso Arthur. — sorrio e o beijo
novamente.
— Você é muito chata, sabia? — ouvimos os resmungos do Adam e
nos desgrudamos.
— Chato é você — retruca Maria. — Você se acha o gostoso, mas
sinto informá-lo que não é tudo isso não.
Os dois se encaram em um embate silencioso e ficamos sem
entender a briga deles.
— O que houve? Vocês não estavam dançando? — pergunto
confusa.
— Esse idiota que se acha no direito de se meter na minha vida. —
Maria fala cheia de raiva.
— Idiota é você que não viu que o cara estava fotografando a sua
bunda enquanto dançava. Ele claramente tinha más intenções com você,
princesa. — o ‘princesa’ dele é carregado de deboche.
Nunca vira o Adam assim. Ele sempre foi gentil e simpático, um
verdadeiro cavalheiro, mas sempre que está perto da Maria se comporta
como um babaca.
Maria é uma mulher linda, negra, olhos cor de mel e corpo
curvilíneo. Um espetáculo de mulher. Iara também é uma mulher com
curvas, porém loira e com os olhos verdes.
Quando passei a conviver com elas ao trabalhar na ONG, eu passei a
amar mais meu corpo com curvas avantajadas. Por mais que eu malhe na
academia, meu corpo não ficará magro como os das mulheres padrão.
Elas me mostraram que ser gorda, ser uma mulher com curvas
também é ser linda, que se eu estiver saudável não preciso me matar de
tanto malhar para conquistar o 'corpo perfeito', pois nós somos perfeitas e
lindas em sua essência.
Que eu preciso me amar do jeito que sou e não ter vergonha de não
ser igual às mulheres que a sociedade dita como 'padrão' como 'perfeito e
belo'. Somos belas, somos lindas, somos gostosas e podemos fazer tudo o
que quisermos, independente de como é nosso corpo.
— Desculpa se fui grossa, eu só achei que você estava se metendo
na minha vida e me impedido de ficar com o carinha que estava dando em
cima de mim. — pediu Maria.
— Eu tenho mais o que fazer da minha vida do que ficar impedindo
suas fodas, Maria. Deixe de ser uma garota mimada e passe a se cuidar
melhor. — retrucou Adam.
— Você é um babaca, sabia? Eu te pedi desculpa, tá bom? Só as
receba e cala a boca.
— Me faça calar. — pediu ele, sustentando seu olhar no dela.
— Vamos manter a calma? Ambos já deixaram claro que fora um
mal-entendido, então vamos apenas curtir a noite sem mais brigas, tudo
bem? — Arthur falou tentado acalmar o ânimo dos dois.
— Isso. — disse sorrindo. — Vamos voltar a dançar e você vai ficar
com quem quiser Maria, desde que ele seja um cara bom e não um mau-
caráter que quer te fazer mal.
— Você está certo. Raquel, vamos dançar!
Ela tomou o resto da cerveja e voltamos para a pista de dança,
deixando Adam e Arthur no bar.
Dancei mais umas três músicas com ela e busquei com o olhar Iara e
os outros. Cada um já estava agarrado a sua conquista da noite e eu fui até
Arthur o chamar para darmos um perdido neles e acabar a noite fodendo em
seu apartamento.
Assim que entramos em seu apartamento, Arthur me beija com
volúpia, com fome e uma de suas mãos puxa meu cabelo com força. Circulo
minhas mãos em seu pescoço e abro minha boca dando total acesso a ele
para que sua língua explore cada cantinho da minha boca.
Suas mãos vão para minha cintura me impulsionando para cima,
circulo minhas pernas ao redor de sua cintura e ele caminha comigo em
seus braços e me leva para seu quarto.
Ao chegar lá, me joga na cama e paira sobre mim, tomando meus
seios em sua boca ainda por cima do vestido. Ele se afasta e me sento na
cama retirando meu vestido e sutiã.
Ele sorri de lado e volta a se deitar sobre mim, mas agora com os
bicos dos meus seios em suas mãos para os por na sua boca.
Esfrego-me nele, sedenta por um orgasmo.
Após desfrutar dos meus seios, Arthur leva uma mão até meu centro
necessitado e encontra meu clitóris passando a massageá-lo por cima da
calcinha. Rebolo em sua mão e aperto os bicos dos meus seios para
aumentar meu prazer.
Ele afasta a calcinha para o lado e toca meu clitóris diretamente
acelerando os movimentos e volta a chupar meus seios. O meu corpo treme
por inteiro quando o sinto colocar dois dedos dentro de mim, enquanto o
seu polegar continua a brincar com o meu clitóris. Sinto meu orgasmo se
aproximando, minha respiração fica ofegante.
Gemo alto e estremeço, me entregando ao orgasmo. Ainda estou me
recuperando da sensação maravilhosa que me toma após gozar, quando
Arthur retira minha calcinha e começa a me chupar com vontade.
Me curvo para frente tirando as costas do colchão e agarro seus
cabelos, o mantendo no lugar de maior prazer do meu corpo.
— Céus… — gemo enlouquecida com o trabalhar de sua língua em
mim e logo sou tomada por outro orgasmo.
Sorriu quando ele paira sobre mim e me beija, me fazendo sentir
meu gosto em sua boca. Arthur se levanta e se despe me dando uma bela
visão de seu corpo gostoso, com tatuagens e um pau muito apetitoso.
Mordo o lábio e ele sorri cafajeste, põe a camisinha e se coloca entre
minhas pernas novamente, me penetrando devagar e me fazendo sentir toda
sua grossura e cumprimento.
Ele fica parado por um tempo, me deixado se acostumar com seu
tamanho e depois passa a me foder com rapidez e força.
Ele me fode enquanto me beija e depois me põe de lado com uma
perna levantada e estoca rápido, gozando logo em seguida. Ele passa a me
masturbar até me ver gozando de novo.
Retira-se de mim e vamos para o banheiro tomar banho. Ao
finalizarmos o banho, nos enxugamos e caímos na cama, exaustos e
pegando no sono logo em seguida. Já passava das 8h da manhã quando
acordei deitada de bruços na cama do Arthur.
— Bom dia — ele diz saindo do banheiro.
— Bom dia. — falo me espreguiçando.
Sento-me na cama e prendo o cabelo, ele deve está uma bagunça.
— Vai tomar café comigo ou prefere tomar café na sua casa?
— Vou tomar aqui. O que temos para comer?
Ele sorri e vem me dá um beijo. Dou um selinho nele.
— Para ser sincero eu não sei, tenho que ver o que tenho na
dispensa, mas tem uma padaria aqui perto e posso ir comprar algo para nós.
— Eu vou escovar os dentes e te espero chegar com nosso café. —
falei me pondo de pé e indo até minha bolsa pegar a escova.
Eu sempre ando com uma escova e uma calcinha na bolsa quando
resolvo passar a noite fora de casa.
Arthur concorda com a cabeça, veste uma camisa e pega a carteira
saindo do quarto em seguida.
Não demora muito e ele voltou com pão, queijo e um bolo. Faço
nosso café e comemos juntos.
Despeço-me dele e saio de seu apartamento. Entro no taxi que ele
pediu para mim e quase uma hora depois estou na minha casa.
Cumprimento meus pais e meus tios, pais de Zyan. Na próxima
semana ele estará a de volta e estamos preparando um almoço em família
para ele.
Não vejo a hora de vê-lo e o abraçar, sentir seu cheiro e me perder
nos seus braços.
DE VOLTA
Zyan
Dias Antes…
Hoje é o dia do meu solto solo e dizer que estou ansioso é
eufemismo. Eu estou surtando de tanta ansiedade.
Cara! Eu vou saltar de paraquedas sozinho, serei só eu, o céu, o
vento e a sensação maravilhosa de liberdade. A adrenalina correndo forte
em minhas veias e o coração acelerado de emoção.
Depois de duas semanas de aulas teóricas e práticas, finalmente
realizarei meu salto solo e estarei liberado para saltar a hora e o dia que eu
quiser. Estarei certificado e só precisarei conversar com os instrutores
responsáveis nos saltos que eu vier a fazer futuramente.
Já sei com quem será meu próximo salto: com a minha paçoquinha.
— Está pronto? — meu instrutor pergunta.
Já estou vestido com o macacão que se usa para nos proteger do frio
que faz lá nas alturas e não rasgar nossa roupa ou nos que venhamos a nos
machucar no pouso, todo o equipamento de segurança e o paraquedas.
Estamos a 13 mil pés de altura e a porta do avião está aberta para
que salto seja feito. Há um instrutor ao meu lado me dando todas as
coordenadas e verificando minha segurança.
Ele irá saltar comigo, por segurança e para o caso de algo acontecer
ele possa me alcançar e me prender a ele. Embora eu tenha um paraquedas
reservas todo o cuidado possível é tomado para que acidentes não
aconteçam.
— Sim! — respondo sorrindo e ele me dá o Ok para que eu salte.
Benzo-me e salto sentido o a força do vento em meu rosto e me
fazendo dar varias piruetas no ar. Tudo está sendo filmado para que fique
guardado como lembrança.
Do salto até a abertura do paraquedas dura em média 1 minuto,
durante o qual é possível atingir uma velocidade de até 220 km/h. Ao
chegar a 1.500 metros de altura (aproximadamente 5.000 pés), o paraquedas
é aberto sendo possível desfruta-se de 5 minutos em queda livre com uma
paisagem sensacional e de tirar o fôlego.
São apenas 5 minutos que passam voando e mal nos damos conta de
que o pouso está próximo, mas adrenalina durante o salto é surpreendente e
incrível.
— Cara, isso aqui é muito bom. — comento com o Felipe que foi
me ver saltar.
Assim que disse a ele que estava fazendo a aula de salto solo ele se
alto convidou para assistir meu salto solo.
— Sim, maravilhoso. — ele também faz salto solo, mas hoje veio
apenas me prestigiar.
— Agora que concluiu o curso, vai voltar para casa? — Ele me
pergunta.
Caminho com ele ao meu lado até o local para retirar o paraquedas e
o macacão.
— Ainda não sei, faltam duas semanas para eu voltar e quero
aproveitar esses dias para praticar novos esportes e quem sabe conseguir
novos sócios para minha empresa.
— Isso é bom, tem algumas empresas que querem expandir, posso
te apresentar a algumas pessoas, empresários.
— Isso será ótimo cara, quais os lugares que você tem para me
apresentar?
Ficamos conversando e depois que me troquei fomos almoçar.
Depois do almoço voltei ao parque onde conheci a dona Raquel e mostrei a
ela o vídeo do meu salto.
Ela ficou impressionada e disse que eu era louco por fazer uma
coisa dessas, que não entende como os jovens de hoje gostam tanto de se
arriscar.
Sua filha e neta também viram o vídeo e a menininha disse que iria
fazer o mesmo quando fosse grande.
Eu tinha feito amizade com elas e estava feliz com isso. Ainda
passei algum tempo conversando com ela e contei que fiz as pazes com a
minha Raquel, ela ficou feliz e me disse que logo, logo a minha Quel estaria
ao meu lado me amando como eu descobri a amar.
Jantei com elas para surpresa de seu genro e filho e à noite voltei
para o hotel.
Passei as duas semanas curtindo, saindo com amigos e aproveitando
minhas férias com muita adrenalina. Consegui uma sociedade com uma
empresa de esportes assim como a minha, essa empresa tem como esporte
principal o Bang Jump e iria enviar instrutores e equipamentos para que eu
abrisse vagas para os saltos lá em floripa.
Nossa empresa oferece: Montanhismo, esse esporte consiste em
escalar montanhas e rochas naturais. Escalada que consiste em escalar e
alcançar o topo de uma parede rochosa. E o Rapel, que consiste em descer
com cordas por paredes naturais (como cachoeiras e cavernas) ou artificiais
(viadutos e prédios).
Eu sempre tive vontade de abrir para novos esportes, mas ainda não
tinha tido a oportunidade, agora isso seria real e o próximo esporte seria o
Cachoeirismo e Canyonismo. Esses esportes envolve tudo que diz respeito à
exploração da natureza, rios e cachoeiras. Uma espécie alpinismo praticado
em cachoeiras e quedas d'água.
Bom, agora que já tenho tudo certo e estou com minha mente em
ordem a respeito do que sinto pela Raquel é hora de voltar.
◆ ◆ ◆

Dias Atuais…
Desço do voo e fecho os olhos respirando fundo e absorvendo o
clima da minha cidade. Eu estava com saudades daqui e não vou negar isso.
Quarenta dias longe de onde vivi por anos é muito para mim.
Ao chegar ao portão de desembarque vejo minha mãe e meu pai, a
minha espera e praticamente corro até eles pegando minha mãe nos braços e
a abraçando forte.
— Ai que saudade, meu filho. — ela fala me cheirando e depois que
a coloco no chão ela beija meu rosto várias vezes.
— Mãe… — reclamo, mas estou amando ser mimado.
— Eu estava com saudades de você seu ingrato. — ela faz seu
drama nos fazendo rir.
— Bem-vindo de volta, filho. — meu pai me abraça.
— Também estava com saudades, pai. — o abraço e beijo seu rosto.
— Onde está Raquel e os tios Vitor e Cintia? — pergunto.
— Não puderam vir, mas, mais tarde, eles irão lá em casa jantar com
a gente. — minha mãe responde.
Concordo com a cabeça, ela cruza seu braço no meu e saímos do
aeroporto tagarelando sem parar. Conto tudo o que me aconteceu nesses 40
dias e ela se empolga pedindo ao meu pai que eles façam uma viagem
também.
Apesar de estar feliz por estar com meus pais, meu coração está
triste pela Raquel não ter vindo com eles me buscar no aeroporto.
Sei que é tolice e que estamos bem, pois conversamos durante quase
toda a minha viagem, mas eu queria chegar e já poder tomá-la em meus
braços e acabar com essa saudade e necessidade que tenho de vê-la, senti-
la, estar com ela.
Mas, pelo visto, essa necessidade era só minha.
Minutos depois paramos na frente da minha casa e assim que desço
do carro minha mãe volta a agarrar meu braço.
— Estou com saudade da sua comida, mamãe. O que preparou para
o almoço? — pergunto sorrindo enquanto entramos em casa, mas meu
sorriso se transforma em surpresa com o que encontro na sala da casa dos
meus pais.
— Bem-vindo. — todos os presentes gritam e meu sorriso volta ao
meu rosto ainda mais largo.
Do meio dele um furacão lindo, de curvas matadoras e cabelos
castanhos, sai e vem correndo para meus braços que os abro para recebê-la.
— Zyannn. — Raquel grita, pulando em cima de mim que a abraço
forte e escondo meu rosto em seus cabelos sentindo o cheiro que tanto amo.
— Que saudade, paçoquinha. Está mais linda que nunca. — a aperto
em meus braços, enquanto ela se agarra a mim como se não quisesse me
soltar nunca mais. Suas pernas estão ao redor da minha cintura e seus
braços do meu pescoço, ter seu corpo quente e delicioso colado ao meu me
faz queimar de desejo.
— Também queremos cumprimentá-lo, Raquel — Vinicius fala com
voz divertida nos fazendo rir.
— Não quero soltá-lo. — resmunga ainda colada a mim.
— Depois passaremos um tempo só nós dois, paçoquinha. Agora eu
preciso cumprimentar as outras pessoas.
Sorrio e beijo seu rosto, mas louco para beijar sua boca e me perder
nos seus lábios macios e carnudos.
Ela me solta e eu a coloco no chão e meu pai a puxa para seus
braços. O primeiro que cumprimento é o Vini, depois Adam, o Caio, Denis
e o Cristiano. Depois é a vez do meu tio Vitor e minha tia Cintia.
— Bem-vindo de volta, menino. — tio Vitor diz ao me abraçar
— Obrigado, tio, e mais uma vez me perdoe pelo modo como agi
antes da viagem. — peço mais uma vez, eu já tinha ligado para ele para me
desculpar assim que cheguei em São Paulo.
— Isso é passado, filho. Já o desculpei há tempo. Agora aproveite
sua festa de Boas-vindas e vamos comer que eu estou com fome.
Sorri e fui com ele até a área externa da casa dos meus pais. Eles
tinham feito um churrasco para o almoço e todos já estavam lá.
Vi Raquel ao lado dos meninos e caminhei até lá a puxando para
meus braços e beijando sua cabeça.
— Vejo que já estão bem. — comentou Adam.
— Sim, minha vida não tem sentindo se a Raquel não estiver nela.
— disse e a abracei de lado beijando sua bochecha.
Adam olhou para nós e deu uma piscadela.
Nós nos sentamos nas espreguiçadeiras e eu me apossei totalmente
da Quel a puxando para meu colo e a mantendo comigo o tempo todo.
Conversamos e contamos o que nos aconteceu com cada um de nós
durante esse tempo que fiquei em São Paulo.
Caímos na risada com as brigas que a Raquel contou que presenciou
entre Adam e Maria, a filha do seu chefe. Ela falou de como está seu
trabalho na ONG e que suas aulas começarão no próximo mês e fiquei
sorrindo como um bobo ao ouvir sua empolgação ao contar tudo.
— Estou tão feliz por você, paçoquinha. — a viro ficando sobre ela
e começo a fazer cócegas em sua barriga.
— Para, Zyan, meninos me ajudem. — ela pede, mas todos só
fazem rir da nossa criancice.
— Ninguém vai salvá-la de mim, paçoquinha. — digo levantando
sua blusa e beijando sua barriga e continuando com as cócegas.
Nós esquecemos totalmente quem está ao nosso redor e nos
perdemos no olhar e no sorriso um do outro. Ela sorri e aperta meu ombro
me fazendo soltá-la e corre até os meninos.
— Me salva, Vini. — pede atrás dele.
— Pode deixar Raquel, ele não vai te pegar.
Ela me dá língua e fica sentada no colo dele. Pisco para os meninos
e eles se afastam.
— Aonde vocês vão? — ela pergunta assustada.
Eles sorriem e eu me levanto.
— Está calor né? — pergunto tirando a camisa.
— O que você vai fazer, Zyan? — sorrio de lado e Vinicius se
afasta.
— Banho de piscinaaaa. — grito e a pego no braço a jogando por
cima do ombro e corro pulando dentro da piscina.
Não me preocupo em molhar a roupa dela, pois sei que a Quel tem
roupas reservas aqui na casa dos meus pais. E como seria churrasco, os
meninos já sabiam que acabaríamos na piscina, então vieram de sunga.
A gargalhada é unanime aos protestos dela e as tentativas de me
afogar. Logo tudo se transforma em uma grande brincadeira e todos estão
pulando na piscina.
Raquel tira seu vestido me presenteando com seu corpo gostoso
somente coberto por um biquíni pequeno e a pego a colocando sobre meus
ombros.
Risos, gargalhadas, brincadeiras e muita alegria. Era disso que eu
sentia falta.
E é apenas disso que eu quero que seja a minha vida.
A nossa vida.
BÔNUS: ADAM E MARIA
Adam
Dias Depois...
Eu amo ser advogado, sempre sonhei em exercer essa profissão
desde muito pequeno. Meu pai queria que eu seguisse a carreira de
administrador e assumisse seu cargo como presidente da empresa têxtil de
nossa família. Mas fui contra a sua vontade e cursei direito.
Formei-me com louvor e hoje trabalho no escritório de advocacia do
senhor Francisco Ranieri e sou muito grato por ele me dar uma
oportunidade assim que saí da universidade.
Minha relação com todos no escritório é muito boa, apesar de
sermos advogados e muitos dizerem que advogados são egocêntricos,
prepotentes e arrogantes, nós do Ranieri Advocacia somos boas pessoas e
nos damos bem com todos.
Mas, ultimamente, uma pessoa em especial tem me tirado do sério,
ela tem o dom de me irritar só com sua presença.
Maria, a filha do chefe, tem me dado nos nervos. Ela é mimada,
arrogante, prepotente, linda, gostosa, com um nariz empinado e ar de
superior que me desperta uma vontade insana de colocá-la sobre meus
joelhos e espalmar aquela bunda grande e redonda que ela tem.
Arrr!
Bufo irritado com esses pensamentos contraditórios que insistem em
povoar minha mente.
— Algum problema, Adanzinho? — a pessoa que nasceu única e
exclusivamente para me irritar adentra minha sala com sua área petulante
— Sim, um problema e dos grandes. — respondo rude.
— Algo que posso ajudar? — pergunta sarcástica.
— Acho que não, mas pode tentar. — me aproximo dela
sorrateiramente.
Ela respira, fundo, e tenta manter a postura altiva.
— É algo com relação a algum cliente?
— Não, está mais para algo relacionado a um colega de trabalho. —
fico cara a cara com ela.
— Com quem andou brigando, Adanzinho?
— Aqui não tem nada de pequeno, Maria, mas você pode ver se
quiser. — sorrio malicioso.
Ela ri sarcástica e revira os olhos.
— Acho que a única coisa grande em você é seu ego. — retruca.
Fecho os olhos e clamo aos céus para me controlar e impedir que eu
agarre seu pescoço e a esgane agora mesmo.
— O que você quer, Maria? — pergunto tentando me recompor.
— Nada, só te encher o saco mesmo. — ela ri e eu juro por tudo que
é mais sagrado que se ela fosse homem eu tiraria seu sorriso no soco.
— Na verdade, eu vim saber se está tudo certo para a festa anual do
escritório, eu pai me disse que você ficou de falar com nossos clientes
importantes.
— Sim, já tenho tudo certo com os clientes e boa parte deles
confirmou a presença.
— Muito bem, até que você sabe fazer seu trabalho direito.
— Não só é meu trabalho que eu faço direito, linda. Mas isso é uma
conversa para a qual você não foi convidada. — pisco para ela que bufa e se
vira indo embora.
Jogo-me na cadeira respirando fundo para acalmar meu coração que
bate forte.
Eu não sou um cara rude e nem babaca, mas com ela eu não consigo
ser diferente.
Ela parece uma bruxa feiticeira com dom de me tirar do sério, mas
isso é falta de umas boas palmadas e quem vai dar sou eu assim que tiver a
oportunidade.
Vou mostrar a ela quem é pequeno.
◆ ◆ ◆

Hoje é sexta-feira e eu marquei um happy hour com os meninos e a


Raquel em uma balada no centro. Já está quase se aproximando a hora e
como eu vou me encontrar lá com eles, irei de taxi, pois vou beber hoje à
noite.
Só torço para que Maria não vá ou não responde por mim quando
ela me tirar do sério mais uma vez.
Termino de me trocar e coloco o relógio, pego a carteira e o celular.
E saio do meu quarto. Confiro as horas e recebo uma mensagem do taxista
me avisando que já está a minha espera.
Saio do apartamento direto para o elevador. Assim que o mesmo
abre as portas no térreo e saio dele cumprimentando o porteiro e o
segurança. Entro no taxi e seguimos para a balada para me encontrar com
os meninos.
— E aí, cara.? — Denis me cumprimenta assim que me vê.
— Beleza? — cumprimento de volta.
Falo com meninos e peço uma cerveja. Ficamos conversando até
que Raquel chega sorrindo e nos cumprimenta.
Pedimos a bebida dela e ficamos conversando e curtindo a música
eletrônica que toca pelos alto-falantes do local.
Alguns minutos se passam e quem eu estava clamando para não vir,
aparece altiva e com sua pose de pessoa superior de sempre.
Maria chega com seu irmão e Iara, nos cumprimenta e depois vamos
todos dançar.
Eu estava dançando, mas meus olhos não saiam dela e de como ela
estava linda e gostosa no vestido curto que vestia. Sua bunda avantajada e
seus seios fartos deixavam qualquer homem babando para prová-la todinha.
Eu adoraria devorá-la.
Lá pela terceira música, um babaca fingiu dançar próximo dela e
puxou o celular do bolso para fotografar a bunda dela.
Vi vermelho ao presenciar isso e parti para cima do cara dando um
soco no nariz dele.
Eu não ia deixar que ele fizesse algo desse tipo com ela, por mais
que eu a odeie não deixaria nada assim sair impune.
Mas apesar de salvá-la de ter suas fotos em algum site impróprio ou
ser chantageada pelo mau-caráter que estava tirando fotos suas, Maria não
me agradeceu e sim brigou me acusando de empatar suas fodas.
— Você é muito chata, sabia? — reclamo andando atrás dela e indo
em direção de seu irmão e Raquel.
— Chato é você — fala brava. — Você se acha o gostoso, mas sinto
informá-lo que não é tudo isso não.
Sinto meu sangue ferver a cada palavra que sai da sua boca. Nos
encaramos em um embate silencioso e todo meu corpo clama para agarrá-la
e tirar essa petulância dela em uma foda raivosa e dura que a deixará em
andar por vários dias.
— O que houve? Vocês não estavam dançando? — Raquel pergunta
confusa.
— Esse idiota que se acha no direito de se meter na minha vida. —
Maria fala cheia de raiva.
— Idiota é você que não viu que o cara estava fotografando a sua
bunda enquanto dançava. Ele claramente tinha más intenções com você,
princesa. — falo sarcástico.
Ela me pede desculpa após ver que eu apenas estava impedindo que
algo acontecesse com ela e passamos o restante das horas da balada sem
brigar.
Já estava indo embora quando a vi. Ela me viu também e virou a
cara com seu ar petulante.
Hoje ela me paga toda raiva que me fez e faz passar, vou tirar essa
petulância dela, espalmar aquela bunda gostosa e a foder para mostrar-lhe
quem sou de verdade, mostrar-lhe que eu não me acho gostoso, eu sou.
Hoje Maria vai saber o que é ser fodida por um homem de verdade.
Como é ser fodida por mim.
Espero ela sair da balada e assim que a vejo seguro seu braço e a
prenso na parede.
— O quê? — ela pergunta confusa, mas ao ver que sou eu, relaxa.
— Acho que me deve um pedido de desculpas melhor. — sorrio
malicioso.
— Quem você pensa que é para me segurar assim? — ela fala com
raiva, mas nem tenta se soltar.
Sua respiração está pesada e seus seios fartos sobem e descem com
o esforço em respirar.
— O homem que vai te mostrar como é ser fodida de verdade. —
falo com meu rosto colado ao dela. — O cara que vai te comer a noite toda,
vai te foder até me pedir para parar, até deixar suas pernas bambas e você
não conseguir andar amanhã.
— Você não pode me tratar assim. — ela diz, mas seus olhos não
saem da minha boca. — Sou a filha do seu chefe e você me deve respeito.
Sorrio sarcástico e coloco meu nariz em seu pescoço inspirando seu
cheiro.
— Mas, eu vou lhe respeitar, Maria. — sussurrei em seu ouvido. —
Vou lhe tratar como a princesinha que é, adorar seu corpo, comer sua
boceta, foder seus seios fartos. Te devorar inteira.
— Adam… — meu nome saiu em forma de gemido da sua boca e
eu não perdi mais tempo e a tomei na minha.
Segurei sua nuca apertando seus cabelos e chupei sua boca, degustei
seus lábios e a devorei por inteiro, me deliciando com seu sabor. Segurei
sua cintura com firmeza e a trouxe para junto de mim, fazendo seu corpo,
de curvas deliciosas, se colar ao meu.
Seu corpo é macio, gostoso de tocar, apertar e me perder.
— Vamos para o meu apartamento? — pedi ao finalizar o beijo.
Ela concorda e entramos em um dos taxis que estava parado na
porta da balada, minutos depois já estávamos em meu apartamento. Nós
mal entramos e eu já a pego no colo a levando para o meu quarto. Tudo
entre nós é louco, é intenso. Nós nos devoramos, nos consumimos em
beijos quentes, desejosos.
— Você é muito gostosa. — digo ofegante a colocando sobre minha
cama e admirando-o sobre meus lençóis.
Tiro minha roupa em tempo recorde, a vendo se despir também.
Meu pau pulsa, louco para se enterrar nela e se acomodar no calor quente e
molhado de sua boceta gostosa.
Ela se senta e retira o vestido, me fazendo babar de desejo pelo seu
corpo gostoso. Sorrio de lado e me coloco sobre ela abrindo suas pernas e
aspirando seu cheiro.
— Delicioso. — falo, fechando os olhos na tentativa de gravar seu
cheiro em minha mente.
— Adam… — ela se contorce quando eu aliso seu ponto de prazer
por cima da calcinha.
— Não se preocupe que eu vou dar o que tanto quer. Vou te foder
como nunca fora antes.
Retiro sua calcinha e enfio meus dedos em sua boceta gulosa, só
para constatar o quanto ela está excitada e molhada por mim. Brinco um
pouco com o seu clitóris, lambendo, chupando., mordiscando e arrancando
vários gemidos de sua boca.
Levo dois dedos até sua entrada e passo a fodê-la com eles. Os
curvo dentro de sua vagina e toco seu ponto G enquanto chupo seu clitóris
com vontade. Maria se desmancha em minha boca, estremecendo toda e
gritando meu nome.
Não a deixo se recuperar. Retiro minha cueca, coloco o preservativo
e entro nela em uma estocada só gemendo no processo ao ter meu pau
esmagado pelas paredes apertadas de sua vagina. Maria se curva para frente
se agarrando a mim e gemendo em meu ouvido.
A castigo com arremetidas violentas a fodendo sem pena, com
gosto. Meu pau entra e sai em estocadas cada vez mais brutas, duras, cruas,
selvagens.
Agarro seus seios com força e chupo um de cada vez, deixando
vários chupões neles, para que ela se lembre por dias de quem a fodeu.
Retiro-me dela quase todo e Maria resmunga, dou um sorriso ladino e volto
a penetrá-la com força e rápido, a fazendo gritar tomada pelo tesão. Eu a
fodo com força, contudo, para mim ainda não é o bastante.
Saio de dentro dela, viro-a colocando-a de quatro, pressionando seu
rosto contra o colchão e volto a entrar nela com tudo. Maria geme, se agarra
no lençol e empina a bunda na minha direção.
A cada arremetida do meu pau em sua boceta eu bato em sua bunda,
deixando-a bem vermelha e com as marcas das minhas mãos.
Enrolo seus cabelos em minhas mãos e puxo com força, encaixo
meu dedo em sua entrada proibida e com jeitinho o coloco para dentro dela.
Meu desejo por ela tem se tornado insano, e a safada só para me
provocar empurra a bunda em minha direção, fazendo com que meu dedo
entre ainda mais.
— Você quer me dar essa bunda, não é sua safada? Vai me dar esse
buraquinho gostoso? Vai aguentar meu pau até o talo dentro dele? Não vou
durar um minuto dentro dessa maravilha! — aliso sua bunda e aperto os
lados abrindo-a mais — Você quer não é mesmo? — Sinto sua boceta me
apertando e sugando meu pau toda vez que pergunto se quer me dar seu
rabo gostoso para eu foder.
— Eu dou tudo o que você quiser desde que me continue fodendo
assim. Desde que me coma e me faça gozar mais e mais vezes. — Ela diz
gemendo.
Eu estou quase gozando só de imaginar a cena do meu pau fodendo
o seu rabo gostoso. Levo minha mão até o seu clitóris e o acaricio
rapidamente. Estoco mais rápido e gozamos juntos caindo exaustos na
cama.
Meu coração bate tão acelerado que parece que vai sair pela boca a
qualquer momento, foi um dos orgasmos mais intenso que eu já tive. E olha
que eu já tivesse muitos, já fodi muitas vezes, mas nada se comparou a essa
foda com a Maria.
Saio de dentro dela, mesmo não querendo, e a puxo para meus
braços. Beijo sua cabeça e ficamos assim até nos acalmar por completo. Já
recuperado, saio da cama e vou para o banheiro retirar o preservativo.
Volto para o quarto e a pego no colo a levando para o banheiro,
coloco-a no chão dentro do Box e abro o registro do chuveiro deixando a
água morna cair sobre as nossas cabeças.
Nós nos acariciamos e logo as coisas voltam a esquentar. Pego outra
camisinha, ela desliga o chuveiro e volto a fodê-la.
Por estamos sensíveis dos orgasmos anteriores, gozamos rápido
dessa vez.
Tomamos um banho de verdade e ela se troca para ir embora.
Despeço-me dela, depois de colocá-la dentro do táxi, eu volto para o
meu apartamento.
Encosto-me na porta e fecho os olhos suspirando.
Estou fodido e não de um jeito bom.
MOMENTO
Raquel
Um Mês Depois…
Já faz um mês que Zyan voltou e nossa amizade voltou ao antes.
Não brigamos mais e saímos algumas noites para nos divertir com nossos
amigos.
Ele não reclamou por eu deixar de ser sua assistente e me apoiou na
minha decisão de trabalhar na ONG. Eu me encontrei ali e estou amando
trabalhar com as crianças.
Hoje é meu primeiro dia de aula e ele se ofereceu para me buscar e
não aceitou o meu 'não' como resposta. E disse que iria me levar para seu
apartamento e faríamos uma maratona de filmes de ação com antigamente.
Como era o primeiro dia, eu só teria duas aulas e elas terminariam às 21h.
Amanhã eu só trabalharia na ONG na parte da tarde, então poderíamos
pernoitar assistindo e comendo besteira.
Desço do Uber após pagar a corrida e sigo para dentro da faculdade.
Vou em direção ao meu bloco, entro e escolho uma carteira na fileira que
fica encostada na parede e me sento na terceira cadeira. Coloco minha bolsa
em cima dela e fico mexendo no celular enquanto espero a aula começar.
— Oi! — uma jovem muito bonita e alta me cumprimenta se
sentando na cadeira a minha frente.
— Olá! — repondo sorrindo. — Seu primeiro dia? — pergunto.
— Sim, — ela responde sorrindo de volta. — É o seu também? —
confirmo com a cabeça.
Começamos a conversar para nos conhecermos um pouco e logo
descubro que Maria Alice, a menina com a qual estou conversando, é uma
boa pessoa e nos entendemos muito bem. Já terei com quem formar uma
dupla nos trabalhos.
A professora de didática chega e paramos a conversa para nos
concentrar na aula.
— Tchau! Até quarta. — falo saindo da sala ao ter a aula dada por
encerrada.
Caminho para fora da faculdade e logo vejo Zyan em seu carro me
esperando. Não muito longe dele há várias meninas babando por ele e rindo
toda vez que ele olha para elas e pisca.
Reviro meus olhos e ele abre o maior sorriso ao ver que eu vi seu
flerte com elas.
— Você não muda né, Zyan. — comento sorrindo e entro em seu
carro me sentando ao lado dele no banco do carona.
— Não posso fazer nada se sou irresistível, paçoquinha. — ele
aperta minha bochecha e gargalha quando bato em sua mão.
— Como foi seu dia? — ele pergunta voltando a ficar sério e
colocando o carro em movimento.
— Foi tranquilo. Hoje chegou duas meninas lá na ONG e passei o
dia com elas fazendo-as se adaptar ao ambiente novo.
— Que legal. A nova assistente errou o arquivo de alguns
documentos e tive que adiar a reunião de hoje para quinta-feira.
— Nossa, que chato, Zy. Ela ainda não se familiarizou com o
programa?
— Pensei que ela tinha conseguido se integrar e já sabia colocar
tudo em ordem, mas me enganei.
— Eu posso ir até à empresa e deixá-la a par de tudo e organizar as
pastas de documentos para que esse erro não se repita. — ofereço.
— Não, paçoquinha. Eu agradeço por se oferecer, mas não a quero
sobrecarregada. Você tem seu trabalho na ONG com seu curso agora, já está
com o dia bem cheio para eu a fazer ir até minha empresa realizar um
trabalho que não é mais seu.
— Não é nenhum trabalho, Zyan. As aulas começaram hoje e não
tenho muita atividade ou assuntos para estudar e com relação à ONG, tudo
está bem tranquilo por lá e posso pedir um ou dois dias de folga para a Ayna
que ela me dará sem reclamar, tenho certeza.
— Não será muita coisa para você? — ele pergunta.
Sorrio com seu tom de voz preocupada com meu bem-estar.
Levo a mão até seu rosto e o toco. Ele sorri e a beija. Arrepio-me
com seu olhar e puxo a mão colocando-a sobre meu colo.
— Não se preocupe, eu ficarei bem. — afirmo sorrindo e ele me
sorri de volta.
Encostei minha cabeça em seu ombro e ficamos assim até
chegarmos em seu apartamento. Eu iria dormir lá. Como eu sempre dormi
em seu apartamento, eu tinha roupas minhas lá, e apenas levava minhas
lingeries, pois não me sentia tão confortável assim para deixá-las lá.
— Acorda, Quel. Chegamos. — Zyan toca meu rosto com carinho e
me chama com voz calma e rouca.
Sua barba raspa por meu rosto até minha orelha e um arrepio toma
todo meu corpo.
Endireito minha postura e sorrio meio sem graça para ele.
— Nem percebi haver dormido.
— Você dormia lindamente, mas não podia deixá-la dormir aqui.
Está cansada? Podemos ir dormir e deixar o filme para outro dia.
— Estou cansada, sim, mas acho que dá para assistir ao filme com
você, caso eu durma você me coloca na cama. — disse manhosa sorrindo
para ele que balançou a cabeça negando e rindo.
— Vamos, dorminhoca. — ele abriu a porta e saiu.
Fiz o mesmo.
Ele me estende a mão e eu a entrego e entramos em seu prédio de
mãos dadas. Confesso que estava com saudades de ficar assim com ele.
Antes eu brincava parecermos um casal de namorado, mas senti falta de
estar com ele assim nos últimos meses.
Entramos no elevador e ele me abraçou por trás colocando o rosto
na curva do meu pescoço e inspirando meu cheiro. Deito minha cabeça de
lado a encostando na dele e ficamos assim até as portas do elevador tornar-
se a abrir.
— O que vai querer comer? — ele me pergunta ao entramos em seu
apartamento.
— O que tem? — devolvo a pergunta, o fazendo rir.
Eu amo seu sorriso!
Ele abre a geladeira e confere o que tem nela. Vou até seu armário e
vejo o que há nele para podermos preparar algo rápido.
— Que tal nós pedirmos pizza e bolo de pote? — pergunto. — Estou
querendo comer doce, mas sei que se ficar só no doce eu sentirei fome
depois.
— Pode ser, para mim isso está perfeito.
Vou até ele e o abraço.
— Adoro que sempre nos entendemos quando o assunto é filme e
comida.
— É porque temos os mesmos gostos, paçoquinha. Somos almas
gêmeas. — ele sorri e eu me perco em seu olhar, em seu sorriso.
— Não me olha assim ou eu vou te beijar. — diz com a voz rouca.
— Assim como? — me aproximo de seu rosto. — Eu estou te
olhando normal.
— Raquel, eu estou tentando retomar nossa amizade como era antes,
pois você quis assim, mas você sabe que eu te desejo. Eu a desejo de uma
forma tão intensa que chega a doer. Não me provoca por favor. — seu tom
de voz era de súplica. — Se quer ficar só na amizade, não me tenta. —
pediu.
Ele toca meu rosto com uma delicadeza torturante, depois se inclina
e passa o nariz por minha bochecha. Não me afasto, ao invés disso eu grudo
meu corpo ao dele.
— Eu quero tanto você. — sua voz não passa de um sussurro. —
tudo o que eu quis nesses dias era estar com você em meus braços. — ele
aperta minha cintura. — Ter seus lábios nos meus. — ele roça os seus nos
meus para dar ênfase.
— Zyan… — minha voz sai como um gemido.
— Me diz que não quer, me fala que não me quer-te fodendo, me
afasta, não me deixa continuar ou eu vou-te foder. Vou te devorar, te comer
inteira e não terá mais volta.
Nosso olhar se encontra e vejo algo diferente nos olhos dele. É
suplica, é dor. Eu o quero também, mas ainda não estamos prontos para
começar algo. Nós nos magoamos mutuamente e só agora estamos voltando
a ser como antes. Não quero estragar isso me jogando em seus braços e
voltando a sofrer quando ele me dizer que está confuso e não me quer como
sua namorada.
Não quero ser sua foda casual, nem que tenhamos uma amizade
colorida.
Eu o quero só para mim como quero ser só dele, todavia ainda não
estamos pronto para isso, pelo menos é o que eu vejo, o que ele demonstra.
— Vou pedir nosso lanche. — ele diz se afastando e meu corpo se
retrai com a perda do seu. — Você pode escolher o filme?
Concordo com a cabeça e me viro voltando para a sala. Sento-me no
sofá e pego controle para escolher um filme na Netflix. Ele pega o celular e
liga para a padaria pedindo nossos bolos no pote e as pizzas na pizzaria.
Ele em nenhum momento me olha e isso mexe comigo de uma
forma que me deixa triste.
Como chegamos a isso? Por que não podemos voltar ao antes?
Por que somos tão confusos? Essa confusão entre nós nos magoa.
Deveria ser tudo tão simples.
Uma lágrima me escapa e trato logo de enxugá-la antes que ele veja
e pense que me magoou de alguma forma.
Não é mais ele quem está me magoando, sou eu que estou nos
magoando. Porque eu o quero assim como ele me quer.
Quero me levantar desse sofá e me jogar nos braços dele. Quero
beijá-lo, quero ser apenas dele, como quero que ele seja só meu.
Eu o amo!
— Em alguns minutos nosso lanche estará aqui. Já escolheu o
filme?
— Sim
Aponto para a televisão onde o terceiro filme da saga 'Transformes'
está para começar.
— Transformes? — ele pergunta sorrindo e eu confirmo com a
cabeça. — Tudo bem.
Ele me puxa para seus braços e beija minha cabeça. Agarro-me a ele
e coloco meu rosto em seu peito sentindo seu cheiro. Amo seu perfume, ele
tem um cheiro único e tenho vontade de passar o dia todo assim com ele.
Ficamos assistindo até nosso lanche chegar. Demos pausa no filme e
Zyan pagou e pegou o lanche, fomos até a cozinha comer.
Não queríamos fazer bagunça na sala.
Comemos e voltamos para a sala para assistir o restante do filme.
Ele voltou a me puxar para seus braços e começou a fazer cafuné na minha
cabeça. Meus olhos começaram a pesar e Zyan desligou a televisão. Pegou-
me no colo e eu me aninhei nele.
Ele nos levou para o quarto onde sempre durmo e me depositou na
cama. Agarrei o travesseiro e me acomodei nela, suspirando ao sentir a
maciez dos lençóis.
Ele me cobriu e me deu um beijo de boa noite.
— Durma bem, paçoquinha, nunca se esqueça que eu te amo. Você é
muito importante para mim.
Resmunguei um eu te amo de volta e ouvi sua risada antes de me
entregar ao sono.
Eu também o amava.
Sempre o amaria.
CONHECENDO
Raquel
Desperto no susto e me viro na cama me situando onde estou. Pisco
algumas vezes e levanto me sentando na cama e me alongando para
despertar completamente. Inclino-me para o lado e pego meu celular na
mesinha de cabeceira e confiro as horas. Já passam das 8h da manhã.
— Dormi demais. — resmungo me levantando da cama e seguindo
para o banheiro.
No apartamento do Zyan há apenas dois quartos e nos dois há
banheiros, dando privacidade tanto a ele como a quem vem dormir no seu
apartamento, no caso eu. Sim, apenas eu durmo em seu apartamento, quer
dizer, fora as suas fodas da noite claro.
Se bem que nos últimos meses não o vi com ninguém. Talvez ele
tenha pegado geral lá em São Paulo nos dias que ficou de férias lá.
Balanço minha cabeça não querendo pensar nele com outras
mulheres e tiro minha roupa para tomar um banho. Estava tão cansada que
acabei dormindo sem banho e nem minha roupa tirei. Que vergonha.
Tomo um banho e escovo meus dentes. Enrolo-me na toalha e saio
do banheiro. Pego minha roupa no guarda-roupa que tem no quarto e me
troco. Penteio o cabelo e o deixo solto, meu cabelo é ondulado, mas sempre
o escovo para ficar melhor de cuidar dele, no dia-a-dia.
Já pronta e mais apresentável, saio do quarto e sigo a passos lentos
até a cozinha. Ao chegar lá vejo Zyan terminando de preparar a mesa e paro
para observá-lo. Ele é tão lindo que deveria ser crime.
Já disse que deveriam criar uma lei proibindo as pessoas belas de
circular entre nós mortais ou serem presas por serem lindas. Sorrio da
minha idiotice e meu sorriso se amplia ao ouvir a voz rouca e baixa de Zyan
cantarolar uma música.
Ele se vira para mim e sorri largo ao ver que estou o admirando.
— Quantas pessoas irão tomar café da manhã com a gente? —
pergunto caminhado até ele.
O abraço e dou digo "bom dia".
— Bom dia, paçoquinha. Está cheirosa. — ele funga meu pescoço
me fazendo arrepiar.
— Só tomei banho. — dou de ombros e ele dá uma gargalhada.
— Você não existe. — ele aperta minha bochecha e beija minha
testa. — E respondendo a sua pergunta, apenas nós dois vamos comer.
— Mas é muita coisa, Zyan, tem comida para umas 5 pessoas aqui.
Na mesa tem pão, queijo, presunto, ovo frito, café, iorgute e suco de
laranja. Ele deve ter acordado cedo para me preparar esse café da manhã.
— Eu quero que se alimente bem. — dá de ombro.
Eu o abraço de novo.
Não gosto de abraços, mas quando se trata do Zyan eu não me
importo de viver abraçando-o, na verdade eu adoro tê-lo nos meus braços.
— Obrigada! Eu te amo, sabia?
— Sabia, paçoquinha. E eu também te amo.
Ele sorri e levanta meu queixo me fazendo olhá-lo nos olhos.
Nós nos perdemos no olhar um do outro.
Ele gruda nossas testa e suspira.
— Eu te amo.
Fechei meus olhos aproveitando do seu toque, da sua respiração
banhado meu rosto. Deliciando-me com suas palavras.
— Também te amo. — sorri e ele sorriu de volta e me deu um beijo
na testa.
— Vamos comer.
Puxou a cadeira para eu me sentar e ele se sentou na cadeira
próxima a mim. Servi-me de suco e fiz um sanduíche. Depois tomei um
copo de iorgute e comi uma banana. Ele comeu pão com ovo e tomou seu
café, ele não vive sem essa bebida. Já me disse que se o café acabar um dia
ele morre, pois sua vida não tem sentido sem ela.
— Vou escovar os dentes e me trocar, vai para a ONG? — ele me
pergunta depois de terminar o café.
— Sim, mas eu posso pedir um taxi aí você não chega tarde na
empresa.
— Eu vou te levar, assim eu aproveito e conheço o lugar onde você
trabalha. Eu mereço conhecer por quem você me trocou. — ele faz seu
drama.
Sorrio e dou uma tapa em seu braço.
— Que violência! Para que isso? — ele finge chorar.
— Vai se arrumar ou chegaremos atrasados.
Ele se vira para ir ao quarto e não resisto e acabo dando uma tapa
em sua bunda.
— Filha da… Tirou o dia para me espancar, dona Raquel? Olha que
eu devolvo as tapas, viu!
Gargalhos e corro quando ele tenta me pegar para bater na minha
bunda ou me fazer cócegas.
— Você ainda vai me pagar essas tapas.
— Aguardarei ansiosa. — sorrio maliciosa e ele nega com a cabeça
indo para o quarto se trocar.
Eu vou até o que eu fiquei e pego minha mochila, volto à sala e me
sento no sofá e fico esperando ele voltar para me levar ao trabalho.
Converso com meus pais pelo celular confirmando que estou bem e
que Zyan vai me levar para o trabalho. Fico zapeando pelo Instagram e
minutos depois Zyan volta vestido em roupa casual. Ele veste uma calça
preta social colada as suas coxas grossas desenhando-as, uma camisa
branca, um blazer na cor creme, um sapato branco e para completar o look
um relógio de prata.
— Uau!
— Estou lindo, né? — ele dá um giro e eu reviro meus olhos.
— Às vezes eu não sei como posso ser amiga de um cara tão
convencido como você.
Ele gargalha.
— Porque você me ama. — ele pisca e estende a mão para que eu a
pegue.
Seguro sua mão, entrego minha mochila a ele que a coloca em seu
ombro e saímos do seu apartamento.
Entramos no elevador e ele me abraça, descanso minha cabeça em
seu peito e ficamos assim até as portas do elevador voltem a se abrir.
Saímos dele e caminhamos de mãos dadas até seu carro. Entramos e ele dá
partida saindo do condomínio onde fica seu apê e seguindo pela avenida até
chegarmos a ONG.
— Aqui é muito bonito. — Zyan comenta ao descermos do carro.
Ele estacionou o carro em uma das vagas em frente à ONG e parou
para admirar o prédio. O prédio é realmente muito bonito, bem cuidado
com uma fachada moderna projetada por um designer e um arquiteto.
O local se parece com uma dessas casas de gente rica, tipo a minha,
é, eu sou humilde.
Ela foi projetada para se parecer uma casa para que as crianças se
sentissem em casa, não dentro de um prédio sem identidade, que elas se
sintam acolhidas aqui até que encontrem um lar de verdade, com pais que
as ame e cuidem delas.
Dentro da ONG o local é dividido por alas, há a ala de recreação, a
de estudos, a enfermaria, a ala do refeitório e cozinha e por fim os
dormitórios. Quem passa pensa que se trata de uma mansão e não de uma
ONG, mesmo com o nome a identificando, de tão grandiosa que é a
propriedade.
— Sim, é tudo muito lindo e organizado. Obrigada por me trazer. —
dei um abraço nele. — Nos vemos no sábado na corrida de Motocross na
pista do meu pai.
— Eu vou entrar com você. Eu isse que quero conhecer onde está
trabalhando e é isso que vou fazer.
— Mas você vai se atrasar, Zyan.
— Julgo que posso me dar ao luxo de chegar um pouco tarde na
minha própria empresa, não acha? — sorriu de lado e arqueou a
sobrancelha em deboche.
— Metido. — peguei na mão dele e o puxei para dentro da ONG.
Cumprimentei ao porteiro, depois aos dois seguranças que estavam
na porta.
— Bom dia, Yasmim. — cumprimentei a recepcionista.
— Bom, dia Raquel. — rela sorriu, mas seu sorriso murchou ao ver
Zayn ao meu lado. — Olá, Zyan. — cumprimentou tímida.
— Oi, Yasmim. Não sabia que trabalhava aqui. — Zyan sorriu para
ela e aquilo que eu temia voltou a me consumir. Ciúmes.
— Já trabalho há algum tempo, mas julgo que não saiba disso
porque naquela noite você estava preocupado em me levar para cama, não
em saber onde trabalho.
— Ok. Essa doeu. Mas tivemos uma boa noite. — ele sorri cafajeste
e ela cora. Com certeza pensando na noite que tiveram.
— Sim, realmente foi ótima. Uma pena que você não quis repetir.
— Eu… — Zyan coçou a nuca desconfortável e eu o salvei
mudando de assunto.
— Vou mostrar a ONG para ele, Yasmim, nos vemos depois.
Ela concordou com a cabeça e saímos daquele momento
constrangedor.
Ao chegar em um canto mais afastado e sem ninguém por perto, ele
me parou e me fez olhar para ele.
— Me desculpe por isso.
— Não precisa se desculpar, estou mais que acostumada em
encontrar antigas fodas suas.
— Mas eu não quero que se sinta mal ou constrangida por isso, você
sabe que eu saí com muitas mulheres, pois não tinha compromisso com
ninguém, mas isso é passado. Hoje eu quero apenas uma.
Ele me olhou intensamente e por um momento temi cair no chão,
pois minhas pernas ficaram bambas.
— Você era e é solteiro, não me deve explicações, eu só não sabia
que uma colega de trabalho tinha ido para a cama com você, mas está tudo
bem. — toquei seu rosto. — Está tudo bem mesmo, Zyan. — ele deitou a
cabeça em minha mão e fechou os olhos desfrutando do carinho que eu
fazia em seu rosto.
— Isso é passado, ficar com muitas é passado. Hoje eu só quero
uma mulher na minha cama, na minha vida. Eu só quero você Quel.
Meu coração deu um solavanco com suas palavras e passou a bater
mais forte. Talvez eu esteja enfartando, pois é assim que sinto, que meu
coração vá parar a qualquer momento.
— É melhor seguirmos, não quero me atrasar para meu momento
com minhas crianças e você tem que ir para a empresa.
Ele beijou o cantinho da minha boca e me estendeu a mão.
— Ok.
Voltamos a andar e logo chegamos à área de recreio onde as
meninas estavam brincando.
— Tia Raquel. — Maya veio correndo me abraçar. Ela já estava
bem adaptada ao ambiente e agora brincava com as outras crianças.
Ela e Renata foram às meninas que chegaram há poucos dias e as
quais eu estava responsável.
— Oi, minha linda. Estava brincando de pintar? — sorrio ao ver seu
rosto todo colorido. Sua roupa não está diferente.
— Sim, eu, Renata, Ana e a Maria, estamos brincando de desenhar.
Eu desenhei você, tia Raquel.
Ela me dá um lindo sorriso. Ela tem 5 anos e é uma tagarela, depois
que se sente segura com alguém, fala pelos cotovelos.
— Oi! — ela cumprimenta Zayn, que a olha encantado.
Ela é linda, pele negra, olhos grandes e amendoados que dão um
toque a mais em seu rosto de boneca, seus cabelos são crespo e com
bastante volume. Como eu disse: linda.
Zyan se abaixa e fica na altura dela.
— Oi! Você é linda, sabia? — ele pergunta e ela faz que sim com a
cabeça nos fazendo rir.
— Você também é bonito. — ela diz tímida. — É o namorado da tia
Raquel?
— Uma princesa como você me dizendo eu sou bonito, eu posso
acreditar, hein. E não, eu não sou namorado dela, somos só amigos. —
havia tristeza em sua voz ao falar isso.
— Mas você gosta da tia Raquel. Seus olhos brilham ao olhar para
ela assim como o do meu papai ao olhar para minha mãe. Eu não tenho
mais eles, foram morar no céu junto aos meus avós. — ela fica triste.
Seus pais morreram em um soterramento de terra que teve. Ela só
tinha aos pais e ao ficar órfã foi trazida para cá. Ela iria para um orfanato do
governo, mas Ayna conseguiu junta a Adam conseguiram trazê-la para cá.
— Eu sinto muito pelos seus papais, princesa. — Zyan falou com
carinho. — Posso lhe dar um abraço?
Ela concordou com a cabeça e ele a abraçou. Descansou a cabeça
em seu peito e meus olhos lacrimejaram na mesma hora. Ela gostava de
abraços assim como ele, só ainda estava retraída e por não conhecer muita
gente, ela ficava acanhada.
Ele a soltou e sorriu para ela.
— Gostei muito de conhecê-la, princesa.
— Eu também. Você é bom e bonito. Seu sorriso é grande e branco,
parece um príncipe.
— Muito obrigado, princesa. Já que eu sou um príncipe, você
gostaria de ser a princesa do meu castelo? Me daria essa honra, princesa
Maya? — ele faz uma reverência e ela solta uma gargalhada gostosa que
aquece meu coração.
— Sim, — ela responde pulando de alegria e o abraça de novo.—
Eu sou sua princesa e você meu príncipe.
— Estou muito feliz agora por essa princesa linda me dá a honra de
ser minha princesa. Agora seu príncipe terá que ir embora: ele tem um
castelo para comandar.
— Uau. E quando eu vou conhecer seu castelo? Eu posso tia
Raquel?
— Se a tia Ayna deixar, não vejo problema, agora volte a brincar
com suas amigas que a tia vai levar seu príncipe embora, tudo bem?
Ela concorda e eu lhe dou um beijo no rosto. Ela volta correndo para
junto das outras meninas e começa a falar sobre nós para elas, pois as
mesmas olham para Zyan sorrindo.
— Obrigada! Elas necessitam de tanto carinho.
— Agora eu entendo o porquê de você ter se encantado e vindo
trabalhar aqui. Elas são lindas e encantadoras. Uma pena que não tenham
família. — ele fala com pesar.
Voltamos a andar.
— Mas em breve terão. Sempre tem casais que vem aqui e as
adotam.
— Você quer ser mãe, Quel? — sua pergunta me surpreende.
— Sim, quero construir uma família um dia.
— Você seria mãe de crianças que não nascesse de você? Você
adotaria?
— Sim, adotaria e amaria essa criança como se estivesse nascida de
mim.
Ele sorriu e me abraçou.
— É por isso que eu te amo. Você é uma pessoa linda por dentro e
por fora. Uma mulher incrível.
Ele beijou minha testa, me soltou e pegou minha mão.
Continuamos conversando e eu mostrei o restante da ONG a ele.
Após conhecer tudo e cumprimentar os outros funcionários, ele foi
embora e eu fui cuidar das minhas crianças.
UMA CORRIDA
Raquel
Dois Dias Depois…
Ouço meu celular tocar me despertando. Remexo-me na cama e
ainda de olhos fechados procuro por ele para desligá-lo. Pisco algumas
vezes para me acostumar com a claridade que entra pela janela do meu
quarto e confiro as horas. Já passam das 7h da manhã.
Hoje é domingo e eu marquei com Zyan e os meninos uma corrida
de Motocross.Estou sem competir a quase dois meses e sinto falta da
adrenalina que essas corridas sempre me proporcionam.
Hoje teremos convidados diferentes. Eu chamei Iara, Yasmim,
Maria e Arthur para assistirem a corrida. Eles ficaram animados, pois nunca
tinham ido a uma e Arthur só havia assistido a uma corrida de Motocross
pela televisão. Minha afinidade com eles cresceu nesses dois meses que
passei a frequentar a ONG e agora trabalhando nela, nós nos tornamos
amigos.
Levanto-me da cama e rumo em direção ao banheiro. Retiro meu
baby-doll e abro o box, ligo o chuveiro e começo a tomar banho. Ao
finalizar meu banho, me enrolo na toalha, escovo os dentes e saio do
banheiro. Pego minha roupa e me visto.
Colocarei o macacão ao chegar lá na pista de Motocross. No local
onde tem a pista de corrida, há uma área separada para tomar banho e a
troca de roupa antes e depois de cada corrida. Hoje meu pai irá competir,
assim como o tio Ryan. Teremos três rodadas de corridas para que todos
participem.
Depois de pronta, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e
coloco minhas lentes de contato. Não dá para colocar o capacete usando
óculos.
Saio do quarto.
Ao chegar na cozinha para o café da manhã com meus pais,
presencio uma cena que me faz torcer os lábios e fazer uma careta.
— Se pegando na cozinha de novo? — reclamo alto assustando
meus pais que se desgrudam.
— Você demorou a descer, filha. — minha mãe fala arrumando a
blusa.
Meu pai a estava quase deixando nua na cozinha.
— Vocês precisam se controlar, já tenho traumas demais com vocês
se pegando nessa cozinha.
Caminho até a mesa e me sento me servindo de suco de laranja.
— Não posso fazer nada se seu pai fica sexy cozinhando.
Meu pai estava fazendo panquecas para ela. Minha mãe adora
panquecas no café da manhã e sempre as come com mel.
— Achei que os casais depois de anos casados não tinham tanto
apetite sexual.
— Nunca deixarei de desejar sua mãe. — Meu pai falou com um
sorriso malicioso nos lábios enquanto analisava minha mãe de cima a baixo.
— Seu pai só melhorou com o tempo, filha, não tem como eu me
controlar e não o agarrar toda vez que tenho a oportunidade.
Ela dá uma tapa na bunda do meu pai e ele a agarra por trás e morde
sua orelha.
— Traumas, só traumas. — resmungo e me concentro no meu café
da manhã os ouvindo gargalhar.
Acabo rindo também e eles vêm até mim e cada um beija um lado
da minha bochecha.
— Nós te amamos, princesa.
— Também amo vocês. — beijo a ambos.
Eu reclamo implicando com eles, mas no fundo amo ver que o amor
deles permanece vivo apesar dos anos. Meus se amam com loucura e desde
muito nova e sempre os vendo assim desejei viver isso também
Às vezes ficava imaginando como seria minha vida de casa com
Zyan, nos nossos filhos e em como envelheceríamos juntos. Imaginava ele
me dizendo que me ama, me pedindo em casamento.
Eu tenho toda uma vida com Zyan projetada em minha mente.
Nossa vida juntos.
— Preparada para comer poeira hoje, princesa? — meu pai me
pergunta me tirando dos meus pensamentos.
— Não creio que seja eu quem irá comer poeira, papai. O senhor já
está velho e eu vou lhe dar um banho lá na pista de corrida. — o provoco.
— Ah, princesa. Sempre tão engraçada. Desde que começou a
correr, coisa que eu a ensinei muito bem, não me vencera em nenhuma
corrida nossa.
— Mas, eu o vencerei hoje, papai. Vou mostrar que aprendi tão bem
com o senhor que irei vencê-lo nessa corrida.
— Isso aí, minha menina. — minha mãe bateu palmas. — Faça seu
pai comer poeira.
Sorrimos e ele veio me abraçar.
— Vamos ver se hoje você consegue esse feito princesa.
Meu pai corre de Motocross desde que completou 15 anos. Meu avô
deu uma moto de presente para ele, pois meu pai sempre foi fascinado por
elas. Tanto que logo começou a comprar motos quando passou a receber o
salário de seu primeiro emprego e hoje é dono de uma das maiores lojas de
motos aqui da nossa cidade.
Depois que se casou com minha mãe e já estava com sua loja bem
conhecida aqui onde moramos, ele comprou o terreno abandonado que
ficava próximo a uma área de mata e construiu a Arena Cross, um local tipo
um estádio de futebol, porém menor onde fora feita a pista de corrida de
Motocross.
Assim como meu pai, eu comecei cedo o amor pelas motos e a
adrenalina. Aos 15 anos eu já tinha ganhado minha primeira moto, mas meu
pai por ser muito cuidadoso só me deixou usá-la aos 18 anos quando eu tirei
minha carteira de habilitação. Zyan também tem amor por moto e desde os
18 anos nós competimos nos torneios de Motocross oferecidos por meu pai
e sua empresa.
Depois de tomarmos nosso café da manhã, subimos para nossos
quartos para escovar os dentes e eles trocarem de roupa. Assim que entrei
no meu quarto enviei uma mensagem para as meninas e Arthur
confirmando a presença deles na corrida, depois enviei uma ao Zyan
dizendo que iria com meus pais e nos encontraríamos lá.
Como eu estava há quase dois meses sem correr, meu pai quis que
minha moto passasse por uma revisão antes dessa corrida, então eu só iria
pegar minha moto lá na Arena Cross.
Desci e encontrei com meus pais na sala. Saímos de casa e fomos
em direção à picape do meu pai. Ela é uma Fiat Strada, na cor preta, carro
grande com designer moderno e confortável.
Fomos o caminho todo conversando e rindo e logo estávamos na
Arena.
Descemos do carro após meu pai o estacionar e enquanto ele ficava
conferindo todos os detalhes para a corrida de hoje com seus funcionários
eu fui com minha mãe até onde os meninos estavam.
— Bom dia, rapazes. — nós os cumprimentamos.
— Bom dia, Raquel. Bom dia, dona Cintia. — Adam cumprimentou
e os meninos o seguiram nos cumprimentos.
— Sem o 'dona' ou me sentirei uma velha. — sorrimos com o drama
da minha mãe e eles passaram a chamá-la de Cintia.
Só estavam ali o Adam, Vinicius, Caio, Denis e Cristiano. Ficamos
conversando até que dei um grito ao ser pega por trás e tirado do chão.
— Bom dia, paçoquinha. — disse Zyan apertando minha cintura
com seus braços e cheirando meu pescoço.
— Me coloca no chão, Zyan. — mandei.
Ele me deu um beijo na bochecha e me pôs no chão, mas continuou
com os braços em volta da minha cintura.
— Isso tudo medo de que nós a roubemos de você, Zyan? —
provocou Vinicius o olhando de forma debochada.
— Isso nunca aconteceria, Quel é minha e sempre será. — afirmou
apertando minha cintura ainda mais.
— Calma aí! Macho alfa. Eu não sou de ninguém ok? — falei
olhando em seus olhos.
— Continue acreditando nisso. — ele deu de ombros e me soltou.
— Estamos sentindo sua falta na empresa Raquel. — falou Caio
com uma carinha triste.
— Sim, os dias eram mais belos quando você estava lá. — afirmou
Cristiano.
— Sei que sou linda e faço falta, mas estou amando trabalhar na
ONG.
— Nós ficamos felizes por você. — afirmou Vinicius em nome de
todos e eles concordaram com a cabeça. — Zyan me disse que seus amigos
de lá virão assistir nossa corrida hoje?
— Isso. As meninas nunca tinham assistido a uma corrida e Arthur
só vira pela televisão.
— Arthur é o filho da Ayna que você estava pegando filha? —
perguntou minha mãe com um sorriso no rosto. Eles amavam provocar o
Zyan.
— Só ficamos uma vez, mãe, sexo casual, nada demais.
— Que história é esse de sexo casual, Raquel? — questionou meu
pai, vindo até nós.
ENTRE AMIGOS
Raquel

Meu pai cruzou os braços e fez cara de mal, mas eu sabia que era só
fachada. Meu pai não me prendia e sempre me apoiava em tudo, só me
aconselhava a não sair com caras babacas e sempre me proteger para não
pegar uma doença.
— Não é nada pai, mamãe que se confundiu. — sorri amolecendo o
coração dele. Ele veio até mim e me abraçou e beijou meus cabelos.
— Não quero que se envolva com caras errados. Te amo e não quero
vê-la sofrendo. — falou com os olhos em Zyan. Ele tinha se afastado e
apenas observava nossa interação.
— Não estou com ninguém, pai. Fiquei com o Arthur uma vez e só.
— Tudo bem, princesa. E falando nele, onde ele e as meninas estão
que não chegaram ainda? — meu pai conheceu o Arthur, pois o convidei
um dia para almoçar lá na casa da minha avó junto com as meninas. Eles se
deram bem com minha família.
— Estamos aqui senhor Vitor. — a voz grossa de Arthur se vez
ouvir atrás de nós.
Ele é um negro espetacular.
Meu pai foi cumprimentar ele e as meninas, depois todos se
cumprimentaram e começamos a conversar.
— Está linda, Raquel. — falou Arthur me dando um abraço
apertado.
Eu me sentia uma formiga perto dele. O cara era bem alto. O mais
alto da turma.
— Obrigada! — sorri e me afastei dele após o abraço.
Fui cumprimentar sua irmã, Iara e Yasmim.
— Vocês estão lindas.
Elas vestiam calça jeans coladas ao corpo marcando suas bundas
grandes e desenhando suas cinturas. Iara vestia um cropped de renda que
deixava sua barriga de fora e Yasmim uma blusa de alças finas
Iara estava rindo e dizendo o quanto estava louca para me ver correr,
mas seu sorriso morreu ao ver Vinicius, uma de suas paqueras o tinha
chamado e ele fora falar com ela.
— Iara?
— Vinicius.
Ambos ficaram se olhando e vi uma sombra de tristeza passar pelos
olhos de Vinicius.
— Não sabia que se conheciam. — comentei fazendo ambos
quebrarem o contato visual e olharem para mim.
— Faz alguns anos. Nós nos conhecemos quando eu fui fazer uma
especialização no Rio de Janeiro, Yasmim morava lá e nos conhecemos em
um bar no dia de happy hour que eu fui com alguns amigos.
— Vocês ficaram juntos, então? — questionei olhando de um para o
outro.
— Sim, ficamos juntos pelos meses que ele ficou fazendo a
especialização, mas no final não deu certo e cada um seguiu seu caminho.
— respondeu Iara.
— Isso, tínhamos objetivos diferentes. — Vini falou com certa
amargura. — Nunca passaria por minha mente que você viria aqui para
Florianópolis e nem que conhecia Raquel.
— Eu conheci Ayna em um congresso e me encantei por seu projeto
com a ONG, como nada me prendia no Rio de Janeiro, eu vim para cá e
passei a trabalhar na ONG.
— Pena que não pensou assim naquela época. Mas fico feliz por
você.
Ela só assentiu com um balançar de cabeça e Vinicius de afastou
indo até os outros competidores.
— Pelo visto a história entre vocês não acabou nada bem. —
comentei ao ficar sozinha com ela, Maria e Yasmim.
Os outros tinham ido se preparar para a corrida. Eu participaria na
segunda rodada com meu pai e Zyan.
— Não, na época Vinicius disse estar apaixonado por mim, mas eu
não queria compromissos. Eu era muito jovem e queria aproveitar minha
juventude e namoro ou compromisso sério não estava nos meus planos.
Vinicius queria que eu viesse para cá e que morássemos juntos como eu não
aceitei, ele foi embora sem nem se despedir.
— Caramba, mas creio que ele ainda sente algo por você. A forma
como ele a olhou assim que a viu mostrou isso. — comentei.
— Eu ainda gosto dele, confesso. Meu coração bateu forte ao vê-lo,
tudo entre nós foi tão intenso e apaixonante. Nosso encaixe foi perfeito e eu
conheci um Vinicius incrível, gentil, amoroso, engraçado, um cara que é
capaz de fazer qualquer mulher se apaixonar por ele. Mas eu não queria
deixar minha vida de farra e entrar em um relacionamento, então o perdi.
Sinto falta dele e desde que cheguei aqui pensava em procurá-lo, porém a
dor que vi em seus olhos a me ver me mostrou que não temos mais volta.
— Nada está perdido quando se ama. E vejo que o sentimento ainda
está vivo em ambos. Ele ainda está magoado, mas acredito que se ambos
conversarem e se derem uma chance algo de muito lindo pode nascer. —
disse Yasmim.
Ela era uma mulher sensível e apaixonada, ela amava a vida, os
amigos, o trabalho. Doava-se de corpo e alma a tudo que se propunha em
ter e fazer, isso era bom, mas têm pessoas que não sabem dar o devido valor
as pessoas maravilhosas como ela e acabam machucando-as.
— Quando eu tiver a oportunidade eu irei falar com ele, precisamos
conversar e nos acertar, falar sobre o que tivemos e se não for para ficarmos
juntos que pelo menos sejamos amigos.
— Isso aí. Agora vamos ver Raquel correr e fazer esses marmanjos
comer poeira. — Maria bateu palmas atraindo a atenção dos meninos para
nós que nos olharam sorrindo.
Vi o brilho nos olhos de Adam, ao olhar para ela e ela não estava
indiferente a ele. Algo tinha acontecido entre eles, mas por alguma razão
que desconheço estavam escondendo isso.
Depois de mais algum tempo de conversa e a primeira rodada da
corrida ser encerrada eu deixei as meninas no local separado para assistir à
corrida e fui me juntar aos competidores dessa rodada.
Na rodada anterior Vinicius vencera e nessa eu estava apostando em
mim que não sou boba. Mas algo me dizia que meu pai me venceria como
em todas as vezes que competimos juntos.
Ao chegar ao local da largada depois de pegar minha moto,
provoquei meu pai e Zyan para não perder o costume, fechei a viseira do
capacete e nos posicionamos a espera da largada.
O responsável por narrar à corrida começou a fazer a apresentação
dos competidores e uma breve explicação de como era feita a corrida.
Eu pedi para que isso fosse feito, pois as meninas nunca tinham
assistido a uma corrida e não queria que elas ficassem perdidas no decorrer
de cada ultrapassagem e manobra.
No final da narração os minutos foram contados e ao final da
contagem a largada foi dada. Aceleramos praticamente no mesmo tempo e
eu saí pela pista de barro a todo gás fazendo manobras e dando pulos ao
passar pelas curvar e lombadas.
Meu pai estava logo atrás de mim assim como Zyan e Caio. Acelerei
o máximo que pude fiz algumas manobras.
Ouvia o narrador dizer que eu estava à frente, mas em uma das
curvas fui ultrapassada por meu pai que acelerou sua moto e fez uma
manobra impressionante com um pulo tão alto que me deixou boba e eu não
consegui ter o mesmo ritmo na corrida.
Ele acelerou o máximo que sua moto pode ao ter suas rodas de volta
ao chão e ganhou a corrida. Xinguei frustrada e com raiva, pois ele sabia
que eu sempre me impressionava com suas manobras e isso o faria ganhar a
corrida.
No final, e depois de muita poeira levantada por nossas motos, eu
atravessei a lista de chegada em terceiro lugar. Sim, terceiro lugar. Meu pai
em primeiro e Zyan em segundo.
Tirei meu capacete e olhei para meu pai que tinha um lindo sorriso
enfeitando seu belo rosto.
Todos estavam ao lado dele o cumprimentando, a ele e ao Zyan.
— E não é que a princesa das motos comeu poeira. — Zyan como
sempre foi o primeiro a me zoar.
— Se me zoar eu vou dar na sua cara. — falei brava arrancando
risadas de todos a nossa volta.
Eu queria ter ganhado do meu pai pelo menos essa vez.
Meu pai veio até mim e me pegou nos braços.
— Eu sempre irei ganhar de você, minha princesinha, mas não fique
com raiva, meu amor, pois você sempre ganha do pé no saco do Zyan.
— Tio! — exclamou meu amigo, nos fazendo rir ainda mais.
Meu pai me deu um beijo na testa depois de me pôr no chão e foi
par aos braços da minha mãe que tascou um beijão nele.
Foi o (com o maiúsculo) beijo e logo assovios preencheram todo o
lugar.
— Eita! Isso que é um beijo, hein, tio Vitor. — gritou Vinicius
fazendo sinal de ok e no arrancando risadas.
— É como dizem. — falou Iara com um sorriso de lado. — Isso é
elite, não tem erro. — Piscou para minha mãe que riu, mas concordou com
a cabeça.
— Está dando em cima do pai da Raquel na frente da mulher dele,
Iara? — Vinicius perguntou, chocado.
— Claro que não idiota, só elogiando. Mas se bem que o pai da
Raquel é um homem lindo e de tirar o fôlego. Com todo o respeito dona
Cintia.
Iara é uma pessoa pra cima, alegre e sempre com um sorriso
estampado no rosto. Ela e minha mãe se deram tão bem que até já
marcaram uma saída à balada com todas nós.
Eu, minha mãe, minha tia Rana, Yasmim, Maria e ela. Já prevejo o
desastre que será nós juntas em uma balada, mas minha mãe e tia Rana
ficaram muito animadas por minhas amigas as incluírem em uma noite
nossa.
Minha mãe e tia Rana ainda são novas e possuem corpos de dar
inveja a qualquer novinha por aí.
Elas gostam de praticar exercícios e vão a academia pelo menos 4
vezes na semana e sempre acompanhadas com seus maridos, pois
desconheço homens mais ciumentos que eles.
Não é a toa que ao se apaixonarem por elas logo se casaram sem
nem se portarem por terem acabado de sair do ensino médio.
— Sim, — respondeu minha mãe abraçando meu pai. — Vitor é um
homem lindo e de tirar o fôlego, e como ele tira meu fôlego, hein. — sorriu
maliciosa e meu pai lhe deu outro beijo tão intenso como outro.
— Mãe! — exclamei chocada.
— É isso aí, também se eu fosse casada com um homem como o seu
eu não sairia de cima dele. — Iara comentou fazendo minha mãe corar.
— Você falando em marido e casamento? — questionou Vinicius,
havia uma mágoa e sua voz ao falar isso.
— As pessoas mudam Vinicius, assim como o que desejamos para
nossa vida e nosso futuro.
O clima deu uma mudada com essa rusga dos dois, então tratei logo
de mudar de assunto e voltar ao clima de antes.
— O que acham de irmos à churrascaria aqui perto e comemorar a
vitória do meu pai? — perguntei sorrindo e indo abraçá-lo.
— Vamos adorar. — respondeu Maria.
Analisei-a e a vi sorri para Adam que a olhava com cara de bobo.
Estranhei, pois os dois, mal se suportam. Sempre que se encontram brigam
e agora estão sorrindo um para o outro. Na verdade, estão assim desde que
ela chegara.
Estranho!
— Eu infelizmente não vou poder. — Denis disse com pesar. —
Fiquei de almoçar com minha irmã e minha sobrinha. É aniversário dela e
vamos passar o dia em família.
Não deixei de notar os olhares que ele trocou com Yasmim desde a
hora que ela chegou, e sabia que se ela lhe desse qualquer tipo de abertura,
Denis cairia matando. Ele era um puto e Yasmim uma mulher linda com o
corpo cheio de curvas e que não tinha medo de usar roupas mais ousadas
que a valorizavam e deixava ainda mais linda e gostosa, como muitos caras
falam.
Eu até entendia o porquê de Zyan ter ficado com ela uma noite, ela é
linda e ele nunca deixou uma mulher bonita passar sem a levar para a cama.
No início quando eu soube do rolo dos dois fiquei com ciúmes e raiva por
ele ter transado com alguém que estava se tornando uma amiga para mim,
mas eu não podia ser hipócrita e questioná-lo sendo que eu fiquei com os
amigos deles e até transei com os três de uma vez só.
Tinha medo de pensar como ele reagiria ao saber, afinal eu não pedi
segredo aos meninos até porque não é um segredo na verdade. Sou solteira
e os meninos também, Zyan mesmo disse que eu deveria curtir a vida e foi
isso que eu fiz. Ele não tem o direito de ficar com raiva de mim por ter feito
sexo a quatro.
— Um puto em um dia em família? — comentou Vinicius as
gargalhadas. — Só sua irmã para conseguir isso.
— Olha quem fala. Você é mais puto que eu Vini, o que me faz
questionar porque ainda está aqui.
— Marquei de sair com uma gostosa só à noite, meu dia está livre e
vou almoçar com a Raquel e os outros.
Assim que as palavras saíram da sua boca Iara ficou tensa e seu
sorriso sumiu. Ela ainda gostava dele, pelo visto.
— Beleza, bom almoço para vocês. — Denis se despediu de todos e
se foi.
— Mesmo chegando em terceiro você correu muito bem,
paçoquinha. — Zyan me abraçou e beijou minha bochecha.
Encostei minha cabeça em seu peito e desfrutei da sensação
maravilhosa que era estar em seus braços.
— Obrigada. Estou feliz por competir com meu pai. Eu estava com
saudades de nossas corridas, de ficar com nossos amigos e passar um dia
assim entre risos e brincadeiras.
Olhei para minha frente e sorri ao ver que todos conversavam
amigavelmente, sorriam e implicavam um com o outro como amigos
sempre fazem.
Meses atrás eu só tinha Zyan como amigo e agora eu tenho muitos
outros e sou feliz por ter conseguido isso ao decidir mudar e ser mais social.
Eu ainda gosto de passar os meus dias sozinha, e de ler os meus
livros, de refletir durante um banho relaxante de banheira, mas também
estou amando estar rodeado de amigos, viver coisas novas, estudar e
trabalhar em algo que ganhou meu coração por completo.
— Eu estou feliz por você, paçoquinha. Eu te amo.
Zyan me apertou em seus braços e inspirou meu cheiro. Ele o amava
assim como eu amava o cheiro dele. Na verdade eu amava tudo nele e estar
em seus braços era meu lugar preferido no mundo.
— Vamos almoçar, crianças. — tia Rana chamou.
Zyan me soltou, segurou minha mão e nos juntamos aos outros.
Fomos assim até o estacionamento e depois cada um entrou em seu
carro e voltamos a nos juntar no restaurante.
Eu realmente estava feliz!
UMA NOITE
Raquel
No Outro Dia…
Chego na boate onde Maria, Iara e Yasmim esperam a mim, minha
mãe e minha tia Rana.
Nós viemos juntas e de táxi, pois iríamos beber e não misturamos
bebida e direção.
Meu pai e tio Ryan queria nos trazer, mas eu sabia que se eles
viessem não nos deixariam sozinhas e como não era isso que queríamos,
nós viemos de táxi mesmo.
Há uma empresa de táxi confiável e sempre solicitamos os
motoristas dela para nos levar a lugares nos quais iremos acabar bebendo.
Assim que nós chegamos à boate, eu avisto as meninas e sigo junto
a minha mãe e minha tia para junto delas.
— Olá, meninas. — Minha mãe as cumprimenta com dois beijos no
rosto.
Tia Rana faz o mesmo e depois sou eu quem as cumprimenta.
— Vocês estão lindas. — Elogia Iara, as meninas concordam com
elas.
— Maravilhosas. — afirma Yasmim.
— Vocês também estão um arraso. Lindas demais. — sorrio e bato
palmas quando elas dão um giro mostrando seus looks.
Maria veste um body rendado na cor branca e um short jeans cintura
alta na cor azul, nos pés ela optou por uma Anabele baixa.
Yasmim veste um macacão curto onde a parte de baixo é composta
por dois babados que o deixa parecendo um vestido, ele é de na cor com
manga curta e tem um decote traçado na parte da frente.
Iara está vestindo um body em renda na cor preta, ele tem renda no
busto com transparência pelo resto da peça e duas tiras na frente que
desenham ainda mais os seios. Seu look se completa com uma minissaia
com um leve brilho na cor preta e uma sandália de salto nos pés.
Hoje eu optei por um conjunto de short e cropped em malha. O
tecido é na cor cinca escuro com brilhos. O short vai até ao meio das coxas
com bolsos nas laterais e cintura alta, o cropped é de manga curta, vai até
um pouco abaixo dos seios com decote transpassado.
Minha mãe e tia Rana optaram por calças e blusas de alças. Minha
mãe veste uma calça de coro preta e uma blusa na cor rosa e tia Rana uma
calça jeans na cor azul escura e uma blusa preta. Ambas estão calçando
saltos, mas não muito alto.
— Vocês já pediram as bebidas? — pergunto.
— Pedimos drinks, mas vocês podem ver o que tem de bebida
disponível ou pedirem cerveja. — Maria respondeu.
Minha mãe e tia Rana quiseram drinks com vodca e eu com Gin
Tonica. Vodca é muito forte para eu começar a tomar ainda no início. Elas
estão acostumadas a beber, mas eu não e sempre fui fraca para bebidas
alcoólicas.
Pegamos nossas bebidas e depois que as tomamos fomos dançar.
Ao chegarmos na pista de dança, nós deixamos a música nos
envolver e começamos a dançar sem se importar com quem está ao nosso
redor. Rebolo sensualmente e depois ondulo o corpo no ritmo das batidas. A
música que toca é eletrônica, mas logo muda para músicas da Rihanna,
Maluma e Jennifer Lopez.
Iara se colocou atrás de mim e passamos a dançar juntas, dando um
show para quem nos assiste e sonha em ver duas mulheres se pegando.
Ele agarrou minha cintura com força e me fez colar meu corpo ao
dela, depois ia me conduzindo a dançar a música no ritmo da batida nos
fazendo descer até o chão.
Olhei para o lado e minha mãe e tia Rana estavam do mesmo jeito
assim como Maria e Yasmim.
Maria rodopiou Yasmim e depois a segurou de frente, ondulando seu
corpo ao dela de uma forma tão provocante que seria impossível quem
gosta de mulher não ficar com tesão.
Assovios começaram a ser ouvidos e isso as instigou a se soltar
ainda mais.
Depois Maria inclinou Yasmim para frente e deslizou os dedos de
leve por suas costas e ao final deu uma tapa ardida na bunda. Segurou em
seu cabelo e puxou de volta, colocando a mão na barriga dela e voltando a
dançar sensualmente até o chão.
— Gostosas. — muitos homens começaram a gritar, mas elas só
estavam interessadas em dançar.
Finalizaram a dançar com um rodopio da Maria e a Yasmim
agarrando sua cintura e lhe dando um selinho, o que fez gritos ecoar por
todo o ambiente.
Elas se abraçaram e Yasmim deu uma tapa na bunda da Maria. Elas
se separam e de mãos dadas foram para o bar pedir mais drinks.
Voltei a dançar com a Iara, mas após dançar mais uma música nós
fomos pegar mais drinks e nos sentar para descansar um pouco as pernas.
Nós nos sentamos nas banquetas e ficamos observando as pessoas
dançaram. Trocamos olhares com alguns carinhas bonitos que estavam
próximo a nós, mas tínhamos separado essa noite apenas para curtir entre a
gente.
Estávamos conversando quando alguns rapazes chegaram em nós.
— Será que podemos fazer companhia a essas belas mulheres? —
um cara loiro e muito bonito perguntou.
— Obrigada, mas estamos curtindo entre amigas, gato. Homens
estão fora do nosso radar hoje. — respondeu Maria lhe dando uma
piscadela.
— Que pena, gata, mas deixe-me dizer que amei a dança de vocês e
se quiserem a participação de algum homem para essa curtição entre vocês
pode nos chamar. — sorriu malicioso com seus olhos dançando pelo corpo
dela.
Abrir um sorriso largo porque eu sabia o que vinha por aí.
— Desculpe, lindo, mas minha mulher não curte compartilhar, e
ainda mais com um homem. — Ela se pôs na frente da Yasmim e beijou os
lábios dela de leve, porém de forma demorada.
— Bem que eu imaginei que vocês curtiam bocetas pela forma que
dançaram. Que desperdício. — resmungou o terceiro cara que nos
incomodavam para que terminássemos a noite com eles.
— Desperdício seria se eu deixasse de ficar com uma mulher
gostosa como essa. — ela alisou a bunda da Yasmim para dar ênfase. —
para ficar com caras como você que não sabem levar um não, agora vaza
antes que eu chame o dono da boate e ele os coloque para fora daqui por
nos perturbar.
Maria era bastante conhecida tanto por ser filha de um dos maiores
advogados daqui como por ser uma advogada implacável, fria e que sempre
consegue que condenem os criminosos que o escritório de seu pai é
contratado para colocar na prisão.
O cara a olha com o rosto tomado por raiva, mas seus amigos tocam
o braço dele e eles vão embora.
— Babacas. — resmunga Iara tomando um gole de seu drink.
— Vamos deixar esses broxas babacas para lá e voltar a dançar. —
Disse Maria pegando a minha mão e me levando de volta para a pista de
dança.
Todas nós voltamos a dançar, só que agora eu estava dançando com
a Maria. Nós começamos a dançar de forma sensual e eu mais uma vez me
deixei envolver com a música.
Logo a batida mudou e uma música quente e sensual começou a
tocar e as mãos de Maria que estavam na minha cintura foram trocadas por
mãos grandes e fortes. A pegada na minha cintura me fez gemer e fechar os
olhos.
Lábios tocaram minha orelha, me fazendo arrepiar, e uma mão
possessiva se concentrou no meu baixo ventre apertando de leve enquanto a
pessoa em questão nos mexia envolvidos pela música.
Eu senti algo duro em minha bunda e não consegui controlar os
outros gemidos que saíram cada vez que ele roçava sua ereção em minha
bunda.
— Quero ouvir esses gemidos à noite toda enquanto eu me enterro
todo em sua boceta gostosa. Quero ouvir seus gritos ao ter meus lábios ao
redor do seu clitóris o chupando até que você esteja gozando enlouquecida
na minha boca. E essa bunda linda e gostosa que você está esfregando no
meu pau vai terminar a noite marcada por minhas mãos, pois eu vou bater
nela toda vez que me afundar em você por trás. Essa noite você vai suplicar
para que não pare de te foder e eu te foderei tanto que amanhã não
conseguirá andar em linha reta. Hoje você é minha, Raquel!
Ele mordeu minha orelha e depois me virou tomando minha boca
com volúpia e luxuria.
Perdi-me em seus braços e me entreguei à sensação deliciosa de ter
meus lábios consumidos pelos seus.
Sim, eu suplicaria a noite toda para ser fodida por ele.
Que ele me foda até eu esquecer meu nome e não possa me sentar
amanhã.
Essa noite eu serei dele! Só dele!
NOSSA NOITE
Zyan
Horas Antes…
Há dias eu estou com a cabeça um limbo só.
No dia da corrida eu fiquei observando a interação da Raquel com
nossos amigos e os seus.
Ela está mais linda que nunca, sua felicidade a deixou com um
brilho especial.
Raquel está leve, feliz, mais solta. Ela deixou de ser aquela menina
retraída, tímida, que vivia com a cara enfurnada nos livros e só saía para ir
trabalhar ou participar das nossas corridas.
Hoje ela tem amigos, quis fazer faculdade para ter uma profissão,
profissão essa que passou a amar assim que teve contato com ela e começou
a trabalhar na ONG.
Eu estou feliz por ela, mas minha felicidade só será completa
quando ela me aceitar como o único homem de sua vida. Eu lhe dei tempo
para pensar.
A deixei curtir com outros caras, pois eu estava confuso e sem saber
o que verdadeiramente sentia por ela. Contudo, já faz um mês que eu voltei
das minhas férias e sei o que quero.
Eu quero a Raquel para mim.
Quero-a como minha namorada.
Minha esposa.
Minha mulher!
Quero que construamos uma vida juntos, quero vê-la de noiva
caminhando até mim, que estarei esperando-a no altar com um sorriso
estampado no meu rosto.
Quero ver sua barriga grande com nosso filho se desenvolvendo
dentro dela e envelhecermos juntos e felizes.
Eu quero tudo com ela.
Quero viver para ela e a fazer feliz até o último dia de nossas vidas.
E é com esse pensamento que eu decidi ir até ela na boate onde ela
foi com sua mãe, a minha e as outras meninas e a tomar para mim. Hoje a
paçoquinha não me escapa e eu vou me fartar em seu corpo como venho
desejando desde a nossa primeira vez.
Entro na casa do tio Vitor onde ele está tomando uma cerveja com
meu pai e assistindo ao jogo de futebol.
— Boa noite, tio Vitor, pai.
— Boa noite, garoto. Boa noite, filho. — eles respondem juntos.
— Quer dizer que enquanto as suas esposas estão rebolando a bunda
em uma boate, vocês estão aqui bebendo cerveja? — comento rindo.
Sento-me no sofá ao lado do meu pai.
— Somos maridos delas, não donos, meu filho. Elas também têm o
direito de curtirem com as amigas sem que fiquemos a noite toda em cima
delas.
— Sei que sim. Elas se deram bem com as amigas da Quel e estão
felizes.
— Sim, a chegada dessas meninas deu uma rejuvenescida nelas,
sem falar que minha princesa está mais feliz que nunca. — tio Vitor fala
sorrindo.
— Ela está feliz, não é? — sorri, mas meu sorriso não alcançou os
olhos.
— Sim, ela está, mas e você Zyan? Notei que desde sua volta das
férias não tem a mesma alegria de antes. Minha filha tem a ver com isso?
— Eu amo a Raquel, tio Vitor. Fui um babaca com ela e reconheço
isso e já pedi perdão a ela e continuarei a pedir. Minha vida não tem sentido
sem ela. — sou sincero.
— Sinto sua falta na empresa, pois passávamos o dia juntos
praticamente. Embora eu esteja feliz por ela, sinto falta de quando ela era só
minha, quando passávamos o dia só nós. Sinto falta do antes.
— Você a ama como mulher filho? — meu pai pergunta. — A ama
para ser sua mulher, para construir uma vida com ela?
— Sim, pai. Eu a amo com tudo que há em mim. Tudo o que eu
mais quero é ter a Quel como minha esposa e mãe dos meus filhos.
— Então por que você não diz isso a minha filha? Eu gosto muito de
você garoto e ficaria feliz se vocês se acertarem, casarem e nos encherem
de netos. Sei que minha filha também o ama, isso não é segredo para
ninguém.
— A última vez que conversamos, ela me disse querer voltar ao
antes, a nossa amizade. Eu a magoei e temo que seu amor por mim acabe.
— Não acabou, eu sei que minha filha ainda o ama, ela só teme que
você não sinta o mesmo e depois que ficarem juntos se arrependa como da
outra vez.
— Mas, meus sentimentos já não estão mais confusos, descobri que
a amo ainda durante minha viajem para São Paulo, então nós conversamos e
ela disse para deixar tudo no campo da amizade. Eu disse que a amo quando
ela foi lá para meu apartamento e dormiu lá, contudo ela não acreditou que
eu a amasse como mulher.
— Creio que vocês deveriam conversar. Expor seus sentimentos,
falar o que realmente sentem um pelo outro. Não dá para continuar assim,
vocês estão se magoando, se negando a viver algo que ambos almejam:
ficarem juntos.
— Será que eu ainda tenho chance de fazê-la minha? Eu a amo!
— Só saberá se tentar, meu filho. Vá até ela e se entendam de uma
vez. — ele bateu no meu ombro.
— Vocês sabem onde é essa boate que elas foram?
— Sim, nós iremos lá buscar nossas esposas.
— Mas vocês estão bebendo.
— Cerveja sem álcool e é apenas uma garrafa. — responde tio Vitor.
— Então, vamos atrás das nossas mulheres. — falo decidido já me
pondo de pé.
— Nada de minha mulher, Raquel só será sua se ela assim quiser,
mas já vou logo avisando que se pisar na bola com ela novamente, eu te
castro, fui claro? — ele aponta para meu pau e faz o sinal de o cortando
com uma faca.
— Entendi perfeitamente, tio Vitor. Mas não pretendo pisar na bola
com a Quel nunca mais. Já aprendi a lição e não a quero ver nunca mais
chorando por minha causa.
Ele concorda e pega a chave do carro. Saímos de sua casa e
seguimos para os carros entro o meu e meu pai entra no do tio Vitor,
Minutos depois nós estamos na boate onde elas estão.
Ao chegarmos à boate nos deparamos com uma cena que de início
nos choca, mas depois ficamos apenas a observando.
— Deixa elas aproveitarem mais um pouco. — diz meu pai quando
eu dou um passo para ir até a Quel que está dançando de forma sensual com
a Iara.
— Todos os caras daqui estão babando nelas.
— Eu sei, mas enquanto eles babam, nós as temos. — diz tio Vitor
com um sorriso malicioso dançando em seus lábios.
Minha mãe estava dançando com tia Cintia, Yasmim com a Maria e
Raquel com a Iara. De repente todos param de dançar e abrem uma roda
deixando as meninas darem seu show.
Porra!
A forma como dançam deixa qualquer um de pau duro. O meu está
quase estourando a calça. Controlo o gemido que quer escapar de meus
lábios quando meus olhos se ficam nos movimentos dos quadris da minha
paçoquinha.
Ela está gostosa pra caralho, e tudo que eu quero é deixá-la nua e
devorar seu corpo. Enterrar-me até o fundo de sua boceta gostosa e fodê-la
até perder os sentidos.
— Porra! — uma exclamação chocada bem próxima de mim quase
me faz pular de susto e desviar o olhar da única mulher que povoa meus
pensamentos.
— O que vocês estão fazendo aqui? — questiono vendo Vinicius,
Adam e Denis de boca aberta ao assistir à dança das meninas.
— Hoje é sexta e a gente sempre vem curtir aqui nessa boate. —
Adam responde, com os olhos cravados em cada movimento que a Maria
faz.
— Caralho. — sua respiração fica ofegante quando ela empurra
Yasmim para frente e passeia suas mãos pelas costas delas e depois alisa sua
bunda e lhe dá uma tapa.
— Aposto não haver um cara aqui que não esteja duro ao ver isso.
— Denis deu um gemido dolorido.
Maria agarrou os cabelos da Yasmim e a levantou, girou-a e ondulou
seu corpo no dela de forma sensual. Depois sorriu e lhe deu um beijo casto
ao finalizar a música. Todos bateram palmas e elas sorriram e foram para o
bar pegar mais bebidas.
Ficamos observando-as e vimos o momento em que três caras se
aproximaram delas, eu quis ir lá, mas um pai disse que apenas
observássemos, pois elas colocariam os caras no seu devido lugar. E assim
fizeram, Maria e Yasmim os puseram para correr ao fingirem ser um casal
lésbico.
Depois, tomaram mais um drink e voltaram para a pista de dança.
Elas voltaram a dançar de forma sensual, mas dessa vez Raquel dançava
com a Maria. Não consegui me controlar mais e fui até elas.
Maria sorriu a me ver chegar, porém, a Quel estava de olhos
fechados, então não me viu chegar próximo a elas. Com um aceno de
cabeça pedi silenciosamente a Maria que me permitisse dançar com a
Raquel e ela saiu me deixando com ela. Levei minhas mãos até a cintura da
Raquel e a puxei colando nossos corpos.
Ela ofegou, soltando um gemido baixo, ao sentir meu pau duro roçar
na sua bunda gostosa, mas continuou de olhos fechados, grudei meus lábios
em seu ouvido e disse:
— Quero ouvir esses gemidos à noite toda enquanto eu me enterro
todo em sua boceta gostosa. Quero ouvir seus gritos ao ter meus lábios ao
redor do seu clitóris o chupando até que você esteja gozando enlouquecida
na minha boca. E essa bunda linda e gostosa que você está esfregando no
meu pau vai terminar a noite marcada por minhas mãos, pois eu vou bater
nela toda vez que me afundar em você por trás. Essa noite você vai suplicar
para que eu não pare de te foder e eu te foderei tanto que amanhã não
andará em linha reta.
— De agora em diante, você é minha, Raquel. — Decretei.
Mordi sua minha orelha e depois a virei, deixando-a de frente para
mim e tomo sua boca em um beijo desesperado, demonstrando através dele
o quanto a desejo e a quero. Ela se entrega e abre a boca deixando minha
língua dominar cada canto dela. Devoro seus lábios, chupo sua língua e
agarro sua nuca puxando seu cabelo em uma pegada mais forte que a faz
gemer.
Bebo seus gemidos e desfruto do sabor de seus lábios até não poder
mais e nos faltar e ar obrigando-nos a nos separar. Olho em seus olhos ao
desconectar nossos lábios e levo minhas mãos ao seu rosto o segurando
com ternura enquanto me perco na beleza de seus olhos.
— Eu te quero, Quel. Preciso de você como o preciso do ar para
respirar. Nos dê uma chance. Deixa-me te mostrar o quanto eu mudei, o
quanto eu te amo. Sei que agi como um babaca idiota e te peço perdão por
isso. Pedirei perdão pelo resto da minha vida, mas fica comigo, seja minha,
só minha. Não quero só sua amizade, pois descobri que te amo com
loucura. Eu a quero como minha namorada. Como minha mulher!
— Zyan… — seus lábios tremem e as lágrimas que estão em seus
olhos começam a escorrer por suas bochechas.
Grudo nossas testas.
— Eu te amo. Eu te amo, minha paçoquinha. Eu te amo com tudo o
que há em mim. Fui cego por não ver isso desde o início e mais uma vez te
peço perdão. Só aceite ser minha, pois tudo o que eu quero é ser seu. Ser
seu e te fazer feliz pelo resto da vida.
Seguro sua nuca e a beijo com ainda mais intensidade que o beijo
anterior. Nós não nos importamos com as pessoas ao nosso redor, só
existimos nós dois nesse momento.
Queria que o tempo parasse e ela ficasse para sempre em meus
braços e com sua boca colada a minha. Há muito custo nós desgrudamos
nossas bocas e eu olho em seus olhos.
— Vamos para o meu apartamento, quero te ter nos meus braços a
noite toda, quero dizer olhando em seus olhos o quanto eu te amo enquanto
me enterro em você e nós fazemos amor. Eu quero fazer amor com você,
Quel, e depois te foder com loucura até que estejamos tão exaustos que mal
conseguiremos sair da cama. Seja minha.
— Eu sempre sonhei com esse dia, com o dia que você descobriria
me amar e me pedira para ser sua, apenas sua. — sua voz embarga pelas
lágrimas que rolam por seu lindo rosto. — Eu sempre fui sua, Zyan. A
minha vida toda eu só quis você e isso nunca mudou. Mesmo depois de
tudo o que vivemos nos últimos meses, meu coração insiste em ser só seu,
em ter apenas você nele. Eu já sou sua e sempre serei. Eu te amo.
Sorrio e volto a tomar seus lábios. Assovios e palmas se ouvem ao
nosso redor e isso é nossa deixa para nos separarmos e irmos para o meu
apartamento.
Pego sua mão e vou até nossos pais e amigos.
— Nós vamos para o meu apartamento. — aviso.
— E só a devolverei no domingo a noite. — sorrio quando Raquel
cora ao olhar para seus pais.
◆ ◆ ◆

— Fico feliz que tenham se acertado. — Tia Cintia comentou. —


Faça minha filha feliz ou cortarei o que tem entre as pernas.
— Tio Vitor falou o mesmo. — sorri. — não se preocupe, não
pretendo magoá-la novamente, pois isso me doeu e ainda me dói. Eu sofro
se vê-la sofrer, então não pretendo repetir meus erros. — beijei a cabeça da
Quel.
— Fico feliz por vocês, meu filho. — meus pais nos abraçam. — A
faça feliz. — pediu minha mãe.
— Parabéns por finalmente tirar a cabeça da bunda e pegar essa
mulher para você. Estava a ponto de roubá-la para mim. — provocou
Vinicius.
Todos riram quando fechei minha cara, mas depois relaxei. Eu sabia
dos meus erros e não podia reclamar da Raquel por ficar com ele.
— Mas agora ela é minha e você vai ficar com suas mãos bem longe
dela. — fiz minha melhor cara de mau.
— Fico feliz por vocês — Adam veio nos abraçar.
Depois se virou para a Raquel e disse olhando em seus olhos:
— Eu disse que ele te amava, só era burro demais para admitir.
Espero de coração que você seja feliz ao lado do homem que sempre amou
e não se esqueça que pode sempre contar comigo para qualquer coisa. E se
ele cometer um deslize me diga que eu chuto a bunda dele.
Ele enxugou as lágrimas dela e a abraçou.
— Obrigada. Obrigada por tudo, por me fazer ver que eu precisava
de algo mais na minha vida, por me levar na ONG e me dar à oportunidade
de conhecer aquele lugar maravilhoso e no qual amo trabalhar. Obrigada
pelos conselhos e por sempre estar comigo. — ela sorriu. — Te amo meu
amigo.
Ele a abraçou de novo e depois beijou sua testa.
— Cuide dela ou eu chuto a sua bunda.
— Cuidarei. — o abracei e nos despedimos de todos.
Ao entramos no meu carro e antes que eu o ligue e o coloque em
movimento me viro para ela.
— Hoje começaremos uma nova fase na nossa vida. A partir de hoje
seremos um para o outro e nosso amor será para sempre.
Ela sorri e me dá um beijo leve nos lábios.
— Eu te amo.
— Eu te amo.
Colocamos o cinto de segurança, ligo o carro e saio do
estacionamento.
Enfim, ela seria toda minha!
JUNTOS
Raquel
Meu peito parece que vai explodir de alegria desde o momento que
Zyan me disse que me ama e que quer que eu seja sua mulher.
Foi uma surpresa vê-lo ali na boate e com as mãos na minha cintura.
As palavras que ele falou ao meu ouvido estão vivas em mim, me fazendo
querer gritar de alegria.
Gritar a todos que eu o amo e que ele me ama também. Ainda está
difícil controlar o turbilhão de moção que há em mim e não me deixar
chorar por horas. Eu esperei tanto tempo para ouvir o que ele me disse que
temo de estar sonhando.
Assim que ele para o carro na garagem de seu prédio, desliga o
carro, tira o cinto de segurança e sai do carro dando a volta e abrindo a
porta do meu lado para me ajudar a sair do carro.
Ele segura minha mão e me puxa para seus braços, toma minha boca
na sua e nos perdemos nos lábios um do outro.
— É melhor entramos ou o síndico pode nos acusar de atentado ao
pudor. — comentei sorrindo.
— Sim, é melhor entrarmos, pois o que quero fazer com você não
pode ser feito aqui.
Ele sorriu e pegou minha mão. Fechou s porta do carro e apertou o
alarme. Cumprimentamos os seguranças e o porteiro e entramos no
elevador.
Assim que as portas metálicas se fecharam, Zyan me prensou na
parede de metal e se apossou da minha boca. Sua perna foi parar entre as
minhas e eu me esfreguei nele sem pudor algum, apenas em busca do meu
clímax.
As portas do elevador se abriram e ele me pegou no braço e nos
tirou de dentro dele. Caminhou ainda com seus lábios colados aos meus e
abriu seu apartamento com sua digital.
Ele bateu à porta em um baque e foi comigo direto para seu quarto.
Zyan me pôs no chão e me olhou com ternura. Pôs-se atrás de mim e
colocou meus cabelos de lado, dando beijos em meu pescoço logo em
seguida.
Levou as mãos até a bainha da minha blusa e eu levantei os braços
para que ele a retirasse do meu corpo.
Zyan jogou a blusa e algum lugar que não me importei de ver qual
era e passou a beijar meu ombro, nuca e costas. Beijou com carinho toda a
pele exposta. E ao chegar ao feche do sutiã o abriu e deixei que a peça
caísse aos meus pés.
— Zyan… — gemi seu nome, deliciada pela sensação de prazer e
arrepio que seus lábios provocavam em mim.
— Eu te desejo tanto, Quel. Sua pele, seu cheiro, seus lábios. Todo
seu corpo me deixa louco. — Ele falava enquanto me beijava inteira. Seus
lábios me causavam arrepios e me faziam gemer.
Perco o fôlego quando ele chupa a ponta da minha orelha bem
devagar. E gemidos me escapam ao senti-lo lamber meu pescoço. Eu estou
totalmente entregue a ele.
— Você me encanta com seu sorriso. Ver-te feliz, me faz feliz. —
Ele virou meu rosto e tocou meus lábios com delicadeza antes de tomá-los
nos seus.
Abri a boca, deixando que ele tomasse tudo de mim. Suas mãos
foram para minha cintura e as apertaram de forma possessiva. Eu apertava
em meus braços enquanto sua língua lambia e chupava meus lábios.
Suas mãos deixaram minha cintura e foram para meus seios. Gemi
em sua boca deliciada com o prazer que suas mãos em meus seios me
proporcionavam e Zyan deixou meus lábios e passou a chupar os meus
seios.
— Eu estava morrendo de saudade de chupar essas belezas em
forma de seios.
— Zyan… — falei seu nome necessitada de seu toque em outras
partes do meu corpo que pulavam em busca de alívio.
— Sua bocetinha está pulsando para ter minha boca e meu pau nela?
Ela está clamando para ser fodida duro? Quer minha boca te chupando até
que goze, Quel? — perguntou rouco sem deixar de chupar meus seios.
Zyan segurou as laterais do meu short e se abaixou levando-o e a
calcinha ao chão no processo. Depois colocou a cabeça entre minhas pernas
e inspirou meu cheiro.
— Delícia. Estava com tanta saudade dela
Ele abriu minhas dobras e soprou me fazendo gritar. Depois
dedilhou meu clitóris e eu apertei seus ombros, tomada por prazer.
— Pare de me torturar e me chupe logo. — Mandei batendo em seu
ombro e o fazendo rir.
O vibrar de sua risada em meu centro me deixou ainda mais
desejosa de sua língua. Zyan colocou uma perna minha em cima de seu
ombro e com sua língua passou a me chupar.
Sua língua girou em meu clitóris e eu perdi as forças quase caindo
sobre ele, então Zyan apertou minha cintura me firmado para que ele
pudesse tomar tudo de mim e eu gozasse em sua boca.
Ele trabalha com afinco em meu centro chupando e lambendo cada
cantinho da minha boceta. Suas mãos deixam minha cintura e apertaram
minha bunda, um dos seus dedos circulava ao redor do meu ânus. Travei.
― Um dia quero possuir aqui e provar a você o quanto é prazeroso.
Tanto que não vai mais querer ficar sem. Por agora me contentarei com essa
sua boceta gostosa. Você será todinha minha Quel, cada centímetro desse
corpo lindo e gostoso será meu para usar e abusar. Viverei para te fazer feliz
e te satisfazer de todas as formas.
Eu estava inebriada demais de prazer e muito fascinada com as
sensações maravilhosas que sua língua me causava para discordar dele. Eu
realmente queria que ele me satisfizesse de todas as formas e me levasse ao
céu toda vez que me fodesse.
Eu só o queria, hoje, amanhã e para sempre.
Eu o amava e era apenas dele.
Gritei ao ter seus dentes raspando meu clitóris e gozei estremecendo
por completo. Zyan continuou me chupando e só parou quando gozei pela
segunda vez.
— Te amo. — disse ao se pôr de pé e me beijar.
Gemi ao sentir meu sabor misturado ao de sua boca e logo
estávamos sobre a cama com ele pairando sobre mim.
— Agora eu vou amar cada pedacinho do seu corpo. Não quero usar
camisinha, quero te sentir por completo.
— Eu uso anticoncepcional implantado no braço. Ele é o mais
eficaz só uso camisinha por conta de doenças.
— Não transei com mais ninguém depois de você. — confessou
olhando em meus olhos. — Você se tornou a única mulher em quem eu
desejava tocar depois que a tive pela primeira vez.
— Zyan… — minha voz estava presa na garganta diante de sua
afirmativa.
— Eu sei que você transou com outros caras após mim, Quel. E não
ligo, pois eu mesmo disse para fazer isso, mas eu não consegui ficar com
ninguém após você. Eu só a queria. Eu só quero você. A mulher que eu
amo, que amarei para sempre.
As lágrimas romperam mais uma vez e eu o beijei. O gosto de seu
beijo misturado as minhas lágrimas. Abri minhas pernas e Zyan se pôs para
dentro de mim com delicadeza e devagar.
Gemi em seus lábios ao senti-lo me alargar e quando já estava todo
dentro de mim e seu piercing tocou meu ponto G gritei de prazer. Abri-me
máximo possível e ele passou a acelerar as arremetidas em mim.
Contorci-me dentro de seus braços e me entreguei ao momento
pedindo para que ele fosse mais rápido e forte.
Zyan batia forte em meu interior fazendo suas bolas baterem em
minha bunda. Ele levou os dedos até meu clitóris e o tocou rápido,
aumentando meu prazer. Ele rebolou com seu pênis dentro de mim e isso
foi o que eu precisava para gozar mais uma vez.
Zyan estocou mais algumas vezes e depois gozou dentro de mim.
Me beijou e ficamos abraçados até nossa respiração normalizar.
Após alguns segundos abraçados, Zyan saiu de mim, se levantou me
levando consigo e me pegando no colo. Ele entrou no banheiro e ligou o
chuveiro nos colocando debaixo dele.
Pôs-me no chão e voltou a me beijar.
O senti ficar duro e seu pau cutucar minha barriga, olhei para baixo
e sorri de lado. Ajoelhei-me em sua frente e peguei seu membro apertando-
o em minhas mãos. Zyan gemeu e fechou os olhos aproveitando cada
movimento que eu fazia em seu pau.
― Seu sabor é maravilhoso. — disse após colocar seu pau em
minha boca e dá uma boa chupada nele. — Também senti falta de tê-lo na
minha boca. De chupar e sentir sua porra batendo fundo na minha garganta
para logo depois eu engolir tudo.
― Porra! — Apertei seu pau e depois o coloquei na minha boca de
novo nele e o chupei com vontade.
Lambi, chupei e brinquei com suas bolas até que Zyan não pode
segurar mais e gozou forte em minha língua, enchendo minha boca com seu
gozo e perdendo as forças no processo.
— Caramba! Fiquei mole. — sorri e me pus de pé.
Ele pegou o sabão líquido nas mãos e me lavou. Fiz o mesmo com
ele e depois de nos enxugamos e voltamos para cama.
— Estou cansada. — falei bocejando logo em seguida.
— Nós vamos só dormir agora, mas amanhã e depois eu vou-te
foder até não conseguir andar direito depois. Sua boceta será meu café da
manhã, almoço e jantar. A devorei inteira amanhã paçoquinha. Amanhã e
sempre.
Beijei seus lábios e suspirei deixando do sono nos tomar.
Sim, eu queria ser devorada por ele.
E amarei cada prazer que ele me dará amanhã e depois.
AMANDO-NOS
Raquel
Sinto lábios quentes tocarem em meu ombro e resmungo fazendo
Zyan rir com os seus lábios no meu ouvido e o vibrado de sua risada me
provoca um arrepio gostoso, ele morde minha orelha e depois fala:
— Acorda, paçoquinha, ainda não matei meu desejo de você. Quero
devorá-la o dia e a noite toda.
Virei-me ficando de frente para ele, abri minhas pernas com ele
ficando entre elas. Zyan abaixou a cabeça e tomou meus lábios nos dele,
nosso beijo era quente, necessitado, molhado.
Nossas bocas tomando cada cantinho da boca um do outro,
chupando a língua, mordendo os lábios.
Ele deixou minha boca dando selinhos nela e passou a beijar meu
queixo, desceu com meu pescoço chupando e lambendo cada cantinho dele,
seguiu por meu colo e continuou fazendo a mesma coisa: lambendo,
chupando, beijando até chegar aos meus seios onde ele circulou sua língua
sobre o bico já intumescido e depois o chupou me fazendo arquear as costas
da cama e geme alto.
Sinto o seu pênis roçar em meu centro e como já estava molhando
pela forma como ele chupava meus seios e necessitada de um contato maior
em meu clitóris, passei a me esfregar em seu pau, Zyan segurou seu pênis
pela base encostou a cabeça em meu clitóris e começou a esfregar
aumentando o meu prazer e me fazendo se contorcer entre os seus braços.
Cada vez que seu piercing tocava meu nervo, eu ia ao céu e delirava
de prazer. Suas mãos alisando meu corpo, sua boca chupando meus seios e
seu pênis pincelando meu clitóris com rapidez me causavam sensações tão
boas que não resisti e gozei forte cravando as minhas unhas em suas costas
e as arranhando.
Eu me encontrava mole pelo orgasmo, mas Zyan não se contentou
com isso, deixou os meus seios, ficou de joelho na cama, elevou as minhas
pernas e me penetrou em uma estocada só me arrancando o ar. Arqueei as
costas da cama e ele começou a estocar violentamente dentro de mim.
Eu amava as sensações maravilhosas de prazer percorrerem todo
meu corpo ao ter seu pau me fodendo. Amava ser preenchida por ele, ter o
seu pênis me alargando por completo batendo fundo em mim, e o seu
piercing tocando meu ponto g era uma loucura deliciosa.
Adorava cada sensação de que ele me provocava!
Ele tornou a abrir minhas pernas de novo, acomodou-se por inteiro
em uma estocada tão forte que eu levantei as costas do colchão e gritei
maravilhada de prazer. Zyan, então, começou a rebolar, ele fazia um
movimento com o quadril que me levava à loucura, eu não conseguia
manter os meus olhos abertos, só sabia gemer, gemer e gemer.
— Gostosa demais.
— Zyan…
— Amo cada pedacinho do seu corpo. Sua boceta é meu paraíso
particular. Quero fodê-la para sempre.
Sua voz saia ofegante devido aos movimentos rápidos que ele fazia.
Nosso sexo era intenso, era quente, o som molhado do seu pau em
minha vagina que estava tão lubrificada que escorria melando o lençol, só
aumentava nosso tesão. O som alto da batida da sua pélvis na minha e
coava por todo o quarto.
Suor, nossos cheiros se misturando, gemidos e gritos de prazer, era
como um afrodisíaco para o nosso desejo, fazendo-nos devorar como
animais no cio. Loucos pelo corpo um do outro. Entregues e sedentos por
mais, por tudo.
Devorei seus lábios, enfiei meus dedos em seu cabelo, apertando-o
com força e o fazendo gemer e me castigar ainda mais com suas
arremetidas duras. A visão de seu corpo atlético, com os músculos
flexionando todas as vezes que ele impulsionava seu pau para dentro da
minha boceta, me deixava à beira do abismo.
Eu queria beijá-lo inteiro.
Chupar cada cantinho de seu corpo.
Perder-me nele, hoje e sempre.
Nossos olhares se encontraram e meu peito se agitou com o que vi,
nos dele. Era carinho, paixão, amor.
— Eu te amo. — as palavras deslizaram por meus lábios de forma
tão doce e forte que Zyan parou de se movimentar.
— Eu te amo. — repeti com meus olhos cravados nos deles.
Ele sorriu lindamente e tocou meu rosto com delicadeza.
— Eu te amo, paçoquinha. Eu te amo.
Segurei sua nuca e puxei sua cabeça colando seus lábios nos meus.
Zyan voltou a estocar e gozamos juntos, nos perdendo nos lábios um do
outro.
Ele saiu de mim e se colocou de lado me puxando para seus braços.
Ficamos assim até nossa respiração acalmar.
Após nosso sexo matinal, nós tomamos banho e saímos do quarto
para comer algo. Já passava das 10h da manhã, então Zyan fez um suco de
laranja com um sanduíche de pão com queijo para nós e pediu nosso
almoço do nosso restaurante italiano favorito.
Sentamos-nos no sofá e ficamos abraçados assistindo ao filme de
ação que tanto gostamos. Ele fazia carinho em meus cabelos e como meu
corpo estava cansado de todos os exercícios sexuais que fizemos, eu acabei
cochilando.
— Acorda, dorminhoca. — senti lábios em meu rosto. — Nosso
almoço chegou. Vamos comer enquanto a lasanha está quente.
Levantei-me de suas pernas e me espreguicei. Acomodei-me em seu
colo com uma perna de cada lado do seu corpo e escondi o rosto em seu
pescoço.
— Você me deixou esgotada. — resmunguei beijando-o.
— Você não me deixou diferente. — ele me apertou e inspirou meu
cheiro. — Amo seu cheiro. Por mim, eu ficaria todos os dias assim com
você em meus braços e sentindo seu cheiro de rosas. Minha vontade é te
beijar inteira, lamber todo seu corpo até ter seu cheiro impregnado em mim.
— Também amo seu cheiro. Amo você todinho. — O beijei. — mas
eu estou com fome e sono. Vamos comer e depois tirar um cochilo tudo
bem? À noite podemos sair para jantar e eu amarei ser sua sobremesa.
Sorri provocante e ele me deu duas tapas ardidos na minha bunda.
Eu vestia uma cueca sua e uma camisa.
— Gostosa. Vou te comer inteira, quem sabe eu desfrute minha
sobremesa favorita… — ele tocou minha boceta e apertou em cima do meu
clitóris, me arrancando suspiros. — Com outro doce, algo gelado
escorrendo por sua barriga, minha língua quente o lambendo. Depois
rodeando seu clitóris e chupando com vontade até que seu mel escorra por
minha boca.
— Zyan… — apertei minhas pernas e a esfreguei em seu colo.
Eu já estava excitada.
— Sei que está louca para gozar, mas isso só será possível à noite
quando eu te devorar inteira e te foder de todas as formas. — ele sussurrou
em meu ouvido. — Agora vamos almoçar e dormir para repor as energias
que gastaremos mais tarde.
Gargalhei quando ele começou a me fazer cócegas e depois se
levantou me levando com ele.
Ao chegarmos na cozinha, ele nos serviu e comemos entre risos e
provocações sexuais.
Ao terminarmos de comer, lavamos o que sujamos e voltamos ao
quarto, escovamos os dentes e nos deitamos abraçados caindo no sono logo
em seguida.
Eu não podia estar mais feliz!
BÔNUS: ADAM E MARIA
Adam
Hoje era um dia atípico na minha vida. Não estava com ânimo para
nada, trabalhar hoje fora um sacrifício, pois a cada dia que eu ficava ao lado
da Maria meu desejo e fome por ela aumentava.
Eu estava confuso.
Meses atrás achei que amava a Raquel e sofri ao ter a certeza de que
ela nunca retribuiria o sentimento que eu sentia por ela, então para não
continuar sofrendo decidi só focar no sexo.
Ele nunca me deixaria mal, nunca me faria sofrer. O sexo era meu
ponto forte e até meu refúgio nas noites em que me sentia solitário.
Mas ela começou a trabalhar comigo, aquela deusa em forma de
mulher, com a boca esperta e os olhos altivos. Sempre se achando superior
em sua postura elegante, mas o fogo dançava em seus olhos.
A cada palavra desaforada que saía da boca da Maria, despertava em
mim uma vontade louca de colocá-la sobre meus joelhos e castigar com
minhas tapas aquela bunda grande e arrebitada que ela tem. Ela tem o dom
de me fazer querer esganá-la e fodê-la na mesma intensidade.
E isso piorou depois que fodemos aquele dia.
Não voltamos a ficar, mas sempre que ela me via um sorriso
provocativo brotava em seus lábios grossos. Não estava conseguindo
controlar o impulso que clamava dentro de mim de tomá-la mais uma vez e
isso estava me enlouquecendo.
Mas não foi esse desejo desenfreado que estou sentindo por ela que
me fez desconfiar dos meus sentimentos e sim algo que nos aconteceu essa
semana que me fez descobrir que o meu sentimento por ela era mais forte.
Como disse, eu achei que tinha me apaixonado pela Raquel, mas nuca
sentira ciúmes dela, não, eu queria sua companhia, seu corpo sob o meu,
mas nada, além disso.
Pensei que sentia algo diferente por ela, pois eu ansiava por sua
companhia, porém também ficava com outras mulheres quando a Raquel
ficava com os meninos e eu não me importava com isso. Tanto que quando
ela falou que tinha a curiosidade de saber como era ser fodida por dois
caras, eu não pensei duas vezes antes de propor aos meninos que a
compartilhássemos.
Nós já tínhamos feito isso e eles também sentiam desejo por ela,
pois Raquel é uma mulher linda e muito gostosa, então aceitaram de
primeira.
A noite que a compartilhamos foi incrível e me senti frustrado,
confesso, quando ela não quis repeti-la, então, eu entendi que a Raquel não
é mulher de apenas noites de sexo, para ela se entregar por completo tem
que haver sentimento e seu coração pertencia ao Zyan. Então ao receber o
não dela fiquei mal, sim, mas logo estava ficando com outras mulheres.
Algo que não aconteceu depois que transei com a Maria e isso
estava me consumindo. Eu não conseguia ficar com mais ninguém, pois era
apenas nela quem eu queria me enterrar e foder até a exaustão. Meu corpo
só desejava o dela e isso era fodido de demais.
E foi ao sentir algo que eu não sentia quando o assunto era a Raquel,
que eu descobri que não era apaixonado por ela, tudo que eu sentia era
tesão. Mas com a Maria isso me atingiu de uma forma poderosa e me vi
querendo matar o 'filho da puta' que estava com as mãos sobre ela. Jairo
Gomes, o novo advogado contratado pelo meu chefe, não perdeu a
oportunidade de dar em cima dela, e tocá-la, assim que começou a trabalhar
no escritório.
Todas às vezes que o via rondando a Maria meu ciúme atacava e eu
só queria socar a cara dele e tirar o sorriso debochado de seu rosto. E tudo
piorava quando Maria retribuía suas cantadas e sorrisos.
Eu estava com raiva da interação entre os dois e acabei discutindo
feio com ela ontem.
E ela, como sempre, jogou na minha cara que era livre, que não
tínhamos nada, que tudo o que aconteceu entre nós, não passou de uma
foda, uma ótima, mas apenas isso: sexo.
Fiquei louco e agarrei seu cabelo apertando com força e tudo em
mim gritou para fodê-la quando ela gemeu apreciando meu agarre
possessivo em seu cabelo.
Tomei sua boca em um beijo desesperado, afoito e por pouco não a
perdi a razão e a fodi na minha sala para que todos ouvissem seus gritos de
prazer e soubessem a quem ela pertencia, então, seu sorriso de vitória por
me fazer perder a cabeça me fez voltar a razão e a soltei. Ambos ofegantes,
meu pau latejava de desejo e seus seios subiam e desciam pela força que
fazia ao respirar.
— Você é uma diaba, uma bruxa que só está aqui para tirar a minha
paz. — Bradei furioso.
— E você, um idiota que se acha melhor que todo mundo, se acha o
gostoso, o mais lindo, mas já falei que não é tudo isso.
— Eu me acho melhor que todos? Você que sempre vive com esse
ar de superior, com o nariz empinado e a postura altiva como se fosse
melhor que todos.
— Eu não sou assim. — gritou. — Só estou mostrando a você a
quem isso aqui pertence, meu pai pode gostar muito de você assim como
minha mãe, mas a filha deles sou eu.
— Isso tudo é ciúmes pela forma como seus pais me tratam? Que
infantil, Maria! É obvio que eu sei que sou apenas um empregado enquanto
você é dona e herdeira de tudo. Eu gosto muito dos seus pais, mas nunca
faria nada para tomar seu lugar.
Pela primeira vez vejo vergonha tomar conta de seu rosto. Ela
abaixa a cabeça envergonhada e dou dois passos ficando a sua frente e
tocando seu queixo fazendo-a me olhar.
— Não sou um canalha, Maria, sei do meu lugar e tudo o que eu
faço é dar o meu melhor, pois amo o que faço e sempre me doou por
completo em cada campo da minha vida.
— Estou me sentindo uma idiota, mas eu tenho medo de que um dia
meus pais deixem de me amar, que me abandonem como meus pais
biológicos. — Seus olhos encheram de lágrimas. — Por mais que eles
tenham me adotado, a dor da rejeição sempre está viva em mim. Me
desculpe por todas às vezes que fui uma cadela com você, Adam.
— Não se desculpe por sentir. Imagino como deve ser difícil para
você tudo isso. Mas seus pais a amam, Maria, e nada nesse mundo faria
Francisco e Ayna deixar de te amar.
— Eu sou uma boba, não é? — sorriu fraco. — Eu vou tentar ser
mais tolerante com você e não pegar no seu pé.
— Tudo bem, embora eu ame suas provocações e como se entrega
quando está sob mim, seus olhos queimando de desejo ao sentir o quanto
me afeta. — Prensei meu pau que estava bem duro em sua barriga e ela
ofegou.
— O desejo entre nós é papável, Maria, e não sei você, mas eu não
consigo mais me controlar e não te tomar em meus braços todas às vezes
que me vejo sozinho com você.
— Adam… — meu nome saindo em forma de gemida de sua boca
era a minha perdição.
— Eu quero muito te foder de novo, Maria. Esse desejo que sinto
por você está me enlouquecendo, só penso na nossa noite, nos seus
gemidos, no seu corpo sob o meu, no meu pau enterrado e sendo recebido
pelo calor de sua boceta, do sabor que ela tem e como é apertada e molhada.
— disse passando meu nariz por seu pescoço e depois inspirando seu
cheiro.
— Aposto que se eu tocar na sua boceta ela estará pingando por
mim. — Ela apertou as pernas. — Seu clitóris está pulsado, não está? Ele
está implorando por minha língua nele, não é? Sua boceta quer minha boca
a devorando Maria?
— Adam, por favor. — suplicou inclinando o rosto em minha
direção em busca de um beijo, mas não deixei que me beijasse e ela
resmungou frustrada.
Sorri.
— Não te vou foder aqui, Maria. Não correndo o risco de que
alguém a escute ou entre aqui e nos pegue. Seus gemidos são apenas meu, e
seu corpo nu, só eu verei. Não pense que não quero enterrar meu pau bem
fundo na sua boceta gostosa, pois eu estou morrendo para fazer isso, mas
não aqui. — Cheirei seu pescoço e me afastei.
Ela me olhava desejosa, suas pernas prensadas uma na outra para
conter sua excitação, suas bochechas estavam coradas e sua respiração
ofegante.
Linda.
— Só basta pedir para que eu a foda que agora mesmo nós sairemos
daqui e nós iremos ao meu apartamento e eu te foderei até não conseguir
andar direito no outro dia. Basta pedir, implorar por meu pau, implorar para
que eu a foda. Não é tão ruim assim. — sorri de lado e arquei uma
sobrancelha questionando-a.
— Eu não sou mulher de implorar Adam, você sabe disso. Eu tenho
tesão em você? Sim, não vou negar, mas implorar para que me foda já é
pedir demais. Desculpe Adanzinho, mas isso não vai rolar.
— Se você não me quer foder, tudo bem. — A diaba deu de ombros.
— Mas eu tenho certeza de que há alguém que não vai se negar a isso.
Aposto que se eu entrar na sala do Jairo me sentar na mesa dele e abrir
minhas pernas me oferecendo a ele, ele não pensará duas vezes antes de
rasgar minha calcinha e cair de boca na minha boceta até que eu goze nela.
Depois, me vai por de bruços sobre sua mesa e me foder até que meus
gritos sejam ouvidos por todos nesse escritório.
Minha respiração estava acelerada devido à raiva que me consumia
ao ter essas palavras provocadoras saindo de sua boca.
— Tenho certeza de que ele não se importa que me ouçam gemer. —
A bruxa gemeu no meu ouvido me enlouquecendo. — Ele só está à espera
de um sinal meu para me foder e como eu estou necessitada de uma boa
foda e você se nega a me dar, pois quer que eu implore, eu irei deixar que
ele me foda até eu não aguentar mais.
A diaba mordeu minha orelha, bateu na minha bunda e saiu da
minha sala rebolando aquela bunda gostosa que eu estava louco para foder,
e me deixou duro e plantado como uma estátua idiota a vendo ir para a sala
do infeliz que estava louco para pôr as mãos nela.
— Porra de mulher infernal. — gritei frustrado, me jogando na
cadeira depois que me recuperei do estado letárgico que suas palavras me
deixaram.
— Diaba. Eu ainda vou fodê-la, Maria. E, isso irá acontecer no dia
que implorar para que eu o faça. E você vai implorar. Ah, se vai!
Sorri com malícia e voltei a me concentrar nos documentos na
minha mesa.
Você vai implorar pelo meu pau, Maria.
Você vai implorar por mim!
ENFIM, NAMORADOS.
Raquel
Depois de dormirmos durante quase a tarde toda, eu fui com Zyan
jantar fora.
Eu sempre deixava roupas em seu apartamento para quando
resolvíamos sair do trabalho e ir jantar fora quando ainda trabalhava como
sua assistente pessoal.
Nesses dias eu dormia em seu apartamento e ia com ele para a
empresa no outro dia.
Ele escolheu um restaurante japonês para irmos.
— Aqui é lindo. — comentei ao pegar sua mão para sair do carro.
— Sim, pensei em trazê-la aqui por justamente nunca ter vindo.
Quem me apresentou esse restaurante foi o Adam e eu gostei muito de
jantar aqui.
Zyan colocou a mão nas minhas costas e me conduziu para dentro
do restaurante.
— Adam é um cara muito legal. O tenho como um amigo e fico
feliz da amizade que criamos.
— Sim, ele é. — Zyan sorriu e beijou meu rosto. — Fico feliz por
você sair do casulo e agora ter amigos. Porque não eu não sou seu amigo.
Parei de andar e o encarei.
— Não? — perguntei chocada.
— Não! Eu fui promovido. Agora sou seu namorado e, no futuro, o
seu marido.
Ele sorriu e segurou meu rosto. Uma gargalhada me escapou e
agarrei seu pescoço o puxando para um beijo. Tomei seus lábios os meus e
o beijei com loucura sem me importar com quem nos via.
— Já disse que te amo? — perguntei tocando seu rosto.
— Já, mas não me canso de ouvir você falar isso.
O abracei e depois nos desgrudamos, ele segurou minha mão e
entramos no restaurante sendo recebidos pela hostess. Ela nos levou até a
nossa mesa e nos acomodamos nas almofadas.
Agradecemos e Zyan fez nossos pedidos, ficamos nos tocando e
conversando até nosso jantar chagar. Nós amávamos comida japonesa, só
perdendo para uma boa comida italiana.
Comemos entre risos e conversas bobas e depois voltamos para seu
apartamento.
Entramos em seu apartamento e logo fui prensada na parede e minha
boca atacada pelo Zyan. Abri meus lábios para receber os dele e os degustei
sentindo o gosto da comida misturada ao sabor de sua boca.
— Zyan… — gemi me esfregando em sua perna que estava entre as
minhas.
— Eu quero te foder nesse sofá. — falou ofegante após desgrudar
sua boca da minha. Nossos lábios estavam inchados do beijo quente que
acabamos de dar.
— Sou toda sua, pode me foder onde quiser. — falei sorrindo e ele
soltou um palavrão.
Pegou-me no colo e me pôs ao lado do sofá. Retirou minha blusa
com desespero e depois tomou meus seios em sua boca. Gemi agarrando
seus cabelos e os puxando tamanho era meu prazer. Zyan sabia como me
fazer delirar de prazer só ao chupar meus seios, eu conseguia gozar só com
isso
O afastei e comecei a tirar sua roupa, ele ficou apenas me olhando
enquanto eu o despia na minha sala.
O deixei nu e alisei seu pênis já ereto de novo, sorri e me ajoelhei a
sua frente. O masturbei um pouco antes de colocar seu membro em minha
boca e lamber sua glande e a chupar com força, o fazendo se segurar no
sofá para não cair, quando suas forças se esvaíram assim que rodei minha
língua em seu piercing e depois chupei a cabeça já inchada que babava seu
líquido pré-ejaculatório.
— Porra. Que boquinha gostosa você tem, minha linda. — falou
entre gemidos.
Alternei entre lambidas e chupadas, enquanto fazia movimentos de
vai e vem com a mão no restante de seu pau que não cabia em minha boca.
Ele segurou em meu cabelo o puxando de leve e me fez olhá-lo.
— Por mais que esteja adorando essa sua boquinha quente e gostosa
no meu pau, eu preciso que pare, porque ainda quero te foder muito essa
noite.
Ele me puxou pelo cabelo e me pôs de pé. Segurou as laterais do
meu short e o puxou soltando palavrões ao ver que eu não usava calcinha.
— Sem calcinha. Estava esse tempo todo sem a porra da calcinha e
nem me avisou para que te foder com meus dedos no meio do restaurante.
Ofeguei com suas palavras, pois minha mente projetou as imagens
dele me fodendo com seus dedos grossos em um lugar proibido e senti
minha excitação escorrer pelas coxas, tamanho o desejo que me consumiu.
Ele me virou me debruçada sobre o braço do sofá com a bunda bem
empinada em sua direção.
— Eu amo essa sua bunda, sabia? — perguntou antes de dar uma
tapa, estalada e ardida, nela.
Gemi alto.
— Zyan… — rebolei minha bunda em sua direção sedenta e
ansiando por tê-lo logo dentro de mim.
— O que você quer, minha linda? — perguntou me abrindo para ele
pincelando seu pênis por minha bunda.
— Quer ser fodida pelo meu pau? Quer ter sua boceta sendo
alargada por ele? Quer gozar forte? Quer me te comendo gostoso?
A cada pergunta era uma tapa não muito forte que ele dava minha
bunda fazendo meu centro pulsar e minha excitação escorrer pelas minhas
coxas. Meu clitóris pulsava sedento por qualquer atrito que me fizesse
gozar. Tentei tocá-lo, mas Zyan pegou minhas mãos e as prendeu nas
minhas costas.
— Eu preciso gozar, Zyan, me foda logo, forte e duro. Me mostre
que só você sabe me comer como eu gosto. Como mereço. — supliquei
abrindo minhas pernas e me oferecendo para ele.
Zyan segurou meu cabelo com força o puxando e mordeu meu
pescoço chupando forte logo em seguida, com certeza ficaria a marca.
Ele lambeu minha orelha e depois sussurrou
— Seu desejo é uma ordem, minha gostosa. Eu vou te foder tanto
que amanhã você acordará assada, mas ainda pedirá para ter meu pau mais
uma vez nessa sua boceta deliciosa.
Foi tudo o que ele falou antes de me penetrar com uma estocada
dura e firme. Me inclinei para frente com a brutalidade de sua estocada e
gritei tomada pelo prazer. Zyan tornou a puxar meu cabelo e me ergueu em
sua direção para poder beijar a minha boca enquanto me castigada com suas
arremetidas certeiras e deliciosas.
Ele deu uma rebolada com seu pau dentro de mim e seu piercing
tocou em um ponto de prazer que me fez explodir em milhões de
pedacinhos. Ele acelerou os movimentos e tocou meu clitóris o beliscando
de leve e foi tudo o que eu precisava para gozar.
— Zyan… — gritei seu nome apertando seu pau dentro de mim e o
fazendo gozar também.
— Quel… — meu nome escapou de seus lábios e ele me virou ainda
socando dentro de mim e me masturbando, o que me fez gozar de novo
abraçada a ele e com minhas unhas cravadas em suas costas.
Ele saiu de dentro de mim e me beijou melando minha barriga com
o resto de gozo que saia de seu pau. Olhamos para o encontro dos nossos
sexos e seu gozo escorreu por minhas pernas, arrancando um sorriso
malicioso de seus lábios.
— Minha porra saindo da sua boceta é uma das melhores visões
desse mundo. — sorri e o beijei novamente.
Exausta, descansei minha cabeça em seu peito e ele alisou meu
cabelo e depois beijou minha testa.
— Vamos tomar um banho e dormir um pouco, amanhã eu te como
de novo.
Ele falou na maior cara de pau, ergui minha cabeça e olhei para sua
cara sínica.
— Estou morta, amor, você não cansa? — perguntei me
endireitando.
— De te foder? Nunca. Agora vem. — Ele me pegou no colo e me
levou direto para o banheiro.
Ao chegarmos no banheiro, Zyan me pôs no chão e passou a
distribuir beijos por toda minha pele, suas mãos grandes foram para minha
bunda e começaram a massageá-la.
— Eu quero foder essa sua bunda gostosa. — falou abrindo minhas
nádegas e tocando o meio delas.
Meu corpo se travou e Zyan riu.
— Nunca dei, mas sei que dói. Não sei se estou preparada para isso.
— Você vai gostar, mas também se não quiser, para mim, não tem
problema.
— Vou pensar com carinho nisso. — me virei e tomei seus lábios
nos meus.
Senti seu pau duro em minha barriga e reclamei.
— Você me disse que iríamos tomar banho e dormir.
— Não posso fazer nada se você é gostosa e ele se levanta só em
estar perto de você.
Zyan, me prensou na parede e gemi.
— Zyan…
— Eu quero te comer de novo. Eu preciso estar dentro de você mais
uma vez, Quel.
— Também quero. — falei sentindo minha excitação voltar.
Nós nos beijamos e ele nos levou para o quarto, me jogou na cama e
se colocou entre minhas pernas. Mordeu meu pescoço e lambeu onde havia
mordido, depois caiu de boca em meus seios nus e gemi e me esfreguei nele
em busca de atrito para gozar mais uma vez.
— Gostosa — ele mordeu de leve o bico do meu peito e depois
chupou, fez isso com um e depois o outro dando a mesma atenção aos dois.
Contorci-me embaixo dele e arqueei as minhas costas dando mais
acesso a ele para que pudesse chupar os meus seios à vontade.
Zyan pôs os dedos em meu centro e passou a estimular meu clitóris.
Gritei de prazer e ele aumentou as chupadas e a fricção em meu ponto
sensível, senti meu ventre se contorcer e um arrepio irradiar todo meu
corpo, gozei forte chamando seu nome.
— Zyan…
— Mais um orgasmo. — falou, sorrindo.
— Eu vou morrer desse jeito Zyan, minhas pernas já estão bambas.
— falei após voltar à realidade.
Eu estava mole dos orgasmos.
— Não se morre de orgasmo, Quel, bem, eu pelo menos eu acho que
não. — gargalhou. — Porém, se morrer será uma morte muito prazerosa e
eu amarei ser o causador dela. — Ele passou o dedo de leve por dentre
minhas coxas, me causando arrepios.
— Você é um Idiota — bati em seu braço e ele se abaixou, ficando
entre elas.
— Agora me deixa chupar essa belezinha que minha boca chega
está salivando para tê-la em minha língua e tomar todo seu gozo. — Passou
o dedo de cima a baixo em meu sexo me fazendo estremecer.
Eu estava bem sensível.
Acho que eu realmente não andaria amanhã.
— Vou te fazer gozar na minha boca e tomarei todo seu gozo —
falou de forma sussurrada enquanto dedilhava minha boceta. — Depois eu
vou voltar a te foder com meu pau até que não consiga mais andar.
— Aaaaa…
Voltei a gemer necessitada.
Nunca me cansaria de tê-lo entre minhas pernas, de ter sua boca e
dedos em mim. Eu amava Zyan e ser fodida por ele era o mesmo que tocar
no céu.
E ele me chupou com maestria, mordeu meu clitóris e me fodeu com
sua língua, e dedos, e como eu já estava sensível pelo recente orgasmo, não
demorei para gozar mais uma vez.
— Agora te vou foder de todas as formas possíveis, te preencher
com meu pau e te fazer gritar meu nome para que todos nesse prédio saiba
que é minha.
Abriu mais minhas pernas, guiou seu pau até minha entrada e entrou
em uma estocada só, firme e bruta. Agarrei-me a ele e gemi ao ser
preenchido por toda a grandeza e grossura de seu pau. Seu piercing tocando
nas paredes da minha vagina e me fazia revirar os olhos de prazer.
Seus movimentos aumentaram e ele me fodeu com se o mundo fosse
acabar a qualquer momento, circulei minhas pernas em sua cintura e o
abracei deixando que fizesse comigo tudo o que prometeu.
Zyan me pôs de quatro e me chupou por trás antes de voltar a meter
seu pau em mim.
— Mais rápido… — pedi.
Ele me deu uma tapa em minha bunda e puxou meu cabelo, fazendo
com que eu me empinasse mais. Seu pau bateu fundo em mim e gritei de
prazer.
— Vou comer essa bunda que é minha, como eu como essa boceta
que também é só minha. — Movimentou os dedos em meu clitóris no
mesmo ritmo que seu pau.
— Porque a partir da hora que aceitou ser minha namorada, você
passou a ser é minha, Quel. Apenas minha!
— Zyan… — seu nome escapou dos meus lábios como uma súplica
por mais e mais.
— Vai negar que é minha? Diga que é minha. — Ordenou e bateu
seus quadris outra vez nos meus, jogando meu corpo para frente com suas
estocadas brutas.
— Admita que é minha, Quel. Eu demorei para tê-la só para mim,
agora admita que é minha, que me ama com sua vida e que nunca vai me
deixar. Não importa as dificuldades que surjam em nossos caminhos, você
sempre será minha e estará comigo me amando, nos amando. — pediu
ofegante sem parar de me foder duro.
Mudamos de posição e eu toquei seu rosto enquanto ele arremetia
sem pena dentro de mim.
— Eu sou sua, Zyan. Eu sempre serei sua, pois o amo com tudo o
que há em mim. Eu te amei desde sempre e nunca deixarei de te amar. —
falei olhando em seus olhos e ele tomou minha boca na sua em um beijo
sedento, quente, louco.
Seus movimentos diminuíram e ele passou a fazer amor comigo. O
beijo se tornou calmo e dizemos o quanto nós nos amamos através de
nossos corpos, nossos toques e da dança sexual que nossos quadris faziam
com seu pau entrando e saindo de dentro de mim. Meus olhos encheram de
lágrimas e ele beijou cada gota que caiu dos meus olhos.
Olhou o fundo dos olhos e disse:
— Eu te amo, paçoquinha. Te amo para sempre. E quero que seja
minha esposa, quero dormir e acordar com você em meus braços todos os
dias, eu quero te ter comigo para sempre.
— Também quero te ter para sempre em meus braços, Zyan. Eu te
amo e o quero para sempre em minha vida, ao meu lado, nos meus braços e
entre as minhas pernas, me amando e me fazendo sua, pois eu sou única e
exclusivamente sua. Eu te amo.
O beijei com ternura e me agarrei a ele quando deu uma última
estocada se derramando dentro de mim e me fazendo gozar ao redor do seu
pau.
Sim, nós nos amávamos e seriamos felizes!
Construiríamos nossa família e seriamos um do outro para sempre!
FELIZES
Raquel
Depois de passar dois dias maravilhosos com Zyan em seu
apartamento, eu voltei para minha casa. Era segunda e tanto eu quanto ele
tinha que trabalhar. Mas ele ficou de me buscar na ONG e me levar para a
faculdade.
Desci do carro, Zyan pegou minha mão, fechou a porta do carro e
sorriu antes de me dar um selinho.
Caminhamos para dentro da minha casa e assim que abri a porta dei
de cara com meu pai de braços cruzados. Ele nos encarou com cara de mau
e perguntou:
— Lembrou-se que tem casa, mocinha?
— Pai…
— Tio Vitor, a culpa foi minha, eu não queria deixar minha
namorada voltar para casa. — Zyan me abraçou por trás e beijou meu rosto.
— Namorada, hum? — ele encarou Zyan com os olhos cerrados e
eu quis muito rir, mas me segurei.
— Eu deveria ter falado antes com o senhor, eu sei, mas não pude
perder a oportunidade de roubá-la para mim depois que ela disse que me
amava e que queria ser minha.
Meu pai descruzou os braços e sorriu.
— Fico feliz que vocês se acertaram. Eu sei que se amam e via
como estar longe um do outro estavam deixando vocês infelizes. Eu faço
gosto da relação dos dois, mas se cometer um deslize de novo com minha
filha e a tratar mal como aquele dia, pode ter certeza de que esquecerei de
que sou seu padrinho e quebrarei sua cara.
Zyan riu, me soltou e foi até meu pai o abraçando e o tirando do
chão.
— Me solta, seu moleque abusado. — meu pai bateu nas costas dele
e Zyan o colocou no chão.
— Obrigada por aprovar nossa relação, tio Vitor, e tem minha
palavra que nunca farei mal a Raquel. Dou minha vida por ela.
— Que festa é essa? — perguntou minha mãe.
— Estamos comemorando a benção do papai para o nosso namoro.
— falei indo até ela e beijando seu rosto.
— Seu pai era o que mais torcia para que vocês ficassem juntos, ele
só está se fazendo de mau para manter a pose.
Gargalhamos.
— Pois fique sabendo que as meninas amam um cara mau. —
provocou meu pai.
— E os meninos amam uma coroa gostosa como eu. — minha mãe
passou a mão por seu corpo bem cuidado para dar ênfase.
— Quem são esses moleques que estão de olho no que é meu?
E com isso eles começaram uma briguinha que eu sabia que iria
terminar na cama.
Zyan andou até mim, pegou minha mão e subimos as escadas para o
andar de cima rindo da briguinha besta dos meus pais.
Eles viviam fazendo isso desde que eu me entendia por gente,
depois subiam para o quarto e minha mãe saia de lá com um sorriso de
orelha a orelha. Antes eu não entendia, pois era criança, mas com o passar
dos anos e percebi que isso era um tipo de preliminar para eles.
— Seus pais não mudam. — murmurou Zyan ao meu ouvido e me
abraçando por trás ao entramos no meu quarto.
— E acredito que nunca mudarão.
— Eu queria passar o dia grudado a você, mas preciso trabalhar. —
ele se sentou na minha cama e me puxou para seu colo.
— Também tenho que ir trabalhar e ainda tenho aula na faculdade a
noite.
— Assim que eu sair da empresa eu vou te pegar na ONG, assim eu
aproveito e vejo a princesa Maya.
— Ela pergunta por você todos os dias. Onde está, o meu príncipe?
Quando meu príncipe virá me ver?
— Eu estive muito ocupado esses dias. Mas a verei hoje e se a Ayna
deixar, eu a levarei para a empresa amanhã. Afinal ela quer conhecer meu
castelo.
— Te amo, sabia? — toquei seu rosto. — Você é tão lindo e não
estou falando de sua beleza exterior. Você é lindo Zyan.
— Não mais do que você, sou sortudo de ter seu amor para mim.
Desculpe-me por não perceber o que sentia por mim a mais tempo, nós
poderíamos já estar vivendo coisas incríveis se não fosse por mim. — ele
ficou triste.
— Tudo acontece no tempo certo, naquela época não era para nós
ficarmos juntos eu sei disso. Nós precisávamos ter certeza do que sentíamos
para não nos magoar e o mais importante é que agora que já esclarecemos o
que sentimos de verdade um pelo outro teremos a vida toda para
aproveitarmos.
Sorri e ele me beijou.
— Agora vá para seu apartamento, se arrumar e ir para a empresa. E
nada de ficar de gracinha com sua assistente. — brinquei.
— Só tenho olhos para você.
Saí de seu colo e ele me deu um beijo bem quente antes de ir
embora.
Assim que ele passou pela porta do meu quarto e eu a fechei, dei
uma corridinha até minha cama e me joguei sobre ela. Sorri feito uma boba,
eu finalmente tinha o amor do Zyan para mim. Um amor de homem e
mulher, puro e sincero.
Ele era todo meu!
Suspirei e coloquei o travesseiro no rosto para impedir que meu
grito de felicidade ecoasse pelo quarto. Passei um tempo deitada e depois
me levantei indo tomar banho para ir trabalhar.
◆ ◆ ◆

Já passava das quatro da tarde quando Yasmim me avisou que Zyan


estava a minha espera. Falei com a Iara e saí da sala onde estava fazendo
uma atividade com as meninas e fui ao encontro dele.
O encontrei falando com Adam, que havia ido lá acertar com Ayna
os detalhes da adoção da Renata que estava em andamento.
— Oi, meu lindo. — o abracei.
Ele inspirou meu cheiro e depois beijou minha testa.
— Oi, paçoquinha. Já está liberada?
— Oi, Adam.
— Oi, Raquel. É bom vê-los juntos e felizes. — ele sorriu.
— Obrigada! — andei até ele e o abracei. — Eu estou terminando
de passar uma atividade para as meninas. Pode vir comigo se quiser, Maya
ficará feliz em vê-lo. — falei para Zyan.
— Claro que eu vou. — ele me estendeu a mão e eu fui até ele a
peguei.
Nós nos despedimos de Adam e Yasmim que estava na recepção.
Andamos até a sala onde eu estava passando a atividade para as
meninas com a Iara e Zyan apertou minha mão.
— Será que ela não ficará com raiva de me ver depois de quase uma
semana sem eu aparecer?
— Ela quer vê-lo. Ela não ficou com raiva, pois eu disse que você
estava ocupado.
— A Renata é a menina loirinha de olhos azuis, não é? Ela será
adotada? — ele perguntou com certa tristeza e eu sabia o porquê.
Infelizmente muitos casais só escolhiam crianças 'padrão', e as
crianças negras demoravam a serem adotadas. Renata tinha chegado com
Maya e já seria adotada só porque era loira de olhos azuis.
— Ela mesma. Mas Maya irá achar um casal que a ame, que a adote
e lhe dê todo o amor do mundo.
— Sim, ela irá.
Eu abri a porta e entrei seguida por Zyan. Iara sorriu ao nos ver e eu
apresentei Zyan as meninas.
— Hoje temos uma visita especial. — falei sorrindo.
Maya estava de cabeça baixa, desenhando e não tinha visto Zyan
entrar.
— Boa tarde, meninas! — ele falou sorrindo e as meninas olharam
para ele encantada.
Zyan parecia mesmo um príncipe.
— Príncipe Zyan. Você veio mesmo me ver. — a voz alegre de
Maya chegou a nós e Zyan sorriu tão largo que meu coração se aqueceu.
Seus olhos brilharam ao vê-la e ela se levantou e correu até ele
pulando em seus braços.
— Oi, princesa Maya. Estava com saudade de você. — Zyan a
abraçou forte e beijou sua bochecha. — Como você está?
— Eu estou bem. Estava com saudade, você demorou a vir me ver.
— Eu estava ocupado, mas prometo não demorar mais para vir vê-
la. — ele deu mais um beijo em sua bochecha e a pôs no chão para falar
com as outras meninas.
Ele se apresentou como o príncipe da Maya e todas as meninas
ficaram encantadas com isso e querendo saber de Maya como era ter um
príncipe só dela.
Passamos alguns minutos conversando e até brincar Zyan brincou
com elas, depois nós nos despedimos de todas e fomos embora. Eu tinha
aula na faculdade e não podia faltar.
— Obrigada por tirar um pouco de seu tempo para fazer essas
meninas felizes. — falei ao entramos em seu carro.
— Se depender de mim, elas e você sempre estarão com um sorriso
no rosto.
Sorri e puxei seu rosto para um beijo.
Deitei minha cabeça em seu ombro e ele me levou para minha aula.
REVELANDO SEGREDOS
Raquel
Eu estava um pouco nervosa com minha saída da ONG com Maya.
Ela estava radiante porque iria conhecer o castelo (empresa) do seu príncipe
Zyan. Ayna tinha permitido que a levássemos para a empresa do Zyan com
um dia de passeio supervisionado.
Era tão engraçada a forma como ela se achava para as outras
meninas ao falar que tinha um príncipe de verdade e só dela.
— Meu príncipe está demorando, tia Raquel. — Maya reclamou
apertando minha mão.
— Ele já está vindo, Maya. — falei sorrindo e me abaixei
depositando um beijo no topo de sua cabeça.
Uma buzinada chamou nossa atenção e logo vimos que era Zyan em
seu carro esporte.
Ele desceu do carro retirando os óculos escuros do rosto e sorriu ao
ver Maya de boca aberta admirando seu carro.
— Uau. Que carro lindo, príncipe.
— Não poderia ser diferente, princesa Maya. Uma princesa precisa
de uma carruagem para ela, não é?
— Eu sou uma princesa moderna, então, não ando de carruagem,
ando de carro. — ela falou com orgulho.
— Isso aí, e é por isso que vai andar no meu carro, pois ele é uma
carruagem moderna.
Ela sorriu e soltou minha mão e correndo para os braços do Zyan.
— Você está muito linda princesa Maya, me dá o prazer de sua
campanhia para conhecer o castelo onde eu trabalho? Como você disse, nós
somos príncipe e princesa moderna, então meu castelo também é bem
moderno.
— Eu vou adorar conhecer seu castelo. — ela sorriu e beijou o rosto
de Zyan. Vi o momento que seus olhos encheram de lágrimas, mas ele as
impediu de caírem.
Zyan era um cara sensível e amoroso. Sabia o quanto ele estava se
apegando a ela e temia que ele ficasse mal quando ela fosse adotada.
Nós entramos em seu carro e ele pôs Maya na cadeira de elevação.
Fiquei chocada ao ver que ele havia comprado uma cadeira apenas para que
Maya fosse em segurança até sua empresa.
Acomodei-me no banco do carona e ele deu partida no carro depois
de se sentar no banco do motorista, fechar e travar as portas.
Fomos o caminho todo conversando e Maya falando sem parar
sobre tudo o que via durante o percurso. Nós sorriamos com sua
empolgação e meu coração se enchia de felicidade a cada segundo que
passávamos juntos.
Ao chegarmos à empresa de Zyan estavam todos à espera da
princesa Maya. Todos a receberam com sorrisos, beijos e abraços. Zyan
mostrou cada cantinho da empresa a ela e fotos dos esportes radicais que ele
praticava e oferecia aos seus clientes.
Tio Ryan estava lá e também se encantou pela menina linda e
tagarela, que falava pelos cotovelos e olhava cada canto com os olhos
brilhando e o sorriso enorme no rosto belo. Ela estava tão feliz que foi uma
pena quando chegou a hora de ela ir embora de volta para a ONG
Porém, antes de nós voltarmos para a ONG fomos a um restaurante
italiano e Maya comeu um prato de lasanha com Coca-Cola e eu e Zyan a
acompanhamos no mesmo pedido. No final, ela estava tão feliz que chegou
na ONG aos pulos e contando a todos como fora seu dia de passeio.
Paramos na porta do dormitório onde todas as meninas dormiam e
nós nos despedimos dela com um beijo no rosto e um abraço apertado.
— Obrigada por esse dia incrível, príncipe Zyan. Obrigada, tia
Raquel. Amo vocês.
Ela nos abraçou e entrou no dormitório. Assim que ela sumiu ao ter
a porta fechada, pois era hora de todas dormirem, me virei para Zyan com
os olhos cheios de lágrimas.
— Obrigada por proporcionar isso a ela. Eu te amo.
Ele enxugou minhas lágrimas e me beijou.
— Não me agradeça. Eu que sai ganhando ao proporcionar esse dia
a ela. Ela é uma menina linda e alegre e me enche de alegria vê-la sorrir e
falar pelos cotovelos.
Sorri e o abracei.
— Eu quero adotá-la, Quel. — ele suspirou. — A quero como
minha filha.
— Zyan… É uma decisão muito importante, ser pai é uma
responsabilidade imensa.
— Eu me apeguei a ela, eu já a amo, meu coração a escolheu assim
que a vi pela primeira vez. Eu quero que ela seja minha filha, eu vou amá-la
com todo meu ser.
Ele estava com os olhos cheios de lágrimas. Beijei sua bochecha e
senti o sabor de suas lágrimas.
— Eu sei que vai. Mas tem todo um protocolo para adotar uma
criança. Você tem certeza disso?
— Só há duas certezas na minha vida Raquel. Uma é que eu te amo
e a outra é que quero ser o pai que Maya merece.
Sorri, toquei seu rosto novamente e o beijei.
Eu não podia ter escolhido homem melhor para amar!
◆ ◆ ◆

Uma Semana Depois…


— Oi, paçoquinha — Zyan diz após bater na porta do meu quarto e
eu o deixar entrar.
Eu não tinha aula hoje, então ele ficou de vir assistir um filme
comigo aqui na minha casa. Sempre íamos ao seu apartamento, mas hoje
resolvi mudar e ficar em casa.
— Oi. — Respondi sorrindo.
— Tio Vitor me deixou entrar. — e até parece que meu pai o iria
impedir. — Ele saiu com sua mãe e meus pais, noites de amigos.
— Sim, eles me falaram. — respondi e me sentei na cama.
Ele se sentou ao meu lado na cama.
— O que está lendo? Matéria acumulada?
— Não. Eu até estava lendo um texto que a professora passou, mas
cansei e resolvi ler esse livro.
— Cansou de ler e foi ler? Interessante. — Ele sorriu.
— O livro que estou lendo é mais interessante, seu bobo. — Bato
em seu peito e ele gargalha.
Zyan me abraça e cheira meu cabelo. Um arrepio passa por todo
meu corpo ao tê-lo me abraçando e seu nariz roçando em meu pescoço.
— Qual o livro está lendo?
— 50 tons mais escuros. — Respondi sorrindo maliciosa.
— Caralho, Quel. Cristian Grey? Sério? Como eu vou competir com
ele? — Perguntou indignado.
— Para de besteira. Ele é só fictício você é real. E tem outra coisa
que diferenciam vocês.
— Eu sou mais bonito pode confessar. — ele pisca os olhos, várias
vezes me fazendo rir.
— Não, ele não tem algo que você tem. — Digo misteriosa.
— E o que seria? — pergunta passeando os dedos pelas minhas
coxas desnudas.
Estou usando um conjunto de baby-doll na cor cinza com azul. Ele é
composto por um short curto e uma blusa de alças.
— Um piercing no pau que me leva a loucura toda vez que me fode.
— disse tocando em seu pau.
Ele estremeceu sob meu toque
— Puta que pariu. Como você está safada. — ele morde meus
lábios.
— Eu sempre fui. — dou de ombros e gargalho quando ele me faz
cócegas.
— Então me enganou direitinho esse tempo todo e me escondeu
esse seu lado devasso que eu estou adorando.
Ele se inclinou e me beijou. Nós nos separamos por falta de ar.
— Falando em livro. Ele me puxou para seus braços. Já terminou
aquela putaria onde a mulher fode com dois homens?
— Não é putaria é um livro erótico e sim, eu já terminei.
— E você ainda continua com o desejo de ser fodida por dois
homens? — perguntou receoso.
— Eu já realizei isso. Não pretendo fazer de novo. — resolvo contar
a verdade.
Seu corpo ficou tenso e sua respiração presa em seu pulmão.
— Espera. Você fodeu com dois caras? — Ele estava chocado. —
Quando foi isso, Raquel?
— Foi quando você estava viajando — respondi sem olhá-lo — E…
E não foram dois caras, foram três… Ao mesmo tempo
— Porra! — Ele se afastou e se pôs de pé.
— Você foi fodida por três caras ao mesmo tempo? Uma orgia,
então.
— Você está com raiva? Vai terminar por causa disso? — perguntei
querendo chorar.
— O quê? Não, claro que não. Eu... sou estou chocado, pois nunca
imaginei isso vindo de você, Quel. Para mim você é pura, doce, delicada e
ser fodida por três homens de uma vez não condiz com a imagem que
tenho, ou melhor, tinha, de você. Eu nunca poderia te julgar, já que você
sempre disse ter vontade de experimentar coisas diferentes no sexo. Você
mesmo me disse que queria foder com dois caras como as protagonistas dos
livros que lê. Mas ainda me choca ter a certeza de que você fez mesmo isso.
— Foi apenas uma experiência, Zyan. Foi bom, muito prazeroso,
não vou mentir, mas não significou nada. Foi apenas sexo. — afirmo a
verdade. — E eu estava em um momento ruim, não estavamos juntos, então
uma coisa levou a outra e acabou rolando. Mas foi puramente corpo.
O que aconteceu entre os meninos e eu, fora apenas sexo, prazer
carnal. Com Zyan é amor, é conexão. É corpo e alma.
— Com quem você fez esse sexo a quatro? Eu os conheço?
Abaixo a cabeça e mordo o lábio inferior, não sei como ele vai
reagir ao saber que foi com seus amigos. Vendo minha hesitação ao falar,
ele mesmo respondeu sua própria pergunta.
— Foi os meninos, não foi? Não quer me contar por medo do que eu
sinto por você mudar? — Ele toca meu rosto. — Nada vai me fazer deixar
de te amar, Raquel. E você não esconder isso de mim me mostra que eu fiz
a melhor escolha ao ceder ao que sinto e te ter só para mim. Eu sempre vou
te amar.
Sorri e beijei seus lábios de leve.
— Foi com eles. Adam, Vinícius e Denis. Eu estava triste por causa
da nossa briga e por você ter ido embora. Saímos para curtir a noite e
acabou rolando, foi só uma vez, eu juro. Eu não quis mais, porque vi que
isso não era para mim. Eu só quero você. Sempre foi e será só você. O dono
do meu corpo, coração e alma.
Ele sorriu e me puxou para um beijo ardente e necessitado.
— Eu sou só seu. — Disse grudando nossas testas.
— Eu sou só sua. Sempre fui e sempre serei apenas sua.
Sorri e ele me sorriu de volta. Depois voltou a me beijar e eu me
deitei na cama o puxando para cima de mim. Abri minhas pernas e ele se
encaixou nelas.
Começamos a nos beijar e nos entregamos mutuamente. Nós nos
amamos com loucura, gemendo nossos nomes e nos devorando como se o
mundo fosse acabar.
Nosso amor era para sempre!
Um amor de infância que duraria toda uma vida.
NOSSO AMOR
Zyan
Três Meses Depois…
Hoje faz três meses que estou namorando minha melhor amiga e eu
não poderia estar mais feliz.
Depois que decidi que adotaria Maya, entrei em contato com Adam
e me informei o que seria necessário para isso acontecer. Ele me disse que
minhas chances aumentam se eu for casado, mas para isso Raquel terá que
aceitar meu pedido, porque eu quero que ela seja minha esposa.
Nosso relacionamento é recente, eu sei, mas nós nos amamos e
queremos passar o resto das nossas vidas juntos, então não há porque
esperar muito para nos casarmos. E é por isso que já comecei a procurar
uma casa e falei com minha corretora para vender meu apartamento. Quero
me casar com a Quel e adotar Maya.
Eu sei que é uma responsabilidade tremenda adotar uma criança,
mas foi o que meu coração me pediu assim que meus olhos se encontraram
com os olhos tristes daquela menininha linda que tinha acabado de perder
os pais e agora iria viver em um lugar totalmente diferente de onde ela
estava acostumada viver.
E meu desejo se intensificou ao saber que ela não havia sido
escolhida para a adoção por ser negra. Desde minha descoberta sobre meus
verdadeiros sentimento pela a Raquel e tudo o que nos aconteceu, eu
amadureci.
Eu precisava disso, precisava deixar de ser o jovem que só pensava
em baladas e fodas causais.
Precisava crescer e meu amor pela Raquel me mostrou isso.
Minha ida a São Paulo para colocar meus pensamentos em ordem
me vez ver que eu queria construir uma família, uma família com a Quel.
Com minha melhor amiga.
A mulher que cresceu junto comigo.
Que sempre esteve ao meu lado.
O amor da minha vida.
Embora a decisão tenha partido de mim em adotar Maya, eu sei que
Raquel também está apegada a menina, pois todos os dias em dormimos no
meu apartamento ela passa horas falando de como foi seu dia e na maior
parte tempo, das coisas que Maya fez ou falou.
Eu tenho ido à ONG todos os dias buscar Raquel e aproveito para
sempre passar com tempo com minha princesinha, minha princesa Maya.
Hoje eu resolvi fazer algo para comemorar nossos três meses de
namoro. Chamei a Quel para fazermos uma trilha no morro do santinho e ao
final da trilha terá um piquenique esperando por nós. Quando ela era minha
assistente pessoal nós costumávamos fazer essa trilha toda a semana, pois
os clientes sempre a procuravam, agora a Quel trabalhando na ONG nunca
mais fizemos trilha juntos, então fazemos hoje.
Paro meu carro em frente à casa dela e desço.
— Oi, paçoquinha. — a abraço assim que ela abre a porta.
— Oi, Zyan. — nós nos beijamos.
— Pronta para hoje?
— Sim, estou ansiosa, na verdade. Iremos só fazer a trilha mesmo?
Grudei meus lábios em seu ouvido.
— Não, na verdade, nós iremos foder como dois loucos sobre a luz
do luar, eu quero ouvir seus gritos de prazer ecoar por todo o morro.
Afastei-me dela, vendo-a me olhar com seus olhos arregalados.
— Meu Deus, Zyan. Você é um pervertido. — ela bateu em meu
peito e gargalhou quando a agarrei, a tirando do chão e inspirando seu
cheiro, cheiro esse que eu amava.
— Eita! Olha esse agarramento na porta da minha casa. — tio Vitor
reclamou surgindo atrás da Raquel.
Ainda não tínhamos entrado na casa dela.
— Ah, a juventude. — tia Cintia suspirou nos fazendo rir.
— Nós já vamos. — Quel avisou ao se virar para seus pais assim
que eu a coloquei no chão.
Sua mãe entregou sua mochila.
— Tomem cuidado. — pediu tio Vitor.
— E tirem muitas fotos, pois quero vê-las.
— Pode deixar tia Cintia. Agora temos que ir. Tchau!
— Tchau! Crianças.
Eu e Quel rimos da forma como ela nos chamava. Para os pais
sempre seriamos crianças.
Abri a porta de trás do carro e coloquei sua mochila, fechei e abri a
porta do banco do carona para Raquel entrar. Ela se acomodou, pôs o cinto
e fechei a porta, dei a volta e entrei fechando a porta e colocando meu cinto.
— Pronta para fazer muito amor ao ar livre? — perguntei sorrindo
malicioso.
— Mas é um puto mesmo. Tudo com você só se resumem em sexo,
em foder. — reclamou, mas a chama do desejo brilhava em seus olhos.
Inclinei-me em sua direção e tomei seus lábios nos meus, mordendo
o lábio inferior ao finalizar o beijo.
Sorrimos e eu liguei o carro.
Raquel ligou o som e fomos o caminho todo, conversando e
cantando nossas músicas favoritas.
Ao chegarmos ao nosso destino, parei o carro e descemos,
cumprimentamos alguns dos guias que estavam ali apresentando a trilha a
algumas pessoas e até paramos para conversar com alguns deles.
Minutos depois, seguimos pela trilha que levava três horas de
percurso até o alto do morro.
Raquel ainda reclamou do trajeto, me arrancando algumas risadas.
Ela tinha parado com a academia devido à falta de tempo e estava
um pouco enferrujada.
Como consequência disso, havia ganhado alguns quilos, mas seu
corpo estava mais gostoso que nunca. Seu quadril estava mais largo e a
bunda maior.
O que me dava uma visão incrível todas às vezes que a fodia por
trás.
Eu não ligava para ela ser gorda ou magra, eu a amava e só me
preocupava com sua saúde, mas Quel era uma mulher saudável, então isso
não era um problema.
— Ai, meu Deus! Sempre fico maravilhada com essa vista. — ela
falou assim que chegamos ao final da trilha.
— É linda mesmo. — falei olhando para ela. A vista de cima do
morro era linda, mas a beleza da Raquel superava qualquer outra beleza.
— Seu bobo. — ela me deu um sorriso largo ao ver que eu falava
dela.
— Não há nada mais lindo que você, paçoquinha. — a abracei por
trás. — Eu sou um cara de sorte por você me amar.
— Você que é lindo, eu sou sortuda de tê-lo também. — a virei e
tomei seus lábios carnudos nos meus.
Devorei sua boca e me deliciei no sabor maravilhoso dela. Eu
amava beijar a Raquel, amava tê-la em meus braços, sobre mim enquanto
cavalgava no meu pau. Amava seu cheiro e se pudesse passaria o dia todo
abraçado a ela sentindo seu cheiro delicioso tomar conta das minhas
narinas.
Nós nos separamos por falta de ar e nos sentamos sobre o lençol
forrado no chão para admirar a vista e assistir ao pôr do sol. Já tínhamos
preparado tudo para nosso piquenique ao luar.
Ela ficou entre as minhas pernas e não resisti de tocar seus seios
fartos por cima da blusa.
Eu tinha acertado com o responsável pela trilha para que depois das
17h não estivesse mais ninguém nela. Ele era meu amigo e aceitou me
ajudar depois que falei que faria um piquenique ao luar com a Raquel, então
não haveria problema de transarmos ali.
Seus gemidos ficaram mais altos quando levei minha outra mão e
toquei sua boceta por cima da calça.
— Zyan…
— Eu sei o que quer meu amor e eu vou lhe dar.
Segurei seu queixo e voltei a tomar seus lábios, logo eu estava sobre
ela, ambos nus e nos amando com o céu, a lua e as estrelas como
testemunhas do nosso amor.
Primeiro nos amamos, depois, lanchamos o que trouxemos.
Ficamos abraçados nus e olhando as estrelas.
Quando o tesão voltou, nós dois fodemos e terminamos a noite com
um banho de mar, onde nos amamos novamente, porém dentro da água.
Eu beijava seu ombro e sua boca enquanto meu pau entrava e saía
dela. Nossos gemidos se misturando, nossos olhos refletindo o desejo e o
amor que sentíamos um pelo outro.
Declaramos nosso amor com o universo como prova dele. Nosso
amor eterno.
NOSSO FINAL FELIZ
Raquel
Anos Depois…
Quando eu comecei a crescer e me dei conta do tipo de amor que
sentia por Zyan, eu passei a me fazer uma pergunta: o que se faz quando
você se apaixona pelo seu melhor amigo?
Eu me perguntava isso todos os dias após ser recebida por seu
sorriso lindo, seus abraços carinhosos e os apelidos fofos que ele me dava
quando nos encontrávamos.
Essa era a pergunta que eu me fazia ao vê-lo com outras mulheres,
beijando-as, sorrindo para elas e depois quando o ouvia falar que as fodia
com loucura. Fazendo com elas o que eu queria que ele fizesse comigo.
E ao dar o dia por encerrado sem obter essa resposta eu chorava, me
odiava por não conseguir falar a ele dos meus sentimentos, suspirava com
os sonhos quentes que tinha com ele, e no final tentava me conformar em
não ter esse amor correspondido, pois acreditava que ele seria para sempre
apenas meu melhor amigo.
Então, cansada de me sentir mal por não ter esse amor
correspondido e com vontade de mudar, eu mudei. Fiz-me ser vista, deixei a
menina insegura bem guardada no fundo do meu coração e mente e passei a
viver.
Fui a festas, mudei o visual, passei a cuidar do meu corpo, focada na
minha saúde, beijei quem eu quis, transei com quem eu quis, depois de
Zyan ter percebido a minha mudança e ter sido o meu primeiro claro, até
sexo com três homens ao mesmo tempo, eu fiz.
Passei a viver.
Fiz amigos, conheci pessoas, pratiquei novos esportes, saltei de
paraquedas, mudei de emprego, me encontrei no que trabalho hoje, comecei
e terminei meu curso superior.
Tornei-me uma nova mulher.
Mas não fiz isso por Zyan, no começo essa era a minha atenção, não
vou mentir, mas depois eu realmente quis viver mais, descobrir mais, me
encontrar, testar meus limites.
E sabe o que eu ganhei no final de tudo isso?
Uma família, uma família com o único homem que amei e com
quem quis construir isso. Casei-me com ele depois de nos afastarmos na
intenção de descobrirmos o que sentíamos de verdade um pelo outro.
Nós brigamos, me magoei no processo, mas entendi que tudo era
para estarmos aqui hoje.
Com nossa família formada e feliz.
Sento-me na areia um pouco desajeitada por conta da minha barriga
avantajada. Zyan se senta atrás de mim, me abraça e coloca a cabeça na
curva do meu pescoço inspirando o meu cheiro.
— Não importa o quanto eu te abrace, beije e cheire, seu cheiro
sempre me deixará bêbado de tão bom que é. — fala com a voz um pouco
abafada por estar com o rosto enterrado entre meus cabelos.
Uma gargalhada rompe a minha garganta diante de suas palavras e
meu corpo treme com isso. Zyan ri comigo e depois toca o meu queixo me
fazendo virar o rosto para tomar meus lábios nos seus.
Cinco anos se passaram, onde quatro deles, nós estamos casados,
mas a fome e o desejo que sentimos um pelo outro parece não ter fim.
Ele sorri ao final do beijo e olhamos para frente focando em nossos
filhos que brincam e dão altas gargalhadas com as peripécias do bob, nosso
cachorro.
Um pastor alemão que hoje está bem grande apesar de só ter quatro
anos. Maya se apaixonou por esse cachorro assim que o viu.
Bob era o filhote do casal de cachorros dos nossos vizinhos.
E assim que Jonathan nasceu também passou a amar o cachorro.
Eles se tornaram inseparáveis.
Quando completamos seis meses de namoro, Zyan me pediu em
casamento. Estávamos em uma viagem para a Serra do Rio do Rastro, onde
me entreguei a ele pela primeira vez.
Ele preparou tudo e nós passamos cinco dias lá, eram minhas férias
da faculdade e ele tirou férias da empresa deixando tio Ryan no comando
dela junto ao Caio e o Cristiano.
Ficamos no mesmo resort e no mesmo chalé, só que dessa vez não
éramos amigos e sim namorados e passamos os cinco dias nos amando
como loucos. No último dia da viagem ele falou com o dono do resort e
pediu que preparassem nosso chalé com velas e pétalas de rosas.
Ele aproveitou o dia que passamos fora curtindo o passeio pela
vinícola da Villa Francioni e preparou a surpresa. Ao chegarmos, havia um
jantar preparado e todo o chalé decorado para que o pedido fosse feito em
grande estilo.
Naquele dia nosso segundo filho foi concebido, pois Maya sempre
seria nossa primogênita. Zyan tinha me falado do seu desejo de adotar
Maya e quando Adam disse que se ele fosse casado, as chances
aumentavam. Eu já nos vi casados e com Maya como nossa primeira filha,
pois eu queria ter mais filhos com ele.
Então, quando ele me pediu em casamento no dia que
completávamos seis meses de namoro e nove meses que eu havia me
entregado a ele pela primeira vez, eu disse a palavra que eu tanto sonhava
dizer desde os meus 13 anos: sim, sim, mil vezes sim.
Nós nos amamos aquele dia e demonstramos com toques, beijos e
nosso corpo o quanto nosso amor era grande. Três meses depois daquele dia
eu descobri a gravidez, Jonathan estava se formando em meu ventre. O
fruto do nosso amor crescia ali para selá-lo.
Para nos mostrar que tudo valeu a pena.
Casei-me com Zyan três meses depois com minha barriga de seis
meses desenhada pelo vestido de seda branco. Nosso casamento aconteceu
no quintal da nossa casa com nossos amigos e familiares como
testemunhas.
Maya foi nossa daminha e nossa lua de mel foi em São Paulo.
Fizemos uma viagem em família, a nossa primeira viagem.
Zyan queria me apresentar a Senhora Raquel, a pessoa que o fez ver
que ele precisava lutar por nosso amor. Que se nós nos amávamos nada
estava perdido e no final ficaríamos juntos.
No outro dia da nossa chegada a São Paulo, Zyan nos levou na praça
onde ele encontrou a senhora Raquel e nos apresentou.
Ela ficou feliz ao ver que o rapaz de olhar triste por errar com sua
amada, agora sorria feliz por ter seu amor ao seu lado, que ele tinha se
casado com a mulher que descobriu amar e já tinha logo tradado de ter dois
filhos com ela.
Jonathan nunca se mexeu tanto quanto nesse dia e Maya passou a
tarde brincando com Bruna, a bisneta da senhora Raquel. Quando o sol
começou a se pôr, nós voltamos ao hotel.
Passamos três dias em São Paulo, nos quais visitei nossos amigos
Felipe e Sófia, passeamos em parques e aproveitamos tudo ao lado da nossa
filha. Nossa Maya. E ao voltarmos para Floripa, começamos nossa vida em
família.
Hoje nossa família está completa, temos Maya, Jonathan e Aurora
que chegará daqui a dois meses. Moramos no mesmo condomínio que
nossos pais e nossos filhos não poderiam ter avós mais babões que eles.
Nossa amizade com os meninos se fortaleceu ainda mais com o
passar dos anos e hoje somos uma grande família. E sobre a pergunta: o que
se faz quando se ama seu melhor amigo? Só há uma resposta e ela é: viva.
Pois, se esse amor for para ser, ele será e não importa o que aconteça
ou quanto tempo se passe. Vocês ficarão juntos e ele será para sempre.
Assim como nosso.
Um amor verdadeiro, real e para sempre.
— Te amo. — disse, após finalizar mais um beijo e descansar minha
cabeça em seu peito.
— Te amo, paçoquinha. Obrigado por me amar e me dar uma
família linda.
Levantei a cabeça e sorri, ele abaixou a dele e me deu beijo casto.
Maya pegou a mão do irmão e caminhou até nós. Zyan a abraçou
quando eles chegaram até onde estávamos sentados e eu coloquei Jonathan
no meu colo. Bob se deitou ao meu lado e acariciei seu pelo.
Olhamos o horizonte e ficamos vendo o sol se pôr.
Nós éramos felizes.
Nós nos amávamos.
E tínhamos nossa própria família.
FIM.
AGRADECIMENTOS
Antes de mais nada, sou grata a Deus por me permitir trabalhar com
aquilo que amo e, assim, poder concretizar o sonho de ser escritora.
Agradeço à minha família pelo apoio constante, pelo respeito ao
meu espaço sem questionar quantas horas fico no quarto em busca de ideias
ou dando vida aos meus personagens. Amo vocês!
Sou grata a minhas amigas que sempre me apoiam e embarcam
comigo em cada história que crio. Elas também sofrem na hora de ler as
cenas hots, me desculpem por isso meninas. Amo vocês.
Agradeço a todas as minhas leitoras que me acompanham desde o
wattpad. Que depositam a sua confiança no meu trabalho, nas minhas obras,
que se identificam com os dramas criados por minha mente de novelas
mexicanas.
Agradeço pelo apoio dos seguidores, pelo respeito aos meus
momentos de dificuldade e pelas mensagens de carinho que recebo.
Por fim, agradeço a todos que baixaram, compraram, leram e
avaliaram o meu livro. Espero que tenham curtido a história e, caso o
romance que leram não os tenha agradado, que os meus outros títulos os
agradem.
Obrigada.
Beijos e até os próximos livros.
UM POUCO SOBRE A AUTORA
Thamy Oliver é alagoana e formada em Pedagogia. Mãe de pet (um gato),
amante de café e boa música.
Fascinada por qualquer tipo de escrita e apaixonada por livros de romance,
ainda muito pequena criava histórias em sua mente, mas nunca tivera
coragem para escrevê-las.
Numa conversa com uma confidente, a escritora criou uma ficção com
nomes de personagens, personagens esses, que sua amiga havia trocado de
outra narrativa que estavam discutindo. Sua amiga gostou do enredo ao qual
ela criara e a incentivou a escrevê-la.
Meses depois a história já estava pronta e postada no Wattpad. Sua primeira
história foi o livro: “Um amor para o Mafioso”. Depois o transformou em
uma trilogia de livros de máfia. Hoje ela tem algumas de suas obras
publicadas pela Amazon e outras em andamento.

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