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Movimentos Oscilatórios

(movimento harmónico simples, amortecido e forçado)

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MOVIMENTO OSCILATÓRIO

Sempre que um sistema sofre uma perturbação da


sua posição de equilíbrio estável, ocorre um
movimento de oscilação.

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MECÂNICA: Força Elástica
Força elástica e Movimento Harmónico: Se a força que atua num corpo for do tipo em que é a distância à posição de
equilíbrio, o corpo adquire um movimento harmónico simples (MHS). Oscila periodicamente em torno da sua posição de
equilíbrio. É o que acontece com uma mola ou com um pêndulo simples…

(b) e (d) – posições de equilíbrio ⇨ x = 0


(a)
o movimento só se inicia se o corpo for afastado da posição de equilíbrio
(a) e (e) – elongação, (c) – compressão
(b)

Se apenas atuar a força elástica (na ausência de atrito) o movimento é


(c)
periódico – o corpo oscila indefinidamente entre duas posições extremas, A
e +A, igualmente distantes da posição de equilíbrio – a A chama-se amplitude.
(d)

O corpo executa um determinado número de oscilações por segundo –


(e) frequência, f (Hz ou s-1) e cada oscilação completa-se num determinado
intervalo de tempo – período, T (s).

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MECÂNICA: Força Elástica
MECÂNICA: FORÇAS e MHS
Força elástica e Movimento Harmónico simples
Já sabemos que uma força de restituição ou uma força elástica não é uma força constante, é uma força cuja
intensidade aumenta com o aumento da distância à posição de equilíbrio, .
Se a força não é constante então terá de dar origem a um movimento em que a aceleração não é constante e as
equações da posição, da velocidade e da aceleração em função do tempo do movimento uniformemente
acelerado não são válidas.
Também já discutimos que, na ausência de atrito, o movimento criado por uma força elástica é periódico.
Não vamos deduzir as equações da posição, da velocidade e da aceleração em função do tempo para este tipo
de movimento. Vamos apenas olhar para os resultados experimentais obtidos no laboratório quando se põe a
oscilar no ar um bloco ligada a uma mola.
Analisando estes resultados pode-se chegar à equação da posição, da velocidade e da aceleração, para este
movimento que se chama Movimento Harmónico Simples, MHS.

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MECÂNICA: Força Elástica
MECÂNICA: FORÇAS e MHS

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MECÂNICA: Força Elástica
MECÂNICA: FORÇAS e MHS

MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES

Um caso particular de MHS

xt   xm cost   
Onde ω corresponde à frequência angular,
2
  2f 
T

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FGI - 6
MECÂNICA: Força Elástica
MECÂNICA: FORÇAS e MHS

MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES


Velocidade de uma partícula a oscilar será dada por:

dxt 
vt    xm sin t   
dt
A sua aceleração será dada por:

dvt  d x 2
a t    2   2 xm cost   
dt dt at    xt 
2

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FGI - 7
MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES
Exemplo: A função
𝜋
𝑥 =4.0 𝑠𝑒𝑛 ( 𝜋 𝑡 + )
4
dá-nos o MHS de uma partícula ao longo do eixo xx.

1. Determine a amplitude, a frequência e o período do movimeto.


2. Calcule a velocidade e a aceleração do corpo em qualquer instante t.
3. Calcule a posição, a velocidade e a aceleração do corpo para t = 1s.

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FGI - 8
MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES
Movimento de um corpo preso a uma mola
 
 F  Fe
ma  kx
d 2x
m 2  kx
dt 2
d 2x k
2
 x0
dt m

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FGI - 9
MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES
Movimento de um Pêndulo Simples

  
 F  Fg  T  mat  mg sin 
mas de 2 s
2
  g sin 
dt
2 2
d s d
2
L 2
dt dt
para valores de pequenos (com em radianos)

d 2 g
2
  0
dt L  2

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FGI - 11
MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES
Mola Pêndulo

𝑥 ( 𝑡 ) = 𝐴 𝑐𝑜𝑠 ( ω 𝑡 +𝜑 ) 𝜃 ( 𝑡 )= 𝜃 0 𝑐𝑜𝑠 ( ω 𝑡 + 𝜑 )
𝑑𝑥 𝑑𝜃
𝑣 (𝑡 )= =− 𝜔 𝐴 𝑠𝑒𝑛 ( 𝜔 𝑡 +𝜑 ) 𝜔 ( 𝑡 )= =− 𝜔 𝜃 0 𝑠𝑒𝑛 ( 𝜔 𝑡 +𝜑 )
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑣 2 𝑑𝜔
𝑎 ( 𝑡 )= =− 𝜔 𝐴 𝑐𝑜𝑠 ( 𝜔 𝑡 +𝜑 ) 𝛼 (𝑡)=
2
=− 𝜔 𝜃 0 𝑐𝑜𝑠 ( 𝜔 𝑡 + 𝜑 )
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑎 ( 𝑡 )=− 𝜔 2 𝑥 (𝑡 ) 𝛼 ( 𝑡 ) =− 𝜔2 𝜃 (𝑡 )
𝐹 =𝑚𝑎 ⇒ − 𝑚 𝑔 𝜃 =− 𝑚 𝜔 2 𝐿 𝜃
𝑠= 𝐿 𝜃
𝑘=𝑚 𝜔2 ⟹ 𝜔=√ 𝑘/ 𝑚 𝜔 2= 𝑔/ 𝐿 ⟹ 𝜔=
√ 𝑔
𝐿

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FGI - 12
MOVIMENTO HARMÓNICO SIMPLES
Energia cinética
EC  mv  m A sin t   
1 2 1 2
2 2

EC  kA sin t   
1
2
2 2

Energia Potencial

EP  kx  k  A cost   
1 2 1 2
2 2

E P  12 kA2 cos 2 t   


Energia Mecânica

E M  EC  E P  12 kA2
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FGI - 13
MOVIMENTO HARMÓNICO AMORTECIDO
Num oscilador, se, para além da força de restituição, existir uma força de atrito que contraria o movimento
(como, por exemplo, a força de resistência do ar) temos um oscilador harmónico amortecido. Nessa situação a
frequência de oscilação é menor do que no oscilador sem amortecimento e a amplitude da oscilação diminui ao
longo do tempo.
Como sabem, quando um corpo desliza sobre uma superfície sólida, a força de
atrito que surge é diretamente proporcional à força normal, . Este atrito designa-
se por atrito sólido.
Quando o atrito resulta do contacto do corpo com um fluido a força de atrito não
é constante; verifica-se que é proporcional à velocidade, . Este atrito designa-
se por atrito viscoso.
Na figura a massa está sujeita à força elástica da mola e a uma força de atrito
viscoso então tem-se:
Ʃ
𝑑𝑥 𝑑2 𝑥 𝑑 2 𝑥 𝑏 𝑑𝑥 𝑘
− 𝑘𝑥 − 𝑏𝑣=𝑚 𝑎 −𝑘𝑥 − 𝑏
𝑑𝑡
=𝑚 2 + + 𝑥=0
𝑑𝑡 𝑑𝑡
2
𝑚 𝑑𝑡 𝑚
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FGI - 14
Movimento Harmónico Amortecido
A equação diferencial do movimento harmónico amortecido é então:
𝑑2 𝑥 𝑏 𝑑𝑥 𝑘
+ + 𝑥=0
𝑑𝑡 2
𝑚 𝑑𝑡 𝑚
A integração desta equação diferencial de segunda ordem não é fácil mas pode-se mostrar que (no caso do
amortecimento ser fraco) admite soluções do tipo:

𝑥 ( 𝑡 ) = 𝐴 𝑒 −𝛾 𝑡 cos ⁡(𝜔 ′ 𝑡 + ⁡𝛿)


2
𝑏 ′ 𝑘 𝑏
sendo 𝛾=
2𝑚 e
𝜔= −
𝑚 4𝑚
2

Esta é a equação do movimento harmónico amortecido 𝐴𝑒 −𝛾 𝑡

(amortecimento fraco ou subcrítico). É do mesmo tipo da


do MHS mas a amplitude decresce exponencialmente
ao longo do tempo e que a nova frequência é menor
do que a do MHS ().
− 𝐴 𝑒− 𝛾 𝑡

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FGI - 15
Movimento Harmónico Forçado
suporte rígido

𝑑2 𝑥 𝑑𝑥
𝑚 +𝑏 +𝑘𝑥=𝐹 0 cos ( 𝜔 𝑓 𝑡 ) const. mola, k
𝑑𝑡
2
𝑑𝑡
𝐹 𝑒=−𝑘𝑥
2
𝑑 𝑥 𝑏 𝑑𝑥 𝑘 𝐹0
2
+ 𝐹 0 cos+( 𝜔 𝑓 𝑡𝑥=
) cos ( 𝜔 𝑓 𝑡 ) massa, m
𝑑 𝑡 𝑚 𝑑𝑡 𝑚 𝑚 𝐹 0 /𝑚
𝐹 𝑎=−𝑏𝑣 𝐴=
𝑑 𝑥
2
𝑑𝑥 𝐹0 √ (𝜔 2
𝑓
2 2
− 𝜔 ) +4 𝛾 𝜔 𝑓
0
2 2

+2𝑥= + 𝜔0( 𝜔
𝛾 𝐴cos cos) ( 𝜔 𝑓 𝑡 )
𝑥=𝑓 𝑡 −𝛼
2 disco

𝑑𝑡
2
𝑑𝑡 𝑚 2
𝜔 𝑓 − 𝜔0 λ2
amortecimento,
tan 𝛼=
2𝛾 𝜔 𝑓

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FGI - 16
EXEMPLO
Um bloco cuja massa, m, é 650 g é preso a uma mola cuja constante elástica, k, é 65 N/m. O bloco é
puxado uma distância x =11 cm da sua posição de equilíbrio x =0, numa superfície horizontal sem atrito, e
libertado em repouso (para t =0).

1. Qual é a frequência angular e o período do movimento?

2. Indique qual é a amplitude e a fase inicial e escreva a equação do movimento.

3. Qual é a velocidade máxima do oscilador? Nessa situação qual é a sua energia potencial?

4. Considere que o amortecimento provocado pelo ar era igual a -3.25v (em que v representa a velocidade
do bloco). Escreva a equação diferencial do movimento resultante.

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FGI - 17
Movimento Ondulatório
Em certas condições, uma oscilação pode-se propagar no espaço e dar origem a uma
onda de propagação.

Qualquer onda quando se propaga transporta energia e informação, mas não matéria.

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FGI - 19
TIPOS DE ONDAS
Ondas Mecânicas – precisam de um meio físico para se propagarem e obedecem às Leis
de Newton (exemplos: ondas sonoras, da água, sísmicas)

Ondas Electromagnéticas – não precisam de meio físico para se propagarem viajando no


vácuo todas à mesma velocidade c ≈ 3x108 ms-1 (exemplos: radiação electromagnética,
e.g. luz)

Ondas de Matéria – ondas associadas a partículas fundamentais, como os electrões e


protões

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FGI - 20
TIPOS DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS

Onda Transversal
O movimento é perpendicular à direção de
propagação
Ex: ondas numa corda, radiação
eletromagnética

Onda Longitudinal
O movimento é na direção da propagação
Ex: ondas sonoras

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TIPOS DE PROPAGAÇÃO DE ONDAS

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Parâmetros de Onda
A – Amplitude

λ - Comprimento de onda
T - Período

A velocidade de propagação () depende apenas do


meio de propagação e não da amplitude, freuência ou
comprimento de onda.
𝝀=𝝂 ∙ 𝑻
𝟏
𝝀=𝝂 ∙
𝒇

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FGI - 24
DESCRIÇÃO MATEMÁTICA

Sendo (pulso da esquerda para a direita)

𝑦 ( 𝑥 , 𝑡 ) = 𝑓 ′ ( 𝑥′ , 𝑡 )= 𝑓 ′ ( 𝑥′ )

𝑦 ( 𝑥 , 𝑡 ) = 𝑓 ( 𝑥 − 𝑣𝑡 )

A esta função y que depende de x e de t chamamos


função de onda e é ela que nos permite observar o
comportamento geral da onda.

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FGI - 25
ONDA HARMÓNICA

2𝜋
𝑦 ( 𝑥 ) = 𝐴 cos ⁡( 𝑥)
𝜆

2𝜋
𝑦 ( 𝑥 , 𝑡 ) = 𝐴 cos ⁡( ( 𝑥 − 𝑣𝑡 ))
𝜆
número de onda

𝑦 ( 𝑥 , 𝑡 ) = 𝐴 cos ⁡( 𝑘 𝑥 − 𝜔 𝑡 )

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FGI - 26
EQUAÇÃO DE ONDA

𝑦 ( 𝑥 , 𝑡 ) = 𝐴 cos ⁡( 𝑘 𝑥 − 𝜔 𝑡 )
𝑘2 𝟏
2
= 𝟐
1 𝑑2 𝑦 𝜔 𝒗
− 2∙ 2
= 𝐴𝑐𝑜𝑠 ⁡(𝑘 𝑥 − 𝜔 𝑡 )
𝑘 𝑑𝑥
𝑑 2 𝑦 𝑘2 𝑑 2 𝑦
2
= 2∙ 2
1 𝑑2 𝑦 𝑑𝑥 𝜔 𝑑𝑡
− 2∙ 2
= 𝐴𝑐𝑜𝑠 ⁡( 𝑘 𝑥 − 𝜔 𝑡 )
𝜔 𝑑𝑡

Equação da onda 1D para um onda harmónica

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FGI - 28
As ondas mecânicas propagam-se nos meios materiais com velocidades que dependem das propriedades mecânicas
desses mesmos meios.

Onda transversal a propagar-se numa corda: a velocidade de propagação da onda depende da tensão
na corda e da sua densidade linear

𝒗=
𝑻
𝝁√ – tensão na corda
– massa da corda por unidade de comprimento

Onda longitudinal a propagar-se num fluido (ar) (ondas sonoras):

𝒗=
𝑩
𝝆√ – módulo de elasticidade do fluido (gás)
– massa volúmica

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FGI - 29
Onda longitudinal a propagar-se numa mola: a velocidade de propagação depende da constante elástica da
mola, do seu comprimento não deformado e da sua densidade linear


𝒌𝑳 – constante elástica da mola
𝒗= L – comprimento da mola não deformada
𝝁 – massa da mola por unidade de comprimento

Sabe-se ainda que . A frequência de qualquer onda depende apenas da forma como a onda foi gerada e é, por
isso, independente do meio de propagação. Assim, a velocidade de propagação de uma dada onda, que
depende do meio, afeta apenas o seu comprimento de onda e não a sua frequência.

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FGI - 30
SOBREPOSIÇÃO DE ONDAS

A sobreposição de ondas resulta numa onda que corresponde à soma algébrica das ondas sobrepostas

Duas ondas com a mesma amplitude () e a mesma frequência angular ():

*
1 1
*𝑠𝑒𝑛 𝛼+ 𝑠𝑒𝑛 𝛽=2 𝑠𝑒𝑛 2 ( 𝛼+ 𝛽 ) cos ⁡2 (𝛼 − 𝛽 )

[ 1
2 ] 1
𝑦 ( 𝑥 ,𝑡 )= 2 𝐴 (cos ⁡ 𝜙) ( 𝑠𝑒𝑛𝑘𝑥 − ⁡𝜔 𝑡 + 𝜙)
2

amplitude constante parte sinusoidal (x,t)

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FGI - 31
SOBREPOSIÇÃO DE ONDAS

Ondas de propagação com a mesma frequência: a onda resultante tem sempre a mesma frequência das ondas parcelas mas,

dependendo do desfasamento entre as duas ondas iniciais, pode ter uma amplitude maior ou menor do que a amplitude das

ondas parcelas

Ondas de propagação com frequências ligeiramente diferentes: a onda resultante é mais complexa existindo 2

periodicidades (frequências) uma igual à frequência média (f1+f2)/2] e outra associada à diferença de frequências (f1-

f2)/2]

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FGI - 32
ONDAS ESTACIONÁRIAS

A interferência de duas ondas de propagação com a mesma amplitude e comprimento de onda, que se
deslocam em sentidos opostos ao longo da mesma direcção, produz uma onda estacionária.

Duas ondas com a mesma amplitude () e a mesma frequência angular (), mas a viajar
com direções opostas:
e

*
1 1
*𝑠𝑒𝑛 𝛼+ 𝑠𝑒𝑛 𝛽=2 𝑠𝑒𝑛 2 ( 𝛼+ 𝛽 ) cos ⁡2 (𝛼 − 𝛽 )

nodo

antinodo
amplitude depende de x termo oscilante só depende de t

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O efeito de Döppler é um fenómeno proposto em 1842 por Christian Döppler e testado
para as ondas sonoras em 1845.

Há efeito de Doppler sempre que há movimento relativo entre a fonte emissora da onda sonora e o
detetor. Este movimento pode ser só do detetor ou só da fonte emissora ou de ambos e pode ser de
aproximação ou de afastamento.

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FGI - 35
𝑣
A frequência de qualquer onda é : 𝑓=
𝜆

OBSERVADOR E FONTE EM REPOUSO


A distância entre o emissor da onda sonora e o detetor é fixa (𝑥=𝑣 Δ𝑡), e
nessa distância cabem 𝑛=𝑣 Δ𝑡/𝜆 ondas.
Então, a frequência (número de ondas por segundo) que o detetor
ouve/deteta será:
  Δ𝑡
𝑣
𝜆 𝑣
𝑓 ′= =
Δ𝑡 𝜆

Não há efeito de Doppler 𝑓 =𝑓 ′

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FGI - 36
DETECTOR EM MOVIMENTO
(o detetor está em movimento em direção à fonte (aproximação) com velocidade .)

A velocidade relativa entre a fonte emissora da onda e o detetor é


(

O número de ondas contido no espaço entre a fonte e o detetor será

𝑣
𝜆=
𝑓

′ 𝑣+ 𝑣 𝐷
𝑓 =𝑓 Há efeito de Doppler
𝑣 𝑓 ′> 𝑓

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FGI - 37
FONTE EM MOVIMENTO
(Fonte emissora da onda sonora que se movimenta com velocidade na direção do detetor (aproximação) que está parado.)

A velocidade relativa será (


vF
Num intervalo de tempo de um período, será 𝜆′ = ( 𝑣 − 𝑣 𝐹 ) 𝑇

′ 𝑣 𝑣
𝑓 = =
𝜆

(𝑣 − 𝑣𝐹 ) 𝑇  

′ 𝑣
𝑓 =𝑓 Há efeito de Doppler
( 𝑣 − 𝑣𝐹 ) 𝑓 ′> 𝑓

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FGI - 38
O efeito de Döppler é um fenómeno proposto em 1842 por Christian Döppler e testado
para as ondas sonoras em 1845.

Há efeito de Doppler sempre que há movimento relativo entre a fonte emissora da onda sonora e o
detetor. Este movimento pode ser só do detetor ou só da fonte emissora ou de ambos e pode ser de
aproximação ou de afastamento.
A expressão geral que relaciona as frequências detetadas (ouvidas) pelo recetor e emitidas pela fonte
é:
′ 𝑣±𝑣𝐷
𝑓 =𝑓 0
(𝑣 ± 𝑣 𝐹 )
Regra: quando o movimento do detetor e da fonte são de aproximação o sinal nas suas velocidades deve resultar num aumento
da frequência. Caso se afastem, o sinal das suas velocidades deverá dar origem a uma diminuição da frequência.

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FGI - 39
O som é uma onda de pressão, mecânica, longitudinal
As diferenças de pressão, sucessivas compressões e rarefações da coluna de ar, provocam um deslocamento das moléculas do ar .

A característica do som que está relacionada com a frequência da onda sonora é a altura. Um som de baixa
frequência é um som baixo ou grave e um som de alta frequência é um som alto ou agudo.

Segundo a física das ondas sonoras, a intensidade do som está


relacionada com a amplitude da onda sonora. Uma onda de
Mesma intensidade grande amplitude dá origem a um som forte enquanto que uma
onda de pequena amplitude dá origem a um som fraco.

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FGI - 40
A amplitude de pressão () relaciona-se com a amplitude de deslocamento () por:

Δ 𝑝𝑚𝑎𝑥 = ( 𝑣 𝜌 𝜔 ) 𝑠 𝑚𝑎𝑥
Sendo: – velocidade de propagação do som no fluido (no ar)
– massa volúmica do fluido (ar)
- frequência angular da onda sonora

O que é a intensidade sonora e de que é que depende?


A intensidade sonora mede-se em isto é, é uma potência por unidade de área.
A intensidade duma onda é então a energia transportada pela onda por unidade de tempo e de área.

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FGI - 41
Nas ondas sonoras, a intensidade da onda está também relacionada com a sua amplitude.

𝑃 1
𝐼 = = ( 𝑣 𝜌 𝜔 ) 𝑠 𝑚𝑎𝑥
2 2
𝐴 2 – em

A amplitude de uma onda está relacionada com a energia que essa onda transporta. A energia
associada a uma dada onda é diretamente proporcional ao quadrado da sua amplitude.

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FGI - 42
Uma onda sonora de maior energia (maior amplitude) corresponde a um som mais intenso,
mais forte.

A intensidade do som representa a quantidade


de energia que as ondas sonoras transferem
para o meio, através de uma dada área, durante
o intervalo de tempo de um segundo.

Então, a intensidade duma onda sonora decresce com o aumento do quadrado da distância entre o
detetor e a fonte emissora ou seja é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre o
detetor e a fonte emissora. 𝑃
𝐼= 2
4𝜋𝑟
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FGI - 43
A maior parte das vezes quando ouvimos falar em intensidade sonora (poluição sonora) não
ouvimos a referência ao número de W/m2 transportados pela onda mas sim ao número de decibéis.
(dB).
O decibel é, efetivamente, a forma mais usual para expressar o nível sonoro.
O decibel é um submúltiplo do bel. Mas então o que é o bel?

O bel compara a intensidade (energia) de um dado som com a menor intensidade sonora que pode
ser detetada pelo ouvido humano .
O decibel é uma unidade derivada do bel (B), e faz uso de uma escala logarítmica uma vez que são
muitas as ordens de grandeza de intensidades percebidas pelo ouvido humano. O nome é uma
homenagem a Alexander Graham Bell.

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FGI - 44
O bel , tal como o decibel são parâmetros adimensionais definidos por:

– intensidade sonora emitida/detetada ()


– limiar da audibilidade (

Exercício 1: Determine a intensidade sonora (em ) de um som de 80 dB (0.1 )


Determine o nível sonoro de um som de 0.1 (80 dB)

Exercício 2: Considere um som de frequência 1000 Hz. Para o limiar de audibilidade e para o limiar de dor
(1 ), calcule as correspondentes amplitudes de pressão e de deslocamento. (ar = 1.2 kg/m3) (limiar de
audibilidade: smax = 1.1110-11 m; pmax = 2.86 10-5 Pa)
(limiar de dor: smax = 1.1110-5 m; pmax = 28.6 Pa)

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FGI - 45
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FGI - 46
Ondas de propagação - REM
Radiação Eletromagnética (REM)
Sabemos hoje que a luz visível é apenas uma pequeníssima parte do espetro eletromagnético mas o
conhecimento de todo o espetro eletromagnético como hoje o conhecemos foi surgindo ao longo do século
XIX e XX.
No século XIX o estudo da eletricidade e do magnetismo estava a ser feiro em paralelo com o estudo da
Ótica. Só em meados do século XIX se começa a ir no caminho da unificação entre o eletromagnetismo e a
Ótica.
A associação entre o eletromagnetismo e a origem da radiação foi feita pela primeira vez por Faraday
(Inglês, 1791-1867) em 1851. Faraday considera que a origem de toda a radiação são oscilações de cargas
elétricas.
Maxwell (Escocês, 1831-1879) estabelece um conjunto de equações formais que resumem todo o
eletromagnetismo e que se podem também aplicar à radiação (Equações de Maxwell) mostrando assim que
a Radiação é uma Onda Eletromagnética.

No tempo de Maxwell só se conhecia radiação visível, ultravioleta e infra-vermelha.

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FGI - 47
Ondas de propagação - REM
Radiação Eletromagnética (REM)
A luz visível é apenas uma pequeníssima parte de todo o espetro eletromagnético
Sabemos também que toda a radiação eletromagnética se pode modelizar como uma onda eletromagnética,
transversal (embora também seja adequado modelizá-la como um conjunto discreto de partículas de energia,
os fotões).
A REM propaga-se através de oscilações de campos elétricos e magnéticos, perpendiculares entre si e
perpendiculares à direção de propagação da radiação.
Toda a REM propaga-se com velocidade m/s no vazio (e por aproximação no ar) e com velocidade inferior
a c em qualquer meio material.
A razão entre a velocidade de propagação da REM no ar e num dado meio é o chamado índice de refração
() desse meio, sendo portanto, sempre
O espetro eletromagnético engloba todas as REM, desde as ondas rádio até aos raios gama.

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FGI - 48
Ondas de propagação - REM

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FGI - 49
Ondas de propagação - REM

Ainda o espetro
eletromagnético

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FGI - 50
Ondas de propagação - REM

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FGI - 51

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