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Braqueamento de Capitais

Conceito
 O Branqueamento de Capitais ou Lavagem de
dinheiro é um processo onde os lucros gerados a partir
de actividades ilegais são “purificados” ou ocultados
para que possam aparentar ter origem lícita.
ou
 Define-se a lavagem de dinheiro como um conjunto de
operações por meio das quais os bens, direitos e valores
obtidos com a prática de crimes são integrados ao
sistema económico financeiro, com a aparência de
terem sido obtidos de maneira lícita. É uma forma de
mascaramento da obtenção ilícita de capitais.
Conceito

 Os responsáveis por esta operação fazem com


que os valores obtidos através das actividades
ilícitas e criminosas (como o tráfico de drogas,
corrupção, comércio de armas, prostituição, crimes
de colarinho branco, terrorismo, extorsão, fraude
fiscal, entre outros) sejam dissimulados ou
escondidos, aparecendo como resultado de
operações comerciais legais e que possam ser
absorvidas pelo sistema financeiro, naturalmente.
ORIGEM HISTÓRICA
 Os primeiros países a criminalizarem o branqueamento de capitais foram a
Itália (a partir de 1978) em respostas após uma onda de sequestros
realizados por grupos mafiosos com finalidade económica

 Nos Estados Unidos, os motivos que levaram à criminalização da lavagem


remontam ao início do século XX, quando as primeiras formas de
organizações criminosas começaram a despontar no mundo, especialmente
as máfias. Isso se deu principalmente durante o período de proibição em que
vigorava no país a chamada “Lei Seca”. Tal lei, proibia a fabricação e
comercialização de bebidas alcoólicas, o que propiciou o surgimento de um
mercado ilegal de fornecimento destas que movimentava milhões de
dólares através da exploração de diversas organizações criminosas.

 Pelo que foi nos Estados Unidos que a prática da lavagem foi aprimorada e
passou a ganhar grandes dimensões
Caracteristicas do Branqueamento de
Capitais
1. a lavagem é um processo em que somente a partida é perfeitamente
identificável, não o ponto final;

2. A finalidade desse processo não é somente ocultar ou dissimular a


origem delitiva dos bens, direitos e valores, mas igualmente conseguir
que eles, já lavados, possam ser utilizados na economia legal.

3. A complexidade, são utilizados sofisticados metodos para introduzir o


dinheiro no sistema financeiro

4. O caráter internacional, de modo a aproveitar-se das notórias


dificuldades da cooperação judiciária internacional e dirigir a lavagem
a países com sistemas menos e rígidos de controle. ;
Fases da lavagem de dinheiro

 A lavagem do dinheiro comporta no geral três


fases: colocação, ocultação e integração.

 Colocação ou Placement - Esta fase consiste na


introdução do dinheiro ilícito no sistema
financeiro, dificultando a identificação da
procedência dos valores.

 É a fase mais arriscada para o “lavador” em razão


da sua proximidade com a origem ilícita.
Fases da lavagem de dinheiro
 Ocultação, Dissimulação, Transformação ou
Layering , também conhecida na lei moçambicana
como Acumulação - Nessa fase ocorre a camuflagem
das evidências, com a utilização de uma série de
negócios ou movimentações financeiras, a fim de que
seja dificultado o rastreamento contabilístico dos lucros
ilícitos.

 É a fase da lavagem propriamente dita, pois se


dissimula a origem dos valores para que sua
procedência não seja identificada.
Fases da lavagem de dinheiro
 Integração ou Integration - É a fase final do processo, muitas
vezes interligada ou até mesmo sobreposta à etapa anterior.

 Nessa fase, já com a aparência lícita, o capital é formalmente


incorporado ao sistema econômico, geralmente por meio de
investimentos no mercado mobiliário e imobiliário, e é
assimilado com todos os outros ativos existentes no sistema.

 A integração do “dinheiro limpo” através das outras etapas


faz com que este dinheiro pareça ter sido ganho de maneira
lícita.
Técnicas de Lavagem de dinheiro
 Dentre as técnicas de lavagem de dinheiro conhecidas destacam-
se
 Contrabando de dinheiro,
 subfaturamento de bens imóveis,
 superfaturamento de bens imóveis,
 Aquisição de bens imóveis,
 Exploração de jogos de azar,
 Aquisição de obras de arte e antiguidades,
 Aquisições de acções em conluio com a corretora de valores,
 Subfaturamento de notas fiscais de produtos,
 Lavagem de dinheiro através da compra e venda de jogadores de futebol,
utilização de documentos falsos para a lavagem de dinheiro, dentre
outras que serão analisadas a seguir.
Contexto mundial para o Combate ao
Branqueamento Mundial
 GAFI: Grupo de Acção Financeira contra a Lavagem
de Dinheiro - Formada em 1989 pelo G7, o Financial
Action Task Force on Money Laundering (GAFI) é
um organismo intergovernamental cujo objectivo é
desenvolver e promover uma resposta internacional
para combater lavagem de dinheiro.

 Em outubro de 2001, o GAFI expandiu sua missão


para incluir o combate ao financiamento do
terrorismo.
Contexto mundial para o Combate ao
Branqueamento Mundial
 O GAFI é um organismo de decisão política, que reúne
peritos jurídicos, financeiras e policiais para conseguir a
legislação nacional e AML regulamentares e reformas.

 É formada por 31 países e territórios e duas


organizações regionais. Além disso, o GAFI trabalha em
colaboração com vários organismos e organizações
internacionais. Estas entidades têm estatuto de
observador junto do GAFI, que não dão direito a voto,
no entanto permite a plena participação em sessões
plenárias e grupos de trabalho.
Contexto de Moçambique

 Em Moçambique o Branqueamento de
Capitais é regulado pela Lei nº 14/2013 de 12
de Agosto que é a

 Lei de Prevenção e Combate ao


Branqueamento de Capitais e Financiamento
ao Terrorismo que revoga a Lei 7/2002, de 5 de
Fevereiro
Contexto de Moçambique

 Aliado as leis foi criado o Grupo Técnico


Multisectorial para prevenção e combate ao
Branqueamento de Capitais, pelo Conselhos de
Ministros na sua 13ª Sessão Ordinária realizada a
19 de Abril de 2011.

 Na sequência desta decisão em despacho do


Ministro das Finanças, datado em 27 de
Dezembro do mesmo ano, este foi formalmente
criado.
Contexto de Moçambique
 Integram o GTM funcionários provenientes das instituições
públicas, nomeadamente: Ministérios das Finanças, dos
Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), do Interior
(MINT), da Justiça (MJ), Procuradoria-geral da República
(PGR), Banco de Moçambique (BM) e Gabinete de Informação
Financeira de Moçambique (GIFiM).

 O objectivo do GTM assessorar o Governo e as Entidades de


Regulação e Supervisão do Sistema Financeiro Nacional na
implementação da Lei de prevenção e combate ao
branqueamento de capitais e dos padrões normativos
internacionais.
Contexto de Moçambique

Em Moçambique a entidade responsável pela


gestão de informação liga ao Branqueamento
de Capitais é o Gabinete de Informação
Financeira de Moçambique – GIFiM

As instituições financeiras e não financeiras


devem prestar colaboração às autoridades
judiciais competentes bem como a GIFiM sobre
os clientes sempre que solicitada
Impacto da Lavagem de Dinheiro sobre
o Sistema Financeiro

 Os actos do branqueamento de capital têm


consequências nefastas para o Estado, a
Economia e a Sociedade, pois,
 Favorecem a expansão do crime organizado, uma
vez que permite que os criminosos usem e tirem
benefícios dos seus fundos ilegais e
 Reduz a capacidade do Estado em colectar
impostos e enfraquece os sistemas de controlo da
economia.
Alguns vocabulos associados ao
Branqueamento de Capitais
 Paraíso fiscal é um estado nacional ou região autónoma onde a
lei facilita a aplicação de capitais estrangeiros, com alíquotas de
tributação muito baixas ou nulas.

 Isto ocorre porque:


 Há facilidade para aplicação de fundos de origem desconhecida,
 Protege-se a identidade dos proprietários desse dinheiro,
 Garante-se o sigilo bancário absoluto.
 Há grandes facilidades na atribuição de licenças para a abertura de
empresas,
 São geralmente territórios avessos à aplicação das normas de direito
internacional que tentam controlar o fenómeno da lavagem de
dinheiro.

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