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Iniciação a Pesquisa e Técnicas de Estudo

Tema 3. A pesquisa científica

Conferência 4
Técnicas de estudo. Apresentação dos
trabalhos científicos

Ph. D. Rafael Lodezma Tamayo Caballero


Professor Catedrático
Sumário:
1. Técnicas de estudo e de leitura.
2. Formas de trabalhos académicos e
científicos.
3. Apresentação dos trabalhos.
4. Normas e estilos para redação.
1. Técnicas de estudo e de leitura
Etimologicamente, ler, como muitas palavras
portuguesas, deriva do latim “Legere” é o termo que lhe
deu origem e significa conhecer, interpretar, decifrar,
distinguir, assimilar, reter, criticar, comparar, verificar e
integrar conhecimento, por meio da leitura.
É através do acto de ler que o homem interage com
outros homens por meio da palavra escrita. O leitor é um
ser activo que dá sentido ao texto. A palavra escrita
ganha significado a partir da acção do leitor sobre ela.
É necessário ler muito, pois a maior parte do
conhecimento é obtido por intermédio da leitura.
As estratégias mais importantes que nos ajudam a
compreender e a reter o que estudamos passam por:
Uma leitura eficaz,
Saber identificar as ideias principais, organizá-las e
relacioná-las com as anteriores,

Colocar notas na margem do texto,


Clarificar,
Sublinhar,
Parafrasear,
Resumir.
A leitura passa por 4 momentos ou fases
distintas (Cervo, 1983)

1. Leitura de reconhecimento ou prévia

2. Leitura selectiva

3. Leitura crítica ou reflexiva

4. Leitura interpretativa ou de estudo


1. Leitura de reconhecimento
É o momento em que se tem uma visão geral do
conteúdo; ao mesmo tempo, o leitor verifica se, nesse
conteúdo, se encontram elementos úteis ou necessários
para o seu objetivo específico

2. Leitura selectiva
É o momento de seleccionar as informações
consideradas pertinentes ao seu objetivo
3. Leitura crítica ou reflexiva
É o momento da compreensão dos enunciados, com a
análise, comparação, diferenciação e o julgamento das
ideias do texto

4. Leitura interpretativa ou de estudo


É o momento de tomar uma posição própria a respeito
das ideias enunciadas, é superar a mensagem do texto
A leitura interpretativa ou de estudo passa por três
etapas:

Dados e informações oferecidas pelo autor,

Verificar se as afirmativas apresentadas pelo autor


têm sintonia com o objecto de estudo ou pesquisa,

O julgamento do material ficará sujeito a um


critério de verdade, estabelecido pelo leitor.
Outros tipos de leituras
1. Skimming. Procura captar a tendência geral do
texto: Leitura superficial de títulos e subtítulos, e
de alguns parágrafos.

2. Leitura do significado. Procura obter uma visão


geral do texto: Leitura rápida, sem se deter ou
retornar a parágrafos já lidos.
Outros tipos de leituras

3. Scanning. Quando se procura (objectivamente)


um certo tópico no texto.

4. Leitura informativa. Tem por objectivo obter


informações, dados e fundamentação para servir
de base a um trabalho científico.
Técnica de leitura
Sublinhar é uma técnica que consiste em ressaltar
as ideias principais de um texto, sendo base para
a elaboração de esquemas e resumos.

Para que se processe a técnica de sublinhar,


alguns procedimentos devem ser adoptados:
1. Leitura integral do texto;

2. Esclarecimento de vocábulos e termos técnicos,


consultados a partir de dicionários, glossários ou
dicionários técnicos;

3. Nova leitura do texto para identificação das


ideias principais, sublinhando, em cada parágrafo
as palavras e os detalhes importantes.
4. À margem do texto assinalar com uma linha
vertical, os tópicos considerados mais
importantes;

5. À margem do texto assinalar com um ponto de


interrogação, as discordâncias, os pontos
considerados obscuros e discutíveis;

6. Ler tudo o que foi sublinhado para perceber se


há sentido.
2. Formas de trabalhos académicos e científicos

A monografia é um estudo científico de uma questão


bem determinada e limitada, realizada de forma
exaustiva.

É um estudo mais aprofundado que um trabalho de


graduação, sua estrutura é dividida em capítulos.

Os trabalhos académicos e científicos devem conter a


seguinte formatação.
3. Apresentaçao dos trabalhos
Papel formato A-4 (210 mm X 297 mm) – branco
Margens:
3 cm na parte superior; 2 cm na inferior; 3 cm no lado esquerdo;
2 cm no lado direito.
3. Apresentaçao dos trabalhos
Corpo de letra: 12
Espaço entre linhas: 1,5
Fonte: Times New Roman ou Arial
Dois espaços 1,5
Para separar os títulos das subsecções do texto que os
precede e que os sucede;
Espaço entre parágrafos: 6 pt, antes e depois.
Estrutura de um trabalho: Monografias, Relatórios de
Estágios, Dissertação e Tese
Capa
Página de rosto
Errata (F)
Ficha catalográfica
Folha de aprovação
Elementos pré-textuais Epígrafe (F)
Dedicatória (F)
Agradecimentos (F)
Índice geral ou Sumário
Lista de tabelas (F)
Lista de figuras (F)
Lista de símbolos, abreviaturas e siglas (F)
Resumo
Abstract
Legenda
Legenda
Estrutura de um trabalho: Monografias, Relatórios de
Estágios, Dissertação e Tese

Introdução

Revisão bibliográfica

Materiais e Métodos

Elementos textuais Cronograma (projecto de pesquisa)

Resultados e Discussão

Conclusões e Recomendações
Introdução
O que se pretende estudar (tema e objectivos);
Enquadramento geral e específico do tema, abordado de
forma resumida (justificação do tema);

Deve ser redigida apenas quando se concluiu o trabalho,


pois só nesta altura se tem uma ideia global da temática
tratada.
Desenvolvimento
Parte mais extensa dum trabalho, em que as ideias
expressas na introdução são desenvolvidas, inclui:

CAPÍTULO I. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA OU


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CAPÍTULO II. MATERIAIS E MÉTODOS

CAPÍTULO III. RESULTADOS E DISCUSSÃO


CAPÍTULO I. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA OU
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Descrição da metodologia usada (Desenvolvimento
Experimental):

CAPÍTULO II. MATERIAIS E MÉTODOS


Compreende: amostras, procedimentos e métodos
estatísticos utilizados;
Descrição dos passos do trabalho, onde é explicitado o
quê, como, quando e onde está ser realizada a pesquisa
e qual o método a ser empregado.
CAPÍTULO III. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apresentação e análise crítica dos resultados obtidos,
nomeadamente por comparação com resultados
referidos na bibliografia.
A análise dos dados é realizada buscando interpretar os
resultados explicitados nos quadros ou tabelas, figuras:
gráficos, mapas, dentre outros…
A discussão dos resultados pode ou não ocorrer no
momento em que a análise dos dados está sendo
construída, argumentativamente. A discussão dos
resultados articula as análises com a fundamentação
teórica apresentada como pano de fundo na monografia.
Conclução e/ ou Considerações finais
É a parte final do texto. Nela apresentam-se as
conclusões correspondentes aos objectivos ou
hipóteses do trabalho, ou seja, faz-se um retorno a tudo
o que foi discutido no desenvolvimento.

Reúnem-se as conclusões parciais apresentadas ao


longo do desenvolvimento do trabalho, retomando o
objectivo e os principais resultados obtidos apontando-
se o conhecimento construído e os limites da pesquisa.
Conclução e/ ou Considerações finais
Nenhum dado novo deve ser acrescentado, mas, novos
problemas sugeridos pela investigação presente podem
indicar os rumos de uma nova pesquisa posterior que
pode ser insinuada. Se a monografia ou um outro
trabalho não for conclusiva, utiliza-se a expressão
considerações finais.
Referências Bibliográficas

Bibliografias Consultadas

Elementos pós-textuais Anexos (F)

Apêndice (F)
O que é citação?
Menção de uma informação extraída de outra
fonte que pode ser colocada no texto ou em nota
de rodapé.
Por que utilizar citação?
Dar credibilidade ou fundamentação ao trabalho
académico e científico;

Fornecer informações a respeito dos trabalhos


desenvolvidos na área de pesquisa;

Fornecer exemplos de pontos de vista que


corroborem ou não sobre o assunto de sua
pesquisa;
Por que utilizar citação?
Reconhecer o trabalho realizado por outros
autores;

Evitar o plágio;

Facilitar que qualquer pessoa possa localizar as


fontes de informação citadas no trabalho.
Citação Direta
(Literal)

Tipos de
Citação

Citação
Citação de
Indireta
Citação
(Livre)
Citação direta
Transcrição textual dos conceitos do autor
consultado; Transcrição fiel, reprodução exacta do
original.

Respeitando até eventuais incoerências, erros de


ortografia ou concordância.

Poderá ser colocada a expressão [sic]


imediatamente após o erro (significa: estava
mesmo assim no original).
Citação indireta
Transcrição livre do texto do autor consultado.

Considera-se uma citação indirecta quando o


autor do trabalho académico desenvolve a ideia
de outros autores com suas próprias palavras.

Consiste em um resumo ou parafrase de um


trecho de determinada obra.
Citação de citação
Transcrição directa ou indirecta de um documento
em que não se teve acesso ao original.

É citar um autor que foi citado por outro autor, no


documento que se tem em mãos.

Não é bem aceite pela maioria dos orientadores e


pelas Instituições. Deve-se, sempre que possível,
obter o documento primário.
4. Normas e estilos para redação.
ISO 690:2010. Pode aplicar-se a qualquer disciplina.
APA. Utilizado em psicologia, educação e ciências sociais.
MLA. Emprega-se em ciências sociais, humanidades,
língua e literatura.
Vancouver. Utiliza-se fundamentalmente em biomedicina.
Chicago. Aplica-se em história, humanidades, arte,
literatura e ciências sociais.
Harvard. É empregado em Física e nas ciências naturais e
sociais.
Referências
Conjunto padronizado de elementos descritivos,
retirados de um documento, que permite sua
identificação individual.

As referências podem estar localizadas em nota de


rodapé, em lista de referências no final do texto ou de
capítulo.
BIBLIOGRAFÍAS.
1. Brandão, H H. N.; Micheletti, G. 2002. Teoria e prática
da leitura. In: Coletânea de textos didácticos.
Componente curricular Leitura e elaboração de textos.
Curso de Pedagogia em Serviço. Campina Grande:
UEPB.
2. Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa
Social. Editora Atlas. S. A. Sexta edição. São Paulo.
Brasil.
3. Gonçalves, H. de A. 2004. Manual de Artigos
Científicos. São Paulo: Editora Avercamp.
BIBLIOGRAFÍAS.
4. Kourganof, V. 1960. La Investigacion Científica.
Editorial Universitária de Buenos Aires.
5. Marconi, M. A. e Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos
de metodologia científica. Editora Atlas. S. A. quinta
edição. São Paulo. Brasil.
6. Severino, A. J. 2002. Metodologia do trabalho
científico. 22 ed. Ver. Ampl. São Paulo: Cortez.

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