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Pesquisas

PESQUISA DE POWERS E COLS


(1999)

• 116 PACIENTES, SUBMETIDOS À CIRURGIA


GÁSTRICA RESTRITIVA, ESTUDADOS POR 10
ANOS:
• 52% DOS CASOS APRESENTAM EPISÓDIOS BULÍMICOS
• 16% APRESENTAM TRANSTORNO DA COMPULSÃO
ALIMENTAR PERIÓDICA
• 10% SÍNDROME DO COMER NOTURNO
• OUTRAS COMPLICAÇÕES PSIQUIÁTRICAS
• ANOREXIA NERVOSA
• ABUSO DE DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
• RELATOS DE SUICÍDIO
PESQUISA DE HSU E COLS (1996)

• PACIENTES DO SEXO FEMININO


SUBMETIDAS À GASTROPLASTIA
VERTICAL, QUE APRESENTAVAM
COMPORTAMENTO ALIMENTAR NO PRÉ-
CIRÚRGICO:
• BULIMIA NERVOSA
• SÍNDROME DE COMER NOTURNO
• INGESTÃO COMPULSIVA DE GRANDES
QUANTIDADES DE LÍQUIDOS
APRESENTAVAM EM 75% DOS CASOS:
PESQUISA DE HSU E COLS APÓS A
CIRURGIA

• SUCESSO NA REDUÇÃO DO PESO


• MELHORA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
OCORRE PRECOCEMENTE APÓS A CIRURGIA

APÓS 3 ANOS

• PODE HAVER REGANHO DO PESO


PESQUISA DE KALARCHAN E COLS

DOS PACIENTES OBESOS MÓRBIDOS


CANDITADOS À

CIRURGIA DE BYPASS GÁSTRICO,


CERCA DE 40 A 64% ,
APRESENTARAM EPISÓDIOS BULÍMICOS NO
PÓS-OPERATÓRIO.
PESQUISA FRÒDE LARSEN E
SVENN TORGERSEN (1988)

PESQUISA REALIZADO NA NORUEGA

• INSTRUMENTO DA PESQUISA:inventário de caráter básico

• GRUPO DE ESTUDO: pré –operatório e


1 e 3 anos pós–cirúrgico
PESQUISA FRÒDE LARSEN E
SVENN TORGERSEN (1988)

Resultado dos pacientes no pré-cirúrgico

Tendência uniforme nas seguintes características de


personalidade:
• ego-dúvida
• insegurança
• sensibilidade
• dependência
• complacência
• instabilidade emocional
PESQUISA FRÒDE LARSEN E
SVENN TORGERSEN (1988)

Resultado no 1 e 3 anos pós-cirurgia

DIMINUIÇÃO: AUMENTO:
• no ego dúvida • nas características
• insegurança obsessivas
• sensibilidade • agressão oral
• dependência • exibição
• rigidez
• imaginação
• agressividade
• expressividade emocional
PESQUISA FRÒDE LARSEN E
SVENN TORGERSEN (1988)

RESULTADOS
Observou-se que o grupo após a operação e
diminuição de peso, encontrou-se:
• menos neurótico
• com maior controle sobre suas vidas
• sociabilidade
• aumento da auto-estima
• menos medo de se expor
• mais autoritário
PESQUISA DE O. MYKONJ, IOKN (1986)

UNIVERSIDADE NO SUL DO ALABAMA-EUA

• Técnica cirúrgica utilizada: Capella


PESQUISA DE O. MYKONJ, IOKN (1986)

RESULTADOS

Pessoas obesas apresentam mais problemáticas


psicológicas.

MAIOR INCIDÊNCIA DE TRANSTORNO DE HUMOR


E TRANSTORNO DE ANSIEDADE QUE A POPULAÇÃO
EM GERAL.
Predominância de transtorno mental em 88
pacientes clínicos bariátricos obesos mórbidos
Black D.W., Goldstein R.B and Mason E.E. (1992)

Os autores procuraram determinar as associações entre


transtorno mental e obesidade mórbida
MÉTODO

88 sujeitos obesos mórbidos que chegaram para o centro de


cirurgia clínica com pedido de gastroplastia vertical com
banda, sujeitos psiquiatricamente normais, que tiveram um
acompanhamento de cinco anos.
Predominância de transtorno mental em 88
pacientes clínicos bariátricos obesos mórbidos
Black D.W., Goldstein R.B and Mason E.E. (1992)
PROCEDIMENTO

Foram avaliados por uma equipe treinada usando:


1) O National Institute of Mental Health Diagnostic
Interview Schedule (DIS);
2) uma entrevista adicional semi-estruturada que foi
desenvolvida para cobrir informações clínicas e
demográficas, cada história de vida e idade de início da
obesidade;
3) o Personality Diagnostic Questionnaire (PDQ).
 
Predominância de transtorno mental em 88
pacientes clínicos bariátricos obesos mórbidos
Black D.W., Goldstein R.B and Mason E.E. (1992)
RESULTADOS
Oitenta e oito sujeitos com obesidade mórbida foram incluídos no
estudo; 18 (20.5%) eram homens, e 70 (79.5%) eram mulheres
avaliados em um ou mais transtornos de personalidade
A média de peso do sujeitos com obesidade mórbida
era de 141.3 kg;a média dos homens foi de 170.8
kg, e a média de peso das mulheres de 133.5 kg.
A idade média do início da obesidade mórbida dos
sujeitos foi 11.5 anos, nos homens foi de 8.9 e nas
mulheres 11.8 anos.
Predominância de transtorno mental em 88
pacientes clínicos bariátricos obesos mórbidos
Black D.W., Goldstein R.B and Mason E.E. (1992)

RESULTADOS

Os indivíduos obesos foram que apresentaram no decorrer de sua


vida possibilidades de desenvolverem transtornos de humor, de
ansiedade, bulimia e dependência de tabaco.
Os sujeitos obesos mórbidos eram também os que mais
facilmente encontravam critérios diagnósticos para um ou mais
transtornos de personalidade
Predominância de transtorno mental em 88
pacientes clínicos bariátricos obesos mórbidos
Black D.W., Goldstein R.B and Mason E.E. (1992)
CONCLUSÕES

Conforme a pesquisa, os obesos mórbidos que


tiveram implicações clínicas após a gatroplastia,
apresentaram, substancialmente psicopatologias.

As pessoas obesas apresentam maiores níveis de


sintomas depressivos, ansiosos, alimentares e de
transtornos de personalidade. Porém, a presença de
psicopatologia não é necessária para o aparecimento da
obesidade. A presença de psicopatologia é restrita a
grupos específicos, tal como acontece em outras
doenças crônicas.
Predominância de transtorno mental em 88
pacientes clínicos bariátricos obesos mórbidos
Black D.W., Goldstein R.B and Mason E.E. (1992)
CONCLUSÕES
A imensa maioria de pacientes obesa mórbida chega
à cirurgia trazendo alterações emocionais.
Os estudos indicam que a fase de desenvolvimento
na qual tem início a obesidade, faz diferença na
evolução pós-operatória, isto é, aqueles que eram
magros e depois se tornaram obesos tendem a
recuperar uma imagem de seu corpo como magro
mais facilmente, enquanto os que eram gordos desde
a infância têm dificuldade de adaptar-se a uma nova
imagem (Nunes, 1998).
Psicopatologia em pacientes com
obesidade mórbida pós-cirurgia de
gastroplastia

Guisado,Juan A,Vaz; Francisco J; Alarcón, Javier;


Béjar, Agustin; Casado,Mariano; Rubio,Miguel A.


Abril, 2002

CENTRO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE DE

INFORMAÇÕES DA SAÚDE
Psicopatologia em pacientes com obesidade
mórbida pós-cirurgia de gastroplastia
Grupo de 100 pacientes realizarou a cirurgia de
gastroplastia vertical com banda

• 85 mulheres e 15 homens

• O grupo foi separado por pacientes que iniciaram


a obesidade entre 12 e 13 anos, e depois de 13 anos

• A média do grupo apresentava obesidade na faixa


etária entre 11 e 23 anos - 43%

• Depois de 18 meses, 40% do grupo apresentou


patologias psiquiátricas
Psicopatologia em pacientes com obesidade
mórbida pós-cirurgia de gastroplastia
Diagnósticos psiquiátricos mais freqüentes

DOS 40% DE PACIENTES QUE APRESENTAVAM


DIAGNÓSTICO, OBSERVOU-SE QUE:

• Transtorno do humor – 30 pacientes = 75%

• Transtorno de ansiedade – 16 pacientes = 40%

• Transtornos alimentares (anorexia,bulimia) -10 pacientes = 25%

• Dependência de álcool – 2 pacientes = 5%


Psicopatologia em pacientes com obesidade
mórbida pós-cirurgia de gastroplastia
Algumas Considerações

Dos 40% de pacientes com diagnósticos


psiquiátricos, 55% tinham antecedentes de
distúrbios psiquiátricos, tais como:
• Somatização
• Obsessivo-compulsivo
• Depressão
• Ansiedade
• Hostilidade
• Fobias
• Idéias paranóides
• Dificuldades nas relações interpessoais
• 50% apresentavam conflitos de pajera
Psicopatologia em pacientes com obesidade
mórbida pós-cirurgia de gastroplastia
Algumas Considerações

• Existe diferença entre os pacientes com relação


à idade que iniciou a obesidade:
os problemas psicológicos e psiquiátricos
eram mais freqüentes em indivíduos que ficaram
obesos antes de 18 anos, principalmente nas
dificuldades das relações interpessoais.

• As mulheres apresentavam mais tendência à


somatização
Psicopatologia em pacientes com obesidade
mórbida pós-cirurgia de gastroplastia

Conclusão

“Os pacientes com obesidade mórbida são


considerados, sempre, pessoas diferentes,
pois não possuem a disciplina dos hábitos
alimentares semelhante ao resto da população.”

A PERCEPÇÃO DAS PROBLEMÁTICAS


PSIQUIÁTRICAS, E SUA EVOLUÇÃO,
POSSIBILITA CONSEGUIR UM BOM
RESULTADO APÓS A CIRURGIA.
Estados Psicológicos antes e depois de restrição
gástrica como preditores para perda de peso na
obesidade mórbida

R. Julian Hafner; Jill Rogers and James Mck. Watts


Glennside Hospital, Eastwood, (South Australia 5063),
1989
Estados Psicológicos antes e depois de restrição
gástrica como preditores para perda de peso na
obesidade mórbida

OBJETIVO

Identificar preditores de perdas de peso; tendo


como base o Índice de Massa Corpórea

SUJEITOS

118 mulheres com obesidade mórbida


acompanhadas durantes 04 anos no pré e pós-
cirúrgico, pelo método bypass
Estados Psicológicos antes e depois de restrição
gástrica como preditores para perda de peso na
obesidade mórbida

MÉTODO
Avaliação psiquiátrica por R. Julin Hafner, incluindo
aplicação dos seguintes instrumentos:

1) Inventário CCEI: mensura sintomas psiconeuróticos em 05


sub-escalas: ansiedade generalizada, fobia, obsessão,
somatização e depressão, sendo que a pontuação varia em
cada escala de 0 a 16 fornecendo um escore total de 80
 
Estados Psicológicos antes e depois de restrição
gástrica como preditores para perda de peso na
obesidade mórbida

MÉTODO
2) HDHQ - HOSTILIDADE E DIREÇÃO DE HOSTILIDADE:
mensura a soma e direção dos pensamentos hostis,
sentimentos e impulsos. É composto por 05 sub-escalas
combinando em Extrapunitivas (EX) Intrapunitivas (IN)
3) Inventário de assertividade, compondo-se de 40 situações
requerendo respostas assertivas (subdividido em 2 sub-
escalas: a) Grau de desconforto experenciado; b) Freqüência
de assertividades,
4) Escala de avaliação de atitudes conjugais (MATE)
Tabela II : Escores dos questionários antes e
um ano após a cirurgia: (71 pacientes)

Antes da cirurgia 01 ano após


CCEI VALOR SD VALOR SD
Ansiedade generalizada ( < p normal) 7,5 2,1 6,8 3,7
Ansiedade fóbica 5,9 2,9 5,2 3,1
Obsessão ( < p normal) 6,6 3,4 6,3 3,1
Somatização A 6,2 3,3 5,5 2,9
Depressão A 5,4 3,1 5,5 2,9
CCEI TOTAL 31,6 12,6 28,9 12,2*
Extrapunitivos A 10,7 5,3 11,3 5,7
Intropunitivos 7,9 3,5 7,4 3,7
Desconforto afetivo 96,2 26,2 94,5 23,7
Comportamento afetivo 113,2 17,3 109,4 19,0
MATE
Controle de sentimentos 25,4 9,8 24,3 9,1
Controle de comportamentos 19,2 6,4 19,5 6,9
Comportamento/Sentimentos 29,4 12,7 26,6 12,6
afetivos
Inclusão de sentimentos 27,0 10,9 25,6 10,5
Inclusão de comportamentos 26,4 8,7 27,9 11,5
MATE Total 125,5 41,5 123,6 43,6
Estados Psicológicos antes e depois de restrição
gástrica como preditores para perda de peso na
obesidade mórbida

RESULTADOS
Após um ano, 71 pacientes responderam ao questionário:
A perda de peso foi avaliada em intervalos anuais, até 04
anos tendo uma redução progressiva dos participantes (91)

O máximo de perda de peso foi de 35 Kg (04 anos)

Após a cirurgia 72% viram-se satisfeitas com o resultado;

Posteriormente 70% recuperaram peso, sendo que a maioria


pesou acima dos resultados do primeiro ano
RESULTADOS
Tabela relação ganho peso X tempo:

Nº pacientes Tempo pós Índice massa IMC > 30 IMC < 25


118 pré cirúrgico corpórea
cirurgico 42,7 > 30
114 01 ano 29,6 42% 31%
111 02 anos 29,8 37% 26%
102 03 anos 30,3 45% 18%
91 04anos 31,6 54% 12%
Estados Psicológicos antes e depois de restrição
gástrica como preditores para perda de peso na
obesidade mórbida

RESULTADOS
Apenas 29% das pacientes continuaram a perder peso após o 1º ano

71% das pacientes recuperaram o peso perdido no primeiro ano,


sendo:
39% recuperaram de 01 a 09 Kg
32% recuperaram de 10 a 45 Kg até o término de quatro anos
Estados Psicológicos antes e depois de restrição
gástrica como preditores para perda de peso na
obesidade mórbida

DISCUSSÃO
Escala de avaliação de atitudes conjugais (MATE)
Escala de controle de comportamento (CB) e inclusão de
comportamento (IB);
No pré-operatório relataram 13% de variação nos escores IMC
No pós (01 ano) escores maiores nas escalas predizendo melhores
IMC.
Segundo os autores o conflito conjugal, rodeia saídas de controle,
poder ou intimidade. No pós-cirúrgico, no primeiro ano, os desafios
encontrados com a mudança brusca dos padrões alimentares pela
mulheres mostrou que quanto maior apoio dos maridos maior a
relação com o IMC.
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS
A CIRURGIA BARIÁTRICA

N. Barreto Vilela, 2004 ( Univ. Bahia)


QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS
A CIRURGIA BARIÁTRICA

OBJETIVO
Avaliar a qualidade de vida nos 110 pacientes antes e depois da
cirurgia bariátrica, pelo procedimento Fobi-Capella .
Método: 95 obesos mórbidos (IMC>40 Kg/m2) , ou obesos
moderados com comorbidades associadas (IMC=35-39 Kg/m2)

Grupo 1 - 66 pacientes pré-cirúrgicos


Grupo 2 - 29 pacientes pós-cirúrgico no mínimo 02 meses antes
Grupo 3 - Pacientes observados de 06 a 12 meses após a cirurgia
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS
A CIRURGIA BARIÁTRICA

MÉTODO

Acompanhamento multidisciplinar com Nutricionistas,


Psicólogos, Endocrinologistas e Cirurgiões da equipe do
Hospital da Universidade Federal da Bahia.
Os pacientes não foram avaliados antes e depois da cirurgia
Uso do Inventário na forma reduzida dos exames de saúde
(SF-36), usado para avaliação de qualidade de vida
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS
A CIRURGIA BARIÁTRICA

MÉTODO
EXCLUIU-SE:
A) idade menor que 16 e acima de 65 anos
B) Usuário pesado de álcool ou drogas
C) Personalidade instável
E) Depressão ou histórico de tentativa de suicídio
F) Forte oposição familiar à cirurgia e;
G) Expectativas irreais sobre os resultados cirúrgicos ou
indícios que o paciente não acompanhará as
recomendações e requisições durante o acompanhamento
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS
A CIRURGIA BARIÁTRICA

RESULTADOS
Projeto: estudo de cruzamento-seccional avaliando os
grupos em diferentes intervalos, out/02 a maio/03
Categoria III- comorbidades associadas
Categoria II- pacientes obesos subdivididos em 02 grupos:
Grupo I - Tratamento cirúrgico recomendado;
Grupo II - Incluídos pacientes que foram submetidos à
cirurgia, tendo comorbidades associadas (hipertensão
arterial, intolerância a glucose ou até mesmo diabetes
mellitus)
Média de valores dos indicadores de qualidade de
vida nos pacientes obesos vistos no UFBA
PÓS
PRÉ

25

20

15

10

0
Habilidade Aspectos sofrimento Saúde Vitalidade Aspectos Aspectos Saúde
Funcional físicos geral sociais emocionais Mental
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES SUBMETIDOS
A CIRURGIA BARIÁTRICA

CONCLUSÃO

Resultados: Uma significativa melhora na qualidade de vida


nos aspectos em saúde geral, capacidade funcional e
vitalidade. Uma progressiva melhora na condições físicas
nos pacientes que fizeram a cirurgia nos últimos 12 meses,
 
Conclusão: A cirurgia bariátrica Fobi-Capella, nos pacientes
resultou em melhoras na qualidade de vida,
moderadamente nas condições físicas ao longo do tempo
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA

Queiroz,A; Santos,N; Silva,M; Laham,C; Garrido,A; Lucia,M;2005.

Centro de Estudos em Psicologia da Saúde (CEPSIC)


da Divisão de Psicologia
do Instituto Central do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da USP (DIP-ICHC/FMUS

Antes Depois
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Método

Foram incluídos 60 sujeitos que se


submeteram à cirurgia bariátrica, há
mais de um ano. Os instrumentos
utilizados neste estudo foram: um
questionário fechado (desenvolvido
pelos pesquisadores) contendo 35
perguntas com respostas de múltipla
escolha e a escala de crenças
alimentares e de saúde (MFH),
contendo 18 itens.Utilizou questões
abertas, visando a constatação de
dificuldades de ingerir certos
alimentos.
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Objetivo

Nosso estudo teve como objetivo investigar


as crenças alimentares em pacientes que se
submeteram à gastroplastia.
e de que maneira estas interferem
no auto-cuidado e no prognóstico.
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Introdução

As crenças têm a função de mediar o sujeito e o desejo. E mediar o sujeito e o mundo.

 A crença é uma forma de significar o mundo, com a finalidade de diminuir a ansiedade do sujeito
frente ao desconhecido, exercendo uma função controladora (Liderman,1999)
As inclinações para algumas crenças podem estar relacionadas com determinados eventos e a
algumas transições na vida... e situações inesperadas ou negativas. É a teoria do manejo do medo
(Solomon apud Liderman, 1999)
É a conexão da escolha de determinados alimentos e a compreensão dos processos psíquicos
envolvidos nessa escolha. Quais questões estão envolvidas, que definem o sujeito a adotar uma
determinada postura alimentar, a rejeitar a ingestão de certas comidas (ex: carne) ou a desenvolver
alguns pensamentos mágicos sobre a comida.(Oakes, 2005a).
Um exemplo de crença mágica é que dieta inadequada pode levar a comida a apodrecer no corpo.
(Linderman,1999).
A psicanálise define crença como uma representação. As representações têm uma função defensiva,
intrínseca aos atos psíquicos, que media o sujeito e seu desejo(Hermann,1998).
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Resultados

Tanto no período anterior à cirurgia quanto nas


mudanças alimentares após a gastroplastia, as
crenças envolvendo a alimentação têm sido
freqüentemente relatadas.
Observando a tabela das crenças alimentares após
cirurgia bariátrica, observou um exagero no número
de afirmações nas crenças.
Outro aspecto relevante, é a dificuldade de se ingerir
alguns alimentos, após a cirurgia.
Há uma contradição com relação a carne.Foi eleita o
alimento mais difícil de ingerir (46,34%);porém , na
tabela das crenças alimentares , não apresenta
muitas crenças mágicas(13,33%).
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Resultados
Conteúdo Concordo mais que
Você pensa que discordo e concordo
completamente.
Uma falta de equilíbrio na ingestão de alimentos esta por trás de muitas doenças. 73,32%
As cores mudam a vibração de energia de um organismo de uma maneira que benéficia a saúde. 60%
As plantas são seres vivos, cujos potenciais de energia podem ser transmitidos aos seres humanos. 79,99%
Ao massagear o ponto na sola do pé que corresponde a um órgão doente, esse órgão será restaurado. 51,66%
Uma dieta incorreta faz com que a comida apodreça no corpo. 34,99%
Se não limparmos nosso corpo de algum jeito, toxinas pouco saudáveis, permanecem dentro dele. 68,33%
É bom desintoxicar o corpo de vez em quando fazendo jejum. 53,33%
Uma doença deve ser tratada com remédios que tenham propriedades similares às doenças. 68,32%
Já que nossos corpos são 70% água, deveríamos seguir uma dieta que tivesse aproximadamente 70% de água. 38,33%
A afirmação de que bebidas vermelhas melhoram a hemoglobina é provavelmente verdadeira. 31,66%
Eu ficaria aborrecido se um restaurante me servisse comida que tivesse entrado em contato com gordura animal, mesmo que ela 18,33%
tivesse sido completamente removida.
Me incomodaria comer comida vegetariana que tivesse estado em contato com um bife. 18,33%
O sangue animal polui a comida. 33,33%
Comida vegetariana fica estragada se entrar em contato com carne. 29,99%
Ossos animais poluem a comida. 13,33%;
O consumo de carne faz com que as pessoas se comportem agressivamente. 16,66%;
O consumo de carne embota o pensamento. 8,33%;
Comparada a comida vegetariana, o consumo de carne desperta mais instintos animais nas pessoas. 13,33%.
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Resultados

Alimentos "difíceis de ingerir"

26,82%
carne 21,95%

arroz 7,31%
46,34%
salada 7,31%

9,75%
frutas

feijão

outros alim entos (m ilho,


farinha e em butidos)
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Conclusão

“Não como quase tudo. Tenho medo de comer e vomitar. Acho que encher o estomago,
principalmente com carne,a comida vai ficar parada, não fazer a digestão,
e apodrecer no meu estomago”(SIC)
O impacto causado na subjetividade do sujeito ao realizar a cirurgia bariátrica,
e vivenciar as alterações que ocorrem em seu aparelho digestivo,.
leva a perda das suas referências com relação ao seu corpo.
É difícil assimilar a nova estrutura física.
 A partir de então,é necessário ter uma “sintonia” com
as modificações ocorridas em seu organismo,
saber quando parar de comer, como mastigar.
Conseqüentemente se mobiliza medos.
 E emergem algumas crenças alimentares,
como forma de manejar o medo frente a uma situação desconhecida.
Por exemplo, “se comer carne pode entalar no anel”.
A partir de então, não se come carne, ou muitos relatam mastigar e depois
cuspir.
Mas muitos médicos se referem à possibilidade do alimento parar no anel,
sendo necessário a sua retirada por endoscopia.
A crença se baseia em informações do mundo real,
mas se diferencia das evidências científicas,
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Conclusão

Ao emagrecer, o sujeito perde a “capa de gordura”,


que possivelmente era o elemento que fazia mediação entre ele e o desejo.
Assim, se a crença é uma representação, com a função defensiva que “protege” o
indivíduo de seus conflitos inconscientes,após a cirurgia bariátrica, ocorre uma
substituição da camada adiposa pelas crenças alimentares.
Ao passar a acreditar em algumas idéias,
como não conseguir comer carne, ou a melhor forma de se comer arroz,
há todo um investimento nestes objetos,
desviando a atenção dos próprios desejos e da própria vida.

Conseqüentemente,
continua o movimento de esconder e fugir dos desejos e da vida.
CRENÇAS ALIMENTARES
EM INDIVÍDUOS QUE SE
SUBMETERAM À CIRURGIA BARIÁTRICA
Conclusão

Enfim, evidenciamos que é de


extrema importância
o tratamento psicológico para
pacientes que se submeteram a
cirurgia bariátrica,
uma vez que as exigências
internas e externas a que estes
pacientes se submeteram
quase nunca são passíveis de
serem vivenciadas sem um
tratamento psíquico ético e
coerente. Queiroz,A; Santos,N;2005.
Qualidade de vida e presença de sintomas psíquicos
em pacientes submetidos à gastroplastia

Queiroz,A; Santos,N; Moreira,B; Graffunder,D;


Serapião,J; Abrantes,M; Kiko.R; Roesler,R; Fernandes,M.

São José dos Campos,2006


Qualidade de vida e presença de sintomas psíquicos
em pacientes submetidos à gastroplastia
Objetivo

O objetivo deste estudo


foi avaliar a qualidade de vida e a
presença de sintomas psíquicos
em pacientes pós-cirúrgicos
em comparação ao estado
anterior referido pelos mesmos.
Qualidade de vida e presença de sintomas psíquicos
em pacientes submetidos à gastroplastia
Método

Métodos: Estudo transversal com


a utilização de questionário
desenvolvido pelos
pesquisadores contendo 42 itens.
Foram incluídos 70 pacientes que
haviam se submetido à cirurgia bariátrica.
Qualidade de vida e presença de sintomas psíquicos
em pacientes submetidos à gastroplastia
Resultados

Dos pacientes investigados


 81% eram do gênero feminino,
 50% possuíam idade entre 41 e 60 anos,
 65% casados e 33% referiram ter concluído ensino médio,
65% dos pacientes possuíam tempo de cirurgia entre 2 e 4 anos.
 O método “Capela” foi utilizado em 90% dos pacientes.
Na ocasião do procedimento cirúrgico
 76% dos pacientes possuíam IMC acima de 41
(destes, 18% apresentavam IMC entre 51 e 60).
 Na ocasião do estudo, 68% apresentavam IMC entre 21 e 30
e apenas 4% estavam inseridos na faixa de 41 a 50(IMC).
Qualidade de vida e presença de sintomas psíquicos
em pacientes submetidos à gastroplastia
Resultados

Quando avaliados acerca da presença,antes da cirurgia,


de alguns sintomas,foi observado:
depressão: 58%
 ansiedade: 88%
comer compulsivo:86%
Qualidade de vida e presença de sintomas psíquicos
em pacientes submetidos à gastroplastia
Resultados

Quando avaliados acerca da presença,depois da cirurgia,


de alguns sintomas,foi observado:
depressão: 26%
 ansiedade: 43%
comer compulsivo:18%
Após a cirurgia:
Acompanhamento psicológico:42%
Acompanhamento Psiquiátrico: 25%
Avaliação da cirurgia:
4% apresentaram opinião desfavorável.
Qualidade de vida e presença de sintomas psíquicos
em pacientes submetidos à gastroplastia
Conclusão

 A perda de peso e as mudanças decorrentes tanto


podem fazer com que sintomas psíquicos fiquem
ainda mais evidentes nos sujeitos operados,
como também podem impulsioná-los a
buscar novas estratégias de enfrentamento
de situações antes paralisadoras.
 Em todo caso, fica evidente a importância do acompanhamento
psicológico e psiquiátrico para estes pacientes,
contribuindo com a melhora
da qualidade de vida e das relações inter-pessoais.

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