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HISTÓRIA, 6º Ano do Ensino Fundamental

Grécia Antiga – Economia, Política e Sociedade

INTRODUÇÃO
Localização:
A Civilização Grega desenvolveu-se na Península Balcânica,
situada no continente europeu, conforme orienta o mapa.

Imagem: Localização da antiga Grécia / Emirr/MapLab / GNU Free Documentation License.


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O litoral grego é bastante


entrecortado, o que facilitou o
surgimento de muitos portos
naturais.
O relevo é marcado por suas
montanhas.
Na imagem, podemos
observar o topo da montanha
mais alta da Grécia, Monte
Olimpo. Na época, os gregos
acreditavam ser o lugar onde
os deuses moravam.
Imagem: Mytikas, cume do Monte Olimpo / Bignoter / Licença GNU de
Documentação Livre.
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Cronologia:
A história da Grécia é comumente dividida em 5 períodos:
Pré-homérico → ocupação dos povos formadores.

Homérico → formação do genos (base familiar) - “Ilíada” e “Odisseia”.


Mais a frente os retomaremos mais detalhadamente.

Arcaico → formação da polis.

Clássico → apogeu da cultura.

Helenístico → decadência e choque com os romanos e macedônicos.

Mais à frente nós retomaremos mais detalhadamente.


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Economia
A economia grega era baseada no cultivo de oliveiras, trigo e
vinhedos, conforme suas possibilidades e condições geográficas.
O relevo montanhoso era inicialmente um obstáculo para as
comunicações comerciais, superado pela habilidade nos mares.
A metrópole exportava azeite, vinho e perfumes em ânforas para
toda a Península Balcânica, além dos artigos de cerâmica. As
colônias forneciam madeiras, peles, metais, lãs e cereais.
Com o comércio marítimo, os gregos alcançaram grande
desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de
metal.
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Nas imagens, podemos observar um ânfora de cerâmica grega


(à esquerda) e uma antiga moeda da cidade de Atenas, tendo
em um dos lados a representação de sua deusa protetora.

Imagem: Moeda ateniense / PHGCOM / GNU Free Documentation License.

Imagem: Kamares – estilo de cerâmica /


Wolfgang Sauber /  GNU Free
Documentation License.
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Política
Ao contrário do que temos hoje, a
Grécia Antiga não chegou a formar
um estado unificado. Seu território
era de fato ocupado por várias
cidades autônomas: as polis, cada
uma delas com sua própria
organização social, religiosa,
política e econômica. As principais
cidades-estado foram Esparta,
Atenas, Tebas e Corinto.

Imagem: Mapa do Mar Mediterrâneo / William Faden / Public


Domain.
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AS POLIS ERAM
Imagem: Ágora Romana / Heretiq / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.5 Generic.

FORMADAS POR:
- ALGUMAS VILAS;
- ÁREAS AGRÍCOLAS;
- NÚCLEO PRINCIPAL.

Era neste núcleo principal


que ficavam a acrópole, a
ágora e o asti (espécie de
mercado). Na imagem à
direita, vemos a ágora da
cidade de Tiro, que tinha a
função de praça central.
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A ACRÓPOLE ERA O CENTRO RELIGIOSO DA POLIS, ABRIGANDO O


TEMPLO PRINCIPAL. TAMBÉM PODERIA SERVIR DE FORTALEZA
MILITAR.
A ACRÓPOLE ATENIENSE (RETRATADA NA IMAGEM
ABAIXO) FICOU CONHECIDA PELA CONSTRUÇÃO DO PARTENON,
TEMPLO EM HONRA À DEUSA ATENA.

Imagem: Acrópole de Atenas / Leonard G / Public Domain.


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No período pré-homérico,
aqueus, jônios, eólios e dórios
chegaram e se fixaram na região,
em ondas sucessivas, formando a
base da cultura grega.
Durante muito tempo, as únicas
informações sobre o período
posterior à invasão dos dórios,
na Grécia Antiga, vinham dos
poemas épicos Ilíada e Odisseia,
atribuídos a Homero, daí
denominar-se esse período de
Homérico.

Imagem: Busto de Homero / JW1805 / Public Domain.


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Ainda no período homérico, a organização social passou a ser baseada


no genos, uma espécie de grande família, com propriedade comunal das
terras. Entretanto, os genos entraram em colapso devido ao aumento
populacional e a poucas terras férteis para o cultivo, o que gerou uma
série de conflitos pelos direitos de usá-las.
Como consequência, a terra comunal foi, aos poucos, tornando-se
propriedade privada, o que acentuou desigualdades sociais. As mais
férteis ficavam com os eupátridas (parentes mais próximos dos líderes
dos genos), formando uma espécie de aristocracia, em torno de um
monarca, um rei.
No fim do período homérico, a economia da região volta a crescer, o
desenvolvimento da navegação permitiu a colonização de terras
distantes, estabelecendo-se no Egito, no sul da Península Itálica, entre
outras. Essa expansão ajudou a incrementar as atividades comerciais,
dando origem a uma intensa rede de comércio.
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No período Arcaico, algumas cidades gregas até então governadas


por soberanos aboliram a monarquia (“governo de um”),
substituindo, por uma pequena elite governante, a aristocracia.

Em Atenas, mais especificamente, houve uma reformulação


completa das relações sociais, dando surgimento à democracia
(“governo da maioria”), marcada pela participação do cidadão nos
negócios públicos. Enquanto isso, Esparta destacava-se por ser
uma sociedade rigidamente estratificada e por seu espírito
guerreiro.
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Atenas e Esparta, cada uma em seu


momento, conquistaram a hegemonia
do mundo grego, mas a rivalidade
entre elas levou ao enfraquecimento
mútuo diante das investidas
expansionistas de outros povos, como
persas e macedônios, durante o
período Clássico.
Da mescla dos valores e do
intercâmbio cultural e econômico
desses povos, sob o domínio de
Alexandre, o Grande (ao lado), surgiu
o helenismo.

Imagem: Busto de Alexandre / PHGCOM / GNU Free


Documentation License.
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A política em Atenas:
Os atenienses experimentaram várias formas de organização
política. São elas:

Monarquia: um rei é chefe de guerra, juiz e sacerdote. Seu poder


é limitado por um Conselho de aristocratas (Areópago).

Oligarquia: composta por nove Arcontes.

Timocracia: formada pelos mais ricos e somente donos de


terra podiam participar.
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Tirania: o chefe governava com poder ilimitado, sem perder


de vista que devia representar a vontade do povo. A nobreza
perdeu o monopólio político que detinha.

Democracia: participavam todos os cidadãos gregos.

Não se engane, a democracia ateniense era bem


diferente da nossa!
Mas quem era cidadão e participava da democracia em
Atenas?
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Não eram todos os habitantes da polis ateniense!


Devemos ter em mente que, para os gregos, o cidadão era quem
estava envolvido com a defesa militar da cidade, ou seja, os
guerreiros (que possuíssem terra e, consequentemente, pudessem
arcar com os seus equipamentos).
Mulheres, crianças, escravos e estrangeiros estavam excluídos,
por diferentes razões.
Se comparada com a nossa vivência de democracia, percebemos
que a experiência grega limitava bastante.
Outro aspecto diferente da democracia grega é que era direta,
enquanto a nossa é representativa.
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Sociedade
Atenas:
A população estava divida em cinco classes:
- eupátridas: eram os “bem nascidos”, donos das melhores terras;
- geomores: (georgoi) formada pelos pequenos proprietários de terras;
- demiurgos: eram os comerciantes e artesãos;
- metecos: constituída de estrangeiros, eram comerciantes livres, mas
sem direitos civis ou políticos;
- escravos: prisioneiros de guerra, sem direitos políticos. Em algumas
polis poderiam exercer todos os ofícios, menos política.
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A educação e a mulher na sociedade


ateniense:

A ideia de que o objetivo da educação é


a preparação do cidadão, tão
mencionada na atualidade, nasceu em
Atenas.
Para eles, o que dizia respeito à polis
afetava toda a sociedade e seus
membros, por isso mesmo a educação
priorizava a formação integral do
indivíduo, com bom preparo físico,
psicológico e intelectual.
Imagem: Red-Figure Amphora with Musical Scene / Niobid
Painter / GNU Free Documentation License.
Inicialmente, apresentava 2 finalidades:
o desenvolvimento do cidadão leal a
sua polis e a formação do homem com
pleno domínio de si, equilibrado.
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A condição da mulher em Atenas, assim como em toda a Grécia Antiga, era


de completa submissão ao mundo masculino, com exceção de Esparta. As
mulheres eram dominadas pelos homens, chegando mesmo a serem
comparadas com a situação dos escravos.

Creative Commons Attribution-Share Alike 2.5


Imagem: Retrato de Aristoteles / Lysippos /
“A mulher é um ser imperfeito, e
por isso mesmo inferior”.

Aristóteles, filósofo.

Generic.
Em Atenas, as mulheres bem-nascidas viviam isoladas num aposento da
casa.
Para eles, as mulheres tinham apenas uma função: a de gerar filhos, de
preferência homens.
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Esparta:
A sociedade espartana era dividida em 3 camadas sociais distintas:
- espartanos (ou espartíatas): classe dominante; eram soldados
profissionais. A única atividade a que podiam se dedicar, além da
guerra, era a política;
- periecos: camponeses, comerciantes e artesãos. Alguns possuíam
terras e bens; tinham certa autonomia. O casamento entre espartanos e
periecos era proibido. Serviam no exército em unidades à parte;
- hilotas: eram os servos; cultivavam a terra; iam muitas vezes à guerra,
como escolta, carregadores, criados. Para prevenir as constantes
revoltas, os espartanos promoviam matanças anuais de hilotas.
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A educação e a mulher na sociedade espartana:

Em Esparta, a educação das crianças era tarefa


do Estado e tinha como finalidade a preparação
do indivíduo para a guerra.
Aos 7 anos, os meninos espartanos já iniciavam
sua educação, como veremos com mais detalhes
a seguir.
A educação feminina limitava-se a fazer das
mulheres mães de crianças saudáveis. As jovens
praticavam ginástica e eram acostumadas a se
mostrar nuas nas festas.
Comparativamente, eram mais livres do que as
atenienses, já que os maridos passavam a maior
parte do tempo nos quartéis.

Imagem: Estátua e mármore / Benutzer:Ticinese /.


GNU Free Documentation License.
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Ao nascer, a criança era examinada pelos anciãos espartanos: se


fosse sem defeitos físicos, a criança devia viver; se não, era atirada
do alto de um monte para que não passasse sua inferioridade física a
possíveis descendentes.
Até os 7 anos, a criança era cuidada pela mãe. Em seguida, era
entregue ao Estado, que as educava de acordo com os valores
espartanos.
Aos 12 anos, tinha início a educação militar, sendo enviados para o
campo onde deviam sustentar-se por conta própria e dormiam ao ar
livre. Aprendiam a roubar com agilidade, pois se fossem pegos
roubando seriam espancados até a morte, pela inabilidade. Esta fase
tinha por intuito fortalecer o físico e desenvolver habilidades
indispensáveis ao bom soldado.
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Aos 17 anos, os rapazes eram submetidos a uma prova, a Kríptia: os


jovens se escondiam pelos campos munidos de punhais para degolar os
escravos. Os que eram aprovados neste teste tornavam- -se
independentes, recebendo um lote de terra.
Em seguida, passavam a viver como soldados no quartel, sem poder
casar até completar 30 anos.
Só a partir dos 30 anos podiam participar da Assembleia, casar e deixar
o cabelo crescer.
Aos 60 anos se aposentavam do exército e podiam integrar o Conselho
dos Anciãos (Gerúsia).

Imagem: Jovens espartanos / Edgar Degas / Public Domain.

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