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ANTITUBERCULOSTÁTIC

OS
A tuberculose é considerada uma doença socialmente determinada, pois sua ocorrência está
diretamente associada à forma como se organizam os processos de produção e de reprodução
social, assim como à implementação de políticas de controle da doença. Os processos de produção
e reprodução estão diretamente relacionados ao modo de viver e o trabalho do indivíduo.
A tuberculose pulmonar é a forma mais frequente e generalizada da doença. Porém, o bacilo da
tuberculose pode afetar também outras áreas do nosso organismo, como, por exemplo, laringe,3 os
ossos e as articulações, a pele (lúpus vulgar), os glânglios linfáticos (escrófulo), os intestinos, os
rins e o sistema nervoso. A tuberculose miliar consiste num alastramento da infeção a diversas
partes do organismo, por via sanguínea. Este tipo de tuberculose pode atingir as meninges
(membranas que revestem a medula espinhal e o encéfalo), causando infecções graves
denominadas de "meningite tuberculosa"
Em diversos países houve a ideia de que por volta de 2010 a doença estaria praticamente
controlada e inexistente. No entanto, o advento do HIV e da AIDS mudaram drasticamente esta
perspectiva. No ano de 1993, em decorrência do número de casos da doença, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de emergência global e propôs o DOTS (Tratamento
Diretamente Supervisionado) como estratégia para o controle da doença
Descoberta pela primeira vez em 1882 por Robert Koch, M. tuberculosis tem uma
camada incomum de cera em sua superfície celular (principalmente ácido
micólico), o que torna as células impermeáveis ​à coloração de Gram.
Tuberculose
▪ Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis.

 Uma das doenças mais antigas e conhecidas que acometem os


seres humanos.

 Doença infecciosa grave, com alta taxa de mortalidade, se não


tratada adequadamente.

 Notificação obrigatória.

 Em geral afecta os pulmões, mas pode acometer outros órgãos em


até um terço dos casos.

▪ Estima-se que um terço da população mundial infectada pelo bacilo


da tuberculose (5% doença ativa).
Tuberculose: um grande problema social
Países Desenvolvidos:
Infectados ---------> 382.000.000 (21%)
Casos novos ------> 470.000 / ano (5%)
Incidência ----------> 23 / 100.000 / ano
Mortalidade --------> 2 / 100.000 / ano
Óbitos ---------------> 40.000 / ano (1,3%)
Países em Desenvolvimento:
Infectados -------> 1.328.000.000 (79%)
Casos novos -------> 7.530.000 / ano (95%)
Incidência -------> 171 / 100.000 / ano
Mortalidade --------> 60 / 100.000 / ano
Óbitos ----------------> 2.960.000 / ano (98,7%)
Tuberculose
Fatores associados à Tuberculose
Renda familiar Desnutrição
baixa alimentar

Educação Etilismo e
precária outros vícios

Habitação Infecções
ruim/inexistente associadas

Famílias Comorbidades
numerosas associadas

Aglomeração Serviços de
humana Saúde precários
Fatores de re-emergência da TB

COINFECÇÃO
TB-HIV/AIDS

Aumento da pobreza

MULTI DROGA
RESISTÊNCIA
A transmissão da TB: aerógena
Patogenia da Tuberculose

Infecção ≠ Doença ativa


5 – 10%

 Fatores do Hospedeiro: faixa etária, etnia, status

imunológico

 Fatores do Microrganismo: carga total de


bacilos, virulência da cepa
Elementos para o diagnóstico da
tuberculose pulmonar
 História Clínica
- Contato com pessoa com tuberculose
- Sintomas e sinais sugestivos:
 Tosse e escarro por mais de 4 semanas

 Emagrecimento

 Febre vespertina e sudorese noturna


Elementos para o diagnóstico da
tuberculose pulmonar
 História Clínica
- História de tratamento anterior para tuberculose
- Presença de fatores de risco para o desenvolvimento de TB

Diabetes Mellitus
Infecção pelo HIV
Neoplasias
Radiografia de Tórax
Prova Tuberculínica (PPD)
▪Teste intradérmico utilizado para a avaliação do status
imunológico do hospedeiro contra o M. tuberculosis
▪ Se positivo, pode indicar infecção prévia, não sendo capaz
de distinguir o indivíduo infectado do doente
DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO:
Baciloscopia
Cultura
Métodos Moleculares
Cultura
▪ Método bacteriológico mais sensível para o diagnóstico de
TB pulmonar e extrapulmonar
▪ Permite identificação da espécie e realização de testes de
sensibilidade (20-28 dias)
▪ Indicações:
Tratamento

 A quimioterapia reduz a mortalidade, o período de


transmissibilidade e pode ser usada para prevenir
que pessoas infectadas evoluam até a doença.

 Existem três regras básicas em relação ao


tratamento:
 Associar pelo menos três medicamentos;
 Tempo prolongado de tratamento;
 Regularidade na tomada da medicação.
Tratamento
Antes da Antibioticoterapia

 A partir de 1880: reconhecimento que a doença era contagiosa

 Pessoas eram encaminhadas para sanatórios (isolamento)


 75% morriam em 5 anos (dados de 1908)

1946: estreptomicina
Princípios gerais do tratamento da
Tuberculose

1 - Associação medicamentosa
Objetivo: proteção cruzada para evitar a resistência
bacilar

2 - Regime prolongado e bifásico


Fase de ataque - redução da população bacilar
Fase de manutenção - eliminação de persistentes

3 -Tratamento regular (adesão)


Proteção da resistência adquirida
Garantia de cura duradoura da doença
Regime Fármacos Faixa de peso Unidades/dose Meses

20 a 35 kg 2 comprimidos

2RHZE RHZE
150/75/400/275 mg
36 a 50 kg 3 comprimidos 2
Fase intensiva comprimido
em dose fixa combinada

> 50 kg 4 comprimidos

1 comp. ou cáps.
20 a 35 kg 300/200 mg

4RH RH 1 comp. ou cáps.


300/200 ou
150/100 mg 36 a 50 kg 300/200 mg + 1 comp. ou cáps. 4
Fase de manutenção
comprimido ou cápsula
150/100 mg

2 comp. ou cáps.
> 50 kg 300/200 mg
ESQUEMA I (Básico) – 2RHZ / 4RH

Indicado nos Casos Novos de Todas as Formas de Tuberculose Pulmonar e Extrapulmonar

Peso do paciente

Fases do Mais de 20 kg Mais de 35 kg


Drogas Até 20 kg e até 35 kg Mais de 45 kg
Tratamento e até 45 kg

mg/kg/dia mg/dia mg/dia mg/dia

R 10 300 450 600


1ª fase H 10 200 300 400
(2 meses – RHZ) Z 35 1000 1500 2000
R 10 300 450 600
2ª fase
H 10 200 300 400
(4 meses – RH)

Rifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E


Estreptomicina = S – Etionamida = Et
ESQUEMA II – 2RHZ / 7RH

Indicado para a Forma Meningoencefálica da Tuberculose

Peso do paciente
Doses
Fases para Mais de 20 kg Mais de 35 kg
todas as até 45 kg Mais de 45 kg Dose máxima
do Drogas até 35 kg
Tratamento idades
mg/kg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia

R 10 a 20 300 450 600 600


1ª fase
H 10 a 20 200 300 400 400
(2 meses)
RHZ Z 35 1000 1500 2000 2000
R 10 a 20 300 450 600 600
2ª fase
(7 meses) H 10 a 20 200 300 400 400
RH

Rifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E


Estreptomicina = S – Etionamida = Et
ESQUEMA I REFORÇADO (Esquema – IR) – 2RHZE / 4RHE

Indicado nos Casos de Recidiva Após Cura ou Retorno Após Abandono do E-I

Peso do paciente

Fases do Mais de 20 Mais de 35


Drogas kg kg Mais de 45
Tratamento Até 20 kg
e até 35 kg kg
e até 45 kg

R mg/kg/dia
10 mg/dia
300 mg/dia
450 mg/dia
600
1ª fase
(2 meses) H 10 200 300 400
RHZE Z 35 1000 1500 2000
E 25 600 800 1200
R 10 300 450 600
2ª fase H 10 200 300 400
(4 meses) RHE E 25 600 800 1200

Rifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E


Estreptomicina = S – Etionamida = Et
ESQUEMA III – 3SZEEt / 9EEt

Indicado nos Casos de Falência de Tratamento dos Esquemas I e IR

Peso do paciente

Fases do Mais de 20 kg Mais de 35 kg


Drogas Até 20 kg e até 35 kg Mais de 45 kg
Tratamento e até 45 kg

mg/kg/dia mg/dia mg/dia mg/dia


S 20 500 1000 1000
1ª fase Z 35 1000 1500 2000
(3 meses) E 25 600 800 1200
SZEEt Et 12 250 500 750
E 25 600 800 1200
2ª fase
(9 meses) EEt Et 12 250 500 750

Rifampicina = R – Isoniazida = H – Pirazinamida = Z – Etambutol = E


Estreptomicina = S – Etionamida = Et
Profilaxia - Tuberculose
▪ Vacina BCG – Bacilo de Calmette e Guerin
 Cepas atenuadas de M. bovis, utilizada pela 1ª vez
em 1921.

Dose única: recém – nascidos acima de 2 Kg


Isoniazida Etambutol

Pirazinamida
Rifampicina
Existem algumas classificações de medicamentos conforme o risco associado ao
seu uso durante a gravidez. A classificação adoptada pelo Food and Drug
Administration (FDA ­ Estados Unidos) enquadra os medicamentos em cinco
categorias:
• Categoria A: medicamentos para os quais não foram constatados riscos para o
feto em ensaios clínicos cientificamente desenhados e controlados;
• Categoria B: medicamentos para os quais os estudos com animais de
laboratório não demonstraram risco fetal (mas não existem estudos adequados em
humanos) e medicamentos cujos estudos com animais indicaram algum risco,
mas que não foram comprovados em humanos em estudos devidamente
controlados;
• Categoria C: medicamentos para os quais os estudos em animais de laboratório
revelaram efeitos adversos ao feto, mas não existem estudos adequados em
humanos e medicamentos para os quais não existem estudos disponíveis;
• Categoria D: medicamentos para os quais a experiência de uso durante a
gravidez mostrou associação com o aparecimento de má-formações, mas que a
relação risco-benefício pode ser avaliada; • Categoria X: medicamentos
associados com anormalidades fetais em estudos com animais e em humanos e

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