Na esteira dessa necessidade, era preciso criar-se uma ciência sólida capaz de
mostrar as diferenças culturais entre os diferentes povos. O primeiro movimento antropológico com pretensão científica foi promovido a partir da década de 1870 e liderado pelo biólogo inglês Edward Burnett Tylor e pelo geógrafo e biólogo Herbert Spencer. Mais tarde, essa teoria passou a ser conhecida como evolucionismo ou darwinismo social. O darwinismo social é puramente etnocentrista e tem pretensões científicas. Na visão etnocentrista dos primeiros antropólogos, há uma hierarquia das raças que poderia ser medida com a cultura. Ainda nessa visão, a cultura produzida pelo homem branco europeu é superior à cultura produzida pelos outros povos. Tendo a cultura como base, eles afirmavam que a raça branca é superior às outras raças, estabelecendo uma hierarquia que coloca os asiáticos em segundo lugar, os indígenas americanos em terceiro, e, por último, os povos negros africanos. Dessa maneira, eles justificavam a colonização como um movimento que poderia levar o desenvolvimento “civilizado e superior” aos povos “menos desenvolvidos”. Desenvolvimento da antropologia
No fim do século XIX, as ideias etnocentristas começaram a modificar-se
dentro da antropologia com os trabalhos desenvolvidos pelo geógrafo e antropólogo alemão Franz Boas. Conheceu povos nativos que viviam no norte do Alasca quando foi contratado como cartógrafo para mapear um conjunto de ilhas da região. Passando um bom tempo no local, ele percebeu que era necessário aprofundar-se na cultura de um povo, fazer o que eles faziam e conhecer a sua língua para realmente entendê-lo sem preconceitos. No século XX, o antropólogo polonês Bronislaw Malinowski revolucionou os estudos antropológicos ao fundar um método funcionalista para a antropologia, que entende a sociedade com base no papel e na função dos seus vários elementos.