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UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS - DTCS III


COLEGIADO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA - CAMPUS III

COMPONENTE CURRICULAR: QUÍMICA ORGÂNICA


DOCENTE: RUBENS CARVALHO

FUNGICIDAS
DISCENTES:
ALAOR SILVA;
EDINALDO SILVA;
GIOVANNE SANTANA;
MARCUS VINICIUS;
RODRIGO SANTIAGO;

JUAZEIRO – BA
2022
FUNGOS

O QUE SÃO FUNGOS?

Os fungos são organismos eucarióticos e uni ou


multicelulares que estão agrupados no Reino
Fungi, no qual se enquadram as espécies de
cogumelos, bolores, leveduras e entre outros.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

I. Heterotróficos (não produzem o próprio

Fonte: BiologiaNet.
alimento);
II. Aeróbios, anaeróbios e anaeróbios
facultativos;
III. Unicelulares ou Multicelulares;
Imagem 1: Cogumelo.
FUNGOS

PAPÉIS FUNDAMENTAIS DOS FUNGOS:

Os fungos desempenham importante papel


ecológico, dentre eles podem ser citadas:
I. Decomposição;
II. Associações mutualísticas (formação de
líquens e micorrizas);

Ademais, economicamente ainda podem ser


citados:
III. Leveduras: são utilizadas na fermentação de
pães, fabricação de cervejas, vinhos;

Fonte: VEJA.
IV. Fungos comestíveis, como o Champignon;
V. Fabricação de Antibióticos, a exemplo: a
Imagem 2: Cogumelos. Penicilina;
FUNGICIDAS
Para que se fosse contido o desenvolvimento de
fungos patogênicos em lavouras, laboratórios e
empresas desenvolveram os chamados Fungicidas,
produto específico para o controle desses
organismos. Com o avanço das pesquisas, existem
grandes variedades com vários fins e diferentes
ingredientes ativos.

Fonte: Google Imagens.


Fonte: Google Imagens.
Imagem 4: Exemplo de fungicida.

O QUE SÃO FUNGICIDAS E PARA QUE SERVEM?


São substâncias químicas desenvolvidas para o
controle e proteção contra doenças causadas por
fungos. Juntamente com outros produtos, como os
Imagem 3: Aplicação manual de defensivo agrícola. inseticidas, são produtos de defensivos agrícolas.
IMPORTÂNCIA
Diversas doenças são comuns em lavouras, entre elas, podem ser causadas por fungos. A
ocorrência dessas enfermidades pode ocasionar, principalmente, grandes prejuízos econômicos.

Segundo a Sociedade Americana de Fitopatologia (APS), as principais razões para utilizar


fungicidas são:
1. Controle de doenças;
2. Aumento de produtividade da lavoura;
3. Redução dos danos estéticos;
4. Aumento do Período de armazenagem;

QUAIS SÃO OS SEUS USOS?


Podem ser empregados nos seguintes casos:

Fonte: Google Imagens


5. Proteção da folhagem;
6. Tratamento de sementes;
7. Proteção de ferimentos;
8. Desinfestação do solo;
9. Tratamento pós-colheita;
10.Quimioterapia; Imagem 5: Lavoura.
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
A composição dos fungicidas se dá, basicamente,
por duas partes: Ingrediente Ativo e Formulação.

O Ingrediente Ativo é o componente químico


principal do fungicida. Esta é a parte registrada
pelas empresas fabricantes, que é misturada
posteriormente à um solvente, por exemplo. Sendo
assim, toda esta mistura é chamada de
Formulação.

Os fungicidas podem ser classificados. Dentre

Fonte: Google Imagens.


eles, os mais comuns são:

1. Princípio de Controle;
2. Mobilidade;
3. Espectro ou alvo biológico;
4. Modo de ação;
Imagem 6: Trator na lavoura. 5. Grupo Químico;
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

1. PRINCÍPIO DE CONTROLE:

Quando os fungicidas são caracterizados sob esse critério, é referido ao modo como o produto atua
na planta e controle do fungo. Com isso, os fungicidas podem ser classificados em três tipos:
protetores, curativos, erradicantes e antiesporulantes.

 PROTETORES (PREVENTIVOS):

 São os fungicidas que tem como função evitar a penetração do fungo na planta.

I. Os produtos que se encaixam nessa categoria conseguem formar uma barreira protetora
antes do patógeno;
II. Costumam ser utilizados para proteger folhagens e sementes;
III. A medida que o vegetal cresce, são necessários novas aplicações;
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

 FUNGICIDAS CURATIVOS:

São os produtos que possuem a capacidade de penetrar na planta e impedir o patógeno de atingir
os tecidos do vegetal.

Normalmente, esses defensivos costumam funcionar melhor no período entre 24 e 72 horas após a
infecção do fungo na planta — ou seja, logo no início ou depois da identificação dos primeiros
sintomas, quando estes ainda não estão visíveis.

 FUNGICIDAS ERRADICANTES:

São os fungicidas que tem a capacidade de impedir o desenvolvimento da doença na planta.

Geralmente, é recomendado a aplicação desses produtos após a planta desenvolver os sintomas


da doença. Também é possível utilizá-los de outras formas, como no tratamento de sementes, do
solo ou no de inverno, momento em que as plantas de clima temperado entram em repouso
vegetativo.
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

2. MOBILIDADE:

Capacidade dos fungicidas de serem absorvidos e se moverem pelos tecidos das plantas. Sendo
assim, há duas classificações: Fungicidas Sistêmicos e Fungicidas de Contato.

 FUNGICIDA SISTÊMICOS:

Ela é a primeira categoria. Consegue ser absorvido pela planta no local de aplicação, podendo ser
pelas raízes ou pela cutícula da planta (folha).

A translocação ocorre pelos de um dos vasos condutores: o xilema e o floema. Pela capacidade
de absorção e translocação, os fungicidas sistêmicos têm uma grande variedade de usos. No
mercado, é possível encontrar opções imunizantes, protetivas, curativas e erradicantes.
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
 FUNGICIDAS DE CONTATO:

Neste caso, por sua vez, não tem a capacidade


de translocar pela planta. Por isso os produtos
permanecem no local de aplicação, adentrando
de forma leve no vegetal. Por conta dessa
característica, os fungicidas de contato precisam
de diversas aplicações, já que podem ser lavados
pela chuva, irrigação ou, até mesmo, degradados
pela luz solar.  

Fonte: Google Imagens.


Também em decorrência disso, esses fungicidas
são eficazes apenas de forma preventiva. Em
estágios mais avançados de desenvolvimento do
fungo, quando ele germinou os poros ou já se Imagem 7: Aplicação de Agrodefensivo.
adentrou na planta, os produtos não têm efeito,
pois não conseguem se movimentar e aprofundar
no vegetal. 
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

3. ESPECTRO OU ALVO-BIOLÓGICO:

A classificação dos fungicidas quanto o espectro ou alvo biológico se refere ao modo como
esses produtos atuam no metabolismo dos fungos. Onde podem ser: sítio específico ou
multissítio.

 SÍTIO ESPECÍFICO:
São produtos que atingem pontos particulares do fungo, mas que são indispensáveis para a
sobrevivência do organismo.

 MULTISSÍTIO:
Agem em diferentes processos metabólicos dos fungos. Normalmente, são produtos com ação
de contato e não têm capacidade de deslocar pela planta. 
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
 MODO DE AÇÃO:

Na classificação quanto ao modo de ação, a separação dos fungicidas é feita de acordo com o
processo metabólico que eles afetam ou inibem nos fungos. De acordo com o Comitê de Ação à
Resistência de Fungicidas (FRAC, na sigla em inglês), órgão que reúne os principais
produtores dos defensivos dessa categoria no Brasil, os fungicidas podem ser divididos nos
seguintes modos de ação:

 Biossíntese de esterol em membranas; 


 Biossíntese da parede celular; 
 Indutor de defesa em plantas hospedeiras; 
 Mitose e divisão celular; 
 Respiração; 
 Síntese de ácidos nucleicos; 
 Síntese de aminoácidos e proteínas; 

Fonte: +Soja.
 Síntese de lipídios e integridade da membrana; 
 Síntese de melanina na parede celular; 
 Transdução de sinal; Imagem 8: Modo de ação dos Fungicidas.
COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

 GRUPO QUÍMICO:

A partir da classificação quanto ao modo de ação, podemos diferenciar os fungicidas de modo ainda
mais específico: de acordo com os grupos químicos.

Ao categorizá-los nessas classes, os fungicidas são divididos conforme a estrutura ou modo de


ação bioquímico. Sendo assim, podem ser orgânicos (ou seja, as moléculas de sua estrutura
química possuem átomos de carbono) ou inorgânicos (moléculas sem átomos de carbono).

Atualmente, a maioria dos fungicidas são de natureza química orgânica. Já os inorgânicos, apesar de
ainda existirem opções disponíveis no mercado, eram mais comuns antigamente, quando as
empresas estavam começando a desenvolver fungicidas.
TOXICOLOGIA

Os fungicidas são classificados em seis classes toxicológicas, de acordo com a ANVISA, com relação
à periculosidade ao homem, representadas por cores:

Tabela 1: Tabela toxicológica dos fungicidas .

Fonte: AgroAdvance
TOXICOLOGIA

Os fungicidas podem ser classificados


pelo IBAMA em 4 classes de acordo com
o potencial de periculosidade
ambiental: 

 Classe I – Altamente Perigoso ao meio


ambiente;
 Classe II – Muito Perigoso ao meio

Fonte: Google Imagens.


ambiente; 
 Classe III – Perigoso ao meio ambiente;
 Classe IV – Pouco Perigoso ao meio
ambiente;
Imagem 9: Informação toxicológica de um produto.
CONCLUSÃO

Como outros defensivos agrícolas, os fungicidas exigem cuidado e proteção


especial na hora da aplicação. Por isso, devem ser prescritos por meio de
uma receita agronômica, documento com recomendações técnicas e
obrigatório na comercialização desses produtos.

A evolução da ciência levou ao desenvolvimento de vários tipos de


fungicidas, com diferentes modos de ação e até mesmo, ingredientes ativos
de origem biológica. Além disso, as opções atuais têm uma ampla variedade
de uso e podem ser, inclusive, combinadas com outros tipos de defensivos
ou métodos de controle de pragas.
REFERÊNCIAS

TSUKADA, J. Fungicidas: tudo o que você precisa saber sobre os defensivos. Disponível em
https://agriq.com.br/fungicidas/.

Fungos, Características e importância dos fungos. Disponível em


https://www.biologianet.com/biodiversidade/fungos.htm.

What Are Fungicides (O que são fungicidas?) Portuguese Version. Disponível em:
https://www.apsnet.org/edcenter/disimpactmngmnt/topc/Pages/fungicidesPort.aspx. Acesso em: 5 dez. 2022.

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