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PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS

PROFª DAIARA MENDES


As normas compreendem princípios, critérios e indicadores que
definem parâmetros mínimos e limites, ou seja, definem como o
manejo florestal deve ser implantado. A diferenciação entre
princípios, critérios e indicadores é apresentada a seguir:

Princípio: uma regra ou elemento essencial do manejo


florestal.
Critério: um meio de julgar, se um princípio (de manejo
florestal) foi ou não satisfeito.
Indicador: um indicativo de como um critério pode
ser aceito
ou refutado.
Objetivo/Meta
"Floresta Bem Manejada

Princípio Princípio
Lei: “Conservação e melhoria da Lei: “Manutenção da capacidade produtiva
biodiversidade da floresta” da floresta”

Critério: Critério:
Deveria: “Composição de espécies na Deveria: “ Volume residual por espécies e
floresta explorada semelhante a distribuição diamétrica pós-corte
floresta original” suportam futuras explorações

Indicador:
Indicador:
Situação: “número de espécies Situação: “Volume explorado = Incremento
Médio Anual, “Regeneração abundante
ameaçadas”, “Índice de
diversidade” após colheita”
Princípio 1: Cumprimento das
leis
• A Organização* deve* cumprir com todas as leis aplicáveis*,
regulamentos e tratados internacionais nacionalmente ratificados,
convenções e acordos.

Contém 8 critérios
O que deve ser
avaliado
• Se existe uma entidade legal;
• Se a empresa possui as licenças e os registros obrigatórios;
• Posse da terra;
• Direito de colheita, quando pertinente;
• Se existe processos, multas ou embargos à empresa;
• Avaliação de aplicabilidade e do cumprimento de tratados e convenções
internacionais;
• Acompanhamento de mudanças em leis nacionais, estaduais e locais aplicáveis;
• Cumprimento do código florestal
Princípio 2: Direitos dos Trabalhadores e
Condições de Emprego
• A Organização* deve* manter ou ampliar o bem-estar econômico e
social dos trabalhadores*.

Contém 6 Critérios
O que deve ser
avaliado
• Fornecimento e uso de equipamento de proteção do trabalhador;
• Condições de alojamento;
• Condições de trabalho em campo para cada atividade realizada;
• Qualidade e quantidade da alimentação e da água oferecida;
• Saúde e segurança do trabalhador;
• Direito á sindicalização;
• Tratamento justo e digno;
• Capacitação e treinamento dos trabalhadores para cada atividade
Princípio 3: Direito dos Povos
Indígenas
• A Organização* deve* reconhecer e respeitar* os direitos legais e
consuetudinários* dos Povos Indígenas* quanto à posse, uso e manejo
de terras, territórios e recursos afetados pelas atividades de manejo.

Contém 6 critérios
O que deve ser
avaliado
• Existência desses povos dentro ou no entorno da área manejada;
• Existência de impactos sobre os direitos e a posse ou uso desses povos derivados da
operação;
• Se a empresa usa o conhecimento tradicional desses povos;
• Existência de locais de especial significado para esses povos dentro ou no entorno
da área a ser manejada;
• Consentimento desses povos nos casos de uso de seus conhecimentos, de eles
repassarem seu direito de manejo à empresa ou de as atividades de manejo
impactarem seus recursos, terras, territórios e modo de vida.
Princípio 4: Relações Com a
Comunidade
• A Organização* deve* contribuir para manter ou aumentar o bem-
estar social e econômico das comunidades locais*.

• Contém 8 critérios
O que deve ser
avaliado
• Mapeamento e identificação de comunidades dentro ou no entorno da área de
manejo;
• Identificação das partes interessadas e afetadas pelas atividades;
• Avaliação dos impactos das atividades sobre essas atividades;
• Sistema de resolução de conflitos;
• Sistema de comunicação com essas comunidades;
• Como a empresa engaja essas comunidades;
• Como a empresa mitiga, evita ou remedia seus impactos sobre essas
comunidades.
Princípio 5: Benefícios da
Floresta
• A Organização* deve* gerir de forma eficiente a gama de produtos e
serviços da Unidade de Manejo* para manter ou melhorar a
viabilidade econômica* a longo prazo e a gama de benefícios sociais e
ambientais.

• Contém 5 critérios
O que deve ser
avaliado
• Previsões orçamentárias para cumprir as atividades previstas, tanto
operacionais quanto sociais e ambientais;
• Identificação dos produtos dessa floresta, sua rentabilidades e seus mercados,
além de inventários de como eles se manterão ao longo do tempo;
• Questões relativas à proteção dessa área de manejo;
• Desenvolvimento local derivado dessa atividade.
Princípio 6: Valores e Impactos Ambientais
A Organização* deve* manter, conservar e / ou restaurar os serviços
ecossistêmicos* e valores ambientais* da Unidade de Manejo* e deve* evitar,
reparar ou mitigar os impactos ambientais negativos.

Contém 10 critérios
O que deve ser
avaliado
• Política de destinação e produção de resíduos;
• Avaliação dos impactos das atividades sobre o meio ambiente (água, solo, ar, etc);
• Medidas de prevenção, mitigação ou remediação de impactos;
• Medidas de proteção de zonas ripárias ou de ecossistemas;
• Existência de áreas covertidas após 1994;
• Mapas detalhando o uso do solo e os ecossistemas da área;
• Processo de recuperação de ecossistemas.
LEIS AMBIENTAIS NORTEADORAS NO BRASIL
A Constituição Brasileira de 1988, em seu art. 225, define a importância de A legislação ambiental compreende leis, decretos, resoluções, portarias,
manter o ecossistema equilibrado por meio da preservação e recuperação normas que são aplicadas às organizações de qualquer natureza e ao
ambiental em prol da qualidade de vida que todo cidadão tem direito. cidadão comum.
Principais leis ambientais no Brasil
Novo Código Florestal Política Nacional do Meio Crimes Ambientais (Lei 
Agrotóxicos (Lei 7.802/89)
Brasileiro (Lei 12.651/12) Ambiente (Lei 6.938/81) 9.605/98)

Política Nacional de
Criação do Ibama ( Recursos Hídricos (Lei  Área de Proteção
Resíduos Sólidos (PNRS)
7.735/89) 9.433/97) Ambiental (Lei 6.902/81)
(Lei 12.305/10)

Patrimônio
Política Agrícola (Lei 
Cultural (Decreto Lei 
8.171/91)
25/37)
Princípio 7: Planejamento de
Manejo
A Organização* deve* ter um plano de manejo* consistente com suas políticas e
objetivos* e proporcional à escala, intensidade e riscos* de suas atividades de manejo.
O plano de manejo* deve* ser implementado e mantido atualizado com base em
informações de monitoramento a fim de promover o manejo adaptativo*. A
documentação de planejamento e processual relacionada deve* ser suficiente para
orientar o pessoal, informar as partes interessadas* e as partes afetadas*, e justificar
decisões de manejo

Contém seis critérios.


O que deve ser
avaliado
• Os objetivos de longo prazo da empresa:
• Os procedimentos adotados pela empresa em todas as atividades realizadas;
• Existência de um documento contendo a descrição da composição da unidade de
manejo e de suas atividades e objetivos, sendo que um resumo desses dados deve ser
público;
• Existência de treinamento para a implantação desse plano pelos trabalhadores;
• Mapas.
Princípio 8: Monitoramento e
Avaliação.
A Organização* deve* demonstrar que o progresso no sentido de alcançar os
objetivos* do manejo, os impactos das atividades de manejo e a condição da
Unidade de Manejo* são monitorados e avaliados proporcionalmente à escala,
intensidade, e risco das atividades de manejo, a fim de implementar um manejo
adaptativo*.

Contém cinco critérios


O que deve ser
avaliado
• Maneira como a empresa monitora o cumprimento de seus objetivos;
• Monitoramento das ações de minimização de impactos sobre o solo, a água, os
ecossistemas, entre outros;
• Monitoramento sobre questões sociais (como saúde e segurança do trabalhador,
impactos sobre o desenvolvimento local, capacitação e treinamento, acidentes e
reclamações);
• Monitoramentos operacionais;
• Análise crítica dos resultados dos monitoramentos realizados e das ações de
mudança nas atividades derivadas dessas análises.
Princípio 9: Altos Valores de
Conservação
A Organização* deve* manter e/ou melhorar as áreas os Altos Valores de
Conservação* na Unidade de Manejo* através da aplicação de abordagem
preventiva*.

Contém 4 critérios
O que são
AVC?
Áreas contendo:
AVC 1 - Diversidade de espécies. Concentrações de diversidade biológica* incluindo espécies
endêmicas e espécies raras, ameaçadas* ou em perigo de extinção*, que sejam significativas nos
níveis global, regional ou nacional.
AVC 2 - Ecossistemas* e mosaicos em nível de paisagem. Ecossistemas* grandes em nível de
paisagem e mosaicos de ecossistemas que sejam significativos nos níveis global, regional ou
nacional, e que contenham populações viáveis da grande maioria das espécies que ocorrem
naturalmente em padrões naturais de distribuição e abundância.
AVC 3 - Ecossistemas* e habitats. Ecossistemas*, habitats* ou refúgios* raros, ameaçados ou
em perigo de extinção.
O que deve ser
avaliado
• Se a empresa realizou uma avaliação abrangente da existência de áreas ou locais de
alto valor de conservação;
• Modo como essa avaliação foi feita;
• Se foram identificados altos valores de conservação dentro da unidade de manejo
florestal e, também, se a empresa fez uma consulta pública para validar essa
identificação;
• Avaliação das médias de proteção definidas pela empresa para proteção dessas
áreas;
• Avaliação da existência de um sistema de monitoramento para essas áreas;
O que são
AVC?
Áreas contendo:
AVC 4 - Serviços ecossistêmicos* críticos. Serviços ecossistêmicos* básicos em situações críticas*,
incluindo a proteção* de bacias hidrográficas e controle de erosão de solos e encostas vulneráveis.
AVC 5 - Necessidades da comunidade. Áreas e recursos fundamentais para satisfazer as necessidades
básicas das comunidades locais* ou povos indígenas* (para subsistência, saúde, nutrição, água, etc.),
identificados através do engajamento com essas comunidades ou povos indígenas.
AVC 6 - Valores culturais. Áreas, recursos, habitats e paisagens* de significância cultural,
arqueológica ou histórica mundial ou nacional, e/ou de importância cultural, ecológica, econômica
ou religiosa / sagrada crítica* para as culturas tradicionais das comunidades locais* ou povos
indígenas*, identificados através de engajamento com essas comunidades locais* ou povos
indígenas*. (C9.1 V4)
Princípio 10: Implementação de Atividades de
Manejo
As atividades de manejo realizadas por ou para a Organização* para a Unidade
de Manejo* deverão* ser selecionadas e implementadas de acordo com as
políticas econômicas, ambientais e sociais e os objetivos* da Organização*, em
conformidade com os Princípios e Critérios coletivamente. (Novo)

Contém 12 critérios
O que deve ser
avaliado
• Se a floresta remanescente retorna as condições pré-colheita ou condições
mais naturais;
• Uso de OGM;
• Se a organização usa práticas silviculturais ecologicamente apropriadas para a
vegetação, espécies e objetivos de manejo;
• Avaliar como a organização usa fertilizantes, descarta resíduos;
• Avaliar riscos de perigos naturais;
PRINCÍPIOS, CRITÉRIOS E
INDICADORES

CEFLOR – PROGRAMA
BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÃO
FLORESTAL
NBR 14.789 – Princípios, Critérios e
Indicadores para Plantações
Florestais
• ·Princípio 1 – Cumprimento da Legislação;
• · Princípio 2 – Racionalidade no uso dos recursos florestais a
curto, médio e longo prazos, em busca da sua
sustentabilidade;
• ·Princípio 3 – Zelo pela diversidade biológica;
• ·Princípio 4 – Respeito às águas, ao solo e ao ar;
• · Princípio 5 - Desenvolvimento ambiental, econômico e social
das regiões em que se insere a atividade florestal.

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