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FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS, MATEMÁTICA E

ESTATÍSTICA DA UNIVERSIDADE ROVUMA NAMPULA

Determinação de actividade antioxidante da polpa da


fruta de Morinda citrifolia L consumida na cidade de
Nampula

Candidato: Delfino João Pedro


Supervisor: Prof. Doutor Lázaro Gonçalves Cuinica
INTRODUÇÃO
A Morinda citrifolia L mais conhecida como Noni, tem
sido utilizada durante séculos pela população como acervo da
medicina tradicional, suas folhas e especialmente seu fruto
são consumidos sob diferentes formas por várias comunidades
do mundo (Chan-blanco, 2006).
A espécie M. citrifolia é bastante empregada pela
população há anos, no uso do suco da fruta para diversas
finalidades terapêuticas nomeadamente: Antibacteriana,
Antiviral, Antifúngica, Antitumoral, Analgésica, Hipotensora,
Anti-inflamatória e Antioxidante (Pawlus e Kinghorn, 2007).
O fruto de M. citrifolia por apresentar várias
actividades terapêuticas, é consumido na forma de
xarope, tempero e a própria polpa na província de
Nampula para tratamento de doenças tais como a
febre, gripe, gengivite, dificuldades respiratórias,
dores de estômago, tosse, tratamento de pele e
entre outras, de acordo com os relatos da
população.
Razão pelo qual despertou a curiosidade no
autor em analisar o potencial antioxidante da polpa
deste fruto.
PROBLEMATIZAÇÃO

Qual é o potencial antioxidante do extracto da polpa


da fruta de Morinda citrifolia L consumida na cidade de
Nampula?
OBJECTIVOS:

OBJECTIVO GERAL

Determinar a actividade antioxidante da polpa da


fruta de Morinda citrifolia L consumida na cidade
de Nampula.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

Fazer um estudo etnofarmacológico de M.citrifolia


na cidade de Nampula, bairro de Namutequeliua;

Preparar a droga vegetal e extractos hidroetanólico e


aquoso da polpa de M.citrifolia;
Identificar a presença de flavonóides e taninos nos
extractos hidroetanólico e aquoso de M. citrifolia;
Determinar a actividade antioxidante dos extractos
hidroetanólico e aquoso da polpa de M. citrifolia.
HIPÓTESE

Os extractos hidroetanólico e aquoso da polpa de


M. citrifolia possuem flavonóides e taninos na sua
composição química e possuem boas actividades
antioxidante.
METODOLOGIA

Estudo etnofarmacológico de M. citrifolia


Realizou-se na cidade de Nampula no bairro de Namutequeliua,
num periodo compreendido entre Dezembro de 2020 a Junho de
2021 coscistiu na colecta de Dados na forma de uma entrevista
directa aos consumidores. Tendo se feito as seguintes perguntas:
Nome popular, indicação terapêutica, parte usada, formas de
preparação do remédio, dosagem e vias de administração.
Universo e amostra
O estudo teve como universo, todos os moradores do bairro de
Namutequeliua, e como amostra teve 10 pessoas escolhidas de
forma aleatória, sendo 5 Homens e 5 Mulheres de familias
diferentes.
ESTUDO FITOQUÍMICO
Colecta de frutos e preparaçao da droga vegetal de M.
citrifolia
PREPARAÇÃO DO EXTRACTO HIDROETANÓLICO E
AQUOSO DA POLPA DE M. CITRIFOLIA
Rendimento e secagem dos extractos

Secagem do extracto
80ºC durante 24h. Os extractos secos obtidos foram conservados
em recipientes de plástico com tampas, devidamente identificados e
selados, protegido da luz.
ANÁLISE FITOQUÍMICA QUALITATIVA

 Identificação de Flavonóides e Taninos

Nº Metabólitos Reagente Resultado


01 FLAVONOIDES Presença de cor que variou entre amarelo-castanho.
FeCl3 2%

Acetato de
02 TANINOS chumbo 10% A formação de um precipitado castanho avermelhado.
ANÁLISE DE ACTIVIDADE ANTIOXIDANTE

A avaliação da actividade antioxidante da polpa de M.


citrifolia foi determinada pelo método de Redução de Ferro
FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power), descrito por
Benzie e Strain (1996), que consiste na redução do catião
Fe3+ em Fe2+ em meio ácido, na presença do reagente FRAP,
com absorção máxima de 595 nm.
Neste método avalia-se a amostra, age como redutor
(antioxidante) pela redução de absorvência.
,
REAGENTES

Tampão acetato 0,3 M

Solução de cloreto férrico 2%

Solução do reagente FRAP

Solução padrão de sulfato ferroso a 0,2M


PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Diluiu-se 3 vezes a solução do extracto hidroetanólico e


aquoso da polpa M. citrifolia, tendo como a concentração
final das soluções 9,1 mg/mL. Em 10mL de cada solução (9,1
mg/mL), adicionou-se 2,5mL do reagente FRAP em cada tubo
de ensaio contendo as soluções dos extractos e
homogeneizou-se. Após 30 minutos da reacção, fez-se as
leituras das Absorvância no espectrofotómetro UV-VIS no
comprimento de onda de (595 nm), em triplicata. Utilizou-se
o reagente FRAP como branco para calibração do
espectrofotómetro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estudo etnofarmacológico de M. citrifolia
Indicação farmacológica Formas de preparação do remédio
Maceracão
antigripe 10% 10%
Antidiabetica
10%
Infusão
20%
Antioxidante
Anti- 40%
inflamatoria
Xarope
20%
70%
Anti-
hipertensiva
20%

 Gráfico 1: Indicação  Gráfico 2: Formas de


terapêutica de M. preparo de remédio de
citrifolia M. citrifolia
ANÁLISE FITOQUÍMICA QUALITATIVA

Rendimento de princípios activos

 Extracto Hidroetanólico = 5,213%


 Extracto aquoso = 4,354%

A diferença de rendimento de ambos extractos, deve-se a


diferença de polaridade e volatilidade entre os solventes
utilizados no processo da extracção de princípios activos.
Identificação de flavonóides e taninos

Taninos Flavonóides
Extracto Aquoso

Taninos Flavonóides
Extracto EtOH
,

   
AUTORES CLASSE DE METABÓLITOS SECUNDÁRIO
  ANALISADA DO FRUTO DE M. citrifolia
 
   
Barbosa et al. (2017) Antraquinonas, Taninos e Flavonóides
 
  alcalóides, Antraquinonas, Flavonóides e
Heineken, (1998); Palacios, Cumarinas
(2004
  Alcalóides, Cumarinas voláteis, Flavonóides,
Wang e Su (2001) Taninos, Triterpenos e Esteróides.
ANÁLISE DE ACTIVIDADE AMTIOXIDANTE

Amostra Sulfato de Extracto aquoso Extracto


ferro-II + FRAP hidroetanólico +
(0,2M) (9,1 mg/mL) FRAP
(9,1 mg/mL)
Resultad 0,263 0,137 0,123
os das 0,262 0,134 0,126
réplicas 0,257 0,128 0,121
MED 0,261 0,133 0,123
DP 0,003 0,005 0,003
%CV 1,233 3,446% 2,040%
Em um estudo feito por PALAFOX et al (2011)
confirmam que o fruto de M., citrifolia. apresenta valores
consideráveis de compostos fenólicos e elevada
capacidade antioxidante.
Thaipong et al. (2006) estimaram a actividade
antioxidante total de extractos obtidos de frutos de M.
citrifolia, pelos métodos ABTS, DPPH, FRAP e ORAC, e
verificaram que o método FRAP foi a técnica mais
reprodutível e aquela que apresentou uma elevada
correlação com os teores de ácido ascórbico e grupos
fenólicos.
Dentre os vários métodos usados para a determinação de
actividade antioxidante em frutos, o método FRAP é um método
simples, rápido, de baixo custo e robusto (KARADAG et al, 2009).
ANÁLISE ESTATÍSTICA DE SIGNIFICÂNCIA 95%
VERIFICAÇÃO E VALIDAÇÃO DE HIPÓTESE

A hipótese do estudo foi válida, pois foi verificado


que no extracto hidroetanólico e aquoso da polpa de
M. citrifolia, possuem flavonóides e taninos na sua
composição química e boas actividades
antioxidante.
CONCLUSÃO

Nesta pesquisa, conclui-se que os extractos


hidroetanólico e aquoso da polpa da fruta de M. citrifolia
possuem flavonóides e taninos na sua composição química
e boas actividades antioxidante.

SUGESTÃO
Sugere-se a comunidade académica em particular ao curso
de Química da Universidade Rovuma, que se abra
perspectivas para estudos futuros de análise antioxidante com
outros métodos tais como: DPPH, ABTS, ORAC e uso da
técnica de cromatografia líquida de alta eficiência.
FIM.
OBRIGADO

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