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ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL- EEEP

ENSINO MÉDIO INTEGRADO Á EDUAÇÃO PROFISSIONAL


CURSO TÉCNICO EM ENFRMAGEM
DISCIPLINA CUIDADOS CLÍNICOS

DISTÚRBIOS
HEMATOLÓGICOS

Profa. Esp. Ana Cláudia Moreira


Revisão de
Anatomia e
Fisiologia dos
Tecidos
Sanguíneos!
TECIDO HEMATOPOIÉTICO (SANGUÍNEO)

 Do grego (hemato=sangue, poiese=formação), sua função é


produção de células do sangue.
 O sangue é um tipo especial de tecido que se movimenta por
todo o corpo, servindo como meio de transporte de materiais
entre as células.
 É formado 60% por uma parte líquida (o plasma) e 40% por
células (eritrócitos ou hemácias, leucócitos e trombócitos ou
plaquetas.
GLOBULOS BRANCOS OU LEUCÓCITOS
TECIDO HEMATOPOIÉTICO
(SANGUÍNEO)
DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS

 Os distúrbios hematológicos caracterizam-se


por alterações nas células sanguíneas,
constituindo um dos problemas mais comuns
encontrados entre a população, atingindo
desde a criança até o idoso.
 Dentre esses, abordaremos: anemia, leucemia
e hemofilia.
• Anemia (do grego, an = privação, haima =
sangue) quando a concentração da hemoglobina
sanguínea diminui a níveis estipulado pela
Organização Mundial de Saúde em 13 g/dL para
homens, 12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL para
gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos. Ou
Uma condição de decréscimo na massa
eritrocitária total corporal.
CAUSAS
 Produção diminuída ou ineficaz de hemácias ou
hemoglobina, por insuficiência da medula óssea;
 Diminuição ou destruição prematura das hemácias
(hemólise);
 Hemorragias;
 Déficit de ferro e outros nutrientes;
 Fatores hereditários;
 Doenças crônicas (artrite reumatóide, abscessos
pulmonares, osteomielite, tuberculose e câncer)
SINAIS E SINTOMAS

 Dispnéia aos  Vertigem;


esforços e de  Desmaio;
repouso,  Irritabilidade;
 Astenia;
 Inquietação;
 Palidez;
 Taquicardia.
 Cefaléia;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Encorajar a deambulação e a participação nas atividades
diárias, conforme tolerado, enfatizando os riscos da
imobilidade
 Avaliar queixas de fadiga, fraqueza, desmaios, tonteiras
ou marcha instável, aconselhando- a evitar movimentos
súbitos;
 Incentivar períodos adequados de repouso;
 Orientar a redução de atividades e estímulos que
causem taquicardia e aumento do débito cardíaco;
 Monitorizar os sinais vitais;
 Elevar a cabeceira do leito em caso de dispnéia;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Administrar oxigenoterapia quando necessário(PM)
 Observar e relatar sinais e sintomas de retenção hídrica
(edema periférico, distensão das veias do pescoço,
cansaço aos esforços e queda da pressão arterial);
 Evitar alimentos formadores de gases (a distensão
abdominal pode aumentar a dispnéia);
 Oferecer alimentos ricos em proteínas, calorias,
vitaminas e sais minerais, conforme orientação
nutricional, além de refeições fracionadas para ajudá-la
a enfrentar os problemas de fadiga e anorexia.
ANEMIAS

APLÁSICA
FERROPRIVA
FALCIFORME
APLÁSICA
SINAIS E SINTOMAS

 Fraqueza;
 Palidez;

 falta de ar;

 Sangramento (sintoma inicial em cerca de

1/3 das pessoas)


ANEMIA FERROPRIVA
CAUSAS

 PERDA SANGUÍNEA SECUNDÁRIA (úlceras,


gastrites, metrorragia);
 Ingestão Insuficiente De Ferro Na Dieta.
 Absorção Gastrointestinal De Ferro
Comprometida.
 Aumento Das Exigências De Ferro
SINAIS E SINTOMAS

APATIA/CANSAÇO TONTURA/CEFALÉIA LÍNGUA LISA UNHAS CÔNCOVAS E


QUEBRADIÇAS

ALOTRIOFAGIA PALIDEZ CUTÂNEA DISPNÉIA


PREVENÇÃO
 Ingestão de alimentos ricos em ferro (vegetais
folhosos, beterraba, gema de ovo, cereais,
leguminosas e carne vermelha.
 Existem 2 tipos de ferro, o ferro heme: presente na
carne vermelha, e o ferro não-heme presente nos
vegetais.
 O ferro presente nas carnes é melhor absorvido,
enquanto que o ferro dos vegetais precisa do
consumo de uma fonte de vitamina C para ter uma
melhor absorção. 
TRATAMENTO

 inclui o aconselhamento nutricional e a


administração de ferro oral ou intramuscular.
ANEMIA FALSIFORME
SINAIS E SINTOMAS
ANEMIA FALCIFORME
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

 Incentivar o repouso;
 Apoiar as articulações afetadas;
 Administrar analgésicos prescritos;
 Administrar líquidos;
 Monitorizar a hidratação.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Em clientes em processo de alta hospitalar, prestar
orientação no sentido de:
Observar febre, tosse, taquipnéia, sintomas urinários,

quaisquer áreas abertas, avermelhadas, doloridas,


Procurar um pronto atendimento caso elas se

desenvolvam;
Evitar infecções, desidratação, atividade física

extenuante, estresse emocional, roupas restritivas ou


apertadas, altitudes elevadas;
Participar de grupos de apoio.
LEUCEMIA

 Estimativas de novos casos: 10.800, sendo


5.940 homens e 4.860 mulheres (2018 -
INCA).
 Número de mortes: 6.837, sendo 3.692
homens e 3.145 mulheres (2015- Atlas de
Mortalidade por Câncer)
LEUCEMIA
LEUCEMIA - FISIOPATOLOGIA
ETIOLOGIA

Desconhecida, mas existe influência:


Predisposição Genética;

Fatores Imunológicos (infecções virais)

Exposição Ambiental (RADIAÇÃO


( E BENZENO).
FATORES DE RISCO
 Tabagismo: LMA  Síndrome mielodisplásica e
 Benzeno: LMA/LMC e LLA; outras desordens
sanguíneas: LMA;
 Radiação ionizante (raios X
e gama): LMA/LMC e LLA;
 História familiar: LMA e
LLC;
 Quimioterapia: LMA e LLA;
 Idade: quanto maior a
 Formaldeído:
idade maior o risco, exceto
 Produção de borracha: a LLA que é mais comum
leucemias; em crianças.
 Síndrome de Down e  Exposição a agrotóxicos,
outras doenças solventes, diesel, poeiras,
hereditárias: LMA; infecção por vírus de
hepatite B e C: leucemias
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO

 As leucemias também podem ser agrupadas


baseando-se nos tipos de glóbulos brancos que
elas afetam: linfoides ou mieloides.
 As que afetam as células linfoides são
chamadas de linfoide, linfocítica ou linfoblástica.
 A leucemia que afeta as células mieloides são
chamadas mieloide ou mieloblástica.
 
CLASSIFICAÇÃO
 LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA: afeta células linfoides e
se desenvolve de forma lenta. A maioria das pessoas
diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos.
Raramente afeta crianças. 
 LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA: afeta células mieloides e
se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete
principalmente adultos. 
 LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA: afeta células linfoides e
agrava-se de maneira rápida. É o tipo mais comum em
crianças pequenas, mas também ocorre em adultos. 
 LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA: afeta as células mieloides e
avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em
crianças, mas a incidência aumenta com o aumento da idade.
 
LEUCEMIA AGUDA
 Grande Número De Leucócitos Imaturos;
 Início e Progressão Rápidos.
 É caracterizada pela proliferação maligna de
precursores (blastos) das células brancas na medula
óssea e nos tecidos linfóides, e seu acúmulo no
sangue periférico e medula óssea inibem a
produção de eritrócitos, plaquetas e função
imunológica.

CLASSIFICAÇÃO
 Leucemia Mielóide Aguda (LMA)
 Leucemia Linfóide Aguda (LLA)
LECEMIA AGUDA - SINAIS E
SINTOMAS
 Febre Alta Súbita;  Fadiga;
 Trombocitopenia;  Taquicardia;
 Sangramento  Calafrios;
Anormal;  Infecções;
 Fraqueza;  Dor Óssea Por
 Palidez; Infiltração;
 Dispnéia;  Aumento Do Fígado,
 Anemia; Baço, Linfonodos.
LEUCEMIA CRÔNICA
 Progride lentamente e permite o crescimento de um
maior número de células diferenciadas; início e
progressão lentos.

CLASSIFICAÇÃO:
 Leucemia mielóide crônica (lmc- adultos)

ocorre em duas fases: fase crônica insidiosa –


anemia e distúrbios de sangramento; crise blástica
ou fase aguda – rapidamente há proliferação de
mieloblastos;
 Leucemia linfóide crônica (llc) – linfócitos

pequenos anormais (50 anos )


LECEMIA CRÔNICA - SINAIS E
SINTOMAS

 Esplenomegalia;
 Hepatomegalia;

 Adenomegalia por Infiltração;

 Tendência Hemorrágica;

 Infecções.
SINAIS E SINTOMAS
Os principais sintomas decorrem do acúmulo de células
defeituosas na medula óssea, prejudicando ou impedindo a
produção das células sanguíneas normais.
SINAIS E SINTOMAS
 Petéquias;  Febre;
 Equimoses;  Infecção;
 Epistaxe;  Esplenomegalia;
 Sangramento gengival,  Hepatomegalia;
 Hemorragias na retina ou
 Dor óssea e nas
em qualquer orifício articulações;
corporal;  Efeitos neurológicos
secundários à infiltração no
 Palidez;
sistema nervoso central,
 Fadiga; tais como: desorientação,
 Dispnéia; sonolência, torpor.
DIAGNÓSTICO
 O principal exame é o
hemograma.
 Em caso positivo, o
hemograma estará alterado,
mostrando na maioria das
vezes um aumento do
número de leucócitos (na
minoria das vezes o número
estará diminuído), associado
ou não à diminuição das
hemácias e plaquetas. 
 exames de bioquímica e da
coagulação, e poderão estar
alteradas.
DIAGNÓSTICO
 A confirmação diagnóstica é
feita com o exame da medula
óssea (mielograma).
 Nesse exame, retira-se uma
pequena quantidade de sangue,
proveniente do material
esponjoso de dentro do osso,
para análise citológica
(avaliação da forma das
células), citogenética (avaliação
dos cromossomos das células),
molecular (avaliação de
mutações genéticas) e
imunofenotípica (avaliação do
fenótipo das células).
TRATAMENTO
 Tem o objetivo de destruir as células leucêmicas
para que a medula óssea volte a produzir células
normais.
 Nas leucemias agudas, o processo de tratamento
envolve quimioterapia (combinações de
quimioterápicos), controle das complicações
infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou
combate da doença no Sistema Nervoso Central
(cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é
indicado o transplante de medula óssea.
TRATAMENTO
O TRATAMENTO É FEITO EM ETAPAS:
1ª - tem a finalidade de obter a remissão completa,

ou seja, um estado de aparente normalidade após a


poliquimioterapia. Esse resultado é alcançado em
torno de um mês após o início do tratamento (fase de
indução de remissão), quando os exames (de sangue
e da medula óssea) não mais evidenciam células
anormais.
Entretanto, pesquisas comprovam que ainda restam

no organismo muitas células leucêmicas (doença


residual), o que obriga a continuação do tratamento
para não haver recaída.
TRATAMENTO
O tratamento é feito em etapas:
Nas etapas seguintes, o tratamento varia de

acordo com o tipo de célula afetada pela leucemia.


Nas linfoides, pode durar mais de dois anos, e nas

mieloides, menos de um ano, exceto nos casos de


Leucemia promielocítica aguda, que também dura
mais de 2 anos.
TRATAMENTO - QUIMIOTERAPIA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Reconhecer que o cliente está sob alto risco de infecção
e ficar atenta para as medidas de segurança, como o uso
de máscara, lavagem das mãos;
 monitorizar a temperatura;
 Iniciar antibioticoterapia prescrita;
 proporcionar alívio da dor, conforme necessário e
prescrito;
 assegurar nutrição e hidratação adequadas.
 manter o conforto do cliente;
 evitar barulhos;
 manter a integridade da pele e das membranas mucosas;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

 Esclarecer a família quanto aos sinais e sintomas


de infecção (febre, presença de hiperemia em
qualquer parte do corpo);
 Proporcionar informações sobre os tratamentos
prolongados;
 Promover mecanismos positivos de enfrentamento
do estresse para ajudar o cliente e a família a lidar
com os fatores relacionadosà doença;
HEMOFILIA
CLASSIFICAÇÃO

SEGUNDO A QUANTIDADE DO
TIPOS
FATOR DEFICITÁRIO

*Neste caso, às vezes, A enfermidade passa despercebida até A idade


COAGULAÇÃO SANGUÍNEA
COAGULAÇÃO SANGUÍNEA
SINAIS E SINTOMAS
 Dores fortes;
 Aumento da temperatura;
 Restrição de movimento;
 Equimoses;
 Cortes na pele levam um tempo maior para
que o sangramento pare;
 Inchaço elevado em algumas regiões;
 Sangramentos nasais em outras regiões;
 Hematúria e sangramento digestivo
espontâneo
SINAIS E SINTOMAS

 Pode haver hemorragias intramusculares


e intra-articulares que desgastam primeiro
as cartilagens e depois provocam lesões
ósseas.
 As articulações mais comprometidas
costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo.
COMO OCORRE A TRANSMISSÃO?
 A hemofilia é uma doença genética, ou seja, é transmitida dos pais;
 Ela é apenas transmitida através do cromossomo X;
 Uma vez com a doença, os homens hemofílicos só passam para suas
filhas.
HEMOFILIA A
 Também conhecida como Hemofilia clássica;
 Tem como característica a ausência ou deficiência do fator
VIII da coagulçaõ.
 Acomete 85% dos casos de Hemofilia.
 Hemartroses (sangramento nas articulações) são mais
frequentes.
HEMOFILIA B
 Atinge 15% das pessoas;
 caracteriza-se pela mutação no gene no fator IX de
coagulação.
 É o segundo maior tipo de hemofilia;
• Também é conhecida como doença de Christmas.
• Em homenagem a Stephen Christmas, o primeiro paciente
descrito com esta doença.
• Os dados clínicos e de laboratório são similares aos da
hemofilia do tipo A.
HEMOFILIA C
 Também conhecida como Síndrome de Rosenthal;
 É decorrente da falta do fator XI;
 É uma doença de herança autossômica recessiva.
 É um tipo de hemofilia que costuma ser leve, mas pode
assemelhar-se à hemofilia clássica;
 É achado frequente entre famílias judaicas;
 Difere da hemofilia A e B pois não leva a sangramentos
nas articulações.
DIAGNÓSTICOS

O diagnostico é feito por uma exame de sangue,


que mede os fatores VIII e IX de coagulação
sanguínea;
Tais exames analisam determinados parâmetros,

como:

• Tempo de coagulação;
• Níveis de fatores de coagulação;
• Presença ou ausência de fatores.

•Os resultados dos testes mostrarão se a pessoa


tem hemofilia, de que tipo e o quanto severa ela é.
TRATAMENTO
 É feito com a reposição pela veia do fator deficiente;
 O paciente deve fazer exames regularmente;
 Os hemocentros distribuem gratuitamente essa medicação
que é fornecida pelo MS
 O portador de hemofilia deve ser encaminhado para
fisioterapia a fim de reforçar a musculatura e promover
estabilidade articular.
SANGRAMENTOS
 Geralmente, os sangramentos são internos;
 As mucosas (como nariz, gengiva, etc.) também podem
sangrar. 
 Os sangramentos podem tanto surgir após um trauma ou
sem nenhuma razão aparente.
 Os cortes na pele levam um tempo maior para que o
sangramento pare.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

 Orientar quanto à não-ingestão de aspirina e


administração de injeções intramusculares;
 Cuidar durante a higiene dentária para que não haja
sangramento;
 Administrar analgésicos para aliviar a dor causada pelas
hemorragias das articulações;
 Prevenir ou minimizar a dor causada por atividade física,
incentivando o cliente a movimentar-se lentamente e a
evitar trauma nas articulações;
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
 Oferecer talas, bengalas, muletas, pois são dispositivos
de ajuda e desviam o peso corporal das articulações
afetadas;
 Ficar atenta a sinais de choque hipovolêmico, como
agitação, ansiedade, confusão, palidez, pele fria e
pegajosa, dor torácica, oligúria, taquicardia e hipotensão;
 Monitorizar sinais vitais;
 Orientar quanto ao risco de hemorragias e as precauções
necessárias a serem tomadas;
 Esclarecer quanto à necessidade de modificar o ambiente
domiciliar para prevenir o traumatismo físico.
 Com freqüência, os hemofílicos necessitam de
ajuda para superação da condição crônica que
restringe suas vidas.
 O hemofílico bem atendido e bem orientado
pode e deve ter uma vida normal, passando da
condição de eterno dependente, para a
condição de cidadão ativo e produtivo.

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