Twenty one Pilots - Stressed Out Queen & David Bowie - Under Pressure Dicionário UNESP do Português Contemporâneo ÓCIO ó. ci: o Sm 1 folga; descanso, repouso: Todo o trabalhador tem direito ao ócio semanal. 2 preguiça; desocupação: O ócio propicia as ideias maquiavélicas. 3 lazer; divertimento: Ele gozou da comodidade e do ócio urbanos e voltou com um verdadeiro pavor à dura lida do curral. O Mito de Sísifo Albert Camus O Ócio na Grécia Na Grécia antiga, o último ideal de vida não é o trabalho ou o enriquecimento, mas certamente o prazer, o ócio. (...) Aquele que deve trabalhar para viver é objeto de desprezo, enquanto o ócio é sempre honroso. O ócio, diferente do trabalho, tem um objetivo em si mesmo. Mas isto não significa exaltar a inércia, a preguiça, já que a virtude para os gregos é sempre prática. De fato, diz sempre Aristóteles: “Exaltar a inércia mais do que a ação não corresponde a verdade, porque a felicidade é atividade”. Na Grécia, a classe dominante e os filósofos a ela ligados consideravam, geralmente, a vida ociosa, ou seja, a liberdade de escolher a atividade a qual se dedicar como único bem capaz de proporcionar a vida digna de ser vivida. Luiz Carlos Gomes e Francisco Paulo Greter NO GREGO ANTIGO A palavra que designa ócio é SKHOLE, que vai dar origem a palavra latina SCHOLA. Os termos de ambas as línguas tem o mesmo significado, assim como ‘discussão ou conferencia’. Podemos dizer que ócio é tempo livre de escolha. E hoje... (...) o lazer, que deveria ser o espaço do ócio moderno, torna-se alienado, não criativo, mero tempo para consumir mais e mais ou, o que é pior, para o descanso da fadiga diária e recuperação das forças para o próximo período de trabalho. Tudo gira em torno do mercado, tudo se torna mercadoria na sociedade de consumo e consumista, inclusive o próprio lazer. O lazer que deveria ser criativo, o ócio dos místicos, dos filósofos, dos artistas, do próprio trabalhador, já não encontra lugar neste mundo da produção, do “lucro e das leis do mercado”. E até a arte, o ócio e a fé se tornam mercadoria! Tudo tem um preço no mercado comum da vida humana. Não seria esta uma das causas existenciais do aumento do consumo de drogas em todo mundo? É possível superar tanta alienação e ainda ser feliz? Luiz Carlos Gomes e Francisco Paulo Greter