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AO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA


DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem à presença de
Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL (INSS), autarquia Federal, localizada pelos
fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

DA INCAPACIDADE DO AUTOR

O Autor é portador de ________ , desde ________ , que o


torna incapacitado para desenvolver atividade laborativa e sequer levar uma
vida normal, conforme cópia de que junta em anexo.
DO HISTÓRICO MÉDICO

Em ________ o autor passou a realizar tratamento médico, não


tendo, contudo, readquirido sua capacidade laboral, em que pesem seus
esforços e dedicação para se recuperar.

Como comprovação da gravidade e evolução da incapacidade,


junta em anexo os seguintes laudos:

Laudo de ________ : ________

Laudo de ________ : ________

Laudo de ________ : ________

DO HISTÓRICO OCUPACIONAL

O Autor sempre trabalhou como ________ , ________ , ou


seja, a doença impede o Autor de atuar no ramo que já vinha trabalhando e pelo
contexto social, sua idade e qualificação, dificilmente poderá ser ocupar alguma
atividade administrativa.

DA NEGATIVA DO BENEFÍCIO - Nº ________

Todavia, não obstante o laudo médico apresentado, o Autor teve o


seu pedido de benefício por auxílio-doença indeferido, sob a justificativa de que
________ , após breve e superficial avaliação médica realizada pela autarquia.

No entanto, a patologia que acomete o demandante o torna


incapaz para o exercício de toda e qualquer atividade laborativa que lhe garanta
mínimas condições do seu próprio sustento, conforme os atestados médicos em
anexo, razão pela qual requer a concessão do benefício de auxílio-doença.

Por fim, cabe ressaltar que o autor é segurado da previdência


social e preenche todos os requisitos de carência e qualidade de segurado.
DO DIREITO

Nos termos da Lei nº 8.213/91, para a concessão de benefício por


incapacidade, basta a presença de três requisitos. No presente caso, os referidos
requisitos são perfeitamente demonstrados da seguinte forma:

QUALIDADE DE SEGURADO (art. 11 - 13; 102):


Vínculo ao INSS, uma vez que da última contribuição não
ocorreu a perda da qualidade de segurado, conforme
provas em anexo;

CARÊNCIA (art. 24; 25, I): Contribuição junto à


Autarquia Previdenciária de ________ a ________ ,
conforme comprovantes em anexo.

INCAPACIDADE (art. 59; 42; 62 e 86): Doença


________ , conforme laudos que junta em anexo,
afetando diretamente a capacidade do Autor no
desempenho de suas funções atuais.

Portanto, diante da incapacidade do Autor, bem como de posse da


carência necessária, assim como não perdeu a qualidade de segurado, faz jus à
concessão do benefício.

DO DIREITO AO AUXÍLIO DOENÇA

O benefício de auxílio-doença está previsto na Lei nº 8.213/1991, e


é devido ao segurado que, após cumprida a carência exigida, ficar incapacitado
para o exercício de suas atividades habituais por mais de quinze dias.

Isso é o que estabelece o artigo 59, da lei 8.213/91, vejamos:

O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo


cumprido, quando for o caso, o período de carência
exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou
para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos.

No presente caso, o Autor (produtor rural que trabalha em regime


de economia familiar) ao comprovar que exerceu atividade rural por 12 meses e
que exercia a atividade rural antes de contrair a enfermidade, faz jus ao auxílio
doença.

Afinal, no presente caso, os requisitos legais para o seu


deferimento, foram efetivamente atendidos:

1 - Qualidade de segurado por meio de ________ ;

2 - Cumprimento da carência (12 meses de contribuições)


por meio de ________ ;

3 - Superveniência de enfermidade que incapacite o


segurado para o trabalho por meio de ________ ;

Assim, demonstrado o atendimento aos requisitos legais, requer o


deferimento do pleito, conforme precedentes sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA.
INCAPACIDADE COMPROVADA. TRABALHADOR
RURAL. QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL.
VEÍCULO AUTOMOTOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Quatro são
os requisitos para a concessão do benefício em tela: (a)
qualidade de segurado do requerente; (b) cumprimento da
carência de 12 contribuições mensais; (c) superveniência
de moléstia incapacitante para o desenvolvimento de
qualquer atividade que garanta a subsistência; e (d)
caráter definitivo/temporário da incapacidade. 2.
Demonstrada a incapacidade total e temporária para o
trabalho, após a realização de cirurgia, cabível a concessão
de auxílio-doença no período em que a segurada esteve
incapacitada. 3. Considera-se comprovado o exercício de
atividade rural havendo início de prova material
complementada por prova testemunhal idônea. 4. A
propriedade de veículo automotor não é suficiente para
descaracterizar a condição de segurado especial. 5. O
indeferimento da postulação de benefício junto ao INSS,
por si só, não caracteriza dano moral passível de
reparação. Trata-se de ato administrativo passível de
correção pelos meios legais cabíveis, tanto na própria
Autarquia como perante o Judiciário. 6. Considerando as
peculiaridades do caso concreto e os parâmetros descritos
nos incisos do § 2º do artigo 85 do CPC, deve a verba
honorária ser mantida em 20% sobre o valor da
condenação. (TRF4, AC 5031675-24.2017.4.04.9999,
TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, Relator
LUIZ FERNANDO WOWK PENTEADO, juntado aos autos
em 04/09/2019)

No presente caso, o Autor é portador de Lúpus eritematoso


disseminado (CID 10 - M32.9), enfermidade que faz dele, no atual momento,
pessoa incapacitada para o exercício de suas atividades habituais, conforme
discorrem os laudos médicos em anexo.

O Lúpus eritematoso é uma doença inflamatória de origem


autoimune que afeta múltiplos órgãos e tecidos, tais como pele, articulações,
rins, cérebro e outros órgãos, causando sintomas como fadiga, febre e dor nas
articulações, impedindo a plena atividade laboral.

Ainda que a doença seja preexistente à filiação, trata-se de direito


ao auxílio doença uma vez que se trata de progressão ou agravamento da
doença, conforme ________ .

Tal doença ao impedir o pleno exercício das atividades laborativas


deve motivar a concessão do auxílio doença, conforme precedentes sobre o
tema:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE.1.


Pedido de concessão de benefício previdenciário por
incapacidade (auxílio doença e aposentadoria por
invalidez).2. (...). Com relação ao mal incapacitante, de
acordo com o laudo pericial produzido pela médica (...)
(evento 019), a autora é portadora de "Lúpus eritematoso
disseminado [sistêmico] não especificado (CID 10 -
M32.9)", enfermidade que faz dela, no momento atual,
pessoa incapacitada para o exercício de suas atividades
habituais. (...) Ou seja, do laudo médico judicial produzido
é possível extrair a conclusão de que a autora, em razão da
enfermidade que apresenta, encontra-se inapta para o
exercício da atividade que habitualmente exerce, (...),
ACOLHO O PEDIDO inicial, extinguindo o processo com
resolução de mérito (art. 487, I, do CPC), condenando o
INSS a conceder/restabelecer à autora o benefício de
auxílio-doença, a contar de 03 de abril de 2018, em valor a
ser apurado administrativamente. (...). É o voto. (TRF 3ª
Região, 11ª TURMA RECURSAL DE SÃO PAULO, 16 -
RECURSO INOMINADO - 0000444-76.2018.4.03.6339,
Rel. JUIZ(A) FEDERAL ANA AGUIAR DOS SANTOS
NEVES, julgado em 14/03/2019, e-DJF3 Judicial DATA:
22/03/2019)

É importante destacar que o pressuposto para a concessão de


auxílio - doença é a existência de incapacidade para o trabalho. Isso quer dizer
que basta demonstrar o atendimento aos requisitos legais e que sua doença o
incapacita para o labor, sendo devida a concessão do benefício desde o seu
requerimento, conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONCESSÃO DE


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ E/OU AUXÍLIO-
DOENÇA. PRESENTES OS REQUISITOS PARA
CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. O auxílio-doença é devido aos
segurados que se encontram temporária e parcialmente
incapacitados para o exercício de atividades laborativas.
(TJ-MS - APL: 08004226020148120027 MS 0800422-
60.2014.8.12.0027, Relator: Des. Odemilson Roberto
Castro Fassa, Data de Julgamento: 10/04/2019, 3ª
Câmara Cível, Data de Publicação: 12/04/2019)

PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE
AUXÍLIO-DOENÇA. Comprovado pelo conjunto
probatório que a parte autora é portadora de
enfermidade(s) que a incapacita(m) temporariamente para
o trabalho, é de ser reformada a sentença para restabelecer
o auxílio-doença desde a cessação administrativa até a
data da concessão da aposentadoria por idade".(AC
5012948-80.2018.4.04.9999, 6ª Turma, Rel. João Batista
Pinto Silveira, Julgado em: 17/10/2018)

Dessa forma, cumpridos tais requisitos, outro não poderia ser o


resultado do pedido senão a concessão do auxílio doença.

HIV - ESTIGMA SOCIAL QUE INVIABILIZA O ACESSO AO


MERCADO DE TRABALHO

No presente caso a doença que acomete o Autor é caracterizada


pelo alto estigma social, especialmente pelos sintomas visíveis ________ que
revelam se tratar de portador de HIV.

Mesmo que assintomática, o estigma social fica perfeitamente


caracterizado diante do rápido emagrecimento, bem como ________ ,
inviabilizando o acesso ao mercado de trabalho.

Ademais, mesmo que não evidenciada a total incapacidade laborar


o Autor, insta consignar que o estigma social enfrentado pelo Autor é
suficientemente hábil a impedir a sua recolocação no mercado de trabalho,
sendo irrelevante a sua capacidade física, conforme precedentes sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ORDINÁRIA.


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS
ATENDIDOS. INCAPACIDADE LABORAL PARCIAL E
DEFINITIVA. PORTADOR DE HIV. CONDIÇÕES
SOCIAIS. TERMO INICIAL. CONSECTÁRIOS LEGAIS DA
CONDENAÇÃO. RE Nº 870.947/SE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. EFEITO SUSPENSIVO. INDEFINIÇÃO.
DIFERIMENTO PARA A FASE DE CUMPRIMENTO.
TUTELA ANTECIPADA.1. São três os requisitos para a
concessão dos benefícios por incapacidade: 1) a qualidade
de segurado; 2) o cumprimento do período de carência de
12 contribuições mensais; 3) a incapacidade para o
trabalho, de caráter permanente (aposentadoria por
invalidez) ou temporário (auxílio-doença).2. O segurado
portador de enfermidade que o incapacita, ainda que de
forma parcial, mas definitivamente para múltiplos
trabalhos, sem chance de recuperação para atividades
compatíveis com suas limitações, tem direito à concessão
do benefício de aposentadoria por invalidez.3. Esta Corte,
em todas suas Turmas, vem concedendo benefício
previdenciário por incapacidade a portadores de HIV
ainda que não apresentem a doença em atividade, sob
análise das condições pessoais e sociais desses
requerentes.4. É imprescindível considerar, além do
estado de saúde, as condições pessoais da parte segurada,
como a sua idade, a presumível pouca instrução, o tipo de
labor desenvolvido e, por fim, a realidade do mercado de
trabalho atual, já exíguo até para pessoas jovens e que
estão em perfeitas condições de saúde. Nesse compasso,
ordenar que a parte postulante, com tais limitações,
recomponha sua vida profissional, negando-lhe o benefício
no momento em que dele necessita, é contrariar o basilar
princípio da dignidade da pessoa.5. Em relação ao termo
inicial, o entendimento que vem sendo adotado é no
sentido de que, evidenciado que a incapacidade laboral já
estava presente quando do requerimento
administrativo/da cessação do benefício pela autarquia
previdenciária, mostra-se correto o estabelecimento do
termo inicial do benefício previdenciário em tal data. 6.
Diferida para a fase de cumprimento de sentença a
definição sobre os consectários legais da condenação,
cujos critérios de aplicação da correção monetária e juros
de mora ainda estão pendentes de definição pelo STF, em
face da decisão que atribuiu efeito suspensivo aos
embargos de declaração opostos no RE nº 870.947/SE,
devendo, todavia, iniciar-se com a observância das
disposições da Lei nº 11.960/09, possibilitando a
requisição de pagamento do valor incontroverso.7.
Mantida a antecipação de tutela, pois presentes os
requisitos exigidos para o deferimento da tutela de
urgência seja na forma do CPC/73 ou no CPC/15. (TRF4,
AC 5001022-05.2018.4.04.9999, Relator(a): FERNANDO
QUADROS DA SILVA, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DO PR, Julgado em: 17/12/2018,
Publicado em: 18/12/2018)

PREVIDENCIÁRIO.
AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL. PORTADOR
DO VÍRUS HIV. TERMO INICIAL.1. Tratando-se de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, o Julgador
firma sua convicção, via de regra, por meio da prova
pericial.2. Considerando as conclusões do perito judicial
de que a parte autora é portadora do vírus HIV, associadas
ao estigma social da doença e à dificuldade de inserção no
mercado de trabalho, é devido o benefício de
aposentadoria por invalidez. 3. Tendo o conjunto
probatório apontado a existência da incapacidade laboral
desde a época do cancelamento administrativo, o benefício
é devido desde então. (TRF4, AC 5027189-
59.2018.4.04.9999, Relator(a): CELSO KIPPER, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, Julgado em:
29/11/2018, Publicado em: 04/12/2018)

Afinal, pela baixa qualificação do segurado , bem como pelos sérios


danos psicológicos causados pela doença, conforme laudos psicológicos que
atestam a sua fragilidade emocional e quadro depressivo, a recolocação no
mercado de trabalho é praticamente impossível. Nesse sentido confirmam os
precedentes:

PROCESSUAL CIVIL. REMESSA NECESSÁRIA.


AUSÊNCIA PARCIAL DE INTERESSE RECURSAL. NÃO
CONHECIMENTO EM PARTE. PREVIDENCIÁRIO.
AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. QUALIDADE DE SEGURADO
DEMONSTRADA. CARÊNCIA LEGAL DISPENSADA.
AIDS (HIV). LAUDO PERICIAL. CONTEXTO
SOCIOECONÔMICO. ESTIGMA SOCIAL. BAIXA
ESCOLARIDADE. IMPROVÁVEL REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL. DEPRESSÃO. EMAGRECIMENTO
SENSÍVEL. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.
PRECEDENTE. VALORAÇÃO DO CONJUNTO
PROBATÓRIO. CONVICÇÕES DO MAGISTRADO.
INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE
CONFIGURADA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
DEVIDA. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 111 DO STJ.
APLICABILIDADE. APELAÇÃO DO INSS
PARCIALMENTE CONHECIDA E, NA PARTE
CONHECIDA, DESPROVIDA. REMESSA NECESSÁRIA
PARCIALMENTE PROVIDA. ALTERAÇÃO DOS
CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO DA CORREÇÃO
MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA. SENTENÇA
REFORMADA EM PARTE. 1 - (...) 3 - A Lei nº 8.213/91,
nos arts. 42 a 47, preconiza que o benefício previdenciário
da aposentadoria por invalidez será devido ao segurado
que tiver cumprido o período de carência exigido de 12
(doze) contribuições mensais, estando ou não em gozo de
auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para exercício da atividade que lhe garanta a
subsistência. (...) 10 - No que tange à incapacidade, o
profissional médico indicado pelo Juízo a quo, com base
em exame realizado em 31 de janeiro de 2011 (fls.
164/167), consignou: "O periciado é portador de vírus da
imunodeficiência humana (HIV), com diagnóstico em
1995, quando estava assintomática e realizou uma doença
de sangue. A partir deste momento passou a realizar
acompanhamento regular "utilizar medicação anti-
retroviral, porém em 2001 apresentou episódios de
infecções oportunistas, inclusive uma meningite por
criptococcus. Posteriormente o quadro foi controlado,
evoluindo então com alterações próprias da infecção pelo
HIV, como o quadro depressivo alegado e constado à
perícia médica. Ao exame atual identificam-se evidentes
sintomas depressivos, associados à importante
emagrecimento provocado pela própria síndrome da
imunodeficiência adquirida (SIDA). Além disso, o
periciando é portador de hipertensão arterial sistêmica,
parcialmente controlada. Portanto, pode-se concluir que o
periciando apresenta-se em estágio avançado da doença,
com prognóstico reservado e tendência à piora
progressiva. Fica caracterizada uma incapacidade total e
permanente para o trabalho" (sic). Por fim, fixou a data do
início da doença (DID) em 1995 e da incapacidade (DII)
em 2008. 11 - O juiz não está adstrito integralmente ao
laudo pericial, nos termos do que dispõe o art. 436 do
CPC/73 (atual art. 479 do CPC) e do princípio do livre
convencimento motivado. Por ser o juiz o destinatário das
provas, a ele incumbe a valoração do conjunto probatório
trazido a exame. Precedentes: STJ, 4ª Turma, RESP nº
200802113000, Rel. Luis Felipe Salomão, DJE:
26/03/2013; AGA 200901317319, 1ª Turma, Rel. Arnaldo
Esteves Lima, DJE. 12/11/2010. 12 - Nessa senda, à luz das
máximas da experiência, subministradas pelo que
ordinariamente acontece no dia a dia (art. 335 do
CPC/1973, reproduzido no art. 375 do CPC/2015), tem-se
que a incapacidade do autor, em realidade, surgiu em
2001. 13 - Segundo consta do próprio laudo médico, o
demandante foi submetido a 3 (três) internações no
referido ano, por ter contraído, em decorrência do HIV,
"meninguegite por criptocucus". Nas palavras do expert,
tendo sido diagnostico como portador do vírus em 1995, o
requerente "passou a realizar acompanhamento médico
regular e utilizar medicação anti-retroviral, porém em
2001 apresentou episódios de infecções oportunistas"
(sic). 14 - A análise da incapacidade para o labor, no caso
da imunodeficiência adquirida, deve se dar à luz das
ocupações funcionais habituais do seu portador, do seu
grau de escolaridade, do potencial exibido para
recolocação profissional e reabilitação e, por fim, do
ambiente profissional de convivência, eis que muitos dos
portadores do vírus HIV, ainda que assintomáticos, não
têm oportunidades de trabalho e são marginalizados pela
sociedade, sofrendo com os constrangimentos,
preconceitos e estigmas que giram em torno da doença;
apresentam debilidades físicas e psicológicas; e, em razão
do coquetel que são submetidos, passam por diversos
efeitos colaterais, com náuseas e fadigas que dificultam o
exercício de atividade laboral. Precedente. 15 - Alie-se,
como elemento de convicção, que o requerente é portador
de sintomas depressivos e emagrecimento sensível, bem
como "hipertensão arterial sistêmica". 16 - Dessa forma,
pelo diagnóstico apresentado, evolução patológica e
histórico profissional, tem-se por presente a incapacidade
absoluta e definitiva para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência desde 1995. 17 - (...) . (TRF3 -
Acórdão Apreenec - Apelação/remessa Necessária -
1906743 / Sp 0016552-81.2009.4.03.6183, Relator(a):
Des. Carlos Delgado, data de julgamento: 30/01/2019,
data de publicação: 06/02/2019, 7ª Turma)

Motivos que devem conduzir ao reconhecimento da incapacidade


do segurado com o imediato provimento do presente pedido.

DA AVALIAÇÃO SOCIAL DO SEGURADO

Apesar de constar no laudo médico a capacidade do segurado para


atividades administrativas, deve ser considerado que o segurado trabalhou a
vida inteira com trabalho pesado e não possuiu qualquer instrução para se
colocar no mercado de trabalho, evidenciando a sua incapacidade.

No presente caso, o segurado possui ________ , e tem como


instrução apenas ________ , uma vez que trabalhou a vida toda como
________ , evidenciando a inviabilidade de retornar ao mercado de trabalho
numa atividade administrativa.

Trata-se de inadequada a análise pericial que deixa de avaliar o


contexto social do segurado , uma vez que conforme orientação do Superior
Tribunal de Justiça, além da saúde do segurado, devem ser considerado se os
seus aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais o tornam incapaz para
o exercício do trabalho habitual e inviabilizam seu retorno ao mercado de
trabalho, in verbis:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ. VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO CPC/2015.
NÃO OCORRÊNCIA. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO
DO BENEFÍCIO. CONSIDERAÇÃO DOS ASPECTOS
SOCIOECONÔMICOS, PROFISSIONAIS E CULTURAIS
DO SEGURADO. DESNECESSIDADE DE VINCULAÇÃO
DO MAGISTRADO À PROVA PERICIAL.
PRECEDENTES. REVISÃO DO ACÓRDÃO.
IMPOSSIBILIDADE.REEXAME DE FATOS E DAS
PROVAS. SÚMULA N. 7/STJ.(...) III - No caso dos autos, o
Tribunal de origem determinou a implementação do
benefício da aposentadoria por invalidez por entender que
a condição de saúde da segurada, seus aspectos
socioeconômicos, profissionais e culturais a tornam
incapaz para o exercício do trabalho habitual e
inviabilizam seu retorno ao mercado de trabalho. IV -
Verifica-se que o acórdão regional está em conformidade
com o entendimento jurisprudencial desta Corte no
sentido de que "a concessão da aposentadoria por
invalidez deve considerar, além dos elementos previstos
no art. 42 da Lei 8.213/91, os aspectos socioeconômicos,
profissionais e culturais da segurada, ainda que o laudo
pericial apenas tenha concluído pela sua incapacidade
parcial para o trabalho" (REsp n. 1.568.259/SP, Rel.
Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em
24/11/2015, DJe 1/12/2015). Outros julgados: AgRg no
AREsp n. 712.011/SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, DJe
4.9.2015; AgRg no AREsp n. 35.668/SP, Rel. Ministro Nefi
Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 5/2/2015, DJe
20/2/2015 e AgRg no AREsp n. 497.383/SP, Rel. Ministra
Assusete Magalhães, Segunda Turma, julgado em
18/11/2014, DJe 28/11/2014. V - Assim, havendo o
Tribunal de origem concluído pela incapacidade laborativa
da segurada, o acolhimento da tese recursal de modo a
inverter o julgado demandaria necessariamente o
revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos, o
que é inviável na instância especial diante do enunciado n.
7 da Súmula do STJ. VI - Recurso especial improvido.
(AREsp 1348227/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
SEGUNDA TURMA, julgado em 11/12/2018, DJe
14/12/2018)

Nesse sentido, confirma a jurisprudência sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA.
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE
PERMANENTE. CONDIÇÕES PESSOAIS DO
SEGURADO. A circunstância de ter o laudo pericial
registrado a possibilidade, em tese, de serem
desempenhadas pelo segurado funções laborativas que não
exijam esforço físico não constitui óbice ao
reconhecimento do direito ao benefício de aposentadoria
por invalidez quando, por suas condições pessoais,
aferidas no caso concreto, em especial a idade e a
formação acadêmico-profissional, restar evidente a
impossibilidade de reabilitação para atividades que
dispensem o uso de força física, como as de natureza
burocrática. (TRF-4 - AC: 50583217120174049999
5058321-71.2017.4.04.9999, Relator: TAÍS SCHILLING
FERRAZ, Data de Julgamento: 23/05/2018, SEXTA
TURMA)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ. ART. 42, CAPUT E § 2º DA LEI 8.213/91.
QUALIDADE DE SEGURADO. CARÊNCIA.
INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE REVELADA
PELO CONJUNTO PROBATÓRIO E CONDIÇÕES
PESSOAIS DA PARTE AUTORA. REQUISITOS
PRESENTES. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
DEVIDA. TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO. 1.
Comprovada a incapacidade total e permanente para o
trabalho, diante do conjunto probatório e das condições
pessoais da parte autora, bem como presentes os demais
requisitos previstos nos artigos 42, caput e § 2º da Lei n.º
8.213/91, é devida a concessão do benefício de
aposentadoria por invalidez. 2. O termo inicial do
benefício é a data do requerimento administrativo, de
acordo com a pacífica jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça (REsp nº 200100218237, Relator Ministro Felix
Fischer. DJ 28/05/2001, p. 208). 3. Apelação do INSS não
provida. Apelação da parte autora provida. (TRF-3 - Ap:
00095556520184039999 SP, Relator:
DESEMBARGADORA FEDERAL LUCIA URSAIA, Data de
Julgamento: 22/05/2018, DÉCIMA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:30/05/2018)

Ou seja, deve ser analisada a funcionalidade do indivíduo, através


da ponderação dinâmica entre os fatores pessoais, sociais e econômicos de cada
segurado.

Sobre o tema, já foi sumulado pelo TNU, que as condições pessoais


e sociais do segurado devem ser considerados na análise de viabilidade de
retorno ao trabalho:

Súmula 47 do TNU

Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para


o trabalho, o juiz deve analisar as condições
pessoais e sociais do segurado para a concessão de
aposentadoria por invalidez.

Razão pela qual diante da demonstração inequívoca da


incapacidade do Autor, faz jus à percepção do benefício de auxílio-doença, a
contar da data da sua cessação.

DA ALEGADA DOENÇA PRÉ-EXISTENTE

Diferentemente do que alegado pelo INSS, apesar da pré-


existência da doença do Autor, a atividade laborativa que o mesmo estava
submetido agravou consideravelmente o seu quadro e, consequentemente,
antecipando a sua incapacidade.

Em situações como estas, a jurisprudência é firme ao reconhecer o


direito do Autor no recebimento do auxílio doença:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ/AUXÍLIO-DOENÇA. REQUISITOS.
DOENÇA PRÉ-EXISTENTE AO INGRESSO AO RGPS.
PROGRESSÃO DOS SINTOMAS. RESTABELECIMENTO
DE AUXÍLIO-DOENÇA. Tendo sido comprovado que
houve progressão das moléstias durante os anos de labor,
faz jus a autora ao restabelecimento do benefício de
auxílio-doença. (TRF-4 - AC: 50076978120184049999
5007697-81.2018.4.04.9999, Relator: PAULO AFONSO
BRUM VAZ, Data de Julgamento: 20/02/2019, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)

Motivos que devem conduzir ao imediato deferimento do presente


pedido.

DO EMPREGADO DOMÉSTICO

No presente caso, apesar de reconhecida a incapacidade por


perícia médica, foi negado o pedido de auxílio doença sob o seguinte
fundamento:

"Não possui incapacidade por mais de quinze dias


consecutivos"

Ocorre que no presente caso, foi desconsiderado que o


Requerente é empregado doméstico, conforme cópia da CTPS em anexo.

Dessa forma, tratando-se de empregado doméstico, o pagamento


a partir do primeiro dia de incapacidade deve ser feito pelo INSS,
conforme redação do Decreto 3.048/99:

Art. 72. O auxílio-doença consiste numa renda mensal


calculada na forma do inciso I do caput do art. 39 e será
devido:

I - a contar do décimo sexto dia do afastamento da


atividade para o segurado empregado, exceto o
doméstico, e o empresário;
I - a contar do décimo sexto dia do afastamento da
atividade para o segurado empregado, exceto o
doméstico;

II - a contar da data do início da incapacidade,


para os demais segurados;

Ao excetuar o doméstico no referido caso, o prazo exigido superior


a 15 dias deve ser considerado somente para o segurado empregado, não
englobando os de natureza doméstica, como é o caso.

Nesse sentido é a jurisprudência:

Empregado doméstico. Afastamento do trabalho por


incapacidade reconhecida em atestado médico. Pagamento
dos 15 dias. O inciso I, do art. 72 do Decreto
3.048/99 excepciona expressamente o empregado
doméstico do recebimento do auxílio-doença a
partir do 16º dia, sendo que o inciso II do mesmo
diploma legal estabelece que o benefício é devido
desde a data do início da capacidade "para os
demais empregados", expressão que, por óbvio,
inclui o empregado doméstico. Recurso da reclamada
parcialmente provido. (TRT-1 - RO:
00116590220155010301, Relator: JORGE FERNANDO
GONCALVES DA FONTE, Data de Julgamento:
19/09/2016, Terceira Turma, Data de Publicação:
26/09/2016)

Portanto, requer a reconsideração da decisão da 18ª Junta de


Recursos

HIV - ESTIGMA SOCIAL QUE INVIABILIZA O ACESSO AO


MERCADO DE TRABALHO

No presente caso a doença que acomete o Autor é caracterizada


pelo alto estigma social, especialmente pelos sintomas visíveis ________ que
revelam se tratar de portador de HIV.

Mesmo que assintomática, o estigma social fica perfeitamente


caracterizado diante do rápido emagrecimento, bem como ________ ,
inviabilizando o acesso ao mercado de trabalho.

Ademais, mesmo que não evidenciada a total incapacidade laborar


o Autor, insta consignar que o estigma social enfrentado pelo Autor é
suficientemente hábil a impedir a sua recolocação no mercado de trabalho,
sendo irrelevante a sua capacidade física, conforme precedentes sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ORDINÁRIA.


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS
ATENDIDOS. INCAPACIDADE LABORAL PARCIAL E
DEFINITIVA. PORTADOR DE HIV. CONDIÇÕES
SOCIAIS. TERMO INICIAL. CONSECTÁRIOS LEGAIS DA
CONDENAÇÃO. RE Nº 870.947/SE. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. EFEITO SUSPENSIVO. INDEFINIÇÃO.
DIFERIMENTO PARA A FASE DE CUMPRIMENTO.
TUTELA ANTECIPADA.1. São três os requisitos para a
concessão dos benefícios por incapacidade: 1) a qualidade
de segurado; 2) o cumprimento do período de carência de
12 contribuições mensais; 3) a incapacidade para o
trabalho, de caráter permanente (aposentadoria por
invalidez) ou temporário (auxílio-doença).2. O segurado
portador de enfermidade que o incapacita, ainda que de
forma parcial, mas definitivamente para múltiplos
trabalhos, sem chance de recuperação para atividades
compatíveis com suas limitações, tem direito à concessão
do benefício de aposentadoria por invalidez.3. Esta Corte,
em todas suas Turmas, vem concedendo benefício
previdenciário por incapacidade a portadores de HIV
ainda que não apresentem a doença em atividade, sob
análise das condições pessoais e sociais desses
requerentes.4. É imprescindível considerar, além do
estado de saúde, as condições pessoais da parte segurada,
como a sua idade, a presumível pouca instrução, o tipo de
labor desenvolvido e, por fim, a realidade do mercado de
trabalho atual, já exíguo até para pessoas jovens e que
estão em perfeitas condições de saúde. Nesse compasso,
ordenar que a parte postulante, com tais limitações,
recomponha sua vida profissional, negando-lhe o benefício
no momento em que dele necessita, é contrariar o basilar
princípio da dignidade da pessoa.5. Em relação ao termo
inicial, o entendimento que vem sendo adotado é no
sentido de que, evidenciado que a incapacidade laboral já
estava presente quando do requerimento
administrativo/da cessação do benefício pela autarquia
previdenciária, mostra-se correto o estabelecimento do
termo inicial do benefício previdenciário em tal data. 6.
Diferida para a fase de cumprimento de sentença a
definição sobre os consectários legais da condenação,
cujos critérios de aplicação da correção monetária e juros
de mora ainda estão pendentes de definição pelo STF, em
face da decisão que atribuiu efeito suspensivo aos
embargos de declaração opostos no RE nº 870.947/SE,
devendo, todavia, iniciar-se com a observância das
disposições da Lei nº 11.960/09, possibilitando a
requisição de pagamento do valor incontroverso.7.
Mantida a antecipação de tutela, pois presentes os
requisitos exigidos para o deferimento da tutela de
urgência seja na forma do CPC/73 ou no CPC/15. (TRF4,
AC 5001022-05.2018.4.04.9999, Relator(a): FERNANDO
QUADROS DA SILVA, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DO PR, Julgado em: 17/12/2018,
Publicado em: 18/12/2018)

PREVIDENCIÁRIO.
AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL. PORTADOR
DO VÍRUS HIV. TERMO INICIAL.1. Tratando-se de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, o Julgador
firma sua convicção, via de regra, por meio da prova
pericial.2. Considerando as conclusões do perito judicial
de que a parte autora é portadora do vírus HIV, associadas
ao estigma social da doença e à dificuldade de inserção no
mercado de trabalho, é devido o benefício de
aposentadoria por invalidez. 3. Tendo o conjunto
probatório apontado a existência da incapacidade laboral
desde a época do cancelamento administrativo, o benefício
é devido desde então. (TRF4, AC 5027189-
59.2018.4.04.9999, Relator(a): CELSO KIPPER, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, Julgado em:
29/11/2018, Publicado em: 04/12/2018)

Afinal, pela baixa qualificação do segurado , bem como pelos sérios


danos psicológicos causados pela doença, conforme laudos psicológicos que
atestam a sua fragilidade emocional e quadro depressivo, a recolocação no
mercado de trabalho é praticamente impossível. Nesse sentido confirmam os
precedentes:

PROCESSUAL CIVIL. REMESSA NECESSÁRIA.


AUSÊNCIA PARCIAL DE INTERESSE RECURSAL. NÃO
CONHECIMENTO EM PARTE. PREVIDENCIÁRIO.
AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. QUALIDADE DE SEGURADO
DEMONSTRADA. CARÊNCIA LEGAL DISPENSADA.
AIDS (HIV). LAUDO PERICIAL. CONTEXTO
SOCIOECONÔMICO. ESTIGMA SOCIAL. BAIXA
ESCOLARIDADE. IMPROVÁVEL REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL. DEPRESSÃO. EMAGRECIMENTO
SENSÍVEL. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.
PRECEDENTE. VALORAÇÃO DO CONJUNTO
PROBATÓRIO. CONVICÇÕES DO MAGISTRADO.
INCAPACIDADE TOTAL E PERMANENTE
CONFIGURADA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
DEVIDA. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 111 DO STJ.
APLICABILIDADE. APELAÇÃO DO INSS
PARCIALMENTE CONHECIDA E, NA PARTE
CONHECIDA, DESPROVIDA. REMESSA NECESSÁRIA
PARCIALMENTE PROVIDA. ALTERAÇÃO DOS
CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO DA CORREÇÃO
MONETÁRIA E DOS JUROS DE MORA. SENTENÇA
REFORMADA EM PARTE. 1 - (...) 3 - A Lei nº 8.213/91,
nos arts. 42 a 47, preconiza que o benefício previdenciário
da aposentadoria por invalidez será devido ao segurado
que tiver cumprido o período de carência exigido de 12
(doze) contribuições mensais, estando ou não em gozo de
auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para exercício da atividade que lhe garanta a
subsistência. (...) 10 - No que tange à incapacidade, o
profissional médico indicado pelo Juízo a quo, com base
em exame realizado em 31 de janeiro de 2011 (fls.
164/167), consignou: "O periciado é portador de vírus da
imunodeficiência humana (HIV), com diagnóstico em
1995, quando estava assintomática e realizou uma doença
de sangue. A partir deste momento passou a realizar
acompanhamento regular "utilizar medicação anti-
retroviral, porém em 2001 apresentou episódios de
infecções oportunistas, inclusive uma meningite por
criptococcus. Posteriormente o quadro foi controlado,
evoluindo então com alterações próprias da infecção pelo
HIV, como o quadro depressivo alegado e constado à
perícia médica. Ao exame atual identificam-se evidentes
sintomas depressivos, associados à importante
emagrecimento provocado pela própria síndrome da
imunodeficiência adquirida (SIDA). Além disso, o
periciando é portador de hipertensão arterial sistêmica,
parcialmente controlada. Portanto, pode-se concluir que o
periciando apresenta-se em estágio avançado da doença,
com prognóstico reservado e tendência à piora
progressiva. Fica caracterizada uma incapacidade total e
permanente para o trabalho" (sic). Por fim, fixou a data do
início da doença (DID) em 1995 e da incapacidade (DII)
em 2008. 11 - O juiz não está adstrito integralmente ao
laudo pericial, nos termos do que dispõe o art. 436 do
CPC/73 (atual art. 479 do CPC) e do princípio do livre
convencimento motivado. Por ser o juiz o destinatário das
provas, a ele incumbe a valoração do conjunto probatório
trazido a exame. Precedentes: STJ, 4ª Turma, RESP nº
200802113000, Rel. Luis Felipe Salomão, DJE:
26/03/2013; AGA 200901317319, 1ª Turma, Rel. Arnaldo
Esteves Lima, DJE. 12/11/2010. 12 - Nessa senda, à luz das
máximas da experiência, subministradas pelo que
ordinariamente acontece no dia a dia (art. 335 do
CPC/1973, reproduzido no art. 375 do CPC/2015), tem-se
que a incapacidade do autor, em realidade, surgiu em
2001. 13 - Segundo consta do próprio laudo médico, o
demandante foi submetido a 3 (três) internações no
referido ano, por ter contraído, em decorrência do HIV,
"meninguegite por criptocucus". Nas palavras do expert,
tendo sido diagnostico como portador do vírus em 1995, o
requerente "passou a realizar acompanhamento médico
regular e utilizar medicação anti-retroviral, porém em
2001 apresentou episódios de infecções oportunistas"
(sic). 14 - A análise da incapacidade para o labor, no caso
da imunodeficiência adquirida, deve se dar à luz das
ocupações funcionais habituais do seu portador, do seu
grau de escolaridade, do potencial exibido para
recolocação profissional e reabilitação e, por fim, do
ambiente profissional de convivência, eis que muitos dos
portadores do vírus HIV, ainda que assintomáticos, não
têm oportunidades de trabalho e são marginalizados pela
sociedade, sofrendo com os constrangimentos,
preconceitos e estigmas que giram em torno da doença;
apresentam debilidades físicas e psicológicas; e, em razão
do coquetel que são submetidos, passam por diversos
efeitos colaterais, com náuseas e fadigas que dificultam o
exercício de atividade laboral. Precedente. 15 - Alie-se,
como elemento de convicção, que o requerente é portador
de sintomas depressivos e emagrecimento sensível, bem
como "hipertensão arterial sistêmica". 16 - Dessa forma,
pelo diagnóstico apresentado, evolução patológica e
histórico profissional, tem-se por presente a incapacidade
absoluta e definitiva para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência desde 1995. 17 - (...) . (TRF3 -
Acórdão Apreenec - Apelação/remessa Necessária -
1906743 / Sp 0016552-81.2009.4.03.6183, Relator(a):
Des. Carlos Delgado, data de julgamento: 30/01/2019,
data de publicação: 06/02/2019, 7ª Turma)

Motivos que devem conduzir ao reconhecimento da incapacidade


do segurado com o imediato provimento do presente pedido.

DA CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Segundo o artigo 62 da lei 8.213/91 a cessação do auxílio-doença


poderá ocorrer na hipótese de constatação da incapacidade definitiva para
qualquer atividade, o que resultará na sua conversão em aposentadoria por
invalidez, in verbis:

Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença,


insuscetível de recuperação para sua atividade habitual,
deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional
para o exercício de outra atividade. (Redação dada pela Lei
nº 13.457, de 2017)

§ 1º. O benefício a que se refere o caput deste


artigo será mantido até que o segurado seja
considerado reabilitado para o desempenho de
atividade que lhe garanta a subsistência ou,
quando considerado não recuperável, seja
aposentado por invalidez.

No mesmo sentido, a aposentadoria por invalidez está prevista nos


arts. 42 da mesma Lei, que:

Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,


quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença,
for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta
condição.

§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá


da verificação da condição de incapacidade mediante
exame médico-pericial a cargo da Previdência Social,
podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se
acompanhar de médico de sua confiança.

§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador


ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe
conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão
ou agravamento dessa doença ou lesão.

Dos dispositivos legais, à luz do caso concreto, percebe-se o pleno


atendimento aos requisitos legais pelo Autor, autorizando imediatamente a
concessão do benefício, porquanto não possui mais condições de exercer seu
labor, conforme entendimento majoritário nos tribunais:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. ARTIGOS 42, CAPUT E
§ 2.º, 59 e 62 DA LEI N.º 8.213/91. QUALIDADE DE
SEGURADO. CARÊNCIA. INCAPACIDADE TOTAL E
PERMANENTE. REQUISITOS PRESENTES. AUXÍLIO-
DOENÇA DEVIDO. CONVERSÃO EM APOSENTADORIA
POR INVALIDEZ DEVIDA. CORREÇÃO MONETÁRIA.
JUROS DE MORA. SUCUMBÊNCIA RECURSAL.-
Comprovada a incapacidade total e permanente
para o trabalho, bem como presentes os demais
requisitos previstos nos artigos 42, caput e § 2º da
Lei n.º 8.213/91, é devida a concessão do benefício
de aposentadoria por invalidez a partir do laudo
pericial.- Termo inicial do auxílio-doença fixado na data
do requerimento administrativo e a sua conversão em
aposentadoria por invalidez, a partir da data do laudo
pericial, momento em que reconhecida a incapacidade
total e permanente da parte autora para o trabalho.- A
correção monetária e os juros de mora serão aplicados de
acordo com o vigente Manual de Cálculos da Justiça
Federal, atualmente a Resolução nº 267/2013, observado
o julgamento final do RE 870.947/SE em Repercussão
Geral, em razão da suspensão do seu decisum deferida nos
embargos de declaração opostos pelos entes federativos
estaduais e INSS, conforme r. decisão do Ministro Luiz
Fux, em 24/09/2018.- Diante do trabalho adicional do
patrono da parte autora, os honorários advocatícios devem
ser fixados nos termos do artigo 85, §§ 3º e 11, do Código
de Processo Civil, e da Súmula 111 do STJ .- Sem custas ou
despesas processuais, por ser a parte autora beneficiária
da assistência judiciária gratuita.- Apelação da parte
autora parcialmente provida. (TRF 3ª Região, 10ª Turma,
ApCiv - APELAÇÃO CÍVEL - 5003843-43.2017.4.03.9999,
Rel. Desembargador Federal MARIA LUCIA LENCASTRE
URSAIA, julgado em 15/08/2019, e - DJF3 Judicial 1
DATA: 21/08/2019)

PREVIDENCIÁRIO. RESTABELECIMENTO DE
AUXÍLIO-DOENÇA. CONVERSÃO EM
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE
LABORAL. ATIVIDADE HABITUAL. REABILITAÇÃO
IMPRATICÁVEL.1. Nas ações em que se objetiva a
concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-
doença, o julgador firma seu convencimento com base na
prova pericial, não deixando de se ater, entretanto, aos
demais elementos de prova.2. Comprovado pelo
conjunto probatório que a parte autora está
incapacitada para a sua atividade habitual e que,
por suas condições pessoais, se mostra
impraticável a reabilitação para outra atividade, é
devida a aposentadoria por invalidez.3. Hipótese em
que os elementos de prova indicam a continuidade da
moléstia incapacitante após a cessação do auxílio-doença,
impondo-se o restabelecimento do benefício com
conversão em aposentadoria por invalidez a partir da data
da perícia administrativa, que reconheceu estar a parte
autora total e permanentemente incapacitada para o
trabalho. (TRF4, AC 5003075-22.2019.4.04.9999,
Relator(a): JULIO GUILHERME BEREZOSKI
SCHATTSCHNEIDER, SEXTA TURMA, Julgado em:
07/08/2019, Publicado em: 08/08/2019)

Ademais, mesmo a possibilidade de reabilitação da incapacidade


mediante cirurgia autoriza o deferimento da aposentadoria por invalidez, pois o
segurado não é obrigado a ter que se submeter a procedimento cirúrgico de
tamanho risco.

Nesse sentido, confirma jurisprudência sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. TERMO


INICIAL DO BENEFÍCIO. CONVERSÃO EM
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. RECUPERAÇÃO
DA CAPACIDADE LABORAL CONDICIONADA À
REALIZAÇÃO DE CIRURGIA. CORREÇÃO MONETÁRIA.
TEMA 810 DO STF.1. Nas ações em que se objetiva a
concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-
doença, o julgador firma seu convencimento com base na
prova pericial, não deixando de se ater, entretanto, aos
demais elementos de prova.2. A circunstância de ter o
laudo pericial registrado a possibilidade de recuperação
laborativa condicionada à realização de procedimento
cirúrgico, ao qual a parte autora não está obrigada a se
submeter, autoriza a concessão de aposentadoria por
invalidez.3. Hipótese em que os elementos de prova
indicam a existência da moléstia incapacitante desde o
requerimento administrativo do auxílio-doença, impondo-
se a concessão do benefício com conversão em
aposentadoria por invalidez a partir da data da perícia
judicial.4. O Supremo Tribunal Federal reconheceu no RE
870947, com repercussão geral, a inconstitucionalidade do
uso da TR.5. Deferido efeito suspensivo pelo STF aos
embargos de declaração opostos no RE nº. 870.947 e
considerando que a questão restringe-se à modulação dos
efeitos da decisão de inconstitucionalidade, nada obsta
que se defina na fase de conhecimento, desde logo, com
respeito à decisão também vinculante do STJ no Tema
905, o estabelecimento do índice aplicável - INPC para os
benefícios previdenciários e IPCA-E para os assistenciais-,
cabendo, porém, ao juízo de origem observar, na fase de
cumprimento do presente julgado, o que vier a ser
deliberado nos referidos embargos declaratórios. Se esta
fase tiver início antes da decisão, deverá ser utilizada,
provisoriamente, a TR, sem prejuízo de eventual
complementação. (TRF4, AC 5004836-
88.2019.4.04.9999, Relator(a): JULIO GUILHERME
BEREZOSKI SCHATTSCHNEIDER, SEXTA TURMA,
Julgado em: 07/08/2019, Publicado em: 08/08/2019)

Para tanto, requer o deferimento do benefício com início em


________ , nos termos do artigo 43 e 60 da Lei nº 8.213/91.
DA CONVERSÃO EM AUXÍLIO DOENÇA ACIDENTÁRIO

O auxílio acidente é devido ao segurado que, após uma doença ou


acidente causado pela relação laboral, recupera-se, mas não totalmente. Neste
caso, ficam sequelas que reduzem a capacidade de trabalho, sendo cabível o
auxílio previdenciário, mesmo que não o incapacite totalmente, conforme
expressa previsão legal:

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como


indenização, ao segurado quando, após consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem seqüelas que impliquem redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia.

Conforme previsão legal, o auxílio acidentário se caracteriza no


presente caso, uma vez que se evidenciam os seguintes requisitos:

a) Condição de empregado à época do acidente de


trabalho, o que se comprova por meio de ________ ;

b) Presença de lesões incapacitantes ou de redução da


capacidade laborativa para as atividades de ________ , o
que se comprova pelos laudos que junta em anexo;

c) Nexo de causalidade entre o sinistro e as atividades


profissionais desempenhadas, o que se comprova por meio
de ________ , e;

d) Redução da capacidade ________ , que se comprova


por meio de ________ .

Dessa forma, demonstrados os requisitos à concessão do auxílio


acidentário, tem-se pela necessária revisão da decisão administrativa com a sua
concessão.
Nesse sentido é a jurisprudência sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO


ACIDENTÁRIA. AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO.
CESSAÇÃO INDEVIDA. NEXO DE CAUSALIDADE.
PROVA TÉCNICA JUDICIAL. INCAPACIDADE
LABORATIVA TOTAL E PERMANENTE.
COMPROVAÇÃO. TERMO INICIAL. CESSAÇÃO
INDEVIDA. CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. DATA DO LAUDO JUDICIAL. SENTENÇA
MANTIDA. 1. Para fins de concessão dos benefícios
acidentários, faz-se necessária a comprovação dos
seguintes requisitos: i) a condição de empregado à época
do acidente de trabalho; ii) a presença de lesões
incapacitantes ou de redução da capacidade laborativa; iii)
o nexo de causalidade entre o sinistro e as atividades
profissionais desempenhadas; e iv) o grau de
incapacidade, se temporária ou definitiva. 2. Nos termos
do artigo 59 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-doença será
devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade
habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. 3.
Consoante o disposto no artigo 42 da Lei nº 8.213/91, a
aposentadoria por invalidez deve ser concedida ao
segurado que for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a
subsistência. 4. Demonstrada pelo laudo pericial,
bem como pelos demais elementos de prova dos
autos, tais como a CAT, a comunicação de
ocorrência policial e o prontuário médico, que a
incapacidade do beneficiário/periciando para o
exercício da função laboral decorre do acidente
que sofreu no trabalho, tem-se por satisfeito o
requisito indispensável relativo ao nexo de
causalidade para a percepção do benefício auxílio-
doença acidentário, desde a data da sua cessação
indevida. 4.1. Se a prova dos autos demonstra que a
incapacidade que acomete o segurado é total, permanente
e omniprofissional, o pedido de conversão do benefício de
auxílio-doença acidentário em aposentadoria por invalidez
deve ser concedido, a partir do laudo pericial judicial, à
míngua de pedido de conversão na via administrativa. 5.
Apelação cível conhecida e não provida. (TJDFT, Acórdão
n.1183585, 07099548520188070015, Relator(a): SIMONE
LUCINDO, 1ª Turma Cível, Julgado em: 03/07/2019,
Publicado em: 19/07/2019)

REEXAME NECESSÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO


PREVIDENCIÁRIO. Sentença em desfavor de autarquia
federal. PRESCRIÇÃO. AUXÍLO-DOENÇA
ACIDENTÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. INCAPACIDADE
LABORAL PARCIAL E PERMANENTE. NEXO DE
CAUSALIDADE. 1. Apelação contra sentença em que foi
julgado procedente o pedido de restabelecimento do
auxílio-doença acidentário e sua conversão em auxílio-
acidente após a reabilitação profissional. 2. O STJ tem
orientação pacífica de que a sentença ilíquida não enseja a
dispensa do Reexame Necessário (Súmula 490). 3. Não há
prescrição se entre o pagamento da última parcela antes
da suspensão do benefício e o ajuizamento da ação
decorreram apenas 02 (dois) meses. 4. O auxílio-doença
acidentário pressupõe a condição de segurado do
trabalhador, a incapacidade para a atividade habitual por
mais de 15 (quinze) dias (art. 59, Lei nº 8.213/91), bem
como o nexo de causalidade entre a incapacidade e a
atividade laboral. O auxílio-acidente, por sua vez, é
benefício de natureza indenizatória, devido ao
segurado quando se consolidarem as lesões e
delas resultarem sequelas que impliquem redução
da capacidade laborativa ou total incapacidade
para o trabalho que habitualmente exercia à época
do acidente (art. 86 da Lei 8.213/91). 5. Comprovado
mediante perícia médica realizada em juízo a lesão do
segurado, o acidente laboral, o nexo de causalidade, bem
como a incapacidade parcial e permanente para o trabalho
habitual, é devido o pagamento do auxílio-doença
acidentário até a reabilitação para o trabalho (artigos 59 a
63 da Lei nº 8.213/91), quando, então, o benefício será
convertido em auxílio-acidente. 6. Não há vedação legal
para a cominação de multa diária para o descumprimento
de obrigação de fazer pelo INSS. Nesse sentido é a
jurisprudência do STJ. 7. Remessa Necessária e Apelação
desprovidas. (TJDFT, Acórdão n.1193117,
07270805120188070015, Relator(a): CESAR LOYOLA, 2ª
Turma Cível, Julgado em: 14/08/2019, Publicado em:
19/08/2019)

Tratando-se de sequela oriunda do trabalho, não se exige


incapacidade total para o trabalho, bastando a simples redução da
capacidade laboral para ser cabível a conversão do auxílio doença em auxílio
acidentário. Nesse sentido:

PREVIDENCIÁRIO. QUALIDADE DE SEGURADO


ESPECIAL COMPROVADA. AUXÍLIO-DOENÇA.
INCAPACIDADE LABORAL TEMPORÁRIA. AUXÍLIO-
ACIDENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORAL.
DIREITO AO BENEFÍCIO. CORREÇÃO MONETÁRIA.
JUROS DE MORA. TEMA 810 DO STF. CUSTAS
PROCESSUAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.1. A
comprovação do exercício de atividade rural deve-se
realizar na forma do art. 55, § 3º, da Lei 8.213/91,
mediante início de prova material complementado por
prova testemunhal idônea.2. Considerando os elementos
probatórios constantes dos autos, é possível aferir a
qualidade de segurado especial da parte autora no período
equivalente à carência.3. Nas ações em que se objetiva a
concessão de aposentadoria por invalidez ou auxílio-
doença, o julgador firma seu convencimento com base na
prova pericial, não deixando de se ater, entretanto, aos
demais elementos de prova.4. É devido o auxílio-doença
quando a perícia judicial é concludente de que a parte
autora encontra-se temporariamente incapacitada para o
trabalho.5. É devido o auxílio-acidente, desde a cessação
do auxílio-doença, quando a perícia judicial conclui pela
redução permanente da capacidade para o trabalho que o
segurado habitualmente exercia, devido à sequela de
lesões oriundas de acidente de qualquer natureza.6. O
direito ao benefício de auxílio-acidente não está
condicionado ao grau de incapacidade para o
trabalho habitual, bastando que exista a
diminuição, ainda que mínima, da aptidão
laborativa, oriunda de sequela de acidente de
qualquer natureza. Entendimento em conformidade
com o Tema nº 416 do STJ.7. Hipótese em que os
elementos de prova indicam a existência da moléstia
incapacitante desde o requerimento administrativo do
auxílio-doença, impondo-se a concessão do benefício com
conversão em auxílio-acidente a partir da data apontada
na perícia judicial.8. O Supremo Tribunal Federal
reconheceu no RE 870947, com repercussão geral, a
inconstitucionalidade do uso da TR.9. (...). Honorários de
sucumbência fixados em 10% sobre as prestações vencidas
até a data do acórdão, considerando as variáveis dos
incisos I a IV do § 2º do artigo 85 do NCPC. (TRF4, AC
5008703-26.2018.4.04.9999, Relator(a): ARTUR CÉSAR
DE SOUZA, SEXTA TURMA, Julgado em: 27/03/2019,
Publicado em: 04/04/2019)

Assim, demonstrados os requisitos legais à concessão do auxílio


acidente, o seu deferimento é medida que se impõe.
DA MAJORAÇÃO EM 25% POR NECESSIDADE ESPECIAIS DO
AUTOR

Pela narrativa dos fatos, fica claro o enquadramento do Autor


dentre as situações previstas no Anexo I do Decreto nº 3.048/99, concretizando
o direito à majoração de vinte e cinco por cento, nos termos do art. 45 da Lei
8.213/91, in verbis:

Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do


segurado que necessitar da assistência permanente de
outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento).
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o
limite máximo legal;
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem
for reajustado;
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo
incorporável ao valor da pensão.

Trata-se de benefício extensível a quem necessita de apoio de


terceiros, conforme jurisprudência sobre o tema:

PROCESSO CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO -


EXISTÊNCIA DE OMISSÃO.
1. As razões dos embargantes demonstram obscuridade,
contradição ou omissão.
2. O artigo 45 da Lei n. 8.213/91 dispõe que o valor da
aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da
assistência permanente de outra pessoa será acrescido de
25% (vinte e cinco por cento).
3. O laudo médico pericial (fls. 50/55 e 133) constatou que
o autor sofre de cegueira bilateral, sendo total e
permanentemente incapaz para laborar, bem como para os
atos da vida independente, pois necessita de cuidados
permanentes de terceiros.
4. A majoração de 25% no benefício de aposentadoria por
invalidez deve se dar a partir na data do requerimento
administrativo (22/08/2012), sendo possível concluir
pelos elementos constantes dos autos que neste momento
já estavam presentes os requisitos necessários à concessão
do amparo.
5. Considerando o julgamento proferido pelo C. STF, na
Repercussão Geral no RE 870.947 (que trata da correção
monetária e juros de mora na fase de conhecimento),
deverá ser observado o entendimento firmado.
6. Embargos de declaração do INSS parcialmente providos
e do autor providos. (TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, Ap
- APELAÇÃO CÍVEL - 2200764 - 0001670-
64.2013.4.03.6122, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
LUIZ STEFANINI, julgado em 19/02/2018, e-DJF3
Judicial 1 DATA:19/03/2018)

Assim, uma vez que o percentual é destinado aos segurados que


necessitam de assistência permanente de outra pessoa, trata-se de direito
devido a majoração do benefício.

DO ACRÉSCIMO EM OUTROS BENEFÍCIOS

O Autor tem direito ao acréscimo de 25%, previsto no art. 45 da


Lei 8.213/91, sobre o valor do benefício, uma vez que necessita de assistência
permanente de outra pessoa, independentemente da espécie de aposentadoria.

Trata-se de tese confirmada pelo STJ, em sede de Recurso


Repetitivo - Tema 982, firmado na seguinte tese:

Comprovadas a invalidez e a necessidade de assistência


permanente de terceiro, é devido o acréscimo de 25%
(vinte e cinco por cento), previsto no art. 45 da Lei n.
8.213/91, a todos os aposentados pelo RGPS,
independentemente da modalidade de aposentadoria.
O tema foi pacificado na seguinte ementa:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO


ESPECIAL REPETITIVO. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
DE 2015. APLICABILIDADE. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. "AUXÍLIO-ACOMPANHANTE".
ADICIONAL DE 25% (VINTE E CINCO POR CENTO)
PREVISTO NO ART. 45 DA LEI N. 8.213/91.
NECESSIDADE DE ASSISTÊNCIA PERMANENTE DE
TERCEIRO. COMPROVAÇÃO. EXTENSÃO A OUTRAS
ESPÉCIES DE APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE.
PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E
DA ISONOMIA. GARANTIA DOS DIREITOS SOCIAIS.
CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS
DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (NOVA IORQUE,
2007). INTERPRETAÇÃO JURISPRUDENCIAL DE
ACORDO COM PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. FATO
GERADOR. BENEFÍCIO DE CARÁTER ASSISTENCIAL,
PERSONALÍSSIMO E INTRANSFERÍVEL.
DESNECESSIDADE DE PRÉVIA FONTE DE CUSTEIO.
TESE FIRMADA SOB O RITO DOS RECURSOS
ESPECIAIS REPETITIVOS. ART. 1.036 E SEGUINTES DO
CPC/2015. RECURSO ESPECIAL DO INSS IMPROVIDO.
I - (...). II - Cinge-se a controvérsia à possibilidade de
extensão do "auxílio-acompanhante", previsto no art. 45
da Lei n. 8.213/91 aos segurados aposentados por
invalidez, às demais espécies de aposentadoria do Regime
Geral da Previdência Social - RGPS. III - O "auxílio-
acompanhante" consiste no pagamento do adicional de
25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício ao
segurado aposentado por invalidez, que necessite de
assistência permanente de terceiro para a realização de
suas atividades e cuidados habituais, no intuito de
diminuir o risco social consubstanciado no indispensável
amparo ao segurado, podendo, inclusive, sobrepujar o teto
de pagamento dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.IV - Tal benefício possui caráter
assistencial porquanto: a) o fato gerador é a necessidade
de assistência permanente de outra pessoa a qual pode
estar presente no momento do requerimento
administrativo da aposentadoria por invalidez ou ser-lhe
superveniente; b) sua concessão pode ter ou não relação
com a moléstia que deu causa à concessão do benefício
originário; e c) o pagamento do adicional cessará com a
morte do aposentado, não sendo incorporado ao valor da
pensão por morte, circunstância própria dos benefícios
assistenciais que, pela ausência de contribuição, são
personalíssimos e, portanto, intransferíveis aos
dependentes. V - A pretensão em análise encontra
respaldo nos princípios da dignidade da pessoa humana e
da isonomia, bem como na garantia dos direitos sociais,
contemplados, respectivamente, nos arts. 1º, III, 5º, caput,
e 6º, da Constituição da República.VI - O Estado brasileiro
é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência de Nova Iorque, de 2007,
admitida com status de emenda constitucional, nos termos
do art. 5º, § 3º, da Constituição da República. Promulgada
pelo Decreto n. 6.949/09, a Convenção, em seu art. 1º,
ostenta o propósito de "(...) promover, proteger e
assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os
direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as
pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua
dignidade inerente", garantindo, ainda, em seus arts. 5º e
28, tratamento isonômico e proteção da pessoa com
deficiência, inclusive na seara previdenciária.VII - A 1ª
Seção desta Corte, em mais de uma oportunidade,
prestigiou os princípios da dignidade da pessoa humana e
da isonomia com vista a iluminar e desvendar a adequada
interpretação de dispositivos legais (...). VIII - A
aplicação do benefício às demais modalidades de
aposentadoria independe da prévia indicação da
fonte de custeio porquanto o "auxílio-acompanhante"
não consta no rol do art. 18 da Lei n. 8.213/91, o qual
elenca os benefícios e serviços devidos aos segurados do
Regime Geral de Previdência Social e seus dependentes. IX
- Diante de tal quadro, impõe-se a extensão do
"auxílio- acompanhante" a todos os aposentados
que, inválidos, comprovem a necessidade de ajuda
permanente de outra pessoa, independentemente
do fato gerador da aposentadoria. X - Tese jurídica
firmada: "Comprovadas a invalidez e a necessidade de
assistência permanente de terceiro, é devido o acréscimo
de 25% (vinte e cinco por cento), previsto no art. 45 da Lei
n. 8.213/91, a todos os aposentados pelo RGPS,
independentemente da modalidade de aposentadoria." XI
- Recurso julgado sob a sistemática dos recursos especiais
representativos de controvérsia (art. 1.036 e seguintes do
CPC/2015 e art. 256-N e seguintes do RISTJ). XII -
Recurso Especial do INSS improvido. (REsp 1720805/RJ,
Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, Rel. p/ Acórdão
Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 22/08/2018, DJe 26/09/2018)

Portanto, mesmo que a redação da lei traga que o acréscimo de


25% é devido sobre o valor da aposentadoria por invalidez do segurado, a
interpretação dada pelo STJ confirma o cabimento nas demais modalidades de
benefício, sendo devido, portanto, ao presente caso.

TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito
e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados,


vejamos:
DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou
perfeitamente demonstrado, o direto do Autor é caracterizado pela
demonstração inequívoca da veracidade dos argumentos exordiais, uma vez que
com as provas documentais juntadas em anexo é possível confirmar que todos
os requisitos estão preenchidos, sendo iminente a necessidade da obtenção da
tutela, deve o magistrado deferir antecipadamente o objeto postulado.

Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para


aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há


racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo
necessário à produção da provas dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos, uma vez que o autor já se
desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de
Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO: Trata-se


de benefício de caráter alimentar que garante a digna sobrevivência
do Autor.

Assim, é cristalino o risco de ineficácia do provimento final da lide,


exatamente por estar a parte Autora desprovida de qualquer fonte
de renda e, por consequência, de manter a digna subsistência, o que já
vem sendo reconhecido em caráter liminar pelos tribunais:

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE


INTRUMENTO. RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-
DOENÇA. REQUISITOS PREENCHIDOS. TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DEFERIDA.
Evidenciados nos autos a probabilidade do direito
e o perigo de dano, deve ser deferida a tutela de
urgência, determinando-se a imediata
reimplantação do benefício de auxílio-doença em
favor da parte agravante. (TRF4, AG 5072526-
32.2017.4.04.0000, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR
DE SC, Relator CELSO KIPPER, juntado aos autos em
28/05/2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DOS


EFEITOS DA TUTELA BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
DEMONSTRADOS OS REQUISITOS LEGAIS
NECESSÁRIOS À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. TUTELA
ANTECIPADA CONCEDIDA. 1. A tutela antecipada, via de
regra, deve ser concedida após a oitiva da parte contrária.
Contudo, a sua concessão inaudita altera parte não é
vedada em nosso ordenamento jurídico e pode ser deferida
nos casos em que o juiz verificar que o prazo de resposta
possa implicar em risco de perecimento do direito
invocado, como é a hipótese de deferimento de benefício
previdenciário do qual a parte necessite para sobreviver. 2.
A antecipação da tutela é medida excepcional, pois
realizada mediante cognição sumária. Desta forma, a fim
de evitar a ocorrência de prejuízos à parte que sofre
antecipadamente os efeitos da tutela, o Juízo deve buscar
aplicar tal medida com parcimônia, restringindo-a apenas
àqueles casos em que se verifique a verossimilhança da
alegação e a urgência da medida, sob pena de dano
irreparável ou de difícil reparação. 3. O benefício
previdenciário do auxílio-doença é regido pelo art. 59 da
Lei nº 8.213/91. Da leitura do aludido artigo conclui-se
que, para fazer jus ao benefício pleiteado, deverá a parte
autora satisfazer cumulativamente os requisitos
mencionados: incapacidade e carência, quando for o caso;
qualidade de segurado e não ser portador da doença
incapacitante ao ingressar no RGPS. 4. Presente a
verossimilhança nas alegações autorais e não
havendo nos autos comprovação de que a parte
autora possua renda suficiente para prover sua
própria subsistência, restando evidenciada a
presença do periculum in mora no caso concreto
(STJ, 1ª Turma, AgRG na MC 20209, Rel. Min.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 13.6.2014), a
tutela antecipada deve ser concedida. 5. Agravo de
instrumento provido. O benefício do auxílio-doença
deverá ser concedido e mantido até o julgamento de
mérito pelo Juízo a quo (art. 60, § 8º e parágrafo único, da
Lei 8.213/91). (TRF2, Agravo de Instrumento 0001178-
59.2018.4.02.0000, Relator(a): ROGERIO TOBIAS DE
CARVALHO, 2ª TURMA ESPECIALIZADA, Julgado em:
30/07/2018, Disponibilizado em: 02/08/2018)

APELAÇÃO CÍVEL. PREVIDENCIÁRIO. INCAPACIDADE


LABORAL. PARCIAL E PERMANENTE DEMONSTRADA.
POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO. AUXÍLIO-
DOENÇA. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. MANUAL
DE CÁLCULOS NA JUSTIÇA FEDERAL. LEI Nº
11.960/2009. INVERSÃO DO ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA.
TUTELA ANTECIPADA. IMPLANTAÇÃO
IMEDIATA DO BENEFÍCIO. 1. Trata-se de pedido de
restabelecimento de auxílio-doença, com conversão em
aposentadoria por invalidez. 2. Laudo médico pericial
indica a existência de incapacidade laboral parcial
e permanente, com restrição para a atividade
habitual. Auxílio-doença restabelecido. 3. Inviável a
concessão de aposentadoria por invalidez. Ausência de
incapacidade total e permanente. 4. Juros e correção
monetária de acordo com os critérios do Manual de
Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça
Federal, naquilo que não conflitar como o disposto na Lei
nº 11.960/2009. 5. Inversão do ônus da sucumbência. 6.
Prestação de caráter alimentar. Implantação imediata
do benefício. Tutela antecipada concedida. 7.
Apelação da parte autora parcialmente provida, para
conceder o benefício previdenciário de auxilio-doença.
(TRF-3 - AC: 00003703720174039999 SP, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO DOMINGUES,
Data de Julgamento: 24/04/2017, SÉTIMA TURMA, Data
de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:05/05/2017)

Portanto, devida a imediata concessão do benefício ao Autor.

DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente não possui qualquer renda, não dispondo de


condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu
sustento e de sua família.

Para tal benefício o Requerente junta declaração de


hipossuficiência e comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade
de pagamento das custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme
clara redação do Código de Processo Civil de 2015:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º - Se superveniente à primeira manifestação da parte


na instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá
seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.


INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE PROCESSUAL.
AUSÊNCIA DE FUNDADAS RAZÕES PARA AFASTAR A
BENESSE. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. CABIMENTO.
Presunção relativa que milita em prol da autora que alega
pobreza. Benefício que não pode ser recusado de
plano sem fundadas razões. Ausência de indícios
ou provas de que pode a parte arcar com as custas
e despesas sem prejuízo do próprio sustento e o de
sua família. Recurso provido. (TJ-SP
22234254820178260000 SP 2223425-
48.2017.8.26.0000, Relator: Gilberto Leme, Data de
Julgamento: 17/01/2018, 35ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 17/01/2018)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATUIDADE DA


JUSTIÇA. CONCESSÃO. Presunção de veracidade da
alegação de insuficiência de recursos, deduzida
por pessoa natural, ante a inexistência de
elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão da
gratuidade da justiça. Recurso provido. (TJ-SP
22259076620178260000 SP 2225907-66.2017.8.26.0000,
Relator: Roberto Mac Cracken, 22ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 07/12/2017)

A assistência de advogado particular não pode ser parâmetro ao


indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE


GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO. HIPOSSUFICIÊNCIA. COMPROVAÇÃO DA
INCAPACIDADE FINANCEIRA. REQUISITOS
PRESENTES. 1. Incumbe ao Magistrado aferir os
elementos do caso concreto para conceder o benefício da
gratuidade de justiça aos cidadãos que dele efetivamente
necessitem para acessar o Poder Judiciário, observada a
presunção relativa da declaração de hipossuficiência. 2.
Segundo o § 4º do art. 99 do CPC, não há
impedimento para a concessão do benefício de
gratuidade de Justiça o fato de as partes estarem
sob a assistência de advogado particular. 3. O
pagamento inicial de valor relevante, relativo ao contrato
de compra e venda objeto da demanda, não é, por si só,
suficiente para comprovar que a parte possua
remuneração elevada ou situação financeira abastada. 4.
No caso dos autos, extrai-se que há dados capazes de
demonstrar que o Agravante, não dispõe, no momento, de
condições de arcar com as despesas do processo sem
desfalcar a sua própria subsistência. 4. Recurso conhecido
e provido. (TJ-DF 07139888520178070000 DF 0713988-
85.2017.8.07.0000, Relator: GISLENE PINHEIRO, 7ª
Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
29/01/2018)

Assim, considerando a demonstração inequívoca da necessidade


do Requerente, tem-se por comprovada sua miserabilidade, fazendo jus ao
benefício.

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição


Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, REQUER a Vossa Excelência:


1. A concessão do benefício da Justiça Gratuita, por ser o Autor pobre na
acepção legal do termo, nos termos do art. 98 do Código de Processo
Civil;

2. Que seja deferido a prioridade na tramitação do processo uma vez que o


autor é idoso, nos termos do art. 71, da Lei 10.741/2003;

3. Que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela, para determinar a


concessão imediata do auxílio-doença;

4. A citação do Réu, para, querendo, responder a presente ação, bem como


para apresentar cópia do processo administrativo nos termos do Art. 11
da Lei 10.259;

5. Ao final, seja julgado totalmente procedente o pedido para:

5.1 Condenar a ré para conceder o benefício de AUXÍLIO-DOENÇA,


retroativa à data do requerimento, inclusive 13º salários, prestações
vencidas e vincendas, com aplicação da correção monetária desde
quando devidas na forma da Lei nº 6.899/1981, uma vez que
comprovada doença que o incapacita temporariamente para o
trabalho e suas atividades habituais, através de exame médico
pericial a ser oportunamente elaborado;

5.2 Subsidiariamente, caso seja verificada doença que o incapacite


definitivamente, requer a concessão do benefício de
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, retroativa à data do
requerimento, inclusive 13º salários, prestações vencidas e
vincendas, com aplicação da correção monetária desde quando
devidas na forma da Lei nº 6.899/1981;

5.3 Requer ainda, diante da necessidade de cuidados permanentes de


outra pessoa ao Autor, que o benefício de aposentadoria por invalidez
seja concedido com o acréscimo de 25%, nos termos do art. 45 da Lei
nº 8.213/1991;
6. A produção de todos os meios de prova, principalmente a prova pericial, que
requer desde já, seja realizada no hospital ________ , devida a total
incapacidade de locomoção do segurado, nos termos do Art. 412 da IN nº 77 do
INSS de 21/01/2015;

7. Manifesta o desinteresse na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319,


inc. VII do CPC;

8. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos


parâmetros previstos no art. 827, §2º do CPC;

Por fim, RENUNCIA expressamente aos valores porventura deferidos


excedentes a 60 (sessenta) salários mínimos, razão pela qual opta por este
juizado especial, conforme declaração expressa em anexo.

Dá-se à causa o valor R$ ________ .

Nestes Termos, Pede Deferimento.

________ , ________ .

________

Anexos:

1. Laudo médico

2. Prova do tratamento médico

3. Laudos

4. Negativa do pedido

5. Laudos médicos
6. Prova da necessidade de auxílio

7. Procuração

8. RG e CPF do Autor

9. Comprovante de residência

10. Protocolo do pedido administrativo

11.Carteira de trabalho

12. Documentos médicos

13. Declaração carimbada e assinada do empregador

14. Comunicação de acidente de trabalho (CAT)

15. Quesitos ao perito

16. Demais documentos

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