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PERSECUÇÃO CRIMINAL (02 momentos):

- INVESTIGAÇÃO -

“ . . . A t i v i d a d e p re p a r a t ó r i a d a a ç ã o p e n a l , d e c a r á t e r p re l i m i n a r e i n f o r m a t i v o , c o m n í t i d o c a r á t e r
inquisitivo..”*

- AÇÃO PENAL -

“ . . h á o j u l g a m e n t o d a p re t e n s ã o p u n i t i v a m e d i a n t e o c o n t r a d i t ó r i o e a a m p l a d e f e s a – é f a s e
p ro c e s s u a l . . ” *
*(Fo n te: Jo sé Fred eri co Ma rq u es, in “ El emen tos d e Di rei to Processu a l Pen al ” , 2 ª ed i ção , C amp i n a s, M i ll en n i u m, 20 03 , v. 1)
POLÍCIA JUDICIÁRIA
( A r t . 4 º , c a p u t , C P P e a r t . 1 4 4 , c a p u t , § 1 º , I e I V, e § 4 º , C F / 8 8 )

- Voltada à INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, com caráter repressivo

- Polícia CIVIL: âmbito ESTADUAL (art. 144, § 4º, CF/88)

- Polícia FEDERAL: âmbito FEDERAL (art. 144, § 1º, I a IV, CF/88)


LEI Nº 12.830, de 20 de junho de 2013

Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais


exercidas pelo delegado de polícia são de NATUREZA JURÍDICA,
ESSENCIAIS E EXCLUSIVAS DE ESTADO. (GRIFAMOS)
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro
procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a
requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à
apuração dos fatos.
ESPÉCIES DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL:

- Inquérito por crime praticado por Juiz ou Promotor de Justiça: presidido


pelo Tribunal de Justiça ou Procuradoria de Justiça;

- Inquérito Parlamentar presidido por Comissão Parlamentar de Inquérito:


art. 58, § 3º, CF);

- Inquérito Policial Militar: presidido pela Polícia Judiciária Militar (art. 8º,
CPPM);

- Investigação de autoridades com Foro de Prerrogativa de Função


INVESTIGAÇÃO CRIMINAL PRESIDIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

- Teoria dos PODERES IMPLÍCITOS

- Art. 4º, parágrafo único, CPP: admite outras formas de investigação criminal;

- Resolução nº 181/17, Conselho Nacional do Ministério Público: disciplina o


Procedimento de Investigação Criminal (PIC);

- Súmula 234, STJ: “A participação de Membro do Ministério Público na fase de


investigação criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento de denúncia”.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS N° 11.888 - MG
(2001/0114114-3) RELATOR : MINISTRO GILSON DIPP
RECORRENTE : MARIA DAS GRAÇAS OLIVEIRA ALMEIDA
GRACINHA BARBOSA ADVOGADO : JOSÉ NILO DE CASTRO E
OUTRO RECORRIDO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
MINAS GERAIS PACIENTE : MARIA DAS GRAÇAS OLIVEIRA
ALMEIDA GRACINHA BARBOSA EMENTA CRIMINAL. RHC.
INVESTIGAÇÃO EM INQUÉRITO CIVIL. ATOS
INVESTIGATÓRIOS REALIZADOS PELO MP. REQUISIÇÃO DE
DOCUMENTOS A PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL.
LEGALIDADE DA SOLICITAÇÃO, QUE PODE SER DIRIGIDA A
QUALQUER DOS PODERES. PRETENSÃO DE ATRIBUIÇÃO DO
DIREITO DE ESCOLHER O QUE DEVE SER ENCAMINHADO À
INVESTIGAÇÃO MINISTERIAL. IMPROPRIEDADE.
INEXISTÊNCIA DE ORDEM IMINENTE DE PRISÃO.
LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO. RECURSO DESPROVIDO.
Não há ilegalidade nos atos investigatórios realizados pelo
Ministério Público, que pode requisitar informações e documentos
a fim de instruir seus procedimentos administrativos, visando a
eventual oferecimento de denúncia, havendo previsão
constitucional e legal para tanto.
Improcede a alegação de que os Poderes Executivo e Legislativo não
estariam obrigados a atender a requisições ministeriais, pois pode ser
destinatário da requisição qualquer órgão da administração direta,
indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes Públicos.
Repercussão geral. Recurso extraordinário representativo da controvérsia. Constitucional. Separação dos poderes.
Penal e processual penal. Poderes de investigação do Ministério Público. 2. Questão de ordem arguida pelo réu, ora
recorrente. Adiamento do julgamento para colheita de parecer do Procurador-Geral da República. Substituição do
parecer por sustentação oral, com a concordância do Ministério Público. Indeferimento. Maioria. 3. Questão de
ordem levantada pelo Procurador-Geral da República. Possibilidade de o Ministério Público de estado-membro
promover sustentação oral no Supremo. O Procurador-Geral da República não dispõe de poder de ingerência na
esfera orgânica do Parquet estadual, pois lhe incumbe, unicamente, por expressa definição constitucional (art. 128,
§ 1º), a Chefia do Ministério Público da União. O Ministério Público de estado-membro não está vinculado, nem
subordinado, no plano processual, administrativo e/ou institucional, à Chefia do Ministério Público da União, o
que lhe confere ampla possibilidade de postular, autonomamente, perante o Supremo Tribunal Federal, em recursos
e processos nos quais o próprio Ministério Público estadual seja um dos sujeitos da relação processual. Questão de
ordem resolvida no sentido de assegurar ao Ministério Público estadual a prerrogativa de sustentar suas razões da
tribuna. Maioria. 4. Questão constitucional com repercussão geral. Poderes de
investigação do Ministério Público. Os artigos 5º, incisos LIV e LV, 129, incisos III e
VIII, e 144, inciso IV, § 4º, da Constituição Federal, não tornam a investigação
criminal exclusividade da polícia, nem afastam os poderes de investigação do
Ministério Público. Fixada, em repercussão geral, tese assim sumulada: “O
Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e
por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos
e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação
do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva
constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se
acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/94, artigo 7º, notadamente
os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre
presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional
dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos
membros dessa instituição”. Maioria. 5. Caso concreto. Crime de responsabilidade de
prefeito. Deixar de cumprir ordem judicial (art. 1º, inciso XIV, do Decreto-Lei nº 201/67). Procedimento
instaurado pelo Ministério Público a partir de documentos oriundos de autos de processo judicial e de precatório,
para colher informações do próprio suspeito, eventualmente hábeis a justificar e legitimar o fato imputado.
Ausência de vício. Negado provimento ao recurso extraordinário. Maioria.
• (RE 593727, Relator(a): CEZAR PELUSO, Relator(a) p/ Acórdão: GILMAR MENDES, Tribunal Pleno,
julgado em 14/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-175
DIVULG 04-09-2015 PUBLIC 08-09-2015)

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