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Paulo Susano
Mestre em Solicitadoria de Empresa
maio de 2014
Objetivos
- O contrato comercial;
- Os títulos de crédito;
- As garantias;
- A Cessão de Crédito;
- O Seguro de Crédito;
- O Factoring;
Objetivos
- Aspectos positivos;
- Questões prévias;
- A Ação Executiva;
Objetivos
- Finalidade;
- O SIREVE;
- O PER;
- O plano de recuperação do CIRE;
- A via da liquidação.
A importância da concessão de crédito
- Definição de crédito:
- Condição negocial pela qual as partes convencionam uma
dilação no tempo entre uma prestação (do credor) e uma contra-
prestação (do devedor);
- Fontes internas:
- A área comercial;
- A área de contabilidade;
- O contrato comercial:
- Definição de contrato:
- Acordo vinculativo, assente em duas ou mais declarações
de vontade (oferta ou proposta, de um lado, aceitação do outro),
contrapostas mas perfeitamente armonizáveis entre si, que visam
estabelecer uma composição unitária de interesses;
- O contrato comercial:
- Tipos de contratos:
- Compra e venda;
- Doação;
- Mandato
- Locação;
- Locação financeira
- Depósito
- Empreitada
- Sociedade
- Factoring
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Tipos de contratos:
- Na ausência de contrato:
- Os títulos de crédito
- Definição:
- Os títulos de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Título de crédito que confere ao seu portador a
expetativa de receber o montante nele indicado até ao fim do
prazo da sua apresentação;
- A letra
- Título de crédito, em progressivo desuso no
tráfego comercial, através do qual um credor (denominado
sacador da letra) ordena ao devedor (denominado sacado da
letra) que pague determinada quantia numa determinada
data de vencimento, ao seu legítimo portador.
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- A livrança
- título de crédito pelo qual um devedor se
compromete perante um credor a pagar-lhe, em certa data,
determinada quantia.
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Requisitos do cheque (Art . 1º LUC):
- A palavra “cheque” inserida no próprio texto do
titulo;
- O mandato puro e simples da pagar determinada
quantia;
- O nome de quem deve pagar ( Banco sacado);
- A indicação da data em que é passado;
- A assinatura de quem passa o cheque (sacador);
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Cuidados especiais a observar ao receber um cheque:
- Não deve ser emendado ou rasurado;
- A parte inferior do cheque não deve ser escrita ou
carimbada;
- O valor em numerário e a data de emissão devem
obedecer ao caseado e ser expressos unicamente em
algarismos;
- O valor em numerário referido em algarismos deve
corresponder ao referido por extenso;
- A moeda indicada no extenso deve corresponder à
moeda pré-impressa;
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Do endosso:
- O cheque pagável a favor de determinada pessoa
é transmissível por via do endosso (art. 14º LUC);
- O endosso deve ser puro e simples, não podendo
ser condicionado (art. 15º LUC);
- O endosso pode consistir apenas na assinatura do
endossante no verso do cheque (endosso em branco) (art.
16º LUC);
- O detentor de um cheque endossável é
considerado portador legítimo do mesmo se justificar o seu
direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo se o
último for em branco (art. 19º LUC);
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Do endosso:
- O cheque com a cláusula “Não à ordem” ou
equivalente não pode ser endossado;
- O endosso transmite todos os direitos resultantes
do cheque (art. 17º LUC);
- O endossante, salvo estipulação em contrário,
garante o pagamento (art. 18º LUC).
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Do pagamento:
- O cheque é pagável à vista; se apresentado antes
da data de emissão é pagável no dia da apresentação
(art. 28º LUC);
- O cheque pagável no país deve ser apresentado a
pagamento no prazo de oito dias, findo o qual pode ser
revogado pelo sacador.
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Do pagamento:
- O cheque cruzado com duas linhas paralelas na
face do cheque só pode ser pago pelo sacado a um seu
cliente ou a um banqueiro (art. 38º LUC);
- O cheque com a cláusula “Para levar em conta”
ou outra equivalente inserida transversalmente na face do
cheque não é pagável em numerário mas apenas por
lançamento por escrita ( art. 39º LUC)
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Da ação por falta de pagamento:
- O portador pode exercer os seus direitos de ação
contra os endossantes, sacador e outros co- obrigados,
se o cheque, apresentado em tempo útil, não for pago e se a
recusa de pagamento for verificada:
- Por uma declaração do sacado, datada e
escrita sobre o cheque, com a indicação do dia em
que foi apresentado;
- Por declaração duma câmara de
compensação, constatando que o cheque foi apresentado
em tempo útil e não foi pago;
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Da ação por falta de pagamento:
- Todas as pessoas obrigadas em virtude de um
cheque são solidariamente responsáveis perante o portador
(art. 44º LUC);
- Da prescrição:
- A ação do portador contra os endossantes,
sacador e demais obrigados prescreve decorridos que sejam
seis meses do prazo de apresentação;
- Toda a ação do co-obrigado contra os demais
prescreve ao fim de seis meses decorridos que do dia em que
tenha pago o cheque ou do dia em que ele próprio foi acionado;
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- O cheque
- Da prescrição:
- Como quirógrafo, tem um prazo de prescrição de
20 anos – art.º 309º C.C.
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- A letra
- Requisitos da letra (art . 1º LULL):
- A palavra “letra” inserida no próprio texto do título
- O mandato puro e simples de pagar uma quantia
determinada
- O nome daquele que deve pagar (o sacado)
- O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem
deve ser paga
- A assinatura de quem passa a letra (o sacador)
- Os títulos de crédito
- A letra
- Do endosso:
- Toda a letra é transmissível por endosso exceto
aquela onde constar as palavras “não à ordem” ou
expressão equivalente (art. 11º LULL);
- O endosso deve ser puro e simples, não podendo
ser condicionado (art. 12º LULL);
- O endosso pode consistir apenas na assinatura do
endossante no verso da letra (endosso em branco) (art. 13º
LULL);
- O detentor de uma letra é considerado portador
legítimo se justificar o seu direito por uma série ininterrupta de
endossos, mesmo se o último for em branco (art. 16º LULL);
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- A letra
- Do endosso:
- O endossante é garante, salvo estipulação em
contrário, tanto da aceitação como do pagamento da letra (art.
15º LULL);
- O endosso pode consistir apenas na assinatura do
endossante no verso da letra (endosso em branco) (art. 13º
LULL);
- Do aceite:
- A letra pode ser apresentada até ao vencimento,
ao aceite do sacado (art. 21º LULL);
- O aceite é escrito na face anterior da letra e é
assinado pelo sacado;
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- A letra
- Do aceite:
- O sacado obriga-se pelo aceite a pagar a letra à
data do vencimento;
- Do pagamento:
- O portador de uma letra deve apresentá-la a
pagamento no dia em que ela é pagável ou num dos dois dias
úteis seguintes (art. 38º LULL);
- A apresentação da letra a uma câmara de
compensação equivale a apresentação a pagamento;
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- A letra
- Da ação por falta de pagamento:
- O sacador, um endossante ou um avalista pode,
pela inclusão da cláusula “sem despesas” ou equivalente,
dispensar o portador de fazer um protesto (ato formal) por falta
de aceite ou pagamento, para poder exercer os seus direitos
(art. 46º LULL);
- Os sacadores, aceitantes, endossantes ou
avalistas de uma letra são solidariamente responsáveis
para com o portador (art. 47º LULL);
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Os títulos de crédito
- A letra
- Da prescrição (art. 70º LULL):
- Todas as ações contra o aceitante prescrevem em
três anos a contar do seu vencimento;
- As ações do portador contra os endossantes e
contra o sacador prescrevem no prazo de um ano, a contar da
data de vencimento ou protesto;
- As ações dos endossantes uns contra os outros e
contra o sacador prescrevem ao fim de seis meses a contar
do dia em que o endossante pagou a letra ou foi ele mesmo
acionado;
- Os títulos de crédito
- A letra
- Da prescrição (art. 70º LULL):
- Todas as ações contra o aceitante prescrevem em
três anos a contar do seu vencimento;
- As ações do portador contra os endossantes e
contra o sacador prescrevem no prazo de um ano, a contar da
data de vencimento ou protesto;
- As ações dos endossantes uns contra os outros e
contra o sacador prescrevem ao fim de seis meses a contar
do dia em que o endossante pagou a letra ou foi ele mesmo
acionado;
- Os títulos de crédito
- A livrança
- Requisitos da livrança (art . 75º LULL):
- A palavra “livrança” inserida no próprio texto do
titulo;
- A promessa pura e simples da pagar determinada
quantia;
- O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem
deve ser paga;
- A assinatura de quem passa a livrança (
subscritor);
- Os títulos de crédito
- As garantias
- Principio geral:
- Pelo cumprimento da obrigação responde todo o património
do devedor – art.º 601º C.C.;
- Excepções:
- Bens absolutamente impenhoráveis – art.º 736º
CPC;
- Bens relativamente impenhoráveis – art.º 737º
CPC;
- Bens parcialmente penhoráveis – art.º 738º CPC;
- As garantias
- As garantias
- Ficha de Crédito
Documento de construção continuada onde se resume toda
a informação disponivel sobre o cliente:
- Experiência dos pagamentos anteriores;
- Informações comerciais;
- Valor do património;
- Orgãos de gestão;
- Contrato;
- Garantias;
- Conjuntura do mercado;
Instrumentos de redução do risco de concessão de crédito
- Cálculo do risco
(ax2)+(bx5)+(cx3)+(dx2)+(ex(-5))+(fx(-5))+(gx3)
(10x2)+(8x5)+(2x3)+(5x2)+(1x(-5))+(1x(-5))+(5x3)
- A cobrança invisivel
Acontece com desnecessidade de um ato de gestão:
- Cobrança bancária pelo Sistema de Débitos Diretos;
- Apresentação a pagamento de cheques em carteira;
- Apresentação a pagamento de letra a vencer.
- Emissão e envio de fatura.
- A cobrança postal;
- Surge após o insucesso da cobrança invisivel;
- A cobrança telefónica;
- Mantendo-se o crédito por regularizar até ao 30º dia
contado da emissão da fatura, ou do recebimento dos bens ou
serviços (salvo previsão contratual), deverá iniciar-se a cobrança
telefónica da dívida;
- A cobrança pessoal
- Excedido 60 dias (salvo previsão contratual) do pagamento,
uma abordagem pessoal poderá ser tentada;
- Na ausência de colaborador especialmente habilitado, uma
abordagem pessoal deverá ser efectuada por um elemento da
gerência/administração;
- O recurso nesta fase a serviços externos deverá ser
prudentemente avaliado;
- A cobrança pessoal
- No dossier deverá constar:
- A identificação completa do devedor e dos seus
responsáveis;
- Uma cópia da ficha de cliente;
- Requisição ou ordem de compra;
- Guia de remessa;
- Contrato (a existir)
- Fatura;
- Titulo de crédito (a existir);
- Toda a correspondência trocada;
- Breve resumo das diligências efetuadas.
- Após essa fase, o credor deve abster-se de intervir, excepto
a pedido expresso do advogado ou solicitador.
As metodologias a utilizar na recuperação de crédito
- O negócio não carece de aceitação do devedor, mas este tem que ser
notificado da existência do novo credor;
- Questões prévias:
- Questões prévias:
- O cumprimento da obrigação
Principio geral: o devedor cumpre a obrigação quanto realiza a
prestação de forma pontual, integral e voluntária – art.º 762 nº1 e art.º
763º nº1 C.C..
- A mora do devedor
Considera-se em mora o devedor que não cumpriu com a
prestação no tempo devido por razões a ele imputáveis, depois de
interpelado para o fazer – art.º 804º nº2 e art.º 805 nº1;
- A interpelação é desnecessária se a obrigação tiver prazo
certo – artº 805º nº 2 b);
- Por força do art.º 4 nº3 e nº5 do Dec. Lei 62/2013, as
transações comerciais têm sempre prazo certo;
- Assim, as transações comerciais não carecem de
interpelação – art.º art.º 4 nº2 Dec.Lei 62/2013;
A recuperação judical de crédito (breves notas)
- Questões prévias:
- O incumprimento definitivo
Considera-se em incumprimento definitivo o devedor que, depois de
entrar em mora, foi interpelado para cumprir num prazo razoável
fixado pelo credor – art.º 808º nº1 C.C.
- O procedimento conclui-se:
- O procedimento conclui-se:
- A Ação Executiva
- A ação executiva
- A ação executiva
- A penhora de bens:
- A penhora de bens consiste na apreensão e remoção
(quando aplicável) dos bens do executado susceptíveis de
responder pela divida do executado,
- É realizada por um agente de execução designado pelo
tribunal;
- É limitada aos bens necessários ao pagamento da divida e
atendo à natureza dos bens, que podem ser obsolutamente,
relativamente ou parcialmente impenhoráveis;
- Os bens imóveis e estabelecimentos comerciais só podem
ser objeto de penhora verificando-se os restantes bens
insuficientes para a satisfação integral do credor;
- Os credores com garantias reais devem reclamar o
pagamento dos respetivos créditos pelo produto da venda daqueles;
A recuperação judical de crédito (breves notas)
- A ação executiva
- O SIREVE
- Impedimentos: a apresentação à insolvência; a declaração
de insolvência da empresa; na pendência do PER ou este tenha
sido concluído sem aprovação nos dois anos anteriores;
- O SIREVE
- Com eventual aprovação do acordo são extintas todas
aquelas instauradas pelos credores subscritores;
- O SIREVE
- Extinção do procedimento: pelo decurso do prazo, sem que
se tenha obtido acordo, ou por decisão do IAPMEI;
- O SIREVE
- O SIREVE
- Aspetos positivos mais relevantes
- Instrumento extrajudicial distante do estigma da
insolvência. Discrição;
- Instrumento processualmente simples;
- Adesão voluntária;
- Com mediação e assessoria de uma entidade
especializada – O IAPMEI;
- O devedor não perde o controle da empresa e a
sua atividade não é interrompida.
- Os credores subscritores podem reforçar as suas
garantias;
- O acordo pode ser homologado, produzindo os
mesmos efeitos previstos no CIRE para o plano de
pagamentos;
A recuperação judical de crédito (breves notas)
- O SIREVE
- Aspetos positivos mais relevantes
- As propostas apresentadas podem servir de base
a propostas de planos de recuperação em sede de
insolvência.
- Dificuldades
- A outra face da discrição;
- A fragilidade da obrigação de participação do
credor público.
A recuperação judical de crédito (breves notas)
- Impedimentos:
- Termo de PER nos dois anos anteriores, a
pedido do devedor;
- O devedor já se encontre em insolvência atual,
mesmo que não declarada;
A recuperação judical de crédito (breves notas)
- Dificuldades
- Os problemas levantados pela redação ou
ausência de algumas normas;
- A imposição pouco assertiva da participação do
credor público;
- A ausência de uma fase ulterior de verificação de
créditos ou possibilidade de conhecer oficiosamente outros
créditos não relacionados; acarreta maior vulnerabilidade dos
credores.
- A insuficiência de garantias dos credores
financiadores. Que interesse revitalizar ?;
A recuperação judical de crédito (breves notas)
- Dificuldades
- A ausência de poderes positivos na figura do
administrador judicial provisório,
- A ausência do direito ao contraditório e do papel
inquisitório do juiz em fases criticas do processo: na
verificação de créditos; no pedido de declaração de insolvência
pelo administrador judicial provisório.
A recuperação judical de crédito (breves notas)
- A liquidação