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4.

Equilíbrio geral sem incerteza


4.1. Caixa de Edgeworth
4.2. Existência de equilíbrio

Juan Pablo Gama Torres


4.1. Caixa de Edgeworth
• Vamos considerar uma economia com dois consumidores, dois bens e sem produção.
• Os endowments de cada agente são dados por onde é o endowment do consumidor do bem , a preferência é dada por
onde é o espaço de consumo.
• Os endowments agregados são dados por .
• Uma alocação é factível se
para
• Uma alocação é factível sem desperdício se para todo
• Dado um vetor de preços é dado por , a renda do consumidor é dada por e a restrição orçamentária é dada por
.
• Supondo que as preferências são
estritamente convexas, continuas e
fortemente monótonas, teremos as
curvas de indiferença dadas como
mostra o gráfico a direita.

• Desta forma podemos supor que a


demanda de cada consumidor é uma
função contínua em .

• Por tanto, dado um preço , podemos


analisar o comportamento da
demanda.
• Dado um , sabemos que existem e
demandas do agente 1 e 2
respectivamente.

• No entanto, qualquer preço escolhido


de forma aleatória pode gerar excesso
de oferta e/ou demanda como mostra o
gráfico.

• No entanto, isso gera inconsistências no


modelo pois implica que parte dos bens
são consumidos em quanto outra parte é
consumido acima do estoque disponível
na economia.
• Caso exista tal que não haja excesso de
demanda ou de oferta, se chamará preço
de equilíbrio, mais ainda temos:

Definição: Um equilíbrio Walrasiano (ou


competitivo) numa caixa de Edgeworth é
dado por um preço e uma alocação factível
sem desperdício na caixa de Edgeworth tal
que

para todo .
Cômputo de um equilíbrio
• e onde e com .
1. Dado , se determinam as demandas de cada agente: e .

2. Para calcular o preço de equilíbrio, precisamos ver que . Pela lei de Walras, equivale a só analisar uma
equação. Desta forma temos que .
Cômputo do equilíbrio
4. Achando as soluções desta equação obteremos os preços de equilíbrio e como
consequência as alocações de equilíbrio (a través de onde é um preço de equilíbrio).

Neste caso, há multiplas soluções e por tanto há multiplicidade de equilíbrio.


Bem-estar social e equilíbrio Walrasiano
• Para analisar o bem-estar social, vamos primeiro definir um ótimo de Pareto.
Definição: Uma alocação numa caixa de Edgeworth é um ótimo de Pareto (ou Pareto
eficiente) se não existe outra alocação na caixa de Edgeworth tal que para e para
algum .
Teoremas de Bem-estar na caixa de Edgeworth
Primeiro teorema de bem-estar
Teorema: Qualquer alocação de equilíbrio
Walrasiano esta no conjunto de Pareto, isto é, é
uma alocação eficiente de Pareto.
• Este teorema quer dizer que toda alocação de
equilíbrio é uma forma eficiente de alocar os
recursos disponíveis na economia. Por tanto,
é a formalização da mão invisível de Adam
Smith.
• Caso se queira impor uma regulação à este
tipo de economias, a única justificativa é
atingir um objetivo de redistribuição da
renda ou riqueza da economia.
Segundo teorema de bem-estar
• Para definir o segundo teorema de bem-estar, precisamos
definir equilíbrio com transferências.

Definição: Uma alocação na caixa de Edgeworth é um


equilíbrio com transferências se existe um preço e
transferências de riqueza e satisfazendo tal que para cada
consumidor temos:

para todo .

Teorema: Toda alocação ótima de Pareto é um equilíbrio com


transferências.

• Desta forma, qualquer alocação Pareto eficiente que um


planejador central queira implementar, pode ser
implementada se fizer uma transferência de riqueza
adequada entre os agentes.

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