Você está na página 1de 60

Fundamentos de

Contabilidade
Aula 2

Prof. Bárbara Amaral


1.
História
3


A contabilidade aparece no
mundo entre o final do período
neolítico e o início da idade do
bronze, anterior ao surgimento da
escrita, na Suméria, devido ao
início ainda que primitivo, das
formas de comércio e da
necessidade deste de se criar
formas de controle de riquezas.

(PALHARES E RODRIGUES, 1990).


4

La Summa de
Arithmetica,
Geometria,
Proportioni et
Proportionalitá
Publicado em 1494, o
Frei Franciscano, nascido em autor ficou conhecido
1447 em Borgo di San Sepolcro como o criador das
– Toscana – Itália e falecido em partidas dobradas,
1517. contudo, isso não é
verdade.
5

Antecedentes
No período de 1250 a 1280 já se fazia contabilidade na Itália por partidas dobradas.
1363 – Na biblioteca em Istambul na Turquia existe um livro de “Al Mazendarani”.
1458 – Benedetto Cotrugli já tinha escrito um livro sobre partidas dobradas. Somente
editado pela imprensa em 1573,conforme afirmação de Francisco D´auria em seu
livro Primeiros Princípios de Contabilidade Pura.
1968 – Jaime Lopes Amorim em seu livro Digressão através do Vestuto Mundo da
Contabilidade – comenta a afirmação dos grandes contabilistas do passado Fábio
Besta e Frederigo Melis afirmaram que a produção não foi de Luca Pacioli.
6

No Brasil
Surge o Código Comercial Brasileiro – 1850

1926 - Decreto nº 17.329 criação dos cursos de Ensino


Técnico Comercial, um de formação geral que conferia
diploma de Contador, e outro de formação superior que
conferia diploma de graduado em Ciências Econômicas.

1931 - Decreto Lei nº 20.158 Regulamentação da profissão


(lei Francisco Campos) registro obrigatório de guarda-livros
e contadores na Superintendência de Ensino Comercial.
7

No Brasil
1945 - Surge o Curso De Ciências Contábeis e Atuariais
(Decreto-Lei nº 7.988), com duração de quatro anos,
concedendo o título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Após essa lei que o curso de Ciências Contábeis e Atuariais


surgiu nas universidades públicas, reconhecidos não só pela
sua capacidade prática, mas também sua cientificidade
8


Só houve uma expressão mais clara da
contabilidade como, ou ao menos
semelhante à que conhecemos hoje, a
partir da colonização, quando do
surgimento das alfândegas, da
criação, em 1549 dos armazéns
alfandegários e da nomeação pela
coroa portuguesa de Gaspar Lamego
como o primeiro contador geral das
terras do Brasil.

(Reis & Silva, 2007).


Curiosidades
10

A Cor do Curso, é o rosa.


O Anel do Contabilista criado a mais de 70 anos,
possui estrutura em ouro, sendo a sua pedra
principal na cor rosa forte (rubislite), dois
brilhantes, um em cada flanco, em uma lateral a
tábua da lei e na outra o caduceu.
11
O Caduceu representa na sua essência um
bastão entrelaçado com duas serpentes,
que na parte superior tem duas pequenas
asas ou um elmo alado.
Os romanos utilizaram o caduceu como
símbolo do equilíbrio moral e da boa
conduta; o bastão expressa o poder; as
suas serpentes, a sabedoria; as asas, a
diligência; o elmo é emblemático de
pensamentos elevados.
12


2.
Convergência às
Normas Internacionais
de Contabilidade
14

Contabilidade
Processo de reestruturação
Se adequar

Normas Internacionais Processo de Harmonização


15

Contabilidade
Processo de reestruturação
Se adequar

Alterações da Lei Nº 6.404/76 – Lei


Normas Internacionais Processo de Harmonização
das Sociedades Anônimas

Criação do Comitê de Pronunciamentos


Contábeis (CPC).
16

Processo de Harmonização
Motivos:

Comércio
Globalização Tecnologia Internacional

É fundamental que a contabilidade tenha as mesmas leis, regras e


estrutura em nível mundial. Coelho e Lins (2010)
17

Processo de Harmonização
Permite:
➜ A possibilidade de qualquer pessoa, em
qualquer lugar do mundo, conseguir analisar
as demonstrações contábeis de qualquer
empresa.
Para isso:
➜ Regras, as normas e a legislação devem ser
similares.
18
Processo de Harmonização
“A existência de práticas
contábeis distintas tem sido
um problema para a melhor
“A contabilidade é a
compreensão e
principal linguagem de comparabilidade das
comunicação dos informações de natureza
agentes econômicos na econômico-financeira. Por essa
busca de razão, procura-se, com a
oportunidades de convergência das normas
contábeis no mundo, facilitar o
investimentos e na
processo de comunicação.”
avaliação do risco de
suas transações.”
19


Harmonização ou
convergência das normas
contábeis têm a função de
facilitar a interpretação e o
processo de comunicação
das informações contábeis
no mundo.
Assista ao vídeo do
Prof. Eliseu Martins

https://www.youtube.com/watch?v=k8TARGPU
yQg
21

IASC – International Accouting


Standard Commite
Órgão privado Objetivo Normas
Criado em 1973 pelos Reestruturar as Pronunciamentos
organismos normas contábeis contábeis,
profissionais de para serem
contabilidade de 10 denominados IAS
utilizadas
países: Alemanha,
Austrália, Canada,
mundialmente
Estados Unidos, França,
Irlanda, Japão, México,
Países baixos e Reino
Unido.
22

O IASC é absorvido
pelo IASB
International Accounting Standards Board (criado em 1973)

IFRS – International Financial Reporting Standard

Teve como marco o ingresso de vários países, inclusive o Brasil.


23

IASB
➜ Os pronunciamentos do IASB não têm caráter
compulsório. São uma referência facultativa
para facilitar a interpretação das DF’s de
forma mais harmonizada
➜ O IASB passou a emitir as IFRS –
International Financial Reporting Standard ao
invés das IAS.
➜ As IAS emitidas até março de 2001 continuam
válidas.
24

Evolução
2005 2006 2007
Criação do Comunicado BCB Exigência para
Comitê de sobre todas as
Pronunciamentos procedimentos Sociedades
Contábeis - CPC para instituições Anônimas.
financeiras Instrução CVM nº
Resolução do
convergirem as 457/2007
CFC 1.055/2005
normas do IASB e
Lei 11.638/2007
da IFAC.
25
Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC
ABRASCA – Associação Brasileira de Companhias Abertas

APIMEC NACIONAL – Associação dos analistas e Profissionais


de Investimento do Mercado de Capitais.

B3 – Brasil, Bolsa, Balcão (Bovespa)

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,


Atuariais e Financeiras.
26

Lei 6.404/1976
Lei das S.A.’s

Lei nº 11.638/2007 Lei nº 11.941/2011


3.
Princípios de
Contabilidade
28

Princípios de Contabilidade
➜ Resolução CFC nº 750/93 alterado pela Resolução CFC nº
1.282/2010.
➜ Resolução 1.374/2011 – NBC TG Conceitual para
Elaboração de Relatório Contábil e Financeiro, com isto
foi revogada a Resolução 750/1993.
➜ A observância é obrigatória no exercício da profissão;
➜ Representam a essência das doutrinas e teorias relativas à
Ciência da Contabilidade,
➜ Entendimento predominante nos universos científico e
profissional de nosso País.
29

Entidade
Continuidade
Competência
Oportunidade
Registro Pelo Valor Original
Prudência
Atualização Monetária**
30

ENTIDADE
Afirma a autonomia patrimonial:
o Patrimônio pertence à Entidade, não se
confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários.
31

Continuidade
Pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e
considera essa circunstância na mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimônio. No postulado da continuidade, os ativos
são avaliados pela potencialidade de gerar benefícios futuros e não
pelo valor que se obteria ao vendê-los.
32

Competência
Determina que os efeitos das transações e
outros eventos sejam reconhecidos nos
períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou
pagamento.
33

Oportunidade
Determina que a Mensuração e apresentação
dos componentes patrimoniais com
informações íntegras (confiáveis) e
tempestivas (oportunas).
34

Registro Pelo Valor


Original

Determina que os componentes do patrimônio


devem ser inicialmente registrados pelos valores
originais das transações, expressos em moeda
nacional
35

Prudência
Determina a adoção do menor valor para os
componentes do ativo e do maior para os do
passivo, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas.
4.
Estrutura Conceitual da
Contabilidade

CPC – 00 (R1)
37
A informação contábil e o processo de
gerenciamento
➜ Características Qualitativas Fundamentais:
1.1 Relevância.
1.2 Representação fidedigna.
➜ Características Qualitativas de Melhoria:
1.3 Comparabilidade.
1.4 Verificabilidade.
1.5 Tempestividade.
1.6 Compreensibilidade.
Características
Qualitativas
Fundamentais
39

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer


informações contábil-financeiras da entidade que sejam úteis
a investidores existentes e em potencial, a credores por
empréstimos e a outros credores, quando da tomada de
decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade.
40
As expectativas de
investidores, credores por
empréstimos e outros credores
em termos de retorno
dependem da avaliação dos
relatórios contábil-financeiros,
quanto ao montante, à
tempestividade e às
incertezas associados aos
fluxos de caixa futuros de
entrada para a entidade.
41


Os relatórios contábil-
financeiros de propósito geral
não atendem e não podem
atender a todas as
informações de que
necessitam os usuários, que
precisam considerar
informação pertinente de
outras fontes.
42

São duas as características qualitativas obrigatoriamente


presentes nas Demonstrações Contábeis e reputadas como as
mais úteis para os usuários e as únicas denominadas de
fundamentais:

1)Relevância

2)Representação
Fidedigna.
A Relevância diz respeito à influência de uma informação 43
contábil na tomada de decisões. As informações são
relevantes quando:

Fazem a diferença nas


decisões econômicas dos Ajudam nos processos
usuários, ajudando-os a para predizer
avaliar o impacto de resultados futuros
eventos passados ou (valor preditivo).
corrigindo as suas
avaliações anteriores
(valor confirmatório).
44

O valor preditivo e o valor confirmatório da


informação contábil-financeira estão inter-
relacionados.

Por exemplo:

a informação sobre receita para o ano corrente, a


qual pode ser utilizada como base para predizer
receitas para anos futuros, também pode ser
comparada com predições de receita para o ano
corrente que foram feitas nos anos anteriores.
45


Os resultados das
comparações podem
auxiliar os usuários a
corrigirem e a melhorarem
os processos que foram
utilizados para fazer tais
predições.
A Representação Fidedigna
considera três atributos em
relação à informação, ela precisa
ser:

1) Completa
2) Neutra
3) Livre de Erro
1) Para ser completa, precisa conter o necessário para que o usuário
compreenda o fenômeno sendo retratado.

2) Para ser neutra, precisa estar desprovida de viés na seleção ou na


apresentação, não podendo ser distorcida para mais ou para
menos.

3) Ser livre de erro não significa total exatidão, mas sim que o
processo para obtenção da informação tenha sido selecionado e
aplicado livre de erros.
48

Por exemplo, um retrato completo de um


grupo de ativos incluiria, no mínimo:
➜ A descrição ➜ O retrato ➜ A descrição
da natureza numérico de acerca do que o
dos ativos todos os retrato numérico
ativos que representa (custo
que
compõem o histórico original,
compõem o
grupo. custo histórico
grupo.
ajustado ou valor
justo).
49

Para ser útil, a


informação contábil-
Os relatórios contábil- financeira não tem só
financeiros que representar um
representam um fenômeno relevante, mas
fenômeno econômico tem também que
em palavras e números. representar com
fidedignidade o
fenômeno que se propõe
representar.
Características
Qualitativas de
Melhoria
51

As características qualitativas que


melhoram a utilidade da
informação são:

1) Comparabilidade;
2) Verificabilidade;
3) Tempestividade; e
4) Compreensibilidade.
52


Essas características podem
também auxiliar na escolha
quando de alternativas
equivalentes em termos de
relevância e representação
fidedigna.
Comparabilidade
53

Informações incompletas

Diferenças em interpretações
54
A Comparabilidade é a característica que permite a
identificação e compreensão de similaridades e
diferenças entre os itens.

Exemplo:
As decisões de usuários implicam em escolhas entre
alternativas: vender ou manter um investimento, ou
investir em uma entidade ou em outro. Assim, a
informação sobre a entidade será mais útil caso possa
ser comparada com uma informação similar sobre
outras entidades e com informação similar sobre a
mesma entidade para outro período ou outra data.
55

Verificabilidade
 Implica em diferentes observadores
poderem chegar a um consenso sobre o
retrato de uma realidade econômica.
 Ajuda a assegurar aos usuários que a
informação representa fidedignamente o
fenômeno econômico que se propõe
representar.
56
Verificabilidade - Exemplos
Verificação direta: contagem de caixa. 

Verificação indireta: checar os dados de entrada do


modelo e recalcular os resultados obtidos por meio da
aplicação da mesma metodologia.
Verificação do valor contábil dos estoques por meio da
checagem dos dados de entrada (quantidade e custos) e
por meio do recálculo do saldo
final dos estoques utilizando a mesma premissa adotada 
no fluxo do custo (método PEPS).
57

Tempestividade
Tempestividade significa ter informação disponível
para tomadores de decisão a tempo de poder
influenciá-los em suas decisões.

A informação pode ter o seu atributo


tempestividade prolongado após o encerramento do
período contábil, em decorrência de alguns
usuários, por exemplo, necessitarem identificar e
avaliar tendências.
58

Compreensibilidade

➜ Compreensibilidade significa que a


classificação, a caracterização e a
apresentação da informação são feitas
com clareza e concisão, tornando-a
compreensível.
59

Os relatórios contábil-financeiros são


elaborados na presunção de que o usuário
tem conhecimento razoável de negócios e
que age diligentemente, mas isso não
exclui a necessidade de ajuda de consultor
para fenômenos complexos.
Referências Bibliográficas 60

VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade Básica.


16ª Ed. Saraiva, 2018.
MARION, José Carlos; SANTOS, Ana Carolina Marion.
Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
SZUSTER, N. et al. Contabilidade Geral: Introdução à
Contabilidade Societária. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2008.

Você também pode gostar