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EPIDEMIOLOGIA
A epidemiologia da nefropatia por contraste não é totalmente conhecida, mas em um
estudo utilizando como definição aumento de creatinina > 0,5 mg/dl em relação aos
níveis basais em 7.586 procedimentos radiológicos contrastados, a incidência foi de
3,3%, mas esta incidência chegava a 22% em pacientes com creatinina entre 2,0 e 2,9
mg/dl e 31% se a creatinina era > 3,0 mg/dl.
FATORES DE RISCO
Alguns estudos avaliaram fatores de risco para evolução com nefropatia por contraste, entre
esses fatores de risco temos:
-Disfunção renal pré-existente com creatinina maior que 1,5 mg/dl;
-Nefropatia diabética;
-Idade avançada;
-Albuminúria;
-IC significativa;
-Depleção de volume (após disfunção renal prévia é o maior fator de risco);
-Mieloma múltiplo;
-Grande volume de radiocontraste;
-Uso concomitante de inibidor da ECA, AINEs e outras medicações com potencial nefrotóxico.
DEFINIÇÕES
Geralmente, a nefropatia por contraste é definida como um aumento de pelo menos 0,5
mg/dL ou 25% da creatinina basal dentro de 2 a 5 dias de exposição ao contraste. Um
grupo de estudos do Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO) sugeriu
uma definição de um aumento de 1,5x ou mais da creatinina basal dentro de 7 dias
após o uso do contraste, um aumento de pelo menos 0,3 mg por decilitro acima do
valor basal dentro de 48 horas após a exposição a contraste ou um volume urinário de
menos de 0,5 ml/Kg de peso corporal por hora que persiste por, pelo menos, 6 horas
após a exposição.
QUADRO CLINICO / DIAGNÓSTICO
O inicio da lesão renal nesses pacientes provavelmente ocorre com minutos à exposição
ao contraste, mas as manifestações que levam ao diagnóstico como oligúria e
aumento da ureia e creatinina levam em torno de 24 a 48 horas para começarem a
aparecer. A maioria dos pacientes tem injúria renal não oligúrica e em muitos casos o
único achado da doença é o aumento da ureia e da creatinina. Na maioria das vezes, a
disfunção renal nesses pacientes é transitória, mas pode evoluir com disfunção renal
grave definitiva com necessidade de diálise.

 O diagnóstico diferencial inclui a necrose tubular aguda e doença ateroembólica renal,


que também pode ser precipitada por contraste, pois  pode deslocar placas
ateroscleróticas.
PREVENÇÃO E MANEJO
O uso do contraste iodado é responsável por cerca de 10% das insuficiências renais
adquiridas em hospital, seu uso deve ser evitado e, quando imprescindível, deve ser
iniciada proteção renal com antecedência principalmente em pacientes de risco.

A dose do contraste iodado e a preferência por produtos de baixa osmolalidade não


iônicos também são importantes. Uma quantidade máxima de contraste sugerida é 5
ml/kh dividido pela creatinina.
SOLUÇÃO SALINA E N- ACETILCISTEINA
Recomenda-se solução salina a 0,45% (100 mL/hora 12 horas antes do procedimento e 12
horas após o procedimento) associado à acetilcisteína (600 mg de 12/12h), 24 horas
antes do procedimento e 24 horas após o procedimento.O uso da n-acetilcisteína foi
validado em estudo publicado no New England Journal of Medicine, porém seu
significado em relação à diminuição de eventos relevantes  ainda é questionável.
BICARBONATO DE SÓDIO
Em outro estudo publicado no JAMA, bicarbonato de sódio foi usado como solução de
hidratação com bicarbonato de sódio 154 meq/l diluído em solução de dextrose a 5%
em total de 1 litro de solução e infundida a 3 ml/Kg em 1 hora antes do procedimento
e 1ml/Kg durante o procedimento e 6 horas depois, com resultados superiores, a
infusão convencional de salina, sendo portanto opção válida para prevenção da IRA
pelo contraste.
EM RESUMO
O artigo deixa claro que ainda não há um protocolo definido de prevenção de nefropatia
associada ao contraste com uso de salina. O uptodate sugere o esquema a seguir:
Pacientes ambulatoriais: Administrar 3 mL / kg em uma hora antes do procedimento e 1 a
1,5 mL / kg / hora durante quatro a seis horas após o procedimento, com
administração de pelo menos 6 mL / kg pós-procedimento.
Pacientes internados: Administrar 1 mL / kg / hora por 6 a 12 horas pré-procedimento,
intraprocedimento e por 6 a 12 horas após o procedimento.
Algumas observações importantes:
A solução salina isotônica parece ser melhor que os fluidos mais hipotônicos.
É proposto que a salina seja usada ao invés do bicarbonato, pois este, não tem benefícios
superiores ao da salina e é mais caro.
A administração rotineira de acetilcisteína não é recomendada.
MEDICAMENTOS A SUSPENDER
É recomendada a descontinuação de inibidores da enzima conversora da angiotensina e
bloqueadores da angiotensina II nesses pacientes baseado em evidências
observacionais, mas ainda não é claro se existe um benefício real com essa conduta.

Considerar também a suspensão de aines e metformina.

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